terça-feira, 24 de agosto de 2021

Nos EUA, algumas prisões ainda usam as “cadeiras do diabo” para torturar reclusos !


As cadeiras de contenção são usadas nas prisões norte-americanas para prender pessoas que representam um perigo para si mesmas e para os outros. Contudo, em algumas prisões, são indevidamente usadas para torturar os reclusos.

Ao longos dos anos são vários os relatos de pessoas que foram torturadas através do uso das cadeiras de contenção – sendo quem em alguns casos, os reclusos acabaram mesmo por morrer.

Neste sentido, algumas jurisdições decidiram restringir, ou até mesmo banir, o uso destas cadeiras. Já os as ativistas de direitos humanos pedem que estas sejam totalmente extintas em todo o país.

Num dos piores casos conhecidos, um homem com problemas de saúde mental parou de respirar depois de ter torturado numa prisão no condado de San Luis Obispo, na Califórnia, acabando depois por morrer, conta o Los Angeles Times.

O recluso foi deixado nu e algemado durante quase dois dias depois de ter sido espancado na cabeça e no rosto. Após o incidente, o condado decidiu que iria acabar com o uso da cadeira.

Segundo o VICE, a cadeira deve ser usada em situações em que um recluso é tão violento ou incontrolável que é necessário “prevenir a auto-mutilação, ferimentos a terceiros ou danos à propriedade”, especialmente quando outras técnicas não se mostram eficazes.

O site de notícias frisa que os dispositivos não foram criados para serem usados ​​como forma de punição, o que muitas vezes acontece.

Há duas décadas, o Comité das Nações Unidas contra a Tortura instou as autoridades americanas a abolir completamente as cadeiras de contenção e os cintos de atordoamento – dois métodos de controlo que o painel considerou que poderiam “quase invariavelmente” levar a violações do tratado internacional contra a tortura, citou o New York Times.

Ainda assim, o instrumento continuou a ser usado em todo o país e permanece ativo até aos dias de hoje.

Por sua vez, a Amnistia Internacional também exortou as autoridades a proibir as cadeiras de retenção, em parte porque “são facilmente instaladas e a sua utilização não é regulamentada em muitas jurisdições”, cita o VICE.

Embora amarrar uma pessoa que representa um perigo para si mesma ou para as outras pessoas possa ser útil em algumas circunstâncias, a prática pode estar exposta a uma linha muito ténue onde a tortura surge muito rapidamente.

Esta ação surge quando combinada com força excessiva ou humilhação, de acordo com Justin Mazzola, vice-diretor de pesquisa da Amnistia Internacional dos EUA, sendo que muitas das vezes as autoridades ultrapassam aquelas que são consideradas as “linhas vermelhas” da atuação.

No Tennessee, por exemplo, um agente penitenciário da Comarca de Cheatham foi apanhado a dar choques a um adolescente indefeso que se encontrava amarrado a uma cadeira de contenção.

O polícia foi condenado a cinco anos de prisão no ano passado pelo incidente que ocorreu em 2016, mas o adolescente nunca mais foi o mesmo, acabando por se envolver com drogas e morrer por overdose.

Em alguns casos, os próprios funcionários das prisões lutam contra o uso indevido das cadeiras de contenção, mas este ainda é um assunto que causa muita discussão nos Estados Unidos.

https://zap.aeiou.pt/cadeiras-do-diabo-torturar-reclusos-423976

 

Erradicação global do vírus da covid-19 é “provavelmente viável” !

A erradicação global da covid-19 é “provavelmente viável”, graças à vacinação, às medidas de saúde pública e ao interesse global em controlar a pandemia, segundo um novo estudo.


Para os signatários do estudo publicado no BMJ Global Health, as políticas de saúde e o interesse global em decorrência das crises financeiras e sociais fazem com que a erradicação do vírus seja possível, mas, segundo especialistas da Universidade de Otago Wellington (Nova Zelândia), os principais objetivos são garantir uma maior cobertura de vacinação, capaz de responder com rapidez às variantes, noticiou a agência Lusa.

“Embora a nossa análise seja preliminar, com vários elementos subjetivos, parece colocar a erradicação da covid-19 dentro do campo do possível, especialmente em termos de viabilidade técnica”, afirmaram os autores do estudo, que inclui dados de fatores técnicos, sociopolíticos e económicos de infeções por covid-19, poliomielite e varíola.

O grupo usou um sistema de pontuação de três pontos para cada uma das 17 variáveis, incluindo a disponibilidade de uma vacina segura e eficaz, imunidade vitalícia, o impacto das medidas de saúde pública e gestão governamental eficaz de controlo da infeção.

Também a preocupação política e pública com repercussões económicas e sociais ou a aceitação de medidas restritivas foram calculadas. As pontuações médias totalizaram 2,7 para a varíola, 1,6 para a covid-19 e 1,5 para poliomielite. A varíola foi erradicada em 1980 e dois dos três serótipos do poliovírus também foram erradicados globalmente.

Os especialistas reconheceram que, em relação à varíola e à poliomielite, os desafios técnicos da erradicação da covid-19 incluem a baixa aceitação da vacina e o surgimento de variantes mais transmissíveis.

“Porém, a evolução viral tem os seus limites. É de se esperar que o vírus acabe por atingir a sua capacidade máxima e que novas vacinas sejam concebidas”, argumentaram.

A persistência do vírus em reservatórios de animais também pode frustrar os esforços, mas não parece ser um problema sério, acrescentaram os investigadores. Por outro lado, é destacado o “interesse global sem precedentes no controlo da doença e no investimento maciço na vacinação contra a pandemia”.

Ao contrário da varíola e da poliomielite, a covid-19 beneficia do impacto adicional das medidas de saúde pública, como controlo de fronteiras, distanciamento social e o uso de máscaras, que “podem ser muito eficazes, se [forem] bem implantadas”.

A eliminação da covid-19 foi alcançada e sustentada em longos períodos, em várias regiões asiáticas, “fornecendo a prova […] de que a erradicação global é tecnicamente possível”, resumiram.

O estudo identifica, entre os desafios futuros, conseguir a cooperação internacional para combater o “nacionalismo das vacinas”.

https://zap.aeiou.pt/erradicacao-global-covid-viavel-423773

 

Bolívia - Clínicas retêm cadáveres enquanto familiares não pagam as despesas médicas !

O sistema de saúde da Bolívia, no seu limite antes da pandemia, tem visto a sua situação agravada pela falta de remédios, especialistas e vagas nos hospitais públicos. Existem menos de 500 leitos de Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).


Segundo avançou na segunda-feira a RFI, há quem opte pelo sistema de saúde privado, arriscando criar dívidas ou não poder retirar os corpos dos familiares em caso de óbito. Num país de 11 milhões de habitantes, em que o salário médio é de cerca de 324 euros, pode chegar aos 65.000 euros manter um familiar hospitalizado durante algumas semanas.

A RFI relatou o caso de Irma, que teve que hospitalizar o irmão e, para fazer face às despesas, vender um automóvel. Já Wilma, cujo pai morreu após 36 dias de hospitalização, não conseguiu reunir o montante para pagamento das despesas médicas, tendo o hospital retido o corpo durante quatro dias.

“Há alguns anos isso [retenção de cadáveres] acontecia com frequência. Agora é mais raro, pois essa prática é proibida e há sanções”, explicou Nadia Cruz, da Defensoria Pública. “Com a covid-19 e os valores elevados que representam as [longas] hospitalizações, algumas clínicas voltaram a fazer isso”, acrescentou.

Uma lei aprovada em fevereiro limita os honorários das clínicas privadas a cerca de 422 euros por dia na UCI.

“Com a nova lei, conseguimos verificar se as tarifas ultrapassam o limite imposto pelo governo. Mas não temos como verificar os medicamentos usados na terapia intensiva”, disse Nadia Cruz, frisando: “Quando temos acesso aos ficheiros completos, recebemos 10 páginas de tratamentos que não temos como avaliar se eram realmente necessários”.

Mais da metade dos leitos de UCI no país são em estabelecimentos privados. Algumas clínicas pedem aos familiares o pagamento de um sinal antes da hospitalização, mesmo em caso de urgência, ou que seja apresentada a escritura de uma casa própria.

https://zap.aeiou.pt/bolivia-clinicas-cadaveres-familiares-423849


 

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Regime bielorrusso continua “purga” de ativistas e jornalistas !

