domingo, 3 de outubro de 2021

Nos Estados Unidos, a religião está a ser usada para fugir à vacinação obrigatória !

Um pouco por todos os Estados Unidos, cada vez mais empregadores exigem a vacinação obrigatória contra a covid-19. Insatisfeitos, muitos trabalhadores estão a retaliar.


Em Washington DC, por exemplo, mais de 400 bombeiros e profissionais médicos de emergência solicitaram isenções religiosas. E em Los Angeles, cerca de um quarto do departamento policial deverá procurar isenções religiosas, escreve a NPR.

O direito de solicitar uma isenção religiosa está constatado na Lei dos Direitos Civis de 1964, que protege os trabalhadores da discriminação com base na religião, entre outras coisas.

Mas, primeiro, os empregadores podem investigar se a crença religiosa de um funcionário é sincera. Se o empregador determinar que a crença não é sincera, ele pode negar o pedido de isenção.

Em Conway, no Arkansas, o Sistema Regional de Saúde concedeu 45 isenções religiosas a funcionários que recusarem ser vacinados contra a covid-19.

A maioria das isenções baseava-se nas crenças dos funcionários de que as vacinas que usaram células fetais durante a investigação, testes ou produção — uma prática comum na investigação farmacêutica — não devem ser colocadas nos seus corpos.

Antes de conceder as isenções, o responsável do Sistema Regional de Saúde, Matt Troup, enviou uma lista de medicamentos que usavam células fetais e pediu aos trabalhadores que atestassem não estar a usar nenhum deles.

“Eles precisam de saber que, se quiserem ser consistentes nas suas crenças, isso aplica-se a muitas coisas diferentes além da vacina contra a covid-19”, disse Troup, citado pela rádio norte-americana.

No entanto, nem todas isenções estão a ser aceites como em Conway. Recentemente, a NBA negou um pedido de isenção religiosa do jogador dos Golden State Warriors, Andrew Wiggins. O atleta não poderá jogar nenhum jogo em casa em São Francisco, que tem vacina obrigatória em grandes eventos em espaços fechados.

Depois há outros casos, como o da United Airlines, em que a isenção religiosa é aceite, mas os funcionários foram colocados em licença sem vencimento por tempo indeterminado, sem benefícios.

Alguns trabalhadores já processaram a companhia aérea norte-americana. De acordo com a lei, os empregadores devem fornecer acomodações razoáveis aos trabalhadores que procuram isenções religiosas — a menos que isso represente uma dificuldade indevida, explica a NPR.

Embora o próprio Papa Francisco já tenha vindo apelar à vacinação contra a covid-19, classificando-a como “uma forma simples de promover o bem comum e cuidar uns dos outros”, a sua opinião acaba por não importar na questão das isenções religiosas.

Isto porque as isenções religiosas estão relacionadas com a crença pessoal do próprio funcionário. Até agora, nenhuma religião importante se opôs às vacinas contra a covid-19.

https://zap.aeiou.pt/religiao-usada-fugir-vacinacao-obrigatoria-435180

 

Espanha vendeu ao mundo um inseto mais valioso do que o ouro !

A cochonilha (Dactylopius coccus) foi uma das exportações mexicanas mais valiosas entre 1650 e 1860.


A cochonilha é um animal parasita que tem sido utilizado nas Américas há mais de 2.000 anos. No século XVI, os espanhóis começaram a exportá-la para a Europa, onde atingiu um preço exorbitante como corante para tecidos e para utilização por pintores, e posteriormente para as Canárias, onde o seu cultivo se tornou um importante recurso económico para as ilhas.

Os corantes artificiais vieram acabar com a aura dourada deste comércio mas, entre 1650 e 1860, a cochonilha foi uma das exportações mexicanas mais valiosas – só ultrapassada pelo ouro.

Segundo o ABC, a sua utilização como corante natural remonta às civilizações pré-colombianas. A cultura Paracas, que habitava a costa do Peru há cerca de 2.000 anos, e os Astecas já estavam familiarizados com as propriedades deste inseto. Quando os espanhóis conquistaram o México em 1521, viram os povos indígenas a apanhar estes insetos e rapidamente se aperceberam das suas propriedades como pigmento natural.

Nos anos 1570, a indústria têxtil europeia tornou-se dependente da utilização de cochonilha e o seu crescimento continuou a aumentar ao longo dos séculos seguintes.

Como esta espécie mexicana não pode ser cultivada na Europa, os rivais de Espanha encontraram nela um outro motivo para confiscar bens espanhóis. Juntamente com o ouro e a prata, o alvo principal dos piratas e dos inimigos eram os navios cheios de insetos cochonilha secos.

As boas condições climáticas permitiram à Coroa Espanhola instalar nas Ilhas Canárias plantações de nopal – uma planta arbustiva, da família das cactáceas, onde a cochonilha se reproduz.

Atualmente, e apesar de os corantes artificiais terem tirado a atenção dada até então ao inseto, as recentes restrições à utilização alimentar e cosmética de certos corantes sintéticos deram uma nova vida a uma atividade que ainda é desenvolvida por uma minoria no norte de Lanzarote.

https://zap.aeiou.pt/espanha-vendeu-inseto-valioso-435401

 

Michelle Bolsonaro investigada por favorecimento a empresas de amigos !

