sexta-feira, 2 de abril de 2021

Bolsonaro gastou 350 mil euros em férias durante a pandemia !

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, gastou mais de 2,3 milhões de reais (cerca de 350 mil euros) em férias realizadas no litoral do país, entre dezembro e janeiro últimos, em plena pandemia, informou um deputado federal.

Os valores gastos pelo Presidente, e pela sua comitiva, em plena pandemia de covid-19, foram considerados pelo deputado federal Elias Vaz, do Partido Socialista Brasileiro, PSB, como uma “bofetada na cara dos brasileiros“. Os dados sobre estes gastos foram enviados pelo deputado à imprensa local e partilhados nas redes sociais.

Os documentos que comprovam os gastos do Presidente nas suas férias, entre 18 de dezembro e 5 de janeiro, foram enviados a Elias Vaz, pelos ministros do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, após um pedido de informação oficial feito pelo parlamentar.

De acordo com as informações fornecidas pela Secretaria-Geral da Presidência, foram gastos 1,19 milhões de reais (180 mil euros) em despesas com alojamento do Presidente, da sua família, convidados e toda a equipa de profissionais, alimentação e bebidas consumidas por todos, entretenimento e despesa com locomoção terrestre ou aquática.

Já o GSI, responsável pela segurança de Bolsonaro, informou que foram gastos 185 mil dólares (cerca de 150 mil euros) com transporte aéreo em aeronaves da Força Aérea Brasileira para eventos privados do Presidente neste período, somando manutenção e combustível. Estes gastos estão previstos no Orçamento Anual da Aeronáutica.

Além disso, foram calculadas despesas de 202 mil reais (30 mil euros) em passagens aéreas e diárias de membros da secretaria de segurança e coordenação presidencial.

“Numa situação normal, estes gastos já seriam um absurdo. Agora, numa situação onde tínhamos quase 200 mil mortes devido à covid-19 naquele período, o fim do auxílio de emergência para os mais pobres e a alegada falta de recursos… Nós tínhamos, bem claramente, uma crise sanitária e económica, e Bolsonaro sai de férias”, disse Elias Vaz.

“Já não é uma situação compreensível o Presidente sair de férias num momento desse, e ainda gastou esse dinheiro. É uma afronta ao povo brasileiro”, acrescentou o deputado, qe informou que vai pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue os gastos do chefe de Estado.

“Com o Brasil com quase 200 mil mortes, o Presidente torrava o dinheiro do povo com passeios. Enquanto isso, falta comida no prato de milhares de cidadãos atingidos em cheio pela crise”, acrescentou Vaz.

O último brasileiro a ser vacinado

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse esta quinta-feira que, caso decida receber a vacina contra a covid-19, será o “último brasileiro” a ser imunizado, frisando que esse é o “exemplo que um chefe deve dar”.

“Há uma discussão agora, se eu vou vacinar-me ou não. Eu vou decidir. O que eu acho? Eu já contraí o vírus. Eu acho que o que deve acontecer é: depois que o último brasileiro for vacinado, se sobrar uma vacina, então eu vou decidir se me vacino ou não”.

“Esse é o exemplo que um chefe deve dar. Igual ao quartel. Geralmente o comandante é o último a se servir. É o que dá exemplo a todos”, acrescentou Bolsonaro, na sua habitual transmissão semanal na rede social Facebook.

Jair Bolsonaro, de 66 anos e um dos chefes de Estado mais céticos em relação à gravidade da pandemia em todo o mundo, chegou a dizer publicamente que não iria receber a vacina contra o SARS-Cov-2, afirmando que pode provocar efeitos secundários, posição que provocou receio em algumas parcelas da sociedade.

Segundo informações oficiais, 18,5 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 já foram aplicadas até ao momento no Brasil, num plano que avança lentamente, devido a dificuldades que o executivo brasileiro enfrenta na sua aquisição.

Bolsonaro negou ainda que faltem camas de unidades de terapia intensiva, contrariando vários órgãos de saúde e hospitais que dão conta de um colapso hospitalar em vários estados.

“As informações que nós temos, pelo Brasil todo, é que não estão faltando camas de UTI. Chega a 95%, 90%, mas não tem faltado. E, se estiver faltando, é porque está a faltar planeamento por parte dos interessados. Porque o Governo não mede esforços para liberar camas de UTI”, declarou o Presidente

Bolsonaro voltou a criticar medidas de isolamento social para travar a disseminação do vírus. “O meu Exército brasileiro não vai sair às ruas para prender as pessoas ou não vai impedi-las de trabalhar”, reforçou, lançando duras críticas a governadores e autarcas que decretaram confinamento obrigatório em várias regiões.

O Brasil, que atravessa o momento mais crítico na pandemia, totaliza 325.284 óbitos e 12.839.844 diagnósticos de infeção desde que o primeiro caso foi registado no país, há cerca de 13 meses.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.816.908 mortos no mundo, resultantes de mais de 128,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-gastou-350-mil-euros-em-ferias-durante-a-pandemia-392231

 

Canal do Suez - Egito quer indemnização superior a mil milhões de euros !

O Ever Given bloqueou o Canal do Suez durante quase uma semana. Agora, o Egito espera uma indemnização superior a mil milhões de euros.


O Egito espera uma compensação superior a mil milhões de euros depois de um porta-contentores ter bloqueado o Canal do Suez durante quase uma semana, de acordo com um alto funcionário daquela infraestrutura.

O tenente-general Ossama Rabie, chefe da autoridade do Canal, alertou que a embarcação e a sua carga não teriam permissão para deixar o Egito se a questão da compensação for a tribunal.

Em declarações por telefone a um programa de entrevistas pró-governo na quarta-feira, o funcionário explicou que a quantia leva em consideração a operação de resgate, custos de tráfego paralisado e taxas de trânsito perdidas durante a semana em que o Ever Given bloqueou o Canal do Suez.

“É um direito do país”, vincou Rabie, sem especificar quem seria responsável pelo pagamento da indemnização, acrescentando que, no ano passado, as autoridades do Canal e os proprietários do navio tiveram um bom relacionamento.

O navio de carga está atualmente num dos lagos do canal, onde as autoridades e os gerentes da embarcação estão a conduzir uma investigação.

Esta quinta-feira, os gestores técnicos do navio, a Bernard Schulte Shipmanagement, disse num e-mail à agência Associated Press que a tripulação está a cooperar com as autoridades na investigação sobre o que levou o navio a encalhar.

Rabie esclareceu ainda que se a investigação corresse bem e houvesse um acordo sobre a quantia da indemnização, a embarcação poderia seguir caminho sem problemas.

No entanto, se o assunto da indemnização envolvesse o litígio, o Ever Given e a sua carga de cerca de 3,5 mil milhões de dólares (cerca de três mil milhões de euros) não teriam permissão para deixar o Egito.

O litígio pode ser complexo, uma vez que a embarcação é propriedade de uma empresa japonesa, operada por uma companhia de Taiwan e com bandeira do Panamá.

