quarta-feira, 26 de maio de 2021

Há um concurso de culinária no Pacífico que tem como missão salvar vidas !

O programa de televisão Pacific Island Food Revolution (PIFR) é um concurso de culinária que junta concorrentes das ilhas do Pacífico, como Fiji, Vanuatu, Samoa e Tonga. Embora pareça leviano, o concurso tem uma missão nobre.


Durante décadas, os habitantes das ilhas do Pacífico têm sido alvo de doenças cardíacas, diabetes e hipertensão.

A culpa é de uma dependência em todo o Pacífico de alimentos processados importados, com um elevado teor calórico, explica Wame Valentine, gestor de comunicações do PIFR, citado pelo Atlas Obscura.

Valentine lamenta que alimentos tradicionais, como abacaxi fresco ou frutos do mar, simplesmente não sejam tão atraentes ou bem comercializados quanto McDonald’s.

Doenças crónicas como diabetes são responsáveis por 70% das mortes em todo o Pacífico. Visto desta perspetiva, o assunto parece sério demais para ser resolvido com um concurso de culinária na televisão. Mas o apresentador do programa, Robert Oliver, garante que é mais eficaz do que ordens do médico ou campanhas governamentais.

A ideia partiu precisamente de Oliver, que quis fazer um programa centrado nos habitantes das ilhas do Pacífico, “com a sua comida, os seus líderes, o seu povo, a sua cultura”. Quando o Pacific Island Food Revolution estreou em 2019, tornou-se o primeiro programa televisivo focado em habitantes desta zona do planeta.

O conceito do programa é bastante simples: doze duplas de chefs qualificados competem nos seus países de origem pela oportunidade de enfrentar outros campeões nacionais nas finais. O programa tem como objetivo ser educativo e inspirador, além de divertido, explica Valentine.

O objetivo do programa é promover alimentos locais, como coco e mandioca. No entanto, os séculos de colonialismo tornaram esta uma tarefa bem mais árdua do que devia ser.

Os concorrentes são desafiados a usar ingredientes locais, desde refeições escolares a pratos baseadas em hidratos de carbono nativos, como o taro, em vez de arroz branco importado.

Uma sondagem a espectadores regulares teve 66% dos entrevistados de Vanuatu a dizer que mudaram a sua dieta devido ao PIFR, com Fiji e Samoa logo atrás. As audiências são altas não só nos países que participam, mas também noutras nações do Pacífico, como a Papua-Nova Guiné, por exemplo.

“É uma mudança de mentalidade”, atira Oliver. “As pessoas estão a dizer que o que consideravam comida de aldeia e comum agora é comida sexy de TV”.

https://zap.aeiou.pt/concurso-culinaria-pacifico-salvar-vidas-404787

O misterioso assassinato de duas mulheres foi resolvido usando o Google Earth e o Facebook !

Usando pouco mais do que o Google Earth e o Facebook, jornalistas da BBC ajudaram a desvendar o misterioso assassinato de duas mulheres nos Camarões.


Em julho de 2018, começou a circular na Internet um vídeo chocante que mostrava duas mulheres, acusadas de pertencer ao grupo terrorista Boko Haram, a serem detidas por soldados.

As mulheres e os seus filhos pequenos foram levados para um local desconhecido onde foram vendados, forçados a cair no chão e baleados à queima-roupa, conta o IFL Science.

Ninguém sabia onde tinha sido gravado o vídeo, a identidade dos soldados, nem que país serviam. Dois meses depois, jornalistas da BBC, que usaram pouco mais do que o Google Earth e o Facebook, descobriram o que aconteceu – e contaram tudo numa thread do Twitter.

Na altura, especialistas da Amnistia Internacional concluíram que os soldados pertenciam aos Camarões e que as imagens tinham sido gravadas numa região do norte do país, Mayo Tsanaga.

Apesar de o Governo ter rejeitado as acusações, afirmando que estavam em causa “notícias falsas”, os jornalistas da BBC encontraram uma preciosa pista escondida nos vídeos: as montanhas.

Usando o Google Earth, encontraram uma correspondência para o perfil distinto das montanhas próximas de uma cidade chamada Zelevet, no norte dos Camarões, perto da fronteira com a Nigéria.

Assim que identificaram a área, usaram alguns detalhes – como estradas, edifícios e árvores – para determinar a localização exata do assassinato. A comparação dos detalhes dos vídeos com as imagens de satélite de 2013 a 2018 mostrou que devem ter sido gravados entre 2015 e o início de 2016.

Um pouco de conhecimento matemático permitiu aos jornalistas reduzir o espaço temporal. Segundo o portal, um vislumbre de uma trilha de terra nos vídeos levantou a suspeita de que a gravação deve ter sido feita durante a estação quente e seca dos Camarões – ou seja, entre janeiro e abril.

Usando os soldados no vídeo como “relógios de sol humanos” improvisados, os jornalistas foram capazes de identificar uma janela de duas semanas.

Mas permanecia uma pergunta no ar: quem eram, afinal, os soldados? Os “detetives” da BBC conseguiram identificar um dos indivíduos usando um dos melhores e mais detalhados bancos de dados do planeta: o Facebook.

Um mês depois de o vídeo ter aparecido online, o ministro da Comunicação dos Camarões divulgou um comunicado onde afirmava que sete militares tinham sido desarmados e detidos enquanto decorria uma investigação.

https://zap.aeiou.pt/misterioso-assassinato-duas-mulheres-404621

 

Bielorrússia diz ter recebido ameaça do Hamas - UE promete “resposta muito forte” !

As autoridades bielorrussas afirmaram, esta segunda-feira, que o voo da Ryanair desviado para o aeroporto de Minsk, com um opositor político a bordo, foi ameaçado num email reivindicado pelo movimento islâmico Hamas.


“Nós, soldados do Hamas, exigimos que Israel termine os ataques ao setor de Gaza. Exigimos à União Europeia que termine o seu apoio a Israel (…) Caso as nossas reivindicações não sejam satisfeitas, uma bomba explodirá [a bordo do avião da Ryanair] sobre Vílnius”, citou Artem Sikorski, diretor do transporte aéreo no Ministério dos Transportes bielorrusso, esclarecendo que lia uma tradução em russo da mensagem recebida em inglês.

Igor Goloub, comandante da Força Aérea bielorrussa, também disse esta segunda-feira que o comandante do voo da Ryanair decidiu aterrar em Minsk “sem interferência externa”, após ter sido informado da ameaça de bomba, rejeitando assim a tese de desvio.

Roman Protasevich, de 26 anos, antigo chefe de redação do influente media da oposição bielorrusso Nexta e que seguia a bordo do aparelho, foi detido após a chegada do avião a Minsk. Desde novembro que era considerado um “terrorista” pelas autoridades da Bielorrússia.

Entretanto, a porta-voz do ministério do Interior bielorrusso anunciou que o opositor está em prisão preventiva num estabelecimento prisional de Minsk e que “não se registaram queixas sobre o seu estado de saúde”.

Ao início da noite, a mãe do opositor tinha afirmado a diversos media bielorrussos que o seu filho estaria provavelmente hospitalizado devido a problemas cardíacos. “Essas informações são falsas”, reagiu o ministério.

Os países ocidentais e os membros da NATO, incluindo o Governo português, já condenaram o desvio do avião, assim como a detenção de Protasevich, e aludiram à aplicação de sanções e outras medidas contra o Governo bielorrusso.

