terça-feira, 20 de julho de 2021

Hervis Rogers votou em liberdade condicional.- Agora, pode enfrentar 40 anos de prisão !

Depois de se ter tornado um símbolo da luta pelo direito de voto nos Estados Unidos, Hervis Rogers enfrenta uma pena de prisão que pode chegar até aos 40 anos.

Deveria ter sido mais uma eleição como tantas outras, mas este não foi o caso para Hervis Rogers. Aos 62 anos, este homem natural do Texas pode enfrentar 40 anos de prisão por ter votado ilegalmente.

Após uma espera de sete horas à porta da Universidade do Texas para poder votar nas primárias de Março de 2020 e de ter votado também nas presidenciais de Novembro, Hervis Rogers foi preso e acusado na semana passada de ter votado enquanto estava em liberdade condicional, que só terminava em Junho de 2020.

Queria poder votar e expressar a minha opinião. Não ia deixar nada impedir-me, por isso esperei”, contou Rogers à ABC, depois de ser o último a votar na Super Terça-Feira.

No Texas, é ilegal para qualquer prisioneiro votar até cumprir a pena completa, mesmo já em liberdade condicional. Hervis Rogers, que estava em liberdade condicional depois de ter sido preso em 1995 por crimes de furto e intenção de cometer roubo, vai agora ser acusado de dois crimes de votação ilegal, com uma moldura penal de 20 anos.

O Procurador-Geral do Texas, Ken Paxton, um dos principais rostos dos processos relacionados com crimes eleitorais, está neste momento a ser investigado por má conduta profissional depois de ter desafiado a vitória de Joe Biden em tribunal por acreditar que houve fraude eleitoral nas presidenciais.

“Hervis é um criminoso que está devidamente impedido de votar pela lei do Texas. Eu abro processos contra a fraude eleitoral onde quer que os encontre!”, escreveu Ken Paxton no Twitter.

Rogers foi entretanto libertado da prisão do condado de Montgomery depois de a ONG The Bail Project, que ajuda cidadãos de baixos rendimentos, lhe ter pagado a fiança de 100 mil dólares.

Tommy Buser-Clancy, um dos advogados de Rogers, acredita que a prisão do seu cliente mostra o “perigo de criminalizar em demasia o código das eleições e o processo de participação nas sociedades democráticas”.

“Em particular, aumenta o perigo que os estatutos criminais no código eleitoral estejam a ser usados quando, na pior das hipóteses, se cometeu um erro inocente. Ele enfrenta a possibilidade de uma sentença extremamente severa. Crimes de segundo grau normalmente são reservados para agressões agravadas e aplicá-los ao caso do Senhor Rogers só mostra o quão injusto isto é”, reforça Buser-Clancy.

“A prisão do Senhor Rogers deve alarmar todos os Texanos. Ele esperou na fila mais de seis horas para votar e cumprir aquele que acredita ser o seu dever civil e enfrenta potencialmente décadas de prisão”, escreveu Andre Segura, director legal da União Americana pelas Liberdades Civis no Texas.

“As nossas leis não deviam intimidar as pessoas para não votarem ao aumentar o risco de serem acusadas por aquilo que são, no pior dos casos, erros inocentes”, escreveu Andre Segura, director legal da União Americana pelas Liberdades Civis no Texas”, acrescentou.

A luta pelo voto nos EUA

As leis sobre o direito ao voto variam bastante entre os estados e dependem dos crimes cometidos. No Distrito de Columbia, no Maine e no Vermont, os prisioneiros podem votar enquanto ainda estão atrás das grades.

No caso do Alabama, do Tennessee e do Mississippi, pessoas condenadas por homicídio ou violação nunca mais podem votar novamente. Muitos outros estados apenas deixam os prisioneiros votar depois de saírem da prisão e outros, como no Texas, têm um sistema que só garante o direito depois do fim da liberdade condicional.

Todas estas variações tornam difícil para os ex-prisioneiros saber se podem ou não votar. Devido às elevadas molduras penais dos crimes de voto ilegal, muitos acabam por decidir não arriscar por medo.

De acordo com o The Sentencing Project, cerca de 5.2 milhões de pessoas nos Estados Unidos não podem votar por terem sido condenadas anteriormente. Sarah K.S. Shannon, professora assistente de Sociologia na Universidade da Geórgia, afirma que estes números acabam também por impactar mais o poder de voto das minorias.

“Em termos de igualdade, obviamente, leis para destituir prisioneiros de direitos têm impactos raciais desproporcionais. Ainda por cima, como estas leis podem variar tanto de estado para estado, os efeitos também variam por localização e afectam o eleitorado de alguns estados mais do que de outros”, pode ler-se no The New York Times.

Este é mais um capítulo na luta pela reforma criminal e eleitoral nos Estados Unidos, que têm ficado mais acesa depois das acusações de fraude eleitoral de Donald Trump. Apesar do ex-presidente ter perdido os processos em tribunal em que alegou ter provas de fraude, muitos republicanos leais a Trump têm introduzido leis mais restritivas ao voto em vários estados.

https://zap.aeiou.pt/hervis-rogers-votou-em-liberdade-condicional-agora-pode-enfrentar-40-anos-de-prisao-416586

 

Bruxelas prepara propostas para atingir corte de 55% das emissões de carbono até 2030 !

A Comissão Europeia apresenta esta quarta-feira um pacote legislativo intitulado “Fit for 55” que visa assegurar que a União Europeia cumpre a meta de redução de 55% das emissões até 2030, relativamente aos níveis de 1990.


Após a aprovação, em abril, da Lei Europeia do Clima – que consagra na legislação europeia o objetivo de atingir a neutralidade climática até 2050 e um corte nas emissões de gases com efeito de estufa de pelo menos 55% até 2030 –, o pacote que será apresentado na quarta-feira é constituído por 13 propostas legislativas, e irá abarcar áreas tão diversas como o setor dos automóveis, da energia, da aviação ou da eficiência energética dos edifícios.

Dividido entre propostas legislativas novas e a revisão de regulamentos antigos, o principal objetivo do pacote é o de garantir que a União Europeia (UE) cumpre a meta estipulada para daqui a nove anos e se mantém no caminho para atingir a neutralidade climática até 2050.

Entre as diferentes propostas, espera-se que o executivo comunitário apresente um Mecanismo de Ajustamento das Emissões de Carbono nas Fronteiras (CBAM, na sigla em inglês), que tem gerado preocupações tanto nos Estados Unidos como na China – que temem uma medida protecionista –, e que visa assegurar que as empresas europeias não são prejudicadas, em termos competitivos, pelas novas normas ambientais que irão entrar em vigor no espaço comunitário.

Para tal, o CBAM deverá simultaneamente procurar impedir o fenómeno de “fuga do carbono” –segundo o qual as empresas mudam a sua produção para o estrangeiro de maneira a escapar às regras ambientais europeias, continuando a emitir o mesmo nível de emissões – e estabelecer um “imposto sobre o carbono” que procura fazer com que os produtos produzidos fora do espaço europeu não beneficiem de preços mais baixos devido a padrões ambientais reduzidos.

O pacote deverá também introduzir duas novas propostas relativas tanto ao setor da aviação como do transporte marítimo, obrigando ambos a utilizarem mais “combustíveis sustentáveis alternativos”.

No que se refere ao setor da aviação, o portal de notícias Euractiv indica que as companhias aéreas passarão a ter de se abastecer com uma mistura de combustíveis quando descolarem de aeroportos europeus, e que deverá incluir, a partir, de 2025, uma percentagem de 2% de combustíveis sustentáveis para a aviação (SAF, na sigla em inglês), que subirá para 63% em 2050.

Além disso, segundo o jornal britânico Financial Times, o pacote deverá também estabelecer um imposto sobre os combustíveis fósseis utilizados pela indústria de aviação – como o querosene, o petróleo e o gasóleo – que irá progressivamente aumentando durante um período de dez anos.