O congestionamento do Canal do Suez ainda não está resolvido quase três dias depois do navio ter voltado a navegar e hoje quase 250 embarcações aguardavam para atravessar a via.

Segundo a empresa de serviços logísticos Leth Agencies, 249 embarcações esperavam poder atravessar esta quinta-feira a importante via marítima, por onde passa cerca de 10% do comércio marítimo mundial e 25% dos contentores.

Segundo a Autoridade do Canal do Suez, o Egito perdeu entre 12 milhões e 15 milhões de dólares (entre 10 milhões e 12,7 milhões de euros) por cada dia que esteve encerrada a passagem, que encurta em vários dias a viagem marítima entre a Ásia e a Europa.

Ventos fortes e uma tempestade de areia foram apontados inicialmente como o que levou o Ever Given a ficar atravessado no canal, embora Rabie tenha levantado depois a possibilidade de “erros humanos ou técnicos”.

As operações de desencalhe exigiram mais de dez rebocadores, bem como dragas para escavar o canal.

https://zap.aeiou.pt/canal-do-suez-egito-indemnizacao-392208

 

Bastou a sua voz para Trump ser novamente banido do Facebook !

O ex-Presidente dos Estados Unidos voltou a ser banido do Facebook, esta semana, mas desta vez de forma indireta. Tudo por causa da sua voz poder ser ouvida num vídeo.


Em janeiro, depois do assalto ao Capitólio, o Facebook e outras redes sociais decidiram suspender por tempo indeterminado a página de Donald Trump. O Twitter foi mais longe e decidiu mesmo suspender permanentemente a sua conta.

Mas agora, conta a BBC, a rede social de Mark Zuckerberg decidiu remover um vídeo partilhado na página de uma das suas noras, a produtora de televisão Lara Trump, por se ouvir a voz do antigo Presidente.

A familiar, que trabalha com a Fox News, partilhou um vídeo no qual se pode vê-la a entrevistar Trump. Mais tarde, o excerto da entrevista foi banido pela rede social e Lara Trump partilhou a alegada justificação do Facebook para tal decisão.

“Em linha com o bloqueio que colocámos no Facebook e no Instagram de Donald Trump, qualquer conteúdo que contenha a sua voz será removido e resultará em limitações adicionais à conta em questão”, pode ler-se.

“E assim do nada, estamos um passo mais perto de ‘1984’, de George Orwell. Uau”, escreveu a nora de Trump, que é casada com o seu filho Eric, na sua conta de Instagram.

Recorde-se que, esta semana, o antigo Presidente dos Estados Unidos lançou um novo site. A plataforma é a celebração do passado onde o republicano narra, de forma seletiva, os quatros anos ao comando da Casa Branca.

“O escritório de Donald J. Trump está empenhado em preservar o magnífico legado da Administração Trump, ao mesmo tempo em que promove a agenda do ‘America First'”, lê-se no final da primeira página.

O gabinete afirma ainda que o político norte-americano “destronou dinastias políticas, derrotou a elite de Washington e superou praticamente todas as estruturas de poder enraizadas”.

Este mês, numa entrevista à Fox News, Jason Miller, um antigo porta-voz da campanha do ex-chefe de Estado, disse que, depois de ter sido banido das redes sociais, o milionário iria lançar a sua própria plataforma de comunicação social nos próximos meses.

https://zap.aeiou.pt/bastou-voz-trump-banido-facebook-391997

 

Dois polícias do Capitólio avançam com processos contra Donald Trump !

Dois polícias do Capitólio moveram, pela primeira vez, processos efetivos contra Donald Trump por ter incitado o ataque ao Congresso norte-americano.


Dois polícias do Capitólio, que estavam de serviço no dia 6 de janeiro, processaram o antigo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusando-o de ser o responsável pelos danos físicos e emocionais que sofreram como resultado do ataque ao Congresso norte-americano, avança o The New York Times.

James Blassingame e Sidney Hemby avançaram com uma queixa no Tribunal Distrital Federal no distrito de Columbia e pedem uma compensação pelos danos de, pelo menos, 75 mil dólares (quase 64 mil euros) para cada um.

O diário norte-americano escreve que esta é a primeira queixa do género, numa força que tem cerca de 2.000 agentes.

Hemby, polícia no Capitólio há 11 anos, estava no exterior do Congresso dos Estados Unidos e alega que foi esmagado pela multidão, tendo ainda sido alvo de um spray com químicos, que lhe queimou os olhos, a pele e a garganta.

Na queixa, o agente revela estar ainda em recuperação, nomeadamente com lesões no pescoço e costas. Além disso, acrescenta ter tido dificuldades em lidar emocionalmente com o ataque.

A denúncia dos agentes policiais alega que o antigo Presidente norte-americano “inflamou, encorajou, incitou, dirigiu e ajudou” a multidão que invadiu o edifício.

No dia 6 de janeiro, depois de ouvir Donald Trump discursar, a multidão desceu até ao edifício do Capitólio para impedir a certificação da vitória de Joe Biden, o atual Presidente dos Estados Unidos.

Na sequência do ataque à sede do Congresso norte-americano morreram cinco pessoas.

Trump foi alvo de um processo de destituição por causa do ataque, mas acabou por ser absolvido pelo Senado da acusação de “incitamento à insurreição”.

https://zap.aeiou.pt/dois-policias-capitolio-processos-trump-392090

Ataques em Moçambique - Deslocados enganam a fome com folhas de feijão e sal !

As folhas de feijão que crescem junto à casa precária em Pemba enganam a fome da família de 30 pessoas de Virgílio Chimuemue, 61 anos, deslocados da guerra em Cabo Delgado, norte de Moçambique.


“Sem ajuda, fico muitos dias com sacrifício, só com essas folhas aí. Sempre cozinhamos e damos com sal. E as crianças comem assim mesmo. Folhas de feijão que eles sempre recolhem e comem”, descreveu à agência Lusa.

Não há comida que chegue, “mas as crianças dormem melhor. As crianças podem brincar”, longe do som das armas dos grupos insurgentes que atacam a província há três anos e meio. O preço da segurança é a fome, porque Virgílio teve de largar as terras férteis de Muidumbe, onde sempre viveu a “culimar a machamba”, a arte de trabalhar a horta.

“Poupamos [os donativos] a comer uma vez por dia”, reservando sacos de farinha de milho para os mais novos, netos de Virgílio. “Verificamos as crianças e quando estão pior é quando vamos preparar”, disse, ao apontar para os sacos sob um abrigo de estacas e lonas onde tachos e panelas estão espalhados pelo chão arenoso. Esta quinta-feira é um dos dias em que os sorrisos se abrem para receber um apoio reforçado da Cáritas.

“Nestes sacos há feijão-nhembe, que coze mais rápido, porque sabemos que não têm carvão”, explicou Betinha Ribeiro, da equipa de apoio humanitário que calcorreia numa viatura de caixa-aberta os caminhos impróprios do bairro Expansão.