Forças governamentais têm apertado o cerco aos dissidentes do regime de Lukashenko. Depois de um ativista bielorrusso ter sido encontrado morto num parque de Kiev, teme-se também pela vida dos jornalistas que resistem em continuar a fazer o seu trabalho.


As grandes manifestações contra o regime de Alexander Lukashenko na sequência das eleições de setembro de 2020 despoletaram uma escalada de perseguição que o governo de tendências ditatoriais iniciara anteriormente, ainda que de forma mais esporádica e discreta.

Recentemente, na mira das forças policiais têm estado jornalistas e ativistas, com 60 buscas levadas a cabo entre 14 e 16 de Julho em casas e escritórios de defensores dos direitos humanos e respetivas organizações. Foram apreendidos documentos, equipamentos tecnológicos como computadores ou telemóveis.

No início de Julho, também as casas de jornalistas e instalações de órgãos de comunicação social foram alvos de buscas, com a detenção de dezenas de jornalistas e bloggers — dos quais 30 permanecem na prisão. A Amnistia Internacional avançou publicamente que 46 associações de direitos humanos e da sociedade civil foram encerradas, um número que pode ter subido para 100, segundo ativistas bielorrussos.

“Isto é muito mais que repressão“, disse Tanya Lokshina, da Human Rights Watch. “Numa reunião do Governo, realizada a 22 de Julho, o presidente Lukashenko descreveu, sem rodeios, a intenção de acabar com dezenas de grupos da sociedade civil como ‘uma purga‘ — e é isso que isto é, uma operação viciosa de limpeza em grande escala destinada a eliminar as vozes críticas.”

Ao longo do último ano, de acordo com a Federação internacional para os Direitos Humanos e a Viasna, organização que documenta casos de tortura, cerca de 35 mil manifestantes pacíficos foram detidos, dos quais 4691 deram origem a projetos criminais com seguimento em tribunal, 608 são considerados presos políticos e 1800 indivíduos terão sido vítimas de tortura. Um número não quantificado de ativistas, estima-se que centenas, abandonaram o país.

Ilya Nuzov, responsável pela delegação da Europa de Leste e Ásia Central da Federação internacional para os Direitos Humanos, afirmou ao The Guradian que o crescendo de repressão visível atualmente tem estado a ser preparado há meses. “Isto não apareceu do nada. [As autoridades] têm vindo a preparar isto diligentemente. É a progressão natural da deterioração do estado dos direitos humano no país.”

Perante esta repressão, algumas organizações de direitos humanos, cujos trabalhadores abandonaram o país, continuaram o seu trabalho a partir do exterior, em alguns países vizinhos como a Lituânia, a Polónia ou a Ucrânia.

Victoria Fedorova, uma advogada de direitos humanos e diretora da Legal Initiative, saiu de Bielorrússia em Março depois de um dos seus colegas ter sido detido no âmbito de uma busca policial em sua casa. Victoria sabia que seria o próximo alvo, pelo que partiu para Kiev, na Ucrânia — tendo-se apercebido recentemente que nem ali está a salvo.

Vitaky Shishov, que dirigiu a Belarusian House, uma organização que ajudou bielorrussos a sair do país, foi encontrado morto na semana passada num parque de Kiev, enforcado numa árvore — um episódio que a polícia ucraniana está a tratar como homicídio.

“Mesmo quando viajamos em Março percebemos que a Ucrânia não era segura“, afirmou Fedorova. “Sabemos que as forças de segurança podem raptar as pessoas. O desvio do avião foi um acontecimento muito assustador porque o regime mostrou total desrespeito pelas leis internacionais. Eles são capazes de qualquer coisa para deter os seus dissidentes.”

Natallia Satsunkevich, associada da Viasna, teve a sua casa invadida quando estava de férias no Egito, em Fevereiro, tendo optado por não regressar ao seu país. Paralelamente, sete dos seus colegas foram detidos com condições que se assemelham a tortura. “Não há chuveiros, não podes andar. Dormes numa cama de metal sem almofada”.

Apesar de muitos ativistas terem optado por abandonar o país, há quem resista, mesmo com o cerco a apertar. “Eles passam o dia num estado de nervos, mas ao mesmo são muito corajosos e não vão parar“, defendeu Fedorova que reafirmou o compromisso com todas as pessoas que precisam de ajuda e com os colegas detidos.

https://zap.aeiou.pt/regime-bielorrusso-purga-ativistas-423499

 

100 anos de proteção a Jair Bolsonaro ! Governo brasileiro usa brecha na lei para esconder informações !

Os brasileiros só vão poder saber se Jair Bolsonaro se vacinou contra a covid-19 no longínquo ano de 2121. Também só dentro de um século saberão quantas vezes os seus filhos mais velhos tiveram acesso ao Palácio do Planalto.


O Executivo brasileiro usa um artigo da legislação para bloquear, durante 100 anos, o acesso a informações como se Jair Bolsonaro foi ou não vacinado contra a covid-19 ou quantas vezes os seus filhos mais velhos tiveram acesso ao Palácio do Planalto.

Segundo o El País, a Lei de Acesso à Informação (LAI) entrou em vigor em novembro de 2011, durante a presidência de Dilma Rousseff, e foi considerada como um marco para a promoção da transparência. No entanto, um dos seus artigos tem sido aproveitado para precisamente o contrário.

Em causa está o artigo 31.º: “O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas. As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem (…) terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de cem anos”.

O Governo brasileiro tem usado este artigo, assim como a Lei Geral de Proteção de Dados, para deixar nas sombras informações que considera sensíveis.

Bolsonaro protegido por 100 anos

Um dos casos mais recentes de utilização deste artigo remonta ao final do mês de julho, altura em que a revista Crusoé pediu, ao abrigo da LAI, os dados relativos à atribuição de crachás de acesso ao Palácio do Planalto a dois dos filhos de Jair Bolsonaro – o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, e o deputado federal, Eduardo Bolsonaro.

O diário detalha que o Governo invocou o artigo 31.º para negar o pedido e, assim, bloquear o acesso à informação durante um período de 100 anos.

Também em janeiro deste ano, o Executivo brasileiro decretou o sigilo de um século em relação ao boletim de vacinação de Bolsonaro e a qualquer informação relativa às doses da vacina contra a covid-19 recebidas pelo Presidente.

O Governo alegou, na altura, que a divulgação “diz respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem”.

A primeira vez que o Governo usou o artigo da LAI foi em dezembro, quando a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) estabeleceu o mesmo sigilo centenário para os nomes dos utilizadores que publicavam no Twitter do organismo. Na altura, havia a suspeita de que o perfil estaria a ser utilizado por pessoas ligadas ao “gabinete de ódio”, alegadamente liderado por Carlos Bolsonaro para espalhar fake news e difamar opositores.

Juliana Sakai, diretora de operações da Transparência Brasil, referiu ao El País que as decisões do Governo podem ser revertidas, mas o processo demora muito tempo e custa muito dinheiro.

A responsável da organização independente que promove a transparência e o controlo social do poder público considera que a intenção do Governo brasileiro vai além da mera proteção da vida privada.

“Eles justificam as negas dentro dessa possibilidade legal com base no artigo 31.º ou na Lei Geral de Proteção de Dados, mas com o objetivo de atender a outros princípios. E isso acaba sendo feito de forma cada vez mais abusiva. Se o Governo é refratário a passar uma informação, alegará que ela é privada”, afirmou.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-100-anos-protecao-423731

 

Criança de 8 anos acusada por blasfémia no Paquistão ! Nunca foi acusado ninguém tão novo !

O menino hindu, de apenas oito anos, enfrenta uma possível pena de morte depois de ter sido acusado de urinar intencionalmente na biblioteca de uma madrassa.


A criança de oito anos é a mais jovem acusada com base nesta lei, por um crime que acarreta pena de morte. O menino, acusado de urinar intencionalmente na biblioteca de uma madrassa no Punjab, no Paquistão, encontra-se agora sob proteção policial.

Segundo o The Guardian, a família da criança está escondida depois de ter havido um ataque a um templo hindu na zona de Rahim Yar Khan por um grupo de muçulmanos que protestavam contra a libertação da criança sob fiança, na semana passada. No sábado, 20 pessoas foram detidas na sequência deste ataque.

