O Papa Francisco lamentou este sábado que a pandemia de
covid-19 tenha semeado desolação e aumentado as tensões, acrescentando
que também pode “constituir uma oportunidade para a sociedade construir
um mundo melhor”.
Lamentavelmente, a pandemia ainda não foi superada nem suas
consequências económicas e sociais, sobretudo para a vida dos mais
pobres que são graves”, observou, sublinhando que não só “empobreceu numerosas famílias”, como “semeou desolação e aumentou as tensões”.
“Face ao agravamento de múltiplas crises políticas e ambientais
convergentes”, como a fome, a crise climática ou o problema das armas
nucleares, o compromisso social e político “com a paz nunca foi tão
necessário e urgente”, frisou o Papa, que falava numa audiência com a
fundação Leaders para a Paz, criada pelo primeiro-ministro francês,
Jean-Pierre Raffarin.
O “desafio é ajudar governantes e cidadãos a
enfrentarem problemas críticos como uma oportunidade”, sustentou,
argumentando que “determinadas situações de crise ambiental,
infelizmente agravadas pela pandemia, podem e devem provocar uma
assunção de responsabilidades mais determinada, primeiro por parte dos
quadros superiores, e, depois, também a níveis intermédios e por todos
os cidadãos”.
O papa encorajou ainda as sociedades a promoverem “a dignidade do ser humano, o respeito pela história, sobretudo se estiver ferida e marginalizada” num mundo “que acolha e escute todos”.
A covid-19 provocou pelo menos 4.539.397 mortes em todo o mundo,
entre mais de 218,96 milhões de infeções pelo novo coronavírus
registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da
agência France-Presse.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Do-Dodonpa, conhecida como a montanha russa mais rápida do
mundo, foi obrigada a deixar de funcionar depois de vários utilizadores
sofrerem fraturas ósseas.
O parque de diversões Fuji-Q Highland, que se situa
no Japão, e alberga o divertimento, revelou que quatro clientes se
queixaram de ter ficado com ossos partidos depois de andarem na montanha
russa. Os casos ocorreram entre dezembro de 2020 e agosto de 2021.
As fraturas foram sobretudo detetadas na zona do pescoço e tórax.
De acordo com o governo regional, os incidentes ocorreram em homens e
mulheres entre os 30 e 50 anos, sendo que todos tiveram “ferimentos
significativos”.
No seguimento das queixas, o parque temático optou por fechar a
atração “devido a uma revisão da segurança”, porém acrescentou que “a
relação causal entre lesões e a máquina de diversão ainda não foi
confirmada”, cita a CNN.
A empresa de diversões frisou ainda que os incidentes são os
primeiros a serem relatados desde que a atração começou a funcionar, há
duas décadas.
Por sua vez, a Sansei Technologies, a empresa que
construiu a montanha russa, pediu desculpa a todos os utilizadores que
acabaram por ficar feridos, mas veio realçar o que já tinha sido dito
pelo parque temático: a ligação entre os ferimentos e o divertimento
“não está confirmada”, acrescentando que se encontra a aguardar a
conclusão de uma investigação.
Acidentes graves que envolvem montanhas russas são extremamente raros
no Japão. A última morte nestas circunstâncias ocorreu em 2007, quando
um eixo se soltou durante uma viagem no parque de diversões Expoland, em
Osaka, fazendo com que o comboio colidisse com um corrimão.
Naoya Miyasato, professora de arquitetura da Nihon
University, que estuda o design de montanhas russas, sublinha que
situações em que as pessoas acabam com ossos partidos são muito raras.
“Os projetos de montanhas russas devem atender aos padrões aprovados
pelo governo. Haver vários acidentes semelhantes é incomum”, referiu ao VICE.
Embora o governo japonês não tenha encontrado nenhuma razão óbvia
para estes ferimentos, Miyasato afirma que por trás dos acidentes pode
estar um problema relacionado à rápida aceleração da montanha russa.
No seu pico, a aceleração é três vezes superior à força da gravidade, o
que é comparável à experiência dos astronautas durante o lançamento de
um foguetão, comparou a especialista.
“Se um utilizador não consegue assimilar essa aceleração sofre uma
lesão, o que pode ser o que está a acontecer aqui”, explicou. Contudo,
além da velocidade de aceleração da montanha-russa, Miyasato refere que a forma como os passageiros se sentam pode ser um fator que está a influenciar os acidentes.
Inaugurada em 2001, a atração do parque Fuji-Q Highland foi renovada em 2017 e é capaz de ir dos 0 aos 180 km/h em apenas 1,56 segundos.
No Japão, apesar do grande impacto da pandemia de covid-19, e de um
aumento recente de casos, os parques temáticos estão abertos desde junho
de 2020.
No entanto, Fuji-Q Highland está entre os parques que está a procurar
limitar o número de visitantes, reabrindo apenas as atrações ao ar
livre.
Um painel judicial norte-americano anuiu na sexta-feira, dia
27 de agosto, à liberdade condicional do assassino do senador Robert F.
Kennedy, após os dois filhos da vítima se terem manifestado a favor da
sua libertação. Contudo, os restantes descendentes do político não estão
satisfeitos com a decisão.
Embora esta decisão não garanta de imediato a liberdade, foi uma
vitória para o prisioneiro Sirhan Sirhan, de 77 anos, após os
procuradores se terem abstido de argumentar pela manutenção da pena de
prisão.
A deliberação de liberdade condicional de Sirhan Sirhan, pelo painel de duas pessoas, será revista nos próximos 90 dias pelo Conselho de Liberdade Condicional da Califórnia.
Douglas Kennedy, que era ainda uma criança quando o
seu pai foi morto a tiro em 1968, confessou que ficou comovido pelo
remorso demonstrado por Sirhan e que este deve ser libertado se não for
uma ameaça para outras pessoas.
“Estou impressionado por ser capaz de ver Sirhan cara a cara. Vivi a minha vida com medo dele e do seu nome e fico satisfeito por vê-lo hoje como um ser humano digno de compaixão e amor”, salientou.
Já Robert F. Kennedy Jr., que tinha prestado declarações no passado a favor da libertação de Sirhan, voltou a defender a libertação, por escrito.
“Embora ninguém possa falar em nome de meu pai, acredito firmemente
que, com base no seu próprio compromisso com a equidade e a justiça, que
incentivaria fortemente este conselho a libertar Sirhan devido ao seu
histórico”, referiu numa carta enviada antes da audiência de
sexta-feira.
Numa entrevista ao The Times, Kennedy Jr. disse que estava “muito feliz” por Sirhan estar agora em liberdade condicional e reiterou as preocupações de que o homem errado foi condenado.
Com uma postura totalmente oposta à dos irmãos, os restantes seis
filhos de Kennedy – Joseph P. Kennedy II, Courtney Kennedy, Kerry
Kennedy, Christopher G. Kennedy, Maxwell T. Kennedy e Rory Kennedy –
fizeram uma declaração conjunta onde revelaram estar “arrasados” pelo facto do homem que matou o seu pai ter sido libertado.
Ao contrário dos outros dois irmãos, esta parte do clã Kennedy
sublinhou que se opôs à liberdade condicional de Sirhan e disseram ter
ficado “chocados com uma decisão” que acreditam ignorar os padrões de liberdade condicional já que se trata de “um assassino de primeiro grau”, cita o Los Angeles Times.
