sábado, 8 de maio de 2021

Arquivos da polícia do Estado Islâmico revelam como era a vida sob o califado !

Arquivos da polícia do Estado Islâmico, conhecida como shurta, revelam como era a vida sob o califado. Os polícias eram tão bem pagos que não podiam ser subornados. 


Não é sempre que os regimes mirram e deixam uma grande quantidade de documentos para a posteridade. Aconteceu na Alemanha com o Terceiro Reich nazi e sob a República Democrática Alemã. Agora, até certo ponto, temos evidências semelhantes da vida sob o governo do Estado Islâmico.

A rede terrorista ainda existe, com muitos capítulos ativos no Médio Oriente, Ásia e África. Mas elas funcionam como organizações terroristas “normais” e não controlam o território. O califado, na sua antiga encarnação de “organização semi-estatal” em e ao redor de Mosul e Raqqa, já não existe.

Mas através do ISIS Files Project, do Programa sobre Extremismo da Universidade George Washington, aos poucos as diferentes instituições, braços burocráticos e políticas do califado do ISIS estão a ser reconstruidas e analisadas.

Investigadores foram solicitados a examinar os arquivos recuperados e originados da polícia do Estado Islâmico, a shurta, para ver que o que esclarecem sobre a forma como o califado funcionava no terreno, em particular na interação com a população daquela região.

O Estado Islâmico usou a sua organização policial para criar um nível de apoio entre os habitantes do califado, proporcionando-lhes um certo grau de ordem e segurança públicas.

Isto pode soar contraintuitivo, uma vez que o ISIS dirigia um regime de terror e coerção implícita e atrocidades sempre pairavam sobre a cabeça das pessoas. No entanto, antes que o califado fosse proclamado, a liderança do Estado Islâmico publicou um “Documento para a cidade”. Implicava uma espécie de contrato social, em que oferecia “segurança e proteção” aos habitantes, “sem corrupção”.

E, de facto, as esquadras de polícia foram atendidas imediatamente, mais de 3.000 policiais foram contratados e pagos com salários tão altos que o suborno e a corrupção eram quase inexistentes.

Outros instrumentos de justiça do Estado Islâmico, como a hisbah (a polícia moral) e o sistema de tribunais e prisões eram temidos pelas suas pesadas punições e práticas de tortura. A emni — diretoria de alta segurança e inteligência — por sua vez, era temida no exterior e domesticamente pela organização de ataques terroristas.

Ao contrário destes atos de terror descarados, a shurta conseguiu criar uma relação “eficaz” e até “produtiva” com o público. Nos arquivos da shurta foram encontradas centenas de reclamações entregues pela população.

Muitas delas eram sobre assuntos financeiros: sobre devedores que não pagavam as suas dívidas, rendas ou salários que não eram pagos ou dotes retidos. Mas também se relacionavam com questões “morais”: filhos de vizinhos a fumar ou familiares a jogar skat (um jogo de cartas proibido que envolve jogos de azar).

A shurta foi até mesmo invocada pelos pais para aconselhar nos casos em que filhos e filhas se comportavam mal.

O grande número dessas queixas e o seu conteúdo implicava um nível considerável de aceitação, cooperação e até mesmo legitimidade concedida ao califado pela população.

A shurta confiou em parte nas práticas historicamente bem conhecidas de um “estado espião” totalitário.

Investigadores falaram com várias pessoas que explicaram por que estavam dispostas a concordar com isso. Elas disseram que antes do califado ser estabelecido, a vida sob Assad na Síria ou no Iraque pós-Saddam para eles (predominantemente muçulmanos sunitas) era imprevisível e insegura:

“Soldados perambulavam pelas ruas, as nossas filhas estavam a ser violadas, sem mais nem menos. O Estado Islâmico trouxe-nos previsibilidade, até mesmo algum tipo de segurança”

Em contrapartida, tinham de cumprir, é claro, as regras do ISIS. A submissão a essa regra, que não era apenas militar e política, mas também religiosa e moral, era — no curto prazo e no contexto da guerra e da anarquia — o mal menor. Era até lucrativo até certo ponto, pois agora era muito mais fácil saldar dívidas e reclamar efetivamente de rendas e mesadas.

A maioria das reclamações foi resolvida “pacificamente”, através de práticas de reconciliação (incluindo rituais religiosos e leitura de surah do Alcorão) ou através de multas ou pedidos de desculpa.

Numa minoria dos casos, o conflito não poderia ser resolvido pela shurta e seria delegado aos tribunais. Poucos litigantes arriscariam um caso a ser encaminhado para essas autoridades, dada a probabilidade de punição corporal ou pior.

Com o objetivo de resolver conflitos “pacificamente”, através de práticas de reconciliação, a shurta parecia ecoar práticas locais mais antigas, mesmo otomanas-islâmicas, de gestão de conflitos e justiça retributiva.

O ISIS foi capaz de oferecer uma aparência de ordem e justiça dentro das fronteiras do califado. Ao mesmo tempo, as práticas de denúncia indicam divisões sociais mais profundas entre os residentes. A questão de até que ponto a denúncia era ideológica e religiosamente motivada permanece em aberto.

Olhando para as evidências do arquivo da maneira como as pessoas viviam sob o califado, parece que, na ausência de justiça e um Estado de direito eficiente, a shurta era uma força policial moderna, complexa e até eficiente, que funcionou como um instrumento de um sistema brutal, extremista e repressivo de Governo rebelde.

https://zap.aeiou.pt/arquivos-estado-islamico-revelam-vida-400632

 

”Eficácia e qualidade” - OMS aprova vacina chinesa da Sinopharm !

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, esta sexta-feira, o uso de emergência da vacina chinesa contra a covid-19 da Sinopharm.


Trata-se da primeira vacina desenvolvida pela China a ser aprovada pela organização, lembra a agência AFP, e a sexta “a receber luz verde da OMS para segurança, eficácia e qualidade” como salientou o diretor-geral da entidade, Tedros Ghebreyesus. A avaliação da vacina da Sinovac, também chinesa, é esperada para breve.

Recomendada para adultos de 18 anos ou mais, num esquema de duas doses com intervalo de três a quatro semanas, a vacina tem “requisitos de armazenamento fáceis”, pelo que é “altamente adequada para situações com poucos recursos”, considera a OMS.

Quanto à taxa de eficácia, a organização refere rondar os 79%, considerando o conjunto de todas as faixas etárias.

Nos últimos meses, as entidades reguladores da China e de outros países aprovaram a vacina Sinopharm, embora a empresa não tenha divulgado os dados dos ensaios clínicos de Fase 3, para que pudessem ser avaliados de forma independente.

Antes de se pronunciar, a OMS teve acesso a esses dados, mas é limitada a informação existente sobre a eficácia da vacina contra as muitas variantes do coronavírus que estão a surgir em todo o mundo.

https://zap.aeiou.pt/oms-vacina-sinopharm-400962

 

“Neuro-direitos”. O Chile quer proteger os seus cidadãos do controlo da mente !