“Deixámos as nossas lojas e os nossos trabalhos, toda a comunidade está com medo, e temos medo de represálias. Não queremos voltar. Não vemos que haja qualquer ação contra os culpados [do ataque ao templo hindu] ou para proteger as minorias que vivem ali”, disse um familiar da criança ao diário britânico, sob anonimato.

O membro da família acrescentou ainda que o rapaz ainda não percebeu qual foi o crime que cometeu e por que razão esteve uma semana preso.

Há muitos especialistas chocados com o facto de as leis da blasfémia poderem ser usadas para acusar crianças. “O ataque ao templo e as alegações de blasfémia contra o rapaz menor de oito anos deixaram-me verdadeiramente chocado”, confessou o deputado Ramesh Kumar, chefe do Conselho Hindu do Paquistão.

Imran Khan, primeiro-ministro do Paquistão, condenou o ataque ao templo e disse que ordenou à polícia que levasse a cabo ações contra todos os envolvidos, incluindo polícias que possam ter sido negligentes.

Ainda segundo o diário, as leis da blasfémia têm sido usadas de modo desproporcionado contra minorias religiosas no Paquistão.

https://zap.aeiou.pt/crianca-de-8-anos-acusada-por-blasfemia-423479

 

Ativistas ucranianos LGBTQ+ perseguidos na Internet e nas ruas !

Ativistas atribuem a escalada de violência e ódio à “crescente visibilidade da comunidade lésbica, gay, bissexual e transgénero” no país. Apesar de os registos policiais comprovarem um aumento de casos de violência relacionados com a discriminação homofóbica e transfóbica, associações de direitos humanos acreditam que a verdadeira dimensão do problema não está presente nos documentos oficiais.


Os ativistas ucranianos pelos direitos LGBTQ+ têm enfrentado uma onda de ameaças e insultos, tanto em via pública como em contexto digital. Recentemente, a caixa de mensagens de Sofiia Lapina tem sido palco deste mesmo fenómeno, depois de, no mês passado, membros de um grupo de extrema-direita publicarem o seu número de telefone no Telegram, para além de terem localizado a sua morada.

Tiraram fotografias à minha varanda e à entrada do meu prédio, e têm estado a enviá-las para mim”, revelou Lapina à Reuters. “É difícil dormir sabendo que há pessoas que anunciaram que me estão a caçar.”

Apesar de a Ucrânia ter legalizado o sexo gay em 1991, alguns elementos conservadores de uma fação maioritariamente ortodoxa cristã têm-se oposto aos direitos LGBTQ+ e militantes da extrema-direita estabelecem como alvo grupos e eventos de apoio à comunidade. Como possível justificação para a onda de ódio, alguns ativistas sugerem a “crescente visibilidade da comunidade lésbica, gay, bissexual e transgénero” no país.

Os meios de comunicação locais noticiaram na passada sexta-feira confrontos entre a polícia e grupos de extrema-direita nas imediações do edifício presidencial, em Kiev, onde a organização UkrainePride, de Lapina, realizava uma manifestação para exigir igualdade LGBTQ+.

Lenny Emson, diretor do KyivPride, afirmou aos meios de comunicação que “o movimento LGBTQ+ está a tornar-se mais poderoso, mais produtivo e mais eficaz“. “Por outro lado, quanto mais fortes ficamos, maior é o efeito de ricochete”, afirmou. Um exemplo deste mesmo efeito pode ser o adiamento da marcha de apoio ao movimento, que se irá realizar em setembro e não em junho, como estava originalmente planeado.

A escalada de violência é confirmada pelos números do Centro de Direitos Humanos LGBT Nash Mir, responsável por assinalar episódios contra a comunidade LGBTQ+ na Ucrânia, que anotou 24 ataques a centros ou eventos no último ano, mais do dobro dos números registados em 2019. Os documentos policiais também confirmam a ocorrência de 14 crimes de ódio com base na orientação sexual e na identidade de género em 2019.

No entanto, as organizações de direitos humanos acreditam que a verdadeira proporção do fenómeno é maior e não está verdadeiramente documentada — por muitas vítimas terem receio de ir à polícia e se recusarem a apresentarem queixa. Paralelamente, quando as vítimas fazem efetivamente queixa de episódios homofóbicos ou transfóbicos, muitas são classificadas como atos de hooliganismo, o que também contribui para a desvalorização do problema.

O gabinete de Instituições Democráticas e Direitos Humanos da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) recebeu denúncias de mais de 140 incidentes, em 2019, ligadas a episódios de discriminação homofóbica e transfóbica.

Em maio, cerca de uma dezena de militantes de um grupo de extrema-direita invadiu o local onde estava a ser projetado um filme LGBTQ+, partiram os vidros e lançaram uma tocha e uma lata de gás lacrimogéneo, denunciou o KyivPride, responsável pelo evento, na sua página de Facebook.

A polícia afirmou, na sequência do acidente, que haviam sido iniciados procedimentos criminais à luz do artigo da lei referente ao hooliganismo. Dois dias depois, membros de outro grupo de extrema-direita invadiram eventos organizados pelo grupo de defesa dos direitos LGBTQ+ Insight, em Kiev e na cidade de Odessa. Os atacantes também assaltaram o escritório de Odessa de outra organização, a LGBT Association LIGA.

“Se a polícia tivesse detido os atacantes que tentaram perturbar o evento daquele dia do Insight, eles não teriam vindo até ao nosso escritório partir os vidros, criticou o presidente da LIGA, Oleg Alyokhin. Posteriormente, a polícia explicou que analisou os tumultos do evento do Insight em Kiev e que não foram encontrados dados que indicassem que tinha sido cometida qualquer infração criminal.

Os recentes episódios têm merecido a condenação de grupos internacionais e nacionais de direitos civis num país onde a discriminação em contexto laboral contra homossexuais só foi banida em 2015.

Em junho, a Amnistia Internacional descreveu a violência como parte de uma “campanha de grupos promotores de ódio direcionado para a intimidação de ativistas feministas e LGBTI”.

https://zap.aeiou.pt/ativistas-ucranianos-lgbtq-perseguidos-423445

 

Correios italianos intercetam carta dirigida ao Papa com três balas !

Uma carta suspeita endereçada ao Papa Francisco, proveniente de França e que tinha no seu interior três balas, foi intercetada no domingo à noite numa estação de triagem de correspondência na zona de Milão.


De acordo com a polícia italiana, citada pela Associated Press, na carta, escrita à mão, lia-se: “Para o Papa, Cidade do Vaticano, Praça de São Pedro, Roma”.

Além das três balas, no envelope encontrava-se uma mensagem alusiva às operações financeiras no Vaticano.

As autoridades italianas estão a investigar a origem da carta.

https://zap.aeiou.pt/correios-italianos-carta-papa-balas-423538

 

Código vermelho para a Terra - Aumento da temperatura global vai ultrapassar o limite de 1,5ºC !

As temperaturas vão aumentar mais de 1,5 graus Celsius nas próximas duas décadas, se não forem feitas reduções rápidas e drásticas dos gases com efeito de estufa, alertou o Painel Internacional sobre Alterações Climáticas (IPCC).


De acordo com o IPCC, numa análise publicada esta segunda-feira, todas as regiões habitadas da Terra já são afetadas pelas alterações climáticas e o limite de 1,5º C será atingido mesmo no melhor dos cenários nos próximos 20 anos. Eventos climáticos extremos serão mais frequentes e intensos e algumas das alterações são “irreversíveis”.

Neste relatório – que estava em elaboração há oito anos -, o IPCC concluiu que a atividade humana é a causa das rápidas alterações climáticas, incluindo a subida do nível das águas do mar, o degelo polar e dos glaciares, as ondas de calor, as inundações e as secas.

Os 1,5º serão atingidos caso não existam “reduções imediatas, rápidas e em larga escala das emissões de gases com efeito de estufa”, referiu o relatório.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que o relatório “é um código vermelho para a humanidade. Os sinais de alarme são ensurdecedores, e as provas são irrefutáveis: as emissões de gases com efeito de estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis e da desflorestação estão a sufocar o nosso planeta e a colocar milhares de milhões de pessoas em risco imediato”.