O “Fit for 55” deverá também incluir uma revisão do regulamento que estipula as emissões de CO2 produzidas pelo setor automóvel, que se tornarão mais robustas e poderão incluir uma redução de 100% no setor automóvel a partir de 2035, o que significaria, na prática, o fim da venda de automóveis de gasolina e gasóleo.

O pacote deverá ainda propor a revisão do atual Regime de Comércio de Licenças de Emissão da UE (RCLE-UE) e da diretiva relativa à eficiência energética.

Fazendo uma antevisão do pacote legislativo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que os “europeus escolheram tornar a UE neutra em carbono até 2050”, o que implica “cortar as emissões em pelos menos 55% até 2030”.

“A 14 de julho, iremos apresentar um plano para o alcançar: o nosso plano para o crescimento económico, para empregos bons e sustentáveis, e para um planeta saudável”, indicou hoje Von der Leyen na sua conta oficial da rede social Twitter.

Após a apresentação do pacote em questão, o conjunto das 13 propostas legislativas passará para o Parlamento Europeu e para o Conselho da UE, que representa o conjunto dos Estados-membros, que irão entrar em negociações interinstitucionais para aprovar o conjunto de medidas, um processo se prevê que irá demorar vários meses.

https://zap.aeiou.pt/proposta-corte-emissoes-ate-2030-417067

 

Móvel, flutuante e sustentável. Arquitetos criam cidade 100% auto-suficiente em Manhattan !


Uma equipa de arquitetos criou uma cidade flutuante em Manhattan, que se carateriza por ser 100% auto-suficiente. A inovação pode ser a chave para o problema de sobrelotação que muitas cidades do mundo vivem.

Um dos grandes problemas do século XXI é o facto das pessoas que vivem nas grandes cidades estarem a esgotar alguns dos recursos mais raros do Planeta. Com a pandemia de covid-19, os conceitos de sustentabilidade e consciencialização ganharam uma nova forma – e já há novas ideias a serem desenvolvidas.

Neste sentido, um escritório de arquitetura – o 3deluxe – decidiu construir um projeto que correspondesse a esses valores em Manhattan, uma cidade que vive com população a mais e que precisa desesperadamente de mais espaço.

O projeto desenvolvido pela 3deluxe foi encomendado pela organização #WeThePlanet (WTP) com sede em Nova Iorque. A ideia é construir um campus sustentável que esteja alinhado com a natureza e seja agradável para as pessoas.

A 3deluxe concebeu assim uma verdadeira cidade móvel flutuante que é 100% auto-suficiente, gerando toda a energia e água de que necessita.

“Depois do choque da pandemia e da polarização social dos últimos anos, há uma ânsia por mudanças positivas. É hora de a arquitetura e o urbanismo adotarem uma abordagem mais ambiciosa para humanizar o nosso ambiente”, referiu Dieter Brell, diretor de criação da 3deluxe, em comunicado.

A cidade será uma plataforma comunicativa que protege “toda a vida na terra e no mar enquanto avança a fronteira do design”, de acordo com a 3deluxe.

A organização #WeThePlanet acredita que os edifícios devem retribuir tanto quanto recebem. Portanto, o campus flutuante deverá usar as tecnologias mais recentes para purificação do ar, juntamente com parques eólicos de algas, energia fotovoltaica, centrais marinhas e bio-reatores para garantir que a estrutura gera o mínimo de emissões e, ao mesmo tempo, é 100% auto-sustentável.

A plataforma também é protegida do aumento do nível do mar. No futuro, se os habitantes de Manhattan decidirem que precisam ainda de mais espaço, a estrutura pode ser ampliada, adianta o Interesting Engineering.

A 3deluxe refere que o projeto da plataforma posiciona-se sobre “questões sociais relevantes, como a proteção climática, conservação da natureza, responsabilidade conjunta, abertura e transparência”.

https://zap.aeiou.pt/movel-flutuante-e-sustentavel-arquitetos-criam-cidade-100-auto-suficiente-em-manhattan-416734

 

A subida do nível do mar no Bangladesh está a empurrar mulheres para a prostituição !

A subida do nível do mar no Bangladesh está a ter repercussões dramáticas na vida de muitas mulheres que têm como única opção a prostituição.


De acordo com a Sky News, a emergência climática no país está a ter graves consequências sócio-económicas e as mulheres são a classe mais afetada. O jornal britânico indica que muitas se vêm obrigadas a prostituir-se num bordel na costa sudoeste conhecido como Banishanta.

Entre muitos casos, o diário britânico destaca a situação de Pervin: uma jovem que começou a trabalhar no bordel, depois de a sua família ter ficado com a casa destruída em consequência da subida do mar, erosão e sucessivos ciclones.

Com apenas 15 anos, e ao perceber que a família precisava de ajuda monetária, Pervin decidiu pôr mãos à obra e ir trabalhar. Foi contactada por uma mulher que lhe prometeu emprego numa fábrica de têxteis, mas acabou por ir parar ao bordel onde agora presta serviços sexuais a troco de dinheiro.

Em declarações à Sky News diz que se deixou enganar pela ingenuidade: “Não sabia o que fazer. Ela abandonou-me”, contou.

Banishanta é um dos bordéis mais antigos de Bangladesh, atraindo clientes do porto próximo de Mongla. Mesmo sendo legal no país, o trabalho sexual é extremamente estigmatizado na cultura tradicional e as mulheres que o praticam são descriminadas.

Pervin é apenas um dos muitos casos – estima-se que sejam cerca de 100 mulheres – a passar por esta situação. As histórias, geralmente, têm como ponto de partida a vulnerabilidade provocada pelas mudanças climáticas.

Normalmente, as mulheres que vão parar ao bordel acabam por ser vendidas e ficam prisioneiras. Há ainda mulheres mais velhas que vivem há anos no local e não têm para onde ir, acabando por se sujeitar a todo o tipo de tratamentos indignos.

A pequena faixa de terra onde Banishanta foi construído também está a desaparecer, por isso, o aumento do nível do mar está a destruir as margens do bordel, sendo que quando as casas são inundadas, as mulheres que lá trabalham são forçadas a gastar o dinheiro que ganham na manutenção do local.

https://zap.aeiou.pt/subida-nivel-mar-bangladesh-prostituicao-416728

 

Onda de calor no Canadá pode ter causado a morte de mais de mil milhões de animais marinhos !

A onda de calor no Canadá atingiu milhões de pessoas, mas a situação, que causou incêndios e problemas no abastecimento de energia, não afetou apenas os humanos. Estima-se que mais de mil milhões de animais marinhos tenham sucumbido às altas temperaturas.


Chris Harley, biólogo da Universidade da Columbia Britânica, acredita que as temperaturas extremas que se sentiram na semana passada no Canadá, podem ter resultado na morte de mais de mil milhões de criaturas marinhas, como mexilhões, estrelas do mar e percebes, no Mar Salish, na costa sudoeste do país. O efeito devastador deverá afetar também qualidade da água na região.

O país registou temperaturas que chegaram aos 49,6 graus, sendo que durante a onda de calor, Harley e a sua equipa usaram câmaras de infravermelhos para detetar as temperaturas nos habitats costeiros.

Durante a pesquisa, os investigadores encontraram inúmeros mexilhões a apodrecer nas suas próprias cascas. “Dava para sentir o cheiro mesmo antes de chegar perto”, referiu citado pelo The Guardian.

“A praia não costuma estalar quando se anda sobre ela. Mas havia tantas conchas de mexilhões vazias por toda a parte que não se podia evitar pisar animais mortos“, descreveu ainda.

Os mexilhões toleram temperaturas de até 30 graus, e os percebes são mais resistentes, suportando até 40 graus. No entanto, o termómetro esteve muito perto de chegar aos 50 graus durante algumas horas de vários, o que levou a que vários elementos destas espécies acabassem por colapsar.

A morte destes animais também irá a qualidade da água na região, já que, por exemplo, os mexilhões têm a função de filtrar a água do mar.