Documentos obtidos pela revista Crusoé indicam que Michelle Bolsonaro, agiu pessoalmente para favorecer amigos e empresários próximos do Presidente brasileiro.


A Procuradoria da República do Distrito Federal brasileiro decidiu investigar o alegado favorecimento da primeira-dama do país, Michelle Bolsonaro, a empresas de amigos com empréstimos da Caixa Económica Federal, noticiou, na sexta-feira, a revista Crusoé.

Documentos obtidos pela Crusoé indicam que Michelle Bolsonaro, mulher de Jair Bolsonaro, agiu pessoalmente para favorecer amigos e empresários próximos do presidente no auge da pandemia.

Segundo a revista, empréstimos foram autorizados depois de a primeira-dama ter falado com o presidente do banco Caixa Económica Federal, Pedro Guimarães.

“A pedido da sra. Michelle Bolsonaro e conforme conversa telefónica entre ela e o presidente Pedro, encaminhamos os documentos dos microempresários de Brasília que têm buscado crédito a juros baixos”, diz um dos e-mails obtidos pela revista, datado de maio passado.

A investigação em relação à atuação de Michelle será realizada dentro de um inquérito que investiga irregularidades na Caixa, como uma suposta pressão política sobre a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), segundo a rede Globo.

A revelação gerou uma forte repercussão negativa por parte da oposição ao presidente do Brasil que exigiu uma investigação ao caso.

“Atenção! Eu e os demais líderes dos partidos da minoria na Câmara dos Deputados acabamos de acionar o Ministério Público Federal (MPF) para que Michelle Bolsonaro seja investigada por tráfico de influência. A revista Crusoé denunciou que ela interferiu na Caixa para que empresários ‘bolsonaristas’ recebessem empréstimos”, escreveu no Twitter o deputado Marcelo Freixo.

“Diversos micro/pequenos empresários tiveram dificuldades em conseguir crédito na pandemia, precisaram demitir funcionários ou fechar as portas. Mas para um seleto grupo de ‘bolsonaristas’ foi moleza, era só acionar Michelle Bolsonaro e a juros baixos. Isso é tráfico de influência!”, acusou a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann.

Gleisi revelou ainda que entregou na Câmara dos Deputados um pedido de explicações ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente de Caixa Económica Federal sobre o alegado crédito facilitado para amigos de Michelle Bolsonaro.

Também o partido de direita Novo se manifestou nas redes sociais: “Absurdo! Denúncia da imprensa de que Michelle Bolsonaro teria favorecido empresas amigas a conseguirem empréstimo na Caixa no auge da pandemia é muito grave. A bancada do Novo vai acionar o Ministério da Economia para cobrar esclarecimentos e a devida investigação sobre o caso.”

Para a ex-deputada federal e ex-candidata à vice-presidência do Brasil Manuela D’Ávila “mamata [ladroagem] é a única instituição que segue funcionando” no atual governo.

 

 

Lava do vulcão aumentou costa de La Palma em quase 20 hectares, e partículas já chegaram aos Açores !

A lava expelida pelo vulcão Cumbre Vieja desde o início da sua erupção cobre 709 hectares, incluindo a superfície que foi recuperada ao mar desde a noite do dia 28 de setembro.


A lava que caiu para o mar a partir do vulcão de La Palma, nas Canárias, cobre uma superfície de mais de 20 hectares, de acordo com uma estimativa feita pela Agência Espacial Europeia (ESA).

Com base numa imagem do sistema de satélites europeus Copernicus feita na quarta-feira, a lava expelida pelo vulcão desde o início da sua erupção, a 19 de setembro, cobre 709 hectares, incluindo a superfície que foi recuperada ao mar desde a noite do dia 28 de setembro, e atingiu 1.005 edifícios, dos quais 870 foram destruídos.

O número de quilómetros de estradas afetadas também aumentou para 30,2 km, dos quais 27,7 km foram destruídos pelo fluxo de lava.

O vulcão emitiu 80 milhões de metros cúbicos de material desde que começou a sua erupção, avançou o presidente da região espanhola das Ilhas Canárias, Ángel Víctor Torres.

O fluxo de lava que emerge dos dois novos centros emissores do vulcão Cumbre Vieja procura juntar-se ao fluxo de lava original à medida que avança em direção ao mar.

O diretor técnico do Plano de Prevenção de Riscos Vulcânicos espanhol, Miguel Ángel Morcuende, e a diretora do Instituto Nacional Geográfico nas Ilhas Canárias, María José Blanco, explicaram que estes dois centros emissores, que abriram nas primeiras horas da manhã, estão a cerca de 15 metros de distância e a 600 metros do cone principal.

Com estas duas novas saídas, existem agora quatro focos de lava que emitem no vulcão em La Palma, que, segundo Morcuende, mantém uma atividade “intensa”.

O técnico explicou que os dois fluxos de lava estão a avançar ao longo de uma topografia favorável e procuram juntar-se ao primeiro fluxo que surgiu durante a erupção, atravessou a estrada LP-211 e continua a sua evolução para níveis mais baixos.

Por outro lado, depois da chegada do fluxo de lava ao mar, a Unidade de Emergência Militar (UME) detetou picos ocasionais em certas áreas em que a qualidade do ar excede os níveis exigidos, o que não significa que, de momento, haja um risco para a saúde da população, segundo o tenente-general Luis Manuel Martínez Meijide.

