A cratera sudeste do Etna cresceu em altura após seis meses
de atividade, tornando aquele que já é o vulcão ativo mais alto da
Europa ainda mais imbatível.
Segundo a agência AFP, que cita o Instituto Nacional de Geofísica e
Vulcanologia (INGV), com sede na cidade siciliana da Catânia, a cratera
mais jovem e ativa do vulcão Etna atingiu um novo recorde de 3357 metros acima do nível do mar.
“Graças à análise e ao processamento de imagens de satélite, a
cratera sudeste é agora muito mais alta do que a sua ‘irmã mais velha’, a
cratera nordeste, que foi durante 40 anos o pico indiscutível do Etna”,
escreveu o INGV, em comunicado.
Cerca de 50 episódios de cinzas e lava a sair da boca da cratera, desde meados de fevereiro, levaram a uma “transformação conspícua dos contornos do vulcão”, referiu ainda o mesmo instituto italiano.
Segundo o Science Alert,
a cratera nordeste do Etna atingiu uma altura recorde de 3350 metros em
1981, mas um colapso nas suas bordas reduziu-a para 3326 metros, valor
esse registado em 2018.
A cratera tem libertado fumo e cinzas desde fevereiro,
mas continua a representar uma ameaça pouco perigosa para as aldeias
vizinhas. As autoridades da Sicília estimaram, em julho, que foram
limpas até agora 300 mil toneladas métricas de cinzas.
Segundo a agência noticiosa francesa, as cinzas incomodam as áreas
circundantes, pois deixam as ruas sujas, reduzem a velocidade do
trânsito e prejudicam as colheitas.
Na Catânia, cidade que fica a duas horas de carro do vulcão, Tania
Cannizzaro, italiana já reformada, disse à AFP que o Etna tanto tem algo
de bonito como de incómodo, com as suas cinzas a caírem por vezes “como se fossem chuva”.
“Dependendo do vento, os estrondos do vulcão chegam à Catânia e fazem
tremer as janelas”, contou a moradora, acrescentando que as cinzas
deixam as ruas e as varandas pretas.
“Mas também há aquele espetáculo, especialmente à noite, quando se vê aquela pluma vermelha a mover-se”, concluiu.
Apesar de se mostrarem mais moderados, os talibãs continuam a
preocupar muitos afegãos, especialmente mulheres. Num comunicado à
nação, Joe Biden respondeu à situação causada pela saída das tropas
ocidentais.
Segundo avança a Associated Press,
os talibãs declararam que querem que mulheres integrem o novo governo,
mas não especificaram que medidas vão aplicar nesse sentido.
Esta intenção foi proclamada por Enmullah Samangani, membro da Comissão Cultural do Emirado Islâmico, na televisão do estado, que foi controlada pelos talibãs no Domingo.
O comunicado surge numa tentativa de acalmar os ânimos, depois do caos instalado no aeroporto de Cabul com a tentativa de fuga de centenas de pessoas que se agarraram aos aviões que iam para os Estados Unidos. Pelo menos sete pessoas morreram.
Muitos residentes da capital afegã ficaram em casa com medo depois do
grupo islâmico ter assumido o controlo do país. Quando anteriormente
controlaram o Afeganistão, os talibãs faziam uma interpretação literal da lei de Sharia, o que obrigava as mulheres a ficar em casa e foram introduzidos castigos como apedrejamentos.
O responsável diz que “o Emirado Islâmico não quer que as mulheres sejam vítimas”
e que devem integrar “o governo de acordo com a lei de Sharia”. “A
estrutura do governo ainda não completamente clara, mas com base na
experiência, deve haver uma liderança totalmente islâmica e todos os
lados devem juntar-se”, explica.
Apesar da mensagem mais moderada dos talibãs, muitos afegãos
continuam com medo e cépticos. A equipa de futebol feminina do
Afeganistão inclui-se neste grupo. Khalida Popal dirige a equipa nacional e tem recebido chamadas de outras jogadoras preocupadas.
“Tenho encorajado a que apaguem os perfis nas redes sociais, apaguem
fotos, que fujam e que se escondam. Isto parte-me o coração porque estes
anos todos temos trabalhado para aumentar a visibilidade das mulheres e
agora estou a dizer-lhes que se calem e que desapareçam. As vidas delas estão em perigo“, afirma à AP numa entrevista.
Aos 34 anos, Popal vive na Dinamarca, depois da sua família ter
fugido quando os talibãs conquistaram Cabul em 1996. Há vinte anos,
regressou ao Afeganistão e viveu num campo de refugiados no Paquistão.
Agora, mal consegue compreender a rapidez com que o governo afegão caiu.
“A minha geração tinha a esperança de reconstruir o país,
melhorar a situação para a próxima geração de mulheres e homens no
país. Então, comecei com outras raparigas a usar o futebol como uma
forma de dar mais poder às mulheres e meninas”, revela.
Popal ajudou a expor os abusos sexuais que ocorriam na liderança da
federação afegã e teve de procurar refúgio na Dinamarca em 2016 quando recebeu ameaças por se referir aos talibãs como os “inimigos”.
Agora, mostra-se desiludida com o abandono da comunidade internacional às mulheres. “Abandonaram-nos porque já não tinham mais interesses nacionais.
É isto que as minhas raparigas que estão a chorar e mandar mensagens me
dizem. Porque é que não nos disseram que iam sair desta forma? Pelo
menos podíamos ter-nos protegido”, acusa.
Num discurso à nação, Joe Biden
respondeu à queda do governo do Afeganistão e confessou que aconteceu
mais rápido de que os americanos tinham previsto. “Demos-lhes todas as
oportunidades para determinar o seu próprio futuro. Não pudemos dar-lhes
a vontade de lutar por esse futuro”, disse.
Biden reforça que “as tropas americanas não podem e não devem combater e morrer
numa guerra que as forças afegãs não estão dispostas a combater por si
próprias” e justifica novamente a decisão de retirar as tropas com a
defesa dos interesses dos EUA.
“Depois de 20 anos aprendi que nunca houve um bom momento para
retirar as forças norte-americanas. Nunca se supôs que a missão no
Afeganistão fosse construir uma nação. O nosso único interesse nacional
vital no Afeganistão continua a ser hoje o que sempre foi: prevenir um ataque terrorista na pátria norte-americana“, reforça.
Sobre as preocupações com os direitos das mulheres, o presidente
americano garante que vai continuar “a erguer a voz pelos direitos
básicos do povo afegão, das mulheres e das meninas”.
Rússia, Irão e China sentam-se à mesa com talibãs
Segundo avança o Público,
a Rússia, a China e o Irão estão dispostos a reunir-se com um
representante talibã e os três países mantêm as embaixadas abertas em
Cabul.
Esta notícia surge depois do porta-voz do grupo radical, Mohammad Naeem,
ter apelado numa entrevista à Al-Jazeera que “todos os países e
entidades” se sentassem à mesa de negociações para resolver “quaisquer
questões”.
A Rússia já tinha recebido uma delegação talibã em
Moscovo em Julho e a China também já tinha criado laços com o grupo
antes. O governo chinês afirma estar disposto a colaborar com o grupo na
reconstrução do país.
“Os talibã têm expressado a expectativa de desenvolver boas relações com a China e de ver a China a participar na reconstrução
e desenvolvimento do Afeganistão. Apreciamos essa vontade. A China
respeita a vontade e a escolha do povo afegão”, anuncia o Ministério dos
Negócios Estrangeiros chinês.
O embaixador russo, Dmitria Zhirnov, vai reunir-se
com um representante do novo governo talibã esta terça-feira, depois de
Moscovo já ter criado “contactos de trabalho” com o grupo radical. O
embaixador russo na ONU, Vassely Nebenzia, afirmou que “não vale a pena
entrar em pânico”, numa reunião do Conselho de Segurança.
No caso do Irão, o novo presidente, Ebrahim Raisi, afirma que o “fracasso militar” dos Estados Unidos traz “uma oportunidade para restaurar a vida, a segurança e uma paz duradoura no Afeganistão”.