Caminhos com tantas valas escavadas pela chuva que deixam longe um bairro colado à cidade. Açúcar, esparguete, óleo, são luxos desta doação. Lá está também o arroz que vai logo ao lume num tacho que servirá para todos.

“Aqui eu não tenho emprego, fico assim, sempre, um deslocado”, queixou-se Virgílio, sem dinheiro “para comprar comida”.

Outra associação religiosa, a Arco-Íris, também traz alimentos ocasionalmente à família, sem mais respostas de apoio, apesar de estar identificada. “Só vêm aí, escrevem os nossos nomes, mas não trazem nada. Utilizam os nossos nomes de refugiados”, indicou Virgílio, sem conseguir perceber o que falha. Do que tem a certeza, é que não pode voltar atrás.

“Andámos duas semanas no mato, sem comer”, durante a fuga de Muidumbe, em 2020, e essa é a pior das memórias.

Os sacos estão contados, o poço de onde a família se abastece com água potável está verificado e é hora de a equipa de apoio humanitário voltar a Pemba. Há mais deslocados para receber, de Palma, alvo do mais recente ataque terrorista, a precisar de apoio alimentar que escasseia para responder a uma crise crescente em Cabo Delgado.

Forças governamentais querem devolver segurança

A Comissão Política da Frelimo, partido no poder em Moçambique, assegurou esta quinta-feira que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) “tudo têm feito” para garantir a segurança e o sossego na região norte, face aos ataques de grupos armados.

“A Comissão Política saúda o trabalho das Forças de Defesa e Segurança, que tudo têm feito para garantir a segurança e sossego das populações”, referiu uma nota daquele órgão da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), a que a Lusa teve acesso.

O partido no poder assinala que os “ataques e a brutalidade” de grupos armados na província de Cabo Delgado estão a provocar “sofrimento e drama às populações”.

A Comissão Política da Frelimo é o órgão decisório mais alto do partido no poder em Moçambique no intervalo entre as sessões do Comité Central e dos congressos e reúne-se semanalmente sobre a liderança do presidente da organização, que é também o Presidente da República, Filipe Nyusi.

A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, é desde há cerca de três anos alvo de ataques terroristas e o último aconteceu no passado dia 24, em Palma, em que dezenas de civis foram mortos, segundo o Ministério da Defesa moçambicano. A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados, segundo agências da ONU, e mais de duas mil mortes, segundo uma contabilidade feita pela Lusa.

O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou na segunda-feira o controlo da vila de Palma, junto à fronteira com a Tanzânia.

Vários países têm oferecido apoio militar a Maputo para combater estes insurgentes, cujas ações já foram reivindicadas pelo autoproclamado Estado Islâmico, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora haja relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.

https://zap.aeiou.pt/ataques-mocambique-deslocados-fome-feijao-392105

 

Biden aumenta impostos e anuncia 2,3 biliões de dólares para infraestruturas !

O Presidente dos Estados Unidos anunciou, esta quarta-feira, um plano de investimentos de 2,3 biliões de dólares (dois biliões de euros) para renovar e modernizar as infraestruturas do país nos próximos oito anos.


Ao discursar no centro de formação do sindicato dos carpinteiros em Pittsburgh, Joe Biden classificou o projeto como “o investimento de uma geração na América”.

O Presidente foi ao ponto de comparar o seu projeto de transformação da economia dos EUA com a corrida ao Espaço e prometeu resultados tão grandes à escala como os programas ‘New Deal’, do Presidente Franklin D. Roosevelt, ou ‘Great Society’, do Presidente Lyndon B. Johnson, que formataram os Estados Unidos no século XX.

“Este é um investimento que se faz uma vez por geração, diferente de tudo o que se viu ou fez desde que construímos o sistema de autoestradas interestatal ou a corrida ao Espaço, há décadas. De facto, é o maior investimento em emprego nos EUA desde a II Guerra Mundial. Vamos criar milhões de empregos, empregos bem pagos”, declarou.

Dirigentes da Casa Branca adiantaram que o investimento vai gerar estes empregos à medida que o país sai dos combustíveis fósseis e combate os perigos das alterações climáticas.

O financiamento dos projetos virá de uma subida dos impostos sobre empresas. Ao fazê-lo, Biden vai passar as taxas sobre lucros de 21% para 28%, anulando a decisão dos republicanos de 2017.

Por outro lado, o chefe de Estado apontou o dedo à fuga fiscal: “91 das empresas da ‘Fortune 500’, incluindo a Amazon, não pagam um único cêntimo em impostos sobre lucros”.

O anúncio desta quarta-feira vai ser seguido, nas próximas semanas, por outro anúncio de um pacote equiparado de investimentos em cuidados infantis, créditos fiscais para famílias e outros programas internos. Este novo pacote de dois biliões de dólares vai ser pago por aumento de impostos sobre indivíduos e famílias com riqueza.

“Wall Street não construiu este país. Vocês, classe média, construíram este país. E os sindicatos construíram a classe média”, afirmou o Presidente norte-americano.

A Casa Branca já detalhou que a maior parte da proposta inclui 621 mil milhões de dólares para estradas, pontes, vias públicas, estações de carregamento de veículos elétricos e outras infraestruturas de transporte. Outros 111 mil milhões estão destinados à retirada de tubos de alumínio no transporte de água e modernização das redes de esgotos.

Segundo o jornal Público, se o anterior pacote de emergência contra a crise (de 1,9 biliões de dólares) passou por muitas dificuldades para passar no Congresso, agora as contas para este devem vir a ser ainda mais complexas.

Cisjordânia é um território “ocupado” por Israel

A administração norte-americana considerou que a Cisjordânia é um território “ocupado” por Israel, disse o Departamento de Estado numa atualização, depois da publicação de um relatório que parecia evitar essa formulação.

“É um facto histórico que Israel ocupou a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e os montes Golã depois da guerra de 1967″, disse, esta quarta-feira, o porta-voz da diplomacia norte-americana, Ned Price, citado pela agência France-Presse.

O porta-voz assegurou que o relatório anual sobre os direitos humanos publicado na terça-feira por Washington “utiliza o termo ocupação no contexto atual da Cisjordânia”. “É a posição antiga de Governos precedentes”, tanto democratas como republicados, “há várias décadas”, insistiu.

No relatório, o departamento intitula de “Israel, Cisjordânia e Gaza” a secção relativa aos territórios e, antes do mandado do ex-Presidente Donald Trump, a secção chamava-se “Israel e os Territórios Ocupados”.

Desta forma, a Administração Biden pareceu também abster-se de falar explicitamente da Cisjordânia como um território “ocupado”, na linha da diplomacia mais favorável a Israel praticada pelo anterior Governo republicano.