Tendo em conta a quantidade de animais mortos encontrados numa área pequena, Harley calculou que mais de mil milhões de criaturas marinhas possam ter morrido com a onda de calor.

https://zap.aeiou.pt/calor-canada-morte-animais-marinhos-416714

 

Espetar agulhas nos olhos ou incendiar a casa da mãe: Eis os mistérios da vida de Isaac Newton !

Atualmente, Isaac Newton é conhecido como o pai da física. No entanto, há vários detalhes da vida do cientista que permanecem desconhecidos — inclusive os mais surreais.


Isaac Newton nasceu no dia 25 de dezembro de 1642 – poucos meses após a morte do seu pai. O homem que se viria a tornar num dos matemáticos mais influentes da história, teve uma infância solitária e este detalhe da sua vida talvez explique um pouco da sua personalidade enquanto adulto.

Newton sempre foi um aluno exímio e, em 1661, foi admitido no Trinity College, em Cambridge. Na instituição, o jovem aprendeu as principais teorias científicas, que na época ainda era a “física” que havia sido escrita por Aristóteles há mais de dois mil anos.

Alguns meses depois de se formar, o país foi assolado pela peste. Assim, como grande parte das pessoas do mundo, Newton foi forçado a isolar-se na casa da sua família nos dois anos seguintes, aproveitando o tempo de isolamento para aprofundar os seus conhecimentos sobre matemática e física.

Segundo o IFL Science, o cientista enfiava agulhas grandes e pontiagudas – entre outros objetos – atrás dos seus olhos para ver o que acontecia, sendo que desta forma desenvolveu uma teoria “corpuscular” da luz que era mais alquimia do que propriamente ciência.

Outra das ideias passou por fazer uma experiência onde os seus olhos eram expostos à mais intensa explosão de luz solar direta possível – o que fez com que ficasse cego durante três dias.

Embora a ideia possa parecer macabra, acabou por resultar numa verdadeira revolução para a comunicação científica, sendo que depois o matemático acabou por construir o primeiro telescópio refletor em funcionamento conhecido.

Newton mantinha-se ocupado secretamente a trabalhar no que chamou a sua “Grande Obra”: a alquimia. O físico escreveu cerca de um milhão de palavras sobre tópicos como transformar metais comuns em ouro ou sobre a natureza de Deus.

Contudo, a coisa mais inexplicável que fez passou por tentar incendiar a casa da sua mãe com esta e o padrasto lá dentro. Até agora, não se sabe o que motivou esta atitude.

Apesar do seu legado como um dos cientistas mais proeminentes da história, segundo o IFL Science, a melhor descrição de Isaac Newton talvez tenha vindo de John Maynard Keynes: “Newton não foi o primeiro na era da razão. Ele foi o último dos mágicos”.

https://zap.aeiou.pt/misterios-vida-isaac-newton-416113

 

Borrel afirma que mundo não irá superar a pandemia antes de 2023 !

Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, entende que a Europa está a “sair do túnel”, mas a situação ainda é difícil na América do Sul, África e Índia.


O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse no sábado que “o mundo como um todo” não vai superar a pandemia antes de 2023, embora a Europa esteja já “a sair do túnel”.

A Europa está a “sair do túnel”, mas a situação ainda é difícil na América do Sul, África e Índia, disse Borrel.

“O mundo como um todo não vai superar o vírus até 2023. Perante nós está uma longa luta contra a pandemia”, afirmou, de acordo com a televisão pública croata HRT, no XIV Fórum de Dubrovnik, dedicado ao impacto da pandemia nas relações geoestratégicas e na economia global.

Borrell dirigia-se aos ministros dos Negócios Estrangeiros de dez países da Europa Central e dos Balcãs – Albânia, Croácia, República Checa, Eslováquia, Eslovénia, Grécia, Letónia, Macedónia do Norte, Malta e Montenegro – e outros diplomatas.

O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros considerou que a pandemia de covid-19 vai deixar um mundo diferente, mais digital e com novas desigualdades.

“Todos estamos cientes das consequências futuras, mas também da solução para a crise provocada pela pandemia, que é a vacinação”, disse.

Borrell defendeu a doação de vacinas a países pobres para impulsionar o desenvolvimento económico, bloqueado pela pandemia, lembrando os alertas da ONU de que a falta de remédios em algumas regiões significará diferenças na recuperação e mais instabilidade no mundo.

A este respeito, mencionou as doações europeias para o mecanismo global COVAX, uma plataforma de vacinação promovida pela Organização Mundial de Saúde.

Borrell acusou a Rússia e a China de promoverem “diplomacia de vacinas” para reforçar os seus interesses no mundo e alertou que a UE deve “estar ciente disso e agir de acordo com a situação”.

Indicou que, sobretudo, a influência da China no mundo é crescente e que a cooperação é “cada vez mais difícil” com Pequim, embora tenha defendido o entendimento devido à importância do país asiático.

“Até 25% do crescimento económico global este ano vem da China”, alertou.

Borrell considerou que a competição entre a China e os Estados Unidos moldará o mundo nas próximas décadas e que a União Europeia deve traçar o seu caminho “olhando através de suas próprias lentes”.

“Com os Estados Unidos compartilhamos a história, o sistema político e económico. Estaremos sempre próximos de Washington, mas devemos olhar para o mundo com os nossos interesses em mente”, disse Borrell, acrescentando que o diálogo da UE com o governo do presidente Joe Biden na China é “positivo e construtivo”.

https://zap.aeiou.pt/borrel-pandemia-ate-2023-416343

 

Políticos distraídos com smartphones ? A IA apanha-os em flagrante delito !

O artista Dries Depoorter criou um algoritmo de Inteligência Artificial (IA) que identifica os políticos do Parlamento belga em flagrante quando se distraem com os seus smartphones durante os debates.

Na Bélgica, todos os debates parlamentares são transmitidos em direto no YouTube. O artista Dries Depoorter desenvolveu um sistema que combina machine learning com reconhecimento facial para apanhar os políticos que mais se distraem com o smartphone.

No site do seu mais recente projeto, batizado The Flemish Scrollers, o artista explica que o software foi escrito na linguagem de programação Python, usando um sistema de machine learning para detetar smartphones e outro de reconhecimento facial para identificar o político em questão.

O IFL Science detalha que o programa monitoriza as transmissões ao vivo no YouTube, deteta os políticos que estão a mexer nos smartphones e compara o tempo de uso com a duração do debate.

Quando apanha um político distraído, o software publica um clipe de vídeo nas contas do Instagram e Twitter. Todas as publicações são acompanhadas por um pedido: “pls stay focused!” (“por favor mantenha-se focado”).

Há dois anos, o primeiro-ministro belga, Jan Jambon, foi apanhado a jogar Angry Birds durante um debate. No entanto, muitos utilizadores nas redes sociais defendem que os políticos podem estar a usar o smartphone momentaneamente para tratar de algum assunto urgente, consultar e-mails ou artigos.

Para já, não se sabe se este projeto conseguirá reduzir o número de políticos distraídos durante as sessões no parlamento belga. Certo é que, desde que arrancou, a 5 de julho, o software já apanhou quatro políticos agarrados ao telemóvel.

https://zap.aeiou.pt/politicos-distraidos-com-smartphones-416108

Idosa belga morreu infetada com duas variantes da covid-19 !

Uma belga de 90 anos morreu depois de adoecer com covid-19. A idosa estava infetada com a variante Alpha (do Reino Unido) e a variante Beta (da África do Sul).


Investigadores belgas relataram, este domingo, o caso inédito de uma nonagenária que morreu em março com covid-19, após ter sido infetada simultaneamente por duas variantes diferentes, a Alpha (britânica) e a Beta (sul-africana), um fenómeno que, alertam, está “subestimado”.

“Este é um dos primeiros casos documentados de coinfecção com duas variantes preocupantes do SARS-CoV-2″, disse a autora do estudo, a bióloga molecular Anne Vankeerberghen, citada num comunicado do Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ECCMID).

No Brasil, dois casos de pessoas infetadas por duas variantes diferentes foram relatados em janeiro num estudo, mas esse “ainda não foi publicado em revista científica”, explicou o ECCMID.

