O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ganharia
as eleições presidenciais na primeira volta se as eleições, marcadas
para outubro de 2022, fossem realizadas hoje, de acordo com uma sondagem
de opinião divulgada na quarta-feira.
Esta sondagem da empresa Ipec está em linha com outra divulgada na
semana passada pelo Instituto Datafolha, que também deu uma ampla
vantagem ao líder do Partido dos Trabalhadores (PT) sobre o atual
Presidente, Jair Bolsonaro.
A Ipec desenhou dois cenários possíveis para as eleições. No primeiro, ofereceu aos inquiridos uma lista de cinco possíveis candidatos.
O favorito seria Lula, com 48% dos votos, seguido por Bolsonaro, que receberia 23% do apoio.
Muito atrás ficaram o líder trabalhista Ciro Gomes (8%), o governador
de São Paulo João Doria (3%), e o ex-ministro da saúde Luiz Henrique
Mandetta (3%).
Esta diferença de mais onze pontos do que todos os seus adversários
combinados levaria Lula, que Governou o Brasil entre 2003 e 2010, a ser
proclamado o vencedor na primeira volta.
No segundo cenário, a Ipec incluiu dez candidatos. Lula obteria então 45% dos votos, em comparação com 22% para Bolsonaro e 18% para os outros candidatos, incluindo o antigo juiz e ministro Sergio Moro (5%).
Com estas percentagens, o antigo líder sindical estaria dentro da
margem de erro, que é de dois pontos, para ganhar também na primeira
volta, se as eleições se realizassem hoje.
Lula, que foi autorizado a concorrer nas eleições após os tribunais terem anulado as duas condenações por corrupção contra ele, deu a entender que se candidatará ao cargo em 2022, se o PT assim o desejar.
Pela sua parte, Bolsonaro também pretende concorrer à reeleição, embora a sua popularidade esteja atualmente no seu pior desde que está no poder.
A taxa de desaprovação do seu governo atingiu 53%, quatro pontos acima do inquérito divulgado em junho pela Ipec.
Os eleitores que consideram a sua administração “boa” ou “ótima” caíram para 22%, o nível mais baixo registado este ano.
Estas percentagens são também semelhantes às da sondagem Datafolha da semana passada.
Os resultados da sondagem Ipec são o resultado de 2.002 entrevistas presenciais em 141 municípios de todo o país, realizadas entre 16 e 20 de setembro.
A seca, os incêndios florestais e a desflorestação na
Austrália levaram o país a perder um terço dos seus coalas nos últimos
três anos.
A Austrália perdeu cerca de 30% dos seus coalas nos últimos três anos. Segundo a Fundação Australiana dos Coalas, citada pela CNN, as principais causas foram a seca, os incêndios florestais e a desflorestação.
A organização pediu com urgência ao Governo que proteja mais o
habitat destes animais, depois de a população de coalas ter diminuído
para menos de 58.000 este ano. “Os declínios são bastante dramáticos”, disse a presidente da fundação, Deborah Tabart.
A representante defende que o país precisa de uma nova lei
que proteja os coalas. “Penso que é imperativo agir agora. Sei que pode
parecer que esta é uma história interminável de morte e destruição, mas
os números estão certos. E, provavelmente, até serão piores.”
De acordo com a cadeia britânica, não houve qualquer tendência de
subida dos números em nenhum local na Austrália. Só uma das áreas
incluídas no estudo tem ainda mais de 5000 coalas estimados – algumas
regiões têm cinco ou dez animais estimados.
O declínio da população de coalas em Nova Gales do Sul acelerou,
provavelmente, depois de grandes extensões de floresta terem sido
devastadas em incêndios no final de 2019 e no início de 2020. Alguns
desses locais, no entanto, já não tinham coalas.
“As nossas maiores preocupações são locais como o Oeste de Nova Gales do Sul, onde a seca
dos últimos dez anos está a ter este efeito cumulativo – sistemas
fluviais completamente secos durante anos e [árvores da espécie] Eucalyptus camaldulensis, que são a força vital dos coalas, mortas”, disse Tabart.
Em junho, o Governo australiano pediu uma consulta pública a um plano
nacional de recuperação de Nova Gales do Sul, Queensland e ao
Território da Capital Australiana à volta de Canberra. Além disso,
questionou se o estatuto de proteção de espécie ameaçada dos coalas
deveria ser mudado de “vulnerável” para “em perigo”.
Um homem de 49 anos matou um funcionário de um posto de
combustível na Alemanha, após tentar comprar cerveja sem utilizar a
máscara. No país, o uso deste equipamento de proteção é obrigatório para
entrar em locais fechados.
Segundo avançou esta quarta-feira o Independent,
o crime ocorreu no sábado, na cidade de Idar-Oberstein, no oeste do
país. O homem, detido sob suspeita de homicídio, disse à polícia que agiu “por raiva”, depois de lhe ser recusado o serviço num posto de gasolina quando tentava comprar cerveja sem usar máscara.
Após o confronto no posto de combustível, voltou pouco depois ao
local, já com máscara, e atirou no funcionário, um jovem de 20 anos,
fugindo em seguida do local. Foi encontrado pelas autoridades na manhã
de domingo.
Durante o interrogatório, confessou que não cumpriu as medidas de
restrição impostas pelo governo para conter a covid-19. Os promotores
informaram que o suspeito não tinha antecedentes criminais, embora
também não tivesse licença para arma.
O Independent apontou para a crescente radicalização do movimento Querdenken
na Alemanha, que inclui pessoas que se opõem a máscaras e vacinas,
teóricos da conspiração e alguns radicais de extrema direita.
O Museu de Amesterdão, nos Países Baixos, ganhou um novo inquilino: Study for ‘Worn Out’, um desenho recém-descoberto de Vincent van Gogh.
O holandês Vincent van Gogh ainda continua a
impressionar o mundo inteiro com a sua arte. Agora, os fãs do artista
têm mais uma obra para admirar: o desenho recém-descoberto Study for ‘Worn Out’.
Feito em novembro de 1882 e sem assinatura, o desenho pertencia a uma
coleção privada, conhecida apenas por um punhado de pessoas. O
proprietário da coleção, que quis manter o anonimato, pediu recentemente
ao Museu Van Gogh para determinar se o esboço tinha sido feito pelo
famoso pintor holandês.
Segundo o Travel and Leisure,
o investigador Teio Meedendorp analisou o estilo e os materiais
utilizados – um lápis grosso de carpinteiro e papel de aguarela -, tendo
concluído que a obra é muito semelhante aos desenhos de Haia de Van
Gogh. Além disso, o desenho é quase idêntico a uma peça que o museu já possui, intitulada Worn Out.
“É bastante claro que eles estão relacionados”, disse Meedendorp.
Os investigadores acreditam que este “novo” esboço nasceu numa altura em que Van Gogh estava a trabalhar para melhorar as suas técnicas de pintura de pessoas e fê-lo através de desenhos repetitivos.
Study for ‘Worn Out’, que retrata um homem idoso sentado
numa cadeira com a sua cabeça calva nas mãos, foi exibido no dia 17 de
setembro. O desenho será emprestado ao Museu Van Gogh, em Amesterdão, até 2 de janeiro de 2022.
Apenas um terço das crianças com menos de dois anos em 91
países em desenvolvimento têm acesso aos alimentos que necessitam para
um crescimento saudável, revelou um relatório da UNICEF, apontando que
nenhum progresso foi feito para melhoria da sua nutrição na última
década.
A UNICEF, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para as crianças, revelou num relatório publicado na quarta-feira, citado pelo Guardian, que uma combinação de crises – incluindo a covid-19, conflitos e o colapso do clima – prejudicou o progresso na nutrição infantil em 91 países.
De acordo com o relatório, metade das crianças de seis a 23 meses em
vários países em desenvolvimento não recebe o número mínimo de refeições
diárias, nem tem acesso a uma dieta diversificada que atenda aos
requisitos mínimos.