“Este relatório deve soar como uma sentença de morte para o carvão e os combustíveis fósseis, antes que eles destruam o nosso planeta”, acrescentou, numa declaração publicada na página da ONU esta segunda-feira.

Segundo avançou a Lusa, citando o mesmo relatório, no cenário mais pessimista, no qual as emissões de dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa duplicariam em meados do século, o aumento poderia alcançar níveis catastróficos, em torno dos 4 graus em 2100.

Cada grau de aumento faz antever cerca de sete por cento mais de precipitação em todo o mundo, o que pode originar um aumento de tempestades, inundações e outros desastres naturais, avisou o IPCC.

O estudo da principal organização que estuda as alterações climáticas, elaborado por 234 autores de 66 países, foi o primeiro a ser revisto e aprovado por videoconferência.

Temperaturas subirão na Europa a ritmo superior à média

As temperaturas subirão em toda a Europa a um ritmo superior ao da média mundial, independentemente dos futuros níveis de aquecimento global, constatou o IPCC, prevendo que a frequência de ondas de frio e dias de neve diminua na Europa, em todos os cinco cenários traçados e em todos os horizontes temporais.

Apesar da “forte” variabilidade interna, as tendências observadas nas temperaturas médias e extremas na Europa não podem ser explicadas “sem ter em conta os fatores antropogénicos [causado ou originado pela atividade humana]”, realçou a organização.

As observações apresentam um padrão sazonal e regional “coerente” com o aumento previsto das precipitações no inverno, no Norte da Europa, prevendo-se uma diminuição das precipitações no verão, no Mediterrâneo, que se estenderá às regiões do Norte, e um aumento das precipitações extremas e das inundações com níveis de aquecimento global superiores a 1,5 graus em todas as regiões, exceto no Mediterrâneo.

Independentemente do nível de aquecimento global, o nível do mar subirá em todas as zonas europeias, exceto no Mar Báltico, a um ritmo próximo ou superior ao médio global.

Os autores do estudos antecipam ainda que as mudanças continuem após 2100 e que os fenómenos extremos do nível do mar sejam mais frequentes e mais intensos, provocando mais inundações costeiras e o recuo das costas arenosas.

O relatório prognosticou uma forte redução dos glaciares, do permafrost (tipo de solo que se mantém permanentemente gelado), da extensão da capa de neve e da duração sazonal da neve nas altas latitudes/altitudes.

https://zap.aeiou.pt/onu-aumento-temperatura-limite-423476

 

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Edifício icónico de Nova Iorque forçado a fechar depois de novos episódios de suicídios !

O Vessel foi inaugurado em março de 2019 e despertou de imediato a preocupação de dirigentes locais e de grupos de prevenção de suicídios.


Logo após a sua inauguração, o Vessel, edifício de Nova Iorque cuja estrutura se assemelha a uma colmeia de abelhas, tornou-se famoso pelos piores motivos. A escadaria que contorna a estrutura foi imediatamente vista como propícia a tentativas de suicídio devido à sua altitude — quase 46 metros.

As piores previsões acabaram por se confirmar, tendo a estrutura sido encerrada em janeiro para a introdução de mecanismos que dificultem os atos. Mesmo assim, as medidas parecem não ser as suficientes, já que há duas semanas um jovem de 14 anos acabou com a própria vida depois de se atirar de um dos andares mais altos. É o segundo caso desde a reabertura, em maio, e o quarto no último ano e meio.

Antes da reabertura, inúmeros grupos da cidade apelaram à empresa responsável pela construção do edifício, Related Companies, que instalasse barreiras de vidro mais elevadas, o que não aconteceu, motivando reações do estúdio responsável pela projeção do edifício. Num comunicado, Kimberly Winston, porta-voz do Heatherwick Studio, mostrou a sua frustração face à resistência da Related Companies em erguer as barreiras de segurança que já haviam sido projetadas há algum tempo.

Aquando do encerramento do edifício, em janeiro, a Related Companies reuniu-se durante meses com especialistas em prevenção de suicídios, em segurança e oficiais eleitos, com quem discutiram formas de terminar com os trágicos episódios naquele local.

Entre as medidas aplicadas estão a proibição de entrada na estrutura a indivíduos não acompanhados, a exigência do pagamento de um bilhete no valor de dez dólares — antes a entrada era feita de forma gratuita — e a colocação de mensagens a desincentivar o suicídio por todo o espaço, avança o The New York Times.

Apesar da resistência em aplicar as barreiras, tal como muitos grupos de moradores e de prevenção de suicídio haviam exaltado, Stephen M. Ross, promotor imobiliário e bilionário que fundou a Related Companies, pareceu surpreendido com os recentes acontecimentos. “Achei que tínhamos feito tudo o que era possível“, disse numa entrevista ao The Daily Beast. O responsável revelou que o edifício permanecerá encerrado por tempo indefinido até que os seus promotores cheguem a um consenso em relação ao futuro.

De acordo com um estudo desenvolvido por investigadores da Universidade de Harvard em 2007, a colocação de barreiras é um método eficaz na redução de suicídios. O caso da ponte George Washington, também em Nova Ioruqe, é flagrante, já que depois da instalação destes obstáculos em 2017 o número de tentativas de suicídio e dos próprios suicídios diminuíram consideravelmente.

NOTA
Se tiver pensamentos suicidas, contacte estas linhas de apoio:
    • SOS Voz Amiga
      Das 16h às 24h
      213 544 545 – 912 802 669 – 963 524 660
    • Linha Verde gratuita
      Das 21h às 24h

      800 209 899
    • Telefone da Amizade
      Das 16h às 23h
      228 323 535
    • Vozes Amigas de Esperança de Portugal
      Das 16h às 22h
      222 030 707
    • Voz de Apoio
      Das 21h às 24h
      225 506 070

Todas estas linhas garantem o anonimato tanto a quem liga como a quem atende.

https://zap.aeiou.pt/edificio-nova-iorque-episodios-suicidios-423180

 

Virgin Galactic retoma venda de bilhetes turísticos ao Espaço - Custam 450 mil dólares !

A empresa de turismo espacial Virgin Galactic garante estar a fazer progressos no sentido de iniciar os voos já no próximo ano.


A Virgin Galactic, empresa de Richard Branson, retomou as vendas de viagens espaciais turísticas. O preço de cada bilhete vai rondar os 450 mil dólares (cerca de 380 mil euros).

Segundo o The Guardian, antes de o milionário britânico ter ido ao Espaço, as viagens tinham um preço fixado entre os 200 e os 250 mil dólares. A empresa diz que já tem uma lista de espera de 600 pessoas com reservas.

Branson voou cerca de 88 quilómetros acima do deserto do Novo México a bordo de um foguetão da Virgin Galactic no dia 11 de julho. Regressou em segurança, naquele que foi o primeiro voo de teste totalmente tripulado do veículo para o Espaço.

A próxima viagem da empresa está marcada para setembro, mas ainda integra a fase de teste das operações, desta vez com a Força Aérea italiana.

A Virgin Galactic quer dar início às viagens turísticas em 2022.

Depois dos voos que levaram Richard Branson e Jeff Bezos ao Espaço, instalou-se uma dúvida peculiar: serão eles astronautas? Após os voos que os tornaram nos primeiros turistas espaciais, os empresários receberam distintivos que assinalavam o feito, mas não passam de objetos simbólicos que não atestam um estatuto de astronautas.

A clarificação veio da Administração Federal de Aviação (FAA), que, temendo a generalização dos voos de âmbito de turismo espacial, atualizou as suas normas.

https://zap.aeiou.pt/virgin-galactic-bilhetes-espaco-423161

 

Cinco anos de construção, duas semanas de combate - O supercanhão de Hitler foi um autêntico fiasco !

Antes e durante a II Guerra Mundial, Adolf Hitler quis demonstrar o seu poder através de megaestruturas civis e militares. Schwerer Gustav, um canhão montado numa ferrovia, era um dos projetos mais ambiciosos. Mas, apesar de ter sido a maior peça de artilharia de toda a lista, só foi usada durante duas semanas.


No livro Máquinas de Guerra, José Antonio Peñas Artero lembra que foi o próprio Hitler a encarregar Gustav Krupp von Bohlen, um poderoso empresário siderúrgico que dirigia a empresa Krupp AG, de construir o canhão em 1936.