O vulcão Cumbre Vieja está ativo e a expelir lava desde há quase duas semanas e apesar desta situação não houve mortos ou feridos a lamentar entre os 85.000 habitantes da ilha, mas os danos são enormes, segundo as autoridades regionais.

Algumas das partículas emitidas pelo vulcão terão chegado aos Açores, provocando uma “redução significativa da visibilidade horizontal”, avança o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). “De acordo com os resultados das previsões do serviço de monitorização atmosférica do programa Copernicus (CAMS), algumas dessas partículas terão chegado ao arquipélago dos Açores sob a forma de aerossol sulfato”, lê-se na nota de imprensa.

O IPMA realça que o aerossol sulfato “resulta da reação em fase líquida do dióxido de enxofre com a água”, formando “pequenas partículas líquidas”. Essas partículas, que podem ser “transportadas pelo vento”, possuem “propriedades óticas que contribuem para uma maior dispersão da luz e, consequentemente, provocam uma redução da visibilidade”.

“Desde o passado dia 29, as observações do IPMA confirmam uma redução significativa da visibilidade horizontal por estas partículas nos grupos central e oriental dos Açores, que deverão encontrar-se principalmente numa camada abaixo dos 800 metros de altitude”, assinala o comunicado.

O IPMA refere ainda que a “elevada humidade” registada nos Açores terá “aumentado o tamanho das partículas”.

O instituto disse estar a estudar a possibilidade de uma reação química provocada pelo vulcão de La Palma estar a criar uma “neblina” em torno de algumas ilhas dos Açores, possibilidade confirmada agora.

https://zap.aeiou.pt/lava-do-vulcao-aumentou-costa-435787

 

sábado, 2 de outubro de 2021

Jovens ativistas marcham no centro de Milão para exigir ação climática urgente !

Manifestação acontece no âmbito da Youth4Climate, uma reunião que funciona como antecâmara da conferência COP26, onde deverão estar reunidos os principais líderes mundiais com o objetivo de discutir medidas concretas e eficazes para fazer frente à emergência climática.


Centenas de jovens marcharam hoje no centro de Milão liderados pela ativista sueca Greta Thunberg para exigir ação climática urgente, quando ministros de vários países se reúnem em Itália para uma reunião preparatória para a conferência COP26.

A marcha, liderada não só por Thunberg mas também por outros convidados como a ativista Vanessa Nakate, seguia para um encontro de 400 jovens de todo o mundo reunidos pela ONU para darem sua visão sobre a questão das alterações climáticas, um mês antes da Conferência da ONU sobre o clima (COP26), marcada para Glasgow, Reino Unido.

“Devemos chamar a atenção para o imenso problema da crise climática”, afirmou, citada por agências internacionais, Maria, de 15 anos, com o rosto pintado de verde e um fato branco de proteção completo. Além de felizes por estarem de regresso à luta na rua após meses de protestos online devido à pandemia de covid-19, os ativistas mostraram-se também confiantes no futuro da causa climática. “Seremos sempre mais. Isso mostra que o clima é importante para muitas pessoas”, prometeu a aluna alemã, Frida, de 24 anos, que estuda em Itália.

Os cartazes erguidos também demonstraram a mesma confiança, lendo-se frases como “o mundo está a acordar e as mudanças estão a acontecer, goste-se ou não“.

Durante esta madrugada cerca de 100 ativistas ocuparam pacificamente a Praça Affari, onde fica a sede da Bolsa de Valores de Milão, para reclamar ações políticas contra o clima. Os jovens integrantes da plataforma “Justiça climática” e também ativos na reunião “Jovens pelo Clima” (Youth4Climate), evento prévio à COP26, onde apresentaram propostas concretas aos políticos, acamparam em tendas para passarem a noite e colocaram num grande cartaz a frase: “a bolsa ou a vida”. De acordo com os meios de comunicação italianos a noite passou-se tranquilamente sob fiscalização policial.

O evento de preparação da COP26, em que, até sábado, participam delegações de mais de 40 países, reúne ministros, empresários, ativistas e organizações da sociedade civil para discutir os principais aspetos políticos das negociações e aprofundar alguns dos principais temas que serão discutidos na Conferência da ONU.

Na inauguração do evento, na quinta-feira, os jovens foram ouvidos pelo primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que reconheceram o impacto da mobilização dos jovens e a importância da causa ambiental.

“A vossa mobilização teve um grande impacto e podem ter certeza de uma coisa: estamos a ouvir-vos“, disse Draghi, enquanto Johnson lamentou que possam ter de ser os jovens a “pagar as consequências de algo que não fizeram”.

https://zap.aeiou.pt/ativistas-marcham-exigir-acao-climatica-435762

 

Criminosos gravavam tutoriais a explodir multibancos - Acabaram feridos e presos pela Europol !

Criminosos deslocavam-se entre a Alemanha e os Países Baixos, onde montaram um complexo que servia para armazenar caixas de multibanco que serviam para testar quais os melhores procedimentos para as explodir da forma mais eficaz.


Uma investigação de 18 meses das polícias alemãs e holandesas terminou de uma maneira improvável: com os criminosos, assaltantes de caixas multibanco, se terem ferido — um deles mortalmente — enquanto gravavam vídeos em formato tutoriais a explicar quais os melhores procedimentos para explodir os dispositivos e garantir o acesso ao dinheiro.