Em consequência das dietas pobres, as crianças podem enfrentar mais
dificuldades de aprendizagem, ficar mais vulneráveis a doenças e
sofrer efeitos de desnutrição, incluindo nanismo, podendo ainda ficar
acima do peso ou obesas. Mais de 11 milhões de crianças com menos de
dois anos são vulneráveis ao definhamento.
“Milhões de crianças em todo o mundo são afetadas pelos resultados
limitantes da má nutrição”, disse Jenny Vaughan, consultora de políticas
da UNICEF do Reino Unido sobre saúde infantil. O país investirá 600 milhões de libras [cerca de 699 milhões de euros] para alcançar 50 milhões de crianças nos próximos cinco anos.
A nutrição é pior para crianças de famílias rurais ou mais pobres,
referiu o relatório, e varia por região. Na América Latina e no Caribe, a
alimentação de 62% das crianças com idade entre seis e 23 meses atende
aos requisitos mínimos de diversidade, em comparação com menos de um
quarto na África e apenas 19% no sul da Ásia.
Segundo o relatório, muitas famílias compram os seus alimentos ao
invés de produzi-los, mesmo nas áreas rurais, o que as tornava mais
dependentes dos sistemas alimentares.
“Apesar desta análise muito preocupante, o progresso
ainda pode ser feito com uma ação global conjunta para construir,
fortalecer e transformar os sistemas alimentares”, permitindo “que as
crianças possam obter a nutrição de que precisam para sobreviver e
prosperar”, afirmou Jenny Vaughan.
Os governos, continuou a responsável, precisam garantir sistemas
alimentares seguros e robustos, que forneçam dietas nutritivas de forma
confiável, incluindo frutas, vegetais, carne, ovos e peixes.
Segundo os especialistas, o impacto da medida deverá depender
da forma como será implementada, podendo ter um grande impacto na luta
contra as alterações climáticas.
Num anúncio bem recebido por ativistas e organizações ambientes, a China fez saber que não construirá mais centrais alimentadas a carvão
no estrangeiro. Através de uma gravação em formato vídeo, Xi Jinping,
presidente da República Popular da China, dirigiu-se à Assembleia Geral
das Nações Unidas para anunciar os esforços do seu país na luta contra
as alterações climáticas.
A China tem tido, ao longo dos últimos anos, uma postura relutante em
relação a esta matéria, recusando-se, muitas vezes, em cumprir com as metas definidas
nos tratados internacionais — o que constituía um entrave para as metas
mundiais de redução da emissão de gases com efeito de estuda e estabilização das temperaturas que todos os anos atingem novos máximos.
“A China vai intensificar o seu apoio a outros países em
desenvolvimento na propagação da energia verde e com baixo teor de
carbono, e não construirá novos projetos de nergia alimentada a carvão
no estrangeiro”, afirmou Xi Jinping.
Anteriormente, outros países adotaram posições semelhantes, como foi o caso da Coreia do Sul e do Japão no início deste ano. Segundo o The Guardian,
os três países juntos são responsáveis por 95% do financiamento a
centrais a carvão fora dos seus territórios nacionais, com a China a
liderar destacadamente a lista.
Agora, segundo os especialistas, o impacto da medida deverá depender da forma como será implementada, podendo ter um grande impacto na luta contra as alterações climáticas.
Ao longo dos últimos anos, várias organizações não-governamentais têm
pressionado Pequim a deixar de financiar estes projetos no estrangeiro.
No início do mês, o enviado dos EUA para as alterações climáticas, John Kerry,
tinha ido mais longe, durante uma viagem à China, estimando que a
construção permanente de centrais de carvão no país asiático ameaça
reduzir a nada os esforços mundiais de luta contra as alterações
climáticas.
Na ocasião disse ter solicitado aos dirigentes chineses que parassem
totalmente com estas construções, “para não arruinar a capacidade do
mundo atingir a neutralidade carbónica até 2050”. Xi reafirmou os
compromissos chineses: neutralidade carbónica “antes de 2060” e atingir um máximo de emissões “antes de 2030”.
O antigo Presidente norte-americano processou a sobrinha e o jornal The New York Times devido à divulgação de um artigo no qual é alegado que Donald Trump estaria envolvido em “esquemas de evasão fiscal”.
Donald Trump acusa a sobrinha, Mary Trump, e os jornalistas do The New York Times de estarem envolvidos numa “conspiração traiçoeira” para obter documentos confidenciais, no âmbito de uma investigação que recebeu o prémio Pulitzer.
Segundo a BBC, Mary Trump terá violado um acordo judicial,
que a proíbe de divulgar documentos oficiais, assinado em 2001. Depois
disso, partilhou com o jornal norte-americano documentos fiscais que
foram utilizados na notícia sobre a evasão fiscal do ex-Presidente.
“Um grupo de jornalistas do The New York Times, envolvidos
numa cruzada para obter documentos fiscais confidenciais de Donald
Trump, procuraram, incessantemente, a sua sobrinha Mary… e
convenceram-na a retirar os registos do escritório do seu advogado”,
lê-se no processo.
Na sequência da notícia, alega Trump, o antigo governante sofreu danos significativos, motivo pelo qual pede uma indemnização de 100 milhões de dólares, cerca de 85 milhões de euros.
As reações não tardaram. Susanne Craig, uma das jornalistas envolvidas no processo, escreveu no Twitter: “Eu bati à porta da Mary Trump. Ela abriu a porta. Acho que isto é chamado de jornalismo.”
Uma porta-voz do The New York Times, Danielle Rhoades Ha,
disse que a cobertura do jornal sobre os impostos de Trump “ajudou a
informar os cidadãos através de reportagens meticulosas sobre um assunto
de interesse público” e que o processo foi “uma tentativa de silenciar as organizações noticiosas independentes”.
Serhiy Shefir, principal assessor do Presidente da Ucrânia, foi alvo de uma tentativa de assassinato esta quarta-feira.
O carro onde seguia Serhiy Shefir foi “atingido por mais de dez balas”, disse a polícia ucraniana, citada pelo jornal Público. O ataque aconteceu esta manhã, perto de Lesniki, na região de Kiev.
Anton Guerachtchenko, funcionário do Ministério do Interior, revelou
que o motorista ficou “gravemente ferido” pelos tiros disparados a
partir “da floresta com armas automáticas” e “em pleno trânsito”. Já
Shefir “está vivo e de boa saúde”, apesar de estar em “estado de
choque”, afirmou à AFP David Aramakhia, deputado da maioria
presidencial.
O Presidente Volodimir Zelenskii admite que este ataque pode ter sido organizado por forças “internas ou externas” e sugere que estará relacionado com o seu combate “contra o crime e contra grupos financeiros influentes”.
“A resposta será forte”, assegurou Zelenskii. “Disparar a partir de
uma floresta contra o carro de um amigo para me dizer ‘bom-dia’ é um
sinal de fraqueza.”
As autoridades ucranianas já iniciaram uma investigação por “tentativa de assassinato”, escreveu no Facebook a procuradora-geral, Irina Venediktova.
A erupção vulcânica de Cumbre Vieja, na ilha espanhola de La
Palma pode durar entre 24 e 84 dias, com uma média geométrica de cerca
de 55 dias, segundo cálculos do Instituto Vulcanológico das Ilhas
Canárias (Involcan).
O instituto explicou, através das redes sociais, que a duração da
erupção é uma das perguntas que os especialistas fazem frequentemente e,
embora não seja fácil de responder, pode ser calculada utilizando os dados conhecidos sobre a duração das erupções históricas que ocorreram na ilha de La Palma.
De acordo com esses dados, a última erupção vulcânica na ilha, a de
Teneguía em 1971, durou 24 dias; a de San Juan em 1949, 47 dias e a de
Charco em 1712, 56 dias.