O orçamento para o desenvolvimento do canhão gigante, com 43 metros de comprimento, quase 1.400 toneladas e calibre de 80 cm, girou em torno dos dez milhões de marcos (cerca de cinco milhões de euros). O equipamento demorou mais do que o esperado e, quando ficou pronto, cerca de cinco anos depois, os nazis já dominavam França.

Os líderes militares do Reich não quiseram desperdiçar a sua arma e começaram a usá-la para disparar cartuchos de sete toneladas a uma distância de 39 quilómetros, na Operação Azul, a ofensiva no Cáucaso com a qual procuravam negar aos soviéticos o acesso aos recursos petrolíferos da área.

Segundo o El Español, Schwerer Gustav foi utilizado pela primeira vez em junho de 1942, durante o cerco de Sebastopol. No final da batalha, foi transportado para os arredores de Leningrado, onde voltaria a ser utilizado no cerco da cidade. A contra-ofensiva soviética acabou por abortar os planos e, segundo alguns relatos, o canhão só foi disparado novamente em 1944, fora de Varsóvia.

A Krupp AG aventurou-se no fabrico de uma segunda arma gigantesca, mas nunca entrou em combate. O site do Imperial War Museum explica que o Schwerer Gustav 2 foi guardado em 1943 no campo de tiro de artilharia de Rügenwalde, na costa polaca, a oeste de Gdansk.

Hitler ficou fascinado com este protótipo de canhão monstruoso, mas o custo e o seu uso limitado mostraram que não fazia sentido gastar tantos recursos na sua criação.

O diário espanhol destaca que, motivado pela monumentalidade inútil que encantava o Führer, o exército nazi desenvolveu outros projetos fantasiosos que pouco contribuíram para o esforço de guerra.

José Antonio Peñas Artero cita alguns na sua obra, como o forte Kristiansand, na Noruega, uma enorme torre de betão, com paredes de quatro metros de largura, que deveria proteger poderosas torres de artilharia. Só tinha um problema: o facto de o desembarque dos Aliados ter sido feito a quilómetros de distância.

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Bolsonaro avisa que Supremo Tribunal não “irá decidir o destino” do Brasil !

“Um ou dois” juízes do Supremo Tribunal “não irão decidir o destino” do país, vaticinou o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.


O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse este sábado que “um ou dois” juízes do Supremo Tribunal “não irão decidir o destino” do país, numa referência à crise institucional causada pela sua campanha para desacreditar o atual sistema eleitoral eletrónico.

Faremos tudo pela nossa liberdade, por eleições limpas, democráticas. Eleição fora disso que eu falei não é eleição. Há mais de um ano tenho advertido que temos que ter eleições limpas no Brasil. Não continuem nos provocando, não queiram nos ameaçar. Quem está com Deus e com o povo tem o poder” afirmou, citado pela CNN Brasil, o chefe de Estado brasileiro, num discurso perante centenas de apoiantes em Florianópolis.

“Um ou dois juízes do Supremo Tribunal Federal não vão decidir o destino de uma nação. Quem foi votado, quem tem legitimidade, para além do Presidente, é o Congresso Nacional”, acrescentou Bolsonaro, citado pela agência EFE.

A afirmação de Bolsonaro tem como referências implícitas os juízes Luís Roberto Barroso, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e Alexandre de Moraes, membro do TSE.

O tribunal eleitoral abriu na segunda-feira uma investigação contra o chefe de Estado na sequência de constantes ataques, nunca fundamentados, de Bolsonaro ao sistema de votação eletrónica, em funcionamento desde 1996, que, na sua opinião, permitem a “fraude” eleitoral.

Em paralelo, Moraes incluiu Bolsonaro na lista de arguidos num processo em curso no Supremo Tribunal desde 2019, relativo à divulgação em redes sociais de notícias falsas contra as instituições democráticas.

Não obstante a pressão dos juízes, Bolsonaro regressou às críticas às autoridades eleitorais, sugerindo que querem favorecer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) nas eleições presidenciais previstas para 2022.

“Aqueles que não querem a recontagem podem ser tudo menos democratas. E quem não é um democrata não tem lugar no nosso Brasil”, afirmou Jair Bolsonaro.

“Não pensem que o ladrão de nove dedos e seus amigos é que vão contar os votos dentro de uma sala secreta”, acrescentou, o Presidente, citado pelo portal eletrónico UOL, numa referência ao facto de Lula da Silva ter perdido um dedo e a uma investigação nunca concluída a uma eventual fraude eletrónica nas eleições de 2018, negada pela Associação de Peritos Criminais da Polícia Federal.

Eu tenho limites. Alguns acham que são os donos do mundo. Vão quebrar a cara. Não continuem nos provocando, não queiram nos magoar”, ameaçou Bolsonaro.

De acordo com as últimas sondagens, Lula é o favorito à vitória nas presidenciais do próximo ano, à frente de Bolsonaro, cuja popularidade tem caído nos últimos meses por efeito das crises económica e sanitária.

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Hungria proíbe “promoção da homossexualidade” perto de igrejas e escolas !

O Governo húngaro ordenou, na sexta-feira, que lojas e livrarias vendam livros infantis que considere promotores da homossexualidade em “embrulhos fechados”. Passa também a ser proibido fazê-lo caso o ponto de venda esteja localizado a menos de 200 metros de uma escola ou igreja.


O decreto inclui também livros que sejam considerados promotores de transição de género e que contenham descrições “explícitas” de sexualidade.

No mês passado, a Hungria multou uma rede de livrarias, a Lyra Köniv, por vender um livro infantil que retratava a vida de duas crianças com os pais do mesmo sexo, recorrendo a uma lei que proíbe práticas comerciais injustas.

O Governo de Viktor Orbán garante que a nova lei serve para proteger as crianças e deixar aos seus pais a responsabilidade de as educar acerca da sexualidade. De acordo com a Reuters, o Governo húngaro reforça assim as restrições que puseram o primeiro-ministro em rota de colisão com associações de direitos humanos e com a União Europeia.

Esta norma é a primeira no que se espera vir a ser uma série de diretivas que definirão as implicações de uma lei aprovada em junho, que bane a utilização nas escolas de materiais que sejam considerados promotores da homossexualidade e transição de género.

A Comissão Europeia abriu processos contra o Governo nacionalista de Orbán, declarando que a legislação é discriminatória e transgride os valores europeus de tolerância e liberdade individual.

No final de julho, Orbán anunciou a realização de um referendo sobre a lei em 2022, da qual constarão uma série de perguntas: se os húngaros aceitariam que a escola “debatesse sexualidade com os seus filhos sem o seu consentimento”, se apoiariam “a promoção do tratamento de redesignação sexual para menores” ou “a apresentação irrestrita a menores de conteúdos mediáticos de natureza sexual que afetem o seu desenvolvimento”.

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domingo, 8 de agosto de 2021

Tesouro Nazi encontrado após cheias na Alemanha inclui um retrato de Hitler !

Um professor alemão encontrou um tesouro de artefactos nazis, incluindo um retrato de Hitler, máscaras de gás e uma arma de fogo que estavam escondidos numa parede. A descoberta ocorreu depois das inundações, que assolaram o país no mês passado, terem devastado a habitação.


Sebastian Yurtseven, um professor de história alemão, estava a fazer limpezas numa casa de família, localizada na cidade Hagen, quando encontrou um verdadeiro tesouro nazi. Os vários elementos foram descobertos após um pedaço de gesso se ter soltado durante as chuvas torrenciais do mês de julho.

O primeiro sinal do esconderijo nazi foi um jornal de 1945, que Yurtseven encontrou num buraco atrás da placa. “Fiquei arrepiado”, referiu aos media locais, acrescentando que ao início não esperava fazer “uma descoberta tão grande”.

À medida que a placa de gesso foi sendo removida mais objetos foram revelados, incluindo livros, um retrato de Hitler e registos de mulheres grávidas.

De acordo com alguns órgãos de comunicação locias, citados pelo News Break, o atual prédio deu anteriormente lugar à antiga sede local da organização Nacional Socialista do Bem-Estar do Povo (NSV), que distribuía comida e máscaras de gás, e realizava a evacuação de crianças para áreas rurais. A casa foi comprada pela família de Yurtseven muito depois do fim da Segunda Guerra Mundial, na década de 60.