“Esta noite teremos certamente um enfoque nas relações externas e haverá um enfoque muito forte no sequestro absolutamente inaceitável de um voo da Ryanair pelas autoridades bielorrussas”, declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, à chegada à cimeira extraordinária que junta os líderes da União Europeia.

Haverá uma resposta muito forte porque este é um comportamento ultrajante e o regime de Lukashenko tem de compreender que isto terá consequências graves”, garantiu a presidente do Executivo comunitário.

Segundo von der Leyen, em cima da mesa estão “diferentes opções de sanções”, entre as quais “sanções contra indivíduos que estão envolvidos neste sequestro”, mas também “sanções contra empresas e entidades económicas que estão a financiar estes regimes” e “sanções contra o setor da aviação”.

Para a alemã, o jornalista e ativista “tem de ser libertado imediatamente“, razão pela qual a UE vai “exercer pressão sobre o regime bielorrusso até que, finalmente, respeite a liberdade dos meios de comunicação social e a liberdade de imprensa e de opinião”.

Nesta declaração, a responsável disse ainda que a UE tem “um pacote económico e de investimento de três mil milhões de euros pronto para a Bielorrússia que fica em espera e suspenso até esta se tornar democrática”.

A União Europeia já convocou o embaixador da Bielorrússia em Bruxelas, Aleksandr Mikhnevich.

Diplomatas da embaixada da Letónia expulsos de Minsk

“O embaixador da Letónia foi convidado a deixar o país dentro de 24 horas. Todo o pessoal diplomático, administrativo e técnico da embaixada também está convidado a deixar a Bielorrússia dentro de 48 horas”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Vladimir Makei, citado pela agência de imprensa oficial Belta.

A Letónia apenas poderá manter um funcionário em Minsk para “assegurar a manutenção do edifício” da embaixada, esclareceu o Governo bielorrusso.

Em Riga, onde se realiza o campeonato do mundo de hóquei, o presidente da Câmara da capital da Letónia, Martins Stakis, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Edgars Rinkevics, substituíram a bandeira nacional da Bielorrússia pela bandeira vermelha e branca, usada pela oposição, de acordo com a agência bielorrussa.

Suspensão de operações no espaço aéreo bielorrusso

A Lituânia anunciou que vai proibir voos, de ou para o seu território, que cruzem o espaço aéreo bielorrusso. O Reino Unido também já interditou a companhia aérea nacional da Bielorrússia, a Belavia, e instruiu aeronaves do Reino Unido a evitar o espaço aéreo deste país.

A companhia aérea alemã Lufthansa também anunciou a suspensão das suas operações no espaço aéreo da Bielorrússia.

A Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO) anunciou, entretanto, que vai reunir de emergência o seu corpo diretivo esta quinta-feira.

“O presidente do Conselho da ICAO convocou uma reunião de emergência dos 36 representantes diplomáticos do Conselho a 27 de maio, após o incidente envolvendo o voo FR4978 da Ryanair no espaço aéreo da Bielorrússia”, publicou no Twitter a agência, com sede em Montreal, no Canadá.

https://zap.aeiou.pt/bielorrussia-ameaca-hamas-404859

 

Documentos revelam que EUA ponderaram ataque nuclear à China em 1958 !

Os militares norte-americanos ponderaram um ataque nuclear à China para evitar uma possível invasão de Taiwan, mesmo sabendo do perigo de uma retaliação por parte da URSS para apoiar o seu então aliado, o que poderia ter desencadeado uma guerra nuclear de larga escala.


De acordo com o documento agora publicado pelo jornal New York Times, peritos militares norte-americanos remeteram à Casa Branca planos para usar armas nucleares contra a China durante a chamada crise do Estreito de Taiwan, em 1958.

Tal como recorda a rede televisiva RT, quando o Partido Comunista chinês chegou ao poder em 1949, depois de uma sangrenta guerra civil, o governo do líder nacionalista Chiang Kai-shek retirou-se para a ilha de Taiwan.

Considerada por Pequim como parte do seu território, a ilha tornou-se nas décadas seguintes, e até aos dias de hoje, palco de vários confrontos, que atingiram o seu ponto máximo em 1958. Nesse ano, os ataques chineses levantaram rumores de uma iminente invasão comunista, levando Washington a apoiar militarmente o seu aliado Kai-shek.

O plano dos Estados Unidos incluía a elaboração de planos de ataques nucleares contra a China continental, segundo o documento confidencial agora divulgado pelo ex-analista do Pentágono Daniel Ellsberg.

O documento revela que o comando militar dos EUA assumiu o risco da possível intervenção da União Soviética para defender o seu então aliado, Pequim, o que poderia ter desencadeado uma guerra nuclear de larga escala.

Na altura, o general Nathan Twining, presidente do Estado-Maior Conjunto, deixou claro que se os ataques nucleares contra bases aéreas chinesas não interrompessem o conflito, “não haveria alternativa a não ser conduzir ataques nucleares no interior da China até Xangai”, cita o jornal nova-iorquino.

Ellsberg, agora com 90 anos, é conhecido por ter divulgado, em 1971, vários documentos confidenciais sobre a Guerra do Vietname, mais conhecidos como os “Pentagon Papers”.

O ex-analista, que também copiou o estudo secreto sobre a crise no Estreito de Taiwan, está a revelar agora estes documentos, numa altura em que as tensões entre os Estados Unidos e a China, em relação a Taiwan, aumentam.

https://zap.aeiou.pt/eua-ponderaram-ataque-nuclear-china-404784

 

Impedida de entrar no Parlamento, primeira-ministra de Samoa tomou posse numa tenda !

A primeira mulher eleita primeira-ministra de Samoa prestou juramento, esta segunda-feira, numa cerimónia improvisada numa tenda, nos jardins do Parlamento, após ter sido impedida de entrar no edifício pelo Governo cessante.


A entrada de Fiame Mata’afa na Assembleia Legislativa foi-lhe recusada, quando tentava entrar acompanhada pelos juízes que iriam assistir ao seu juramento como a primeira mulher a chefiar o Governo do país do Pacífico Sul.

Segundo a agência France-Presse, a cerimónia, que já foi contestada pelos seus opositores, realizou-se ao ar livre, numa tenda montada nas imediações do edifício, com todos os eleitos a prestarem juramento.

Mata’afa apelou ao reconhecimento dos resultados das eleições gerais de 9 de abril, perante apoiantes reunidos diante do Parlamento. “Precisamos de samoanos corajosos neste momento (…) para fazer respeitar a nossa eleição”, disse.

O arquipélago de Samoa vive um “braço de ferro” político há seis semanas. Há 22 anos no poder, o primeiro-ministro cessante, Tuilaepa Sailele Malielegaoi, do Partido de Proteção dos Direitos Humanos (HRPP), recusou-se a reconhecer a derrota, apesar de os tribunais terem confirmado que Mata’afa venceu o escrutínio, tendo conquistado mais um assento.

Existe apenas um Governo em Samoa. Permaneceremos neste lugar. O público responde a um primeiro-ministro e ministros, que estão neste Governo”, disse Malielegaoi, numa conferência de imprensa, citado pelo jornal Público.

O Parlamento deveria ter-se reunido, esta segunda-feira, para uma cerimónia presidida pelo Juiz Supremo Satiu Simativa Perese. O secretário da Assembleia Legislativa afirmou que, por ordem do chefe de Estado, Tuimalealiifano Vaaletoa Sualauvi, não podia permitir que tal acontecesse.

“Esta é uma tomada de controlo ilegal do Governo, é isso que são os golpes de Estado”, disse a vencedora das eleições ao jornal neozelandês Newshub, este domingo. “Temos de lutar, porque queremos que esta nação continue a ser um país, queremos manter este país democrático, fundado no Estado de direito”, acrescentou.