Não tendo regressado à designação de “territórios ocupados”, o Departamento de Estado dos Estados Unidos inseriu, no entanto, um parágrafo a explicar que as palavras usadas “não refletem uma posição sobre nenhuma das questões relacionadas ao status final a ser negociado pelas partes no conflito, em particular as fronteiras específicas da soberania israelita em Jerusalém, ou as fronteiras entre Israel e um futuro estado palestiniano”.

“Essa secção do relatório cobre Israel (…), bem como os montes Golã e os territórios de Jerusalém-Este que Israel ocupou durante a guerra de junho de 1967”, de acordo com os autores do documento.

É também referido que “os Estados Unidos reconheceram Jerusalém como capital de Israel em 2017 e a soberania de Israel sobre os montes Golã em 2019″, sem voltar atrás nessas decisões tomadas durante a administração de Trump.

Ned Price declarou ainda que essa formulação não reflete uma mudança de posição da parte da Administração Biden que, contrariamente a Donald Trump, defende a solução de dois estados para Israel e Palestina.

Pentágono adota medidas que revogam veto de Trump às pessoas transgénero

O Pentágono anunciou, esta quarta-feira, uma série de medidas que revogam as políticas adotadas pela administração do ex-Presidente, que impedia pessoas transgénero de servirem nas forças armadas.

De acordo com a agência EFE, as novas disposições do Departamento de Defesa permitem aos membros desse coletivo alistarem-se e servirem com o género com que se identifiquem.

As pessoas terão também acesso a assistência médica no processo de mudança de sexo se o requerirem, explicou o porta-voz do Pentágono, John Kirby, em conferência de imprensa.

No mesmo dia, o Presidente dos Estados Unidos converteu-se no primeiro líder deste país a comemorar o Dia Internacional da Visibilidade Transgénero e pediu que se respeite “o valor e a dignidade” destas pessoas.

Nos últimos meses, a Defesa norte-americana tem estado a desenvolver estas medidas, depois de Biden ter ordenado, cinco dias depois da sua tomada de posse como Presidente, a derrogação do veto às pessoas transgénero nas forças armadas.

As medidas anunciadas agora pelo Pentágono, e que entrarão em vigor em 30 dias, proíbem ainda a discriminação por identidade de género.

O secretário da Defesa, Lloyd Austin, pediu também que se revejam os arquivos quanto a soldados que tenham sido dispensados ou a quem tenha sido negada a readmissão devido à sua identidade de género durante a administração do republicano.

As pessoas transgénero não puderam servir nas forças armadas dos Estados Unidos até à Administração de Barack Obama (2009-2017), em que Joe Biden foi vice-Presidente, ter levantado essa proibição.

https://zap.aeiou.pt/biden-2-bilioes-dolares-para-infraestruturas-391983

 

Bolsonaro contradiz novo ministro da Saúde e diz que não vale a pena ficar em casa !

Jair Bolsonaro fez as declarações, minutos depois de Marcelo Queiroga, o seu novo ministro da Saúde, ter pedido à população para usar máscara e manter o distanciamento social durante a Páscoa.


Apesar do esforço de auxiliares do governo e de parlamentares, o Presidente do Brasil continua a seguir na direção contrária às recomendações sanitárias.

Bolsonaro voltou a desvalorizar a pandemia e disse que não adianta ficar em casa, declarações que contrastam com as recomendações feitas pelo atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Segundo o Público, o novo governante participou de uma manifestação conjunta após a primeira reunião do comité de combate à crise do novo coronavírus, criado na quarta-feira passada.
 
No evento, Queiroga apelou ao uso de máscara e ao distanciamento social durante o feriado de Páscoa, apesar de se dizer ser contra medidas “extremas”.

Poucos minutos depois, no salão ao lado, no segundo andar do Palácio do Planalto, Bolsonaro apareceu para anunciar o calendário da nova rodada do auxílio emergencial e proferiu palavras bastante diferentes.

“Tínhamos e temos dois inimigos, o vírus e o desemprego. É uma realidade. Não é ficando em casa que vamos solucionar este problema”, afirmou o Presidente.

Bolsonaro disse que o Governo não pode continuar a pagar apoios porque “custa para toda a população e pode desequilibrar a nossa economia”.

“Queremos voltar à normalidade o mais rápido possível”, disse o Presidente, que também voltou a falar em medo de “problemas sociais gravíssimos no Brasil”. “Se a pobreza continuar avançando, não sei onde poderemos parar”.

Enquanto isso, em audiência na Câmara, Marcelo Queiroga voltava a defender o distanciamento, contudo mantém-se reticente quanto a um confinamento geral, como tem acontecido em vários países da Europa.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-contradiz-ministro-saude-391945

 

Há uma millenial que quer ser líder da ONU num “crime de lesa majestade” contra Guterres !

Aos 34 anos, a indo-canadiana Arora Akanksha anunciou a candidatura a secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) contra António Guterres, que vai tentar a reeleição. As suas hipóteses são quase nulas, mas Akanksha quer “abanar” uma entidade que se tornou “irrelevante”.

Arora Akanksha

Arora Akanksha apresenta a primeira candidatura de um elemento da chamada geração millennial e, se vencer, tornar-se-á a primeira mulher secretária-geral da ONU.

Ela assume-se como líder da “geração da mudança” e diz que quer “cumprir a promessa ao mundo” de uma ONU “que funcione”.

A sua principal bandeira é a defesa dos direitos dos 85 milhões de refugiados que existem no planeta. Ou não fosse ela própria neta de refugiados, já que os avós fugiram do Paquistão em 1947, instalando-se na Índia, onde viria a nascer.

Mas Arora é uma verdadeira cidadã do mundo. Cresceu na Arábia Saudita com os pais, ambos médicos, viveu parte da juventude na Índia e mudou-se para o Canadá com 18 anos.

Actualmente, vive em Nova Iorque, onde integra o Programa da ONU para o Desenvolvimento como auditora financeira, desde 2016, depois de ter sido recrutada numa empresa de contabilidade.

Após ter anunciado a sua candidatura a líder da ONU em Fevereiro passado, tirou uma licença sem vencimento para fazer a campanha que está a financiar com as suas próprias poupanças.

O seu orçamento é de apenas 30 mil dólares, segundo revela o New York Times (NYT).

“Um crime de lesa majestade” contra Guterres

O mandato de Guterres na liderança da ONU termina no final deste ano e o ex-primeiro-ministro português vai recandidatar-se. A expectativa é de que seja eleito para um segundo mandato.

“Tenho a certeza de que ela não tem hipóteses e estou igualmente certo de que ela sabe disso”, aponta ao NYT Edward Mortimer, um antigo assessor de Kofi Annan que foi secretário-geral da ONU entre 1997 e 2006.

“É uma forma corajosa de demonstrar o descontentamento que, sem dúvida, é amplamente compartilhado pelos seus colegas”, destaca ainda Mortimer.

Arora não tem qualquer experiência diplomática e trabalha na ONU “há apenas quatro anos”, além de ter “menos de metade da idade” de Guterres que tem 71 anos, como evidencia o NYT.