Os historiadores acreditam que os objetos possam ter sido despejados à pressa numa lacuna entre os dois prédios antes das tropas americanas assumirem o controlo da cidade em abril de 1945.

Após a surpreendente descoberta, funcionários do arquivo da cidade de Hagen levaram os artefactos para análise.

O chefe do arquivo, Ralf Blank, referiu que esta era uma descoberta rara, uma vez que havia pouco material sobre o NSV – conhecido por ser um braço do partido nazi e que contava cerca de 17 milhões de membros.

O objetivo da organização passava por espalhar a ideologia nazi através do trabalho solidário, que incluía o fornecimento de refeições gratuitas, exames médicos e vacinação de crianças.

Blank sublinha que esta é “uma descoberta extremamente importante. Destaca as ações e atividades das agências nazis a nível local”.

Agora, dado a importância da descoberta, os objetos deverão ser preservados pelas autoridades competentes. Alguns dos documentos, que datam de 1928, também serão expostos no museu da cidade de Hagen.

As cheias na Alemanha causaram inúmeros estragos em várias zonas do país, mas também trouxeram novas evidências sobre um dos momentos mais importantes da história.

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Nasceu uma floresta subaquática de esculturas no Chipre !

A duzentos metros de uma praia de Pernera, no Chipre, foram afundadas mais de 93 peças para compor uma floresta subaquática de esculturas que vai dar vida à natureza.

O Museu de Escultura Subaquática Ayia Napa (MUSAN), no Chipre, foi encomendado pelo Município de Ayia Napa e pelo Departamento de Pesca e Pesquisa Marinha, num orçamento que ascende a 1 milhão de euros.

Situado nas águas cristalinas do Mediterrâneo ao largo da costa de Ayia Napa, o museu subaquático reúne total de 93 obras de arte instaladas no fundo do mar em profundidades de até a 10 metros. A área em que o novo museu assenta consiste num canal plano de areia dentro de uma zona marinha protegida.

As esculturas ainda revelam uma aparência nova, mas a ideia é que sofram naturalmente a erosão do tempo. Lentamente, ficarão à mercê da vida marinha.

Há peças que retratam árvores relativamente simples, mas também arte surreal, incluindo crianças a apontar câmaras de vídeo de forma ameaçadora para um adulto. Segundo o artista Jason deCaires Taylor, as crianças estão lá para estimularem a nossa imaginação e para lembrarem que o planeta devia voltar a ser um sítio seguro para todos.

Já as obras que representam árvores “têm como objetivo atrair a vida marinha em grande escala e, como tal, irão desenvolver-se de forma orgânica”, explicou o artista, citado pelo New Atlas.

As obras foram colocadas a várias profundidades, “desde o fundo do mar até à superfície”, e “dispostas para se assemelharem a um caminho através de uma densa floresta subaquática”.

O MUSAN já foi oficialmente inaugurado e está aberto a mergulhadores, mergulhadores livres e praticantes de snorkel.

O porto de Amathus, construído na costa sul de Chipre há cerca de 2.400 anos, está também a ser transformado numa atração turística. Vai ser o primeiro parque arqueológico subaquático do país.

https://zap.aeiou.pt/floresta-subaquatica-de-esculturas-chipre-422496

 

“As nossas liberdades estão a morrer.” - Itália e França protestam contra o certificado covid !

Milhares de pessoas manifestaram-se, este sábado, em várias cidades italianas e francesas contra os certificados de saúde covid-19.


Este sábado, milhares de pessoas manifestaram-se em várias cidades italianas contra a instauração de um certificado covid-19 para assistir a eventos em recintos fechados e no setor da educação. Em França, segundo estimativas oficiais, cerca de 237 mil pessoas marcharam pelo quarto fim de semana consecutivo contra os certificados, que vão ser obrigatórios para aceder a cafés, comboios e outros locais.

Cerca de mil pessoas estiveram na Piazza del Popolo, no centro de Roma, em protesto contra o certificado. Segundo a agência noticiosa italiana Ansa, milhares de pessoas também desfilaram em Milão, no Norte, alguns utilizando indicações de “Não vacinado”.

Em Nápoles, no sul do país, há registo de uma centena de participantes num protesto idêntico, que também manifestou oposição à vacinação de crianças contra a covid-19.

Já em França, e de acordo com o Ministério francês da Administração Interna, esta foi até agora a maior mobilização contra a imposição dos certificados. Às 19h00 locais (18h00 em Portugal continental), as autoridades francesas registavam 198 intervenções, 35 detenções e sete ferimentos ligeiros entre agentes das forças de segurança.

Uma multidão pacífica de manifestantes atravessou Paris, acompanhada por polícia antimotim equipada a rigor, exibindo bandeiras em que se que liam frases como “As nossas liberdades estão a morrer” e “Vacina: Não toquem nos nossos filhos”.

Dezenas de manifestações foram organizados em outras cidades francesas, incluindo Marselha, Nice e Lille. Alguns manifestantes protestaram também contra o facto de o Governo francês ter tornado as vacinas contra a covid-19 obrigatórias para os trabalhadores do setor da saúde até 15 de setembro.

A generalidade dos protestos centrou-se na limitação ao movimento dos cidadãos imposta pela obrigatoriedade dos certificados e da vacinação.

Em Itália, o passaporte verde, uma extensão do certificado digital da União Europeia, tornou-se obrigatório na sexta-feira para entrar em cinemas, museus, em recintos desportivos fechados e no interior de restaurantes.

Para os que trabalham em escolas e universidades também será necessário, assim como para estudantes, a partir de 1 de setembro, sendo ainda obrigatório em voos domésticos e viagens de comboio de longa distância.

Em França, o certificado será necessário, a partir de segunda-feira, para entrar em cafés, restaurantes, fazer viagens de longa distância e, em alguns casos, aceder a hospitais. A obrigatoriedade da apresentação do certificado estava já em vigor para o acesso a locais culturais e recreativos, incluindo cinemas, salas de concertos e parques temáticos com capacidade para mais de 50 pessoas.

https://zap.aeiou.pt/italia-e-franca-protestam-certificado-423352

 

Novos carregadores para carros elétricos embutidos na calçada - Já estão disponíveis em Londres

Carregadores para veículos elétricos, embutidos e nivelados com a calçada, estão agora oficialmente disponíveis para testes no bairro londrino de Brent.

A empresa escocesa Trojan Energy concebeu o sistema de carregadores para veículos elétricos embutidos na calçada para quem não tem acesso a parques de estacionamento, garagens ou caminhos de acesso – um grande impedimento para o carregamento deste tipo de automóveis não só em Londres, mas na maioria das cidades em todo o mundo.

De acordo com o New Atlas, podem ser instalados até 15 carregadores em paralelo a partir de uma ligação de rede elétrica. Os pontos de carregamento só são visíveis quando um veículo está a carregar.

Para carregar o automóvel, o utilizador só precisa de inserir uma “lança” no carregador – uma espécie de bomba com um cabo de carregamento. Assim que a bateria estiver carregada, a “lança” pode ser removida e guardada no carro para um próximo carregamento.

A empresa diz que são suportadas taxas de carregamento de 7 kW e 22 kW, com um carregamento inteligente durante a noite disponível “ao menor custo possível”.

Segundo o portal, foram instalados cinco pontos de carga de energia na Mortimer Road para que um pequeno grupo de participantes possa testar a inovação. O ensaio completo, que envolverá 150 pontos de carga em Brent e Camden, irá avançar no final deste ano.

“Este projeto é um grande exemplo de como a tecnologia está a ser utilizada para resolver um problema do mundo real para assegurar que as nossas infraestruturas de EV se encaixam perfeitamente nas nossas vilas e cidades locais”, disse a ministra dos Transportes do Reino Unido, Rachel Maclean.

Ao promover a mudança para a eletrificação e ao abordar a falta de infraestruturas de carregamento elétrico, a empresa espera ajudar o Reino Unido a reduzir as suas emissões de carbono e a melhorar a qualidade do ar urbano.

O sistema foi concebido com o contributo da Disability Rights UK para melhorar a segurança de todos as pessoas na rua.

https://zap.aeiou.pt/carregadores-eletricos-embutidos-calcada-421544

 

EMA identifica trombocitopenia imune como efeito secundário de vacina da Janssen !

