terça-feira, 9 de março de 2021

Em Málaga, pode comer-se o pão mais caro do mundo - É feito com ouro e prata !


É na padaria espanhola Pan Piña que se confeciona aquele que é, de momento, o pão mais caro de todo o mundo. Este é vendido por uma quantia que pode chegar até aos 3.700 euros por quilo.

Em Espanha, uma padaria de Málaga conseguiu a proeza de transformar aquele que é o elemento mais básico da alimentação humana – o pão -, num produto de luxo.

Juan Manuel Moreno, responsável pela padaria Pan Piña de Algatocín, revela que o ouro e a prata que estão inseridos nos seus pães são comestíveis, mas comê-los não é para qualquer um, pois um quilo de pão pode chegar aos 3,7 mil euros.

O padeiro diz que os ingredientes não acrescentam sabor, mas conferem exclusividade a um produto que faz as maravilhas de russos e árabes milionários, que considera serem os seus melhores clientes.

De acordo com o Fuera de Serie, a padaria vende o pão em unidades de 400 gramas, o que significa que cada um custa cerca de 1.480 euros.

Fabricado com “ouro e prata próprios para consumo humano e em quantidades muito pequenas” e sem o recurso a “fermento”, este é um alimento cujo processo de fabrico pode chegar até às 18 horas, envolvendo longas fermentações, conta o fabricante.

Contudo, o negócio já teve melhores dias. O ano de 2020 ficou negativamente marcado pela pandemia, sendo que a padaria apenas conseguiu vender um total de 96 unidades deste pão, com a faturação a superar, assim, os 142 mil euros.

Estes valores são inferiores aos do período homólogo, pelo que o “impacto” da pandemia foi “ligeiramente” notado, adianta o responsável. Em 2019, o estabelecimento vendeu “um total de 112” unidades deste pão.

O artesão acrescenta que, atualmente, a sua padaria confeciona cinco tipos de pães especiais diferentes, nos quais o ouro e a prata, bem como flores e flocos, são na grande maioria das vezes ingredientes essenciais.

Agora, uma nova tipologia de pão, “totalmente personalizada”, está já a ser trabalhada pela padaria, a qual poderá ascender “aos 10 mil euros” de preço final.

https://zap.aeiou.pt/pao-mais-caro-mundo-ouro-prata-386083

 

Cidade nos EUA testou o rendimento básico universal - “Os números foram incríveis” !

Além de a percentagem de pessoas que tinham um emprego a tempo inteiro ter subido, os participantes da iniciativa também relataram sentir-se menos ansiosos. 


De acordo com o estudo publicado esta quarta-feira, citado pela agência Associated Press, os 125 habitantes da cidade de Stockton, na Califórnia, que durante dois anos receberam 500 dólares por mês, sem regras de como os gastar, conseguiram não só pagar dívidas e encontrar um trabalho a tempo inteiro, como ainda reportaram taxas mais baixas de ansiedade e depressão.

O programa, anunciado em 2017 pelo ex-mayor da cidade Michael Tubbs, foi a maior experiência já feita nos Estados Unidos sobre o conceito de rendimento básico universal. A ideia ganhou impulso rapidamente e até se tornou parte importante da campanha presidencial do empresário Andrew Yang.

Segundo a AP, os apoiantes da iniciativa afirmam que este rendimento pode aliviar o stress e a ansiedade das pessoas que vivem com mais dificuldades financeiras, dando-lhes ao mesmo tempo a segurança necessária para poderem encontrar bons empregos e evitar dívidas. Os críticos, por seu lado, argumentam que elimina o incentivo ao trabalho, criando uma sociedade dependente do Estado.

Investigadores independentes da Universidade do Tennessee e da Pensilvânia já analisaram os dados do primeiro ano desta experiência, que começou em fevereiro de 2019 e, portanto, não coincidiu com a pandemia da covid-19. O estudo sobre o segundo ano será lançado no próximo ano.

No início do programa, 28% dos participantes tinha empregos a tempo inteiro. Um ano depois, essa percentagem subiu para 40%. O grupo de controlo, cujos indivíduos não receberam nenhum dinheiro, viu um aumento de 5% relativamente à mesma matéria.

Os investigadores descobriram ainda que as pessoas que receberam este rendimento mensal relataram menor incidência de ansiedade e sintomas depressivos, em comparação com o outro grupo de pessoas. Segundo a agência noticiosa, essas conclusões podem ser fundamentais no estudo do próximo ano, uma vez que já irá analisar como é que os participantes se saíram durante a crise pandémica.

Dado que estes norte-americanos receberam o dinheiro num cartão de débito, a equipa também conseguiu perceber em que tipo de coisas era gasto. Menos de 1% se destinou para comprar coisas como tabaco e álcool.

Estes números foram incríveis. Quase não acreditei neles”, disse Stacia West, professora assistente da Universidade do Tennessee que analisou os dados juntamente com Amy Castro Baker, professora assistente da Universidade da Pensilvânia.

Na Europa, vários países já começaram a testar o rendimento básico universal, como é o caso da Finlândia ou da Alemanha.

https://zap.aeiou.pt/stockton-rendimento-basico-universal-385499

 

Condenações judiciais de Lula da Silva anuladas - Ex-Presidente pode disputar próximas eleições !

As condenações de Lula da Silva no âmbito da operação Lava Jato foram anuladas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, avança a Folha de São Paulo.

A decisão de Edson Fachin permite que Lula da Silva recupere os seus direitos políticos e volte a ser elegível para concorrer a cargos. Neste cenário pode recandidatar-se às presidenciais de 2022.

Segundo a Folha de São Paulo, Fachin declarou incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba relativamente aos casos do triplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e do Instituto Lula. Agora, será a Justiça Federal do Distrito Federal a analisar os processos, que serão validados ou não.

“Com a decisão, foram declaradas nulas todas as decisões proferidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba e determinada a remessa dos respetivos autos para a Seção Judiciária do Distrito Federal”, pode ler-se na nota do gabinete de Fachin enviado à imprensa, aqui citado pelo G1 do Grupo Globo.

A decisão de Edson Fachin prende-se com questões processuais e não com os factos imputados a Lula da Silva que serviram de base às condenações. “Embora a questão da competência já tenha sido suscitada indiretamente, é a primeira vez que o argumento reúne condições processuais de ser examinado, diante do aprofundamento e aperfeiçoamento da matéria pelo Supremo Tribunal Federal”, indica a nota do Supremo.

A edição brasileira do El País publicou precisamente uma entrevista com Lula, na qual o ex-Presidente já apontava a 2022. O título da peça é “Falta que a gente tenha uma próxima eleição para medirmos força com Bolsonaro” – uma frase de Lula.

O diário descreve Lula, de 75 anos, como alguém em estado de graça, “um momento de energia em estado puro”, depois de superar um cancro, o coronavírus e a prisão.

O ex-presidente descreveu o estado do país e fez algumas considerações sobre Bolsonaro: “O Brasil vive um acidente de percurso da nossa democracia e da nossa civilidade por conta do Presidente Bolsonaro. Ele tem demonstrado não ter nenhuma preocupação com a seriedade. É quase um genocida no tratamento da pandemia. O Brasil não merece isso”.

Lula foi condenado a 12 anos de cadeia por Sérgio Moro no primeiro processo por alegadamente ter recebido um apartamento triplex numa praia no litoral de São Paulo como “luvas” da construtora Odebrecht.

Posteriormente, foi condenado a outros 12 anos pela sucessora de Moro,  por ter supostamente recebido como suborno uma casa de campo em Atibaia, interior de São Paulo.

O político chegou a cumprir 580 dias de prisão em Curitiba, capital do Paraná, mas foi solto em carácter provisório em 8 de Novembro de 2019 para poder aguardar em liberdade a tramitação dos recursos às condenações, recorda o CM.

A defesa do antigo presidente tem ainda pendentes recursos pelas condenações, invocando que o juiz Sergio Moro, mais tarde ministro de Bolsonaro, foi parcial.

Com a decisão desta segunda-feira, Lula da Silva fica livre para realizar o seu projeto político: disputar as presidenciais de 2022 contra Jair Bolsonaro.