O diplomata Mohammad Javad Zarif, que foi Ministro dos Negócios
Estrangeiros e acompanhou a situação no Afeganistão, vai continuar em
contacto com o presidente. O Irão vai também construir abrigos em três províncias no leste para afegãos que cheguem ao país.
Autoridades têm implementado inúmeras estratégias destinadas a
dissuadir os turistas de tais comportamentos, apesar de todos os dias
serem apanhados delatores nos controlos de bagagens dos aeroportos e
portos da ilha italiana.
“Leave nothing behind but footprints.” Esta é uma frase recorrente em
muitas praias do mundo, quando as autoridades locais tentam alertar os
visitantes para a necessidade de não deixar lixo nos areais
devido às consequências que podem resultar para os ecossistemas
existentes. No entanto, parece que há uma nova tendência entre turistas
que passa não por “deixar”, mas sim por “levar“.
Na Sardenha, um dos comportamentos mais nefastos registados entre os turistas que visitam a ilha tem que ver precisamente com a retirada de areia das praias,
a qual é muitas vezes armazenada em garrafas de plástico e
posteriormente levada e utilizada em aquários domésticos, como objeto
decorativo ou, até, como bem para venda online.
Andrea Abis é autarca de Cabras, uma cidade e um município da Sardenha que contem 32 quilómetros de costa com areal dourado, e contou ao The Guardian
que recentemente um casal acompanhado por uma criança foi visto por
outro banhista a encher uma garrafa de água com grãos de areia, o que
levou a testemunha a chamar a polícia.
Perante a presença das forças da autoridade, o casal negou a acusação, enterrando a garrafa na areia por baixo das toalhas. Foi-lhes cobrada uma multa de mil euros no local
— as multas pelo roubo de areia das praias da Sardenha pode ir dos 500€
aos 3000€. “É preciso fé, mas este não é um caso isolado”, confessou
Abis.
Apesar desta ser uma ação punida por lei desde 2017, e que nos casos
mais graves podem mesmo representar sentenças com penas de prisão, todos
os anos desaparecem toneladas de areia das praias da Sardenha.
Segundo as autoridades, a maior parte dos delatores são estrangeiros que não conseguem resistir ao apelo de levar para casa amostras de areia que funcionarão como recordações de umas férias idílicas ou como decoração para os seus aquários. No entanto, há ainda casos de pessoas que optam por vender os grãos online.
Os turistas do norte da Europa são aparentemente os
que mais cometem o crime com mais frequência, já que tendem a ter nas
suas auto caravanas garrafas de plástico com areia de todas as praias que visitaram durante as suas viagens.
Um dos casos mais graves foi o de um casal francês que em 2019 foi apanhado com 40 quilogramas de areia armazenada
em 14 garrafas de plástico que estavam guardadas no seu carro — a
descoberta foi feita pelas autoridades locais quando o casal se
preparava para apanhar um ferry em direção a casa.
“Esse foi o caso mais chocante até à data”, lembra Carlo Lazzari,
comandante do grupo local do equivalente à CMVM italiana. “O casal
queria areia verdadeira da Sardenha para decorar o seu aquário.”
Lazzari integra uma unidade especial da polícia que vigia os três
aeroportos e portos da ilha, pelo que está habituado a que todos os dias
sejam encontrados casos de turistas com areia armazenada quando estão a
passar pelos dispositivos de controlo de bagagens. A unidade especial
dedica-se também a varrer a internet à procura de anúncios de vendas ilegais. “Há um mercado online dedicado a isto e a procura por areia da Sardenha é elevada. A parte dos dos compradores consiste em colecionadores“, explicou Lazzari.
Apesar dos milhares de euros em multas que já foram emitidos este ano, as autoridades consideram que os turistas muitas vezes não têm conhecimento do motivo
da infração que estão a cometer, pelo que aceitam pagar as multas
apenas para evitar problemas maiores com a justiça italiana. Como forma
de alertarem a população e os turistas para o flagelo — e dissuadir
comportamentos deste género — campanhas informativas têm passado pelas televisões e rádios locais, assim como pelas redes sociais.
Há também vigilantes e avisos que alertam os turistas para a ilegalidade do gesto e para as consequências que dele podem resultar tanto a nível criminal como ambiental.
“Não queremos assustar os turistas, eles são um recurso para a
Sardenha, mas alertá-los”, explica Lazzari. “Mais do que qualquer coisa,
o objetivo é proteger o nosso ambiente“, acrescentou.
Tal como aponta o The Guardian, nos últimos anos os ambientalistas
italianos têm temido que a retirada de areia das praias resulte na diminuição dos areais,
especialmente os da península de Sinis, os quais contêm grãos brancos e
rosa de quartzo que resultaram da erosão das rochas. “Chamámos-lhe
areia fóssil porque, do ponto de vista geológico, os grãos não se reproduzem, por isso cada grão que perdemos não pode ser substituído”, disse Abis.
Em 2015, funcionários dos aeroportos e portos da Sardenha juntou-se para criar o “Sardenha Roubada e Saqueada” um grupo de voluntários que denuncia publicamente incidentes relacionados com o roubo de areia e que passa parte do inverno a devolveros grãos de areia às praias de onde haviam sido retirados. Segundo Franco Murro, presidente do grupo, trata-se de um “grande trabalho”.
“Ao mesmo tempo é também recompensador porque sabemos que estamos a
fazer algo positivo para o ambiente. Nós, habitantes da Sardenha, somos
muito ligados à nossa ilha”, disse Murro que considera que a remoção da
areia “cria distúrbios para o ecossistema e para as suas dinâmicas”.
Para além da areia das praias da península de Sinis, também os grãos
provenientes de Bundelli, uma ilha deserta situada a norte da costa da
Sardenha famosa pela praia Spiaggia Rosa, costumavam ser roubados antes
dos turistas serem banidos na década de 80.
Quase tão frequentes como os roubos são as confissões dos mesmos e as tentativas de devolução dos grãos roubados. Alguns podem ser vistos no museu mineralógico e da vida selvagem de Caprera, uma ilha próxima de Budelli.
Apesar das admissões de culpa e tentativas de restituição, muitos dos
voluntários sentem que o seu trabalho é muitas vezes “em vão”. “Para
nós, ambientalistas, às vezes parece uma batalha perdida. Somos muito insultados sempre que tentamos educar as pessoas nas praias”, admite Tommaso Gamboni, um dos diretores do referido museu e voluntário nos grupos que patrulha as praias da Sardenha.
O desalento é partilhado também por Andrea Abis. “Sempre que alguma areia é removida, sinto que um bocado do futuro dos meus filhos está a ser-lhes roubado. As pessoas estão a tirar algo que não pode ser devolvido”, atira.
A Amazon quer observar de perto os seus funcionários de
atendimento ao cliente. O objetivo é proteger os dados pessoais dos
consumidores.
A gigante do comércio eletrónico Amazon quer
implementar uma tecnologia de supervisão para evitar que os funcionários
tenham acesso aos dados confidenciais dos clientes.
A notícia foi avançada pela Vice, que escreve que as equipas de segurança, de finanças e o departamento jurídico da Amazon concordaram em usar um sistema biométrico comportamental da empresa de segurança cibernética BehavioSec.
De acordo com o documento confidencial, consultado pela Motherboard,
a solução proposta envolveria o uso de algoritmos para gerar um perfil
da atividade inerente ao teclado e ao rato de um trabalhador. O sistema
verificaria continuamente a “pegada biométrica” do indivíduo, certificando-se de que é, de facto, a mesma pessoa a usar o dispositivo.
Por motivos de privacidade, o sistema não regista que aplicações ou sites os funcionários consultam, nem monitoriza as comunicações dos trabalhadores.
A ferramenta serviria para evitar que pessoas mal-intencionadas se
fizessem passar por funcionários e tivessem acesso a dados confidenciais
dos clientes, algo que, segundo o documento, já aconteceu várias vezes.
Sem comentar diretamente o relatório a que a Vice teve acesso, Kelly Nantel, diretora de relações públicas da Amazon, disse à Insider que “manter a segurança e a privacidade dos dados de clientes e funcionários está entre as nossas maiores prioridades”.