A 3 de março de 2021, a mulher de 90 anos, sem antecedentes médicos em particular e não vacinada, foi internada num hospital na cidade belga de Aalst após várias quedas, de acordo com este estudo de caso, apresentado no congresso e revisto por pares no comité de seleção.

A idosa, que testou positivo para covid-19 ao chegar, apresentava inicialmente “um bom nível de saturação de oxigénio e nenhum sinal de dificuldade respiratória”, segundo o ECCMID.

No entanto, “rapidamente desenvolveu sintomas respiratórios agravados e morreu cinco dias depois”, afirma a nota.

Segundo a bióloga do hospital OLV em Aalst, “é difícil dizer se a coinfecção por duas variantes desempenhou um papel na rápida deterioração da condição do paciente”.

Em extensos testes e mediante sequenciamento, o hospital descobriu que a idosa tinha sido infetada com duas variantes do vírus que causa a covid-19: uma originária do Reino Unido, chamada Alpha, e a outra inicialmente detetada na África do Sul, chamada Beta.

“As duas variantes estavam a circular na Bélgica na época (março de 2021), então é provável que a mulher tenha sido coinfectada por duas pessoas diferentes. Infelizmente não sabemos como ela foi contaminada”, acrescentou Vankeerberghen.

Até o momento, “não há nenhum outro caso publicado” de coinfecção com duas variantes, apontou a investigadora, que considera “crucial” continuar o sequenciamento e o estudo de um fenómeno “provavelmente subestimado”.

https://zap.aeiou.pt/idosa-morre-infetada-duas-variantes-416334

 

Em 1959, três homens que acreditavam ser Jesus Cristo fizeram parte de uma experiência pouco ética !

Em 1959, no Hospital Estatal Ypsilanti no Michigan, EUA, viviam três homens que acreditavam ser a figura bíblica de Jesus Cristo. Todos tinham sido diagnosticados com esquizofrenia e fizeram parte de uma experiência eticamente duvidosa.


O psicólogo Milton Rokeach estava convencido de que poderia pôr fim às ilusões dos três homens juntando-os no mesmo espaço durante várias sessões.

A primeira reunião foi – como seria de esperar – um pouco tensa. Como estavam inabalavelmente convencidos de quem eram, tornaram-se hostis quando foram confrontados com alguém que reclamava a sua própria identidade.

Ainda assim, segundo o IFL Science, Clyde, Joseph e Leon compareceram a todas as sessões, apesar de não terem surtido qualquer efeito: em vez de questionarem a sua própria crença de que eram Jesus, incorporaram os outros dois pacientes nas suas crenças ilusórias.

Clyde, por exemplo, acreditava que os outros dois não estavam vivos. “As máquina estão a falar. Retira-lhes as máquinas e eles não falam. Não se pode matar os que têm máquinas dentro deles”, dizia.

Joseph argumentava que os seus “colegas” eram “pacientes num hospital psiquiátrico e o facto de serem pacientes prova que são loucos“. Leon, por sua vez, acreditava que os outros dois eram deuses menores, ou reencarnações do capitão Davy Jones e do rei Mathius.

A experiência durou dois anos e, com o tempo, o psicólogo usou técnicas diferentes, muitas vezes antiéticas. O portal escreve que chegaram a contratar uma atraente assistente de investigação numa tentativa de conseguir que Leon se apaixonasse por ela, usando-a para pôr fim à sua crença.

À medida que o tempo foi passando, a relativa simpatia que os homens demonstraram ter uns pelos outros desmoronou-se, desencadeado lutas físicas e verbais.

A experiência não foi, de todo, um sucesso. No final, Rokeach escreveu um relatório no qual apresenta um olhar fascinante sobre crença e identidade, mas também admite a natureza pouco ética do seu trabalho e a manipulação dos seus pacientes.

Eu não tinha o direito, mesmo em nome da Ciência, de fazer de Deus e interferir 24 horas por dia na vida quotidiana” dos três homens, escreveu.

“Eu não consegui curar os três Cristos dos seus delírios, mas eles conseguiram curar a minha ilusão, semelhante à de Deus, de que poderia mudar as suas crenças organizando e reorganizando omnipotente e omniscientemente a sua vida quotidiana.”

https://zap.aeiou.pt/tres-homens-que-acreditavam-jesus-cristo-416144

 

A primeira escola do mundo impressa a 3D já funciona em África (e pode salvar o sistema de educação !

Cada vez mais, a impressão 3D está a tornar-se numa tendência pelo mundo fora. Agora, também já há uma escola fabricada através deste método.


Apesar do alto custo desta tecnologia, o Grupo CDC, com sede no Reino Unido, quer desmistificar a ideia de que esta técnica só é usada em grandes empreendimentos.

Assim, a empresa imprimiu uma escola em 3D em apenas 18 horas. O estabelecimento de ensino, que está sediado no Malaui, já conta coma presença de vários alunos.

As instalações da escola, construídas em velocidade recorde, foram agora transferidas para a comunidade local na zona de Yambe, no distrito de Salima.

“Estou impressionada com o novo edifício – a sua durabilidade e o design proporcionam o espaço e as instalações que os alunos não tinham antes”, referiu Juliana Kuphanga Chikandila, ministra da Educação, Juventude e Desporto do Malaui.

A responsável frisa que este estabelecimento “é notavelmente diferente das escolas que estão a ser construídas na zona de Yambe e no distrito de Salima, e deverá atrair mais alunos, fazendo com que retornem à educação”.

A 14 Trees, uma joint venture pertencente ao Grupo CDC que trabalha para atender às necessidades de infraestruturas na África, realça que esta é a primeira escola impressa em 3D do mundo.

“Agora que apresentamos o conceito no Malaui, esperamos expandir essa tecnologia em toda a região”, afirmou Miljan Gutovic, diretor regional da empresa. O empreendimento tem projetos semelhantes em desenvolvimento no Quénia e no Zimbabué.

Além do avanço tecnológico, a construção desta escola também tem um outro foco muito importante: o social.

A UNICEF estima que só no Malaui faltam 36.000 salas de aula, o que deixa milhares de alunos sem acesso a uma educação digna.

Para colmatar este problema, diz o Interesting Engineering, seriam necessários 70 anos de uso de métodos de construção convencionais.

É neste sentido, que a 14 Trees considera que a tecnologia de impressão 3D pode ajudar a resolver o problema em apenas 10 anos.

Numa parceria entre o Grupo CDC e a Lafarge Holcim, uma multinacional franco-suíça de materiais de construção, as empresas querem construir casas, escolas e infraestrutura sociais a preços acessíveis em África de modo a colmatar as várias carências.

Para o processo de impressão, o empreendimento deverá usar a tinta Lafarge Holcim, que além de reduzir o tempo de construção, requer menos materiais em comparação com outras opções. Por outro lado, o método carateriza-se por ser amigo do ambiente.

No entanto, o processo não é totalmente automatizado. A equipa usa uma grande impressora para construir as paredes da estrutura, mas são necessários trabalhadores qualificados para dar conta do processo de instalação de portas, janelas, telhados e outros detalhes.

Esta acaba por ser uma vantagem em termos económicos, pois desta forma a empresa de construção vai ter capacidade para criar mais empregos e qualificar a mão de obra no país.

https://zap.aeiou.pt/primeira-escola-mundo-impressa-3d-415423

 

 

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Biden exige a Putin que tome medidas contra ciberataques russos !

Joe Biden telefonou a Vladimir Putin e disse-lhe os EUA estão preparados para retaliar, caso os ataques contra empresas e infraestruturas continuem.


O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exigiu a Vladimir Putin, por telefone, que “tome medidas” contra os cibercriminosos russos que atuam em território norte-americano, reiterando que poderá responder aos ciberataques.

A conversa ocorreu menos de um mês depois de os dois chefes de Estado terem-se encontrado em Genebra, na Suíça, quando Biden alertou para a sucessão de ataques cibernéticos a empresas e infraestruturas dos EUA provenientes da Rússia.