O Chile quer tornar-se o primeiro país a proteger as pessoas do controlo da mente, à medida que a capacidade de mexer com cérebros se aproxima cada vez mais da realidade.


O senador Guido Girardi está a liderar medidas para garantir que os “neuro-direitos” dos chilenos sejam consagrados por lei e que a constituição seja reformada para reconhecer a necessidade de proteger a “autonomia humana fundamental”.

Numa previsão que ecoa os enredos de filmes de Hollywood como “Inception” – em que um ladrão rouba informações ao infiltrar-se no subconsciente dos seus alvos, Girardi disse que a Ciência, se não regulamentada, poderia ameaçar “a essência dos humanos, a sua autonomia, a sua liberdade e o seu livre arbítrio”.

“Se esta tecnologia conseguir ler [sua mente], antes que perceba o que está a pensar, pode gravar emoções no seu cérebro: histórias de vida que não são suas”, continuou, citada pelo jornal britânico The Times.

A proposta de Girardi recebeu apoio unânime no Parlamento no ano passado e está a ser considerada como parte de uma reformulação constitucional, que deverá ser finalizada no próximo ano.

O ímpeto tem sido o rápido avanço da tecnologia. Impulsionados pelos esforços para vencer doenças como a doença de Parkinson e a epilepsia, os investigadores têm testado métodos para aceder e manipular a atividade cerebral.

Contudo, os defensores da tecnologia dizem que tem potencial para ajudar milhões de pessoas. Nos Estados Unidos, uma iniciativa apoiada em 2013 pelo presidente Obama, chamada Brain, procura entender mais sobre as causas e possíveis curas para distúrbios cerebrais.

O multimilionário norte-americano Elon Musk é outro importante financiador. Dono da Neuralink Corporation, o empresário reivindicou várias descobertas ao implantar sensores no cérebro de porcos e macacos.

Numa experiência, projetada para ajudar pessoas com paralisia a usar um computador ou telemóvel, um macaco jogou um videojogo simples através de sinais do cérebro, sem entradas e sem tocar em nenhum botão. Implantes minúsculos registaram sinais no córtex motor do macaco, que normalmente coordenam os movimentos da mão e do braço, e traduzem-no em ações.

Musk também sugeriu a possibilidade de desenvolver o que descreveu como um “estado de salvação” para o cérebro. “Portanto, se morresse, o seu estado poderia regressar na forma de outro corpo humano ou de um corpo de robô”, disse. “Poderia decidir se quer ser um robô, uma pessoa ou o que for.”

Os cientistas enfatizaram que tal conceito não é visto como remotamente viável.

https://zap.aeiou.pt/neuro-direitos-o-chile-quer-proteger-os-seus-cidad-400913

 

Portugal na zona de queda dos restos do foguetão chinês !

O foguete de Longa Marcha chinês que foi lançado a 29 de abril, e agora está a preocupar o mundo. As previsões é que a reentrada na atmosfera se dê até ao próximo dia 9 de maio. Portugal é um dos locais onde estes detritos espaciais podem cair.


Com cerca de 20 toneladas esta parte do foguete chinês Longa Marcha CZ-5B é um dos maiores pedaços de detrito espacial a cair na Terra.

Este segmento fazia parte do corpo principal do foguete chinês e serviu para lançar o primeiro módulo da nova estação espacial da China.

Apesar de todos os dias reentram na atmosfera terrestre pequenos pedaços de lixo espacial material que têm ficado em órbita terrestre desde o início da exploração do espaço – no caso deste foguetão a questão complica-se, pois trata-se de um componente com mais de 30 metros de comprimento, cinco de largura e com depósitos de combustível com revestimentos reforçados.

A questão é delicada e está a ser monitorizada por vários organismos ligados à segurança aeronáutica e defesa.

Ao início desta sexta-feira os restos dos estágio principal chinês encontrava-se a cerca de 180 quilómetros de altitude, a viajar a uma velocidade de mais de 28 mil quilómetros hora.

“Temos esperança de que vá cair num lugar onde não fará mal a ninguém”, comentou o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin. “Esperançosamente no oceano, ou num lugar assim.”

Por ser uma reentrada não controlada, oposta à utilizada pela SpaceX nos primeiros estágios dos foguetes Falcon 9, é imprevisível saber quando e onde este “monstro de ferro” vai cair.

No entanto, sabe-se a órbita que ocupa e a que altitude se encontra, escreve a RTP.

Os vários especialistas que estão a seguir o trajeto do CZ-5B apontam para a queda deste detrito espacial entre as primeiras a duas da manha deste sábado e as 20h00 de segunda-feira (hora de Lisboa). Contudo, tais projeções são sempre altamente incertas.

Segundo o jornal chinês Global Times, citado pelo Público, os destroços de um foguetão chinês vão, provavelmente, cair em águas internacionais.

https://zap.aeiou.pt/portugal-zona-queda-foguetao-chines-400892

 

Reino Unido - Variante indiana da Covid 19 é “preocupante“ e já infetou idosos vacinados !

No Reino Unido, já foram encontradas 48 cadeias de transmissão da variante indiana e sabe-se que há transmissão comunitária. A Public Health England classifica esta variante como “preocupante”.


A direção geral de saúde de Inglaterra (PHE na sigla em inglês) anunciou que o número de infeções com a variante B.1.617.2 mais do que duplicou, de 202 para 520 numa semana, pelo que está a causar apreensão às autoridades sanitárias.

Segundo a PHE, “os indícios sugerem que essa variante, detetada pela primeira vez na Índia, é pelo menos tão transmissível quanto B.1.1.7 (a variante de Kent)”. No entanto, diz que as outras características “ainda estão a ser investigadas”.

Existem outras duas variantes também descobertas na Índia (B.1.617 e B.1.617.3) sob monitorização no Reino Unido que também têm vindo a aumentar, mas em valores mais baixos.

Segundo as autoridades, “quase metade dos casos está relacionada com viagens ou contacto com viajantes”, e, embora espalhados por todo o país, a maioria dos casos está concentrada nas áreas do noroeste, nomeadamente Bolton, e Londres. Está a ser implementada uma testagem adicional nestas áreas para conter os surtos.

De acordo com o The Guardian, 15 casos da variante B16172 foram encontrados num lar em Londres, onde os residentes já tinham recebido a segunda dose da vacina Oxford/AstraZeneca na semana anterior ao surto. Quatro pessoas foram hospitalizadas, mas nenhum dos doentes se encontra em estado grave e não há vítimas mortais.

Deepti Gurdasani, epidemiologista clínico da Queen Mary University of London, disse ao jornal que a variante “está a aumentar muito rapidamente” e que esta “pode facilmente tornar-se a dominante em Londres no final de maio ou início de junho”.