“Embora não partilhemos detalhes sobre as tecnologias que usamos,
exploramos e testamos continuamente novas maneiras de proteger os dados
dos clientes, ao mesmo tempo que respeitamos a privacidade dos nossos
funcionários”, acrescentou. “E fazemos isso enquanto permanecemos em
conformidade com as leis e regulamentos de privacidade.”
No futuro, é provável que tenha de provar ao seu automóvel
que está completamente sóbrio antes de o veículo lhe dar permissão para
conduzir.
Um novo projeto de lei, em debate no Congresso dos Estados Unidos,
propõe que os automóveis, construídos de 2027 em diante, tenham um
sistema capaz de detetar se o condutor está em condições de conduzir o
veículo.
Apesar de a ideia ser atraente, uma vez que a indústria automóvel passaria a ter um papel ativo na prevenção e segurança rodoviárias, a Motherboard
destaca que há também alguns motivos para manter o ceticismo em relação
à tecnologia de deteção de álcool atualmente em desenvolvimento.
O projeto de lei não se refere a nenhum programa ou tecnologia em particular, mas a Motherboard diz que parece implicar a adoção futura de uma tecnologia que está atualmente em desenvolvimento pelo Driver Alcohol Detection System for Safety Program (DADSS).
O DADSS está a trabalhar em dois sistemas passivos destinados a apanhar motoristas embriagados em flagrante: enquanto um monitoriza o ar do interior de um carro em busca de cheiros de álcool, o outro mede os níveis de álcool no sangue através da pele do motorista quando este pressiona o botão do motor do carro.
Acontece que, atualmente, o sensor do DADSS parece operar numa base
de tudo ou nada: deteta a presença ou ausência de álcool em vez de ser
capaz de determinar com precisão se a concentração de álcool no sangue
do motorista está acima do limite legal.
Há também dúvidas sobre a privacidade de dados. A organização afirma, contudo, estar a trabalhar em futuras atualizações que tornarão a tecnologia mais precisa e menos intrusiva.
Em 2019, mais de 10 mil pessoas morreram em acidentes rodoviários causados por pessoas embriagadas nos Estados Unidos.
As eleições presidenciais são um fardo que Jair Bolsonaro já
carrega às costas. O atual Presidente do Brasil está a perder apoio da
população.
Jair Bolsonaro tentou pressionar o Congresso a
alterar a Lei Eleitoral, mas os deputados chumbaram a proposta de
alteração legislativa em que o Presidente pedia a impressão dos votos
das urnas eletrónicas na passada terça-feira.
Este é mais um sinal de que as eleições presidenciais do próximo ano começam a preocupar o líder do Executivo, que tem perdido apoio da população desde 2019.
“Perdeu o apoio de vários setores do empresariado, do mercado
financeiro e das elites em geral. Ainda tem condições de ir a uma
segunda volta, mas encontra-se estruturalmente derrotado”, disse Octávio
Amorim Neto, catedrático de Ciência Política da Fundação Getúlio
Vargas, ao semanário Expresso.
“Acresce dizer que Bolsonaro nunca teve popularidade maioritária no
seio do eleitorado desde o início do seu Governo, em janeiro de 2019.
Continua politicamente vivo, porque ainda conta com o respaldo de alguns
segmentos do empresariado, do agronegócio, dos evangélicos e dos
militares, ou seja, cerca de 25% da população”, acrescentou.
Segundo Carmen Fonseca, investigadora do Instituto Português de
Relações Internacionais, a sensação de que não será reeleito no próximo
ano levou Bolsonaro a usar uma estratégia com mais de 20 anos,
recuperando um modelo eleitoral que “já em 2002 se concluiu que não era
viável, depois de ser testado nalgumas cidades”.
“[Nessa altura] os relatórios técnicos referiram que a impressão do boletim não aumentava a transparência da eleição”, explicou.
De acordo com as últimas sondagens, Lula é o favorito à vitória nas presidenciais do próximo ano, à frente de Bolsonaro.
Uma empresa canadiana juntou-se à SpaceX para colocar um
painel publicitário em órbita. “Estou a tentar alcançar algo que possa
democratizar o acesso ao Espaço”, diz o seu CEO.
Em declarações ao site Business Insider, a Geometric Energy Corporation (GEC), uma start-up canadiana que fornece serviços de tecnologia, anunciou que vai tornar a publicidade espacial possível com a ajuda da SpaceX.
Samuel Reid, CEO e co-fundador da GEC, explicou que a empresa está a
desenvolver um satélite, chamado CubeSat, que terá num dos lados uma
tela pixelizada onde poderão aparecer anúncios, logotipos e até arte.
A companhia pretende colocar o CubeSat num foguete Falcon 9, da empresa de Elon Musk, que terá a tarefa de o colocar em órbita e de o lançar antes de chegar à Lua. Uma vez em órbita, um selfie-stick preso ao satélite será responsável por filmar a tela, cujas imagens serão transmitidas ao vivo no YouTube ou no Twitch.
Se tudo correr como previsto, declarou Reid ao mesmo site, o CubeSat vai ser lançado no início de 2022.
Para anunciar no CubeSat, explicou ainda o responsável, os interessados terão de comprar tokens para reivindicar, localizar e projetar um pixel na tela. Existem cinco à disposição: Beta para a coordenada X, Rho para a coordenada Y, Gama para o brilho, Kapa para a cor e XI para o tempo.
Com os tokens Beta e Rho, as pessoas podem decidir onde
colocar os seus pixeis. Os Gama e Kapa permitem controlar a aparência do
pixel, enquanto o XI determina por quanto tempo vai durar.
Os interessados vão poder comprar os tokens com criptomoedas como, por exemplo, a Ethereum. No futuro, a GEC também quer introduzir pagamentos com a Dogecoin.
Mas quem poderá comprar este espaço? Todos, segundo Reid, desde
empresas a anunciantes, passando por artistas. “Pode haver empresas que
queiram publicitar o seu logótipo… ou pode acabar por ser uma coisa mais
pessoal e artística”, antecipou.
“Estou a tentar alcançar algo que possa democratizar o acesso ao Espaço
e permitir uma participação descentralizada. Espero que as pessoas não
gastem dinheiro em coisas impróprias, insultuosas ou ofensivas”, afirmou
ainda o CEO da Geometric Energy Corporation.
Em julho, recorde-se, dois dos homens mais ricos do planeta Terra cumpriram o seu sonho de ir ao Espaço: primeiro Richard Branson, dono do Grupo Virgin, e depois Jeff Bezos, da Amazon.
Pirata informático conseguiu protagonizar o maior “desvio” de
sempre no mundo das criptomoedas. A plataforma Poly Network foi o alvo.
A própria plataforma Poly Network informou que é o maior “desvio” de sempre no mundo das criptomoedas: nesta terça-feira um pirata informático conseguiu roubar 600 milhões de dólares, pouco mais de 500 milhões de euros.
A plataforma financeira, descentralizada como é habitual neste ramo, já anunciou qual foi a falha: “O pirata explorou uma vulnerabilidade entre contract calls e o desvio não foi causado por um único keeper, conforme tinham indicado os rumores”.
Quando se apercebeu do que tinha acontecido, a Poly Network escreveu uma carta diretamente ao pirata,
a “informar” o pirata que este tinha sido o maior roubo de sempre nesta
indústria e dizendo ao pirata que este deveria falar com a própria Poly
para arranjarem uma solução.
“As autoridades de todos os países vão olhar para este roubo como um crime económico grave e tu serás perseguido. Será muito imprudente da tua parte realizares novas transações”, lê-se na carta:
A Poly Network pediu aos membros da comunidade da criptomoeda para bloquearem tudo que viesse das moradas virtuais do pirata – e publicou as moradas .
A plataforma disponibilizou de imediato várias moradas virtuais, para as quais o pirata poderia devolver o dinheiro.
Aparentemente, está a resultar porque, na noite desta quarta-feira, já tinha sido devolvido quase metade do valor: 260 milhões de dólares. A grande maioria (256 milhões) de Binance Smart Chain, 3.3 milhões de Ethereum e um milhão de dólares de Polygon.