Os irmãos acrescentaram ainda que a decisão do conselho “infligiu uma enorme dor”, informando que vão recorrer da decisão.
Senador por Nova Iorque e irmão do presidente John F. Kennedy,
RFK era candidato democrata à presidência quando foi morto a tiro em 6
de junho de 1968, no Ambassador Hotel em Los Angeles, momentos depois do
seu discurso de vitória nas primárias da Califórnia.
O jornalismo independente em Cuba “atravessa o seu período
mais crítico em décadas”, alertou na sexta-feira a Associação
Interamericana de Imprensa (SIP), ao entregar um relatório à Comissão
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) sobre uma avaliação àquele
país.
“O jornalismo independente cubano vive o seu período mais crítico em décadas, mas, ao mesmo tempo, vive o seu momento de maior ligação com o povo
e a responsabilidade histórica de refletir um processo de participação
cidadã sem precedentes desde o início do socialismo-ditadura”, diz a SIP
no seu relatório divulgado em Miami e citado pela agência EFE.
Um mês volvido sobre os protestos ocorridos em Cuba, em 11 de julho,
para exigir “liberdade”, as autoridades da SIP realizaram uma jornada de
encontros com jornalistas, intelectuais, artistas, youtubers, padres
católicos e advogados que defendem os cidadãos perseguidos pelo regime
de Castro.
Durante a jornada, os diretores da SIP receberam queixas e denúncias
de casos de violência de género, abusos sexuais por excessos cometidos
nas buscas policiais, detenções em celas sem privacidade e limpeza, bem
como violência online.
Em Cuba, destaca a SIP, a grande maioria dos meios de comunicação
social são públicos, mas não veiculam vozes dissonantes da sociedade,
“por forma a garantir o ‘apartheid’ político praticado tirania”,
conforme explicou um dos intervenientes na discussão.
A maioria dos interlocutores da SIP em Cuba solicitaram que suas
identidades fossem reservadas, por motivos de segurança, refere ainda a
EFE.
“O mundo olha para Cuba em alguns casos com um toque romântico,
noutros casos com certo desdém ou com a convição de que nada pode ou
deve ser feito”, comentou Carlos Jornet, presidente da Comissão de
Liberdade de Imprensa, na apresentação do relatório de Informações da
SIP, com sede em Miami.
De acordo com a SIP, atualmente há pouco mais de uma centena de
jornalistas “não-oficiais” em Cuba, muitos deles jovens que tentam dessa
forma manifestar a sua indignação contra o peso da pressão exercida
pelo regime.
Segundo o relatório, dezenas de outros jornalistas deixaram o país nos últimos três anos, após sofrerem uma forte pressão.
O documento estima ainda que haja apenas cerca de vinte jornalistas mulheres que não pertence ao aparelho político.
Jornalistas classificados como “CR” (contra-revolucionários) são alvo
de interrogatórios, o “que representa interferência nas suas vidas
privadas”, havendo também situações de ameaças da autoridade em retirar
os filhos aos pais”, indica o relatório.
O presidente da associação, Jorge Canahuati,
destacou que esta foi uma das poucas missões que, em formato virtual, a
SIP pôde realizar em Cuba desde a chegada do regime comunista ao poder, e
a primeira que utilizou as novas plataformas de vídeo.
Canahuati considerou “imperativo que a comunidade internacional exija
respeito pelos direitos humanos fundamentais em Cuba e apoie a coragem
de jornalistas independentes que arriscam sua liberdade todos os dias”.
O presidente norte-americano, Joe Biden, assinou na
sexta-feira uma ordem executiva determinando a desclassificação de
certos documentos relacionados aos ataques terroristas de 11 de setembro
de 2001, noticiou a AP.
Segundo adianta a agência noticiosa norte-americana, a decisão de Biden é interpretada como um gesto de apoio às famílias das vítimas que há muito procuram mais informação, na esperança de implicar o governo saudita.
“O meu coração continua a estar com as famílias das vítimas do 11 de
setembro que estão a sofrer, e o meu Governo irá continuar a envolver-se
de maneira respeitosa com os membros desta comunidade”, referiu o
Presidente dos EUA, citada pela Reuters.
A ordem, assinada a pouco mais de uma semana do vigésimo aniversário
dos ataques às torres gémeas, é considerado um momento significativo na
disputa, que dura há anos, entre a administração norte-americana e as
famílias das vítimas sobre quando é que informações confidenciais sobre o
período de preparação dos ataques seriam tornadas públicas.
Esse litígio ganhou força o mês passado, quando cerca de 1.800 familiares,
sobreviventes e socorristas da tragédia se opuseram à participação de
Biden nos eventos do 11 de setembro caso os documentos não fossem
desclassificados.
“Os eventos significativos em questão ocorreram há duas décadas ou
mais, e dizem respeito a um momento trágico que continua a ressoar na
história norte-americana e na vida de tantos norte-americanos”, lê-se na
ordem executiva de Biden.
“É fundamental garantir que o governo dos Estados Unidos maximize a transparência, contando com a classificação apenas quando for estritamente adequada e necessária”, pode ainda ler-se.
A ordem executiva de Biden instrui o Departamento de Justiça e outras agências da Administração norte-americana a iniciar uma revisão de desclassificação e exige que os documentos desclassificados sejam divulgados nos próximos seis meses.
Ainda assim, o impacto prático da ordem executiva e de quaisquer novos documentos que a decisão de Biden possa produzir ou trazer à luz não ficou claro de imediato.
Investigações anteriores delinearam laços entre cidadãos sauditas e
alguns dos sequestradores dos aviões utilizados contra as torres gémeas
de Nova Iorque, mas não estabeleceram se o governo saudita estava
diretamente envolvido.
Desconhece-se se a divulgação dos documentos anteriormente ocultados pelos EUA pode alterar essa avaliação.
O Departamento de Justiça anunciou no mês passado que o FBI havia concluído recentemente uma investigação em que analisou alguns dos sequestradores
do 11 de setembro e possíveis co-conspiradores, e que agora se
equacionava a sua eventual divulgação face à impossbilidade anterior de
revelar os dados recolhidos.
As famílias criticam que “até agora, nenhum material substantivo
adicional foi produzido, e que o FBI não concordou em fazer um esforço
adicional para encontrar seus documentos perdidos”.
O plano é ambicioso, mas caso se prove que a divulgação de qualquer
documento possa “resultar em danos à segurança nacional”, caberá ao
procurador-geral ou aos chefes do FBI ou de outras agências prová-lo. Se
o conseguirem, os documentos não serão tornados públicos, escreve o Expresso.
Em causa, segundo os responsáveis norte-americanos, podem estar não
só riscos para a segurança nacional como a própria capacidade de
prevenir futuros ataques.
Documentos secretos britânicos revelam o protocolo em caso de
falecimento da Rainha Isabel II. A cerimónia, preparada com anos de
antecedência, tem um plano pormenorizado conhecido por “Operação London
Bridge”.
A operação de segurança do governo britânico para gerir a morte da Rainha Isabel II, de 95 anos, inclui blackouts oficiais dos meios de comunicação social e um protocolo real que dura dez dias, avança o jornal The Guardian.