O jornal conclui, assim, que a candidatura é “uma jogada audaciosa para sacudir” a ONU.

“A ousadia de Arora tocou o nervo da organização de 193 membros e chamou a atenção para a forma historicamente opaca com que o seu líder é escolhido”, aponta ainda o NYT.

É que, como o jornal realça, apesar das boas intenções de Arora, na verdade, a ONU “tem pouco poder real” e o seu secretário-geral está basicamente submetido aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança com direito a veto, respectivamente Grã-Bretanha, China, França, Rússia e EUA.

De resto, o voto destes cinco países é determinante para eleger o líder da organização.

A candidatura de Arora é quase “um crime de lesa majestade” contra Guterres, como destaca o jornal francês L´Express, vincando que “a abordagem da jovem contraria os hábitos e costumes vigentes” na ONU.

Já o jornal belga Le Soir aponta que a jovem é “totalmente desconhecida” e que as suas hipóteses são “muito fracas, quase inexistentes”.

Crítica feroz às contas da ONU

Alheia a jogos de bastidores e às poucas possibilidades que poderá ter, Arora diz que espera que a sua candidatura seja “um despertar para toda gente”, de forma a mudar o actual cenário em que a ONU é quase “irrelevante”, conforme declarações ao Público.

A auditora indo-canadiana refere que a ONU foi criada com “muito boas intenções de tornar o mundo um lugar melhor, de acabar com o sofrimento humano o mais depressa possível, de haver paz e segurança, de se respeitarem os direitos humanos e o Estado de direito e de trazer desenvolvimento e progressos”.

Contudo, a ONU “não cumpriu a promessa que fez ao mundo há 75 anos”, defende, realçando que a organização precisa de deixar de ser “espectadora das crises” para se tornar “líder” da mudança.

E o primeiro passo para isso seria tratar da distribuição desigual de vacinas pelo mundo, refere ao Público, em alusão à pandemia de covid-19.

“Acho que não podemos resolver problemas do século XXI com o pensamento do século XX”, aponta ainda no jornal.

Arora também retira da cartola as funções de auditora financeira para criticar a forma como as verbas da ONU são gastas.

“Eu não entendo como é que por cada dólar que recebemos, apenas 30% vai para as causas. A ONU continua a dizer que não consegue cumprir os seus objectivos, porque não tem financiamento — eu discordo. Eles têm financiamento, só não o usam apropriadamente”, constata.

Além dos refugiados, os pilares da sua candidatura são a tecnologia, a educação, a paz e segurança, e as crises humanitárias.

https://zap.aeiou.pt/millenial-contra-guterres-onu-391864

 

 

OMS critica lentidão “inaceitável” na Europa - Bruxelas desafia países a organizarem vacinação em massa !

Enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) critica a lentidão “inaceitável” da vacinação contra a covid-19 na Europa, a Comissão Europeia pediu aos países que incrementem a capacidade de vacinação para quando houver mais produção.

“O ritmo lento da vacinação prolonga a pandemia”, disse o diretor da OMS Europa, Hans Kluge, sublinhando que o número de novos casos na Europa aumentou fortemente nas últimas cinco semanas.

“As vacinas são a nossa melhor saída para a pandemia. Não só funcionam, mas também são muito eficazes na limitação de infeções. No entanto, a aplicação dessas vacinas está a decorrer a uma lentidão inaceitável”, continuou Kluge, em comunicado.

“Precisamos de acelerar o processo, aumentando a produção, reduzindo as barreiras à entrega da vacina e usando qualquer dose que tivermos em stock”, disse Kluge. “Atualmente, a situação regional é a mais preocupante que temos observado há vários meses”.

Na região da OMS na Europa, que inclui cerca de cinquenta países, incluindo a Rússia e vários Estados da Ásia Central, o número de novas mortes ultrapassou 24 mil na semana passada e está “rapidamente” a aproximar-se da marca de um milhão, segundo a organização.

O número semanal de novos casos chegou a 1,6 milhões. Há apenas cinco semanas, os números haviam caído para menos de um milhão, apontou a OMS.

Bruxelas quer países a organizarem vacinação em massa

A Comissão Europeia divulgou que, até sexta-feira, chegam 107 milhões de doses de vacinas contra covid-19 à União Europeia (UE), pedindo aos países que incrementem a capacidade de vacinação para quando houver mais produção, prevendo a imunidade coletiva em julho.

“A vacinação está a progredir de forma constante na União Europeia e, até final desta semana, 107 milhões de doses de vacinas terão chegado aos países”, indicou o executivo comunitário no Twitter.

Também através daquela plataforma, o comissário europeu do Mercado Interno, que é responsável por contactos com a indústria farmacêutica para aumentar a produção de vacinas contra a covid-19 para a UE, observou existir uma “forte aceleração da produção industrial das vacinas no terreno”.

Segundo as contas de Thierry Breton, a UE estará, “em meados de julho, em condições de fornecer aos Estados-membros doses suficientes para atingir a imunidade coletiva, [para vacinar] cerca de 70% da população adulta”. “Desde que, claro, as doses sejam administradas”, realçou o comissário europeu.

Thierry Breton vincou que, para isso, “os Estados-membros precisam de estar prontos para quando houver uma aceleração na entrega, organizando [ações de] vacinação em massa e campanhas para convencer os cidadãos a serem vacinados”.

Na publicação, o comissário europeu disse ainda que os dados esta quarta-feira divulgados são “um sinal positivo da expansão das capacidades de produção na UE, a médio e longo prazo”. “Louvo os esforços das mulheres e homens que estão a fabricar as vacinas e encontraram soluções para aumentar e estabilizar a produção industrial”, adiantou o responsável francês.

No final da semana passada, a Comissão Europeia divulgou que, até então, tinham sido administradas perto de 62 milhões de doses de vacinas em relação às 88 milhões distribuídas na UE.

Bruxelas atribuiu estes níveis baixos de inoculações aos problemas de entrega das vacinas da Vaxzevria – o novo nome do fármaco da AstraZeneca – para a UE, exigindo que a farmacêutica recupere os atrasos na distribuição e honre o contratualizado.

A meta de Bruxelas é que, até final do verão, 70% da população adulta esteja vacinada.

Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE: Pfizer/BioNTech (Comirnaty), Moderna, Vaxzevria e Janssen (grupo Johnson & Johnson, que estará em distribuição em abril).

Até ao final deste primeiro trimestre, de acordo com Bruxelas, terão chegado à UE mais 100 milhões de doses de vacinas, a grande parte da Pfizer/BioNTech (66 milhões, mais do que os 65 milhões inicialmente acordadas), da Vaxzevria (30 milhões de um total de 120 milhões inicialmente acordadas) e da Moderna (10 milhões).

