A Coreia do Norte lançou, esta quarta-feira, dois mísseis balísticos que caíram nas águas do mar do Japão. O Governo nipónico e a vizinha Coreia do Sul já condenaram esta ação.
O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, disse aos jornalistas que o primeiro míssil foi lançado pouco depois das 07h00 (23h00 de quarta-feira em Lisboa) e o segundo passados cerca de 20 minutos, tendo ambos os projéteis voado entre 420 e 430 quilómetros antes de cair nas águas do mar do Japão.
O chefe do Governo nipónico condenou esta ação, que sublinhou tratar-se de uma violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU de proibição da Coreia do Norte de disparar mísseis balísticos. O ensaio “ameaça a paz e a segurança do Japão e da região circundante”, salientou Suga.
Tóquio apresentou uma queixa formal contra Pyongyang, através da embaixada japonesa em Pequim, disse um responsável do Ministério dos Negócios Estrangeiros à agência de notícias japonesa Kyodo. O protesto deve seguir estes trâmites uma vez que os dois países não mantêm relações diplomáticas.
Depois do lançamento, Suga convocou uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança japonês em Tóquio, no final da qual disse aos meios de comunicação social que o Japão “vai cooperar estreitamente com os Estados Unidos, a Coreia do Sul e com outros países para proteger com firmeza a vida pacífica dos cidadãos”.
Horas antes, Seul manifestou a sua “profunda preocupação” pelo lançamento dos mísseis balísticos e o exército sul-coreano indicou que o lançamento foi realizado a partir da província de Hamgyong do Sul, na costa oriental norte-coreana.
O Comando Pacífico dos Estados Unidos destacou a “ameaça que o programa ilícito de armas da Coreia do Norte representa para os seus vizinhos e para a comunidade internacional”, cita o jornal Público, que afirma que este é o primeiro grande teste diplomático do novo Presidente norte-americano.
A última vez que a Coreia do Norte tinha testado projéteis deste tipo foi a 29 de março do ano passado, quando realizou um ensaio do chamado sistema KN-25, a partir da costa oriental.
Porém, este é o segundo teste de mísseis efetuado por Pyongyang numa semana. No domingo passado, o regime norte-coreano disparou dois mísseis de cruzeiro, num momento marcado pelas pressões da Coreia do Norte para retomar o diálogo sobre desnuclearização, enquanto Washington está a rever a estratégia para lidar com Pyongyang.
O ensaio de domingo só foi divulgado na quarta-feira, com Seul e Washington a minimizarem a operação, uma vez que as resoluções da ONU não sancionam os lançamentos de mísseis de cruzeiro norte-coreanos, o que indica um aparente plano coordenado para facilitar o reinício do diálogo, suspenso desde 2019.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desvalorizou o caso e disse que, segundo o seu Departamento de Defesa, era “mais do mesmo”. “Não há nenhuma novidade naquilo que fizeram”, disse o norte-americano, citado pelo jornal online Observador.
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