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, disse esperar que “a calma” prevaleça, apelando para que “o Estado de direito seja mantido e respeitado”. A ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Marise Payne, por sua vez, apelou ao respeito dos resultados.

Samoa tornou-se independente da Nova Zelândia em 1962. O HRPP está no poder desde 1982, exceto por um breve período em 1986-87. Mata’afa, que preside o partido FAST, fez parte do HRPP até sair por divergências políticas.

Filha do primeiro chefe do Governo samoano, falecido em 1975, é considerada uma pioneira da causa das mulheres no arquipélago, muito religioso, de maioria protestante.

https://zap.aeiou.pt/primeira-ministra-samoa-tomou-posse-404841

 

Bolsonaro desfila de mota no Rio contra confinamento !

Jair Bolsonaro voltou a mostrar desprezo pelas restrições recomendadas pela Organização Mundial de Saúde e seguidas por governadores e autarcas brasileiros ao participar num desfile motorizado com milhares de pessoas e a proclamar que “não vai obrigar o povo a ficar em casa”.


Acompanhado por inúmeros agentes de segurança, o desfile motorizado foi acompanhado por vários manifestantes que o cumprimentavam ao longo do trajeto, agitando bandeiras nacionais, e transmitido ao vivo através da conta de Facebook de Jair Bolsonaro.

Após meia hora de trajeto, as motos pararam por alguns minutos e Bolsonaro, com capacete e sem máscara, ficou à frente do seu veículo de duas rodas para cumprimentar a multidão. Os gritos de “mito!” eram ouvidos entre o barulho dos motores.

O desfile partiu do Parque Olímpico que recebeu os Jogos Olímpicos de 2016 e, durante uma hora e meia, percorreu cerca de 40 quilómetros ao longo das praias do Rio, principalmente as mais turísticas, Ipanema e Copacabana.

Ao chegar à praia do Flamengo, próxima do centro da cidade, o presidente parou a moto para dar um passeio entre os milhares de manifestantes que o esperavam. Estendeu a mão e posou para fotos, todos com os rostos descobertos.

“O meu exército não vai para a rua obrigar o povo a ficar em casa”, disse o chefe de Estado brasileiro num breve discurso. “Sem qualquer evidência científica, governadores e prefeitos decretaram lockdown ou toques de recolher (…). Estamos dispostos a tomar todas as medidas necessárias para garantir a sua liberdade”, disse aos seguidores.

Há uma semana, Bolsonaro chegou a cavalo numa manifestação de agricultores em Brasília. Na sexta-feira, Bolsonaro foi multado pelo governo do Maranhão por provocar aglomerações e não usar máscara numa cerimónia, quando o uso da máscara é obrigatório nesse estado e é proibido organizar reuniões de mais de 100 pessoas.

Bolsonaro tem sido criticado pela sua gestão caótica da pandemia, num país onde a covid-19 reclama quase 450 mil mortes.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado foi instaurada há três semanas para escrutinar as “omissões” do governo durante a crise sanitária, e já recebeu vários depoimentos nas suas primeiras audiências.

Durante a manifestação deste domingo, o presidente estava acompanhado pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, acusado por muitos senadores de ter mentido nesta semana na CPI, quando minimizou a responsabilidade do governo.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-desfila-contra-confinamento-404646

 

Japão abre primeiros centros de vacinação em massa, e Índia bate novo recorde !

O Japão abriu esta segunda-feira em Tóquio e Osaka os primeiros centros de vacinação em massa contra a covid-19, para acelerar a campanha no país, quando faltam dois meses para o arranque dos Jogos Olímpicos.


Os centros, geridos pelo exército, vão estar abertos 12 horas por dia, durante três meses, e vão administrar a vacina desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Moderna, cujo uso de emergência foi aprovado pelo Governo japonês na sexta-feira.

O executivo espera vacinar até dez mil pessoas por dia no centro de vacinação de Tóquio e cinco mil no de Osaka, e tentar cumprir a meta de inocular a população com mais de 65 anos (cerca de 36 milhões de pessoas) até finais de julho.

Durante a primeira semana, os novos centros só vão administrar a vacina a residentes naquelas localidades, mas, mais tarde, também os residentes das prefeituras vizinhas poderão vacinar-se naqueles locais, mediante reserva prévia, incluindo os habitantes de Saitama, Chiba e Kanagawa, no caso de Tóquio, e os de Kyoto e Hyogo, no caso de Osaka.

As 49 mil vagas disponíveis em Tóquio para esta semana e as 24.500 no centro de Osaka esgotaram-se rapidamente desde que se iniciou a inscrição, unicamente pela internet, em 17 de maio.

Espera-se a abertura de outros centros deste tipo, mas com gestão municipal, nas próximas semanas.

A campanha de vacinação no Japão só arrancou em fevereiro e está muito atrasada em relação a outros países, o que gera preocupação dentro e fora do país, quando faltam dois meses para o início dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, previsto para 23 de julho.

Segundo os dados mais recentes, até sexta-feira só 5% da população tinha recebido pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19.

Em 13 de maio, o Sindicato Nacional de Médicos Japoneses apresentou uma petição ao Governo a pedir o cancelamento dos Jogos Olímpicos, alegando o risco elevado de propagação de novas variantes do novo coronavírus SARS-CoV-2.

A organização sindical lembrou que os médicos estão a trabalhar acima das suas capacidades para dar resposta à pandemia da covid-19, e acusou o Governo de querer reduzir o número de profissionais de saúde disponíveis, ao serem destacados para a competição.

Índia é o terceiro país a ultrapassar as 300 mil mortes por covid-19

Segundo o Ministério da Saúde indiano, o total de mortes eleva-se agora a 303.720, com 50.000 óbitos registados em menos de duas semanas.

Depois dos Estados Unidos e do Brasil, o país é o terceiro do mundo com mais mortes provocadas por covid-19.

Nas últimas 24 horas, a Índia contabilizou ainda 222.315 infeções, confirmando a redução gradual do número de casos, após os mais de 400 mil contágios diários, no início deste mês.

Com mais de 26,7 milhões de infeções acumuladas, o país é o segundo com mais casos a nível mundial, depois dos Estados Unidos, de acordo com dados da Universidade norte-americana Johns Hopkins.

A Índia está a braços com uma segunda vaga com um impacto sem precedentes no sistema de saúde, com falta de oxigénio e de camas, tendo atualmente mais de 2,7 milhões de casos ativos.

A grave crise sanitária atrasou a campanha de vacinação, com vários estados a criticarem as limitações no fornecimento das vacinas.

O total de doses administradas ronda os 196 milhões, de acordo com os dados atualizados diariamente pelo Ministério da Saúde indiano, aquém do objetivo anunciado de vacinar 300 milhões de pessoas até julho.

https://zap.aeiou.pt/japao-vacinacao-india-novo-recorde-404682

 

terça-feira, 25 de maio de 2021

Lares danificados e 170 crianças desaparecidas - Vulcão entra em erupção no Congo e obriga a evacuar Goma !

Um dos vulcões mais ativos do mundo, o Monte Nyiragongo, no leste da República Democrática do Congo, entrou em erupção este sábado.


A erupção do Monte Nyiragongo, na noite de sábado, fez com que mais de 5.000 pessoas atravessassem a fronteira entre a cidade de Goma, a cerca de 20 quilómetros do vulcão. Além disso, pelo menos 25.000 pessoas ficaram deslocadas na cidade de Sake, a cerca de 25 quilómetros de Goma, capital da região de Kivu do Norte.