Para o segundo trimestre, a expectativa do executivo comunitário é que cheguem 360 milhões de doses à UE, principalmente da Pfizer/BioNTech (200 milhões), da Vaxzevria (70 milhões de um total de 180 milhões inicialmente acordadas), da Janssen (55 milhões) e da Moderna (35 milhões).

https://zap.aeiou.pt/oms-critica-lentidao-inaceitavel-na-europa-bru-391916

 

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Tiroteio na Califórnia faz quatro mortos, incluindo uma criança !

Quatro pessoas, incluindo uma criança, morreram na noite de quarta-feira num tiroteio num complexo de escritórios em Orange, no estado norte-americano da Califórnia.


De acordo com a NBC News, a polícia foi chamada ao local por volta das 17h30 locais. “Os nossos agentes envolveram-se num tiroteio”, explicou a porta-voz do departamento de polícia local Jennifer Amat.

O edifício da empresa, cujo não foi divulgado, parecia ter vários escritórios. Amat explicou que há um andar de cima, um andar de baixo e uma área de pátio. “É uma situação que estava a mudar de áreas, então, no meu entendimento, foi em toda essa área”, disse.

Segundo o Los Angeles Times, no complexo de escritórios existem cerca de uma dúzia de negócios, incluindo uma seguradora, um terapeuta de casal, uma loja de reparação de telemóveis, um terapeuta da fala e várias imobiliárias.

Quatro pessoas, incluindo uma criança, morreram no incidente.

Uma quinta pessoa foi atingida e levada para o hospital, tal como o suspeito do crime. Ambos estavam em estado crítico. O suspeito ficou ferido por uma arma de fogo, mas ainda não se sabe se foi autoinfligido.

Nenhum agente da polícia ficou ferido.

A polícia recuperou a arma usada no tiroteio e está a trabalhar para determinar um motivo do incidente. A investigação vai incluir várias agências, informou Amat.

O governador Gavin Newsom, que considerou os eventos “horríveis e comoventes”, disse, em comunicado, que “os nossos corações estão com as famílias afetadas por esta terrível tragédia esta noite”.

“Estou profundamente triste com os relatos de um tiroteio em massa no Condado de Orange e continuo a manter as vítimas e os seus entes queridos nos meus pensamentos à medida que continuamos a aprender mais”, disse a polícia Katie Porter, no Twitter. “A minha equipa e eu continuaremos a monitorizar a situação de perto.”

Este é o terceiro tiroteio em massa registado nos Estados Unidos nas últimas três semanas. Dez pessoas morreram na semana passada quando um atirador abriu fogo num supermercado de Boulder, Colorado. Uma semana antes, oito pessoas, incluindo seis mulheres de ascendência asiática, foram mortas em três spas da área de Atlanta.

Amat disse que não havia uma situação como este em Orange desde 1997, quando um atirador matou quatro pessoas num pátio de manutenção do Departamento de Transportes da Califórnia. O atirador naquele tiroteio, que tinha sido despedido pelo departamento por roubo, matou quatro trabalhadores e feriu outros antes de ser morto pela polícia.

https://zap.aeiou.pt/tiroteio-eua-california-crinaca-391883

 

O racismo anti-asiático foi esquecido durante muito tempo - Mas atingiu um ponto de ebulição !

 

No ano passado, a onda de incidentes de ódio e os tiroteios na Geórgia tornaram o racismo anti-asiático muito mais difícil de ignorar. A temática, que parecia esquecida, veio à tona abrir um debate necessário nos Estados Unidos.

No ano passado, os ásio-americanos fizeram soar os alarmes sobre a crescente discriminação de que eram alvo, alimentada, em parte, pela linguagem racista e falsas alegações sobre a origem do novo coronavírus do ex-Presidente Donald Trump.

Em declarações ao The New York Times, Angela Hsu, advogada de Atlanta, explicou que há “uma tendência para não acreditar que a violência contra ásio-americanos seja real”. “É quase como se precisássemos de algo muito chocante para fazer com que as pessoas acreditem que existe este tipo de descriminação.”

Apesar de o racismo anti-asiático poder ter sido evidenciado durante a pandemia de covid-19, não é uma novidade. Acontece há já vários anos e é alimentado pela ideia de que os asiático-americanos são como “estrangeiros perpétuos” ou pessoas que não são percebidas como totalmente americanas.

Esta discriminação assumiu a forma de pequenas agressões, como perguntar às pessoas “de onde elas realmente são” ou fazer piadas racistas sobre o sotaque e o formato dos olhos.

Estes atos tornaram-se tão normalizados que o próprio comediante Jay Leno pediu publicamente desculpas por décadas de piadas racistas, feitas contra a comunidade asiática nos Estados Unidos.

De acordo com a Blitz, o pedido de desculpas surge após uma batalha de 15 anos da organização Media Action Network for Asian Americans (MANAA), que lutou para que Leno parasse com as piadas e se desculpasse pelas mesmas.

O comediante afirmou ter pensado, “genuinamente”, que as suas piadas eram “inofensivas” e disse que o seu pedido de desculpas nada tem a ver com a chamada “cancel culture”: “Não creio que seja exemplo disso. Foi um erro legítimo da minha parte.”

A Vox escreve que a discriminação anti-asiática não é reconhecida, em parte, por causa do privilégio que alguns asiáticos têm em comparação com outros grupos minoritários – como negros e latino-americanos – e pela diferença do grau de racismo que enfrentam.

Este enquadramento enganoso obscurece o racismo que várias pessoas enfrentam dentro das comunidades asiático-americanas.

No entanto, os eventos do ano passado – incluindo os recentes ataques a idosos e o tiroteio que matou oito pessoas em Atlanta – foram um ponto de rutura para muitos ásio-americanos.

“A nossa comunidade sentiu-se invisível durante muito tempo”, revelou Cynthia Choi, co-fundadora da Stop AAPI Hate, uma organização que investiga e denuncia incidentes de ódio. “Essa é a razão pela qual começamos a Stop AAPI Hate. Não queríamos que isso fosse minimizado, queríamos ter os números. Não queríamos que houvesse negação.”

Desde março do ano passado, forma relatados 3.795 incidentes anti-asiáticos à Stop AAPI Hate, desde abuso verbal e rejeição a agressão física e danos materiais.

https://zap.aeiou.pt/racismo-anti-asiatico-ponto-ebulicao-391501

Myanmar - Militares “estão a cometer crimes de guerra há muito tempo”, diz ex-jornalista da Reuters !

A ex-jornalista da Reuters Aye Min Thant, premiada em 2019 com o Pulitzer por histórias que envolviam militares birmaneses e assassinatos da minoria rohingya, afirmou que “os militares estão a cometer crimes de guerra há muito tempo”.


Aye Min Thant nasceu em Rangum, em Myanmar, e mudou-se aos com a família para os Estados Unidos (EUA) em 2000. De volta ao país, voltou a sair – pela terceira vez – depois do golpe, a 01 de fevereiro. “Fiquei preocupada com a minha segurança”, referiu ao Expresso. “Os miúdos que estão nas ruas estão a lutar para manterem o futuro deles, para manterem a esperança e o otimismo que têm vindo a construir nos últimos 10 anos”.