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) identificou como efeito secundário da vacina da Janssen a trombocitopenia imune, uma doença autoimune que leva à diminuição ou destruição das plaquetas no sangue, essenciais no processo de coagulação.


O regulador europeu do medicamento (EMA) concluiu ainda que vários casos notificados de desmaios e zumbidos estão relacionados com a toma desta vacina de dose única.

Apesar disto, a EMA mantém inalterada a relação risco-benefício da vacina da farmacêutica do grupo norte-americano Johnson & Johnson, realçando que previne as hospitalizações e mortes por covid-19.

Os peritos do comité de segurança da EMA recomendaram, numa reunião esta semana, atualizar a informação sobre a vacina para incluir a trombocitopenia imune como uma “reação adversa” e aconselharam que fosse mencionada no plano de gestão de riscos como um “risco importante identificado”.

Na origem da recomendação estiveram casos notificados que constam da base de dados europeia e norte-americana de possíveis efeitos secundários, assim como dados de segurança global da farmacêutica e artigos científicos.

A EMA decidiu incluir uma advertência dirigida aos profissionais de saúde e às pessoas que tomarem a vacina da Janssen para que estejam atentos a sintomas como hematomas e sangramento excessivo.

Na trombocitopenia imune, o sistema imunitário “ataca e destrói por erro as plaquetas”, células sanguíneas “necessárias à coagulação normal do sangue”, explicou o regulador.

A agência decidiu, também, que vai adicionar no folheto da vacina da Janssen os desmaios e os zumbidos como possíveis reações adversas.

Para chegar a esta conclusão, o comité de segurança da EMA analisou 1183 casos de desmaios identificados como parte de relatórios sobre reações à imunização relacionadas com a ansiedade e investigou seis casos de zumbidos observados em ensaios clínicos e 108 assinalados pela farmacêutica no seguimento de relatórios.

Em Portugal, a vacina da Janssen pode ser administrada a homens a partir dos 18 anos e a mulheres a partir dos 50 anos.

https://zap.aeiou.pt/trombocitopenia-imune-efeito-secundario-janssen-423310

 

sábado, 7 de agosto de 2021

Depois da queda da Aurora Dourada, um novo partido de extrema-direita ganha força no Chipre !

Uma nova sombra paira sobre a política cipriota. Não se sabe muito sobre a extrema-direita do país, mas os recentes avanços da Elam nas eleições de maio de 2021 colocaram o partido no mapa para sempre.


A Elam começou originalmente em 2008 como uma subdivisão do partido grego neonazi Aurora Dourada, mas acabou separando-se e mudando o seu nome para Frente Popular Nacional (ELAM), aparentemente por razões legais.

Embora o contexto cipriota seja diferente, as duas partes usaram a mesma receita política. Como a Aurora Dourada, a identidade da Elam é extremista e populista. A liderança do partido tem-se concentrado no etnocentrismo para fazer avançar a narrativa de que os migrantes privam os cipriotas gregos de acesso básico a empregos e recursos.

Elam favorece o chauvinismo do bem-estar: afirma claramente que os benefícios devem ser restritos apenas aos cipriotas gregos. A Elam opõe-se ao islamismo, ao multiculturalismo e à migração.

Também se opõe à presença turca no Chipre. Durante o auge da crise de refugiados na Europa, há alguns anos, o partido assumiu uma posição extremista.

Depois de os principais políticos da Aurora Dourada terem sido presos em 2013, a Elam e a sua liderança protestaram fora da embaixada grega no Chipre contra o que eles chamaram de procedimentos “injustos e inconstitucionais”.

No entanto, os líderes da Aurora Dourada foram recentemente condenados e presos e o partido foi completamente banido da política grega, resultando no fim abrupto da parceria entre os dois partidos irmãos. O líder da Elam, Christos Antoniou, disse que o partido está a seguir o seu próprio caminho e não pode ser responsabilizado pelas ações de outros partidos em diferentes países.

Grécia, Turquia e Chipre

Existe uma estreita relação entre as crises económicas e políticas e o surgimento de grupos de extrema direita. E no Chipre, a crise política excecionalmente longa aprofundou-se na última década como resultado de desacordos sobre a gestão da economia.

A crise financeira que se seguiu ao crash de 2008 e aos fluxos de migração na última década também pode ter favorecido a ascensão da Elam. A sua primeira corrida nas eleições de 2011 não teve sucesso, mas conquistou dois assentos no parlamento cipriota em 2016. Mais recentemente, a Elam obteve 6,8% dos votos cipriotas nas eleições de maio de 2021.

A Elam também chegou muito mais perto do que a Aurora Dourada de formar um Governo. Após as eleições de maio de 2021, Nicos Anastasiades, presidente do Chipre, propôs um Governo de coligação com o partido Aliança Democrática e pediu a participação da Elam.

Antoniou rejeitou a oferta. Não está claro por que um partido de extrema-direita estava a ser considerado um partido viável pelo presidente, mas o facto de que abordou a Elam para desempenhar um papel ativo sugere que o parlamento cipriota agora reconhece a Elam como uma força considerável na política.

Desde o início da pandemia, a Elam promoveu uma agenda altamente xenófoba. Quando Anastasiades anunciou a sua decisão de fechar totalmente a Linha Verde (também conhecida como Zona Tampão das Nações Unidas) para impedir a entrada de refugiados no Chipre, a Elam apoiou a moção. O partido pediu medidas ainda mais duras contra a migração.

A Elam também tem alarmado há meses que o expansionismo turco está a acelerar durante a pandemia. As longas negociações entre Chipre e Turquia para a reunificação da ilha têm sido difíceis e, embora as resoluções da ONU tenham apelado aos dois lados para formar uma federação bizonal e bicomunal, as autoridades turcas rejeitaram o processo da ONU.

Portanto, Antoniou exortou Anastasiades e o parlamento cipriota a suspender todas as conversações e negociações e a assumir uma postura mais agressiva contra o Governo turco.

Reescrever a História

Nos últimos anos, a Elam fez questão de se distanciar da Aurora Dourada. Se tentar, não encontrará nenhuma foto antiga dos seus membros a posar ao lado de membros do agora ilegal partido grego ou a saudar nazis em eventos compartilhados.

E a abordagem certamente funcionou. Os sucessos nas eleições de 2021 foram traduzidos em quatro assentos no parlamento.

É evidente que a Elam está em processo de se tornar uma versão mais leve e menos agressiva da Aurora Dourada. Antoniou parece estar a imitar a abordagem adotada pelos políticos de extrema-direita Matteo Salvini, em Itália, e Marine Le Pen, em França — focando-se na migração e anticorrupção para ampliar o apoio.

O partido também começou a trabalhar cooperativamente no parlamento, votando recentemente em apoio às propostas orçamentais do Governo e fornecendo um apoio fundamental na votação para um Presidente, ajudando o Governo a evitar uma nova votação se o seu candidato não for aprovado.

Esta é uma linha difícil para a Elam trilhar. Partidos deste tipo prosperam na retórica anti-elitista. Menos anti-elitismo e comunicação mais amigável com partidos políticos rivais fazem da Elam uma entidade sistémica na política cipriota.

Mas a Elam aprendeu claramente com os erros da Aurora Dourada e pretende tornar-se uma versão mais madura do seu antigo partido irmão. A sua recente dissociação da Aurora Dourada pode ser o primeiro passo para moldar um novo futuro político. A política de extrema-direita pode ter sofrido um golpe na Grécia, mas está numa trajetória diferente no Chipre.

https://zap.aeiou.pt/partido-extrema-direita-chipre-423108

 

ONU, revela que Mediterrâneo terá ondas de calor, secas e incêndios ainda piores !

A versão preliminar do relatório do IPCC traça um cenário de escassez e de riscos para a saúde para dezenas de milhões de pessoas na região nas próximas décadas, por causa das alterações climáticas.


A região do Mediterrâneo, que enfrenta atualmente incêndios sem precedentes na Grécia e na Turquia, terá ondas de calor, secas e fogos florestais ainda piores com as alterações climáticas, segundo a versão preliminar de um relatório da ONU.

Não sendo a região do mundo que sofrerá maiores aumentos de temperatura, o Mediterrâneo está qualificado como um “ponto quente” das alterações climáticas no documento do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a que a agência France-Presse teve acesso.