As torrentes de lava chegaram às aldeias no leste da República Democrática do Congo, vitimando mortalmente pelo menos 15 pessoas e destruindo mais de 500 casas, segundo as autoridades, citadas pela CBS News.

Pelo menos 150 crianças foram separadas das suas famílias e 170 podem ter desaparecido durante a fuga de milhares de pessoas, alertaram este domingo as Nações Unidas. Os números foram anunciados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) num comunicado divulgado no portal.

A UNICEF mostrou-se preocupada com as centenas de pessoas que regressam agora às suas casas e encontram “lares danificados e escassez de água e de energia elétrica”.

“Ainda não é claro quantos agregados foram afetados pela erupção no território do Nyiragongo, a norte de Goma. Muitas crianças na zona próxima do aeroporto de Goma foram deixadas sem casa e sem meios de sustento”, acrescentou a UNICEF.

A agência das Nações Unidas anunciou que destacou uma equipa para as áreas afetadas de Sake, Buhene, Kibati e Kibumba para garantir assistência de primeira linha. Uma das iniciativas previstas pela UNICEF pretende instalar pontos para a desinfeção da água perto de Sake para limitar a propagação de cólera, assim como o fortalecimento da vigilância epidemiológica desta doença.

Da mesma forma, a agência das Nações Unidas quer, em colaboração com as autoridades congolesas, estabelecer dois centros de trânsito para crianças não acompanhadas e separadas. A UNICEF diz também estar a trabalhar com parceiros para sinalizar casos de abuso e violência de género com o objetivo de fornecer apoio médico e psicossocial.

A erupção do vulcão Nyiragongo, no leste da República Democrática do Congo, na noite de sábado, tornou encarnados os céus da cidade de Goma, espalhando o pânico e causando a fuga de milhares.

O vulcão Nyiragongo, um dos mais ativos do mundo, entrou em erupção por volta das 19h00 locais (18h00 em Lisboa) de sábado, segundo os dados apresentados nesse dia pelo Governo. Segundo o Público, a população continua, no entanto, preocupada com a possibilidade de nova erupção.

A erupção levou milhares de pessoas aterrorizadas a fugirem da cidade durante a noite, carregando pertences e gado e dirigindo-se para a cidade de Sake ou para a fronteira com o Ruanda, tendo esta última sido atravessada por pelo menos 8.000 pessoas, segundo dados oficiais do Ministério congolês de Gestão de Emergências.

Já este domingo, os habitantes que haviam fugido regressaram gradualmente aos seus bairros, algumas “desoladas” por encontrarem as suas casas e outras propriedades queimadas, segundo um residente na cidade citado pela agência noticiosa EFE.

Ainda que a lava não tenha atingido a cidade, centenas de casas na sua periferia foram destruídas ou reduzidas a cinzas, segundo as autoridades provinciais.

Localizada na província de Kivu do Norte, que também faz fronteira com o Uganda, a região de Goma é uma zona de intensa atividade vulcânica localizada no vale do Rift, com seis vulcões, incluindo os vizinhos Nyiragongo e Nyamuragira, que se elevam a 3470 e 3058 metros, respetivamente.

A última erupção do Nyiragongo, em 2002, levou milhares a abandonarem as suas casas e provocou centenas de mortos.

Goma é lar de um grande contingente de soldados da paz e de muitos membros da missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo, sendo também base de muitas organizações não-governamentais e outras organizações internacionais.

https://zap.aeiou.pt/vulcao-entra-em-erupcao-no-congo-404574

 

Queda de teleférico em Itália faz 14 mortos !

No passado domingo, pelo menos 14 pessoas, incluindo uma criança de dois anos, morreram na queda de um teleférico, no norte de Itália.


O acidente ocorreu por volta das 12h30 locais (11h30 em Lisboa) a 100 metros da estação do cume e ter-se-á devido a um cabo que se partiu, causando a queda da cabina, na qual se encontravam 15 pessoas. As cabinas podem transportar mais de 35 passageiros.

Pelo menos 14 pessoas faleceram, incluindo uma criança de dois anos. A TVI24 avança que duas crianças, de cinco e nove anos, foram resgatadas com vida e transportadas para o hospital em estado crítico, mas a mais velha acabou por não resistir à gravidade dos ferimentos.

O teleférico caiu a 300 metros do cume da linha Stresa-Mottarone, na região de Piemonte, numa zona de vegetação densa e de difícil acesso. O transporte liga em 20 minutos a localidade de Stresa ao monte Mottarone, que culmina a quase 1.500 metros e oferece vistas espetaculares dos Alpes.

Suspeita-se de que, na origem da queda esteja um cabo partido. No entanto, já foi aberto um inquérito ao acidente, que está também sob investigação.

A última revisão ao ascensor ocorreu em novembro do ano passado e não foi detetado qualquer problema.

O teleférico reabriu portas no dia 24 de abril, depois de ter encerrado devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19.

Sergio Matarella, Presidente de Itália, reagiu este domingo à tragédia, com uma mensagem onde apresenta “condolências em nome do país a todas as famílias e pessoas afetadas” num momento de “profunda dor” e “grande apreensão para aqueles que ainda lutam pela vida”.

Também o primeiro-ministro italiano, Mário Draghi, expressou “profunda dor” pelo acidente numa nota aos familiares das vítimas.

“Soube com profunda dor a notícia do trágico incidente no teleférico Stresa-Mottarone. Exprimo condolências por todo o Governo às famílias das vítimas, com um pensamento especial às crianças que ficaram gravemente feridas e aos seus familiares”, lê-se na nota, citada pelo Público.

https://zap.aeiou.pt/queda-de-teleferico-em-italia-faz-14-mortos-404569

 

“Acto de traição” - Alemanha não vai atribuir indemnizações individuais pelo genocídio na Namíbia !

A Alemanha descartou a possibilidade de atribuir recompensações financeiras às vítimas das atrocidades cometidas na Namíbia. 


Ainda assim, o Governo alemão fez um pedido formal de desculpas ao país pelas atrocidades coloniais no início do século XX.

Desde 2014, que o governo de Angela Merkel tem vindo a negociar com a Namíbia uma forma de tentar “curar as feridas” daquele que retrata, segundo os historiadores, o primeiro genocídio do século XX.

Entre 1904 e 1908 dezenas de milhares de indígenas foram baleados, morreram à fome e foram torturados até à morte pelas tropas alemãs enquanto estas derrotavam as tribos rebeldes Herero e Nama naquilo que hoje é a Namíbia.

As negociações estão quase concluídas, com a emissora Deutschlandfunk a relatar os planos para o presidente, Frank-Walter Steinmeier, pedir perdão pelo genocídio em frente ao parlamento namibiano.

Como parte do acordo de reconciliação, que foi apresentado aos dois governos, a Alemanha também irá proceder a pagamentos adicionais de ajuda para programas de infraestruturas e saúde em áreas da Namíbia habitadas por descendentes das tribos Herero e Nama.

Contudo, um relatório interno, ao qual o The Guardian teve acesso, indica que o Ministério das Relações Externas não irá incluir nos pagamentos recompensas individuais. “As indemnizações individuais não são objeto de negociação”, aponta o relatório.

“A definição de injustiça estabelecida pela convenção de 1948 sobre a prevenção e punição do genocídio não se aplica retrospetivamente e não pode ser a base para reivindicações financeiras”, refere o documento.