O plano, conhecido pelo nome de código “Operação London Bridge”, ao qual o jornal Politico
teve acesso, detalha o que acontecerá nas horas e dias seguintes à
morte da monarca — o dia da morte vai ser conhecido como o “Dia D” e os
seguintes como Dia D+1, Dia D+2 e assim consecutivamente.
Os documentos revelam que, em primeiro lugar, o primeiro-ministro será contactado por um funcionário público de que “London Bridge is down”
(“A ponte London Bridge caiu”, em tradução livre) e serão também
informados o secretário de ministério e vários ministros e funcionários
do governo.
De seguida, a família real vai fazer uma “declaração oficial” para a
população e, dez minutos depois, as bandeiras ficarão a meia-haste.
Além disso, prevê-se que a página online da família real fique com um fundo negro, de forma temporária, e todos os sites do governo vão ter também uma faixa preta.
No mesmo dia, haverá ainda um minuto de silêncio nacional e serão disparadas salvas de canhão.
Funeral de Isabel II
No Dia D+2, o caixão da Rainha estará no Palácio de Buckingham, em Londres.
No entanto, caso morra em Sandringham, a sua
residência em Norfolk, o corpo será transportado no comboio real para a
estação St. Pancras, onde o caixão será recebido pelo primeiro-ministro e
ministros do Gabinete. Se a morte ocorrer em Balmoral,
na Escócia, será ativada a “Operação Unicórnio”, o que significa que o
corpo será transportado para Londres, se possível, no comboio real. Se
não for possível, será acionada a “Operação Overstudy” e o caixão é
transportado por avião.
No Dia D+4 haverá um ensaio e no dia D+5 começa a “Operação Pena” — o caixão da Rainha será levado numa procissão desde o Palácio de Buckingham até ao Palácio de Westminster.
Entre os dias D+6 e D+9, o caixão ficará num catafalco em Westminster, para que seja visitado pela população. Existirão bilhetes à venda e o local poderá ser visitado pelo público 23 horas por dia.
O funeral estatal será então realizado 10 dias após a sua morte
e anunciado como um “dia de luto nacional”. Se a morte acontecer num
dia de semana, os empregadores poderão dar o dia de folga aos
funcionários.
O funeral da monarca vai realizar-se na Abadia de Westminster e, ao
meio-dia, serão registados dois minutos de silêncio em todo o país.
Posteriormente, o caixão segue para Windsor, onde haverá um serviço
religioso na Capela de São Jorge.
A rainha Isabel II vai ser enterrada na Capela Memorial do Rei George
VI, onde está também sepultado o seu marido, o príncipe Filipe.
Além da “Operação London Bridge”, os documentos secretos revelam ainda o protocolo da “Operação Spring Tide”, que estabelece como o príncipe Charles irá subir ao trono.
No dia seguinte à morte da rainha, o Conselho de Adesão reunir-se-á
no Palácio de St. James para o proclamar Rei de Inglaterra e, no Dia
D+3, Carlos iniciará uma digressão pelo Reino Unido.
Apesar de os planos oficiais terem sido revelados, a Rainha está de boa saúde e não há indícios de que o protocolo esteja a ser revisto com urgência.
Uma nova lei pró-armas que entrou em vigor na quarta-feira no
Texas, Estados Unidos, permite que as pessoas que possuem legalmente
uma arma de fogo a portem abertamente em público, sem obter uma licença
ou treino.
Segundo a CNN, a polémica legislação de “porte constitucional”
é a mais recente de uma série de projetos de lei pró-armas que os
legisladores estaduais aprovaram este ano, à medida que os incidentes de
violência armada aumentam no Texas e em todo o país.
Por sua vez, o governador Greg Abbott elogiou a chamada lei do “porte constitucional” e outros projetos de lei sobre armas de fogo quando os assinou.
“Podem dizer que assinei hoje algumas leis que protegem os direitos
das armas”, disse Abbott na assinatura do projeto de lei em junho. “Mas
hoje, assinei documentos que inspiraram liberdade no estado do Texas”,
acrescentou.
A lei “House Bill 1927”, escreve a NPR,
aplica-se a residentes do Texas com 21 anos ou mais e exclui pessoas
que estão proibidas de possuir legalmente uma arma de fogo, como os
condenados por um crime, agressão, violência doméstica ou ameaças
terroristas.
Antes da lei entrar em vigor, os residentes só podiam portar armas
com uma licença e eram obrigados a completar o treino, bem como passar
num exame escrito e teste de proficiência.
A decisão está a ser observada com preocupação, uma vez que o número de tiroteios no Texas, sem incluir suicídios, aumentou 14% este ano,
com cerca de 3200 tiroteios, em comparação com o mesmo período de 2020,
que registou cerca de 2800, de acordo com dados do grupo de pesquisa
Gun Violence Archive (GVA).
À CNN, Andrew Karwoski, especialista em
políticas da Everytown for Gun Safety, alerta que “revogar totalmente a
licença é uma mudança radical”, já que “permitir que quase qualquer
pessoa use uma arma em público, sem haver uma verificação de
antecedentes ou treinamento de segurança, é realmente perigoso”.
No
Espaço, cultivar alimentos e impedir que sejam colonizados por bactérias
e fungos é um grande desafio. Mas, há uns anos, Frank Morton criou a
solução: uma alface vermelha.
Os astronautas também precisam
de ter uma alimentação saudável, mas uma das grandes dificuldades que
enfrentam no Espaço é fazer com que os alimentos cultivados lá não sejam
colonizados por bactérias e fungos.
Mas a alface vermelha é a grande candidata para solucionar o problema — e o seu criador nunca pensou que fosse usada no Espaço.
Frank Morton conta que estava a
voltar de um evento para especialistas em melhoria de plantas, através
de cruzamentos, quando uma amiga lhe disse que astronautas estavam a
plantar alface no Espaço.
Uns tempos mais tarde, percebeu que a alface em questão era, afinal, uma invenção sua: uma planta que cultivou e batizou de Outredgeous.
As sementes desta alface
passaram a ser vendidas a jardineiros e, aparentemente, a investigadores
da Nasa, a agência espacial norte-americana.
Cruzamento surpresa
Morton é um pioneiro na criação de alfaces e trabalha há quase 40 anos na manipulação de plantas. Há 12, criou a Outredgeous.
Em 1981, quando era um
agricultor iniciante, começou a cultivar dois tipos de alface: uma do
tipo romana vermelha e outra verde crespa, comummente usada em saladas.
Das cerca de 200 que foram plantadas numa parte do terreno, a partir de sementes da alface verde, apareceu uma surpresa.
“Bem no meio de todas elas, estava uma alface vermelha”, conta Frank Morton.
Morton imaginou que tivesse ocorrido um cruzamento espontâneo
entre as duas variedades e, no ano seguinte, realizou mais cruzamentos,
desta vez propositados. E foi assim que chegou a uma variedade de
formas e cores.
O agricultor percebeu que a cor vermelha era dominante, em detrimento da verde, e que a folha crespa também.
Criar plantas e novas variedades pareceu-lhe, então, um caminho financeiro promissor e despertou nele uma grande curiosidade.
“A partir da alface, comecei a explorar outras plantas, como quinoa e pimentão”, conta.