Numa nota oficial, surgiu a indicação de que o pirata atacou a Poly Network “apenas para se divertir”. Era um desafio.
O, ou a, pirata pouco mais poderia fazer com o montante que roubou porque todas as transações são registadas e rastreadas.
O Departamento de Polícia de Nova Iorque (NYPD) gastou mais
de 159 milhões de dólares em sistemas de vigilância e manutenção desde
2007. Os gastos foram feitos sem supervisão pública, de acordo com
documentos recém-divulgados.
A Legal Aid Society (LAS) e o Surveillance Technology Oversight
Project (STOP) tiveram acesso aos documentos do NYPD, que incluem
contratos com fornecedores.
Os documentos mostram que o NYPD gastou milhões de dólares em
reconhecimento facial, tecnologia de policiamento preditivo e outros
sistemas de vigilância.
O NYPD fez as aquisições através de um Fundo de Despesas Especiais,
sendo que não foi necessário obter a aprovação do Conselho de Nova
Iorque ou de outras autoridades municipais antes de assinar os
contratos, escreve a Wired.
Agora, tanto a LAS como o STOP ameaçam avançar com uma ação legal caso a polícia de Nova Iorque não apresente detalhes sobre as suas práticas de vigilância.
Segundo o Wired, entre os documentos estão contratos da Palantir, American Science and Engineering e a Idemia Solutions, que presta serviços biométricos, como é o caso de reconhecimento facial.
Por exemplo, em 2016, o NYPD assinou um contrato de três anos – de
cerca de 750.000 dólares – com a American Science and Engineering, para
que a empresa fornecesse vans móveis de raios-X, desenvolvidas
originalmente para detetar dispositivos explosivos improvisados em zonas de conflito.
No entanto, as autoridades de saúde já tinham vindo a alertar que os
dispositivos poderiam representar um risco para a saúde pública devido
às elevadas taxas de radiação.
“Durante anos, o NYPD escondeu do público o seu fundo secreto de
vigilância, não para nos proteger, mas para proteger os seus resultados
financeiros”, afirmou o diretor executivo da STOP, Albert Fox Cahn, em comunicado.
“As tecnologias são caras, invasivas e simplesmente não funcionam.
Mas o NYPD não está apenas a desperdiçar milhões em tecnologias não
comprovadas, está a colocar as comunidades negras e pardas em risco.
Erros de alta tecnologia costumam ser apenas o primeiro passo para uma
prisão injusta devido a um algoritmo defeituoso”, acrescentou o
responsável.
Em sua defesa, um porta-voz do NYPD disse à Wired que
“nenhum departamento de polícia ou agência federal chegou ao nível de
profundidade e transparência nas ferramentas de aplicação da lei usadas
no campo que o NYPD atingiu”.
Segundo um responsável do Centro Médico da Universidade de
Leiden, nos Países Baixos, milhões de doses de vacina em todo o mundo
estão próximo de perder a validade – uma “tragédia evitável” que
resulta de uma “atitude elitista e decadente”.
Há milhões de doses de vacina em todo o mundo quase a perder a validade, denuncia o epidemiologista holandês Dennis Mook-Kanamori em declarações ao Washington Post.
De acordo com o médico, até recentemente responsável pela vacinação
no Centro Médico da Universidade de Leiden, nos Países Baixos, há dezenas de pequenas caixas brancas guardadas numa câmara de refrigeração, em instalações governamentais localizadas na cidade universitária holandesa.
Mas, diz Dennis Mook-Kanamori, a maior parte destas caixas brancas,
que contêm doses de vacina contra a covid-19 da AstraZeneca no valor de
milhares de euros, está marcada com seis pequenos números que, brevemente, as tornarão inúteis: 08.2021.
O mês passado, Mook-Kanamori e a sua equipa deitaram fora 600 doses
destas vacinas. No fim deste mês, serão inutilizadas mais oito mil
doses. E, se nada mudar, diz ao Post o médico holandês, todas as restantes 10 mil doses guardadas na câmara refrigeradora de Leiden serão também deitadas ao lixo.
Segundo estimativas dos médicos holandeses, poderá haver nos Países
Baixos cerca de 200 mil doses de AstraZeneca com destino semelhante.
A situação holandesa está a acontecer em inúmeras instalações de refrigeração em todo o mundo: milhões de doses de vacinas
contra o novo coronavírus, desenvolvidas em tempo recorde para combater
a epidemia de covid-19, caminham silenciosamente para o fim da sua data
de validade — que será atingida antes que possam ser usadas.
Segundo Mook-Kanamori, esta é uma situação trágica, que poderia ser evitada, mas o governo holandês prepara-se para deixar as vacinas expirar em vez de optar pela sua exportação para outros países, alegando “razões legais e logísticas”.
Uma “atitude elitista e decadente“, considera o médico holandês.
Enquanto na maior parte das nações desenvolvidas, como os Países
Baixos, a procura de vacinas desacelera e há doses armazenadas a ganhar
pó e perder validade, há uma notória escassez de vacinas nos países mais vulneráveis, nomeadamente em África e na Ásia.
Segundo números da Organização Mundial de Saúde, no continente africano, o mês passado, apenas 2,2% da população tinha recebido pelo menos uma dose de vacina — enquanto mais de metade da população holandesa está já vacinada.
Entretanto, em Israel, 80 mil doses de Pfizer-BioNTech expiraram e julho e foram deitadas ao lixo. Na Polónia, 73 mil doses de vacina de diversos fabricantes foram desperdiçadas, e 160 mil doses de Sputnik V “com data de validade desconhecida” foram devolvidas pela Eslováquia à Rússia.
Nos Estados Unidos, a situação é semelhante, numa escala diferente. A Carolina do Norte, por exemplo, tem nada menos que 800 mil doses de vacina a expirar brevemente.
Em Portugal, a escala é outra e os números são diferentes. Segundo
Gouveia e Melo, coordenador da ‘task-force’ da vacinação, foram até
agora perdidas cerca de 20 mil doses de vacinas em 13 milhões administradas — 0,15% do total de doses.
Em declarações à TSF, Gouveia e Melo adiantou esta sexta-feira que há em Portugal cerca de 500 mil doses de vacina a expirar em outubro. Mas “não há qualquer risco de serem desperdiçadas: se não forem usadas, são doadas“, garantiu o coordenador da ‘task-force’ da vacinação.
Neste momento, com 63,84% da população completamente vacinada, Portugal é o 19º país do mundo com maior taxa de doses administradas por 100 habitantes.
Convencido de que os seus dois filhos menores tinham “ADN de
cobra”, um cidadão norte-americano, adepto do movimento de conspiração
QAnon, ligado à extrema-direita, foi acusado de homicídio das duas
crianças, uma de dois anos e outra de 10 meses.
Matthew Taylor Coleman, de 40 anos, disse às
autoridades que sabia que estava a agir de forma errado, mas que essa
“era a única ação que salvaria o mundo”.
Coleman foi acusado pelas autoridades federais de levar os seus filhos para o México e matá-los antes de regressar aos Estados Unidos, onde foi detido, de acordo com um comunicado do gabinete do procurador-geral da Califórnia.
A mãe das crianças foi quem alertou as autoridades no dia 7 de
agosto, quando Coleman as levou para longe da casa que compartilhavam.
Ele tinha dito que as levava para acampar, mas recusou-se a dizer para
onde e não respondeu às chamadas nem às mensagens de texto da mãe das
crianças.
Um dia depois, foi localizado pela polícia através do aplicativo
“Find My iPhone”, que indicava que a sua última localização conhecida
era Rosarito (México).
Quando voltou para os Estados Unidos no dia seguinte, foi parado pelo FBI na fronteira. Coleman confessou ter matado os dois filhos com uma arma de fogo e deixado os corpos no México, onde foram encontrados pelas autoridades mexicanas.
Coleman alegou que “acreditava que os seus filhos iam transformar-se em monstros, e por isso tinha que matá-los”, de acordo com o processo.
O homem disse aos agentes que foi “alertado pelas teorias do QAnon e dos Illuminati e que estava a receber visões e sinais que revelavam que sua esposa (…) possuía ADN de cobra e o tinha transmitido aos filhos”.