No entanto, muitos dos descendentes das vítimas continuam a rejeitar a ajuda estrutural e a exigir indemnizações diretas.

Numa declaração conjunta emitida esta semana, a Associação de Autoridades Tradicionais Ovaherero e Líderes Tradicionais Nama classificou o acordo de reconciliação como um “golpe de relações públicas da Alemanha e um ato de traição do governo namibiano”.

O enviado da Namíbia para as negociações, Zed Ngavirue, pediu nas últimas semanas que o seu lado fechasse um acordo, alertando que “uma janela de oportunidade” estava a fechar-se, pois um partido de extrema direita – o Alternative für Deutschland (AfD) – poderia fazer parte do próximo governo alemão após as eleições de setembro.

Ainda assim, o The Guardian realça que o AfD está estável com cerca de 11% dos votos, mas não tem possibilidade de integrar o próximo governo.

As somas exatas das contribuições das ajudas descritas no acordo de reconciliação permanecem confidenciais.

https://zap.aeiou.pt/alemanha-genocidio-namibia-404346

 

China está a construir uma réplica do Titanic e já se começam a ver os primeiros avanços !

Para aqueles que sempre se questionaram como teria sido estar a bordo do Titanic, a China está a construir uma réplica do famoso navio para passar da imaginação à realidade.

Segundo conta a CNN, esta réplica do Titanic, apelidada “Unsinkable Titanic” (algo como “Titanic impossível de afundar” em Português), está a ser construída no parque temático Romandisea, em Daying County, um condado da província chinesa de Sichuan.

A réplica vai ter o mesmo tamanho do navio original – 269,06 metros de comprimento e 28,19 metros de largura – e as mesmas comodidades como, por exemplo, os salões onde os passageiros faziam as refeições, os teatros, os decks de observação e a piscina.

Os visitantes poderão até pagar para passar uma noite a bordo desta réplica, que ficará permanentemente atracada no rio Qijiang.

Para já, ainda não se sabe quando será a data de abertura desta atração turística, que foi originalmente anunciada em 2016.

De acordo com a agência France-Presse, foram precisas 23 mil toneladas de aço para construir este navio, cujo projeto teve um custo total de mil milhões de yuans, cerca de 127 milhões de euros.

O RMS Titanic, operado pela White Star Line, iniciou a sua viagem inaugural no dia 10 de abril de 1912, tendo zarpado de Southampton, Inglaterra, em direção a Nova Iorque, nos Estados Unidos.

O famoso transatlântico acabou por naufragar, a 15 de abril desse ano, depois de ter colidido com um icebergue, causando a morte de mais de 1500 pessoas, entre passageiros e tripulantes.

A história do Titanic é muito popular na China, especialmente devido ao sucesso que o filme homónimo de James Cameron teve entre os espetadores chineses.

https://zap.aeiou.pt/replica-chinesa-titanic-avancos-404037

 

Jornal chinês faz “body-shaming” a Greta Thunberg depois das suas críticas ao país !

A ativista sueca tem sido atacada na China, depois da publicação de um artigo de opinião num jornal controlado pelo regime, por criticar as emissões de carbono produzidas por este gigante asiático.


Segundo a revista Vice, num artigo publicado na semana passada no China Daily, jornal controlado pelo Partido Comunista chinês, Greta Thunberg foi ridicularizada pelo seu peso e ironicamente apelidada de “princesa ambiental”.

“Embora afirme ser vegetariana, a julgar pelos resultados do seu crescimento, as suas emissões de carbono não são assim tão baixas”, escreveu o autor do artigo, Tang Ge, depois de a ativista sueca ter instado a China a fazer mais para enfrentar as alterações climáticas.

Em causa está um tweet publicado no início do mês de maio, em que Thunberg, de 18 anos, comenta uma notícia da CNN que dá conta que as emissões da China, em 2019, foram mais altas do que as de todos os países desenvolvidos juntos.

“Sim, a China ainda é classificada como um país em desenvolvimento pela Organização Mundial do Comércio, os seus habitantes fabricam muitos dos nossos produtos e por aí fora. Mas isto, claro, não é desculpa para arruinar as condições de vida de agora e do futuro. Não vamos conseguir resolver a crise climática a menos que a China mude drasticamente o seu caminho”, pode ler-se.

No mesmo artigo, Tang Ge destacou ainda o facto de a jovem sueca não ter dito nada sobre o lixo nuclear do Japão, assim como o norte-americano, mas de “ter acordado nesse dia e começar a criticar a China por poluir o ambiente”.

De acordo com a Vice, nas redes sociais chinesas, os utilizadores começaram a juntar-se a estes ataques, criticando a sua “dupla moral” e por não falar de problemas noutros países.

Segundo a mesma publicação, as reações negativas ao trabalho de Greta Thunberg podem ter vindo, em parte, da aversão da China ao seu tipo de ativismo, que inspirou outros jovens a juntarem-se à luta pelo clima neste gigante asiático.

Um desses casos é Howey Ou, a primeira adolescente a realizar a primeira greve escolar pelo clima na China – o movimento “Fridays for Future” lançado por Thunberg – e que já foi ameaçada pelas autoridades chinesas.

https://zap.aeiou.pt/jornal-chines-body-shaming-greta-thunberg-404328

 

Astrónomo prevê quando é que vai nascer o primeiro bebé no Espaço !

O professor de Astronomia Chris Impey prevê quando é que vai nascer o primeiro bebé no Espaço. O britânico sugere que aconteça por volta de 2040.


Quando o primeiro bebé nascer fora da Terra, será um marco tão importante quanto os primeiros passos da humanidade para fora de África. Tal nascimento marcaria o início de uma civilização multiplanetária para a espécie humana.

Durante o primeiro meio século da Era Espacial, apenas os governos lançaram satélites e pessoas na órbita da Terra. Agora não. Centenas de empresas espaciais privadas estão a construir uma nova indústria que já tem 300 mil milhões de dólares de receita anual.

Chris Impey é um professor de Astronomia que escreveu um livro e vários artigos sobre o futuro dos humanos no Espaço. Hoje, toda a atividade no Espaço está associada à Terra, mas o especialista prevê que em cerca de 30 anos as pessoas começarão a viver no Espaço — e logo depois, nascerá o primeiro bebé fora da Terra.

Para uma nave espacial, a viagem a Marte é cerca de 1.000 vezes mais distante do que uma viagem à Lua, então a Lua será o primeiro lar da humanidade longe de casa.

A China está a fazer uma parceria com a Rússia para construir uma instalação de longo prazo no Polo Sul da Lua nalgum momento entre 2036 e 2045. A NASA planeia estabelecer um assentamento permanente na Lua, denominado acampamento-base Artemis, dentro de uma década.

Como parte da missão Artemis, a NASA também planeia lançar uma estação espacial lunar em 2024 chamada Gateway. A NASA está a unir-se à SpaceX para este e futuros projetos lunares, e a estação lunar tornará mais fácil para a SpaceX reabastecer a futura colónia lunar.

Depois da Lua, vem Marte, e a colaboração entre a SpaceX e a NASA está a acelerar a linha do tempo para chegar lá. Elon Musk diz que pretende ter uma colónia em Marte até 2050. A tentativa da humanidade de colonizar a Lua dará uma boa noção dos desafios que podemos enfrentar em Marte.

Sexo e bebés no Espaço

Para que uma civilização seja realmente livre da Terra, a população precisa de crescer, e isso significa bebés. Viver na Lua ou em Marte será árduo e stressante, por isso os primeiros habitantes provavelmente passarão apenas alguns anos lá por vez e provavelmente não formarão uma família.