Mas Morton continuou a investir na investigação sobre alfaces e queria descobrir quão vermelha poderia ficar.
Quando a Outredgeous apareceu, “era tão vermelha que, na verdade, a maioria dos jardineiros não a reconhecia como alface. Achavam que era algum tipo de beterraba“, disse.
“Por isso é que lhe dei esse nome” (a palavra outrageous, na qual se inspirou, significa “chocante”), explicou.
Entretanto, Morton pôs as sementes à venda na Johnny’s Selected Seeds, uma empresa de sementes sediada no Estado do Maine.
Quando soube da chegada da planta à estação espacial, contactou uma equipa da Nasa e descobriu que, de facto, as suas sementes haviam sido compradas pela agência espacial.
“Eles disseram que a Outredgeous tinha um crescimento ‘significativamente menor’ de micróbios na superfície da folha‘”, lembra Frank.
Esta era uma grande vantagem
em relação a outros vegetais testados, como a rúcula e a couve, que se
tinham revelado bastante vulneráveis a microrganismos.
Bolsonaro aprovou uma lei que prevê a suspensão das patentes
em emergências de saúde, mas afirma que não vai ser aplicada para já.
Uma associação ligada à Pfizer está a pressionar o governo americano a
intervir e bloquear a lei brasileira.
A proposta estava na mesa de Bolsonaro desde 11 de Agosto, e vai
mesmo avançar. Há cerca de três semanas, o Senado do Brasil aprovou uma
lei que dá ao governo a possibilidade de suspender temporariamente as patentes de vacinas e medicamentos em situações de emergência, tal como a actual pandemia de covid-19.
A medida tinha sido já aprovada na Câmara dos Deputados e recebeu 61
votos favoráveis e 13 contra no Senado e seguiu para o gabinete
presidencial, tendo sido aprovada por Jair Bolsonaro.
O projecto partiu do senador Paulo Paim, do Partido
dos Trabalhadores, e explica que tem de ser criada uma “lista de
patentes ou pedidos de patentes” de produtos que possam ser úteis no
combate a situações de emergência sanitária, depois da consulta de
órgãos públicos, instituições de ensino, centros de pesquisa e sectores
produtivos envolvidos.
O texto define também que o detentor da patente ou do pedido dela, caso ainda não obtida, receberá o valor de 1,5% do preço líquido de venda do produto derivado em royalties até que o seu valor seja definido.
Após a elaboração da lista, o governo terá um período de 30 dias, que
pode ser alargado por mais 30 dias, para decidir se avança com a
suspensão das patentes dos medicamentos ou vacinas necessários.
A medida não vai ser aplicada a patentes que sejam objectos de acordos
de transferência de tecnologia de tecnologias de produção ou quando os
titulares da propriedade intelectual conseguirem “garantir o atendimento
à demanda nacional”.
Bolsonaro aprovou a lei, mas a Secretaria-Geral da Presidência refere
que ainda não será aplicada no momento actual porque as vacinas estão a
ser “devidamente fornecidas pelos parceiros internacionais”. “Contudo,
no futuro, caso exista um desabastecimento do mercado local, há a previsão legal para a possibilidade de aplicação da medida, em um caso extremo”, refere a nota.
No entanto, o presidente brasileiro vetou as partes da proposta
que obrigavam o proprietário da patente a efectuar a transferência de
conhecimento e dos insumos dos medicamentos ou vacinas em causa.
“Essas medidas seriam de difícil implementação e poderiam criar insegurança jurídica
no âmbito do comércio internacional, além de poder desestimular
investimentos em tecnologia e a formação de parcerias comerciais
estratégicas”, justificou a Presidência.
Associação ligada à Pfizer quer que Biden bloqueie a lei
Apesar de nada indicar que vai ser posta em práctica agora, a nova
lei não agrada às farmacêuticas, que temem que possa ser aberto um
precedente que lhes prejudique o negócio.
Segundo avança o The American Prospect, uma organização que apoia os direitos de propriedade intelectual está a pressionar a administração Biden a intervir e bloquear a lei brasileira.
A 24 de Agosto, a Associação de Donos de Propriedade Intelectual
(IPO) escreveu uma carta à Representante do Comércio dos Estados
Unidos, Katherine C. Tai, e ao director do Escritório de Patentes e de
Marcas Comerciais, Drew Hishfeld, sobre as “muitas preocupações” que
tinham sobre a lei brasileira, segundo o site Law360.
“Apesar da IPO reconhecer que os direitos das licenças obrigatórias
de propriedade intelectual (PI) possam ser legalmente permitidos em
situações raras e limitadas, a IPO acredita que a licença dos direitos
de PI deve partir de uma tentativa voluntária, escreveu Daniel Staudt, presidente da IPO, na carta, deixando um apelo à intervenção do governo dos Estados Unidos.
O Prospect avança que uma das gigantes farmacêuticas que está a produzir vacinas para a covid-19, a Pfizer, é um “membro corporativo”
da IPO e que paga uma anuidade. Os pagamentos variam entre 2500 e 7250
dólares por ano, dependendo no número de patentes da empresa. A
Microsoft ou a Akros Pharma são outros membros da organização.
Esta também não é a única ligação da IPO à Pfizer. Um dos membros do Conselho Administrativo da Associação, Eric Aaronson, é também o principal conselheiro da farmacêutica em questões de propriedade intelectual.
Não é a primeira vez que grupos ligados à Pfizer tentam influenciar as políticas no Brasil. Numa outra peça do site In These Times, é relatada a ameaça velada que a presidente do grupo de comércio farmacêutico brasileiro Interfarma fez em Abril.
Elizabeth de Carvalhaes revelou na altura à Folha de São Paulo que a empresa, que tem a Pfizer como um dos clientes, pode parar com a distribuição de vacinas
caso a suspensão das patentes avançasse, já que a “a procura é muito
maior do que a oferta” e é mais vantajoso “vender aos países que não
quebram as patentes”.
Recorde-se que o Brasil já registou mais de 500 mil mortes por
covid-19 e 20 milhões de casos positivos desde o início da pandemia.
Israel registou 11.365 novos casos de covid-19 num dia, um
novo máximo de contágios diários, enquanto acelera a vacinação com a
terceira dose, já aplicada em quase 2,5 milhões de pessoas para travar a
quarta vaga da pandemia.
Apesar de o país, que esteve perto de colocar a zeros a taxa de
infeção após uma bem-sucedida e rápida campanha de inoculação inicial,
ter registado três picos diários de infeção esta semana, acima dos
11.000, essa taxa situa-se em 8,4%, abaixo dos 10% excedidos nas vagas
anteriores.
Em descida nesta quarta vaga estão também as hospitalizações pela
doença, que na noite de quinta-feira eram 1.068, dos quais 667 em estado
grave e 143 ligados a ventiladores, segundo dados oficiais divulgados
esta sexta-feira.
A maioria dos doentes graves são pessoas não vacinadas, grupo que, juntamente com a presença da variante delta, caracteriza esta nova vaga em Israel.
Desde o início da pandemia, Israel contabilizou mais de 1,1 milhões
de casos de covid-19 e 7.120 mortes, num país com 9,3 milhões de
habitantes.