Segundo o The Guardian, a dupla construiu mesmo um complexo, na cidade holandesa de Utrech, onde fazia as filmagens, conduzia as experiências e armazenava as caixas multibanco que adquiria. Este último gesto foi, de resto, o que mais pistas deu — até ao acidente mortal — sobre o paradeiro dos criminosos.

“Os criminosos gravavam vídeos que depois entregavam em mãos a outros criminosos”, explicou a Europol. “O principal suspeito, um indivíduo com 29 anos, fez-se explodir involuntariamente enquanto gravava um destes vídeos. O seu acompanhante, outro indivíduo de 24 anos, ficou seriamente ferido e foi posteriormente detido. A explosão mortal remonta a setembro de 2020.

Os agentes da polícia de Osnabruck, na Alemanha, identificaram um conjunto de “encomendas suspeitas” de caixas multibanco a uma empresa alemã, tendo seguido o rasto dos equipamentos até ao outro lado da fronteira, onde uma dupla de rapazes geria o esquema.

“O par fazia encomendas de diferentes modelos de ATM’s e gravava tutoriais para mostrar a forma mais eficiente de os explodir”, explicaram a Europol e a Eurojust, agência europeia de assuntos judiciais. “As máquinas de multibanco eram rebentadas através de explosivos artesanais, o que constitui um sério risco para residentes e transeuntes.”

Esta semana, a polícia holandesa, auxiliada pela Europol, prendeu mais três pessoas durante operações de rusgas que decorreram em Utrecht, Amesterdão e The Hangue, mas também em sete propriedades. Os detidos foram posteriormente extraditados para a Alemanha. Ao longo do último ano, outras seis pessoas foram detidas nos Países Baixos no âmbito desta investigação.

Estima-se que o par tenha estado ligado a pelo menos 18 assaltos a máquinas de multibanco na Alemanha, os quais terão rendido 2.15 milhões de euros.

https://zap.aeiou.pt/criminosos-tutoriais-explodir-multibancos-feridos-presos-435517

 

“Voltem para Minsk!”: Tratamento da Polónia aos migrantes na fronteira com a Bielorrússia suscita críticas !

A Bielorrússia tem deixado entrar migrantes maioritariamente afegãos e iraquianos que depois envia para a fronteira com a Polónia, como retaliação contra as sanções impostas pela UE. Várias ONGs criticaram o estado de emergência decretado pela Polónia.


O tratamento do governo polaco dos migrantes presos na fronteira com a Bielorrúsia continua a gerar preocupação. As críticas subiram de tom depois de Varsóvia ter decidido avançar com a extensão do estado de emergência.

O país enviou também dezenas de milhares de mensagens para os telemóveis dos estrangeiros ao longo da fronteira com a Bielorrússia a tentar convencer os migrantes a voltar para trás. “A fronteira polaca está fechada. As autoridades da Bielorrússia mentiram. Volte para Minsk!”, lia-se nas mensagens escritas em inglês.

De acordo com o Ministério do Interior, só na terça-feira, foram enviadas cerca de 31 mil mensagens para telefones na zona fronteiriça. As mensagens tinham um link para um site onde os migrantes eram avisados que a travessia ilegal pode levar à prisão e que referia que o mau tempo podia ser perigoso para a saúde dos migrantes, isto depois de recentemente terem morrido seis pessoas na zona de hipotermia e exaustão.

Nas últimas semanas, a Polónia enviou milhares de militares para a fronteira e construiu uma cerca de arame farpado. Também jornalistas e ONGs foram proibidos de andar em toda a fronteira, com 400 quilómetros, e foi imposto um estado de emergência.

A crise humanitária na fronteira já não é de agora, mas intensificou-se nas últimas semanas. Cidadãos maioritariamente do Iraque, Afeganistão, Síria, Iémen têm chegado à Polónia através da fronteira com a Bielorrússia, que tem transportado migrantes ou facilitado as deslocações através da atribuição de vistos.

Depois de chegarem legalmente à Bielorrússia, os migrantes são depois levados pelas autoridades até à fronteira com a Polónia para a atravessarem e assim entrarem na União Europeia. Esta política tem sido usada como retaliação depois da UE ter imposto sanções ao governo de Lukashenko.

Inicialmente, a polícia polaca estava a prender os migrantes e a colocá-los em centros de detenção, mas o agravamento da situação tem complicado a resposta das autoridades. A oposição e a UE tinham já criticado o decreto de estado de emergência como uma forma de tentar bloquear os jornalistas de noticiar o tratamento a que os migrantes estão a ser sujeitos na fronteira.

A comissária europeia para assuntos internos, Ylva Johansson, encontrou-se com o Ministro do Interior da Polónia, Mariusz Kamiński, em Varsóvia na terça-feira à noite, mas não conseguiu concessões no pedido de que membros da força europeia para as fronteiras possam entrar na zona.

ONGs acusam Polónia de devolver migrantes ilegalmente

Várias ONGs têm também acusado o governo de devolver as migrantes ilegalmente à Bielorrússia e de não lhes dar apoio médico, comida e abrigos apropriados. A Amnistia Internacional fez também uma análise das imagens de satélite e de outras fotos e vídeos que mostram que desde Agosto houve pelo menos uma devolução.