A erupção do vulcão San Antonio, datada entre 1667 e 1678, durou 66 dias; a do Tigalate em 1646 durou 82 dias e a de Tehuya em 1585, 84 dias.
Para o vulcão Tacande, que entrou em erupção entre 1430 e 1440, não há dados sobre quanto tempo durou este processo.
Com estes dados, o Involcan calcula que a erupção actual, que começou
no domingo 19 de Setembro, poderia durar uma média de 55 dias, com um
máximo de 84 dias e um mínimo de 24.
O Involcan também informou que, segundo as suas medições, a erupção vulcânica em La Palma emitiu diariamente entre 6140 e 11.500 toneladas de dióxido de enxofre (SO2) para a atmosfera.
Por outro lado, o Instituto avança que a área afetada pelos fluxos de lava que têm vindo a fluir desde domingo totaliza agora 153 hectares de superfície, com base em imagens de satélite do programa europeu Copernicus.
O último mapa fornecido por este programa europeu de monitorização de
emergência mostra a situação às 8h14 da manhã de terça-feira, 21 de
setembro.
Em comparação com o mapa anterior, feito às 19h50 de segunda-feira,
20 de Setembro, mostra que a área afetada cresceu de 103 para 153
hectares.
Quando faltam 100 dias para o fim de 2021, a organização não
governamental apela às farmacêuticas que forneçam dois mil milhões de
vacinas a 82 países com rendimento baixos e médio-baixos, no sentido de
se conseguir vacinar totalmente mais 1,2 mil milhões de pessoas até ao
fim do ano. Governos nacionais também são visados no novo relatório.
As empresas farmacêuticas responsáveis pelas principais vacinas contra a covid-19 estão a recusar participar em iniciativas para aumentar a oferta global de vacinas e a desvalorizar o fornecimento a países mais pobres, acusou hoje a Amnistia Internacional.
No relatório intitulado ‘A Double Dose of Inequality – Pharma
companies and the covid-19 vaccines crisis’, a organização não
governamental (ONG) considera que “os fabricantes de vacinas têm
desempenhado um papel decisivo na limitação da produção
global de vacinas e na obstrução do acesso equitativo”, com o documento
a centrar-se em empresas como a Pfizer, BioNTech, Moderna, AstraZeneca,
Novavax e Johnson & Johnson (Janssen).
“Os criadores das vacinas monopolizaram a propriedade intelectual, bloquearam transferências de tecnologia e fizeram lóbi
de forma agressiva contra medidas para expandir o fabrico global”, pode
ler-se no relatório desta quarta-feira, que refere que “a
responsabilidade de respeitar os direitos humanos significa que devem
desenvolver e implementar políticas que visem tornar as vacinas covid-19
disponíveis, acessíveis e a um preço razoável”.
Além das críticas a esta postura dos seis maiores criadores de
vacinas em termos de acordos de entrega de doses, segundo o painel do
mercado de vacinas covid-19 da UNICEF, em julho de 2021, a Amnistia
Internacional denuncia também o comportamento dos países mais ricos, cujo acesso privilegiado a estas empresas resultou numa concentração da oferta disponível de vacinas nestas nações e no ‘esquecimento’ dos países mais pobres ou em desenvolvimento.
“Todas as empresas avaliadas recusaram-se até agora a
participar em iniciativas coordenadas internacionalmente concebidas
para impulsionar o fornecimento global através da partilha de tecnologia
como o C-TAP, e os ‘hubs’ mRNA covid-19. Todos opuseram-se
também a propostas de flexibilização das regras de propriedade
intelectual”, alerta a AI, reforçando que “nenhuma das empresas emitiu
licenças globais, não exclusivas, a outras empresas”.
Apesar de notar que AstraZeneca, Johnson & Johnson, Pfizer e BioNTech têm presentes políticas de direitos humanos
com referência aos princípios orientadores das Nações Unidas (ONU) para
os negócios, o relatório cita projeções internacionais que apontam para
ganhos de 130 mil milhões de dólares até ao fim de
2022 para BioNTech, Moderna e Pfizer. Já AstraZeneca e Johnson &
Johnson comprometeram-se a produzir vacinas numa base não lucrativa para uso de emergência na pandemia.
Segundo o documento da AI, estas três empresas são também as principais responsáveis pela concentração de doses de vacina nos países mais ricos
ou de rendimento médio-alto. Na comparação dos números até ao início de
setembro, cerca de 98% das entregas da vacina da Pfizer/BioNTech foram
alocadas a nações de rendimento alto ou médio-alto, enquanto na Moderna esses países reuniram 88% das entregas acordadas.
Os números descem ligeiramente para a vacina de um só dose da Janssen, com 79% das entregas direcionadas para as economias mais abastadas,
ao passo que a vacina da AstraZeneca reflete um padrão de distribuição
mais equitativo, onde somente 34% das entregas é que foram alocadas aos
países mais ricos.
“A incapacidade das empresas de tomarem todas as medidas à sua
disposição para conseguir um acesso global justo às vacinas covid-19
significa que estas empresas ficaram aquém das suas responsabilidades em matéria de direitos humanos e, ao fazê-lo, causaram e contribuíram para danos aos direitos humanos”, acusa a AI.
A 100 dias de completar 2021, a ONG — que não estudou as empresas
produtoras de outras vacinas em uso, nomeadamente na China e na Rússia,
por défice de informação disponível — aproveita o timing do relatório para lançar uma campanha mundial a apelar a estados e empresas farmacêuticas para fornecerem dois mil milhões de vacinas a 82 países com rendimento baixos e médio-baixos, no sentido de se conseguir vacinar totalmente mais 1,2 mil milhões de pessoas até ao fim do ano.
“Para alcançar este objetivo, as empresas e os estados precisam de
adotar uma abordagem radicalmente diferente para atribuição de vacinas:
as empresas devem distribuir 50% da sua produção a países de rendimento baixo e médio baixo, de preferência através do COVAX ou outras iniciativas multilaterais; os estados devem redistribuir urgentemente centenas de milhões de vacinas excedentárias atualmente nas suas reservas”, reforça o documento.
A iniciativa da AI conta com o apoio da Organização Mundial de Saúde
(OMS) e do Alto Comissariado para os Direitos Humanos e visa conseguir
“vacinar 40% da população dos países de rendimentos baixos e
médio-baixos”, num dia em que o presidente dos Estados Unidos, Joe
Biden, prevê acolher uma cimeira virtual com líderes mundiais para falar sobre a pandemia.
Governante brasileiro ficará em isolamento em Nova Iorque,
enquanto a restante comitiva continua com as reuniões bilaterais.
Perante a notícia divulgada pelo governo brasileiro, espera-se, agora,
uma reação dos porta-vozes dos países cujos líderes se reuniram com a
comitiva de Bolsonaro.
A participação da comitiva brasileira na Assembleia Geral das Nações Unidas, que decorre atualmente em Nova Iorque, esteve envolta em polémica desde o início. Primeiramente, Jair Bolsonaro,
chefe de Estado brasileiro, afirmou que não iria cumprir com as
diretrizes da reunião, as quais indicavam aos participantes que deveriam
estar vacinados para poderem aceder aos espaços designados.
Bolsonaro, que sempre recusou vacinar-se, defendendo múltiplas teorias falsas em torno das vacinas, fez saber de imediato aos seus apoiantes que nada nem ninguém o poderia impedir de aceder à Assembleia. E assim foi. Esta terça-feira o antigo militar marcou mesmo presença na reunião, discursando no mesmo púlpito de António Guterres, secretário-geral do organismo.
Esta manhã, um novo episódio relacionado com a covid-19 abalou a comitiva brasileira, com o ministro da saúde brasileiro Marcelo Quiroga a testar positivo.