Mas uma vez que as pessoas adquiram residência permanente fora da Terra, ainda existem muitas incógnitas. Primeiro, pouca investigação foi feita sobre a biologia da gravidez e saúde reprodutiva num ambiente espacial ou de baixa gravidade como a Lua ou Marte.

É possível que haja riscos inesperados para o feto ou para a mãe. Em segundo lugar, os bebés são frágeis e criá-los não é fácil. A infraestrutura destas bases teria que ser sofisticada para tornar possível alguma versão da vida familiar normal, um processo que levará décadas.

Com estas incertezas em mente, parece provável que o primeiro bebé fora da Terra nascerá muito mais perto de casa. Uma startup holandesa chamada SpaceLife Origin quer enviar uma mulher grávida a 400 quilómetros de altitude, apenas o tempo suficiente para dar à luz.

A ideia é boa, mas os obstáculos legais, médicos e éticos são formidáveis. Outra empresa, chamada Orbital Assembly Corporation, planeia abrir um hotel de luxo em órbita em 2027, chamado Voyager Station. Os planos atuais mostram que comportaria 280 convidados e 112 membros da tripulação. Mas as notícias omitem qualquer discussão sobre a dificuldade e o custo de tal projeto.

No entanto, em 12 de abril de 2021, a NASA anunciou que está a considerar permitir que um reality show envie um civil à Estação Espacial Internacional e o filme por dez dias. É plausível que esta ideia possa ser alargada, com um casal rico a reservar uma estadia de longo prazo para todo o processo desde a conceção até ao nascimento em órbita.

Chris Impey acredita que, por volta de 2040, um indivíduo único nascerá. Eles podem ter a cidadania dos seus pais ou podem ter nascido numa instalação administrada por uma empresa e acabar apátridas.

https://zap.aeiou.pt/astronomo-nascer-primeiro-bebe-espaco-404292

 

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Moderna vai pedir autorização para usar vacina em adolescentes !

O laboratório norte-americano Moderna vai apresentar no início de junho um pedido de autorização à Agência Europeia do Medicamento para que a sua vacina possa ser usada em adolescentes dos 12 aos 17 anos.


O conselheiro delegado da empresa, o francês Stéphane Bancel, anuncia a iniciativa numa entrevista publicada hoje por Le Journal du Dimanche, na qual justifica a rápida abertura da vacinação a este grupo etário para o proteger com imunidade coletiva, face ao risco de uma nova onda epidémica.

Na sua opinião, “o ideal” seria proteger estes adolescentes antes de finais de agosto. “Se não se vacinar massivamente, não se pode descartar o risco de uma quarta onda”.

Bancel afirma ainda que haverá que dar uma terceira dose de reforço às pessoas que já foram vacinadas, começando “a partir do fim do verão” com os grupos de risco que foram inoculados no início do ano e, em particular, com as pessoas que vivem em residências.

Adverte que “dois ou três meses de atraso” poderão representar “numerosas hospitalizações e mortes”.

No final – acrescenta – “todos os adultos, incluindo jovens”, terão de receber uma dose de reforço “para proteger as pessoas frágeis vacinadas”, em nome do princípio da precaução.

Acredita que, apesar de a vacina da Moderna oferecer imunidade durante um período de um a três anos, “a chegada de novas variantes aumenta o nível da ameaça”.

Bancel afirma que a empresa poderá produzir 3.000 milhões de doses anuais, o que juntamente com os 4.000 milhões que tem previsto fabricar a Pfizer-BioNTech, dará doses suficientes para vacinar todos os habitantes da Terra com uma dose.

https://zap.aeiou.pt/moderna-usar-vacina-adolescentes-404500

 

Robert Mallia vive há 14 meses sozinho num hotel de 5 estrelas - A culpa é da pandemia !

Quando Nova Iorque entrou em confinamento, em março do ano passado, o corpo de bombeiros anunciou que as propriedades deveriam manter uma pessoa no local, em caso de emergência. Robert Mallia ficou confortavelmente acomodado no Chatwal, um hotel de cinco estrelas.


Robert Mallia, um norte-americano de 36 anos, mora sozinho num hotel de cinco estrelas em Nova Iorque, nos Estados Unidos, desde o início da pandemia, conta o NY Post.

Em março de 2020, quando a cidade que nunca dorme adormeceu, o corpo de bombeiros anunciou que as propriedades deveriam manter uma pessoa no local, em caso de emergência.

Robert Mallia, solteiro e sem filhos, ofereceu-se para ser o zelador do hotel de luxo The Chatwal, localizado perto de Times Square. Antes, várias pessoas tinham recusado a missão: quer por medo, quer por preferirem ficar com as suas famílias.

“Ter a oportunidade de morar num prédio em que trabalhamos é porreiro”, disse Robert Mallia, designer arquitetónico do Dream Hotel Group, dono do The Chatwal.

Entre ficar confinado sozinho num apartamento no distrito de Long Island City ou num hotel espaçoso de cinco estrelas, a escolha foi feita rapidamente. “O meu apartamento é bastante modesto se comparado a um hotel de luxo”, afirmou.

O quarto 307 pertence a Mallia já há 14 meses. Com os 59 funcionários do hotel ausentes, o norte-americano admite que, no início, foi “estranho”. Atualmente, os seus únicos companheiros (ocasionais) são os seguranças e o engenheiro-chefe do prédio, que faz visitas semanais para verificar o cumprimento do sistema de prevenção de incêndios.

Apesar do luxo, nem tudo são rosas: Robert Mallia levanta-se todos dias às 5h30 para separar o correio, procurar potenciais fugas ou outros problemas de manutenção.

Uma vez por semana, o norte-americano descarrega o autoclismo de todas as sanitas do hotel e, duas vezes por mês, liga todos os chuveiros e torneiras durante dez minutos. O trabalho doméstico também está todo por sua conta.

Face à melhoria da situação pandémica, o hotel deverá reabrir portas breve. Mallia está feliz: “Sinto falta de estar em casa“, confessou.

https://zap.aeiou.pt/robert-mallia-vive-hotel-5-estrelas-403776

 

Na Índia, estão a banir as sirenes das ambulâncias porque causam “ansiedade e pânico” !

O estado indiano de Manipur ordenou que se silenciasse as sirenes das ambulâncias, argumentando que estão a causar “ansiedade” e “pânico” à população.


Na Índia, a segunda vaga da pandemia de covid-19 está descontrolada. Ainda esta quarta-feira, o país registou o dia mais mortal de sempre, registando 4.529 óbitos por covid-19 em 24 horas.

Apesar do declínio gradual do número de infeções nos últimos dias, depois de atingir mais de 400 mil contágios diários, há duas semanas, as mortes provocadas pelo novo coronavírus continuam a aumentar, registando recordes diários pelo segundo dia consecutivo.

Para um país que está a atravessar uma situação destas, ouvir o som de uma sirene pode ser um alívio, significando que ajuda está a caminho. No entanto, nem todos pensam da mesma forma.

O estado de Manipur, no nordeste da Índia, emitiu ordens para que as sirenes das ambulâncias sejam silenciadas, “pois agora estão a causar pânico nas pessoas e a aumentar a ansiedade social”. Esta é uma decisão, no mínimo irónica, principalmente num estado em que há uma falta crítica de ambulâncias, escreve a Vice.

Em Manipur, onde vivem 3 milhões de pessoas, cerca de dois em cada 100 casos confirmados morreram do novo coronavírus — um das taxas de mortalidade mais altas da Índia.