Em declarações às autoridades federais, Coleman disse acreditar que estava “a salvar o mundo dos monstros”. O homem foi acusado por homicídio de cidadãos americanos no exterior.
Um terremoto de magnitude 7,2 sacudiu o Haiti na manhã deste
sábado, causando pelo menos 227 mortes, e danos materiais em
propriedades no sudoeste da ilha, fazendo reviver memórias terríveis do
grande tremor de terra que sacudiu o país em 2010.
O tremor de terra ocorreu por volta das 8h30 locais, 13h30 de Lisboa, a 12 quilómetros da cidade de São Luís do Sul, localizada a 160 quilómetros da capital haitiana, Porto Príncipe, segundo dados do Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS).
A USGS, que associou ao sismo um alerta vermelho na sua escala de danos humanos, adiantou no seu site que “é provável que haja um elevado número de vítimas e é provável que o desastre afete uma zona extensa”.
“No passado, outros eventos com este nível de alerta exigiram uma resposta de nível nacional e internacional”, advertiu ainda.
A Administração
Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em
inglês) emitiu um alerta de tsunami que posteriormente levantou, ao
determinar que se extinguira a ameaça de ocorrer esse fenómeno
caracterizado por ondas gigantes.
“Há mortes, confirmo, mas ainda não tenho o balanço preciso“, declarou à agência AFP o diretor da Defesa Civil haitiana, Jerry Chandler.
O sismo causou uma “situação dramática, perdas de várias vidas humanas e danos materiais em várias regiões do país”, disse o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry. Segundo o balanço mais recente, o terramoto terá causado pelo menos 227 mortos.
Ralph Tedy Erol / EPA
Efeitos do tremor de terra de 14 de agosto em Los Cayos, Haiti
O tremor foi sentido em todo o país e danos
materiais já foram registados em várias cidades, segundo imagens
publicadas nas redes sociais por testemunhas no sudoeste da ilha.
“Estava dentro de casa quando tudo começou a tremer,
estava perto de uma janela e vi todas as coisas a cair”, Christella
Saint Hilaire, de 21 anos, que vive perto do epicentro do terramoto.
“Um pedaço de parede caiu nas minhas costas, mas não me magoei muito”, acrescemtou a jovem. “Várias casas desabaram completamente“, assegurou Christella.
Em vídeos partilhados nas redes, os moradores filmaram as ruínas de
vários edifícios de cimento, incluindo uma igreja em Les Anglais, 200
quilómetros a sudoeste de Porto Príncipe, na qual aparentemente decorria
uma cerimónia religiosa na manhã deste sábado.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, ofereceu a ajuda dos Estados Unidos ao Haiti após o sismo que atingiu hoje o país, indicou a Casa Branca.
Biden “autorizou uma resposta norte-americana imediata e encarregou a diretora da Agência Norte-Americana de Ajuda Internacional (USAID), Samantha Powers, de coordenar esses esforços”, disse à imprensa um responsável da Casa Branca que solicitou o anonimato.
A Casa Branca
não especificou em que consistirá essa ajuda e não esclareceu se enviará
imediatamente algum tipo de assistência para o país das Caraíbas, que
divide com a República Dominicana a ilha de Hispaniola e que é o mais pobre do continente americano.
Também o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez,
expressou a sua solidariedade “e a de todo o povo espanhol” ao Haiti
devido ao grave sismo hoje sofrido, numa mensagem publicada na sua conta
oficial da rede social Twitter, na qual acrescentou: “Contais com o apoio de Espanha para seguir em frente após este terrível acontecimento”.
O terramoto de
hoje teve uma intensidade ligeiramente superior ao que em janeiro de
2010, com 7 graus de magnitude, fez 300.000 mortos, cerca de 300.000
feridos e 1,5 milhões de afetados no Haiti.
A Força Aérea dos Estados Unidos concedeu 60 milhões de
dólares à startup aeroespacial Hermeus para financiar testes de voo do
seu avião hipersónico Quarterhorse. Esta aeronave tem como destino
aplicações militares e comerciais.
A aeronave será capaz de voar em Mach 5 com um alcance de 7.400 quilómetros.
Também estará equipada com um motor TBCC (Turbine-Based Combined Cycle)
construído em torno de um motor turbo-jato GE J85 comercial.
O contrato, firmado em 30 de julho, estabelece objetivos ambiciosos
para a Hermeus, a serem cumpridos nos próximos três anos – o que inclui
a construção de três protótipos da aeronave Quarterhorse e o teste do
seu sistema de propulsão hipersónico reutilizável em grande escala.
A aeronave da Hermeus será capaz de voar cinco vezes a velocidade do som,
sendo, por exemplo, capaz de viajar de Nova Iorque até Londres em
apenas 90 minutos – em vez das sete horas que normalmente demoram os
aviões comerciais atuais.
O primeiro protótipo Quarterhorse está programado para ser não
tripulado. De acordo com um relatório de 2020 da Aviation International
News, Hermeus já construiu e testou um protótipo de motor hipersónico em
pequena escala e agora está a trabalhar num demonstrador de motor em escala real do seu motor TBCC.
“O Quarterhorse será a aeronave reutilizável mais rápida do mundo e a primeira do seu tipo a voar com um motor TBCC”, explicou Hermeus em comunicado.
Fundada por ex-membros da SpaceX, Blue Origin e Generation Orbit, a
Hermeus pretende pilotar uma aeronave de demonstração nesta década que
pode tornar-se a aeronave reutilizável mais rápida em serviço regular,
escreve o Interesting Engineering.
Nos últimos anos, a Força Aérea dos Estados Unidos tem demonstrado
interesse em tais aeronaves comerciais de alta velocidade, não apenas
para as suas aplicações militares, mas também como um substituto potencial de longo prazo para o Air Force One,
o avião do Presidente dos Estados Unidos da América, que atua tanto
como transporte pessoal do Chefe do Executivo, como um centro de comando
e controlo em caso de guerra nuclear ou emergência nacional.
A onda de calor “Lúcifer” que o país atravessa está na origem
das temperaturas elevadas. A cidade de Siracusa na ilha italiana da
Sicília atingiu 48,8º C, podendo ser a temperatura mais elevada de
sempre registada na Europa.
A temperatura registada na histórica cidade italiana será a mais quente de sempre, segundo apontam as autoridades regionais.
Ainda assim, a mesma precisa de ser verificada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que para já mantém o recorde oficial da temperatura mais elevada da Europa os 48º C registados em 1977 em Atenas, na Grécia.
A “Sicília tem passado por uma onda de calor nos últimos dias, devido ao efeito foehn,
que provoca uma mudança de condições húmidas e frias de um lado de uma
montanha para condições mais quentes e secas do outro lado, portanto no
sota-vento das montanhas a oeste de Siracusa provavelmente ajudou a
atingir os 48,8º C”, refere Trevor Mitchell, meteorologista do Instituto
de Meteorologia do Reino Unido, citado pelo JN.
As elevadas temperaturas que o país enfrenta causadas por uma onda de
calor, apelidada de “Lúcifer”, levou à propagação de incêndios nas
áreas florestais no sul de Itália, como Sicília, Calábria e Puglia.
As autoridades do país prevêm que a onda de calor prossiga para o
norte de Itália, atingindo cidades como Roma, Florença ou Palermo, com
temperaturas ainda mais elevadas.
Neste sentido, o ministério da Saúde do país já emitiu alertas vermelhos,
devido ao calor extremo que é registado em várias regiões, apontando
que o risco para a saúde deve aumentar de oito para 15 até ao final da
semana.
A Itália enfrenta graves fogos, que já vitimaram pelo menos uma pessoa
Calor extremo e incêndios assolam Sul da Europa e Mediterrâneo
Vários países do Sul da Europa e do Mediterrâneo estão a enfrentar uma onda de calor extremo que já provocou incêndios mortíferos em Itália, Grécia, Turquia ou Argélia e colocou em alerta Portugal e Espanha.