A notícia foi avançada pelo Governo brasileiro, que esclareceu que o
governante está de boa saúde e encontra-se atualmente em isolamento.
Ao contrário de Bolsonaro, Quiroga — que na segunda-feira foi visto a
fazer gestos obscenos em direção a manifestantes que mostravam o seu
descontentamento perante a comitiva brasileira — recebeu a primeira dose da vacina
contra a Covid-19 em janeiro. Fontes oficiais também esclareceram que
os restantes membros da equipa de Bolsonaro testaram positivo nos
primeiros testes efetuados após o caso de Quiroga.
Ao longo da sua estadia em Nova Iorque, o ministro brasileiro reuniu-se com múltiplos líderes políticos e funcionários de fundos de investimento
— a Assembleia Geral da ONU, realizada anualmente em Nova Iorque, é
conhecida por ser o principal ato da diplomacia mundial, com reuniões
bilaterais a acontecerem permanentemente.
O jornal britânico The Guardian, por exemplo, já publicou imagens da reunião entre Jair Bolsonaro e Boris Johnson,
onde alguns membros comitiva brasileira estiveram sem máscara e onde os
dois líderes políticos apertaram as mãos antes de iniciarem a conversa.
A mesma fonte também está a avançar que Bolsonaro e a respetiva equipa
estão hospedados no mesmo hotel onde esteve Joe Biden — que se reuniu com Boris Johnson na Casa Branca nas últimas horas.
O Presidente de El Salvador, Nayib Bukele, alterou no domingo
a descrição do seu perfil no Twitter para “Ditador de El Salvador”,
passando depois para “Ditador mais ‘cool’ do mundo mundial”, situação
registada após os protestos da população a 15 de setembro.
Esta foi a forma irónica de Bukele reagir às acusações de que seria
um ditador. Em janeiro, também no Twitter, já tinha colocado uma
fotografia da personagem do filme “O Ditador”, notou o Observador.
Nos protestos, os manifestantes contestaram algumas decisões de
Bukele. O seu partido, Nuevas Ideas, substituiu cinco membros da Câmara
Constitucional do país. De seguida, este órgão anulou a proibição
constitucional de um Presidente poder candidatar-se a um segundo mandato.
Bukele anunciou igualmente a contratação de 20.000 novos soldados, o
dobro do tamanho do exército salvadorenho existente. Foi ainda criticado
por tornar a criptomoeda bitcoin numa das moedas oficiais do país,
juntamente com o dólar americano.
O juiz salvadorenho Juan Antonio Durán, oponente da reforma judicial
proposta pelo Presidente, denunciou no Twitter uma operação de
vigilância ilegal perto da sua residência. Este apresentou uma queixa
contra o Estado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, por violação da independência judicial.
Depois da morte do Projeto Loon, no início do ano, nasceu o
Projeto Taara, que utilizou lasers para transmitir 700TB de dados
através do rio Congo.
O projeto muda, o nome é diferente, mas a missão é a mesma: oferecer
Internet fiável e acessível, alargando o alcance das redes de banda
larga a partes da Terra que normalmente não têm acesso a ligações de
alta velocidade.
Depois de ter aprendido com a experiência que os balões de hélio não são uma forma rentável, a Alphabet decidiu apostar em lasers. Num sistema chamado Free Space Optical Communications (FSOC), podem ser utilizados para comunicar entre dois pontos que têm uma linha de visão clara.
Brazzaville e Kinshasa, na República Democrática do Congo,
encontram-se separadas pelo rio Congo e a 4,8 quilómetros de distância
uma do outra. Os cabos de fibra ótica são obrigados a fazer uma “viagem”
de cerca de 400 quilómetros para ligar estas cidades, motivo pelo qual
existe um fosso de conectividade entre as duas regiões.
O Projeto Taara entrou em ação e instalou, por toda esta zona, links
(ligações) que permitem a transmissão de conectividade de alta
velocidade através do rio. Segundo a equipa do projeto, citada pelo Interesting Engineering, foram transmitidos quase 700 TB de dados, com uma disponibilidade de 99,9%.
Como a Internet já está disponível na região, a equipa conseguiu
comparar o seu desempenho e até comutar a transmissão de dados entre o
cabo convencional de fibra ótica e o seu próprio sistema, sem afetar a
experiência do utilizador.
Através de uma publicação num blogue, Baris Erkmen, diretor de Engenharia do Projeto Taara, explicou que os links precisam de ser posicionados num local estrategicamente elevado, sendo capaz de ajustar os espelhos automaticamente para se conectarem.
O feixe de luz com uma largura reduzida tem precisão suficiente para
alcançar um alvo até 10 quilómetros de distância, mas, quando há
obstáculos na linha de visão ou condições atmosféricas não favoráveis, a conexão pode ser afetada.
Apesar das dificuldades, a equipa está confiante de que será capaz de
fornecer Internet de alta velocidade à maioria das partes do mundo.
A ideia do Projeto Loon nasceu em 2013 e baseava-se no envio de
balões para o Espaço próximo para conectar pessoas em locais do mundo
sem Internet. A ambição, que parecia uma loucura, concretizou-se, mas chegou ao fim no início deste ano.
O Irão retornará às negociações sobre o acordo nuclear de
2015 nas próximas semanas, avançou o Ministério dos Negócios
Estrangeiros esta terça-feira, apesar das suspeitas das potências
ocidentais sobre a estratégia de Teerão e da falta de informação.
“Cada reunião requer coordenação prévia e preparação”, disse o
porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Saeed Khatibzadeh,
citado pela agência de notícias estatal Irna.
“Como enfatizado anteriormente, as negociações de Viena serão retomadas nas próximas semanas”, sublinhou.
Como lembrou o The Guardian, o Irão suspendeu as negociações em junho,
na época da eleição do Presidente Ebrahim Raisi, para dar ao novo
governo tempo de preparar uma equipa de negociação. Raisi deverá fazer o
seu primeiro discurso à Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) na
terça-feira, por videoconferência.
O novo ministro das Relações Externas do Irão, Hossein
Amirabdollahian, irá reunir esta semana com os outros cinco signatários
do acordo – França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha. Os russos
insistiram que as negociações devem ser retomadas com base no que já foi
negociado anteriormente.
O Irão ainda não anunciou o seu principal negociador para Viena, nem uma data específica para o seu retorno.
Os EUA ofereceram-se para suspender as sanções económicas
ao Irão relacionadas com o não cumprimento do acordo nuclear, mas não
as vinculadas a abusos dos direitos humanos. Por sua vez, o Irão disse
que voltará a cumprir o acordo somente após verificar que o levantamento
das sanções teve um impacto na capacidade de comércio do país.
O Irão quer também garantias de que os EUA pagarão uma compensação
caso violem as resoluções do conselho de segurança da ONU e desistam do
acordo novamente, como fez em 2018 durante o mandato de Donald Trump.
A relação de altos e baixos entre os dois azedou de vez
depois de McConnell ter reconhecido a vitória de Joe Biden. Trump quer
agora que um Republicano concorra contra McConnell pelo cargo da
liderança do partido dentro do Senado.
Depois de ter sido um dos principais promotores da agenda política de
Donald Trump, Mitch McConnell já não está nas boas graças do
ex-Presidente norte-americano. Segundo avança o Wall Street Journal, Donald Trump tem conversado com Senadores e aliados sobre uma tentativa de destronar Mitch McConnell da liderança Republicana do Senado.
No entanto, os Senadores não estão interessados em trair o actual
líder da minoria Republicana na câmara superior do Congresso dos EUA. De
qualquer forma, as discussões podem acentuar as divisões
entre Trump, que continua a ser a figura Republicana mais influente, e
McConnell, actualmente o membro do partido eleito a ocupar o cargo mais
alto.
A relação entre Trump e McConnell tem visto muitos altos e baixos.