Paralelamente às infeções, o número de pessoas vacinadas com a
terceira dose da Pfizer aumentou, com mais de 2,5 milhões de israelitas a
receberem essa dose de reforço e mais de 5,5 milhões já com o esquema completo de duas doses.
A maioria das pessoas que tomaram a terceira dose tem mais de 50 anos
de idade, embora desde o início desta semana o país a tenha autorizado
para toda a população apta para a vacina, que é a partir dos 12 anos.
Um fator de otimismo no país é que, à medida que aumenta a
percentagem das pessoas vacinadas com a terceira dose, a curva de
infeção começou a cair entre os grupos etários que a receberam.
O novo pico de infeções coincide com o início do ano escolar, na
quarta-feira, que levou 2,5 milhões de crianças de regresso às escolas,
que funcionam de forma normal na maior parte do país, mas exigem que os
alunos, pais e pessoal escolar apresentem certificados de vacinação ou
testes negativos antes de entrar.
Esta quinta-feira, o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, disse
que aquela região autónoma tem seguido o processo de Israel e que, por
isso, também ali será administrada a terceira dose da vacina.
Numa altura em que o Governo da China tem aumentado a sua
influência em várias áreas da sociedade, chegou a vez dos media serem
sujeitos a novas regras.
Na quinta-feira, a Administração Nacional de Rádio e Televisão da China anunciou, num comunicado online, que vai apertar as regras aplicáveis aos programas televisivos, reprimindo conteúdos considerados “insalubres”, limitando os salários das estrelas e punindo severamente a evasão fiscal.
Um das decisões mais polémicas passa pela proibição da presença de
homens com aspeto considerado efeminado na televisão. O Governo disse às
emissoras do país para promoverem a “cultura revolucionária”, ampliando
uma campanha para aumentar o controlo sobre os negócios e a sociedade,
escreve a NPR.
Neste sentido, o comunicado indica que não haverá mais espaço na oferta televisiva para gostos “deformados”.
Usando gíria ofensiva para designar homens com aspeto considerado
efeminado – “niang pao”, em chinês -, a Administração da Rádio e
Televisão da China indicou que as emissoras devem “excluir resolutamente “maricas” e outros tipos de estética anormais”.
Isto reflete a preocupação oficial de que as celebridades chinesas,
influenciadas pela aparência elegante e feminina de alguns cantores e
atores sul-coreanos e japoneses, não estejam a incentivar os jovens
chineses a serem suficientemente masculinos.
As emissoras devem evitar a promoção de “celebridades vulgares da internet”
e a admiração pela riqueza e celebridade, apontou o regulador. Os
programas devem antes “promover vigorosamente a excelente cultura
tradicional chinesa, a cultura revolucionária e a cultura socialista
avançada”.
O Ministério da Cultura e do Turismo e a Associação Chinesa para as
Artes Performativas também referem que as novas disposições são destinadas a “moralizar” a indústria do entretenimento da segunda maior economia mundial.
Por exemplo, a escolha de atores e convidados deverá ser
cuidadosamente controlada, passando a literacia política e a conduta
moral a fazer parte dos critérios de seleção. As estações de televisão
são agora chamadas a barrar os programas a artistas com “posições
políticas incorretas” e a cultivar uma “atmosfera patriótica” nas suas emissões.
Conteúdos de entretenimento que envolvam celebridades “vulgares” da
Internet, escândalos ou ostentação de riqueza serão igualmente
rejeitados. As figuras do entretenimento televisivo serão encorajadas a
participar em programas de promoção do bem-estar público e a assumir
responsabilidades sociais, acrescenta a mesma nota.
O culto das celebridades, considerado “insalubre”, será reprimido, e
os segmentos dos programas televisivos em que os espetadores são
encorajados a votar ficarão sujeitos a um controlo apertado, passando a estar estritamente proibidas quaisquer votações que envolvam pagamento de quantias em dinheiro.
A China tem vindo a colocar pressão sobre aquilo que descreve como
uma cultura “caótica” de devoção às celebridades e a apontar a mira a
várias estrelas nacionais após uma série de casos controversos de evasão
fiscal e agressões sexuais.
Paralelamente, indica a Reuters, as disposições emitidas
pelo Ministério da Cultura e do Turismo e pela Associação Chinesa para
as Artes Performativas impõem agora que os artistas, incluindo as novas
estrelas do livestreaming, se submetam a formações periódicas
em ética profissional, e determinam ainda que as agências cancelem os
contratos com intérpretes que não possuam “disciplina moral”.
Os reguladores chineses estão a apertar a vigilância sobre diversas
áreas, da tecnologia à educação, de modo a reforçar o controlo sobre a
sociedade e sectores-chave da economia após anos de crescimento
descontrolado.
Na segunda-feira tinham já sido introduzidas novas regras limitando o tempo que as crianças podem passar a brincar com videojogos.
A polícia da Nova Zelândia matou o autor de um ataque
terrorista que feriu hoje seis pessoas, três delas em estado crítico,
num supermercado na cidade de Auckland.
“Foi um ataque violento e sem sentido contra inocentes
neozelandeses”, disse a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern,
numa conferência de imprensa, adiantando que o “extremista” era
conhecido das autoridades. Jacinda Arden classificou o ataque de
terrorista.
“O que aconteceu foi desprezível, foi odioso, foi errado“, disse, descrevendo o atacante como um cidadão do Sri Lanka que chegou à Nova Zelândia em 2011.
O atacante inspirou-se nas ações do grupo extremista Estado islâmico,
era conhecido das agências de segurança nacionais e estava a ser
monitorizado 24 horas por dia, acrescentou Arden. No momento do ataque, o
indivíduo estava a ser seguido pelas autoridades, noticia a CNN.
“Era tido como uma ameaça desde 2016“, mas, “por lei, não podia ser mantido na prisão”, explicou.
O comissário da polícia local confirmou que o suspeito era monitorizado por equipas de vigilância e de intervenção. Andrew Coster revelou que este viajou da sua casa em Glen Eden para New Lynn durante a tarde.
No supermercado, o terrorista retirou uma faca da prateleira antes do
ataque. Posteriormente, “foi morto pela polícia em 60 segundos”.
Um vídeo de um dos clientes, gravado dentro do supermercado, regista o som de dez tiros disparados.
Depois do incidente, o centro comercial foi encerrado.
“Estamos chocados e tristes com o que aconteceu no LynnMall esta tarde.
(…) A situação está agora nas mãos da polícia. Não podemos fornecer
mais detalhes”, pode ler-se na página do Facebook do LynnMall Shopping Centre.
Auckland está num estrito confinamento, uma vez que
combate um surto do coronavírus. A maioria das empresas está fechada e
as pessoas são geralmente autorizadas a deixar as suas casas apenas para
comprar mercearias, para necessidades médicas, ou para fazer exercício.
Depois de já ter sido condenado em casos semelhantes no
passado, Le Pen está novamente a ser acusado de discurso de ódio depois
de ter feito uma referência ao Holocausto numa crítica a um cantor
judeu.
Começou ontem o julgamento de Jean-Marie Le Pen, fundador da Frente
Nacional e pai de Marine Le Pen, com mais acusações de incitar o ódio
racial, desta vez com comentários sobre um cantor judeu, escreve a France Press.