O grupo revelou na quinta-feira que 32 pessoas estavam na Polónia a 18 de Agosto mas de volta à Bielorrússia no dia seguinte, levantando a suspeita de que guardas polacos armados estavam a obrigar os migrantes a regressar. A Amnistia reforça que obrigar requerentes de asilo a voltar a atravessar a fronteira vai contra a lei internacional.

A ONG polaca Fundação Ocalenie, pediu a Johansson que usasse a autoridade da UE para garantir que a Polónia “respeite a lei internacional e assegure os valores democráticos”. A ONG considera também que Lukasheko está a “jogar um jogo cínico“, mas recusa-se a “aceitar que a Polónia – um estado-membro da União Europeia há 17 anos – use tácticas igualmente desumanas” para lidar com a crise humanitária.

Para além da Polónia, a Lituânia e a Letónia também reportaram grandes aumentos no número de migrantes. As autoridades polacas afirmam que já 11 500 pessoas tentaram atravessar a fronteira ilegalmente só este ano, incluindo 6000 só em Setembro, enquanto que o número total em 2020 foi cerca de 100.

O governo polaco ainda não respondeu directamente às acusações das ONGs, mas já referiu que os migrantes não são refugiados e que estão a ser usados como arma de arremesso pela Bielorrússia, insistindo que tem o direito a defender as suas fronteiras.

As autoridades foram também apanhadas a tentar representar os migrantes como radicais e criminosos. O Ministro da Defesa polaco mostrou esta semana imagens pornográficas violentas aos jornalistas que alegou terem sido recolhidas de telemóveis de migrantes.

No entanto, descobriu-se mais tarde que as imagens eram antigas e estavam disponíveis na internet, o que suscitou críticas até de meios de comunicação que normalmente apoiam o governo, que foi acusado de espalhar “mentiras e manipulação” pela oposição.

https://zap.aeiou.pt/migrantes-polonia-bielorrussia-criticas-435732

 

Síndrome de Havana - Relatório desclassificado afasta radiação micro-ondas e aponta como culpados, grilos !

Um relatório desclassificado sobre os sintomas sentidos por diplomatas em Cuba põe de lado a teoria da exposição direta a radiação micro-ondas. Os culpados podem mesmo ter sido os grilos.

No fim de 2016, depois de serem surpreendidos por um ruídos agudos e persistentes, vários diplomatas norte-americanos que serviam na Embaixada de Cuba adoeceram, apresentando sintomas que incluíam dores de cabeça, dores de ouvidos, perda auditiva, vertigens e náuseas.

Recentemente, a Buzzfeed News publicou um documento desclassificado do Departamento de Estado dos Estados Unidos, concluído em 2018 e classificado como secreto, que rejeita a teoria de que terá sido a exposição direta a radiação micro-ondas a causar a Síndrome de Havana.

O relatório científico considera altamente improvável que as radiações tenham sido a causa dos incidentes e indica que os ruídos podem mesmo ter sido causados por grilos.

Apesar de o documento não concluir definitivamente o que causou os misteriosos sintomas, indica que a “psicologia das massa” pode ter contribuído para a queixa dos funcionários.

“Acreditamos que os sons gravados são de origem mecânica ou biológica, e não eletrónica. A fonte mais provável é o grilo de cauda curta das Índias“, lê-se no documento. “O sofrimento relatado pelos afetados é real” e “efeitos psicológicos podem servir para o explicar”.

A teoria dos grilos já tinha sido apresentada como uma provável explicação, mas o Governo norte-americano rejeitou-a com base noutro relatório, encomendado pelo Departamento de Estado e divulgado por um painel das Academias Nacionais de Ciências, no ano passado, que, uma vez mais, apontou para a teoria da radiação micro-ondas.

Desde que os diplomatas norte-americanos em Havana começaram a relatar sons estranhos que ouviam nas suas casas, surgiram já várias teorias sobre o que terá acontecido. Há a versão do “ataque sónico”, dos grilos e até de uma histeria coletiva.

Até hoje, a Síndrome de Havana ainda é um mistério.

https://zap.aeiou.pt/sindrome-de-havana-relatorio-desclassificado-afasta-radiacao-micro-ondas-e-aponta-grilos-como-culpados-435727

 

Os menus veganos são as apostas das cadeias de fast-food – E os clientes que os compram são inesperados !


A popularidade da carne que não é carne tem crescido, com mais cadeias de fast-food nos EUA a criar menus com hambúrgueres feitos à base de plantas e não foram só os vegetarianos e veganos a renderem-se.

Para além de serem melhores para o planeta, os hambúrgueres com “carne” vegana são também as novas grandes e improváveis apostas das cadeias de restaurantes de fast-food – mas não são só os vegetarianos e veganos que se mostram fãs dos novos menus.

Entre o Impossible Whopper do Burger King e o recém-lançado McPlant do McDonald’s no Reino Unido, já há alguns anos que os hambúrgueres vegan estão a começar aos poucos a entrar nos menus dos restaurantes de fast-food e um novo inquérito mostra que quem come carne está também disposto a experimentar as novidades.

Seja para satisfazer a curiosidade sobre se realmente sabem a carne animal ou porque estão à procura de cortar no consumo de carne por razões de saúde ou ambientais, 72% dos inquiridos numa sondagem do Piplsay que já comeram hambúrgueres veganos também comem carne animal.

Dos 30 700 norte-americanos inquiridos, 71% revelou que já ouviu falar de substitutos para carne feitos à base de plantas nos restaurantes de fast-food e 54% desses 71% já os tinham experimentado.