Sondagens divulgadas semana passada mostram um crescimento do potencial eleitoral de Lula, o único, segundo os dados levantados, capaz de derrotar o atual presidente no próximo ano.

De recordar que o antigo líder do Partido dos Trabalhadores (PT) foi impedido de se candidatar a presidente em 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito.

https://zap.aeiou.pt/condenacoes-lula-anuladas-386091

 

EUA ponderam retirada militar total no Afeganistão, mas pedem “garantias“ !

Os EUA põe a hipótese de uma retirada militar no Afeganistão. Contudo, Anthony Blinken assumiu que está preocupado com a possibilidade de os taliban aproveitarem a retirada de tropas na NATO e dos Estados Unidos para lançar uma nova ofensiva militar e reconquistar território.


Logo em janeiro, aquando da tomada de posse de Joe Biden, a nova Administração norte-americana referiu que pretendia rever o acordo de princípio assinado por Trump em fevereiro de 2020.

As negociações de paz entre o Governo afegão e os taliban em Doha, capital do Qatar, têm estado a marcar passo à espera de uma decisão norte-americana. Paralelamente, os episódios de violência recrudesceram.

Numa carta enviada ao Presidente afegão, Ashraf Ghani, Anthony Blinken, secretário de Estado norte-americano, assume que a Casa Branca pretende garantias, ou seja, antes de qualquer retirada, os norte-americanos querem ter a certeza que os taliban “vão cumprir os seus compromissos”.

No acordo conseguido pela anterior Administração, a NATO iria retirar militarmente do Afeganistão até 1 de maio e os taliban comprometiam-se a diminuir os seus ataques e a cortar laços com o terrorismo.

Ainda assim, embora os taliban tenham deixado de atacar as forças internacionais, a violência contra as tropas e o Governo afegão continua. Jornalistas, ativistas, políticos, mulheres e juízes têm sido regularmente alvo de forte violência e muitos acabam mortos.

O secretário de Estado norte-americano assumiu preocupação com “o agravamento da situação securitária” em caso de retirada militar ocidental e “que os taliban possam ganhar terreno rapidamente” numa “ofensiva da primavera”.

Neste sentido, a Casa Branca apelou a um período de 90 dias de redução da violência no país e a um novo esforço de paz internacional supervisionado pelas Nações Unidas, para alcançar “um cessar-fogo permanente e abrangente”.

A carta afirma que, para a Casa Branca, “todas as opções permanecem em cima da mesa”, incluindo tanto a retirada no prazo previsto como a permanência dos cerca de 2500 soldados que ainda mantém no Afeganistão.

“Estamos a estudar a retirada total das nossas forças até 1 de maio, como consideramos outras opções”, referiu Blinken.

Segundo a RTP, a carta de Anthony Blinken a Ghani refere que os EUA irão pedir à ONU uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros e enviados da Rússia, da China, do Paquistão, do Irão, da Índia e dos Estados Unidos, “para debater uma abordagem unida para apoiar a paz no Afeganistão”.

Washington irá também pedir ao Governo turco para receber um encontro de altos responsáveis “de ambas as partes nas próximas semanas, para finalizar um acordo de paz”.

A carta foi enviada também a Abdullah Abdullah, o presidente do Conselho de Paz, e foi apresentada aos lideres afegãos pelo enviado de paz dos EUA, Zalmay Khalilzad, durante a sua visita a Cabul na semana passada.

Abdullah terá proposto a formação de um Governo interino, depois de uma reunião de todos os líderes afegãos numa conferência externa. O Presidente afegão tem-se oposto veemente a esta ideia e afirmado que um novo Executivo deveria formar-se através de eleições.

No passado sábado, Ashraf Ghani propôs aos taliban a renúncia à violência e o regresso às negociações, incluindo a possibilidade de eleições, num esforço para relançar o diálogo de paz.

https://zap.aeiou.pt/eua-retirada-militar-afeganistao-386008

 

França colhe o que plantou - Poeira do Sahara leva radiação dos testes nucleares de 1960 para o país !

A ACRO, uma organização-não governamental francesa, detetou uma nuvem de poeira radioativa, com origem em França, que está a voltar para o país.


A poeira do deserto do Sahara alcançou França e trouxe com ela níveis anormais de radiação, cuja origem é o próprio país europeu. A ACRO avança que os níveis observados não são considerados perigosos para a saúde humana, mas o facto não deixa de ser uma grande ironia. No fundo, França está a colher o que plantou.

De acordo com o Interesting Engineering, a radiação é o resultado de testes nucleares realizados pela França no deserto da Argélia no início da década de 1960, quando o país do Norte de África era território ultramarino francês.

Na poeira trazida pelo vento foi detetada a presença de césio-137, um produto da fissão nuclear criada em explosões nucleares. A organização não-governamental chegou a esta conclusão depois de ter realizado testes com a poeira do Sahara que recolheu, no dia 6 de fevereiro, na área de Jura, perto da fronteira francesa com a Suíça.

“Esta contaminação radioativa, que vem de longe, 60 anos depois das explosões nucleares, lembra-nos a contaminação radioativa perene no Sahara, pela qual França é responsável”, referiu a ONG, em comunicado.

Pedro Salazar Carballo, cientista da Universidade de Laguna, em Tenerife, disse à Euronews que os níveis detetados são seguros e não representam qualquer perigo. Aliás, o especialista afirmou nunca ter encontrado níveis alarmantes trazidos por tempestades – mesmo tendo analisado os incidentes de Chernobyl e Fukushima.

A 13 de fevereiro de 1960, França realizou o seu primeiro teste nuclear no Sahara, na região de Reggane, Argélia, quando explodiu a bomba nuclear Gerboise Bleue, expondo os seus próprios soldados e a população local à radiação.

https://zap.aeiou.pt/poeira-sahara-radiacao-franca-385857

 

Apenas 24 países têm mulheres no poder - Igualdade de género alcançada somente “em 130 anos” !

Menos de 500 milhões de pessoas dos cerca de 7,8 mil milhões que constituem a população mundial têm atualmente uma mulher Presidente ou chefe de governo, avançou a ONU Mulher.


“Ao ritmo atual, a igualdade de género nas mais altas posições de poder não será alcançado nos próximos 130 anos”, referiu a organização, citada esta segunda-feira pelo Diário de Notícias (DN), informando que há nove países nos quais são chefes de Estado e 13 chefes de governo, e 119 onde nunca ocuparam nenhum desses cargos.

O destaque vai para a chanceler alemã Angela Merkel, no poder desde 2005. Em 2018, no centenário do movimento sufragista, reconheceu que ser chanceler não significava que existisse mais igualdade e que a Alemanha ainda tem um longo caminho a percorrer, acreditando, contudo, que deu o seu contributo nesse tema.

Outro destaque é a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, elogiada pela luta contra a pandemia e pela forma como lidou com os atentados terroristas de Christchurch, em março de 2019. Foi a segunda líder a ser mãe durante o mandato – a primeira foi a primeira-ministra do Paquistão Benazir Bhutto, em 1990.

A primeira mulher chefe de governo foi Sirimavo Bandaranaike, eleita em 1960, quando o Sri Lanka ainda era o Ceilão, enquanto a primeira a ser eleita democraticamente como Presidente foi a islandesa Vigdís Finnbogadóttir, em 1980, permanecendo 16 anos no cargo. Antes dela, em 1974, Isabel Martínez de Perón liderou na Argentina.

A segunda mulher com mais tempo no poder é Sheikh Hasina, desde 2009 primeira-ministra do Bangladesh. A mais recente é Kaja Kallas, primeira-ministra da Estónia.

Há também primeiras-ministras na Finlândia (Sanna Marin), na Noruega (Erna Solberg), na Dinamarca (Mette Frederiksen), na Islândia (Katrín Jakobsdóttir), na Lituânia (Ingrida Simonyté). Na Islândia foi eleita a primeira chefe de governo lésbica do mundo, Jóhanna Sigurðardóttir (2009-2013).

No Leste da Europa – continente com mais mulheres no poder -, além de Sérvia e Kosovo, há as Presidentes Salome Zourabichvili (Geórgia), Zuzana Caputová (Eslováquia), Maia Sandu (Moldávia) e Katerina Sakellaropoulou (Grécia).