Apesar de terem havido algumas alfinetadas durante o mandato do lado de
Trump, o então líder da maioria Republicana do Senado foi um dos seus
maiores aliados.
McConnell foi a chave que permitiu a Trump nomear três juízes para o Supremo e assim alargar a maioria conservadora, principalmente nas escolhas de Brett Kavanaugh e de Amy Coney Barrett.
Donald Trump também apontou um enorme número de juízes
para os tribunais federais porque McConnell tinha bloqueado Obama de
fazer as escolhas e deixou as vagas prontas a serem preenchidas pelo seu
sucessor.
Poucos dias depois da nomeação de Kavanaugh e antes das eleições
intercalares em 2018 – onde o lugar de McConnell no Senado estava em
risco – Trump fez um comício no Kentucky, estado que McConnell
representa, e teceu-lhe elogios. “Eu conheço pessoas duras. Ele é duro, é duro à moda do Kentucky“, afirmou.
Mas a lua-de-mel durou pouco e o ambiente entre os dois azedou de vez
depois da derrota de Trump nas eleições presidenciais do ano passado.
As acusações de fraude eleitoral mostraram ao ex-Presidente quem estava
disposto a arriscar tudo pela lealdade e pelos votos –
já que Trump continua a ser uma figura popular entre os eleitores
conservadores – e quem não virou as costas às convenções políticas para o
apoiar.
Além de Mike Pence, o número dois de Trump na Casa Branca, McConnell
também não apoiou as pretensões do então Presidente de não confirmar a
vitória de Joe Biden. Num discurso ao Senado, Mitch McConnell disse que
esperava “um resultado diferente”, mas deu os parabéns ao candidato Democrata por ter vencido a eleição.
Depois da invasão de apoiantes de Trump ao Capitólio a 6 de Janeiro,
McConnell também disse que o ex-Presidente era “practicamente e
moralmente” responsável pela insurreição. “Eles fizeram isto porque ouviram mentiras malucas
da boca do homem mais poderoso na Terra porque ele estava zangado por
ter perdido uma eleição”, acusou. Contudo, McConnell votou contra no
julgamento para a destituição de Donald Trump.
Os dois também discordaram a nível político este ano. McConnell juntou-se a outros 18 Senadores Republicanos e votou a favor da lei das infraestructuras, que Trump estava a tentar sabotar nos bastidores. O ex-chefe de Estado chegou a dizer que a aprovação da lei faz “os Republicanos parecer fracos, tolos e burros“.
“A lei das infraestructuras do Joe Biden é uma desgraça. Se o Mitch
McConnell fosse inteligente, do que até agora ainda não vimos provas,
ele teria usado a carta do limite da dívida para negociar um bom pacote
para as infraestructuras”, criticou Trump.
Divisão no partido pode fazer estragos nas intercalares
A zanga entre as duas figuras pode fazer estragos nas eleições
intercalares marcadas para o próximo ano. Os Republicanos tinham
esperança de aproveitar as quedas na popularidade de Biden com a
retirada das tropas do Afeganistão para criar energia à volta da
campanha.
Recorde-se que os Republicanos perderam o Senado nas
últimas presidenciais e actualmente não controlam nenhum órgão
legislativo. Apesar de haver 50 Senadores para cada lado, os Democratas
conseguiram recuperar o órgão porque a vice-presidente Kamala Harris
também preside ao Senado e desempata as votações.
Numa entrevista recente, Trump recusou discutir se estava a recrutar
candidatos que concorressem contra McConnell, mas deixou escapar que o queria ver fora da liderança
do partido dentro do Senado, um cargo que tem há quase 15 anos. “Acho
que ele é muito mau para o partido Republicano”, disse Trump.
McConnell não comentou as declarações do ex-Presidente. Vários
Senadores já mostraram que apoiam o actual líder, como Tommy Tuberville.
“Não me vou meter nessa luta“, afirmou Tuberville, que era um dos maiores aliados de Trump.
Os Senadores Republicanos escolhem a sua liderança a cada dois anos.
McConnell está já no seu oitavo mandato à frente do partido, que só
acaba em Janeiro de 2023. O Senador do Kentucky tem garantido a
reeleição visto que tem aliados em vários comités que financiam as campanhas de colegas no partido, ao contrário de Trump, que não tem ajudado nas campanhas de outros Republicanos.
O Senador John Kennedy também acha improvável que Trump consiga correr com McConnell, comparando as probabilidades às de um burro aprender a voar. “Não vejo isso a acontecer realisticamente”, rematou.
Dezenas de pinguins-africanos ameaçados de extinção foram
mortos por um enxame de abelhas na África do Sul, na passada
sexta-feira.
Segundo a CNN, 63 pinguins-africanos, uma espécie ameaçada de extinção, foram encontrados mortos na sexta-feira numa colónia em Simonstown, perto da Cidade do Cabo.
“As mortes ocorreram subitamente entre quinta-feira à tarde e
sexta-feira de manhã”, lê-se numa declaração conjunta dos Parques
Nacionais da África do Sul (SANParks).
Os exames revelaram que todos os pinguins tinham várias picadas de abelhas junto às barbatanas e aos olhos – zonas do corpo que não estão cobertas de penas e particularmente sensíveis.
A cadeia britânica detalha ainda que foram encontradas muitas abelhas mortas no local onde as aves morreram.
A investigação preliminar sugeriu que os pinguins morreram após terem
sido picados pelas abelhas do Cabo. Uma colmeia no local poderá ter
sido perturbada, levando a que um enxame se tenha tornado agressivo.
Ainda assim, estão ainda a ser testadas amostras para excluir outras causas possíveis.
Os pinguins-africanos são nativos das costas da África do Sul e da
Namíbia. A espécie está em declínio acentuado, de uma população de mais
de um milhão no início do século XX para apenas 55.000 em 2010 – altura
em que foram declarados em perigo de extinção.
Os endereços eletrónicos de mais de 250 afegãos que
colaboraram com as forças britânicas e procuram realocação no Reino
Unido foram divulgados por engano pelo Ministério da defesa britânico.
O Ministério da Defesa britânico expôs as identidades de mais de 250 intérpretes afegãos que ajudaram o Reino Unido. Segundo a BBC, muitos deles anda se encontram retidos no Afeganistão.
O ministério da Defesa britânico pediu desculpas
pela revelação “acidental” dos endereços eletrónicos e reconheceu que
deixou para trás centenas de afegãos elegíveis que deveriam ter sido
embarcados na retirada coletiva feita apressadamente após o regresso dos
talibãs ao poder.
A cadeia britânica informou que um e-mail enviado por uma equipa do
ministério da Defesa incluiu, por engano, os endereços de mais de 250
pessoas, deixando-as expostas. Muitos destes e-mails incluíam a fotografia do profissional afegão.
Um intérprete disse à BBC que “este erro pode custar a vida dos intérpretes, sobretudo daqueles que permanecem no Afeganistão”.
Na segunda-feira à noite, um porta-voz do ministério da Defesa disse que “foi aberta uma investigação sobre a violação de informações da equipa de Política de Assistência para a Relocação de Afegãos”.
“Pedimos desculpas a todos os afetados por esta violação e estamos a
trabalhar para garantir que isso não volte a acontecer”, declarou o
porta-voz.
O erro diz respeito aos afegãos que ainda estão no seu país de origem e permanecem escondidos dos talibãs, informou a BBC, acrescentando que alguns destes profissionais estão noutros países.
A mensagem dizia aos intérpretes que a equipa está a fazer todos os
possíveis para ajudar a realocá-los. Ao mesmo tempo, advertia os
destinatários do e-mail para não deixarem o seu local atual se
considerarem que não é seguro fazê-lo. 30 minutos depois, o ministério
enviou outra mensagem, pedindo-lhes para alterar os seus endereços eletrónicos.
A violação de dados irritou o deputado conservador Johnny Mercer, que a classificou como uma “ação de negligência criminosa”.