“Ao longo dos últimos anos, o fenómeno da carne falsa tem deixado de ser apenas uma curiosidade altamente especulativa para um item de comida muito procurado, não só em mercearias mas também servido nos balcões de cadeias populares de fast-food“, escreve a Pplsay.

Desde hambúrgueres até pizzas e tacos, “uma grande diversidade de alternativas sem carne estão disponíveis para os clientes hoje em dia, muitos dos quais estão a optar por elas por razões de saúde, ambientais e éticas”.

Os produtores estão a esfregar as mãos a ver o crescimento da procura deste tipo de alternativas à carne. “Se conseguirmos fazer carne baseada em plantas com o mesmo sabor delicioso, a ser melhor para a saúde e em último caso conseguir que o preço seja mais baixo do que da proteína animal, achamos que muitos poucos consumidores não optariam por isso”, revela um porta-voz da Beyond Meat à Business Insider.

Segundo a analista de mercados SPINS, que é parceira da Beyond Meat, a marca é a líder nas vendas de carne vegana nos Estados Unidos e está disponível em mais de 80 países. A maior competidora é a Impossible Foods, que ficou conhecida pelo seu Impossible Burger e pela parceria com o Burger King.

Já a Eat Just, que produz o substituto de ovos Just Egg, também está a crescer nas parcerias com restaurantes e na popularidade com as gerações mais novas.

“Estamos a ver que os comedores de carne e os flexitarianos (pessoas que são maioritariamente vegetarianas e comem carne de vez em quando) estão interessados em experimentar estas opções. Vamos continuar a ver mais inovação na oferta baseada em plantas com o crescimento da procura”, afirma Alexandra Dallago, da Eat Just, à Insider.

Há muitos vegetarianos e veganos que não se mostram surpreendidos com o domínio dos comedores de carne na procura por fast-food à base de plantas e que referem também que muitos veganos e vegetarianos já sabem onde procurar refeições à sua medida e que por isso não procuram tanto as cadeiras de restaurantes mais populares.

Mesmo com o crescimento da popularidade deste menos, um inquérito da Gallup de 2018 concluiu que apenas 3% dos norte-americanos se identificam como veganos e que 5% são vegetarianos.

https://zap.aeiou.pt/veganos-fast-food-clientes-inesperados-435461

 

Museu deu 72 mil euros a um artista para criar duas obras - Deixou as telas em branco e fugiu !

O museu Kunsten, na Dinamarca, deu cerca de 72 mil euros a um artista para recriar duas obras de arte antigas com notas. Jens Haaning deixou duas telas em branco, intitulou o trabalho artístico de Take the Money and Run e fugiu.


O Museu de Arte Moderna Kunsten, na Dinamarca, entregou 534 mil coroas dinamarquesas, cerca de 72 mil euros, a Jens Haaning. O objetivo era que o artista recriasse duas obras de arte em que utilizaria as notas como material.

Segundo a BBC, a exposição sobre o futuro do trabalho foi inaugurada, mas os dois grandes quadros cheios de notas – que representariam o salário anual na Dinamarca e na Áustria – não estavam lá.

Os visitantes do museu depararam-se com duas grandes telas em branco, um trabalho que o artista de 56 anos intitulo como Take the Money and Run. E fugiu mesmo.

“A obra de arte é que eu levei o vosso dinheiro”, disse Hanning. “Encorajo outras pessoas que têm condições de trabalho tão miseráveis como eu a fazerem o mesmo”, acrescentou o artista.

Lasse Andersson, diretor do museu na cidade de Aalborg, disse à cadeia britânica que se riu com a ousadia de Jens Haaning e admite que o artista é alguém com muito sentido de humor. Sobre as alegações, o diretor refuta que o museu não tinha concordado em pagar-lhe de forma justa.

Haaning tem até 16 de janeiro para devolver o dinheiro.

https://zap.aeiou.pt/museu-dinamarques-telas-em-branco-435701

 

Rússia propõe classificar como “extremistas” grupos de defesa LGBTI e feministas !

Os grupos LGBTI e feministas russos devem passar a ser classificados como “extremistas”, disse na quarta-feira o presidente da comissão para a proteção de crianças da agência Roskomnadzor, Andrei Tsyganov.


“A ideologia LGBTI, o feminismo radical e os movimentos livres de crianças devem ser reconhecidos como extremismo – uma ideologia extremista”, afirmou à agência TASS, citada pelo Moscow Times. Segundo o responsável, a medida ajudaria a proteger crianças e adolescentes russos da influência de conteúdo destrutivo nas redes sociais e na Internet.

O anúncio foi feito no mesmo dia que o Ministério da Justiça russo aplicou o rótulo de “agente estrangeiro” ao Centro Ivanovo de Estudos de Género, uma organização sem fins lucrativos de pesquisa e educação.

O governo do Presidente Vladimir Putin lançou uma repressão aos movimentos liberais e progressistas na última década, no que as autoridades afirmam ser um esforço para reverter o declínio da população e preservar os valores tradicionais.

Em 2013, o país proibiu a propaganda homossexual. No início deste ano, o Rússia Unida, partido no governo, criou propostas para proibir o que identifica como propaganda de poliamor e bissexualidade. As organizações que apoiam vítimas de violência doméstica também foram rotuladas de “agentes estrangeiros”.