De acordo com um comunicado da Casa Branca, os Estados Unidos tomarão as medidas necessárias 

“Biden salientou a necessidade de a Rússia agir para bloquear os grupos de ransomware e enfatizou que está comprometido e envolvido numa ameaça mais ampla do ransomware”, adiantou a Casa Branca.

Após a última conversa entre os dois chefes de Estado, em junho, seguiu-se uma série de ataques de ransomware em infraestruturas vitais e em grandes corporações, elevando a ameaça a um problema urgente de segurança nacional para a Administração Biden.

Um ataque em maio a um oleoduto que fornece cerca de metade do combustível utilizado na costa este dos Estados Unidos fez com que a Colonial Pipeline paralisasse temporariamente as operações.

A empresa, segundo a agência noticiosa Associated Press, pagou cerca de 4,4 milhões de dólares (cerca de 3,7 milhões de euros) pelo resgate. As autoridades norte-americanas conseguiram recuperar grande parte dessa quantia numa operação de aplicação da lei em junho.

Os hackers também extorquiram à maior processadora de carne do mundo, JBS SA, 11 milhões de dólares (cerca de 9,27 milhões de euros).

https://zap.aeiou.pt/biden-exige-a-putin-que-tome-medidas-416249

 

Cidade na Flórida aceita proposta para construir túnel da Boring Company !


O mayor de Fort Lauderdale, na Flórida, Estados Unidos, aceitou uma proposta da empresa de Elon Musk para construir um túnel subterrâneo para ligar o centro da cidade à praia.

“Fort Lauderdale aceitou formalmente uma proposta da Boring Company para construir um sistema de trânsito subterrâneo entre o centro da cidade e a praia. (…) Esta pode ser uma forma verdadeiramente inovadora de reduzir o congestionamento provocado pelo trânsito”, escreveu na sua conta do Twitter o mayor Dean J. Trantalis.

O projeto, batizado “The Las Olas Loop”, irá oferecer um “um acesso mais rápido e eficiente entre o centro da cidade e a praia, além de aliviar o trânsito”, pode ler-se no comunicado da autarquia, publicado na semana passada, relativo às negociações com a empresa de Elon Musk.

A Boring Company oferece um sistema de transporte chamado “loop”, que se define como um “sistema de transporte público subterrâneo de alta velocidade, totalmente elétrico e sem emissões, no qual os passageiros são transportados para o seu destino sem paragens”, cita o canal russo RT.

No entanto, a construção destes túneis tem sido criticada por não corresponder às expectativas e devido aos riscos que a sua construção poderá ter nas zonas costeiras.

No site Gizmodo, a colaboradora Dharna Noor escreveu mesmo que a construção deste “loop” em Fort Lauderdale é uma má ideia por razões climáticas e geológicas, por ser uma área de terrenos feitos de calcário, areia e marga, todos materiais altamente permeáveis ​​e porosos.

Noor explicou que o risco de inundações à medida que o oceano invade esta zona do país faz com que as cidades da Flórida estejam a tomar medidas para adaptar as suas infraestruturas, construindo sistemas de bombeamento para enviar a água de volta para o mar.

“Construir um túnel da Boring Company seria um passo na direção oposta“, concluiu.

Se andar para a frente, este será o segundo projeto deste tipo da empresa de Musk, depois de uma iniciativa semelhante em Las Vegas.

https://zap.aeiou.pt/cidade-florida-tunel-boring-company-416166

 

“Coelhinhas” - Guardas prisionais e pessoas externas abusam sexualmente de reclusas em Maputo !

A comissão criada para investigar a denúncia de exploração sexual numa cadeia feminina em Maputo concluiu que houve abuso sexual de reclusas por guardas prisionais e “pessoas externas”, mas os casos ocorreram no interior do estabelecimento penitenciário.


No relatório final, apresentado hoje em conferência de imprensa em Maputo, a comissão esclarece que não encontrou evidências sobre a alegada rede de exploração sexual denunciada pela organização não-governamental Centro de Integridade Pública (CIP), em que guardas prisionais forçam mulheres reclusas a sair da cadeia para se prostituírem, mas encontrou elementos da existência de casos de funcionários prisionais que se aproveitam da condição vulnerável das reclusas, abusadas sexualmente.

“No cômputo geral, os eventos [constatados pelos psicólogos] são caracterizados e classificados em forma de abuso sexual no sistema penitenciário. O abuso sexual na prisão aconteceu de várias formas”, declarou Elisa Samuel, relatora da comissão, na leitura das conclusões do trabalho.

De acordo com o relatório, o abuso sexual na cadeia foi praticado por guardas penitenciários e por “pessoas externas“, que entravam na prisão em festas promovidas ao fim de semana ou feriados, com complacência de altos funcionários da prisão.

“Em outros casos, os agentes exigiram sexo em troca de comida, drogas ou promessas de tratamento privilegiado”, acrescentou a relatora da comissão.

Refere-se ainda que as reclusas denunciaram vários casos em que foram obrigadas a fazer abortos após relações com guardas prisionais, algumas das quais descritas pela comissão como “aparentemente consensuais”, embora baseadas em ameaças.

“A maioria das reclusas engravidou mais de uma vez e foi forçada a fazer aborto, recorrendo aos serviços das enfermeiras afetas ao estabelecimento penitenciário”, relata o documento, que sugere um instrumento jurídico específico para penalizar guardas que se envolvam com reclusas.

A comissão sugere ainda uma reflexão sobre a condição das mulheres reclusas em Moçambique, alertando para a possibilidade de existirem casos similares em outros estabelecimentos penitenciários.

“Os resultados desta investigação podem não captar a dimensão do problema, impondo-se a necessidade de se continuar a investigar”, frisou Elisa Samuel, considerando que a denúncia do Centro de Integridade Pública tem “lacunas e insuficiências”, mas é importante porque levanta o debate sobre a situação das mulheres reclusas no país.

O relatório da denúncia da alegada rede para a exploração sexual produzido pelo CIP indicava que as mulheres eram obrigadas a sair da cadeia para se prostituírem, num “negócio lucrativo” e em que as reclusas eram tratadas “como uma mercadoria com um preço”, só ao alcance de pessoas com algumas posses em Maputo.

“Pombinhas”, “coelhinhas” são alguns dos termos usados pelos guardas prisionais para se referirem às mulheres durante a negociação com os clientes.

O método passa por acertar o dia, o local do encontro e o preço – os guardas podem receber cerca de 40 a 400 euros por cada reclusa entregue, acrescentou o documento da ONG.

Para a realização do trabalho, a comissão de inquérito realizou 53 entrevistas com reclusas, reuniu-se com os denunciantes, o CIP, e membros da direção suspensa.

O Estabelecimento Penitenciário Especial para Mulheres de Maputo alberga um total de 96 reclusas, distribuídas por oito celas, com capacidade para 20 pessoas cada.

O caso levantou a indignação de vários setores da sociedade moçambicana, tendo sido submetida à Procuradoria-Geral da República uma queixa crime contra a direção do estabelecimento penitenciário por 17 organizações de defesa dos direitos das mulheres.

https://zap.aeiou.pt/guardas-prisionais-abusam-reclusas-415676

 

McDonald’s está a substituir trabalhadores do drive-thru por IA !

A McDonald’s está a substituir os trabalhadores do drive-thru por Inteligência Artificial em alguns dos seus restaurantes nos Estados Unidos. Até agora registou cerca de 85% de eficiência.


Há alguns anos, a McDonald’s fez um teste num dos seus restaurantes nos Estados Unidos, em que colocou um sistema de Inteligência Artificial a atender os pedidos de drive-thru. Agora, a empresa expandiu essa ideia e está a testar a tecnologia em dez restaurantes em Chicago.

No entanto, não é expectável que tão cedo encontre uma espécie de Siri a atender o seu pedido quando for a um drive-thru — seja em Portugal ou até nos Estados Unidos.

“Há um grande salto entre ir de 10 restaurantes em Chicago para 14.000 restaurantes nos EUA com um número infinito de permutações promocionais, permutações de menu, permutações de dialeto, clima — e por aí fora”, admitiu o CEO da McDonald’s Chris Kempczinski, citado pelo Big Think.