Há semanas, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que permaneceram no Afeganistão 311 pessoas elegíveis
para o programa britânico de transferência e assistência, como é o caso
dos intérpretes. “Faremos todo possível para garantir que tenham a
passagem segura que merecem”, disse o governante ao Parlamento.
Entre britânicos e afegãos, a Grã-Bretanha retirou mais de 15.000
pessoas do Afeganistão deste que os talibãs recuperaram o poder em
Cabul.
O vulcão Etna, em Itália, voltou a entrar erupção, espalhando
rapidamente uma nuvem de fumo na parte oriental da ilha italiana da
Sicília.
O vulcão mais ativo da Europa entrou em erupção esta terça-feira. Segundo o Observador, as cinzas e o fluxo de lava chegaram a localidades vizinhas.
Os primeiros tremores vulcânicos foram detetados pela 1h (hora de
Lisboa). Durante a madrugada, o Instituto Nacional de Geofísica e
Vulcanologia italiano (INGV) emitiu um comunicado no qual dá conta de que os valores registados sofreram um aumento significativo pela 1h40.
Por volta das 5h, a cratera sudeste – a que tem vindo a registar mais
atividade – começou a expelir material vulcânico, formando uma coluna de cinzas e fumo que chegou a atingir os nove metros de altura.
O diário adianta que o material foi transportado até às localidades
de Fornazzo, Giarre, Riposto e Mascali, na encosta do vulcão.
Nos 40 minutos que se seguiram, a atividade vulcânica acentuou-se: os tremores vulcânicos atingiram os valores máximos pelas 6h45.
Duas horas depois, num novo comunicado, o INGV anunciou que o fluxo
de lava tinha parado, mantendo-se apenas alguma atividade no interior da
cratera.
A 30 de agosto, o Etna expeliu fluxos de lava e causou a queda de
cinzas em algumas aldeias na encosta, sendo esta a segunda vez que o
vulcão entra em erupção em menos de um mês.
Esta notícia surge depois de o Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, nas Canárias, ter entrado em atividade no domingo.
Seis mil pessoas tiveram de ser retiradas de suas casas e os
responsáveis locais falam em estragos que podem atingir os 400 milhões
de euros.
Além disso, o vulcão tem agora uma nova boca eruptiva, o que obrigou a evacuar mais habitações.
A covid-19 já matou quase tantos norte-americanos, no último
ano e meio, como a gripe espanhola, entre 1918 e 1919, de acordo com
dados esta terça-feira divulgados pela Universidade Johns Hopkins.
Embora o aumento das novas infeções, causado pela circulação da
variante Delta, não tenha ainda atingido o pico, continuam a morrer, em
média, cerca de 1900 pessoas por dia nos Estados Unidos da América
(EUA), o valor mais alto desde o início de Março. No total, a covid-19
já causou mais 674 mil mortes no país.
A população dos EUA há um século era apenas um terço da de agora, o que significa que a pandemia de covid-19 atingiu uma faixa muito maior e mais letal de norte-americanos.
A pandemia da gripe espanhola (1918-19) matou 50 milhões de pessoas
em todo o mundo numa época em que o planeta tinha um quarto da população
que tem hoje. As mortes globais por covid-19 estão atualmente na casa
dos 4,6 milhões.
Segundo a agência de notícias AP, o número óbitos da gripe
espanhola nos EUA é uma estimativa aproximada, face aos registos
incompletos da época e o pouco conhecimento científico sobre o que
provocou a doença. Segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doença
(CDC) dos EUA, morreram 674 mil pessoas por causa da gripe.
Entretanto, o inverno poderá trazer uma nova vaga da doença,
com a Universidade de Washington a projetar cerca de 100 mil mortes
adicionais até 1 de Janeiro, o que elevará o número total de óbitos para
776 mil. Esse cenário pode não pode acontecer se o vírus enfraquecer
progressivamente à medida que sofre mutações e que o sistema imunológico
humano aprende a criar defesas.
Algo semelhante aconteceu com vírus da gripe H1N1, o culpado da
pandemia de 1918-19. O vírus encontrou muitas pessoas imunes e acabou
por enfraquecer através de mutações. Ainda hoje o H1N1 circula entre a
comunidade, mas a imunidade adquirida através da infeção e da vacinação
triunfou.
Tomar uma vacina anual contra a gripe normal atualmente protege
contra o H1N1 e várias outras doenças. A gripe normal mata entre 12 mil e
61 mil norte-americanos todos anos, mas é um problema sazonal e controlável.
Já a gripe de 1918-19 – que foi erroneamente chamada
de gripe espanhola porque recebeu ampla cobertura da imprensa em
Espanha – foi pior. Disseminada pela mobilidade da Primeira Guerra
Mundial, matou muitos jovens adultos e saudáveis. Não havia vacina para
retardar o vírus e não havia antibióticos para tratar as infeções
secundárias.
No caso da covid-19, as viagens e as migrações em massa ameaçam
aumentar o número de vítimas e grande parte da população mundial ainda
não foi vacinada.
O vulcão Cumbre Vieja na ilha de La Palma, nas Canárias, que
entrou em erupção no domingo, tem uma nova boca eruptiva, o que obrigou a
evacuar mais habitações, informaram as autoridades.
De acordo como Plano Especial de Emergências Devido a Risco Vulcânico das Canárias (Pevolca), a nova boca surgiu durante a noite de segunda-feira, após um novo sismo de magnitude 4,1 na escala de Richter registado às 21h32.
A abertura ocorreu a cerca de 900 metros da principal, tendo sido
solicitada a retirada da população de Tacande, na zona de El Paso, onde
vivem 704 pessoas, de acordo com a agência de notícias Efe.
A evacuação de Tacande, que ocorreu entre a noite de segunda e esta
terça de manhã, eleva para seis mil o total de pessoas retiradas de suas
casas devido à erupção do vulcão. La Palma tem cerca de 80 mil
habitantes, refere a Reuters.
Mariano H. Zapata, presidente do cabildo de La Palma, adiantou à Cadena SER que “desapareceram” mais de 150 edifícios, muitos deles de habitação
A lava continua a escorrer em direção ao mar. José
Antonio Conde, capitão em Santa Cruz de Tenerife, disse à TVE que não
existe previsão “exata” de quando a lava chegará ao mar. “Estamos a
trabalhar de forma preventiva”, afirmou.
A foz do magma no oceano é um fenómeno que preocupa as autoridades, pois a sua reação com a água salgada provoca nuvens tóxicas.
Por isso, o dispositivo da Proteção Civil será intensificado pois esta reação “pode gerar explosões e emissão de gases nocivos”, segundo o Pevolca.
Os cientistas estimavam que a lava iria chegar à costa por volta das
oito horas da tarde desta segunda-feira (hora local). No entanto, a
desaceleração no avanço dos rios magmáticos impediu que essa previsão se
cumprisse.
Como noticia o El País,
quando a língua de lava, que se encontra acerca de mil graus de
temperatura, atingir o mar, que tem uma temperatura média de 20 graus,
vai ocorrer uma explosão de vapor de água que vai originar uma densa nuvem branca.
No total, existem quatro perigos principais associados ao fluxo de lava
para o oceano, segundo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos: o
colapso repentino do terreno costeiro e dos penhascos, as explosões
desencadeadas por esse colapso, as ondas de água fervente que geram no
meio ambiente e, por fim, a coluna de vapor tóxico com ácido clorídrico e
pequenas partículas de cristais vulcânicos, escreve o jornal espanhol.
A diretora do grupo de Geociências Barcelona do Conselho Superior de
Investigações Científicas (CSIC), a vulcanóloga Joan Martín, disse à
agência Efe que a erupção vulcânica pode durar, no máximo, alguns meses.
Até ao momento, não existem relatos de feridos ou vítimas mortais.
