A Coreia do Norte anunciou que vai romper relações diplomáticas com a Malásia, após a extradição de um norte-coreano para os Estados Unidos, segundo um comunicado do ministério das Relações Exteriores divulgado pela agência oficial KCNA.
A 17 de março, as autoridades da Malásia “cometeram um crime imperdoável (…) entregando à força um cidadão inocente (da Coreia do Norte) aos Estados Unidos”, pode ler-se no comunicado.
A Malásia era um dos poucos Estados aliados do país que possui armas nucleares, mas as relações sofreram um abalo há quatro anos, quando Kim Jong Nam, meio-irmão de Kim Jong Un e muito crítico do regime-norte-coreano, morreu depois de ser atingido por um agente neurotóxico no aeroporto de Kuala Lumpur.
A autoria do crime foi atribuída ao regime norte-coreano, que nega a acusação.
Após algum tempo, as relações melhoraram e a Malásia decidiu reabrir a embaixada em Pyongyang.
Contudo, esta sexta-feira o ministério norte-coreano anunciou a “rutura total das suas relações diplomáticas com a Malásia”, devido a “este ato hostil” cometido contra Pyongyang “com submissão às pressões americanas”.
Mun Chol Myong, o norte-coreano extraditado, realizava “atividades legítimas de comércio exterior em Singapura”, segundo a agência.
A rutura acontece um dia depois da visita à Coreia do Sul de altos funcionários do governo americano.
O secretário de Estado, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, viajaram pela Ásia para fortalecer os vínculos de Washington com os aliados tradicionais na região.
Na quinta-feira, Pyongyang advertiu que vai ignorar qualquer tentativa de contacto dos Estados Unidos enquanto Washington não renunciar a sua “política hostil” em relaççao ao país.
A ONU, os Estados Unidos e outros países impuseram sanções que proíbem a exportação de alguns produtos para a Coreia do Norte, em reação aos seus programas nucleares e balísticos.
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