Ao semanário, contou que o golpe começou por volta das 03:00, com os camiões dos militares a entrarem em Naypyidaw e a deter pessoas. “Não foi uma completa surpresa. Houve tensões em janeiro, que culminaram no 01 de fevereiro, quando os militares disseram que tinham preocupações com a fraude eleitoral [eleições de novembro]”, disse.

“A razão porque saí [do país] prende-se com a quantidade de pessoas que conheço, incluindo membros da minha família, que foram detidas ou perseguidas por forças de segurança. E isto inclui jornalistas, ativistas, pessoas que trabalharam na sociedade civil. E tendo trabalhado na comunicação social anteriormente, cobrindo especialmente temas como a crise dos rohingya e histórias sobre os militares, fiquei preocupada com a minha segurança desde que o golpe começou”, relatou.

Aye Min Thant abandonou Myanmar por três vezes. Em 2000, fugiu com a família – etnicamente chinesa – devido a uma discriminação generalizada na sociedade e em termos legais. Após ter publicado os artigos com a equipa da Reuters, foi barrada do país por seis meses. A terceira vez foi a 24 de março, após o golpe.

Para a jornalista, este foi um “golpe desleixado”. “O golpe aconteceu a 01 de fevereiro, que era quando o novo Governo ia tomar posse depois das eleições de novembro. Foi inteligente, estava toda a gente reunida na capital, Naypyidaw, para formar o Governo. Detiveram os membros do parlamento numa área residencial. Não os levaram para lado nenhum, cercaram-nos basicamente”, indicou.

O golpe “foi praticamente uma reação à reação popular, em oposição do que pensarias quando militares fazem um golpe, disciplinados, organizados e tudo planeado”, continuou, apontando que esse desleixo viu-se também nos media. “Revogaram a licença de cinco grupos de media, mas não de todos. Detiveram alguns jornalistas, outros não. Foram a casa de alguns jornalistas buscá-los, outros ainda andavam na rua, com câmaras muito grandes. Não era difícil apanhá-los, se quisessem”.

“Serve o mesmo para a sociedade civil e ativistas: as detenções pareceram aleatórias, assim como o quando e porquê, ao contrário de algo muito sistematizado. Viu-se isso nas fronteiras também. Algumas pessoas foram para o aeroporto, umas foram detidas, outras não. Isso foi o mais surpreendente”, acrescentou.

A ex-jornalista da Reuters indicou que “os militares estão a cometer crimes de guerra há muito tempo. Uma das piores coisas é terem matado 35 crianças, que saibamos, desde o início do golpe. Estamos com cerca de 500 mortos. Uma grande percentagem das mortes são crianças, especialmente se considerarmos o facto de que a maioria das pessoas nas ruas são jovens mas não são miúdos. Um bebé de um ano foi atingido a tiro. O mais novo a morrer tinha cinco anos. Houve um homem a quem pegaram fogo”.

E continuou: “Testemunhas no local disseram que ele era um vigilante do bairro, que foi agredido pela polícia ou militares. Ele foi agredido e depois levaram-no para uma barricada de um bairro, feita de pneus, e queimaram-no vivo. Eles também começaram a usar granadas em áreas residenciais. Recentemente, começaram a largar bombas em zonas rurais. Estão deslocadas entre 3000 e 10 mil pessoas do estado de Karen, onde largaram as bombas”.

“Já estamos a ver que os militares estão a atacar civis no estado de Karen, não há razões para não acreditar que continuarão a matar e a cometer crimes contra a Humanidade contra quem quiserem na verdade, mas especialmente contra grupos minoritários, para consolidarem o poder e para voltarem a focar-se nestas áreas onde estão minorias”, apontou igualmente.

Quanto aos presos políticos, indicou que nem todos estão detidos nas mesmas condições. “Aung Suu Kyi e outros membros da elite política estão detidos em prisão domiciliária, mas não é claro onde estão. No início, muitos deles foram detidos nas suas habitações, na capital. Muitos já foram libertados, mas os que não o foram estão em parte incerta. Muitos deles não tiveram possibilidades de contactar com as suas famílias ou com os advogados”.

Embora não tenha previsto os próximos dias, afirmou que o seu maior receio é que a situação evolua para uma guerra civil. “Não há como dar um passo atrás para os militares. Se estão a massacrar pessoas, se usam granadas e lançadores de granadas para dispersar manifestantes, não podem voltar aos canhões de água. Não vemos nenhum movimento em direção a um diálogo ou negociação”, concluiu.

Aung San Suu Kyi está bem de saúde, diz advogado

Min Min Soe, o advogado da líder deposta de Myanmar, Aung San Suu Kyi, de 75 anos e cujo paradeiro é desconhecido, disse à Reuters que esta está de boa saúde, depois de uma vídeo-chamada durante a qual discutiram o seu caso em tribunal. A sua próxima audiência em tribunal está marcada para quinta-feira, noticiou o Público.

Suu Kyi é acusada de violar uma lei de importação e exportação por ter seis walkie-talkies em casa, de violar as normas sanitárias de controlo da pandemia e incitamento a protestos públicos. Pode ser ainda ser acusada de corrupção. A defesa diz que todas as acusações são falsas e forjadas pelo exército.

Raras são as vezes em que Suu Kyi apareceu em público, com as audiências a ocorreram por vídeo-chamada. Dois membros do seu partido, que venceram as eleições de novembro de 2020, morreram depois de terem sido detidos.

Alemanha pede aos cidadãos que saiam de Myanmar

O Governo alemão pediu aos seus cidadãos que deixem Myanmar o mais rápido possível, devido ao agravamento da situação e aumento da violência, no mesmo dia em que a empresa francesa Voltalia anunciou que abandona o país, avançou esta quarta-feira a agência Lusa.

“Uma nova escalada de violência pelas forças de segurança não pode ser descartada e é imprevisível como a situação irá evoluir”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão num comunicado.

Os cidadãos alemães são, portanto, convidados a “deixar o país o mais rápido possível” e enquanto os voos comerciais estiverem disponíveis. Também é altamente recomendável evitar todas as concentrações e manifestações.

Por outro lado, a produtora francesa de energias renováveis Voltalia vai “pôr fim às suas atividades” em Myanmar, segundo um comunicado divulgado esta quarta-feira pela companhia. “Devido à crise política e humanitária em Myanmar, a Voltalia decidiu retirar-se do país e tomou medidas para encerrar as suas atividades” no local, anunciou a empresa.

A Voltalia está presente em Myanmar desde 2018, fornecendo eletricidade a “156 torres de telecomunicações” em áreas rurais das regiões de Bago de Irrawaddy. Emprega “43 pessoas” e “está a fazer todo o possível” para garantir “a sua segurança”, com as suas atividades no país representarem “menos de 1% da produção da empresa”.