O balanço mais grave regista-se na Argélia,
país do Norte de África com costa mediterrânica, onde o número de
vítimas mortais dos incêndios aumentou nas últimas horas para 69 – 41
civis e 28 militares.
A Argélia observa hoje o primeiro de três dias de luto pelas vítimas
dos incêndios, mas o fogo continua sem dar tréguas na região montanhosa
da Cabília (Norte).
Na Grécia, os incêndios provocaram pelo menos três
mortos e destruíram mais de 100.000 hectares desde 29 de julho, um
recorde desde 2007, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação
sobre Incêndios Florestais (EFFIS).
No início de agosto, o país foi atingido pela “pior vaga de calor” em três décadas, segundo o primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, com temperaturas que atingiram os 45 ºC.
“A crise climática está aqui”, disse hoje Kyriakos Mitsotakis, repetindo mais uma vez que a Grécia está a enfrentar “uma imensa catástrofe ecológica”.
Sem registo de mortos, a Tunísia também está a braços com centenas de
incêndios em várias regiões devido às altas temperaturas, que atingiram
hoje 50,2 ºC na cidade de Kairouan (Centro), anunciou a proteção civil
daquele país africano do Mediterrâneo, segundo a EFE.
A onda de calor também provocou incêndios no Sul da Turquia,
onde se registaram oito mortos desde o final de julho, mas o país está
hoje a braços com cheias em três províncias do Norte que já fizeram pelo
menos cinco vítimas mortais.
A Península Ibérica também se prepara para
temperaturas elevadas esta semana, com alertas de calor e de risco de
incêndio em Portugal e Espanha devido à chegada de uma massa de ar
quente do Norte de África.
Em Espanha, 13 comunidades estão em alerta de
temperatura elevada, duas delas em risco extremo (Aragão e Catalunha), e
a Agência Estatal de Meteorologia antecipa temperaturas máximas que
poderão atingir os 44 ºC nos próximos dias.
As previsões levaram mesmo as autoridades catalãs a lançar esta
semana um “grito de alarme” e a recordar que “estas temperaturas muito
elevadas causaram muitos incêndios em simultâneo” na Grécia e em Itália.
O calor também atingiu a França, onde se esperam picos de 40 ºC no Sudeste do país e cerca de 20 departamentos estão sob uma vigilância de alta temperatura.
Em Portugal, 12 distritos estão hoje em aviso
amarelo devido ao calor e cinco deles vão passar a aviso laranja na
sexta-feira, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera,
que antecipa temperaturas acima dos 40 ºC em algumas regiões do
interior.
Também a ilha da Madeira vai estar com aviso amarelo devido às temperaturas elevadas entre sexta-feira e domingo.
Na quarta-feira, a Proteção Civil colocou cinco distritos do interior
Norte, Centro e Sul em alerta laranja no próximo fim de semana, devido
ao risco de incêndio potenciado pelas condições meteorológicas
previstas.
Embora seja difícil ligar qualquer incêndio específico às alterações
climáticas, os cientistas têm alertado para fenómenos extremos
resultantes do aumento da temperatura global.
As autoridades de saúde na Guiné-Conacri confirmaram uma
morte por vírus de Marburg, uma febre hemorrágica altamente infeciosa,
semelhante ao Ébola, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS). É a
primeira vez que a doença foi identificada na África Ocidental.
De acordo com o Guardian, houve 12 surtos de Marburg desde 1967, maioritariamente no sul e no leste da África. O novo casofoi identificado na Guiné-Conacri
na semana passada, dois meses após o país ter declarado que erradicou o
Ébola, após um breve surto no início deste ano, que matou 12 pessoas.
O paciente procurou inicialmente tratamento numa clínica local, antes de a sua condição piorar rapidamente, disse a OMS
na segunda-feira. Analistas do laboratório nacional de febre
hemorrágica da Guiné e do Instituto Pasteur, no Senegal, confirmaram
posteriormente o diagnóstico.
“Estamos a trabalhar com as autoridades de saúde para implementar uma resposta rápida, que se baseie na experiência e no conhecimento
anteriores da Guiné no tratamento do Ébola, que é transmitido de forma
semelhante”, disse Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS para a
África.
Tanto o caso de Marburg como os casos de Ébola deste ano foram
detetados no distrito de Gueckedou, na Guiné-Conacri, perto da fronteira
com a Libéria e a Costa do Marfim. Os primeiros casos da epidemia de
Ébola, entre 2014 e 2016, também ocorreram na mesma região florestal do
sudeste do país.
As taxas de mortalidade dos casos de Marburg
variaram de 24% a 88% em surtos anteriores, dependendo da cepa do vírus e
do tratamento, referiu a OMS, acrescentando que a transmissão ocorreu
por contato com fluidos corporais e tecidos infetados.
Os surtos de Marburg começam quando um animal infetado, como um
macaco ou um morcego, transmite o vírus para um humano. O vírus então se
espalha de pessoa para pessoa através dos fluidos corporais. Os sintomas incluem dor de cabeça, vómito com sangue, dores musculares e perda de por vários orifícios.
Depois de vários anos a ser planeado, finalmente foi
aprovado. O coração de Londres irá receber um Memorial do Holocausto e
um centro educacional. De acordo com o governo britânico, o objetivo é
criar um espaço nacional para homenagear os 6 milhões de judeus vítimas
do Holocausto.
Além disso, todas as outras vítimas do nazismo também serão
homenageadas, incluindo membros de outras etnias, homossexuais e pessoas
com deficiências, segundo as autoridades londrinas.
O centro educacional também fará homenagem a genocídios posteriores, incluindo os ocorridos no Camboja, Ruanda, Bósnia e Herzegovina e Sudão. A entrada será gratuita.
Apesar de se tratar do primeiro memorial e centro educacional sobre o
Holocausto do Reino Unido, já existe um Jardim Memorial do Holocausto
no Hyde Park de Londres.
Monumento polémico
A construção do memorial em Westminster gerou polémica ainda na fase
de planeamento. Apresentado pelo ex-primeiro-ministro conservador David Cameron
em 2014, o projeto foi inicialmente rejeitado pelas autoridades locais
em 2018, sob os argumentos de que a localização, no Hyde Park, é muito
próxima a outros monumentos em Londres e de que não há espaço
suficiente.
O governo do atual primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, conseguiu convencer as autoridades locais em 2019, mas a escolha do local também foi criticada por vários académicos.
Vários cientistas de universidades britânicas rejeitaram a construção
de um memorial do Holocausto próximo a edifícios do governo e do
Parlamento britânico em Westminster. Os especialistas temem que isso
possa dar um peso exacerbado ao papel que o governo britânico da época
desempenhou ao salvar judeus e outras vítimas dos nazis.
Em 2018, 42 investigadores assinaram uma carta aberta, entre eles a
professora Shirli Gilbert, que pesquisa a história judaica na University
College London.
A carta afirmava que os estudiosos temiam que o Reino Unido fosse
retratar-se como uma vitoriosa nação com currículo repleto de
salvamentos heroicos, o que não corresponde à pesquisa histórica.
Essa preocupação não é partilhada por Jean-Marc Dreyfus, historiador e professor de estudos do Holocausto na Universidade de Manchester.
“O esboço do memorial é muito vago para retratar o Reino Unido como uma heroica nação salvadora”, alegou, em entrevista à DW.
Mas Dreyfus considera exatamente isso como algo problemático. “O memorial não contém um símbolo da Shoah (Holocausto), é extremamente neutro por fora. Poderia também remeter a algo completamente diferente”.
Também não está claro a quem este memorial é dedicado: aos cidadãos
judeus britânicos que fugiram para o Reino Unido, a todas as vítimas
judias do Holocausto ou a todos os perseguidos pelos nazis.
Dreyfus diz acreditar que é preciso perceber que há uma ligação entre o novo memorial e o Brexit.
Segundo o especialista, ambas as decisões foram tomadas no mesmo
contexto, no mesmo período de tempo e foram impulsionadas por governos
conservadores.
Memória global do Holocausto
Andrea Löw, professora do Centro de Estudos do Holocausto em Munique, enfatizou em conversa com a DW
o quão internacional é a memória da Shoah. Existem museus, instituições
educacionais e memoriais na Cidade do Cabo, em Sydney, Budapeste,
Israel, Washington, na América do Sul, exemplificou. Para Löw, pode-se
falar numa recordação global do Holocausto.