Fotos e vídeos mostram polícias na fronteira a carregar
contra migrantes e a usar objectos semelhantes a chicotes. A Casa Branca
já condenou a situação e promete que vai investigar o sucedido.
Pareciam imagens do tempo da escravatura, mas são de 2021. Várias
testemunhas e vídeos partilhados nas redes sociais mostraram polícias
montados a cavalo e com chapéus de cowboy a carregar contra migrantes na fronteira com o México, no Texas, e um até estava a usar um objecto semelhante a um chicote, escreve o El Paso Times.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, respondeu à situação. “Já vi
algumas das imagens. Não tenho o contexto todo. Não posso imaginar em
que contexto é que aquilo é apropriado. Acho que ninguém que tenha visto
as imagens ache que é aceitável ou apropriado”, afirmou.
Sobre um possível despedimento do agente em causa, Psaki responde que “é óbvio que não devem poder voltar a fazer isto“.
O chefe da patrulha da fronteira também já condenou o incidente e
disse que foi aberta uma investigação para se garantir que não houve uma
resposta “inaceitável” das forças policiais. Raul Ortiz acrescenta que
os agentes estão a trabalhar em condições difíceis, onde tentam garantir
a segurança dos migrantes e procurar potenciais traficantes.
O Secretário de Segurança Interna explicou que as rédeas longas
usadas pelos polícias garantem o “controlo do cavalo” aos agentes. “Mas vamos investigar os factos“, referiu Alejandro Mayorkas numa conferência de imprensa.
As representantes Democratas Alexandria Ocasio-Cortez e Ilhan Omar
também já condenaram a situação, tendo a primeira dito que “não faz
diferença se um Democrata ou um Republicano é Presidente, o nosso sistema de imigração é criado para ser cruel
e desumanizar os imigrantes”. Já Omar, que é ela própria uma refugiada,
fala em “abusos dos direitos humanos, pura e simplesmente”.
Um dos vídeos em causa mostra os polícias a mandar os migrantes,
maioritariamente oriundos do Haiti, de volta para o México. “Vocês usam
as vossas mulheres? É por causa disto que o vosso país é uma merda, vocês usam as vossas mulheres para isto”, gritou um dos agentes.
Milhares de migrantes têm atravessado a fronteira do México com os
Estados Unidos nos últimos dias e acamparam debaixo de uma ponte no Rio
Grande. O campo acolheu temporariamente cerca de 16 mil pessoas – segundo Greg Abbott, Governador do Texas.
Desta vez, a chegada aos EUA foi ainda mais rápida do que a de outras
caravanas porque muitos atravessaram o México de autocarro em vez de a
pé. Muitos migrantes têm de cruzar constantemente a fronteira entre
Ciudad Acuña, no México, e o campo em Del Rio para comprar comida e bens essenciais, que são escassos no lado norte-americano.
“Estamos com dificuldades aqui. A nossa família envia-nos dinheiro
mas não podemos comer. Temos crianças, mas não temos fraldas. Agora
tenho de ir ao México com dinheiro molhado para poder comprar alguma
coisa para as crianças. Precisamos de ajuda“, apelou um migrante.
As condições ficaram ainda mais complicadas devido ao calor. Na segunda-feira, as temperaturas chegaram aos 40 graus
e muitos migrantes foram vistos com grandes sacos de gelo na cabeça
enquanto atravessavam as águas do rio de regresso ao lado dos EUA.
“Este tratamento que nos estão a dar é racista, é por causa da cor da nossa pele“, afirmou Maxon Prudhomme, migrante haitiano, citado pela Reuters.
Os migrantes vêm de vários países da América do Sul e Central, tendo alguns vindo de tão longe como o Chile, mas a maioria é oriunda do Haiti,
que está a viver uma grave crise criada pelo recente terramoto, e tem
também problemas com a violência de gangues, a pobreza extrema e a
instabilidade política depois do assassinato do Presidente.
Biden mantém política de Trump
Apesar disto, os Estados Unidos deram início àquela que pode ser a
maior e mais rápida operação de repatriamento dos últimos anos. Mais de 6000 migrantes já foram retirados
do campo e vários aviões já os levaram para o seu país de origem, tendo
320 haitianos aterrado em Port-au-Prince no domingo. São esperados mais
seis esta terça-feira e o México vai também avançar com deportações.
Os EUA querem agora fazer sete voos diários a partir de quarta-feira.
Estas expulsões rápidas foram possibilitadas por uma política de Donald
Trump que permite a retirada imediata de migrantes por causa da
pandemia, que a administração de Joe Biden está a manter, excepto no caso de crianças que estejam sozinhas.
O único paralelo de uma expulsão em massa desta escala foi em 1992,
quando a guarda costeira americana interceptou refugiados haitianos no
mar, disse Yael Schacher, um representante da Refugees International, à AP.
“Como é que nos puderam trazer de volta aqui? Isto é uma injustiça.
Nem sei onde vamos dormir hoje à noite. Se o Biden continuar com estas
deportações, ele não é melhor que o Trump. Tenho medo pelo minha segurança aqui. Já nem reconheço este país”, contou Johnson Bordes, um migrante de 23 anos, ao Washington Post.
Estes repatriamentos começaram depois do aviso emitido por Alejandro
Mayorkas, que descreveu a crise migratória como “uma situação desafiante
e comovente”. “Se vierem para os Estados Unidos ilegalmente, vão ser
devolvidos. A vossa viagem não vai ter sucesso e vão estar a arriscar as vossas vidas e das vossas famílias”, avisou.
Esta é a primeira comunidade de casas impressas em 3D nos EUA
que está pronta a receber habitantes. A construção torna as habitações
mais resistentes ao fogo e a inundações.
Chama-se East 17th Street e fica no estado norte-americano do Texas.
Tem tudo para parecer uma rua normal, mas tem um detalhe especial: todas
as suas casas foram impressas em 3D.
As casas foram criadas pelo escritório de arquitectura Logan com a tecnologia de impressão 3D da ICON, que usou o seu sistema de construção Vulcan
– neste processo, robôs de impressão 3D criam camadas de cimento em
cima de superfícies estriadas, o que torna as casas muito resistentes a
fenómenos meteorológicos extremos.
A impressão das casas foi em Março de 2021 e demorou apenas cinco a
sete dias e a tecnologia ajuda agora a criar “casas mais seguras, mais
resilientes que são desenhadas para suportar incêndios, inundações, vento e outros desastres naturais melhor que casas construídas de forma convencional”, afirma a ICON num comunicado.
Duas das habitações têm dois quartos enquanto as duas restantes têm quatro. As casas variam entre 83 e 185 metros quadrados.
Todas as casas têm alpendres de frente cobertos, lugares de
estacionamento cobertos e janelas grandes que deixam entrar muita luz
solar.
Estas são as primeiras casas impressas em 3D nos EUA que estão
prontas a acolher habitantes, segundo a ICON, mas há ainda outras
comunidades de casas impressas em 3D nos planos no país.
A Mighty Buildings, que é especializada na criação destas casas anunciou que está a planear criar uma comunidade na Califórnia
no valor de 15 milhões de dólares. Em 2018, esta indústria tinha um
valor de mercado de 8 mil milhões de dólares, mas as previsões apontam
para que esse valor chegue a 51 mil milhões em 2026.
Em Itália, foi também já impressa em 3D uma casa Bolonha, que é um exemplo pioneiro de construção de moradias sustentáveis
e que quase atinge uma pegada de carbono zero. A habitação foi
construída com matérias-primas locais e incorpora isolamento térmico,
ventilação e colheita de água numa única estrutura.
Milhões de pessoas forçadas a deixar as suas casas por causa
da seca severa e ciclones correm o risco da escravidão moderna e de
tráfico humano nas próximas décadas, alertou um novo relatório publicado
esta segunda-feira.