O caso remonta a um vídeo de 2014 no site do partido
Reagrupamento Nacional – que na altura se chamava Frente Nacional –
onde Le Pen se queixava de artistas que criticaram as suas posições
extremistas, incluindo Madonna e Yannick Noah, jogador de ténis que
passou a dedicar-se à música.
O actor e cantor Patrick Bruel também não foi poupado, com o político
de 93 anos a fazer uma referência sobre o Holocausto, sendo que Bruel é
judeu. “Não estou supreendido. Oiçam, da próxima vez faremos uma fornada completa“, afirmou Le Pen.
Jean-Marie defendeu-se das críticas dizendo que os comentários não eram anti-semitas
e que só os seus “inimigos políticos ou imbecis” é que podiam
interpretá-los dessa forma. Le Pen também não apareceu no julgamento em
Paris, com o seu advogado, Frederic Joachim, a argumentar que o case se
baseia numa parte de frase “fora de contexto”.
O julgamento foi adiado durante anos devido à imunidade de Le Pen
enquanto deputado, cargo que ocupou entre 1984 e 2019. No entanto, os
outros legisladores retiraram-lhe a imunidade em 2016.
Os comentários causaram problemas até dentro do seu próprio partido,
tendo a filha defendido o pai, dizendo que se tratou de “um erro
político”. No entanto, Marine Le Pen afastou o pai da liderança
da Frente Nacional em 2015 devido às outras condenações em casos de
discurso de ódio, numa tentativa de limpar a imagem do partido.
O escândalo não impediu que Jean-Marie Le Pen continuasse a fazer
comentários polémicos e racistas sobre judeus, imigrantes ou muçulmanos,
a ser umapresença mediática regular e uma figura importante na direita francesa.
Em Bruxelas, os médicos vão poder prescrever visitas a museus
para ajudar a melhorar a saúde mental dos pacientes. A medida faz parte
de um ensaio clínico de três meses.
Os médicos do hospital de Brugmann, em Bruxelas, vão poder prescrever
visitas a museus aos pacientes, para promover a saúde mental, aliviando
os sintomas de burnout e stress agravados pela pandemia de covid-19.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, os resultados do projeto-piloto serão divulgados no próximo ano e, caso seja bem sucedido, a iniciativa será alargada.
Os pacientes vão poder visitar gratuitamente cinco museus
públicos da cidade, incluindo os museus com financiamento público na
Grand Place e o Museu do Guarda Roupa do Manneken-Pis (a famosa estátua
do menino a urinar, símbolo da cidade), escreve o Expresso.
A experiência belga foi inspirada por um projeto iniciado no Quebec,
Canadá, em 2018, no qual os médicos podem prescrever até 50 visitas a
museus por ano, disse a vereadora da cultura de Bruxelas, Delphine
Houba.
“A crise da covid-19 acentuou o stress, o esgotamento e outras
patologias que confirmam a relevância de tal projeto”, continuou, em
declarações ao jornal belga L’Echo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta
quinta-feira que 42 dos 54 países africanos poderão não conseguir
vacinar contra a covid-19 os 10% da população mais vulnerável até ao fim
de setembro.
“Com menos de um mês pela frente, este objetivo que se aproxima deve
concentrar as mentes em África e a nível global. O açambarcamento de
vacinas atrasou África e precisamos urgentemente de mais vacinas,
mas à medida que mais doses chegam, os países africanos têm de fazer
planos precisos para vacinar rapidamente os milhões de pessoas que ainda
enfrentam a grave ameaça da covid-19”, disse a diretora-regional da OMS
para África, Matshidiso Moeti, citada num comunicado.
O continente africano recebeu 21 milhões de doses em agosto através
do mecanismo Covax, que apoia países em desenvolvimento, um número
semelhante ao recebido no total dos quatro meses anteriores.
Com este aumento, a OMS refere que podem ser entregues doses suficientes para satisfazer o objetivo de 10%, mas alerta, no entanto, que 26 países “usaram menos de metade das suas vacinas contra a covid-19”.
“Mais de 143 milhões de doses foram entregues a África, no total, e
39 milhões de pessoas – cerca de 3% da população africana – estão
completamente vacinadas. Em comparação, 52% das pessoas estão vacinadas
nos Estados Unidos da América e 57% na União Europeia”, acrescenta a
agência das Nações Unidas.
A OMS aponta ainda que apenas nove países africanos – como África do
Sul, Marrocos e Tunísia – cumpriram, até agora, a meta de vacinação dos
10% mais vulneráveis.
“A desigualdade é perturbadora. Apenas 2% das cinco
mil milhões de doses dadas globalmente foram administradas em África,
mas o recente aumento do envio de vacinas e os compromissos mostram que
uma distribuição mais justa e mais global das vacinas é possível”,
sublinhou Moeti.
De acordo com os dados mais recentes do Centro de Controlo e
Prevenção de Doenças da União Africana, o continente conta mais de 7,81
milhões de casos desde o início da pandemia, incluindo mais de 197 mil
mortes.
Na semana passada, a OMS defendeu que o facto de os países mais
pobres estarem atrasados na vacinação favorece “o aparecimento de novas
variantes que podem ser mais potentes do que a Delta”.
“É tecnicamente errado e errado do ponto de vista moral“,
afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na
videoconferência de imprensa regular da organização sobre a evolução da
pandemia de covid-19.
As impurezas detetadas no Japão num lote da vacina da Moderna
contra a covid-19 são partículas de aço inoxidável, mas não representam
“risco excessivo para a segurança” das pessoas, indicou esta
quarta-feira a empresa biotecnológica norte-americana.
Há cerca de uma semana, o Japão suspendeu a utilização de três lotes
da mesma série da vacina contra a covid-19 da Moderna, o equivalente a 1,63 milhões de doses, após relatos de centros de vacinação da presença de impurezas em frascos por abrir de um dos lotes, noticiou a agência Lusa.
Em comunicado, o fabricante norte-americano da vacina adiantou que as
doses dos três lotes serão recolhidas e inutilizadas a partir de
quinta-feira. Análises feitas pela empresa a um dos lotes revelaram a
presença de partículas de aço inoxidável.
A Moderna assegurou, em comunicado, que “a presença rara de
partículas de aço inoxidável na vacina não representa risco excessivo
para a segurança” das pessoas, frisando que este metal é muito utilizado
na indústria alimentar e em válvulas cardíacas.
“Partículas metálicas injetadas num músculo poderão provocar uma
reação local [no sítio da injeção], mas não deverão ‘a priori’ provocar
outras reações adversas”, sustentou a Moderna, que assina o comunicado
com a empresa farmacêutica Takeda, que distribui a vacina no Japão,
assinalando que “não se espera que a injeção das partículas
identificadas resultem num risco médico acrescido”.
O incidente teve origem numa linha de produção de uma empresa farmacêutica contratada em Espanha pela Moderna, a Rovi, que produz a vacina contra a covid-19 do fabricante americano para mercados fora dos Estados Unidos.
O comunicado da Moderna, citado pelas agências noticiosas
internacionais, não esclareceu se este lote é o mesmo das doses dadas a
dois homens que em agosto morreram no Japão após a toma da segunda dose
da vacina. As vítimas, de 30 e 38 anos, que tiveram febre depois de
receberem a vacina, não tinham problemas de saúde nem histórico de
alergias.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi,
alertou esta quinta-feira o enviado para os assuntos climáticos
norte-americano, John Kerry, que a deterioração das relações entre os
dois países pode prejudicar a cooperação no âmbito do clima.