O país já havia aplicado a designação “extremista” aos Testemunhas de Jeová e às organizações ligadas ao opositor Alexei Navalny.

https://zap.aeiou.pt/russia-extremistas-grupos-lgbti-435509

 

Sinais de mudança na Coreia do Norte - Kim Yo-jong pode suceder ao irmão como grande líder !

Kim Yo-jong é a irmã mais nova de Kim Jong-un e fala-se de que pode estar na calha para suceder o seu irmão na liderança da Coreia do Norte.


Quando recentemente o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, pediu o fim da guerra na Península da Coreia, a resposta inicial foi uma rejeição do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte.

Esta tem sido a típica resposta de Pyongyang sempre que surge a ideia de transformar o armistício de 1953 entre as duas Coreias em guerra num tratado de paz.

Portanto, foi uma surpresa quando, no dia seguinte, uma mensagem um tanto mais calorosa emergiu de Kim Yo-jong, a irmã do líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, que declarou a ideia “admirável”.

Contudo, especificou uma série de pré-condições que precisariam de ser atendidas: “O que precisa de ser abandonado são as atitudes fraudulentas, o preconceito ilógico, os maus hábitos e a postura hostil de justificar os seus próprios atos e ao mesmo tempo culpar o nosso justo exercício do direito à autodefesa”.

Este é o tipo de mensagem que normalmente se esperaria vir do próprio Kim Jong-un, como tal isso gerou uma discussão sobre quanto peso o mundo pode dar a uma declaração da sua irmã mais nova.

Quem é Kim Yo-jong?

A irmã do líder supremo chamou a atenção internacional pela primeira vez em 2018, quando se tornou o primeiro membro da dinastia Kim da Coreia do Norte a visitar a Coreia do Sul como diplomata. Fez parte da delegação nacional para os Jogos Olímpicos de Inverno em PyeongChang, nos quais os dois países competiram como uma equipa.

Yo-jong reuniu-se com o presidente Moon e apareceu em oportunidades para fotos ao lado do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, e do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe — que será sucedido por Fumio Kishida.

Após o que foi relatado como o seu triunfo diplomático nos Jogos Olímpicos de Inverno, o seu perfil cresceu ao encontrar-se com o presidente chinês, Xi Jinping, e esteve presente em todos os três encontros cara a cara entre o seu irmão e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No entanto, pouco se sabe sobre a infância de Kim Yo-jong — até mesmo a sua data de nascimento está envolta em incertezas.

Yo-jong é a filha mais nova do relacionamento do ex-líder supremo Kim Jong-il com Ko Yong-hui, que era originalmente do Japão e, portanto, teria sido considerada como pertencente a uma casta inferior no complexo sistema songbun da Coreia se Kim Jong-il não tivesse retirado o registo oficial sobre a sua origem.

Diz-se que Kim Yo-jong frequentou a mesma escola particular com o seu irmão mais velho em Berna, Suíça, depois disso frequentou a Universidade Kim Il-sung, em Pyongyang, onde estudou ciências da computação.

Em 2009, os problemas de saúde de Kim Jong-il tornaram a sucessão um assunto de debate urgente e ficou cada vez mais claro que Kim Jong-un estava a ser preparado para assumir a liderança após a sua morte. Mas no funeral de Kim Jong-il, Kim Yo-jong foi fotografada ao lado de familiares mais velhos.

Yo-jong foi elevada ao politburo duas vezes, em 2017 a 2019 e 2020 a 2021. Além disso, também é líder do Departamento de Propaganda e Agitação, no qual tem impulsionado o culto à personalidade em torno do seu irmão, bem como feito declarações regulares sobre as relações externas da Coreia do Norte.

Acredita-se que seja casada com Choe Song, o filho mais novo do secretário do Partido dos Trabalhadores Coreanos, Choe Ryong Hae, o que lhe dá outra fonte de poder político.

Presumível herdeira?

Quanto poder Kim Yo-jong realmente tem? Um incidente de junho de 2020 mostra até que ponto pode exercer a sua vontade na Coreia do Norte.

Em retaliação ao uso de balões por desertores sul-coreanos para lançar panfletos de propaganda no Norte, advertiu que tinha ordenado que o departamento encarregado dos assuntos intercoreanos “realizasse de forma assertiva a próxima ação”, acrescentando que: “Em pouco tempo, uma cena trágica do inútil escritório de ligação conjunta norte-sul seria visto completamente colapsado”.

No dia seguinte, o edifício explodiu, sugerindo que, quando Kim Yo-jong pede algo, isso acontece.

Outro episódio interessante pode revelar detalhes sobre as relações de poder entre Yo-jong e o seu irmão. Em março de 2020, Kim Yo-jong emitiu a sua primeira declaração oficial, atacando o gabinete presidencial da Coreia do Sul, a chamada Casa Azul, que pediu ao Norte que parasse os seus exercícios de disparo. A norte-coreana referiu-se à liderança como “uma mera criança” e “uma criança queimada com medo do fogo”.

Dois dias depois, Kim Jong-un enviou uma mensagem de condolências pelo surto de covid-19 no sul. Isto “sublinhou a sua amizade e confiança inabaláveis para com o presidente Moon e disse que ele continuará a enviar silenciosamente os seus melhores votos para que o presidente Moon supere isto”.