Na Ásia, além do Bangladesh e de Taiwan, há mulheres na chefia do Estado no Nepal (Bidya Devi Bhandari) e Singapura (Halimah Yacob). Em África, a Presidente etíope é Sahle-Work Zewde e as primeiras-ministras Saara Kuugongelwa-Amadhila (Namíbia), Rose Christiane Raponda (Gabão) e Victoire Tomegah Dogbé (Togo). Nas Caraíbas, Paula-Mae Weekes é Presidente de Trindade e Tobago E Mia Mottley primeira-ministra em Barbados.

A nível dos ministros, apenas 21% são mulheres e só 14 países têm o mesmo número ou mais ministras do que ministros. Nos Parlamentos, só 25% são mulheres e em quatro países são mais de 50% dos deputados: Ruanda (61%), Cuba (53%), Bolívia (53%) e Emirados Árabes Unidos (50%).

https://zap.aeiou.pt/24-paises-mulher-poder-igualdade-genero-385898

 

Politólogos temem que Bolsonaro possa estar a preparar guerra civil !

Politólogos ouvidos pelo DN temem que o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, possa estar a preparar uma guerra civil. “Deseja armar a população, confia em poderes paralelos e estimula a indisciplina dos escalões mais baixos da Polícia Militar”, argumentam.


A troca de acusações entre o Jair Bolsonaro e 19 dos 27 governadores estaduais do Brasil pode ser o gatilho para uma guerra civil. O Presidente brasileiro responsabiliza-os pelos caos no combate à pandemia de covid-19, enquanto estes o acusam de mentir, de matar e de desprezar o povo.

Desde o início da pandemia, o Brasil conta com mais de 11 milhões de infeções e mais de 265 mil mortes. A taxa de incidência da doença em território brasileiro é agora de 126 mortes e 5.244 casos por 100 mil habitantes. O Brasil é dos países do mundo mais afetados pela pandemia de covid-19 juntamente com os Estados Unidos da América e a Índia.

“Bolsonaro traz a novidade à política do Brasil de querer entrar sempre em conflito com tudo e com todos mas ele, nas entrelinhas, parece ter um objetivo macabro: provocar uma guerra civil no país”, diz Vinícius Vieira, professor da Fundação Getúlio Vargas e da Fundação Armando Álvares Penteado, em declarações ao Diário de Notícias.

“No Brasil sempre tivemos uma dependência dos poderes regionais face ao poder nacional e vice-versa, num equilíbrio muito delicado, mas não me lembro de haver um precedente na história de uma rebelião de governadores estaduais tão alargada”, acrescenta o cientista político.

Vinícius Vieira não garante que vá acontecer uma guerra civil, mas sugere que seja “uma conclusão inevitável”, visto que Bolsonaro “deseja armar a população, confia em poderes paralelos, como as milícias, e estimula a indisciplina dos escalões mais baixos da Polícia Militar”.

Em janeiro, aliados do Governo apresentaram no Congresso Nacional um projeto que restringe o poder de governadores sobre a Polícia Militar.

“Talvez ele ambicione gerar, não algo organizado, longe disso, mas uma grande confusão, esticando a instabilidade gerada pela pandemia ao limite, para depois surgir como salvador da pátria, apoiado por Milícias, no sentido estrito e também no sentido de cidadãos comuns armados”, disse ainda o politólogo ouvido pelo DN.

Fernando Abrucio, coordenador da área de Educação do Centro de Estudos de Administração Pública e Governo da Faculdade Getúlio Vargas, salienta que “desde o início do governo, o presidente já havia pensado num novo tipo de federalismo”.

“Na cabeça do Bolsonaro, entretanto, o modelo sempre foi o da polarização e não o do compartilhamento (…) um modelo muito parecido com o do (ex-presidente norte-americano Donald) Trump, que parte de uma ideia de dar mais autonomia aos estados para, na verdade, desresponsabilizar o governo central”, disse Abrucio. “O Brasil, desse jeito, vai para o modelo de guerra civil federativa”.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-preparar-guerra-civil-385831

 

Biólogo defende que pandemia pode ter nascido de “erro honesto” em laboratório chinês !

Professor de Princeton defende que não é possível descartar a possibilidade de que a pandemia tenha começado com uma fuga acidental num laboratório de virologia de Wuhan.


A origem da pandemia de Covid-19 continua por apurar um ano depois e na comunidade científica ganha força a exigência de uma investigação à possibilidade de um acidente laboratorial, posição sustentada também pelo biólogo norte-americano Bret Weinstein.

Em entrevista à agência Lusa, o professor convidado da universidade de Princeton, comunicador e podcaster defende não é possível descartar a possibilidade de que a pandemia tenha começado com uma fuga acidental num laboratório de virologia de Wuhan, sustentando que o comportamento do vírus assim o sugere.

Nos últimos meses, um número crescente de artigos pede mais transparência na investigação das origens da pandemia, quer em revistas científicas como a Nature, quer na imprensa internacional, com um editorial de fevereiro no jornal norte-americano Washington Post a questionar: “O que é que a China está a tentar esconder sobre as origens da pandemia e porquê?”

Num artigo de opinião publicado em janeiro no Wall Street Journal, a bióloga molecular Alina Chan, do Instituto Broad, associado ao MIT, defendia que “o mundo precisa de uma investigação que admita não só uma origem natural, mas a possibilidade de o vírus que provoca a Covid-19, ter escapado de um laboratório”.

Especializado em morcegos e em biologia evolutiva, Weinstein afirma que há várias características no comportamento do SARS-CoV-2 que sugerem que a sua capacidade de infetar mais de 100 milhões em todo o mundo em menos de um ano pode não ter tido origem num processo natural de transmissão entre espécies.

“O vírus comportou-se de uma forma inesperada desde o princípio”, afirma Bret Weinstein apontando que é altamente transmissível entre indivíduos e foi capaz de descobrir modos de infetar vários tecidos diferentes nos seres humanos, “mesmo aqueles que não contribuem para a sua capacidade de se transmitir entre portadores”.

Weinstein admite que a discussão da hipótese tenha sido, de certa forma, “envenenada” pela convicção manifestada pelo antigo Presidente norte-americano Donald Trump, e pela sua administração, de que o vírus teria tido origem num laboratório de Wuhan.

“Por razões difíceis de explicar, há quem, especialmente nos Estados Unidos, mas na realidade no Ocidente inteiro, visse tudo o que Donald Trump dissesse como falso à partida. E isso é, obviamente, absurdo, e dá-lhe demasiado poder, o poder de matar uma ideia simplesmente por a dizer”, afirma Weinstein.

Erro honesto, mas um erro grave

Bret Weinstein salienta que “se a pandemia foi desencadeada por uma fuga laboratorial, parece evidente que se tratou de um erro honesto, um erro grave, mas que resultou de pessoas honradas a tentarem fazer um trabalho que acreditavam ser necessário”.

Contudo, quando as portas do laboratório se fecharam à investigação externa e quando os peritos da OMS se limitam a aceitar que os responsáveis desse laboratório lhes digam que nada tiveram a ver com o início da pandemia, Weinstein já hesita em falar de “um erro inocente”.

“Eu não afirmo que isto começou no laboratório de Wuhan. Nós não sabemos. No entanto, o que afirmo é que o que sabemos até agora é completamente consistente com essa possibilidade e não com qualquer outra”, salienta. “O facto de este vírus, desde que apareceu, causar uma doença grave e ser incrivelmente sofisticado na sua capacidade de saltar de pessoa para pessoa é notável e significa que não tivemos um período em que nos poderíamos ter adiantado ao vírus, algo que seria expectável se olharmos para outras pandemias zoonóticas”, ou seja, de origem animal, assinala o cientista

“É possível que haja alguma história na qual o vírus emergiu inicialmente da natureza e que depois evoluiu e aprendeu esses ‘truques’ antes de chegar a Wuhan. Mas após um ano a procurá-la, ninguém encontrou provas de que isso tenha acontecido, o que em si é muito invulgar”, sugere.

Foi em fevereiro de 2020 que Weinstein, acabado de regressar de uma expedição científica na América do Sul com a sua mulher, a bióloga Heather Heying — com quem partilha o podcast semanal Darkhorse —, tomou consciência da existência do novo coronavírus e, como estudioso dos morcegos, considerou plausível que tivesse tido origem direta nesses mamíferos.