A variante foi identificada pela primeira vez em março na Índia, onde uma nova vaga de infeções sobrecarregou o sistema de saúde, com escassez de oxigénio e de camas.

https://zap.aeiou.pt/variante-indiana-preocupante-400907

 

Petição para cancelar Jogos Olímpicos conta já com 200 mil assinaturas !

Uma petição ‘online’ a pedir o cancelamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 devido à pandemia da covid-19 ultrapassou esta sexta-feira as 200 mil assinaturas, avançou a agência Lusa.

A campanha, lançada na quarta-feira pelo advogado e ativista japonês Kenji Utsunomiya, é dirigida aos presidentes do Comité Olímpico Internacional (COI) e do Comité Paralímpico Internacional (IPC), Thomas Bach e Andrew Parsons, respetivamente.

É também dirigida ao primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, ao ministro responsável pelos Jogos Olímpicos, Tamayo Marukawa, à governadora de Tóquio, Yuriko Koike, e ao presidente do Comité Organizador de Tóquio 2020, Seiko Hashimoto.

A iniciativa pede que os recursos atribuídos a estes eventos sejam usados para “proteger vidas”, denuncia que “a pandemia esteja longe de ter terminado” e, conclui a organização, colocará vidas humanas em risco.

O acolhimento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos “não será possível sem a ajuda de numerosos profissionais de saúde, instituições médicas e valiosos recursos médicos. Contudo, vários profissionais médicos já disseram publicamente que não há lugar para mais exigências”, acrescenta a petição.

Os trabalhadores da saúde no Japão revoltaram-se contra o plano de destacar 10 mil funcionários da área para os Jogos Olímpicos, numa altura de enorme pressão da quarta vaga da covid-19 no país. O estado de emergência, em vigor nas regiões mais populosas, vai ser prolongado até ao final deste mês, devido ao aumento dos casos.

“É muito possível que a realização dos Jogos Olímpicos conduza a um cenário de super-contágio”, que agravará a situação atual, acrescentou a petição.

Na quinta-feira, o COI anunciou um acordo para que a Pfizer e a BioNTech doassem doses da vacina contra a covid-19 para os participantes nos Jogos, incluindo atletas, treinadores, federações e representantes de comités nacionais.

A petição, em Change.org, lembra que as sondagens efetuadas no Japão mostraram que 80% dos inquiridos não querem a realização de Tóquio2020, e pede ainda aos responsáveis dos organismos envolvidos que ouçam “as vozes de dentro e de fora do Japão” em defesa do cancelamento dos Jogos.

https://zap.aeiou.pt/peticao-cancelar-jogos-olimpicos-assinaturas-400809

 

Fome e seca levam milhares de angolanos a fugirem para a Namíbia !

A fome provocada pela seca extrema na província de Cunene, no sul de Angola, está a levar milhares de pessoas a fugir para a Namíbia.


“A estiagem provocou a rutura de ‘stocks’ alimentares das comunidades e a rutura de sementes. Criou um grande fosso, um grande buraco, na segurança alimentar das comunidades do chamado semiárido de Angola”, contou à TSF o padre Pio Wakussanga, da ONG Construindo Comunidades.

A região – constituída pelas províncias de Huíla, Namibe, Cunene, e Benguela, as mais atingidas pela falta de chuva -, enfrenta períodos quase interruptos de seca desde 2012. “O nível de má nutrição subiu exponencialmente em Angola”, lamentou o padre.

Com a falta de alimentos e as alterações climáticas, vem o problema das pragas dos gafanhotos. Estes procuram pousar onde existe alimento verde, impossibilitando o cultivo.

As circunstâncias atauis estão a criar um movimento interno – “deslocados da fome” -, pessoas que vão do interior para ir para as vilas e cidades “à procura de subsistência, para ver se conseguem alimentar-se”, e outro para o exterior – “refugiados climáticos”.

O balanço mais mais recente indica que o número de deslocados pode ter subido para 10 ou 15 mil, notou Pio Wakussanga. “Todos os dias há jovens, homens e mulheres, que estão a atravessar a fronteira e deixam para trás os que não podem andar, os idosos, o que torna a situação ainda mais dramática, infelizmente”, referiu.

“Com esta crise, aproveitam-se dos pontos que conhecem, fora do controlo das autoridades fronteiriças, para atravessar” para o país vizinho, contou. “A Namíbia tem um sistema social muito organizado”, tendo organizado o “Direito à Alimentação Adequada”, distribuindo cabazes básicos para famílias vulneráveis.

E concluiu: “Os angolanos aperceberam-se disto e estão a debandar-se, com esperança de sobreviver lá, do outro lado”.

https://zap.aeiou.pt/fome-seca-angolanos-mamibia-400794

 

sexta-feira, 7 de maio de 2021

PUTIN DECLARA ESTAD0 DE GUERRA C0NTRA 0S ESTAD0S UNID0S !!!


 

Geoforça Brasil

No Nepal, há pacientes a ser tratados no chão dos hospitais e fala-se em “catástrofe humana” !

O Nepal está a lutar para conter uma explosão de casos de covid-19, à medida que aumentam os receios de que a situação no país seja tão má – se não pior – como na vizinha Índia, com a qual partilha uma fronteira longa e porosa.


Após advertências por autoridades de saúde no início desta semana de que o país estava à beira de perder o controle do seu surto, o Nepal apelou por ajuda internacional urgente.

Enquanto o país relatava o maior número diário de novas infecções – 9.070 -, o primeiro-ministro, KP Sharma Oli, pediu ao exército que ajudasse a administrar as instalações de emergência para aliviar a pressão sobre o sistema de saúde.

Com as vacinas a diminuir e os hospitais sobrecarregados, surtos graves atingiram a capital, Katmandu, e as regiões sudoeste e oeste do país. A taxa nacional de positividade está em 47%. As taxas são ainda mais altas em alguns locais.

No início desta semana, Oli apelou à comunidade internacional por vacinas, já que as autoridades alertaram que aqueles que já tinham recebido a primeira dose do AstraZeneca precisavam urgentemente de uma segunda dose. A campanha de vacinação aleatória do governo foi responsabilizada por espalhar a doença.

Uma das áreas mais atingidas fora de Katmandu foi a cidade de Nepalgunj, no distrito de Banke, perto da fronteira com o estado indiano de Uttar Pradesh, que sofreu um influxo repentino de milhares de trabalhadores migrantes nepaleses que regressavam da Índia antes do encerramento da fronteira entre os dois países.

“Precisamos de agir agora para ter esperança de conter essa catástrofe humana”, disse Alexander Matheou, diretor da Federação da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho para a Ásia-Pacífico, citado pelo jornal britânico The Guardian.

“O que está a acontecer na Índia agora é uma previsão horrível do futuro do Nepal se não conseguirmos conter este último aumento de covid que está a ceifar mais vidas a cada minuto”, continuou Netra Prasad Timsina, presidente da Cruz Vermelha do Nepal.