Para aqueles que acham que a inovação é prematura demais, talvez tenham de pensar duas vezes. Basta olhar para os restaurantes McDonald’s que têm máquinas onde podemos fazer o nosso pedido e até pagar. Até já podemos fazer o nosso pedido através de uma aplicação móvel, em que um condutor leva a refeição a casa.

A Inteligência Artificial está a evoluir a um ritmo avassalador e o setor da restauração está a recebê-la de braços abertos.

Há quem defenda que a automação melhorará a segurança alimentar, uma vez que os robôs são fáceis de limpar e nunca ficam doentes. No entanto, muitos temem que isto leve a uma diminuição dos postos de trabalho.

Ainda assim, a tecnologia da McDonald’s está longe de ser perfeita — registando uma taxa de eficiência de 85%. Um em cada cinco pedidos ainda precisa da ajuda de um humano. Todavia, Kempczinski diz que o maior desafio tem sido garantir que os trabalhadores não intervenham quando a Inteligência Artificial está a ter dificuldades.

O CEO estima que pode levar apenas cinco anos para que um lançamento generalizados nos Estados Unidos aconteça.

https://zap.aeiou.pt/mcdonalds-substituir-drive-thru-ia-415476

 

Laurent tem 11 anos, licenciou-se em Física em nove meses e procura a imortalidade !

Com 11 anos, e em apenas nove meses, Laurent Simons licenciou-se em Física pela Universidade de Antuérpia, na Bélgica. A “imortalidade” é o seu objetivo.


A idade é só um número e Laurent Simons é o exemplo disso mesmo. Com 11 anos e muito sonhos por cumprir, este menino prodígio terminou a licenciatura em Física em apenas nove meses, sendo que esta requer um mínimo de três anos.

De acordo com o The Brussels Times, a criança tirou a licenciatura “com distinção” e vai agora continuar os estudos. “Este ano, também tirou alguns cursos do programa de mestrado. Depois do Verão, vai iniciar oficialmente o seu mestrado” de Física, disse o porta-voz da universidade belga.

Laurent Simons não quer bater recordes. “Imortalidade, esse é o meu objetivo. Quero poder substituir o maior número possível de partes do corpo por partes mecânicas”, disse. “Tracei um caminho para lá chegar. A física quântica – o estudo das partículas mais pequenas – é a primeira peça do puzzle.”

“Há duas coisas importantes num estudo deste tipo: adquirir conhecimentos e aplicá-los. Para alcançar a segunda, quero trabalhar com os melhores professores do mundo, olhar dentro dos seus cérebros e descobrir como pensam”, acrescentou a criança.

Laurent entrou para a escola primária com apenas 4 anos e aos seis já frequentava o ensino secundário, que terminou com apenas nove.

Foi nessa altura que ingressou em Engenharia Eletrónica, na TU Eindhoven, nos Países Baixos, mas entrou em litígio com a faculdade que frequentava depois de os professores terem dito que precisava de mais tempo para desenvolver aspetos como “compreensão, criatividade e análise crítica”.

Os pais decidiram entrar em contacto com outras universidades e o menino acabou por escolher a Universidade de Antuérpia, na Bélgica, de onde é natural.

https://zap.aeiou.pt/laurent-simons-11-anos-licenciatura-fisica-415324

 

Bruxelas utilizará “todos os instrumentos” caso Hungria não corrija lei sobre LGBTIQ !

A Comissão Europeia vai utilizar “todos os instrumentos disponíveis” para defender os “princípios fundamentais” europeus caso a Hungria não “corrija” a lei sobre os direitos das pessoas LGBTIQ, advertiu hoje a presidente da instituição, Ursula von der Leyen.


“Se a Hungria não corrigir a situação, a Comissão vai usar todos os poderes que estão ao seu alcance, enquanto guardiã dos Tratados”, afirmou Von der Leyen.

A presidente da Comissão Europeia falava na sessão plenária do Parlamento Europeu, que decorre esta semana em Estrasburgo, tendo o tema em debate sido a cimeira europeia da semana passada, que ficou marcada pela discussão, entre os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), sobre a lei contra as pessoas LGBTIQ na Hungria.

Referindo que nenhuma questão, durante a reunião dos líderes, foi “tão importante” como o debate sobre esta lei, porque aborda “os valores e a identidade” europeia, Von der Leyen caracterizou a legislação húngara, uma lei que impede que “filmes, notícias ou publicações onde figurem lésbicas ou homossexuais sejam mostrados a menores de 18 anos”, por considerar que “essas informações têm repercussões negativas no desenvolvimento físico e mental dos menores”.

“A homossexualidade é equiparada à pornografia. Esta legislação é uma legislação que utiliza a proteção das crianças – que é um princípio que todos defendemos – como uma desculpa para discriminar as pessoas devido à sua orientação sexual”, afirmou a presidente do executivo comunitário.

Perante os aplausos dos eurodeputados, Von der Leyen reiterou assim que a legislação húngara é uma “vergonha”, e defendeu que é “contrária aos valores da União Europeia”, que consistem na “proteção da dignidade humana, na igualdade, e na preservação dos direitos humanos”.

“Há muitos lugares no mundo onde se pode ganhar bem e fazer grandes negócios. No entanto, quando se trata de viver em paz e liberdade, não há melhor lugar do que a Europa. A Europa é diversa e os europeus são diversos. E, no entanto, mantemo-nos juntos: são os nossos valores que nos unem”, indicou.

Nesse sentido, a presidente da Comissão Europeia referiu que, durante a cimeira do Conselho Europeu, os chefes de Estado e de Governo da UE deixaram “muito claro” que apoiam o executivo comunitário nas medidas que quiser tomar, e reiterou que irá usar “todos os instrumentos disponíveis” para “defender os princípios fundamentais” do bloco.

“Quero ser clara: nós podemos usar estes poderes independentemente do Estado-membro que estiver a violar a legislação europeia. Desde o início do meu mandato, lançámos 40 procedimentos de infração ligados à proteção do Estado de direito e de outros valores da UE. Caso seja necessário, seguir-se-ão outros procedimentos”, salientou.

A presidente da Comissão Europeia referiu assim que a UE não pode “ficar a olhar impávida” enquanto “regiões inteiras se declaram zonas livres de pessoas LGBTIQ”.

“A Europa nunca irá permitir que partes da nossa sociedade sejam estigmatizadas seja devido a quem amam, à sua idade, etnia, opinião política ou crença religiosa. Porque nunca nos podemos esquecer: quando defendemos uma parte da nossa sociedade, estamos a defender a liberdade da nossa sociedade como um todo”, referiu.

“Nós não discriminamos, nós integramos”

No mesmo debate, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também abordou a questão da lei húngara, referindo que os direitos LGBTIQ não são “um assunto marginal”, mas antes um “exemplo concreto da maneira como uma sociedade se posiciona perante a diversidade e a dignidade humana”.

“Toca nas nossas crenças e pensamentos mais íntimos, nas nossas liberdades fundamentais. Na União Europeia, nós não discriminamos, nós integramos”, salientou Charles Michel.

A Hungria aprovou a 15 de junho uma lei proibindo “a promoção” da homossexualidade junto de menores de 18 anos, o que desencadeou a inquietação dos defensores dos direitos humanos, numa altura em que o Governo conservador de Viktor Orbán multiplica as restrições à comunidade LGBT.

O novo diploma húngaro “introduz uma proibição da ‘representação e da promoção de uma identidade de género diferente do sexo à nascença, da mudança de sexo e da homossexualidade’ junto de pessoas com menos de 18 anos”, indicam os países signatários, condenando “uma forma flagrante de discriminação assente na orientação sexual, na identidade e na expressão do género”.

https://zap.aeiou.pt/bruxelas-hungria-lgbtiq-415351

 

Donald Trump disse que “Hitler fez muitas coisas boas” e chocou o seu chefe de gabinete !