No entanto, os seus seguidores na rede social Twitter apontaram-lhe a existência em Wuhan do Instituto de Virologia onde são estudados coronavírus oriundos de morcegos e que segue o protocolo de segurança mais alto para riscos biológicos.

“É uma grande coincidência e eu penso que todas as pessoas que lidaram com isto de uma forma cientificamente responsável também se deram conta do nível de coincidência. Não é impossível que tenha sucedido naturalmente e tenha aparecido em Wuhan primeiro, mas é muito, muito improvável”, argumenta.

O caminho que Bret Weinstein aponta como possível é que a investigação em laboratório do vírus tenha seguido um método chamado “ganho de função”, uma área que tem tido “rápida expansão” nos últimos anos. Nesse método, os vírus recolhidos na natureza são artificialmente reforçados com técnicas moleculares ou através de um processo de evolução manipulado e tornados mais virulentos, infecciosos e perigosos para se perceber como se comportariam num cenário de pandemia.

Entre as pistas que o comportamento do vírus deixa está o facto de infetar com grande eficácia animais da classe dos mustelídeos, como martas, ferrões ou doninhas, “o que poderá indicar que o vírus foi transmitido em série num laboratório entre esses animais”, argumenta. Apesar de considerar que chegar ao fundo da origem do vírus não é “a bala de prata” que vai conseguir uma cura e acabar com a ameaça, Bret Weinstein sustenta que a urgência de o compreender e aprender a controlá-lo é espetacularmente alta”.

“Eu colocaria em segundo plano qualquer outra preocupação em favor dessa. A descoberta de qual possa ter sido a origem do SARS-CoV-2 é também a chave de evitar que isto alguma vez volte a acontecer”, avisa Weinstein.

Respostas da OMS são “difíceis de engolir”

O biólogo diz também que há “aspetos difíceis de engolir” nas respostas da missão de peritos que se deslocou a Wuhan, China, para averiguar as origens da pandemia e aponta o dedo ao que considera uma falha essencial: “A equipa da OMS disse especificamente que não estava mandatada para investigar no laboratório [do Instituto de Virologia de Wuhan] e que não estava equipada para o fazer.”

No Instituto de Virologia de Wuhan, cidade do centro da China onde foram detetados os primeiros casos de infeção, realiza-se um tipo de investigação designado por “ganho de função”, em que se aceleram capacidades de vírus recolhidos na natureza, aumentando a sua capacidade de se transferir entre espécies ou de contagiar mais facilmente.

Uma carta aberta subscrita por 24 cientistas internacionais divulgada na passada quinta-feira aponta como “essencial que todas as hipóteses sobre as origens da pandemia sejam examinadas e haja acesso total a todos os recursos sem olhar a sensibilidades políticas ou outras”. Uma das hipóteses que defendem, a mesma que Weinstein e outros cientistas sustentam há vários meses que seja considerada é, na expressão usada na carta aberta, “um acidente relacionado com investigação” científica.

Essa hipótese foi descartada pela missão da OMS — constituída por especialistas de 10 países, incluindo EUA, Reino Unido, Alemanha e Rússia – numa conferência de imprensa em Wuhan, em fevereiro. Contudo, o diretor-geral da OMS viria a retificar a situação, afirmando que “todas as hipóteses permaneciam em cima da mesa” para explicar a origem da pandemia, e anunciou que o relatório final seria divulgado em 15 de março.

Em vez disso, propuseram uma hipótese que Pequim também avançou, a de o vírus poder ter chegado a Wuhan em carne congelada de furões-texugo (animais próximos das doninhas que são criados e caçados para comer) oriunda da China ou noutro país asiático. “Essa história é difícil de engolir, porque se há algo que podemos dizer é que não temos provas de transmissão de carne congelada a seres humanos”, sublinhou Bret Weinstein.

Segundo o biólogo, este vírus parece, sim, excelente a transmitir-se através de gotículas e partículas em aerossol. “Portanto, esta história é, no mínimo, uma hipótese que precisa de provas e, no pior dos cenários, uma distração para nos impedir de investigar a possibilidade óbvia de este vírus estar em Wuhan porque estava presente no Instituto de Virologia”, argumenta.

“Acho que nesta altura, este trabalho [em ganho de função] não devia estar a ser feito. É demasiado perigoso e é muito mais provável que desencadeemos uma pandemia do que a evitemos”, considera. “Neste caso, a probabilidade é que o vírus tenha sido melhorado para conseguir infetar melhor tecidos humanos e transmitir-se entre indivíduos para poder ser um modelo de epidemia zoonótica”, admite.

https://zap.aeiou.pt/biologo-defende-pandemia-pode-ter-nascido-erro-honesto-laboratorio-chines-385819

 

segunda-feira, 8 de março de 2021

Biden assina decreto para facilitar acesso ao voto - Plano de estímulo económico é “passo gigantesco” !

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou um decreto para facilitar o acesso dos norte-americanos ao voto, uma medida inserida nas comemorações do 56.º aniversário do “Domingo Sangrento”, ocorrido em 1965 no Alabama.


Segundo a agência AFP, o decreto de Joe Biden vai no sentido de exigir a melhoria ou a modernização de sites federais que forneçam informações sobre eleições e votação.

Esta medida surge numa altura em que vários parlamentos locais, com maioria republicana, estão a tentar restringir o acesso à votação em resposta à derrota de Donald Trump, a 3 de novembro.

Segundo Joe Biden, “eleitos republicanos em 43 estados já introduziram mais de 250 projetos-lei para dificultar o voto dos norte-americanos.

“Hoje, no aniversário do Domingo Sangrento, assino uma ordem executiva para facilitar o recenseamento dos eleitores e melhorar o acesso à votação“, disse Biden, em declarações pré-gravadas a partir da Casa Branca.

A 7 de março de 1965, centenas de manifestantes pacíficos foram violentamente reprimidos pela polícia na cidade de Selma, no estado do Alabama, enquanto lutavam pelo direito ao voto.

Cinco meses depois, o Congresso aprovou a Lei dos Direitos de Voto e aboliu os testes e impostos exigidos para se tornar um eleitor.

“Passo gigantesco”. O plano de estímulo económico

Além disso, Joe Biden saudou a aprovação pelo Senado do pacote de estímulo financeiro de 1,9 biliões de dólares, considerando-o um “passo gigantesco” para sair da crise provocada pela pandemia.

“Hoje posso dizer que demos um passo gigantesco para cumprir a promessa que fiz aos norte-americanos de que a ajuda estava a caminho”, disse Biden aos jornalistas na Casa Branca após o Senado ter aprovado o plano de apoio financeiro à recuperação da economia, uma das prioridades da nova administração.

O Senado dos Estados Unidos da América (EUA) aprovou este sábado um plano de estímulo de 1,9 biliões de dólares (1,59 biliões de euros) para relançar a economia norte-americana, naquela que é a primeira vitória legislativa do Presidente Joe Biden.

O pacote financeiro, o terceiro aprovado nos EUA desde o início da pandemia de covid-19, há um ano, inclui novos pagamentos diretos de 1.400 dólares (1.175 euros) aos contribuintes com rendimentos inferiores a 80.000 dólares (67.150 euros) por ano, mais fundos para os governos locais e estatais, compra de vacinas e reabertura de escolas.

O plano foi aprovado após horas de debate, negociações frenéticas e uma maratona de votos, apenas pelos senadores democratas, por 50 votos contra 49.

De acordo com estimativas do chefe de Estado norte-americano, o plano “resultará na criação de cerca de seis milhões de empregos, aumentará o nosso Produto Interno Bruto (PIB) em um bilião de dólares e colocará o país em posição de ganhar a competição com o resto do mundo, porque o resto do mundo está em movimento, a China em particular”.

“Oitenta e cinco por cento das famílias americanas receberão pagamentos diretos de 1.400 dólares por pessoa”, disse Biden, prevendo que o plano permitirá “reduzir a pobreza infantil para metade”.

O Presidente norte-americano disse ainda que o plano colocará os Estados Unidos no “caminho para derrotar o vírus e dar a ajuda de que precisam às famílias que mais sofrem”.