“Em Katmandu, muitas pessoas estão a ficar em casa agora por causa da rapidez com que o vírus está a espalhar-se. Ao mesmo tempo, há longas filas em hospitais e farmácias. Por causa do confinamento nas grandes cidades, o acesso a transporte e medicamentos também é afetado. Os centros de cremação em todo o país estão a lotar rapidamente e os membros da família não conseguem realizar a última cerimónia de forma adequada”, descreveu Nripendra Khatri, da Catholic Relief Services.

Com menos médicos per capita do que a Índia e um sistema de saúde muito mais fraco, os casos no Nepal no mês passado aumentaram de 100 por dia para mais de oito mil.

O país de cerca de 30 milhões de habitantes tem apenas cerca de 1.600 camas em unidades de cuidados intensivos e menos de 600 ventiladores para asua população. Existem 0,7 médicos por 100.000 pessoas, uma taxa inferior à da Índia.

“É como se estivéssemos numa zona de guerra”, disse Sher Bahadur Pun, chefe da unidade de investigação clínica do hospital Sukraraj Tropical e Infectious Disease em Teku,  acrescentando que os pacientes estavam a ser tratados no chão e no pátio.

Como a Índia, o governo nepalês permitiu que uma série de grandes festivais religiosos acontecessem, incluindo Pahan Charhe, que ajudou a espalhar a doença.

Numa indicação clara da crise, o Ministério da Saúde do Nepal reconheceu, em comunicado na semana passada, que estava a perder o controle da situação.

https://zap.aeiou.pt/nao-e-so-a-india-no-nepal-ha-pacientes-a-ser-tratad-400728

 

Bolsonaro diz ter tido sintomas de reinfeção - China acusa-o de “politizar” novo coronavírus !

O Presidente do Brasil admitiu na quinta-feira que teve sintomas de reinfeção pelo novo coronavírus “há poucos dias” e afirmou que tomou ivermectina, fármaco sem comprovação científica contra a covid-19.


As declarações de Jair Bolsonaro foram prestadas na habitual transmissão em direto na rede social Facebook, em que voltou a defender o uso de medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento da covid-19, como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina e a chamar “covardes” aos críticos desses fármacos.

“Eu estava com sintomas, há poucos dias, de uma possível reinfecção. Tomei ivermectina e no dia seguinte estava bom”, declarou Bolsonaro, defensor desse tipo de medicamentos desde o início da pandemia.

Canalha é quem disse que não toma isso e não dá alternativa. Eu nunca vi ninguém morrer por ter usado hidroxicloroquina, que é largamente usada na região amazónica para combater a malária, para combater o lúpus ou então artrite”, acrescentou.

O chefe de Estado dirigiu ainda críticas ao ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, exonerado nos primeiros meses da pandemia por discordar de Bolsonaro em relação à gestão da pandemia.

Mandetta depôs recentemente, como testemunha, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga alegadas omissões do Governo no combate à covid-19.

“Ser ministro da Saúde de fora é fácil. O Mandetta (…) condena a cloroquina e fala o quê para você? Fica em casa e, quando estiver sentindo falta de ar vai para o hospital para fazer o quê? Se não tem remédio comprovado? Para ser intubado. Quem não tem alternativa, cale a boca. Deixe de ser canalha em criticar quem usa alguma coisa”, disse Bolsonaro.

“Quando tenho problema de estômago, alguém sabe o que eu tomo? Tomo Coca-Cola e fico bom, é problema meu. O bucho é meu. Talvez o meu bucho, todo corroído pela Coca-Cola, me salvou da facada do Adélio”, acrescentou o Presidente, referindo-se ao homem que o esfaqueou em 2018, em plena campanha eleitoral.

Bolsonaro continua a ser um dos chefes de Estado mais céticos em relação à gravidade da doença, classificou a covid-19 de “gripezinha”, continua a censurar a adoção de medidas de isolamento social, e criticou várias vacinas, chegando a pôr em causa a eficácia das máscaras.

Essa postura levou a que fosse instalada uma CPI no Senado, que vai investigar a gestão do Governo no combate à pandemia, que já fez quase 417 mil mortos e 15 milhões de infetados no país.

Cloroquina ditou saída de Nelson Teich

De acordo com o Expresso, o segundo ministro da Saúde do mandato de Bolsonaro, Nelson Teich, cujo cargo durou apenas 28 dias, explicou por que razão abandonou o Governo.

“[As razões da minha saída] devem-se, basicamente, à constatação de que eu não teria a autonomia e a liderança que imaginava indispensáveis ao exercício do cargo. Essa falta de autonomia ficou mais evidente em relação às divergências com o Governo quanto à eficácia e extensão do uso do medicamento cloroquina para o tratamento da covid-19”, declarou Teich, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da crise sanitária no Brasil, citado pela Folha de São Paulo.

“Enquanto a minha convicção pessoal, baseada em estudos, era de que naquele momento não existia evidência da sua eficácia para liberar, existia um entendimento diferente por parte do Presidente, que era amparado na opinião de outros profissionais, até do Conselho Federal de Medicina, que naquele momento autorizou a extensão do uso”, acrescentou.

O ex-ministro da Saúde brasileiro disse ainda que a gota de água foram as declarações de Bolsonaro, quando disse seria o seu papel decidir “essa questão da cloroquina”.

“Está tudo bem com o ministro da Saúde [Nelson Teich], sem problema nenhum, acredito no trabalho dele. Mas essa questão da cloroquina vamos resolver. Não pode o protocolo dizer que só pode usar em caso grave… Não pode mudar o protocolo agora? Pode mudar e vai mudar”, anunciou o Presidente, em meados de maio de 2020.

“À noite, houve um live [vídeo], onde ele [Bolsonaro] coloca que espera que, no dia seguinte, vá acontecer isto, que vai ter uma expansão do uso [de cloroquina]. E aí, no dia seguinte, eu peço a minha exoneração”, confirmou Teich.

China acusa Bolsonaro de “politizar” coronavírus

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China rejeitou esta quinta-feira as insinuações levantadas pelo Presidente do Brasil sobre a origem do novo coronavírus que provoca a covid-19.

Numa conferência de imprensa, o porta-voz do ministério, Wang Wenbin, garantiu que a China se opõe “firmemente a qualquer tentativa politizar e criar estigmas” em torno do SARS-CoV-2.

Numa cerimónia pública na quarta-feira, em Brasília, Jair Bolsonaro tinha questionado a origem do coronavírus SARS-CoV-2.

“É um vírus novo. Não se sabe se nasceu em laboratório ou se foi de um homem que comeu um animal. Sabemos que há guerras bacteriológicas”, declarou Bolsonaro.

A única guerra que está a ser travada, respondeu Wang Wenbin, é contra o novo coronavírus, que “é um inimigo comum da humanidade”.

O diplomata chinês apelou a todos os países do mundo que “unam esforços (…) para uma vitória rápida e completa sob a pandemia”.