Com quase 290 mil óbitos desde o início da pandemia, a Índia é o terceiro país com mais mortes provocadas pelo novo coronavírus, a seguir aos Estados Unidos e Brasil.

O chefe do departamento de saúde de Manipur disse que não havia necessidade de sirenes porque o estado está sob um estrito confinamento e os veículos de emergência não precisavam de alertar os carros sobre a sua presença nas ruas vazias.

Os médicos de Manipur queixam-se que as equipas de emergência estão sobrecarregadas e que não há ambulâncias suficientes para responder às urgências. No distrito de Churachandpur, por exemplo, há uma ambulância para cerca de 300 mil pessoas. Em Imphal East, há apenas três ambulâncias para cerca de 450 mil pessoas.

A tentativa de Manipur de silenciar as sirenes das ambulâncias parece ser parte de um esforço do Governo de Modi para minimizar a gravidade da crise de covid-19 do país, escreve a Vice.

https://zap.aeiou.pt/india-banir-sirenes-ambulancias-404007

 

Universidade perdoa 700 mil dólares em dívida de licenciados atingidos pela pandemia !

A Delaware State University, nos Estados Unidos, anunciou que vai perdoar até 730.655 dólares em dívidas de estudantes recém-licenciados que têm enfrentado dificuldades financeiras durante a pandemia de covid-19.


“Muitos licenciados em todo o país deixarão as suas faculdades com dívidas, tornando difícil para eles arrendar um apartamento, cobrir os custos de mudança ou preparar-se para as suas novas carreiras ou pós-graduação. Embora saibamos que os nossos esforços não ajudarão todas as suas obrigações, todos sentimos que era essencial fazer a nossa parte“, disse Antonio Boyle, vice-presidente de gestão estratégica de matrículas.

Num comunicado divulgado no site da universidade norte-americana, Boyle estima que cada estudante, em média, ficará com 3.276 dólares de dívida perdoada.

Os fundos necessários para cancelar a dívida destes alunos foram disponibilizados através do Plano de Resgate Americano, um projeto de estímulo económico de 1,9 biliões de dólares para aliviar os efeitos da pandemia de covid-19.

“Os nossos alunos não vêm aqui apenas para uma experiência universitária de qualidade. A maioria está a tentar mudar a trajetória económica das suas vidas para eles próprios, para as suas famílias e para as suas comunidades. A nossa responsabilidade é fazer tudo o que pudermos para colocá-los no caminho certo”, disse, por sua vez, o presidente da universidade, Tony Allen.

Ainda antes da pandemia, a Delaware State University tem feito um esforço contínuo para reduzir as dívidas dos seus estudantes.

“Não aumentamos as nossas propinas há mais de seis anos; entregamos a cada aluno que chega um iPad ou um MacBook; estamos a substituir os livros didáticos tradicionais por edições digitais mais baratas, e a nossa Early College High School poupa, em média, quase 50 mil dólares a cada família em despesas com a faculdade”.

A educação universitária nos Estados Unidos é um grande encargo para as famílias e leva a que muitas vezes se peçam empréstimos bancários para ajudar a pagar as propinas. Para que se tenha uma noção, um ano letivo nos EUA pode custar entre 26 mil e 60 mil dólares.

https://zap.aeiou.pt/universidade-perdoa-divida-licenciados-404019

Não são só as malas - Companhias aéreas dos EUA podem vir a pesar os passageiros !

Depois das malas, os passageiros das companhias aéreas norte-americanas também podem vir a ser pesados nos portões de embarque.


Os passageiros das companhias aéreas dos Estados Unidos podem, em breve, ter que pisar uma balança nos portões de embarque. Apesar de parecer bizarro, estão em causa questões de segurança, revela o Independent.

Antes de uma descolagem, o pessoal responsável tem de garantir que o peso da aeronave corresponde ao que lhes permite realizar um voo seguro. O peso inclui os passageiros, a tripulação, a carga e o combustível e deve respeitar os limites autorizados.

No entanto, as médias usadas para viajantes não são relevantes, uma vez que a maioria dos norte-americanos ganhou peso. De acordo com o National Center for Health Statistics, hoje, 42% dos adultos com mais de 20 anos são obesos, contra os 30% registados no ano passado.

Esta nova constatação permitiria às empresas atualizar o peso médio dos passageiros, de acordo com uma circular da Federal Aviation Administration (FAA), de maio de 2019.

Em comunicado, enviado ao jornal online, a FAA disse que “emitiu uma circular consultiva, em maio de 2019, na qual enfatiza a importância de os programas de peso e equilíbrio das companhias aéreas refletirem com precisão os pesos atuais dos passageiros”. Nesse sentido, “as operadoras estão a avaliar os seus programas para cumprir essa orientação”.

“Embora pesar clientes no portão de embarque seja uma opção, a maioria das companhias aéreas vai confiar em métodos atualizados para estimar o peso dos passageiros”, lê-se ainda na nota.

A FAA está ciente de que o peso dos passageiros pode variar conforme as rotas e que pesos-padrão podem não ser apropriados para aeronaves mais pequenas, por terem um tamanho de amostra menor.

O organismo recomenda que as companhias aéreas façam uma revisão do peso médio a cada 36 meses, numa pesagem aleatória e realizada de forma voluntária.

https://zap.aeiou.pt/companhias-aereas-pesar-passageiros-404015

 

Kim Jong-un proíbe o uso de “skinny jeans” - Receia que a moda “decadente” derrube o regime !

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, reitera que as calças justas e rasgadas, são vistas como sinais de uma “invasão do estilo de vida capitalista”. Também baniu cortes de cabelo extravagantes.


Tendo por base estes princípios, Kim Jong-un proibiu a população de usar skinny jeans e penteados onde o corte de cabelo é mais curto à frente e mais longo atrás.

De acordo com o jornal Mirror, Kim Jong-un teme que as influências da moda estrangeira “decadente” na juventude local possam levar ao colapso da Coreia do Norte. Piercings, cabelos pintados e camisolas com slogans também foram proibidos.

Num artigo publicado recentemente no jornal estatal norte-coreano, Rodong Sinmun, a população foi alertada sobre os perigos da cultura “capitalista”, que causou o colapso do socialismo em vários países.

“A história ensina-nos uma lição crucial de que um país pode tornar-se vulnerável e, eventualmente, desabar como um muro – independentemente de seu poder económico e da defesa – se não mantivermos o nosso próprio estilo de vida. Devemos ser cautelosos quanto ao menor sinal de capitalismo e seu estilo de vida”, pode ler-se no artigo do jornal.

O jornal britânico recorda que em dezembro do ano passado, Pyongyang estabeleceu uma lei que proibia a posse de vídeos feitos na Coreia do Sul, onde também usou como justificação a tentativa de afastar a influência capitalista.

https://zap.aeiou.pt/kim-jong-un-proibe-skynny-jeans-404004

 

Alemanha reabre a conta-gotas, e, França vai doar milhões de vacinas aos países mais pobres !

A Alemanha está a entrar na próxima etapa de alívio das restrições até agora implementadas para mitigar a disseminação da pandemia, mas a chanceler, Angela Merkel, advertiu para a necessidade de prosseguir o desconfinamento com cautela.


Várias regiões do país estão gradualmente a levantar as restrições impostas para impedir a propagação do SARS-CoV-2, fruto do declínio acentuado no número de infeções e do progresso na vacinação.

Restaurantes, cafés e bares em Berlim começaram hoje a servir os clientes nas esplanadas pela primeira vez em vários meses, mas para ir almoçar a uma esplanada, por exemplo, é necessário apresentar um certificado de vacinação ou um teste negativo à presença do SARS-CoV-2.