O projeto de lei será enviado ao Congresso na próxima semana, onde se espera que a maioria democrata o aprove rapidamente para que o Presidente Biden o possa assinar até 14 de março, antes da prevista suspensão dos atuais subsídios de desemprego.

Biden instou o Congresso, que já deu o seu acordo inicial ao projeto de lei na semana passada, a votar “rapidamente” para apoiar a versão do Senado, o que completaria o processo para que o Presidente pudesse assinar a lei.

“Esta nação sofreu demasiado durante demasiado tempo”, disse Biden, sublinhando que tudo “foi concebido para aliviar o sofrimento e satisfazer as necessidades mais urgentes da nação”.

O pacote financeiro, com despesas totais previstas equivalentes a quase um décimo do tamanho de toda a economia dos Estados Unidos, é a prioridade do Presidente Joe Biden.

A votação representou um momento político crucial para Biden e para o Partido Democrata, que precisa de unanimidade partidária num Senado dividido 50-50, que lidera devido ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.

No Congresso, os democratas têm uma margem estreita de 10 votos.

O pacote enfrentou sólida oposição do Partido Republicano, que o considera um desperdício de dinheiro para os aliados liberais dos democratas.

https://zap.aeiou.pt/biden-acesso-voto-plano-economico-385804

 

Pensamentos suicidas e a cor da pele do filho. Revelações de Meghan e Harry abalam família real britânica !

A aguardada entrevista do duque e da duquesa de Sussex, conduzida por Oprah Winfrey, foi transmitida este domingo e pôs a família real em xeque. O casal, que deu a primeira entrevista desde que renunciou aos deveres reais, falou sobre pensamentos suicidas, a cor de pele do filho e do sentimento de “deceção”.


Na entrevista, a duquesa de Sussex revelou ter sido “quase impossível de sobreviver” na família real britânica e que teve pensamentos suicidas. No entanto, e apesar dos repetidos pedidos, não recebeu qualquer apoio psicológico.

“Eu simplesmente já não queria viver mais. E esses foram pensamentos constantes, aterradores, reais e muito claros”, disse Meghan Markle à apresentadora de televisão Oprah Winfrey durante uma entrevista à CBS, culpando a cobertura agressiva dos media britânicos pelo seu estado psicológico.

A norte-americana salientou que se dirigiu aos membros da instituição real para pedir ajuda e discutiu a possibilidade de tratamento médico: “Foi-me dito que não podia, que não seria bom para a instituição“.

“Quão escura” seria a pele de Archie

A antiga atriz, que é mestiça, também destacou que os membros da família real tinham demonstrado preocupação sobre quão escura podia ser a cor da pele do filho Archie quando nascesse.

A duquesa de Sussex disse que, nos meses que antecederam o nascimento do seu filho, o Palácio de Buckingham se recusou a conceder proteção à criança e que os membros da instituição consideraram que Archie não devia receber um título de nobreza, embora seja essa a tradição.

De acordo com o jornal britânico Independent, Meghan, de 39 anos, denunciou uma “verdadeira campanha de difamação” por parte da instituição real, mas não quis revelar quem fez esses comentários porque “isso seria muito prejudicial para eles”.

Já o duque de Sussex, Harry, lamentou que a família real não tivesse tomado uma posição pública contra o que ele via como cobertura racista por parte de alguma imprensa britânica.

Harry está desapontado com o pai

Mas Harry foi mais longe, admitindo que se sentiu “realmente dececionado” com o pai, o príncipe Carlos, durante um período difícil. “Ele tinha passado por algo semelhante. Ele sabe o que é a dor“, sublinhou.

Além disso, o duque de Sussex contou a Winfrey que se sentiu “preso” como membro da família real britânica. “Eu não via uma saída. Estava preso, mas não sabia que estava preso”, disse Harry, citado pela mesma publicação.

“Preso dentro do sistema, como o resto da minha família está”, continuou o príncipe Harry, acrescentando que o seu pai, o príncipe Carlos, e o irmão, o príncipe William, também estão presos.

“Eles não podem ir embora. E eu tenho uma grande compaixão por isso“, disse.

Casal à espera de uma menina

Os duques de Sussex anunciaram também que estão à espera de uma menina, cujo nascimento está previsto para este verão, e revelaram que estavam secretamente casados três dias antes da data oficial do casamento, em maio de 2018.

Durante a entrevista a Oprah Winfrey, na qual falaram sobre a sua experiência antes de se afastarem da monarquia britânica, o duque e a duquesa, que vivem na Califórnia há quase um ano, disseram que o bebé deve nascer este verão e não tencionam ter mais filhos.

Inicialmente instalados no Canadá, depois no estado norte-americano da Califórnia, em Montecito, desde março, o casal tem capitalizado a imagem de casal moderno, misto e humanitário, num país onde a opinião lhes é muito mais favorável do que em Inglaterra.

Desde a mudança, o casal criou uma fundação, Archewell, e comprometeram-se a produzir programas para a Netflix, por 100 milhões de dólares (84 milhões de euros), de acordo com vários meios de comunicação social norte-americanos, bem como podcasts para o Spotify.

Além disso, foi anunciada uma parceria com a plataforma Apple TV+, em colaboração com a apresentadora norte-americana Oprah Winfrey.

Segundo o Wall Street Journal, a venda da entrevista à CBS rendeu sete a nove milhões de dólares (5,8 e 7,6 milhões de euros) ao canal “Oprah”, mantendo os direitos internacionais, uma fonte de receitas sognificativa, porque uma boa parte do planeta aguardava por este evento televisivo.

A entrevista com Oprah Winfrey foi a primeira do casal desde que ambos renunciaram aos deveres reais.

Isabel II apela à amizade e à união

Este domingo, horas antes da entrevista ser transmitida, a rainha de Inglaterra, a avó de Harry, dirigiu-se à nação, durante as habituais celebrações do Dia da Commonweatlh. A data ficou marcada pela mensagem de Isabel II, gravada a partir do Castelo de Windsor.

“Na próxima semana, ao celebrarmos a amizade, o espírito de união e as conquistas da Commonweatlh, teremos a oportunidade de refletir sobre um momento diferente de todos os outros”, afirmou a rainha, no início do seu discurso comemorativo, transmitido durante uma edição especial da BBC One.

“Os momentos de provação vividos por tantos levaram-nos a uma apreciação mais profunda do apoio mútuo e do sustento espiritual que recebemos por estarmos ligados uns aos outros”, continuou Isabel II, citada pelo Observador.

“Espero que possamos manter este renovado sentido de proximidade e comunidade”, referiu ainda.

Entrevista põe família real em xeque

A entrevista concedida à televisão norte-americana caiu como uma bomba no Reino Unido, abalando a monarquia com pesadas acusações de racismo, insensibilidade e relações familiares tensas.

Para o jornal The Times, “o que quer que a família real esperasse da entrevista, foi pior”.

“Meghan sofreu de tendências suicidas. Ela estava preocupada com seu bem-estar mental. Chorou durante um compromisso oficial. E a família real não ajudou”, acrescentou o diário, evocando “denúncias nocivas”.

“A imagem que surgiu é a de um casal vulnerável, que se sentia preso no seu papel [na família real] e que se sentia desprotegido pela instituição”, continua o jornal.

Para o Daily Telegraph, não chegava à família real “esconder-se atrás do sofá”. Era de um “colete à prova de balas” que precisava perante a entrevista, que continha “munições suficientes para afundar uma frota” e, “possivelmente, como alguns temem, infligir os mesmos estragos à monarquia britânica”.

“É justo dizer que esta entrevista indiscreta de duas horas é o pior cenário possível para o que o casal tem repetidamente referido como a Firma”, uma alcunha dada à monarquia, acrescenta o diário conservador, destacando os comentários racistas de que, segundo Meghan e Harry, o filho Archie foi alvo antes mesmo de nascer.

As alegorias militares também foram invocadas pelo canal de televisão ITV: “O casal na prática carregou um bombardeiro B-52, voou sobre o Palácio de Buckingham e descarregou o arsenal todo em cima”.