Jair Bolsonaro tinha ainda destacado, numa alusão direta à China, que se deve recordar “qual é o país cujo PIB [Produto Interno Bruto] mais cresceu com a pandemia”.

A economia da China cresceu 18,3 por cento, no primeiro trimestre deste ano, em relação ao período homólogo de 2020, quando a atividade económica no país asiático paralisou, devido às medidas de prevenção contra a covid-19.

A China obteve um crescimento anual de 2,3 por cento no ano passado, tornando-se a única grande economia a crescer em 2020. Só Taiwan teve um desempenho económico melhor, com o PIB a crescer 3,1 por cento.

Poucas horas depois dos comentários iniciais, Jair Bolsonaro sublinhou que não tinha dito “a palavra China”. “Agora, vocês da imprensa não falam onde nasceu o vírus. Falem. Ou estão temendo alguma coisa”, disse o Presidente brasileiro aos jornalistas.

Já o presidente do centro brasileiro de investigação médica Instituto Butantan, Dimas Covas, reiterou que o SARS-CoV-2 não foi produzido na China e não faz parte de uma guerra biológica.

“A Organização Mundial da Saúde fez uma auditoria em Wuhan e deixou claras as condições de surgimento deste vírus. (…) A China fez o que o Brasil não fez, conseguiu controlar a epidemia”, acrescentou Dimas Covas.

Segundo um comunicado, o investigador falava durante a entrega de um milhão de doses da vacina contra a covid-19 CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e a mais utilizada no Brasil.

Dimas Covas admitiu atrasos na entrega de um lote de seis mil litros de ingrediente farmacêutico ativo, vindo da China, que permitiria produzir entre seis e oito milhões de doses da CoronaVac.

O lote terá afinal apenas dois mil litros e deverá chegar ao Brasil apenas a 13 de Maio.

O Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia, totaliza 411.588 óbitos e mais de 14,8 milhões de infeções.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.244.598 mortos no mundo, resultantes de mais de 155,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.988 pessoas dos 838.475 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-reinfecao-china-politizar-400698

 

China suspende “diálogo económico” com a Austrália e denuncia “mentalidade de Guerra Fria” !

Esta quinta-feira, o Governo chinês anunciou a suspensão “por tempo indefinido” de todas as atividades realizadas no âmbito da iniciativa “Diálogo Económico Estratégico China-Austrália”.


As relações entra a China e o ocidente estão cada vez mais tensas. O jornal Público escreve que a China criticou ainda os países do G7 por declararem apoio a Taiwan, envolvido numa disputa de soberania entre Pequim e Taipé.

A decisão da China surge pouco tempo depois de o Governo federal australiano ter usado o seu poder de veto para travar dois acordos assinados entre Pequim e o executivo do estado de Victoria, alegando incompatibilidades com o “interesse nacional”.

“Alguns responsáveis do Governo da Austrália lançaram, recentemente, uma série de medidas para desestabilizar os intercâmbios e a cooperação normais entre a China e a Austrália, com mentalidade de Guerra Fria e descriminação ideológica”, denunciou a Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Reformas, citada pela Reuters.

O diretor do Australia-China Relations Institute da Universidade de Tecnologia de Sidney, James Laurenceson, considera que isto se trata de uma retaliação chinesa.

“É evidente que este desenvolvimento não é positivo. Já existia uma suspensão do diálogo entre líderes, do diálogo a nível ministerial e agora a nível burocrático”, disse Laurenceson ao South China Morning Post.

No passado, a proibição de acesso da Huawei à rede 5G australiana e o apela a uma investigação às origens do surgimento do novo coronavírus em Wuhan — sugerindo que a China encobriu o verdadeiro perigo da doença — contribuíram para a deterioração das relações diplomáticas dos dois países. Como consequência, Pequim impôs sanções económicas a Camberra.

As potências do G7 apelaram esta quarta-feira à China para respeitar os direitos humanos e liberdades fundamentais em Xinjiang e Hong Kong.

Os chefes da diplomacia, e ainda a União Europeia (UE), referiam desejar que o país asiático participe “de forma construtiva” na cena internacional “enquanto grande potência e economia, com uma avançada capacidade tecnológica”.

Para mais, foi ainda explícito o seu apoio à participação de Taiwan nos fóruns da Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar da oposição da China, sublinhando que este organismo internacional deverá manter um “papel central” nas medidas de segurança sanitárias globais.

O Governo chinês não ficou nada satisfeito com o comunicado e fala em “interferência grosseira”.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, disse que a posição do G7 sobre Taiwan é uma “interferência grosseira” nos seus “assuntos internos”.

“As acusações sem provas dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 contra a China são políticas de fação que procuram fazer marcha atrás na roda da História”, atirou Wang.

https://zap.aeiou.pt/china-suspende-dialogo-australia-400743

 

No primeiro complô da CIA contra os Castro, Fidel não era o alvo !

A CIA tentou por várias vezes matar Fidel Castro. No entanto, no primeiro complô americano contra a família Castro, Raúl, irmão de Fidel, era o alvo.


Fidel Castro foi um político e revolucionário cubano que governou o país como primeiro-ministro, de 1959 a 1976, e depois se tornou presidente, de 1976 a 2008. Apesar das inúmeras tentativas da CIA para o matar, Fidel acabaria por morrer de causas naturais em 2016, com 90 anos de idade.

A verdade é que novas evidências mostram que o primeiro plano da agência de inteligência do governo dos Estados Unidos não tinha como alvo Fidel, mas sim o seu irmão, Raúl Castro. O assassinato estava planeado para julho de 1960, apenas um ano e meio depois de os Castros chegarem ao poder, escreve a NPR.

No centro do plano estava José Raúl Martínez, piloto da Cubana de Aviación, uma companhia aérea cubana. Martínez estava a trabalhar secretamente para a CIA e era a peça ideal para o plano, já que tinha sido escolhido para pilotar um voo fretado para transportar Raúl Castro, que estava de visita a Praga.

Segundo documentos da CIA, disponíveis publicamente, a “possível remoção” dos três principais líderes cubanos — Fidel Castro, Raúl Castro e Che Guevara — era vista com bons olhos.

No entanto, confrontada com a possibilidade de matar Raúl Castro, a CIA não hesitou e deu a ordem para o piloto organizar “um acidente”. Em troca, ofereceu 10 mil dólares, pagos após a conclusão do serviço.

“Foi um complô de oportunismo que caiu no colo da CIA”, disse Peter Kornbluh, que dirige o Projeto de Documentação de Cuba na NSA, a agência de segurança dos Estados Unidos.

Kornbluh descobriu os detalhes da história em documentos governamentais, desclassificados no mês passado, e publicou-os no site do arquivo, escreve a NPR.

Martínez sugeriu despenhar a aeronave no oceano Atlântico, um ato que seria suicida. “Ele disse: ‘Se eu morrer, vai garantir que os meus dois filhos têm os seus estudos universitários pagos?’“, contou Kornbluh. A CIA aceitou a proposta.