A maioria das cidades da Alemanha estão com menos de 100 infeções por 100.000 habitantes, número que era ultrapassado em quase todo o país há meses e que levou ao confinamento de todo o país.

Contudo, este momento de reabertura não pode ser de desleixo, advertiu a chanceler alemã.

“Podemos estar felizes pela descida [do rácio de infeções] nos últimos dias (…). Espero que, depois de tanto tempo de clausura e de oportunidades que não tiveram, as pessoas tratem estas oportunidades com responsabilidade. O vírus não desapareceu”, advertiu Merkel, em Berlim, a um grupo de jornalistas.

A Alemanha contabiliza mais de 87.000 óbitos associados à covid-19 desde o início da pandemia. Ultrapassar largamento este número e continuar a flagelar o tecido económico do país é uma preocupação constante das autoridades.

França vai doar 30 milhões de vacinas

A França vai doar 30 milhões de vacinas contra a covid-19 ao dispositivo Covax, sistema que distribui doses aos países mais pobres, anunciou​​​​​​​ o Presidente francês, Emmanuel Macron.

“Não temos o direito de guardar as vacinas em certos países enquanto faltam vacinas noutros”, declarou hoje o Presidente francês num discurso perante o G20, que esteve reunido em videoconferência para debater a pandemia do novo coronavírus e outras questões globais.

Estes 30 milhões de vacinas doados ao sistema Covax vão ser entregues pela França até ao final de 2021.

Estima-se que apenas 0,2% da população dos países mais pobres esteja vacinada, contra cerca de 30% nos países mais ricos.

A eficácia das vacinas continua a ser comprovada através diferentes estudos, com um estudo em França a demonstrar que a vacina reduz em 87% as hipóteses das pessoas com mais de 75 anos desenvolverem uma forma grave da doença.

Este estudo, levado a cabo pelo grupo de investigação Epi-Phare, dedicado à epidemiologia, envolveu cerca de 4 milhões de franceses com mais de 75 anos, dos quais 1,4 milhões foram vacinados entre fim de dezembro e fevereiro de 2021.

Ao mesmo tempo que a vacinação progride no país, os números da pandemia continuam a descer, indica o estudo.

Em França, há agora 20.209 pessoas internadas nos hospitais devido à covid-19 e 3.631 desses pacientes apresentam formas graves da doença, menos 138 do que na véspera.

Nas últimas 24 horas, morreram no país 123 pessoas devido ao vírus e foram detetados 12.800 novos casos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.432.711 mortos no mundo, resultantes de mais de 165 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

https://zap.aeiou.pt/alemanha-reabre-progressivamente-404437

 

 

Cabo Delgado - Intervenção militar estrangeira pode intensificar violência !

O conselheiro de Estado moçambicano Raul Domingos alertou hoje para o risco de intensificação da violência na província de Cabo Delgado, norte do país, com uma intervenção militar estrangeira, defendendo a remoção da “raiz socioeconómica” do conflito.


Raul Domingos foi designado em abril conselheiro de Estado pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e foi durante muitos anos considerado o número dois da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, tendo sido depois expulso da organização, na sequência das eleições gerais de 1999.

Em entrevista à Lusa, o político observou que há “graves problemas socioeconómicos” na província de Cabo Delgado que tornam os jovens da região vulneráveis ao aliciamento por grupos extremistas que protagonizam violência armada há mais de três anos.

“O facto de termos jovens que facilmente são aliciados a integrar o grupo de insurgentes é um indicador de que há problemas socioeconómicos graves”, observou Raul Domingos.

Sanados esses problemas, continuou, será “meio caminho andado” para a resolução final da violência armada em Cabo Delgado.

O conselheiro de Estado sustentou que uma solução assente numa intervenção militar estrangeira terá o potencial de intensificar o conflito, apontando o fracasso da ajuda militar estrangeira na guerra civil de 16 anos como exemplo da inviabilidade do apoio militar externo.

“Forças militares vindas do Zimbabué ou da África do Sul para um terreno desconhecido podem ter o mesmo fim que tiveram os russos que estiveram em Cabo Delgado e o mesmo fim que tiveram os tanzanianos que estiveram na guerra dos 16 anos”, enfatizou.

Moçambique, prosseguiu, tem de aprender da experiência do passado para saber lidar com o tipo de situações como a que está a acontecer no norte do país.

A referência de Raul Domingos aos russos tem a ver com alegações de que militares de uma empresa de segurança russa estiveram envolvidos em ações de combate aos grupos armados que atuam em Cabo Delgado desde 2017, tendo-se retirado do teatro de operações sem conseguir travar a progressão das forças rebeldes.

Para chamar a atenção para o risco de tropas estrangeiras na guerra em Cabo Delgado, o conselheiro de Estado também recordou o fracasso dos militares da Tanzânia e do Zimbabué que ajudaram as forças governamentais da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) na guerra contra a antiga guerrilha da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que só terminou 16 anos depois, através do Acordo Geral de Paz, assinado em 1992.

Raul Domingos defendeu que Moçambique deve analisar a possibilidade de entidades ligadas aos grupos que controlam a produção de gás natural e petróleo no mundo estarem por detrás da guerra em Cabo Delgado visando impedir o país africano de ter influência no mercado energético, com o início da produção do gás natural na bacia do Rovuma.

Os produtores tradicionais de gás no mundo podem não ver “com bons olhos” a presença de Moçambique no mercado, prosseguiu.

Nesse sentido, defendeu, é urgente que as autoridades moçambicanas identifiquem os mandantes dos grupos armados que atuam em Cabo Delgado, visando explorar todas as soluções, incluindo uma eventual negociação.

“Os insurgentes são a cara do terrorismo ou da guerra, como queiramos chamar, em Cabo Delgado, mas, por detrás, há todo um apoio logístico e estratégico que move essa guerra, não é por acaso o ataque a Palma [onde estão os projetos de gás] e a ameaça a Afungi”, declarou Domingos.

O político defendeu que, no campo militar, o Governo deve potenciar a cooperação na formação que está a promover com vários países, incluindo EUA e Portugal, visando apetrechar as Forças de Defesa e Segurança (FDS) para enfrentarem os grupos armados, sem necessidade da presença de tropas estrangeiras no território moçambicano.

Por outro lado, a recém-criada Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN) deve rapidamente gerar resultados, principalmente na criação de oportunidades de emprego para os jovens, que têm sido aliciados pelos grupos armados a abraçarem a violência armada, referiu Raul Domingos.

A ideia de que interesses petrolíferos de outros países podem estar por detrás da violência armada em Cabo Delgado não é nova em Moçambique.

Recentemente, o antigo secretário-executivo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e ex-ministro das Finanças moçambicano Tomaz Salomão também defendeu essa teoria, apontando o receio dos maiores produtores de gás natural com a entrada de Moçambique no “clube”.

Uma missão técnica de avaliação da SADC que visitou Cabo Delgado no mês passado propõe o envio de 2.916 militares e de meios bélicos para ajudar o país no combate aos grupos armados que têm protagonizado ataques em Cabo Delgado, segundo um relatório da organização.

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 714.000 deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.

O mais recente ataque foi feito a 24 de março contra a vila de Palma, provocando dezenas de mortos e feridos, num balanço ainda em curso.

As autoridades moçambicanas recuperaram o controlo da vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás com início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.

https://zap.aeiou.pt/cabo-delgado-intervencao-militar-404430

 

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