Wang disse a Kerry que a cooperação neste âmbito não pode ser
separada da relação mais ampla e pediu aos Estados Unidos (EUA) que
tomem medidas para melhorar os laços bilaterais, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, citado pela agência Lusa.
Kerry, que está na cidade chinesa de Tianjin para abordar a questão
do clima com os seus homólogos chineses, disse que os EUA estão
comprometidos em cooperar com o resto do mundo sobre o clima e encorajou
a China a tomar mais medidas para reduzir as emissões, de acordo com
uma nota do Departamento de Estado norte-americano.
O ex-secretário de Estado disse também que a China “desempenha um
papel extremamente crítico” no combate às alterações climáticas, de
acordo com um breve vídeo difundido pela CGTN, o braço internacional da
emissora estatal CCTV. A China é o maior emissor mundial de gases com
efeito estufa, seguida pelos EUA.
As relações entre Washington e Pequim deterioraram-se, nos últimos anos, marcadas por disputas no comércio,
tecnologia ou direitos humanos. Ambos os lados identificaram a crise do
clima, no entanto, como uma área de possível cooperação.
“China e EUA têm diferenças em alguns assuntos, mas compartilhamos
interesses comuns numa série de áreas, como nas alterações climáticas”,
disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Wang
Wenbin, em conferência de imprensa.
“Ambos os lados devem manter o diálogo e a comunicação, com base no
respeito mútuo, e realizar uma cooperação mutuamente benéfica”, defendeu
Wang.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry
A China continua a obter cerca de 60% do fornecimento de energia
através da queima de carvão. O país planeia construir mais fábricas a
carvão, mas mantém o compromisso de reduzir o uso do combustível fóssil.
Pequim apontou as emissões históricas dos EUA para resistir a medidas mais drásticas, enquanto faz avanços na energia solar e outras fontes de energia renovável.
A China estabeleceu como meta gerar 20% do consumo total de energia
do país a partir de fontes renováveis, até 2025, tornando-se neutra na
emissão de carbono até 2060.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou como meta reduzir até 52%
as emissões de gases com efeito de estufa dos EUA até 2030 – o dobro da
meta estabelecida pelo presidente Barack Obama, no acordo para o clima
de 2015, durante a cimeira de Paris. A meta de 2030 coloca os EUA no
topo da lista de países nas ambições para o clima.
Kerry pediu maiores esforços para conter o aumento das temperaturas
a não mais que 1,5 grau Celsius, em relação aos níveis pré-industriais.
Instou a China a juntar-se aos EUA no corte urgente das emissões de
carbono.
O responsável esteve também no Japão, na terça-feira, para discutir
questões climáticas com as autoridades japonesas, antes de seguir para a
China.
Os esforços globais de descarbonização vão ser discutidos durante uma
conferência da ONU a ser realizada em Glasgow, na Escócia, no final de
novembro, conhecida como COP26.
O estado de Nova Iorque declarou esta quinta-feira o estado
de emergência após a região nordeste dos Estados Unidos ter registado
fortes ventos e chuvas ainda associadas ao furacão Ida que causaram
inundações significativas.
Na cidade de Nova Iorque, praticamente todas as linhas do metropolitano foram suspensas.
“Estamos a viver um evento climático histórico com
chuvas recorde em toda a cidade, inundações brutais e condições de
estrada perigosas”, afirmou o autarca de Nova Iorque, Bill de Blasio, em
declarações aos media.
Tanto de Blasio como a governadora do Estado de Nova Iorque, Kathy Hochul, observaram que as fortes chuvas deixaram a região numa “situação terrível”.
“Tomámos todas as precauções necessárias e
mobilizámos os nossos recursos para que fossem preparados no terreno,
mas a mãe natureza faz o que quiser, e esta noite ela ficou muito
zangada”, disse Hochul à CNN.
De Blasio chegou ao ponto de proibir o tráfego rodoviário em Nova
Iorque até às 5 horas, após o Serviço de Meteorologia Nacional em Nova
Iorque ter indicado ter recebido “muitas informações de salvamentos e motoristas presos pela água“.
Os aeroportos LaGuardia e JFK de Nova Iorque tiveram de cancelar vários voos
e o Aeroporto Internacional Newark Liberty de Nova Jersey suspendeu
todas as atividades, mas espera-se que os serviços mínimos retomem
rapidamente.
Por sua vez, o Serviço Meteorológico Nacional referiu que quarta-feira foi a primeira vez que se emitiu uma “emergência de inundação repentina”
para a cidade. Este termo, diferente de um aviso de cheias, é usado em
situações extremamente raras e que representam uma grave ameaça à vida
humana.
De acordo com o CNBC, há pelo menos um morto a registar em Nova Iorque.
O governador do estado vizinho de Nova Jersey, Phil Murphy,
também declarou o estado de emergência, enquanto o Aeroporto
Internacional de Newark cancelou todos os voos e o serviço ferroviário
da região suspendeu quase todos os serviços.
É no Texas que se situa o novo quartel militar impresso em
3D. O edíficio é o maior deste tipo na América do Norte e irá abrigar 72
estagiários.
Nos últimos anos a impressão 3D tem captado cada vez mais adeptos, que usam a técnica para a construção de infraestruturas.
Casas, escolas, pontes e implantes
já foram elaborados através deste processo, mas agora foi a vez das
Forças Armadas do Texas abrigarem a maior estrutura impressa em 3D da
América do Norte.
Projetado pela Logan Architecture, o quartel foi construído através do uso do sistema de construção Vulcan da gráfica Icon.
Com uma área de 353 metros quadrados, o quartel é
grande o suficiente para abrigar 72 estagiários na base militar.
“Guardas de todo o Texas vêm a Camp Swift para treinar e mobilizar-se”,
referiu o Coronel Zebadiah Miller, em comunicado à imprensa.
Durante o processo, a gráfica Icon usou um material de construção muito específico. Através do uso da sua impressora Vulcan
de última geração, a empresa provou que pode construir estruturas
permanentes em velocidade aumentada, o que pode facilitar a vida dos
militares dos EUA.
A tecnologia está agora a ser avaliada para ser usada na construção
rápida de instalações para soldados em locais implantados, ao mesmo
tempo que se economiza nos custos.
A empresa também quer implantar a tecnologia nas instalações da Guarda Nacional, que realiza missões de socorro durante desastres naturais.
Em comparação com os métodos de construção tradicionais, a impressão
3D pode oferecer construções mais rápidas e com custos reduzidos,
ajudando assim as comunidades locais no desenvolvimento dos seus
projetos, destaca a empresa no seu comunicado à imprensa.
Segundo noticia o Interesting Engineering,
o projeto foi financiado pelos contratos de Aumento do Fundo
Estratégico de Pesquisa para Inovação em Pequenas Empresas, para os
quais o Departamento Militar do Texas contribuiu. A instalação foi
inaugurada no início deste mês e irá começar a receber estagiários a partir do próximo outono.
“O Texas tornou-se num centro de gravidade tecnológico dentro da nação”, destaca a General Tracy Norris, Ajudante Geral do Texas.