Com Martínez já no ar, a CIA recuou e mandou cancelar o assassinato. O problema é que já era tarde demais: já não havia maneira de contactar o piloto.

Felizmente, o ataque acabou por não avançar. Mais tarde, após aterrar, Martínez explicou que não teve oportunidade de organizar “um acidente”. Alguns meses depois, Martínez desertou para os Estados Unidos.

Kornbluh não sabe ao certo, mas suspeita que Raúl Castro nunca tenha ouvido os detalhes do plano do avião até hoje.

“Imagino que Raúl Castro esteja a ler estas histórias e a ver estes documentos pela primeira vez e a maravilhar-se com o que a CIA tentou fazer”, disse Kornbluh à NPR.

https://zap.aeiou.pt/cia-fidel-nao-era-o-alvo-400586

 

Merkel opõe-se a proposta dos EUA de levantar patentes de vacinas !

O Governo alemão mostrou oposição à proposta dos EUA para o levantamento de patentes de vacinas contra a covid-19, descolando da posição de vários países e da própria União Europeia (UE).


“A proteção à propriedade intelectual é a fonte de inovação e deve continuar a sê-lo no futuro”, disse esta quinta-feira o Governo alemão, num comunicado, reagindo ao anúncio dos Estados Unidos.

A posição alemã esbarra contra várias posições que se mostraram abertas para discutir a proposta de Washington, que propôs o levantamento de patentes de vacinas contra a covid-19 e anunciou que estava a negociar “ativamente” nesse sentido com a Organização Mundial do Comércio.

“A proposta dos EUA de suspender as patentes das vacinas Covid-19 tem implicações para toda a produção de vacinas”, explicou o Governo alemão no comunicado, alegando que “o que tem limitado a fabricação de vacinas são as capacidades físicas de produção, não as patentes”.

Esta manhã, o Governo de coligação alemão, liderado por Angela Merkel, parecia dividido sobre esta matéria, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, a admitir negociar a proposta norte-americana, alinhado com a posição da UE.

Mas, à tarde, o comunicado do Governo rejeitou essa possibilidade, descolando da posição da própria UE.

A UE diz estar “pronta para discutir” a proposta dos Estados Unidos, lembrando que a comunidade europeia é por enquanto “o principal exportador de vacinas do mundo”, pedindo a outros países produtores para suspenderem as suas restrições às exportações.

Um levantamento temporário de patentes é particularmente exigido pela Índia e África do Sul para poder acelerar a produção, mas alguns países, incluindo a França, opõem-se veementemente.

Inicialmente, a UE não se manifestou a favor, argumentando que esta solução demoraria, devido à falta de meios de produção imediatamente mobilizáveis, mas posteriormente abriu a porta à negociação desta matéria.

O Governo dos Estados Unidos (EUA) apoiou na quarta-feira os esforços para renunciar às proteções de propriedade intelectual das vacinas contra a covid-19, num esforço para acelerar o fim da pandemia.

A posição foi anunciada em comunicado, enquanto decorrem negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a flexibilização das regras de comércio global, para permitir que mais países produzam vacinas contra a covid-19.

Já hoje, a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, saudou a proposta do Governo norte-americano, dizendo que o próximo passo é ter um texto para se chegar a um acordo.

“Peço que coloquem esse texto o mais depressa possível na mesa de negociações”, disse a diretora-geral da OMC.

O Conselho Geral da OMC, composto por embaixadores, está a analisar a questão central de uma dispensa temporária de proteções de propriedade intelectual sobre as vacinas contra a covid-19, que a África do Sul e a Índia propuseram pela primeira vez em outubro.

A ideia ganhou apoio no mundo em desenvolvimento e entre alguns legisladores progressistas do Ocidente.

Mais de 100 países manifestaram o seu apoio à proposta e um grupo de 110 membros do Congresso norte-americano – todos democratas – enviou uma carta ao Presidente Joe Biden, no mês passado, pedindo que apoiasse a renúncia.

https://zap.aeiou.pt/merkel-opoe-se-patentes-vacinas-400659

 

Donald Trump tem um novo site onde vai poder falar “livremente” !

Depois de ter sido banido do Twitter e do Facebook, Donald Trump tem um novo site onde pode partilhar as suas opiniões. “É um farol de liberdade” num “tempo de silêncio e mentiras”.


Donald Trump, ex-Presidente dos EUA, tem um novo site onde vai partilhar as suas opiniões, após ter sido banido do Twitter e do Facebook.

Também é possível doar para o movimento “Fazer a América Grande Outra Vez”.

Num tempo de silêncio e mentiras, um farol de liberdade surge. Um sítio para falar livre e seguramente. Diretamente da secretária de Donald J. Trump”, lê-se na legenda num vídeo de inauguração do site.

Com um logótipo com a mensagem “Salvar a América” no canto superior esquerdo, o site permite que os utilizadores possam criar uma conta e colocar like nos posts do ex-Presidente e também partilhá-los em outras redes sociais.

O ex-conselheiro político de Trump, Jason Miller, anunciou na sua conta pessoal do Twitter que o “site era um recurso excelente para encontrar os últimos comunicados e destaques no seu primeiro mandato”, ainda que tenha garantido que não era uma “nova plataforma de redes sociais”. “Teremos informações adicionais num futuro próximo”, garantiu.

Como recorda o Observador, Trump acabou por ser banido para sempre no Twitter (após o incentivo à insurreição nos ataques ao Capitólio) e estará bloqueado pelo menos durante mais seis meses no Facebook no e Instragram.

Em causa, esteve o facto de “o presidente Trump pretender usar o seu tempo restante no cargo para minar a transição pacífica e legal do poder para seu sucessor eleito, Joe Biden”, justificou Mark Zuckerberg.

https://zap.aeiou.pt/donald-trump-tem-novo-site-400620

 

Operação policial em favela do Rio de Janeiro fez 25 mortos !

Um intenso tiroteio ocorreu, esta quinta-feira, na favela do Jacarezinho, quando a Polícia Civil do Rio de Janeiro efetuou uma operação na comunidade contra o tráfico de droga. 


De acordo com a corporação, 24 moradores “suspeitos” foram mortos e um agente também acabou por ser atingido fatalmente na cabeça.

Segundo informações do jornal Extra, o polícia que morreu chegou a ser levado para o Hospital municipal Salgado Filho, no bairro do Méier, mas não resistiu. Outros dois agentes da polícia também foram atingidos durante o confronto.

A polícia confirmou nas redes sociais a morte do inspetor Andre Leonardo de Mello Frias.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro ainda não avançou pormenores sobre quem são as vítimas civis e as circunstâncias em que foram atingidas. Além dos óbitos a registar, há também, pelo menos, cinco feridos.

Segundo o Expresso, os 25 mortos resultantes desta operação correspondem ao número de vítimas mais elevado durante uma intervenção policial numa favela, tal como indicam os dados da plataforma Fogo Cruzado que regista dados de violência armada desde 2016.