Para a BBC, esta “é uma entrevista devastadora” que revela “as terríveis pressões dentro do palácio” e esboça “a imagem de indivíduos insensíveis perdidos numa instituição indiferente”.

O tabloide Daily Mirror insiste na “imensa tristeza” do príncipe herdeiro Carlos, pai de Harry, e do irmão mais velho William, enquanto o Daily Express denuncia “uma conversa televisionada com Oprah que serve os próprios interesses” do casal, exilado nos Estados Unidos desde o afastamento da monarquia, na primavera de 2020.

https://zap.aeiou.pt/meghan-harry-abalam-familia-real-385852

Myanmar - Exército dispara munições reais contra manifestantes !

O exército birmanês disparou este domingo contra vários manifestantes com munições reais em Bagan, a cidade histórica na área central de Myanmar, causando um ferido leve, segundo os organizadores do protesto.


Milhares de birmaneses voltaram às ruas para protestar contra a junta militar em várias cidades, como Mandalay e Rangum, onde as forças de segurança dispararam gás lacrimogéneo.

Vestidos com capacetes de plástico e escudos de metal, os manifestantes tentavam impedir o avanço da polícia e dos militares com barricadas nas ruas, apesar da dura repressão. Fontes da Liga Nacional para a Democracia, partido do líder de facto Aung San Suu Kyi, relataram na rede social Facebook que um de seus representantes em Rangum, a maior cidade do país, morreu após ser preso no dia anterior. As mesmas fontes não especificaram o motivo da morte.

Pelo menos 54 manifestantes, incluindo cinco menores, morreram e centenas ficaram feridos devido a tiros de polícias e soldados durante os protestos, contra o golpe de 01 de fevereiro, que se repetem diariamente em todo o país. Além disso, mais de 1.500 pessoas, incluindo políticos, ativistas, jornalistas e monges, foram detidas desde o golpe militar e mais de 1.200 continuam presas, incluindo Suu Kyi, de 75 anos, que está incomunicável em prisão domiciliária.

A junta militar continua com uma campanha de desinformação nos media oficiais, na qual insiste que houve fraude eleitoral nas eleições de novembro passado, embora estas tenham sido validadas por observadores internacionais, e no desempenho correto das forças de segurança.

Os militares cortaram o acesso à Internet todas as noites durante semanas, como parte das medidas repressivas contra a população, que lançaram um movimento de desobediência civil contra o golpe.

Dias depois do levante militar, durante o qual parte do Governo eleito de Suu Kyi foi preso, a junta militar cortou o acesso a redes sociais como Facebook e Twitter para impedir que os cidadãos organizassem e compartilhassem vídeos, mas muitos contornam o bloqueio por meio de VPN.

Os manifestantes exigem que o exército liberte os presos, permita o retorno à democracia e reconheça o resultado das eleições de novembro passado, nas quais a Liga Nacional para a Democracia foi a vencedora.

Austrália suspende cooperação militar

A Austrália anunciou a suspensão da cooperação militar com Myanmar, em resposta ao golpe de Estado de 01 de fevereiro e à repressão dos protestos que causou mais de 50 mortos.

O Governo australiano apelou ainda à libertação da líder deposta, Aung San Suu Kyi, e do seu conselheiro australiano.

A ministra australiana dos Negócios Estrangeiros, Marise Payne, afirmou em comunicado, no domingo, que a cooperação militar com Myanmar era “limitada” e abrangia “áreas que não são de combate, como a formação em língua inglesa”.

A ministra informou também que o programa de desenvolvimento australiano será canalizado para as organizações não-governamentais (ONG), excluindo as agências governamentais, para dar prioridade à entrega de ajuda humanitária às pessoas mais vulneráveis, incluindo os mais pobres e a minoria étnica dos rohingya.

Payne disse também que o Governo cambojano irá rever o seu regime de sanções contra Myanmar, que já inclui um embargo à venda de armas e sanções contra a junta militar que tomou o poder.

A ministra insistiu na “libertação imediata” de Suu Kyi, que foi detida pelos militares no início de fevereiro, bem como do seu conselheiro para os assuntos económicos, o australiano Sean Turnell.

“O professor australiano Sean Turnell [diretor do Instituto de Desenvolvimento de Myanmar desde 2017] foi detido com acesso consular limitado durante mais de 30 dias”, especificou o ministro, condenando o uso de violência letal contra civis.

ONG denuncia ocupação de hospitais pela força

Os militares birmaneses, que assumiram o controlo de Myanmar após o golpe de Estado, ocuparam à força pelo menos seis hospitais, denunciou uma organização não-governamental (ONG).

A ONG Médicos para os Direitos Humanos alega que os soldados invadiram meia dúzia de hospitais em Rangum e ocuparam outros centros de saúde em Mandalay, Monywa e Taunggyi.

A ocupação de hospitais é uma violação do direito internacional e “apenas serve para minar ainda mais um sistema de saúde já sitiado pela pandemia da covid-19”, escreveu a ONG em comunicado.

“Embora o pessoal médico tenha deixado os seus postos para iniciar o movimento de desobediência civil, muitos voltaram aos hospitais em resposta à escalada da violência contra manifestantes pacíficos”, disse uma epidemiologista do Centro de Saúde Pública e Direitos Humanos da Universidade Johns Hopkins, Sandra Mon.

“Este cerco aos hospitais segue-se a vários dias de baixas e ferimentos em civis, significativos, e pode ser interpretado como uma tentativa direta de impedir as pessoas de aceder aos cuidados médicos. É também uma ameaça para os médicos deixarem de tratar os manifestantes feridos”, acrescentou.

https://zap.aeiou.pt/myanmar-exercito-dispara-municoes-385784

 

Polícia filipina matou nove pessoas associadas a “grupos terroristas comunistas” !

A polícia filipina apoiada por militares matou nove pessoas durante o fim de semana numa série de operações contra suspeitos de insurreição comunista, tendo as autoridades dito que os suspeitos dispararam primeiro, críticos dizem que eram ativistas desarmados.


A polícia disse esta segunda-feira que todos os mortos estavam associados a “grupos terroristas comunistas” e tinham disparado primeiro contra elementos das forças de segurança que cumpriam mandados de busca. Os suspeitos morreram enquanto eram levados para os hospitais, acrescentou a força de segurança.

A polícia cumpriu pelo menos 24 mandados de busca, a maioria por armas de fogo e explosivos ilegais, em vários locais nas províncias de Cavite, Laguna, Batangas e Rizal durante o fim de semana. As autoridades disseram ainda que mais seis suspeitos foram detidos e que nove escaparam.

Os assassínios foram imediatamente condenados por grupos de direitos humanos e ligados à esquerda, que exigiram uma investigação independente sobre o que alguns descreveram como execuções de ativistas sob o pretexto de uma repressão contra os rebeldes.

Cristina Palabay, do grupo de direitos humanos Karapatan, disse que muitos dos mortos pertenciam a grupos políticos e de trabalhadores, acrescentando que um casal morto que liderou um grupo de pescadores foi abatido a tiro pela polícia enquanto o filho de dez anos observava, escondido debaixo de uma cama.

O chefe da polícia nacional, general Debold Sinas, negou que os suspeitos tivessem sido vítimas de execuções extrajudiciais.

“Eram operações legítimas porque estavam cobertas por mandados de busca”, disse Sinas aos jornalistas.

Renato Reyes, da aliança de esquerda Bayan, disse que o Supremo Tribunal deveria investigar o que definiu como um padrão alarmante por parte das autoridades que fornecem detalhes questionáveis ou forjados sobre suspeitos de crimes aos juízes, que depois emitem mandados de busca.

Palabay culpou o Presidente, Rodrigo Duterte, que, segundo ela, encorajou o pessoal militar e policial com as suas regulares ameaças televisivas de matar rebeldes e traficantes de droga.

A ativista acusou um general do exército, Antonio Parlade Jr., que lidera as forças militares na região onde acontece a maior parte dos ataques de fim de semana, de estabelecer falsas ligações de muitos ativistas a grupos comunistas armados. Parlade negou as acusações.

No mês passado, o secretário da Defesa, Delfin Lorenzana, demitiu o vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas por ter este divulgado publicamente uma lista errada de guerrilheiros comunistas. A “negligência do chefe dos serviços secretos mostra apenas uma atitude despropositada em relação ao seu trabalho, resultando em confusão e prejuízo para a reputação”, justificou Lorenzana.