O TechCrunch noticiou na semana passada que a receita da gráfica Icon tem crescido cerca de 400% a cada ano
desde a sua criação em 2018. A startup triplicou a sua equipa no ano
passado, atingindo a referência de mais de 100 funcionários.
Estes dados mostram que muitas pessoas e organizações estão a
perceber os benefícios da impressão 3D como uma ferramenta de
construção, o que pode fazer com que esta se torne numa tecnologia de
futuro.
Entrou em vigor no Texas uma lei que proíbe o aborto depois
de seis semanas, quando muitas mulheres ainda não sabem que estão
grávidas. O estado vai também pagar a quem denunciar quem fizer abortos
ou auxiliar de alguma forma.
Uma nova lei polémica entrou em vigor na Quarta-Feira no Texas, nos
Estados Unidos. A legislação proíbe o aborto após as primeiras seis
semanas, quando muitas mulheres ainda nem sabem que estão grávidas, mesmo em casos de incesto ou violação.
A única excepção é em casos de emergência médica, que exigem uma prova escrita de um médico. Segundo dados do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, 64% dos abortos no Texas ocorrem depois das primeiras seis semanas.
A medida inclui também um pagamento de 10 mil dólares
– cerca de 8400 euros – a quem denunciar casos de mulheres que tenham
feito abortos, com muitos activistas anti-aborto a agora
auto-intitularem-se como “caçadores de recompensas“.
Além das próprias pacientes, todos os profissionais de saúde que
assistam ao procedimento podem também ser processados e até taxistas ou
motoristas que levem as mulheres até às clínicas podem ser constituídos
arguidos.
“Se o empregado no Starbucks te ouvir a falar do teu aborto, e foi feito depois de seis semanas, esse empregado está autorizado a processar a clínica
onde fizeste o aborto e a processar qualquer pessoa que te tenha
ajudado, como o motorista da Uber que te levou até lá”, explicou Melissa
Murray, professora de Direito na Universidade de Nova Iorque ao The New York Times.
A lei foi aprovada nas órgãos legisladores dominados pelos
Republicanos no Texas e foi assinada em Maio pelo Governador Greg
Abbott, que considera que estará a “salvar muitas vidas da devastação do
aborto”.
Ameaça ao Roe v. Wade
O Texas torna-se assim no primeiro estado a banir o aborto numa fase
tão inicial da gravidez desde a aprovação do Roe v. Wade – um caso
judicial de 1973 em que o Supremo Tribunal dos EUA reconheceu o direito à interrupção voluntária da gravidez (IVG) até ao ponto em que o feto é viável, o que acontece geralmente entre as 24 e 28 semanas.
A maioria dos estados segue os critérios do Roe v Wade, mas em 2019
alguns outros – como a Georgia, o Kentucky, o Louisiana, o Missouri, o
Mississippi, o Ohio, o Louisiana, o Utah, o Arkansas ou o Alabama –
começaram aprovar leis que limitavam o acesso ao aborto, várias com o mesmo critério das seis semanas.
Já este ano, o Idaho, o Oklahoma e a Carolina do Sul também aprovaram
leis semelhantes. Contudo, mas foram desafiadas legalmente e ainda não
entraram em vigor. Assim, o Texas tornou-se o primeiro estado a proibir o aborto tão cedo desde o Roe v. Wade.
“Alguns apoiantes querem evidentemente criar um caso que teste o Roe
v. Wade”, afirmou em 2019 Clarke D. Forsythe, advogado do grupo
anti-aborto Americanos Unidos pela Vida. Dada a actual maioria
conservadora 6-3 do Supremo, o objectivo é que estes estados conseguiam
efectivamente anular a decisão dos anos 70.
Esta mesma maioria não aceitou um recurso de emergência
que a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) e a Planned
Parenthood – uma ONG que fornece cuidados de saúde reprodutiva,
incluindo abortos – apresentaram na Terça-Feira para bloquear a lei. O
Supremo ainda pode bloquear a lei mais tarde, mas por enquanto já entrou
em vigor.
Ontem, a ACLU confirmou que o tribunal “não tinha respondido” ao
pedido, afirmando que “o acesso a quase todos os abortos foi cortado
para milhões de pessoas”. O grupo explica que cerca de 90% de todos os
abortos no Texas acontecem depois das seis semanas e que esta nova lei é “flagrantemente inconstitucional”, pode ler-se na BBC.
A Planned Parenthood também condenou a legislação no Twitter. “Saibam
isto: não importa o que acontecer, não vamos desistir e ainda estamos a
lutar. Toda a gente merece o acesso ao aborto”.
“O aborto é liberdade, é o nosso direito”
Joe Biden também já denunciou a lei como “extrema”, deixando um aviso
que pode “prejudicar significativamente” o acesso a mulheres texanas de
baixos rendimentos e a minorias raciais.
“E, escandalosamente, (essa lei) delegou aos cidadãos particulares o poder de abrirem processos judiciais contra quem acreditem ter ajudado outra pessoa a conseguir um aborto”, lamentou.
Esta preocupação do presidente dos EUA é partilhada por Amanda
Williams, directora executiva do grupo de apoio ao aborto Lilith Fund,
que tentou bloquear a lei. “O acesso ao aborto vai ser um caos absoluto.
Infelizmente, muitas pessoas que precisam do procedimento não vão poder
fazê-lo. A medida vai obrigar a maioria dos pacientes que têm recursos a
sair do Estado para o procurar”, afirma ao The Guardian.
As mulheres texanas que queiram fazer uma IVG terão agora de fazer
uma viagem média de 400 quilómetros para outros estados, segundo a
estimativa do Instituto Guttmacher.
A medida já motivou mais protestos de activistas pelos direitos das
mulheres em várias cidades texanas, como Houston ou Austin. “O aborto é importante para todos nós. É liberdade, é o nosso direito. Proibições fora dos nossos corpos. O meu corpo é meu”, gritaram as manifestantes.
Os activistas anti-aborto defendem que a nova lei proíbe a interrupção da gravidez depois da detecção do batimento cardíaco do feto, mas as autoridades médicas afirmam que este argumento é enganador.
O Colégio Americano de Obstretas e Ginecologistas afirmou o termo
“lei do batimento cardíaco” é enganador e que o está a ser detectado
nesta fase é “uma porção de tecido fetal que se vai transformar no
coração à medida que o embrião se desenvolve”.
No entanto, há quem aplauda a nova lei. “O aborto não é um cuidado de saúde.
Queremos que todas as vidas vulneráveis protegidas, desde os
pré-nascidos, até aos pacientes frágeis”, afirmou Rebecca Parma,
legisladora sénior na ONG Texas Direito à Vida.
“Hoje é um dia incrível para o Texas. Estamos aqui todos os dias para
ajudar as mulheres a escolher a vida, e hoje a lei vem ajudar-nos a
fazer isso”, afirma Catherine Nix à BBC,
directora executiva da Coligação para Vida na cidade de San Antonio,
que fala com mulheres em clínicas para as tentar convencer a escolher
alternativas ao aborto.
A nova lei do Texas pode ser apenas o primeiro passo na reversão do
direito ao aborto nos EUA – mas o processo promete ser polémico, com
protestos e batalhas judiciais.