Atualmente, segundo a historiadora, o foco principal é a importância de passar da recordação ritualizada à individual.
“Como historiadores, consideramos que a nossa tarefa é levar para a
frente a mensagem das testemunhas que agora nos vão deixando”, diz.
Neste contexto, Dreyfus também destaca a importância do centro educacional que será construído no Hyde Park de Londres. “Esta é uma boa notícia para a recordação da Shoah, que deve continuar”, afirma.
Dreyfus espera que o centro desencadeie um debate mais histórico e
baseado em factos no país. Este ainda não é o caso: a recordação
britânica do Holocausto começou apenas nas décadas de 1990 e 2000 e
sempre ostentou um caráter vago, refere o historiador.
Por sua vez, a historiadora alemã Löw também enfatiza a grande
importância dos centros educacionais complementares a memoriais do
Holocausto em muitos sítios do mundo.
O memorial britânico e o associado centro educacional serão
construídos em Londres com base num projeto dos escritórios de
arquitetura Adjaye Associates, Ron Arad Architects e Gustafson
Porter+Bowman.
O início da obra está agendado para este ano, e o planeamento indica que o memorial deverá estar concluído e ser aberto ao público em 2025.
O gel é feito de aminoácidos e pode diminuir os sintomas da
doença em apenas uma administração. Os investigadores acreditam que
poderá ser útil no combate a outras doenças no cérebro. Os ensaios
clínicos devem começar nos próximos cinco anos.
Cientistas da Universidade Nacional da Austrália juntaram-se a outros
investigadores do Instituto de Neurociência e de Saúde Mental Florey na
luta contra a Parkinson. A equipa desenvolveu um gel de aminoácidos que pode ser injectado no cérebro e reparar alguns dos danos causados por esta e também possivelmente outras doenças neurológicas.
Segundo a Reuters, quando o gel é agitado, transforma-se num líquido que facilita a injecção no cérebro.
O gel volta depois ao seu estado sólido e preenche vácuos irregulares,
ajudando assim no transporte seguro de células estaminais que vão
substituir partes lesionadas do cérebro.
Até agora, o gel só foi testado em animais e foi eficaz no combate a distúrbios no movimento em ratos.
Os investigadores têm esperança que os ensaios clínicos comecem nos
próximos cinco anos, depois de se provar que o gel é seguro para ser
usado em humanos.
“A grande mudança aqui é ser uma intervenção única.
No futuro, um paciente de Parkinson poderá vir ao hospital e precisaria
apenas de uma intervenção deste tipo para potencialmente aliviar muitos
dos seus sintomas durante anos”, afirma David Nisbet, professor na
Universidade Nacional da Austrália.
O professor acrescenta que a produção do gel também é relativamente barata
e que a produção em grande escala deve ser relativamente fácil mal os
materiais sejam aprovados para uso clínico e administração em humanos. O
gel poderá também ser usado para tratar outros problemas neurológicos,
como por exemplo as sequelas de quem sofreu um AVC.
A Parkinson é uma doença degenerativa e lentamente progressiva no cérebro que causa tremores e dificuldades nos movimentos, no equilíbrio e na coordenação.
Actualmente, há cerca de 10 milhões de casos e todo o mundo e segundo a Sociedade Portuguesa de Neurologia, entre 18 mil e 20 mil pessoas em Portugal sofrem da doença, que não tem cura.
A jovem morreu depois de ter sido atacada pelo companheiro. Uma investigação do The New York Times revela que a vítima já se tinha queixado sete vezes à polícia britânica.
Daniela Espírito Santo ligou sete vezes para a polícia antes de falecer.
No dia em que morreu, ligou para as autoridades e começou por contar que o companheiro, Paulo de Jesus, a tinha tentado estrangular na cama. A polícia deteve o suspeito, mas libertou-o horas depois, porque “não” parecia perigoso, “mostrou arrependimento” e prometeu que não voltaria à casa da companheira.
Contudo, isso não aconteceu. À tarde, a mulher voltou a ligar à polícia, contando que o namorado a tinha voltado a atacar e ameaçado de morte.
Como o agressor já tinha saído e Daniela disse que não precisava de
ajuda médica nem de uma ambulância, a chamada foi transferida para uma
linha de apoio não urgente.
Depois de oito minutos de espera, o assistente só conseguiu ouvir um
bebé a chorar. Quando os agentes policiais foram à casa da vítima, uma
hora depois do telefonema, encontraram-na morta com um bebé de meses nos
braços.
Daniela sofria de problemas cardíacos e não terá
resistido ao stress provocado pela situação, acabando por morrer a 9 de
abril de 2020, durante o primeiro mês do confinamento britânico.
Por sua vez, Paulo de Jesus foi condenado a dez meses de prisão, pelo crime de ofensas corporais, depois de o Ministério Público britânico ter deixado cair a acusação de homicídio.
Isto porque o facto de Daniela sofrer de problemas cardíacos impossibilitava, na opinião dos procuradores, uma condenação por homicídio.
No entanto, de acordo com uma investigação doThe New York Times,
nos meses que antederam a sua morte Daniela ligou para a polícia sete
vezes, incluindo as duas chamadas que fez no dia 8 de abril.
O jornal norte-americano aponta várias falhas na forma como a polícia britânica lidou com o caso.
Por exemplo, um dos polícias que o interrogou escreveu num relatório
que a sua maior preocupação era “a saúde mental” do suspeito e que este
não representava um perigo.
Charly Price-Wallace, amiga de infância da jovem,
contou ao jornal que Daniela lhe confidenciou os seus problemas, como o
facto do companheiro lhe ter esvaziado a conta bancária para comprar
drogas, logo após o nascimento da filha.
Além disso, o homem espancou Daniela depois de esta o ter
confrontado, deixando-a com “um enorme olho roxo”. “A maior parte da
violência surgia por ele usar o dinheiro para comprar drogas e por ser questionado posteriormente por ela”, explicou Price-Wallace.
Em tribunal, a defesa de Paulo Jesus conseguiu demonstrar que o ataque cardíaco pode ter sido provocado por uma discussão verbal e que não foi resultado de uma agressão, o que levou a uma condenação de dez meses de prisão.
Apesar das críticas, a inspeção não recomendou quaisquer medidas disciplinares para os polícias.
A mulher estava no Reino Unido desde 1999, para onde
emigrou com a família com apenas dois anos. Na altura em que morreu,
trabalhava num lar de idosos em Grantham, perto de Lincolnshire, a 250
quilómetros de Londres.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai iniciar uma nova
fase de ensaios clínicos de medicamentos contra a covid-19, testando
três medicamentos em pacientes hospitalizados, estando a recrutar
participantes também em Portugal.
Os testes fazem parte da nova fase do ensaio clínico Solidarity,
da OMS, que entra na fase Solidarity Plus para testar a eficácia dos
medicamentos artesunate (do laboratório farmacêutico IPCA), usado para
tratar casos graves de malária; imatinib (Novartis), usado para tratar
alguns tipos de cancro; e infliximab (Johnson & Johnson), usado para
tratar doenças do sistema imunitário, como artrite reumatoide.
Os medicamentos foram doados pelas farmacêuticas para a realização do
ensaio clínico que decorre em 52 países, incluindo Portugal.
“Encontrar terapêuticas mais eficazes e acessíveis
para os doentes com covid-19 permanece uma necessidade crítica e a OMS
está orgulhosa por liderar este esforço global”, disse o diretor-geral
da OMS, Tedros Ghebreyesus, citado em comunicado da organização divulgado hoje.
O comunicado refere que na nova fase dos ensaios clínicos estão
envolvidos cerca de 600 hospitais nos 52 países participantes, mais 16
países do que na fase inicial, sendo possível avaliar a eficácia de
vários tratamentos ao mesmo tempo usando um único protocolo, recrutando milhares de pacientes para gerar estimativas robustas sobre a eficácia que um medicamento pode ter na mortalidade.