A crise climática e o aumento da frequência de desastres climáticos
extremos estão a ter um efeito devastador na subsistência de pessoas que
já vivem na pobreza, tornando-as mais vulneráveis à escravidão, lê-se
no relatório do International Institute for Environment and Development
(IIED) e da Anti-Slavery International, citado pelo Guardian.
Os investigadores constataram que a seca no norte de Gana levou os
jovens a migrar para grandes cidades. Muitas dessas mulheres correm o
risco de tráfico, exploração sexual e servidão por dívida
– uma forma de escravidão moderna em que os trabalhadores ficam presos
ao trabalho e são explorados para pagar uma dívida enorme.
Em Sundarbans, na fronteira entre a Índia e Bangladesh, os ciclones
causaram cheias, reduzindo a área disponível para a agricultura. Com os
países da região a aumentar as restrições à imigração, a equipa
descobriu que os traficantes da região buscam viúvas e homens
desempregados para cruzar a fronteira com a Índia em busca de emprego e
renda.
As vítimas do tráfico são frequentemente levadas a trabalhos forçados
e prostituição, com algumas a trabalhar em fábricas ao longo da
fronteira.
“A nossa pesquisa mostra o efeito dominó das
mudanças climáticas na vida de milhões de pessoas. Eventos climáticos
extremos contribuem para a destruição ambiental, forçando as pessoas a
deixar as suas casas e deixando-as vulneráveis ao tráfico, exploração e
escravidão”, disse a conselheira sobre mudança climática e escravidão
moderna da Anti-Slavery International, Fran Witt.
O Banco Mundial estimou que, em 2050, o impacto da crise climática –
incluindo a baixa produtividade das safras, a falta de água e o aumento
do nível do mar -, forçará mais de 216 milhões de pessoas de regiões
como a África Subsaariana e a América Latina a deixarem as suas casas.
O relatório sublinhou as violações dos direitos dos trabalhadores e
dos migrantes são desconsideradas no interesse do rápido crescimento e
desenvolvimento económico.
“O mundo não pode continuar a fechar os olhos ao
trabalho forçado, à escravidão moderna e ao tráfico humano que está a
ser alimentado pelas mudanças climáticas. Abordar essas questões precisa
ser parte integrante dos planos globais para lidar com a mudança
climática”, afirmou Ritu Bharadwaj, investigadora do IIED.
Copenhaga foi eleita a cidade mais segura do mundo em 2021 pelo Índice de Cidades Seguras (SCI), da Economist Intelligence Unit.
Quando se trata de escolher o destino a visitar, a segurança é um dos
aspetos que mais pesa na decisão. Com o mundo de “pernas para o ar”
devido à pandemia de covid-19, a noção de um “lugar seguro” mudou
significativamente, destaca a CNN.
Partindo deste pressuposto, parece fácil entender por que motivo o Índice de Cidades Seguras da Economist Intelligence Unit
(SCI) – que classifica 60 destinos internacionais em segurança digital,
segurança sanitária, infraestruturas, segurança pessoal, segurança
ambiental, assim como numa nova categoria – sofreu uma alteração.
Ano após ano, Tóquio, Singapura e Osaka ocuparam continuamente os
primeiros lugares, mas, desta vez, é um destino europeu que ocupa o
primeiro: Copenhaga foi nomeada, pela primeira vez, como a cidade mais segura do mundo, conquistando 82,4 pontos em 100 no relatório anual.
A capital da Dinamarca saltou do oitavo lugar (em 2019) para o topo da lista, em grande parte graças à segurança ambiental, na qual a cidade obteve uma pontuação particularmente boa, e à segurança pessoal.
“Um fator-chave que torna Copenhaga uma cidade tão segura é a sua baixa taxa de criminalidade, atualmente no seu nível mais baixo em mais de uma década”, disse Lars Weiss, presidente da Câmara Municipal.
“Copenhaga é também caracterizada por uma grande coesão social e um
fosso de riqueza relativamente estreito. É uma cidade mista onde tanto o
assistente de limpeza como o CEO se encontram no supermercado local”,
acrescentou.
Toronto, no Canadá, ocupa o segundo lugar com 82,2 pontos, enquanto Singapura ficou no terceiro lugar do pódio com 80,7 pontos.
Apesar de Sydney ter ficado em quarto lugar, com 80,1 pontos, a cidade australiana encabeçou a categoria de segurança digital. Tóquio, o vencedor em 2019, recebeu 80,0 pontos, o que lhe valeu o quinto lugar.
Amesterdão conquistou a sexta posição, com 79,3 pontos; Wellington, na Nova Zelândia, ficou em sétimo lugar com 79,0 pontos tendo sido líder na categoria da segurança ambiental; Hong Kong e Melbourne obtiveram o oitavo lugar conjunto depois de receberem 78,6 pontos cada; e Estocolmo fechou o top 10, com 78,0 pontos.
A lista das 60 cidades avaliadas pode ser consultada aqui.
O maior sistema de cavernas do mundo estabeleceu um novo
recorde depois de uma equipa de topógrafos conseguir mapear mais 13
quilómetros das passagens no Parque Nacional de Mammoth Cave, em
Kentucky, nos Estados Unidos.
As passagens de Mammoth Cave são maiores do que se
pensava. O sistema de cavernas conta afinal com 676 quilómetros de
comprimento, de acordo com o National Park Service (NPS).
“Muitas das viagens às cavernas são longas e árduas, envolvem escalada, exposição vertical, água e lama”, contou Karen Willmes, que esteve envolvida na operações, num comunicado.
“Após a viagem, os cartógrafos transformam os dados recolhidos na
viagem à caverna numa mapa. Outros voluntários fornecem suporte de
superfície. É um esforço de primeira classe para uma caverna de classe
mundial, e estamos orgulhosos de fazer parte dele”, referiu Willmes.
Esta não é a primeira vez que o sistema Mammoth Cave “cresceu”. Em 1969, já tinha entrado para o livro dos recordes, com um total de 105 quilómetros de passagens documentadas.
Porém, em 1972, durante uma pesquisa, os exploradores da Cave
Research Foundation (CRF) descobriram uma ligação entre o sistema
Mammoth Cave e o sistema Flint Ridge, elevando a distância total
conhecida da Mammoth Cave para 232 quilómetros.
Desde então, novas pesquisas têm mostrado que o sistema Mammoth Cave é
maior, sendo que ao longo dos anos foi-se descobrindo a existência de
conexões entre este e cavernas menores, como a Proctor Cave, Roppel Cave e Morrison Cave.
“Quando se trata de descobertas na Caverna Mammoth não há fim à vista!”, escreveram os funcionários do Parque Nacional de Mammoth Cave na página do parque no Facebook.
O sistema Mammoth Cave é um enorme labirinto que se
formou através da erosão do calcário, fenómeno cientificamente conhecido
como topografia cárstica, que também é visto em outras rochas solúveis,
como mármore e gesso.
A topografia cárstica ocorre quando a água da chuva e
dos rios da superfície do solo se infiltram no subsolo através de
rachas, fraturas e buracos e, em seguida, vão dissolvendo e moldando o
leito rochoso subterrâneo em cavernas e outras características
geológicas, escreve o Science Alert.
Todos os anos, mais de dois milhões de pessoas visitam o sistema de cavernas, que abriga 130 espécies de vida selvagem,
incluindo 14 espécies de troglóbios, ou animais que vivem
exclusivamente em cavernas, como é o caso do peixe caverna sem olhos.
O Parque Nacional de Mammoth Cave é um dos poucos sítios naturais dos EUA reconhecidos como Património Mundial pelas Nações Unidas,
que elogia as cavernas pelas suas “longas passagens com câmaras
enormes, eixos verticais, estalagmites e estalactites, formas
esplêndidas de belas flores de gesso, delicadas agulhas de gesso [e]
raras flores de mirabilita”.