Se há países que, face aos níveis mais elevados de população vacinada, optam por baixar a guarda, outros alteram as estratégias que seguiram ao longo dos últimos 18 meses perante o cansaço da população.
Com o ritmo de vacinação a acelerar a passos largos em muitos países — sobretudo nos mais desenvolvidos —, está a tornar-se recorrente, por parte dos governos, o levantamento das medidas de restrição que ao longo do último ano e meio vigoraram, com o objetivo de limitar a propagação do novo coronavírus.
Crentes na ideia de que este veio para ficar, os governantes são da opinião de que as populações devem conviver abertamente com o SARS-CoV-2.
Na Dinamarca, o governo anunciou que o dia 9 de setembro será o último com regras sanitárias, três semanas antes do que estava inicialmente previsto.
“O país não saiu da pandemia e o Governo não hesitará em agir rapidamente se o vírus ameaçar “funções importantes da sociedade”, revelou Heunicke, citado pelo Eco, que compilou os presentes dados.
Segundo os números do Our World Data, a Dinamarca é atualmente o terceiro país da União Europeia com maior taxa de vacinação, tendo 71% da população vacinada contra a covid-19.
Inglaterra — que já vacinou totalmente 62% da sua população — levantou a maioria das restrições na segunda quinzena de julho, uma medida vista por muitos como precoce.
“A covid-19 fará parte das nossas vidas nos tempos mais próximos. Por isso, precisamos de aprender a viver com isso e a gerir o risco, para nós e em relação aos outros”, explicou o Governo de Boris Johnson.
Entre as medidas que caíram estão a obrigatoriedade do uso de máscara — que passaram a ser apenas recomendadas em alguns locais, como nos transportes —, o encerramento das discotecas, os cinemas e teatros com lotações limitadas e o distanciamento social também obrigatório.
A vizinha Irlanda também se está a preparar para acabar com as restrições até 22 de outubro, sendo que para tal é necessário que 90% da população esteja completamente vacinada — um critério estabelecido pelo Governo.
A forma como o aligeirar de restrições vai ser introduzido será discutida esta semana, com as datas de 6 e 20 a serem apontadas como a flexibilização das restrições.
Michael McGrath, ministro da Reforma e Despesa Pública, confirmou na passada segunda-feira que as medidas deverão começar a desacelerar já esta semana, com o processo a decorrer de forma progressiva — “ao longo de várias semanas” — até outubro.
O ministro da Saúde, Stephen Donnelly, por sua vez, admitiu que “gostariam de levantar todas as restrições o mais rápido possível”, apesar de admitir que algumas medidas, como o uso de máscara em “ambientes de alto risco”, terão de ser mantidas durante mais algum tempo, mesmo quando as restrições forem suspensas.
A Austrália, que ao longo dos últimos meses tem tido das políticas de controlo à propagação ao novo coronavírus mais restritivas, deverá estar prestes a alterar a trajetória e a levantar restrições.
As autoridade do país chegaram à conclusão que a população “tem que aprender a conviver com o vírus“. Nos planos está a aceleração do processo de vacinação — que tem números atuais muito baixos — e apostar no uso de máscara.
A Austrália só deverá alcançar a meta de 70% da população com 16 anos ou mais totalmente vacinada no final do ano.
Em declarações à agência Reuters, Scott Morrison, primeiro-ministro australiano, afirmou que o objetivo “é aprender a viver com este vírus e não viver com medo dele”. O governante explicou que quer o país a tratar a covid-19 como trata a gripe — à medida que as taxas de vacinação aumentam.
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