O protocolo também permite a adição de novos medicamentos ao longo do processo e o abandono dos que sejam considerados ineficazes.
Os ensaios já permitiram demonstrar, por exemplo, que medicamentos
como remdesivir, hidroxicloroquina, lopinavir e interferon têm pouca ou
nenhuma eficácia em pacientes hospitalizados.
O ensaio clínico vai recrutar apenas pacientes adultos, homens e mulheres, em internamento hospitalar, até 1 de maio de 2022.
A vacina da farmacêutica Hipra será a primeira desenhada em
Espanha a entrar em ensaios clínicos. Foi pensada para combater as
variantes Alpha e Beta e terá duas doses.
A Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários (AEMPS)
autorizou o primeiro ensaio clínico da vacina contra a covid-19, PHH-1V,
desenvolvida em Espanha pela empresa Hipra, conforme divulgado no site
do regulador e anunciado pelo primeiro-ministro, Pedro Sánchez. A vacina
foi pensada para combater as variantes Alpha e Beta.
A diretora da empresa, Toni Maneu, já referiu que os resultados pré-clínicos (feitos em laboratório e animais) foram “muito positivos”.
A responsável também garantiu que os testes realizados até agora
indicam que a vacina é eficaz contra a variante delta, que se tornou
dominante nos últimos meses em vários países da Europa, sobretudo em
Portugal e Espanha.
Segundo avança o El País, o ensaio clínico – que envolve humanos – vai comparar a vacina espanhola com outras que já estão no mercado.
Assim, os voluntários irão tomar uma ou outra, sem saber qual, e será avaliado, como objetivo principal, a segurança e tolerância da vacina. Como objetivos secundários, serão avaliadas a imunogenicidade – capacidade de ativar o sistema imunitário – e a eficácia.
A vacina é composta por duas proteínas modificadas juntas,
correspondentes à proteína spike. Esta tecnologia também foi usada
pelas farmacêuticas Novavax e Sanofi/GSK, mas no caso da Hipra, as duas
proteínas recombinadas são semelhantes às da variante Alfa e da variante
Beta, noticiou o jornal espanhol.
A vacina será testada com duas doses, dadas com um intervalo de três semanas e os voluntários terão entre 18 e 39 anos, sendo que pode ser armazenada a uma temperatura de entre os dois e os oito graus Celsius, o que facilita o armazenamento e distribuição.
A empresa planeia produzir cerca de 400 milhões de doses da vacina durante o próximo ano.
As autoridades alemãs apelaram na terça-feira aos cerca de
8600 residentes de Friesland que podem ter sido afetados pela troca para
levarem outra dose da vacina.
Milhares de pessoas no Norte da Alemanha vão ter de ser vacinadas novamente
contra a covid-19, após uma investigação policial ter descoberto que
uma enfermeira da Cruz Vermelha pode ter substituído a vacina por uma solução salina.
A enfermeira é suspeita de ter injetado solução salina em vez de
doses da vacina num centro de vacinação em Friesland, uma região rural
perto da costa do Mar do Norte, no início da Primavera.
As autoridades alemãs apelaram na terça-feira aos cerca de 8600
residentes que podem ter sido afetados pela troca para levarem outra
dose da vacina.
“Estou totalmente chocado com este episódio”, disse Sven Ambrosy, um político local, no Facebook.
Apesar da solução salina ser inofensiva, a maioria das pessoas que
foram vacinadas na Alemanha em março e abril – quando a troca em causa
terá ocorrido – são idosos vulneráveis à doença.
Em conferência de imprensa, o investigador Peter Beer disse que, com base nas declarações de testemunhas, havia “uma suspeita razoável de perigo”, cita o jornal britânico The Guardian.
Os motivos da enfermeira não são claros, mas a mulher tinha revelado algum ceticismo sobre vacinas em publicações nas redes sociais, segundo a polícia.
De acordo com a emissora NDR, o caso foi entregue a uma unidade especial que investiga crimes de motivação política.
Desde a década de 1970, os abortos em função do género na
China, na Índia e noutras dez nações impediram o nascimento de 23 a 45
milhões de mulheres. Um novo estudo prevê que esses países percam mais
4,7 milhões até 2030.
Num novo estudo, publicado na BMJ Global Health e citado pelo Science Alert, os investigadores usaram um modelo baseado em 3,26 mil milhões de registos
de nascimento de 204 países, tendo identificado 12 nações com fortes
evidências de uma proporção de género distorcida e 17 em risco de seguir
essa mesma direção,
As 12 nações com uma proporção de género distorcida mostram sinais de
recuperação, especialmente a China e a Índia, com o governo a oferecer
incentivos para o nascimento de mulheres e restrições ao aborto
seletivo. Contudo, o modelo prevê que essas nações percam 5,7 milhões de
mulheres até 2100.
Nesses dois países, os homens atualmente superam as mulheres em cerca
de 70 milhões, um houve um aumento da violência, do tráfico de mulheres
e da prostituição. O cientistas referiram que é preciso agir
imediatamente para reequilibrar a balança em lugares como a China, a
Índia, a Albânia, a Arménia, o Azerbaijão e o Vietname.
Se outros países com preferência por filhos em vez
de filhas – como a Nigéria, o Paquistão, o Egito, a Tanzânia e o
Afeganistão – começarem a distorcer as suas proporções de género, o
modelo prevê que sejam “perdidas” mais 22 milhões de mulheres até 2100.
As nações da África Subsaariana poderiam contribuir com mais de um
terço.
Embora o aborto dê às mulheres a decisão sobre a gravidez, essa
escolha também pode ser ditada por normas sociais. Em algumas culturas,
apenas os homens podem trabalhar, manter a linhagem familiar ou cuidar
dos pais idosos. Noutros locais, as mulheres não podem trabalhar ou
possuir bens e, em certos casos, precisam de um dote para casar.
Além do aborto baseado no género, os investigadores apontaram o infanticídio feminino e a falta de saúde feminina como outras das razões para o desaparecimento de milhões de mulheres em todo o mundo.
“Essas descobertas sublinham a necessidade de monitorizar [a
proporção de sexos no nascimento] em países com preferência por filho e
abordar os fatores por trás da persistência do preconceito de género nas
famílias e instituições”, escreveram os autores.
Tal como muitas crianças, James Savage descobriu o amor pela
natação quando era ainda muito novo. Agora, o adolescente
norte-americano atravessou a nado o Lago Tahoe – tornando-se na pessoa
mais jovem de sempre a fazê-lo.
Jilian Savage, mãe do jovem de 14 anos, referiu que
nunca teve dúvidas das capacidades do filho, pois o jovem preparou-se
intensamente para a prova que ocorreu no dia 1 de agosto. “Ele tem
nadado quase todos os dias desde os oito anos. Sempre em águas abertas”,
frisou orgulhosa, em declarações ao jornal Tahoe Daily Tribune.
O adolescente de Los Banos, na Califórnia, alcançou esta conquista numa prova que começou em Camp Richardson, em South Lake Tahoe, na Califórnia, e que terminou na costa do Hyatt Regency, em Incline Village, no Nevada.
A mãe do jovem contou ao jornal local que o que impulsionou o filho a trabalhar nesta conquista foi o desafio mental,
explicando que este tem sempre a necessidade de se manter ocupado com
alguma coisa. “Ele não consegue sentar-se e conversar connosco quando
fica entediado”, referiu.
Embora o jornal não frise se o jovem recebeu algum incentivo financeiro, a progenitora não tem dúvidas de que o filho fez “um ótimo trabalho”.
Por sua vez, James revela que a paixão pela natação começou muito
cedo, por volta dos cinco anos de idade, apesar de relembrar que
inicialmente não tinha em mente alcançar estes feitos.
O jovem admite que o que o motiva é a aventura e
essa é umas das razões que o faz preferir nadar em locais abertos. “Em
águas abertas, posso nadar em oceanos, lagos e viajar”, explicou.
O lago Tahoe é o maior lago alpino da América do Norte
e sua profundidade é de 501 metros, o que faz dele o segundo mais
profundo do país – situando-se apenas atrás do Lago Crater, no Oregon.