Os militares intensificaram a campanha contra os guerrilheiros do Novo Exército Popular e os seus apoiantes, quando Duterte termina a sua presidência de seis anos. As forças armadas querem acabar com a insurreição, uma das mais longas do mundo, antes do fim do mandato de Duterte, em junho de 2022.

Duterte iniciou conversações de paz mediadas pela Noruega quando tomou posse em meados de 2016 e nomeou líderes ativistas de esquerda para cargos no Gabinete, a fim de promover as negociações. Mas as conversações desmoronaram-se depois de cada lado ter acusado o outro de contínuos ataques, enquanto se envidavam esforços para pôr fim à rebelião de base rural.

https://zap.aeiou.pt/policia-filipina-matou-pessoas-385789

 

Pelo menos 17 mortos e 400 feridos em explosões na Guiné Equatorial !

Pelo menos 17 pessoas morreram e outras 400 ficaram feridas após várias explosões registadas, este domingo, num quartel militar na cidade de Bata, na Guiné Equatorial, informaram as autoridades.


De acordo com dados do Ministério da Saúde e Bem Estar Social da Guiné Equatorial, até ao momento registaram-se 17 mortes nos hospitais da cidade, enquanto o número de feridos ascende a 400.

Os feridos estão distribuídos por três hospitais da cidade: 70 no Hospital la Paz, 150 no Hospital Geral de Bata e 200 no Hospital Nuevo Inseso.

O quartel fica situado numa zona habitacional e durante a tarde imagens transmitidas pela TVGE mostravam casas completamente destruídas e dezenas de pessoas a fugir do local, muitas delas feridas, além de uma espessa coluna de fumo.

Num comunicado oficial, lido na televisão pública TVGE, o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, disse que a cidade de Bata foi “vítima de um acidente causado por negligência e descuido da unidade responsável pela guarda e proteção dos depósitos de dinamite e explosivos anexos ao quartel militar de Nkuantoma”.

De acordo com a nota, foram queimadas em terrenos das proximidades que alastraram aos paióis e causaram as explosões, mas Teodoro Obiang informou ter ordenado a abertura de uma investigação exaustiva às causas do acidente.

O chefe de Estado explicou que das explosões resultaram pelo menos 15 mortos e mais de 500 feridos, embora o Ministério da Saúde e Bem Estar Social tenha avançado durante a tarde que pelo menos 17 pessoas morreram e informação divulgada pela televisão pública TVGE fale em pelo menos 20 mortos. Entre os mortos haverá várias crianças.

Teodoro Obiang apresentou condolências aos familiares das vítimas, desejou as melhoras aos feridos e apelou para o apoio da comunidade internacional, acrescentando que o acidente acontece numa altura em que o país atravessa uma crise económica provocada pela quebra dos preços do petróleo e uma crise sanitária resultante da pandemia de covid-19.

O Presidente estimou que devido à “grandeza dos danos causados nas infraestruturas públicas e privadas”, a Guiné Equatorial necessitará do apoio internacional e dos parceiros privados no país para conseguir os volumes financeiros necessários para a recuperação.

“O impacto da explosão causou danos em quase todas as casas e edifícios em Bata”, disse.

Com o objetivo de fazer o mesmo apelo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Simeon Oyono Esono Angue, reuniu-se com o corpo diplomático acreditado em Malabo para pedir a ajuda dos parceiros internacionais.

A situação é catastrófica e neste momento o povo da Guiné Equatorial está totalmente devastado”, afirmou Simeon Oyono Esono Angue.

“É importante para nós pedirmos aos nossos países irmãos a sua ajuda nesta lamentável situação, uma vez que temos uma emergência de saúde (devido à covid-19) e à tragédia em Bata”, frisou.

A Guiné Equatorial integra a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014.

https://zap.aeiou.pt/17-mortos-explosoes-guine-equatorial-385794

Quase 10 anos depois, avião de Gaddafi continua parado num aeródromo em França !

Quase uma década depois de ter aterrado em solo francês, o avião presidencial do ex-ditador líbio continua parado num aeródromo no sul do país, estando no meio de vários processos judiciais que parecem não ter fim.


Em agosto de 2011, as imagens captadas no Aeroporto Internacional de Trípoli, na Líbia, tornaram-se prova da queda do regime de Muammar al-Gaddafi, ditador que governou o país durante mais de 40 anos.

Além de capturarem o próprio Gaddafi, que acabaria por ser morto em outubro desse mesmo ano, as forças opositoras assumiram o controlo do aeroporto e ainda conquistaram um “prémio”, um dos maiores símbolos de poder do ditador.

Estamos a falar do seu avião presidencial, o Airbus A340-200 que, embora do lado de fora se parecesse com mais um avião da companhia aérea líbia Afriqiyah Airways, no seu interior possuía, entre outros luxos, uma banheira de hidromassagem e até um cinema.

Tal como recorda a CNN, as novas autoridades do país viram-se a braços com um dilema: qual o destino a dar a esta luxuosa aeronave que, no fundo, representava tão intimamente os excessos do falecido ditador.

Foi então que, em 2012, o avião voou para as instalações da EAS Industries (atual Sabena Technics), uma empresa de manutenção de aeronaves subcontratada pela Air France, sediada no sul de França. A aeronave foi reparada e, um ano depois, estava pronta para ser usada novamente, tendo ficado na posse do Governo líbio para uso próprio.

Mas, de acordo com a mesma cadeia televisiva, essa acabou por ser uma viagem curta. Em março de 2014, e com a situação do país a deteriorar-se novamente, o avião voltou a solo francês. Desta vez, a sua chegada marcou o início de um imbróglio judicial internacional que o mantém parado até hoje, sete anos depois.

O Airbus A340 foi comprado por Gaddafi, em 2006, por cerca de 100 milhões de euros. No mesmo ano desta aquisição, o Governo líbio assinou um acordo com o grupo Al Kharafi, empresa com sede no Kuwait, para desenvolver um resort em Tajura, perto de Trípoli.

Não demorou muito para o negócio começar a ir por água abaixo e, em 2010, foi cancelado por parte do Executivo. O grupo privado respondeu, tendo processado o país num tribunal do Cairo, no Egipto, que, em 2013, decidiu que a empresa devia ser indemnizada em quase 800 milhões de euros.

O grupo Al Kharafi também processou o estado líbio em França, por isso, quando o avião aterrou, houve uma tentativa de apreensão. Porém, em 2015, um tribunal francês decidiu que a aeronave pertencia a uma nação soberana e, por isso, gozava de imunidade para uma ação judicial desta natureza. A empresa recorreu desta decisão, os anos foram passando e o avião continuou abandonado à sua sorte.

Em 2016, os custos de manutenção do Airbus A340 já ascendiam a quase três milhões de euros, o que fez com que a Air France também se tornasse parte do processo judicial, dando uma nova complexidade ao caso.

Apesar de tudo, parece que a aeronave continua a ser cuidada. No ano passado, observadores locais viram os seus motores a trabalhar, um procedimento regular entre aviões que estão parados há muito tempo. Contudo, no meio de vários processos judiciais que parecem não ter fim à vista, é difícil dizer o que o futuro lhe reserva.

https://zap.aeiou.pt/aviao-gaddafi-parado-franca-385258

“Honjok” é o nome do movimento sul-coreano que reivindica a solidão !

A solidão tornou-se um tema recorrente devido à pandemia de covid-19. Na Coreia do Sul, existe um movimento chamado “honjok”, que promove um estilo de vida solitário.


O isolamento imposto pela pandemia de covid-19 está a provocar uma autêntica “epidemia da solidão”, mas estar só não é necessariamente mau. Francie Healey, uma psicoterapeuta norte-americana, começou a estudar o fenómeno “honjok” um ano antes de o vírus invisível ter virado o mundo ao contrário.

Honjok” (“tribos de um só”) é um movimento sul-coreano que nasceu da contracultura. A BBC explica que muitos jovens, especialmente mulheres, decidiram criar a sua própria “tribo”, rejeitando os valores coletivistas da sociedade e abraçando o individualismo emergente para formar “famílias” de uma pessoa só.