Vídeos divulgados por moradores da favela do Jacarezinho registaram o som de rajadas e explosões em diferentes pontos da comunidade, alvo de uma ação policial chamada Operação Exceptis.

Numa nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro anunciou que a operação realizada contra traficantes do Comando Vermelho (CV), a maior organização criminosa do Rio de Janeiro, que atuam na comunidade do Jacarezinho, foi uma ação em conjunto com a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

“A investigação teve início a partir de notícias recebidas pela DPCA de que traficantes vêm aliciando crianças e adolescentes para integrar a fação que domina o território. Esses criminosos exploram práticas como o tráfico de drogas, roubo de cargas, assaltos a pedestres, homicídios e sequestros de comboios da SuperVia, entre outros crimes praticados na região”, refere a nota da polícia ‘carioca’.

Os investigadores acrescentam que com base em informações preliminares realizaram um trabalho de investigação que identificou 21 membros do alegado grupo criminoso, todos responsáveis por garantir o domínio territorial da região com utilização de armas de fogo.

“Foi possível caracterizar a associação dessas pessoas com a organização criminosa que domina a região, onde foi montada uma estrutura típica de guerra com centenas de ‘soldados’ munidos com fuzis, pistolas, granadas, coletes balísticos, roupas camufladas e todo o tipo de acessórios militares”, explicou a Polícia Civil do Rio de Janeiro.

A região do Jacarezinho é considerada um dos quartéis-generais da fação Comando Vermelho na zona norte do Rio de Janeiro.

Segundo a Polícia Civil ‘carioca’, devido à dificuldade de se operar no terreno, devido às barricadas e das táticas de guerrilha realizadas pelos grupos criminosos, o local abriga uma quantidade relevante de armamentos, que seriam utilizados na retomada de controlo de territórios perdidos para fações rivais ou para se reforçar de possíveis investidas das polícias.

https://zap.aeiou.pt/policia-morto-feridos-tiroteio-no-rio-400526

 

Foguetão chinês “fora de controlo” poderá sobreviver parcialmente à reentrada na Terra !

Parte de um enorme foguetão, que lançou o primeiro módulo da China para a estação espacial Tianhe, está a cair de volta à Terra e pode fazer uma reentrada descontrolada num ponto de aterragem desconhecido.


O foguetão Long March 5B, com 30 metros de altura, lançou o módulo não tripulado Harmonia Celestial para a órbita baixa da Terra, no dia 29 de abril, a partir de Wenchang, na província chinesa de Hainan.

Entretanto, o foguetão chinês entrou em órbita temporária, para depois fazer uma das maiores reentradas não controladas de sempre. Mas alguns especialistas temem que possa pousar numa uma área habitada.

Para Jonathan McDowell, Astrofísico do Centro de Astrofísica da Universidade de Harvard, o regresso poderá não correr bem.

“A última vez que lançaram um foguetão Long March 5B, acabaram com grandes pedaços de metal a voar pelo céu e a danificar vários edifícios na Costa do Marfim”, acrescentou.

“A maior parte incendiou-se, mas houve pedaços enormes de metal que atingiram o chão. Temos muita sorte de ninguém se ter magoado”, disse ainda.

Esta terça-feira, o foguetão orbitava Terra a cerca de 27.600 km/he, a uma altitude de mais de 300 km – o que significa que completava uma volta ao nosso planeta em apenas 90 minutos.

O exército dos Estados Unidos nomeou o foguetão de 2021-035B e o seu percurso pode ser visto online.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, a altitude do Long March 5B caiu para 80 km e a SpaceNews relatou que observações amadoras feitas a partir da Terra mostram que se encontrava a cair e fora de controlo.

Isso e a velocidade com que orbita a Terra tornam impossível prever onde irá pousar quando a gravidade o “puxar” de volta. Apesar disso, McDowell pensa que o mais provável será o foguetão cair no mar, já que o oceano cobre cerca de 71% do nosso planeta.

O problema, de acordo com o astrofísico, é que alguns pedaços sobreviverão à reentrada, o que equivale “a um acidente de um avião pequeno espalhado por 160 quilómetros”.

Desde 1990, nenhum objeto com mais de dez toneladas foi deliberadamente deixado em órbita para voltar a entrar na atmosfera terrestre sem controlo, mas estima-se que o núcleo do Long March 5B pese cerca de 21 toneladas.

“O que é mau é o facto de ser muito negligente por parte da China. Não deixamos, deliberadamente, coisas com mais de dez toneladas, a cair do céu sem controlo”, criticou McDowell.

Com base na sua órbita atual, o foguetão está a passar pelo norte do planeta na zona de Nova Iorque, Madrid e Pequim e pelo sul na zona do Chile e Nova Zelândia – e pode fazer a sua reentrada em qualquer ponto destas áreas.

Dada a sua velocidade, uma pequena mudança no seu caminho pode fazer uma grande diferença relativamente ao sítio onde termina a viagem.

Apesar de se esperar que retorne à Terra na próxima segunda-feira, dia 10 de maio, isso pode acontecer dois dias antes ou depois.

McDowell disse que, uma vez que haja certezas acerca do dia em que reentra na atmosfera terrestre, os especialistas podem prever a hora de pouso numa janela de seis horas.

O lançamento do foguetão fez parte de 11 missões planeadas como parte da construção da estação espacial da China, que deve ser concluída no final de 2022.

A estação espacial em forma de T deve pesar cerca de 60 toneladas, consideravelmente menor que a Estação Espacial Internacional, que lançou seu primeiro módulo em 1998 e pesa cerca de 408 toneladas.

https://zap.aeiou.pt/foguetao-chines-fora-de-controlo-400238

 

França e Reino Unido mobilizam navios para Jersey e aumentam a tensão no Canal da Mancha !

A Marinha francesa respondeu esta quinta-feira ao envio de dois navios-patrulha britânicos para Jersey, na véspera, e mobilizou as suas próprias embarcações militares para as imediações da ilha, contribuindo, dessa forma, para o aumento da tensão no Canal da Mancha.

Em causa está uma disputa sobre o acesso dos barcos de pesca franceses às águas territoriais da ilha, localizada junto à costa da Normandia e dependente da Coroa britânica.

As autoridades de Jersey, a maior das ilhas do Canal da Mancha e uma dependência autónoma da coroa britânica perto da costa do norte de França, acusaram os gauleses de agir de forma desproporcional, depois de Paris ter ameaçado cortar o fornecimento de eletricidade para a ilha.

Jersey e as outras ilhas do Canal da Mancha estão mais próximas da França do que da Grã-Bretanha e, por esse motivo, aquela ilha recebe a maior parte da sua eletricidade de França, fornecida por cabos submarinos.

O porta-voz do Governo francês, Gabriel Attal, recusou-se a comentar a questão da eletricidade, mas expressou a “determinação total” da França em implementar o acordo pós-Brexit com o Reino Unido, especialmente em relação à indústria pesqueira.