Foi numa visita à Europa, para assinalar o 100.º aniversário do fim da I Guerra Mundial, que Donald Trump disse a John Kelly: “Na verdade, Hitler fez muitas coisas boas”.


Quando ainda estava no cargo de Presidente dos Estados Unidos, e durante uma viagem à Europa para assinalar o 100.º aniversário do fim da I Guerra Mundial, em 2018, Donald Trump terá defendido a recuperação económica na Alemanha Nazi nos anos 30 e chocou o seu chefe de gabinete, John Kelly, com as suas afirmações.

As revelações surgem em Frankly, We Did Win This Election, um livro escrito por Michael Bender, jornalista do The Wall Street Journal.

O The Guardian, que já recebeu uma cópia adiantada da obra, revela que Trump terá dito ao seu chefe de gabinete que, “na verdade, Hitler fez muitas coisas boas“. A frase deixou Kelly “chocado”, como o próprio admite no livro.

Segundo o diário britânico, o chefe de gabinete da Casa Branca tentou explicar ao governante quais países estavam de que lado no conflito e “tentou ligar a I Guerra Mundial à II e todas atrocidades de Hitler”.

Donald Trump também foi entrevistado para este livro e nega ter dito tal coisa sobre o ditador que governou a Alemanha entre 1933 e 1945 sob a ideologia nazi.

No entanto, são várias as testemunhas anónimas que contradizem o ex-Presidente norte-americano, que, além de ter proferido esta frase, a defendeu com a recuperação económica na Alemanha nazi nos anos 30, mesmo depois de John Kelly “dizer ao Presidente que estava errado”.

“Kelly reagiu e defendeu que os alemães teriam ficado melhor pobres do que sujeitos ao genocídio nazi”, sublinhando que, mesmo que haja um fundo de verdade quanto à esfera económica, “não se pode dizer nada que apoie Adolf Hitler“.

Kelly saiu da Casa Branca em 2019 e, desde aí, tornou-se um crítico acérrimo do ex-Presidente. O antigo chefe de gabinete disse a amigos que Donald Trump foi “a pessoa com mais falhas” que já conheceu, entre elas a “chocante falta de respeito pela História“, mais concretamente as experiências de “qualquer raça, religião ou crença”.

Ao longo dos anos, Trump fez alguns comentários positivos sobre grupos de extrema-direita e de supremacia branca.

Em 2017, um supremacista branco avançou com um carro sobre uma multidão em protesto em Charlottesville, no estado da Virgínia, vitimando mortalmente uma pessoa e ferindo outras 19.

Na altura, Trump atribuiu culpas iguais aos manifestantes de esquerda e de extrema-esquerda e aos apoiantes da extrema-direita que estiveram no local. “Acho que há culpa dos dois lados”, disse, depois de considerar haver “pessoas boas de ambas as partes”.

No ano passado, num debate no âmbito das eleições presidenciais, Donald Trump recusou-se a condenar explicitamente milícias armadas de extrema-direita, proferindo antes “Proud Boys, afastem-se e aguardem”.

https://zap.aeiou.pt/donald-trump-disse-hitler-fez-coisas-boas-415294

 

A Grande Demissão: Os americanos estão a despedir-se em número recorde !

Fenómeno surge em contra-ciclo, já que os mais recentes números divulgados revelam uma melhoria robusta da economia norte-americana. Investigações desenvolvidas no passado, no âmbito da psicologia organizacional, ajudam a compreender e a justificar a tendência.


Os números de desemprego nos Estados Unidos da América bateram recordes no início da pandemia, com a evolução do indicador a servir como barómetro para avaliar uma possível recuperação. Semanalmente, os relatórios com dados relativos aos pedidos de subsídio de desemprego são aguardados com muita expectativa tanto pelos organismos oficiais como pelos analistas.

Entre Fevereiro e Abril de 2020 — período marcado pela anúncio da Organização da Mundial de Saúde de que a propagação da Covid-19 já se enquadrava no quadro de uma pandemia —, o número de desempregados passou de 5.717.000 para 23.109.000.

Em Junho de 2021, a taxa de desemprego situava-se nos 5.9% — correspondente a 9,3 milhões de pessoas, menos 850 mil do que no mês anterior —, muito abaixo dos 14.8% registados em Abril de 2020 — num claro sinal de melhora.

Numa resposta ao relatório do último mês, Joe Biden foi rápido a apontar “as mudanças no poder dinâmico do mercado”. “A força da nossa economia está a ajudar-nos a inverter o guião. Em vez de os trabalhadores estarem a competir entre si por postos de trabalho que são escassos, os empregadores estão a competir uns com os outros para para atrair funcionários”, disse, citado pelo The Guardian.

No entanto, uma nova tendência laboral — um tanto imprevisível — começa a verificar-se no contexto americano: os pedidos de demissão.

De facto, durante o mês de Abril, quando os números de pedidos para subsídios de desemprego desceram para as marcas mais baixas desde o início da pandemia, no início de 2020, quatro milhões de trabalhadores escolheram deixar os seus empregos, um fenómeno que não acontecia, nesta escala, desde 2000, como aponta a BBC.

Como tal, a pergunta impõe-se: por que motivo estão os norte-americanos a pedir a demissão em números tão elevados?

As respostas, apontam os especialistas, estão diretamente relacionados com a pandemia. Anthony Klotz, investigador especialista em psicologia organizacional, estudou uma fenómeno semelhante há alguns anos, batizando-o de “A Grande Demissão” — um “realinhamento no mercado de trabalho em que um número considerável de pessoas, por diversos motivos, escolhem despedir-se”.

Apesar de os motivos variarem de indivíduo para indivíduo, Klotz, investigador na Escola de Negócios Mays, da Universidade do Texas A&M, aponta quatro explicações para a vaga de demissões estar a acontecer agora, num momento em os Estados Unidos da América se preparam para entrar no pós pandemia.

Esgotamento e epifanias

A primeira justificação são os trabalhadores que já tinham intenções de se demitir antes da pandemia, mas que, por uma questão de segurança, optaram por permanecer no seu emprego até agora.

“Entre 2015 e 2019, o número de demissões nos Estados Unidos cresceu de forma consistente, mas o número caiu muito em 2020, o que faz sentido dada a incerteza da pandemia. As pessoas optaram por se manter no emprego, mesmo que quisessem deixá-lo”, explicou Klotz.

De acordo com os analistas, estima-se que o ano de 2020 tenha registado, nos EUA, menos seis milhões de demissões do que esperado.

Agora, com a melhoria da situação pandémica — com especial destaque para o processo de vacinação —, um cenário laboral mais favorável parece surgir para aqueles desejosos de uma mudança.

Paralelamente, o “esgotamento do trabalho” também pode ser um fator na equação. “Sabemos por diversas pesquisas que, quando as pessoas se sentem esgotadas no trabalho, é mais provável que saiam”, resumiu o investigador.

“Vimos inúmeras histórias de trabalhadores essenciais, mas também de muitas pessoas que trabalharam de casa e tentaram equilibrar o tempo da família e do trabalho, que experimentaram altos níveis de esgotamento durante a pandemia.

Atualmente, há mais trabalhadores ‘esgotados’ do que o normal.” Segundo Klotz, a única solução para este problema seria “um bom período de descanso” — algo que nem sempre é possível, mas que abre a porta à demissão.

Os momentos de revelação ou epifania também são consideradas por Anthony Klotz como uma justificação para o fenómeno. Estes episódios acontecem quando uma pessoa, ainda que feliz com a sua função, passa por uma situação que a faz querer demitir-se, algo como uma promoção recusada ou um aumento salarial negado.

“Com a pandemia, sofremos um impacto que nos fez reavaliar as nossas vidas. Algumas pessoas perceberam que querem passar mais tempo com a família, outras sentem que agora o trabalho não é tão importante como pensavam, enquanto que outras querem, por exemplo, lançar um negócio próprio”, avança o especialista em psicologia organizacional.

Klotz resume a situação da seguinte forma: “Muitas pessoas estão a considerar fazer mudanças nas suas vidas e isso implica uma mudança na carreira”.