Foi assim que surgiu o “honjok”, “um convite ao desfrutar da solidão e à reflexão sobre quem realmente somos, para além das normas sociais e culturais estabelecidas”, explicou a psicoterapeuta, autora do livro Honjok: The Art of Living Alone.

Em entrevista à emissora britânica, a especialista explicou que viver sozinho é uma arte, como indica o título do seu livro. Quando se escolhe a solidão, não se está a escolher necessariamente algo negativo – pode até tornar-se um prazer, defendeu.

Esta filosofia de vida começou nas pessoas que tomaram “a decisão consciente de viver sozinhas e de passar o tempo a desfrutar de atividades solitárias”. “Eles são, digamos, solitários de sucesso.”

Em 2017, o movimento, liderado por jovens sul-coreanos, deu o primeiro passo com a disseminação da hasghtag #honjok, usada para definir um estilo de vida que desafia as pressões sociais historicamente estabelecidas e as normas que os levam a casar e a constituir família.

“Estas normas sociais determinam que os homens tenham empregos bem-sucedidos em empresas de prestígio que lhes permitam sustentar uma família; e que as mulheres priorizem a família, mesmo que tenham um alto nível de formação académica ou uma carreira”, explicou Healey.

Em resposta à frustração que estas pressões sociais e culturais causavam nos jovens sul-coreanos, nasceu o “honjok”. O princípio deste estilo de vida, em que os jovens escolhem viver sozinhos e encontram assim a liberdade, é priorizar o mundo interior, transformando a solidão num espaço seguro para quem decide viver desta forma.

O isolamento social, imposto pela pandemia, traduziu-se num aumento dos transtornos depressivos, ansiedade e outras doenças relacionadas com a saúde mental. Mas, de acordo com a autora, sentir-se sozinho não é o mesmo que estar sozinho.

Para uns, “estar sozinho é uma oportunidade para refletir”, enquanto que para os outros “estar sozinho equivale a não ser digno de companhia”.

Segundo Francie Healey, “estar sozinho é uma escolha; a solidão, não“.

https://zap.aeiou.pt/honjok-movimento-sul-coreano-385503

Índia abre centro de bem-estar para hóspedes abraçarem vacas e “esquecerem todos os problemas” !

Animais de conforto e apoio emocional são cada vez mais populares em todo o mundo. Embora a maioria das pessoas use cães ou gatos, há também algumas escolhas mais bizarras, incluindo pavões, macacos e cobras.

Os méritos de usar um animal para suporte emocional ainda estão em debate, mas algumas pessoas afirmam obter muito conforto do seu animal e recorrer a ele em busca de relaxamento e apoio que não encontram noutro lugar.

Nesta tendência, as vacas podem ser o próximo animal a quem as pessoas podem pedir conforto. Aliás, algumas quintas nos Países Baixos, Reino Unido, Suíça e Estados Unidos já oferecem sessões de abraços a vacas.

Agora, de acordo com o jornal India Times, uma organização não governamental (ONG) em Gurugram, na Índia, também planeia abrir um centro de abraços a vacas.

A terapia de carinho de vacas de Kamdhenu Gowdham e Arogya Sansthan foi projetada para ser um refúgio reconfortante para aqueles que estão stressados ​​com a vida agitada da cidade e que procuram terapias alternativas para acalmar as suas mentes.

A terapia inclui acariciar e massajar a vaca, abraçar e sentar-se com ela. O objetivo principal é “acariciar uma vaca e esquecer todos os seus problemas”, de acordo com um comunicado.

A ONG, liderada por um oficial reformado do Serviço Administrativo Indiano e ex-presidente do Conselho de Bem-Estar Animal da Índia (AWBI) SP Gupta, afirma que cuidar de uma vaca pode curar algumas doenças e pode dar a uma pessoa uma mente sã com muitos outros benefícios.

“O carinho de vacas não só cura doenças respiratórias, pressão arterial, dores na coluna, problemas cardíacos, depressão, mas também tristeza, ansiedade e todos os tipos de tensões”, alega o comunicado.

Por outro lado, Sachin Deol, líder de projeto, afirmou que os resultados positivos não podem ser garantidos, uma vez que “cada corpo humano reage de forma diferente”, disse, numa entrevista ao The Logical Indian.

“Como psicóloga e alguém que experimentou [a prática], estar com vacas é extremamente terapêutico“, disse Ritu Dangwal, professora associada da Universidade NIIT, que regularmente vai ao abrigo de animais em Sadgrana. “A nossa ansiedade está no auge de todos os tempos. Estar com um animal emotivo, que não tem julgamento e ama incondicionalmente faz maravilhas. O calor e a entrega que se sente por eles são mais curativos do que qualquer aconselhamento sessão.”

O que diz a Ciência?

Em muitos outros países, acredita-se que este passatempo saudável aumenta os sentimentos positivos e reduz o stresse. A experiência aumenta a oxitocina em humanos, que é uma hormona libertada durante os laços sociais.

Segundo a BBC, é calmante abraçar um gato ou um cão – e essa sensação parece aumentar quando se abraça um animal maior.

Além disso, parece que o sentimento é mútuo. Segundo um estudo de 2007, publicado na revista científica Journal Applied Animal Behavior Science, as vacas entram num estado de relaxamento profundo quando as áreas do seu pescoço e a parte superior das costas são acariciadas.

Por outro lado, Michael Ungar sugere, num artigo publicado no Psychology Today, que o carinho da vaca pode ser comparável à terapia equina, que, embora carente de um suporte científico rigoroso, parece oferecer alguns benefícios a algumas pessoas.

https://zap.aeiou.pt/novo-centro-bem-estar-permite-hospedes-acariciem-vacas-385141

 

Movimento “Black Lives Matter” fez diminuir mortes causadas por polícias !

Desde que os protestos de Black Lives Matter começaram a ganhar destaque, após a morte de Michael Brown em 2014, no Missouri, o movimento espalhou-se por centenas de cidades em todos os estados dos EUA e teve grande impacto.


Agora, um novo estudo mostra que os homicídios policiais diminuíram significativamente na maioria das cidades onde os protestos ocorreram.

O movimento Black Lives Matter (BLM) inciou-se quando a ativista Alicia Garza, natural de Oakland, na Califórnia, partilhou uma mensagem de protesto no Facebook após George Zimmerman, um voluntário de vigilância, seguir e matar Trayvon Martin, de apenas 17 anos. O homem foi absolvido do assassinato em 2013.

O mote foi-se espalhando, criando assim um movimento contra o racismo estrutural e a violência policial. Também no ano passado, devido ao assassinato de George Floyd, milhões de pessoas manifestaram-se em centenas de protestos nos EUA e o movimento expandiu-se ainda mais a nível global.

“O Black Lives Matter representa uma tendência que vai além da descentralização que existia dentro do Movimento dos Direitos Civis”, disse Aldon Morris, um sociólogo da Northwestern University, que não esteve envolvido no novo estudo.

O especialista acrescentou que “a questão passa a ser: Os protestos Black Lives Matter têm algum efeito real em termos de geração de mudança? Os dados mostram claramente que onde houve protestos, o número de mortes diminuiu. O protesto é importante e pode gerar mudanças”, defende.

O estudo publicado em fevereiro pela Social Science Research Network, é o primeiro do seu tipo a medir uma possível correlação entre o movimento e o decréscimo do números de homicídios policiais.

A pesquisa indica que as cidades onde se realizaram protestos BLM, tiveram uma redução até 20% nas mortes executadas por polícias, resultando em cerca de 300 mortes a menos em todo o país entre 2014 e 2019.

Os autores do estudo acreditam que a ocorrência de protestos locais aumentou a possibilidade dos departamentos de polícia instalarem câmaras de controlo comunitário. Outra razão prende-se com o facto dos polícias começaram a ganhar mais consciência moral, adotando assim uma postura menos agressiva, diz o Scientific American.

No entanto, nem todas as cidades registaram um declínio. Os homicídios policiais aumentaram em Minneapolis, Portland, San Francisco e St. Louis durante o período que foi analisado durante a pesquisa.

https://zap.aeiou.pt/black-lives-matter-diminuir-mortes-385527

 

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