“Continuaremos a fazer tudo o que pudermos para garantir que este acordo seja respeitado”, garantiu o porta-voz.

Para além do HMS Severn e do HMS Tamar (ambos da Marinha britânica) e dos navios-patrulha de França, várias dezenas de barcos pesqueiros franceses foram para do porto de St. Helier, contudo, ao longo esta tarde abandonaram os protestos.

“A demonstração de força está feita. É aos políticos que cabe decidir. (…) Agora, se não tivermos sucesso, a ministra deve apagar a luz”, disse o presidente da Comissão regional de pesca da Normandia, Dimitri Rogoff, indicando assim a situação de crise do setor.

As autoridades francesas dizem que as “novas medidas técnicas” impostas por Jersey não foram comunicadas à UE e que, por isso, são “nulas e inválidas”.

“Queremos voltar às negociações para podermos obter as licenças de pesca previstas no acordo”, disse à BBC uma fonte do Palácio do Eliseu, que acrescentou que os navios franceses estão no local para “monitorizar” uma situação que, apesar da tensão, “está calma”.

Contudo, o Governo britânico diz-se totalmente solidário com a tomada de posição do Governo autónomo de Jersey.

“O primeiro-ministro reitera o seu apoio inequívoco a Jersey e confirma que os dois navios-patrulha da Marinha Real vão permanecer onde estão para monitorizar a situação, como medida de precaução”, informou esta quinta-feira um porta-voz de Downing Street, dizendo que Boris Johnson tem estado em contacto com o ministro-chefe de Jersey, John Le Fondré, e com o responsável pelas questões diplomáticas da ilha, Ian Gorst.

A Comissão Europeia pediu “calma” a todos os intervenientes e informou que estão em curso negociações com o Reino Unido.

Nos termos do acordo de parceria que regula as relações comerciais e políticas entre Reino Unido e UE, houve um compromisso de divisão de quotas de pesca, com Bruxelas a concordar com um corte de 25% à quota de pesca em águas britânicas (a UE queria manter o limite atual, Londres queria um corte de 60%).

Foi ainda definido um período de transição até 2026 e renegociações anuais para fixar os totais admissíveis de capturas depois desse prazo.

Segundo o Público, existe ainda a possibilidade de a União Europeia levar a cabo medidas de retaliação, incluindo impor taxas ao peixe exportado pelo Reino Unido, caso este deixe de permitir o acesso previsto às suas águas.

https://zap.aeiou.pt/franca-reino-unido-jersey-400555

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Há estranhas rádios-fantasma na Rússia e exploradores entraram numa delas !

Aos 14 anos, um jovem comprou um rádio de ondas curtas e estava a testá-lo quando encontrou a transmissão errada – uma rádio fantasma.

Imagine que é um entusiasta da rádio, sozinho à noite, a trabalhar no espectro do rádio quando se depara com uma transmissão num canal de ondas curtas desativado, onde normalmente não haveria nada além de estática. A transmissão é uma melodia – ou um zumbido – ou, às vezes, um desenho animado a falar, seguido por uma série de números lidos por um humano ou voz sintetizada.

Para o engenheiro de software Chris Smolinski, de Baltimore, isto não era apenas uma hipótese. Aos 14 anos, conta o IFLScience, tinha acabado de comprar um rádio de ondas curtas e estava a testá-lo quando encontrou a transmissão errada.

“Estava a sintonizar estações como a BBC e a Rádio Moscovo, e então um dia descobri alguém a ler números”, contou Smolinski, em declarações ao Miami New Times.

Smolinski começou a documentar os números que ouvia na estação e outros ao longo de 20 anos antes de finalmente receber uma resposta.

A estação que ouvira – segundo a teoria prevalecente na maioria das estações de números – transmitia mensagens codificadas, destinadas às pessoas que saberiam descodificá-las do outro lado.

Essas mensagens particulares foram enviadas por Cuba, destinadas a espiões no campo.

A vantagem de enviar as mensagens desta forma é que, embora se possa descobrir de onde vem o sinal, é quase impossível descobrir a quem se destinam e quem as está a receber.

A desvantagem – como Cuba descobriria – é que quando alguém intercetasse o criptograma, conseguiria continuar a desvendar as mensagens a partir daí.

Algumas das mensagens, que seriam reveladas num processo judicial pelo FBI, seriam “priorizar e continuar a fortalecer a amizade com Joe e Dennis” e “sob nenhuma circunstância, os [agentes] German ou Castor devem voar com o BTTR ou outra organização em dias 24, 25, 26 e 27”.

Estas estações existem desde a I Guerra Mundial, embora tenham sido mais prolíficas no auge da Guerra Fria. Por vezes, transmitiam programação, outras aparentemente de forma aleatória, assustavam as pessoas em todo o mundo, não se limitando a um único idioma.

Uma teoria particularmente alarmante sobre uma estação numérica – “MDZhB”, também conhecida como “UVB-76” e “The Buzzer” – é que está a ser usada como um sinal de “Mão Morta”. A estação transmite um tom monótono constante, interrompido a cada poucos segundos por um som semelhante ao de uma sirene de nevoeiro e, ocasionalmente, por uma voz russa emitindo mensagens como “Ya UVB-76, Ya UVB-76. 180 08 BROMAL 74 27 99 14. Boris, Roman, Olga, Mikhail, Anna, Larisa. 7 4 2 7 9 9 1 4”.

A teoria da “Mão Morta” sugere que só se precisa de preocupar quando o sinal pára. Se estiver correto, o monótono está lá como uma espécie de alarme “está tudo bem”. Se o sinal cessar durante um certo período de tempo por causa de um ataque nuclear, uma resposta nuclear automática seria acionada.

A estação começou a transmitir na era soviética, mas não terminou com a sua queda. Na década de 1990, os entusiastas do mistério ouviram atentamente e perceberam que conseguiam ouvir as pessoas ao fundo, conversando baixinho.

O tom, que continua até hoje, não é uma gravação, mas um som ao vivo produzido por um microfone colocado perto de um altifalante.

Em novembro de 2001, os amadores ouviram uma pessoa a falar em russo. Noutras alturas, o tom parou para tocar uma parte do Lago dos Cisnes.

Em 2010, as conversas eram cada vez mais ouvidas até que, um dia, pararam. O silêncio durou pouco tempo. A estação tinha sido transferida da remota vila russa de Povarovo para outro local.

Isso deu a alguns investigadores corajosos a oportunidade de fazer uma visita ao redor da estação. Um explorador russo encontrou um diário de bordo militar que parecia confirmar que a estação estava a transmitir mensagens do estado russo, enquanto outros capturaram algumas fotografias de uma base militar degradada, que parece que poderia ter sido abandonada há muito tempo.

https://zap.aeiou.pt/exploradores-conseguiram-entrar-numa-400120

 

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