Ampliação do teletrabalho

A quarta explicação sugerida prende-se com a adaptação (e preferência) dos trabalhadores ao modelo de teletrabalho. No entanto, perante as perspetivas de controlo da pandemia e retoma das atividades, muitas empresas anseiam pelo regresso dos trabalhadores aos seus escritórios.

Estas visões contrárias têm levado muitos profissionais a abandonar os postos de trabalho em busca de uma oportunidade profissional que se enquadre nas suas preferências.

“Como seres humanos, temos a necessidade fundamental de desfrutar de autonomia. Quando se trabalha à distância, consegue-se estruturar o dia à maneira de cada um e há muita mais flexibilidade do que no escritório”, refere Klotz.

“Por isso, muitas pessoas não querem perder essa liberdade. Existem pessoas que se estão a demitir para procurar empregos que funcionem só com trabalho remoto ou em modalidade híbrida”, conclui.

De acordo com um estudo internacional encomendado pela Microsoft, 70% dos funcionários querem que as suas empresas mantenham a opção, de forma flexível, de trabalho remoto, enquanto 45% dos trabalhadores em teletrabalho pretendem mudar de local de residência, já que não precisam de se deslocar para o trabalho.

Simultaneamente, as empresas também parecem cada vez mais dispostas a conceder essas possibilidades aos trabalhadores. Segundo dados fornecidos pelo LinkedIn à BBC, anúncios na plataforma com referência a teletrabalho aumentaram cinco vezes entre Maio de 2020 e 2021, com o setor dos media e da comunicação a liderar a oferta (27%), seguido pela indústria de software e tecnologia de informação (22%).

Novas oportunidades (com salários mais elevados)

Finalmente, há uma última justificação para a vaga de pedidos de demissão que decorre atualmente nos EUA. Trata-se da valorização dos trabalhadores, consequência da pandemia.

De facto, uma parte considerável das demissões ocorreram nos setores da hotelaria e da restauração, o que levou os empregadores, durante o processo de reabertura da economia, a ter que oferecer incentivos, como salários mais elevados, para preencher os lugares deixados vagos.

“Há muita rotatividade em cargos de baixa remuneração, nos quais as pessoas não têm perspetivas de progressão na carreira. Se um profissional encontra um emprego com um salário mais alto, mudar não vai trazer qualquer custo”, explicou a economista Julia Pollak ao The New York Times.

Anthony Klotz, por sua vez, destaca o desempenho positivo da economia como fator de empoderamento dos trabalhadores. “Há muitas oportunidades de trabalho disponíveis atualmente. Portanto, se forem trabalhadores isso é bom porque dá opções”, refletiu.

https://zap.aeiou.pt/a-grande-demissao-americanos-recorde-415038

 

A Inteligência Artificial já dá voz aos jogos de computador, e, os atores não estão contentes !

A polémica surge após um mod do jogo The Witcher 3 incluir novas falas para a personagem Geralt of Rivia, produzidas a partir da voz original do ator Doug Cockle. Apesar da reação positiva dos fãs, os atores de voz temem pelo futuro da profissão e há quem discuta as consequências éticas da edição de vozes humanas sem o consentimento dos seus donos.


As barreiras da Inteligência Artificial estão constantemente a ser desafiadas pelo ser humano nos mais diversos formatos. Recentemente, um programador de jogos — um modder, na linguagem do setor — elevou ainda mais a barreira ao adicionar novas possibilidades ao jogo The Witcher 3.

Na mais recente versão (não oficial), intitulada A Night to Remember (Uma Noite para Recordar, em português), foram adicionadas novas linhas de voz à personagem Geralt of Rivia, produzidas a partir da voz original do ator Doug Cockle.

Segundo as informações disponibilizadas, a tecnologia utilizada para proceder à criação de novas falas foi o CyberVoice, software originalmente produzido pela empresa russa Mind Simulation Lab, também envolvida no produção da CyberMind — tecnologia capaz de desenvolver personalidades digitais para os NPC, personagens ‘não jogáveis’.

Segundo explica o Input, o CyberMind providencia a informação usada durante a criação das referidas personagens, enquanto que o CyberVoice dá voz às mesmas.

O Mind Simulation Lab já tinha trabalhado com a voz de atores humanos no passado. Ainda assim, a voz da personagem Geralt foi criada “com recurso a faixas de áudio gratuitas misturadas com outra voz”.

O trabalho desenvolvido pelo Mind Simulation Lab, na área da engenharia do som, ajuda a transformar manualmente as vozes para que sejam o mais semelhantes possível às originais.

Apesar da reação positiva dos fãs do jogo às inovações introduzidas (também de conteúdo), alguns atores de voz e alguns analistas não ficaram tão satisfeitos com a novidade, que causou controvérsia nas redes sociais.

No Twitter, Jay Britton, cuja voz pode ser ouvida em jogos como Divinity: Original Sin 2 ou Pathfinder, descreveu a situação como “de partir o coração”.

“Sim, a Inteligência Artificial talvez seja capaz de substituir coisas, mas deverá fazê-lo? Somos nós, literalmente, quem decide a questão. Substituir atores por Inteligência Artificial não é só um campo de minas em termos legais, é também uma escolha desprovida de alma”, argumentou Britton.

A polémica não é nova no setor dos jogos. Recentemente, a criadora de jogos Obsidian lançou um vídeo onde descreve o seu trabalho na plataforma Sonantic — destinada a transformar texto em discurso —, o qual consiste em testar linhas de discurso através de Inteligência Artificial para perceber se estas funcionam, antes de as substituir (ou não) por vozes humanas.

A reação, nervosa, dos atores de vozes para jogos não demorou a fazer-se ouvir.

Natalie Winter, que dá a voz a personagens de jogos como Assassin’s Creed: Valhalla, confidenciou ao InPut que a sua preocupação natural, assim como a dos seus colegas, é que a tecnologia acabe por roubar os seus trabalhos.

“Acredito que isso vá acontecer. É triste pensar que, se as vozes resultantes da Inteligência Artificial se tornarem suficientemente boas para serem amplamente utilizadas, as nossas oportunidades voltarão a diminuir.”

Uma visão contrária tem Leonid Derkyants, CEO do Mind Simulation Lab, que não hesita em defender a presença da tecnologia no setor dos jogos. “Nós criamos uma versão digital das vozes dos atores para que os NPC possam responder a perguntas dos jogadores, fora das histórias de missões, com as mesmas vozes”, explicou Derkyants.

“Tendo em conta que elas formam as suas respostas de forma independente e memorizam novos factos, é impossível dar voz a isso antecipadamente. Seria estranho se, nesse caso, as personagens falassem com uma voz diferente.”

Para além das questões relacionadas com o futuro profissional dos atores de vozes, outras dúvidas surgem com o uso da Inteligência Artificial para estes fins. Como se impede alguém, seja um criador de jogos isolado ou um estúdio profissional, de usar a voz de terceiros para proferir, por exemplo comentários racistas ou homofóbicos sem o seu consentimento?

Para Zeena Qureshi, CEO da Sonantic, o discurso ofensivo não deverá ser uma preocupação, pelo menos na sua empresa. Segundo Qureshi, quando a Sonantic “modela” a voz dos seus atores faz questão de se assegurar que estes concordam com o conteúdo final onde a sua voz será usada. “Se os nossos atores não estão confortáveis com algo, então é um não imediato”.

Também o Mind Simulation Lab, na voz (real) do seu CEO, diz prestar muita atenção às questões éticas da Inteligência Artificial. Segundo Leonid Derkyants, a “paródia” da voz da personagem Geralt não está disponível para uso público.

Ainda assim, e tal como aponta o modder de A Night to Remember, durante o projeto terá pedido ao Mind Simulation Lab linhas de discurso especificas, as quais terão sido disponibilizadas — deitando por terra o argumento de Derikyants.

https://zap.aeiou.pt/a-inteligencia-artificial-ja-da-voz-aos-jogos-de-computador-e-os-atores-nao-estao-contentes-414593

 

 


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