Com cerca de 500 milhões de habitantes, a região é ameaçada por vários fatores ligados às alterações climáticas, segundo um capítulo do relatório, cuja versão final deverá ser adotada em fevereiro de 2022.

O IPCC examina atualmente um outro relatório sobre as previsões climáticas, que será divulgado na segunda-feira.

“Os motivos de preocupação incluem riscos ligados à subida dos níveis do mar, à perda de biodiversidade terrestre e marítima, às secas, fogos florestais e alterações do ciclo da água, à ameaça à produção alimentar, a riscos para a saúde em aglomerados urbanos e rurais ligados às ondas de calor” e ainda aos mosquitos que transmitem doenças.

Segundo o texto provisório do IPCC, as temperaturas deverão aumentar mais depressa em torno do Mediterrâneo do que a nível mundial ao longo das próximas décadas, com impacto na agricultura, na pesca e no turismo.

Dezenas de milhões de habitantes serão afetados por maior escassez de água, riscos de inundações costeiras e ondas de calor potencialmente mortais, alerta o organismo da ONU.

Algumas regiões mediterrânicas poderão ver as suas culturas agrícolas cair 64% e a superfície de floresta queimada vai duplicar ou triplicar, em função dos esforços feitos para reduzir as emissões de gases com efeito estufa.

O documento conclui ainda que só um aquecimento mundial abaixo dos 2°C – o objetivo do Acordo de Paris – “permitirá manter as aglomerações costeiras, os sítios do património cultural, os ecossistemas terrestres e marítimos num estado viável na maioria das zonas da bacia” do Mediterrâneo.

O aquecimento climático aumenta a probabilidade de ondas de calor e secas e, como consequência, dos incêndios.

“As ondas de calor são o tipo de evento climático extremo no qual as alterações climáticas mudam verdadeiramente as regras do jogo”, disse à AFP a climatologista Friederike Otto, da universidade de Oxford, para quem o calor extremo é a maior ameaça para o Mediterrâneo e “de longe o evento [climático] extremo mais mortal na Europa”.

Segundo os cálculos do IPCC, até 93 milhões de pessoas suplementares poderão ser confrontadas com ondas de calor na margem norte do Mediterrâneo até 2050.

No Médio Oriente e na África do Norte, o risco de os idosos morrerem por calor extremo pode aumentar entre três e 30 vezes até 2100 e as mortes poderão aumentar para 20.000 por ano no Mediterrâneo setentrional até 2050.

Os governos podem agir contra algumas das ameaças, como os incêndios ou as inundações, mas com o calor é diferente, avisou Ilan Kelman, da University College London: “A mudança climática conduz-nos para níveis em que não poderemos sobreviver”.

“A única opção será viver em espaços climatizados 24 horas por dia, sete dias por semana e as pessoas não podem permitir-se isso. Haverá cortes de energia”, disse.

Segundo Matthew Jones, do Tyndall Centre for Climate Change Research, o número médio de dias em que o Mediterrâneo enfrenta condições favoráveis aos incêndios extremos já duplicou desde os anos 1980.

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O aeroporto de São Francisco está cheio de cobras – E essa é uma boa notícia !

A maior parte dos aeroportos contrata cientistas para manter os animais afastados. O San Francisco International, nos Estados Unidos, é uma exceção: está empenhado em manter por perto a maior população do mundo da cobra Thamnophis elegans terrestrism.


O San Francisco International (SFO) é o sétimo aeroporto mais movimentado dos Estados Unidos. Cerca de 55 milhões de passageiros passam por lá anualmente, e, em algum momento da sua viagem, têm de percorrer parte de um terreno baldio, que é agora a casa da maior população do mundo da cobra-liga de São Francisco (Thamnophis elegans terrestrism).

Um estudo recente, conduzido pelo U.S. Geological Survey (USGS) e publicado na PLOS One, confirmou a presença de aproximadamente 1.300 cobras na propriedade West of Bayshore do SFO – a maior população já registada.

Os dados são uma vitória para Natalie Reeder, que tem trabalhado para manter o local amigável para os répteis durante os últimos 12 anos, primeiro como consultora e agora como bióloga do aeroporto, conta o Atlas Obscura.

Os conservacionistas sabem há muito tempo que esta cobra está em perigo. Endémica apenas na península de São Francisco, a criatura viu os seus habitats pantanosos preenchidos por campos agrícolas ou pavimentados por causa da expansão urbana.

Mesmo quando conseguia encontrar um território adequado para a sua sobrevivência, a cobra não estava totalmente segura: as suas cores vistosas fazem do réptil um alvo popular para caçadores e colecionadores.

Todos estes fatores fizeram com que o animal figurasse a primeira lista de espécies ameaçadas do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA (USFWS), publicada em 1967.

Em 2008, o SFO fez uma parceria com o USFWS para criar uma estratégia de recuperação para a cobra-liga de São Francisco e o animal mais importante para sua sobrevivência, a rã-vermelha da Califórnia. Resolver problemas como a qualidade da água, cobertura vegetal e poluição era a prioridade.

Desde então, a equipa de Natalie Reeder tem trabalhado para reconstruir a “casa dos sonhos” da cobra. Segundo o portal, os especialistas já construíram lagoas alimentadas pela chuva, aprofundaram os pântanos existentes e limparam canais de drenagem cobertos de vegetação, esforços que beneficiaram cobras e sapos no local.

O próprio aeroporto também “reforçou a segurança”, com a instalação de mais portões e cercas para proteger o habitat e os animais.

“É realmente encorajador que [as cobras] possam existir num nível tão alto de densidade urbana”, disse Brian Halstead, biólogo da vida selvagem do USGS.

Reeder espera que a explosão de vida na propriedade West of Bayshore do SFO possa inspirar as pessoas em todo o mundo a apoiar a proteção de espaços abertos urbanos. “A natureza não é um lugar para onde vamos. A natureza está bem aqui, mesmo em algumas das áreas mais industriais e comerciais.”

https://zap.aeiou.pt/aeroporto-de-sao-francisco-cheio-cobras-422814

 

“Via carros a entrar e a sair do quintal.”: Namorada revela que ativista bielorrusso já temia pela sua segurança antes de morrer !

Bazhena Zholudzh, namorada de Vitaly Shishov, não acredita que o parceiro se tenha suicidado. A jovem revelou que o ativista bielorrusso, encontrado enforcado num parque de Kiev, andava preocupado com a sua segurança.


As revelações foram transmitidas numa entrevista à BBC, na qual Bazhena Zholudzh disse não acreditar que o namorado se tenha suicidado. “Tínhamos planeado uma vida juntos. Ele não ia, simplesmente, deixar-me assim.”

A companheira do ativista bielorrusso revelou também que Vitaly Shishov já tinha demonstrado preocupação com a sua segurança, embora não tenha dado grande importância.

“Ele costumava sentar-se perto da janela e dizer que via carros a entrar e a sair do quintal. Não levei muito a sério”, contou. “Eu disse ‘talvez estejas a ser paranoico. Quem teria interesse em nós?’ Mas talvez ele tenha tido algum tipo de premonição”, afirmou.

Vitaly Shishov fugiu da Bielorrússia no ano passado, aquando da vaga de repressão por parte das autoridades do país após as presidenciais, que elegeram Alexander Lukashenko com mais de 80%. O resultado não foi reconhecido pelos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia (UE), que o consideraram fraudulento.

O ativista encontrou refúgio na Ucrânia e foi a partir desse país que dirigiu a Casa da Bielorrússia na Ucrânia, uma organização não-governamental que ajuda dissidentes bielorrussos a fugirem do regime de Lukashenko.

Esta terça-feira, Shishov foi encontrado enforcado num parque em Kiev. O ativista tinha saído de casa, na segunda-feira de manhã, para a sua habitual corrida matinal e nunca mais voltou.

A polícia ucraniana referiu, em comunicado, que o cenário aponta para morte por asfixia, mas pode também estar em causa um “assassínio camuflado como suicídio“.

“Não tive permissão para ver o corpo, para me despedir dele, porque não sou a sua esposa legal”, acrescentou ainda Bazhena Zholudzh. As autoridades ucranianas estão a investigar o caso.

https://zap.aeiou.pt/ativista-bielorrusso-ja-temia-seguranca-423191

 

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