No domingo, o grupo francês EDF anunciou que tinha suspendido um projeto de barragem hidroelétrica em Myanmar. Várias organizações não-governamentais (ONG) também pediram à Total, ativa no setor de gás em Myanmar, que “pare de financiar a junta” militar.

O grupo petrolífero francês referiu-se domingo a um comunicado divulgado dois dias antes, no qual garante conduzir “as suas atividades de forma responsável, no respeito das leis e dos direitos humanos universais”.

Mais de 500 civis morreram, pelo menos uma centena deles no último fim de semana, devido à repressão aos protestos pró-democracia pela polícia e militares desde o golpe militar ocorrido a 01 de fevereiro, segundo dados da Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP).

O exército birmanês bombardeou civis em áreas controladas pelos guerrilheiros Karen ao longo da fronteira com a Tailândia, causando milhares de deslocados, enquanto o conflito com guerrilheiros da minoria a Kachin também aumentou.

https://zap.aeiou.pt/myanmar-militares-crimes-guerra-tempo-391619

 

Nova Iorque aprova projeto que legaliza o uso de canábis !

Os legisladores do estado de Nova Iorque aprovaram na terça-feira uma iniciativa que legaliza o uso recreativo do canábis.


Com o projeto de lei apoiado pelas duas câmaras do estado, onde os democratas de Andrew Cuomo têm maioria, Nova Iorque une-se agora a outros 14 estados americanos que já permitem o uso de canábis.

“Esta legislação histórica dá justiça a comunidades marginalizadas há muito tempo, abraça uma nova indústria que vai fazer a economia crescer e estabelece garantias de segurança substanciais para a população”, afirmou Cuomo num comunicado.

O gabinete do governador da cidade afirmou que a entrada em vigor da lei pode representar 350 milhões de dólares por ano em impostos e potencializa a criação de dezenas de milhares de postos de trabalho.

A nova lei irá permitir a maiores de 21 anos comprar canábis e cultivar plantas para consumo pessoal, com um plano para que parte dos recursos arrecadados, seja destinado ao tratamento contra a dependência química ou a campanhas de educação.

O estado de Nova Iorque também irá eliminar de forma automática os antecedentes de pessoas condenadas por crimes relacionados à canábis, sendo que estes não serão mais criminalizados.

A lei também vai eliminar as multas por posse da droga até 85 gramas – o que estabelece um novo limite de posse particular – e será ampliado o programa de uso medicinal da canábis.

A decisão acontece numa altura em que Cuomo enfrenta uma investigação por suposto assédio sexual e intimidação de funcionárias, além de acusações de que sua administração ocultou o número real de mortes relacionadas à covid-19 em lares.

https://zap.aeiou.pt/nova-iorque-legaliza-canabis-391611

 

Quase um ano depois de Floyd, morte de Victoria Salazar está a chocar o México e o mundo !

Quase um ano depois de o mundo ter assistido às imagens da morte de George Floyd, uma migrante oriunda de El Salvador foi morta durante uma detenção policial no México, de forma muito semelhante à do afro-americano.


A morte de Victoria Esperanza Salazar, uma migrante oriunda de El Salvador que faleceu no México depois de um agente da polícia da Direção Municipal de Segurança Pública de Tulum ter colocado o joelho em cima das suas costas durante vários minutos, está a indignar o país.

A AFP avança que a vítima mortal foi presa no sábado após uma discussão com o gerente de uma mercearia no balneário de Tulum, em Quintana Roo, e não estava armada quando foi detida.

Segundo a TSF, a autópsia concluiu que Victoria Salazar ficou com o pescoço partido devido à violência policial. Um dos agentes colocou o joelho em cima das costas da mulher, enquanto outros três agentes observavam, sem nada fazerem para o parar.

As imagens mostram que a migrante, de 36 anos, acaba por perder os sentidos. Depois, o corpo já imobilizado ainda algemado e colocado nas traseiras de uma carrinha da polícia.

De acordo com o Al Jazeera, as autoridades disseram que os quatro polícias – três homens e uma mulher – já foram demitidos, detidos e acusados ​​de feminicídio na justiça mexicana, por “uso de força excessiva e desproporcional”.

O diretor de Segurança Pública e Trânsito de Tulum, Nesguer Ignacio Vicencio Méndez, foi destituído do cargo e os agentes envolvidos transferidos para centros de detenção.

“Não haverá impunidade para aqueles que participaram na morte da vítima, e todas as forças da justiça serão chamadas a trazer os responsáveis a julgamento”, afirmou o gabinete do procurador-geral estatal.

Victoria Salazar, mãe solteira de duas filhas, estava a viver no México desde 2018, ao abrigo de um visto humanitário. Imigrou em busca de melhores oportunidades e condições de vida.

O feminicídio foi captado e divulgado nas redes sociais e está a gerar revolta no México e na comunidade internacional, um ano depois de o mundo ter assistido às imagens da morte de George Floyd.

Esta segunda-feira, a mãe de Victoria Salazar, Rosibel Arriaza, confessou sentir-se “indignada, impotente, frustrada“. “Devia ter estado lá como mãe.”

“Ela não merecia esta morte. As autoridades estão aí para proteger o ser humano, com todas as técnicas que têm para tentar dominar alguém. Mas isto foi um abuso de autoridade, por isso peço justiça”, acrescentou, em declarações aos jornalistas.

Andrés Manuel López Obrador, Presidente mexicano, já reagiu ao sucedido, descrevendo o incidente como um “assassinato brutal“.

“Ela foi tratada com brutalidade e morta: é um facto que nos enche de tristeza, dor e vergonha”, disse o governante, durante uma conferência de imprensa. “Aos familiares dela, às mulheres salvadorenhas e mexicanas, às mulheres do mundo, a todos, homens e mulheres, quero dizer que os responsáveis ​​serão punidos.”

O presidente de El Savador, Nayib Bukele, também reagiu, dizendo, no Twitter, estar confiante de que “o Governo mexicano aplicará todo o peso da lei aos responsáveis”. Além disso, deu a garantia de que o Governo do país irá ajudar as duas filhas que a mulher deixa.

O governante ressalvou, no entanto, que a população mexicana não deve ser responsabilizada pela situação.

“Vejo milhares de mexicanos escandalizados, a exigir justiça pela nossa compatriota. Não nos esqueçamos de que não foi o povo mexicano quem cometeu este crime, foram alguns criminosos na polícia de Tulum”, afirmou.

O assassinato de Victoria Salazar tem motivado vários protestos no Estado mexicano de Quintana Roo. Na segunda-feira, alguns manifestantes colocaram um vaso de plantas e algumas velas no local onde Victoria foi morta e escreveram no chão: “Foi aqui que mataram Victoria“.

https://zap.aeiou.pt/quase-um-ano-depois-de-floyd-morte-de-victoria-salazar-esta-a-chocar-o-mexico-e-o-mundo-391742

 

 

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