A mensagem deixou os observadores da Coreia confusos sobre se os irmãos estavam em desacordo sobre as relações Norte-Sul ou se isso era uma demonstração de diplomacia “good cop, bad cop” (“polícia bom, polícia mau”).

Esta é uma família onde muitos dos possíveis candidatos do sexo masculino ao poder foram executados ou assassinados — incluindo Kim Jong-nam, meio-irmão de Kim Jong-un que foi assassinado com o agente nervoso VX no aeroporto de Kuala Lumpur em 2017; e o seu tio, Jang Song-thaek, que terá sido executado por um pelotão de fuzilamento em 2013, após ser acusado de ser contra-revolucionário.

Portanto, a situação do relacionamento de Kim Yo-jong com o seu irmão é tão examinada quanto a saúde física de Kim Jong-un quando se trata de se — e quando — pode estar em posição de desafiar o derradeiro poder na Coreia do Norte.

Na Coreia do Norte, parece que para alcançar a liderança é necessário agarrar o poder da trindade dos militares, do partido e do povo. Tanto Kim Jong-il quanto Kim Jong-un tornaram-se figuras importantes da Comissão de Defesa Nacional, assim como o partido através do Partido dos Trabalhadores Coreanos (KWP).

Kim Yo-jong pode ter alcançado o reconhecimento de nome na sua capacidade de porta-voz de negócios estrangeiros e tem acesso ao poder no KWP. Mas ainda não foi nomeada para um cargo na Comissão de Defesa Nacional.

Se isso acontecer em breve, pode ser um sinal de que a Coreia do Norte está a preparar-se para a sua primeira mulher líder.

https://zap.aeiou.pt/ascensao-kim-yo-jong-coreia-do-norte-435430

 

 

 

Bolsonaro diz que foi alvo de troça em Portugal por defesa de fármacos sem eficácia !

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse esta quinta-feira que foi alvo de troça em Portugal pelo facto de o seu Governo defender o uso de fármacos sem comprovação científica contra a covid-19.


A declaração de Bolsonaro deu-se durante a sua habitual transmissão em vídeo nas redes sociais, em que, entre outros temas, voltou a defender aquilo a que chama de “tratamento precoce” contra a covid-19, um conjunto de fármacos sem eficácia contra a doença, como cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e nitazoxanida.

“Eu vi um deboche [troça] de uma televisão portuguesa em cima da gente. Não sei viram esse filme aí. O repórter falando que entrevistou o [Hamilton] Mourão [vice-presidente do Brasil]. Perguntaram o que é que o Mourão tomou [quando esteve infetado] e ele falou ‘tomei isso'”, começou por contar Bolsonaro.

“Daí, a repórter brasileira pergunta: ‘tomou isso? mas não tem comprovação científica contra a covid-19!’ e o Mourão respondeu: ‘mas eu estou vivo’. Piada em Portugal. Piada!“, criticou o mandatário brasileiro.

Após ser diagnosticado com covid-19 em dezembro do ano passado, Hamilton Mourão fez uso de hidroxicloroquina, azitromicina e nitazoxanida, segundo informou a própria assessoria da vice-presidência na ocasião.

Segundo o chefe do Estado, os que falam contra o “tratamento precoce” “tremem” e “falam fino” quando recebem um diagnóstico positivo da doença e passam a “tomar qualquer” coisa.

Bolsonaro aconselhou os brasileiros infetados com o novo coronavírus a procurar um profissional de saúde, assegurando que a “maioria dos médicos” com quem tem conversado receita esses fármacos aos seus pacientes.

O líder brasileiro insinuou ainda que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que cumpre quarentena nos Estados Unidos da América (EUA) após ter sido infetado na sua deslocação à Assembleia Geral das Nações Unidas, possa ter usado medicamentos ineficazes contra a covid-19.

“Quero que a imprensa, quando o Queiroga voltar ao Brasil… Vocês não vão ter coragem de perguntar, mas vai ter repórter que vai. ‘Senhor Marcelo Queiroga, o senhor está vacinado com as duas doses, é um homem que nunca foi visto sem máscara no Brasil e contraiu o vírus’. Ninguém quer dizer que a vacina não serve para nada. Perguntem para ele, se fez algum tratamento inicial nos EUA”, disse.

Jair Bolsonaro, um dos chefes de Estado mais céticos em relação à gravidade da pandemia em todo o mundo, voltou na quinta-feira a questionar a eficácia das vacinas, sugerindo que as farmacêuticas teriam algum “interesse comercial” com a terceira dose contra a doença.

“Porquê essa pressão por vacina? Há interesse comercial? Ora, pessoal, não era suficiente uma ou duas doses? As empresas não diziam que era assim? Pois, se tem a terceira dose, tem que ser de graça, ou não é? Não é direito do consumidor?”, questionou o mandatário.

Bolsonaro, que recusa o rótulo de “negacionista”, disse ainda que a vacina “não é recomendável” para quem já foi infetado porque, segundo o Presidente, quem contraiu o coronavírus “tem mais anticorpos do que qualquer vacina”, argumento usado pelo próprio para justificar o facto de ainda não ter recebido o imunizante.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo ao totalizar 596.749 óbitos e 21,4 milhões de infeções pelo novo coronavírus.

A covid-19 provocou pelo menos 4.771.320 mortes em todo o mundo, entre 233,23 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-alvo-troca-portugal-farmacos-435593

 

Kim Jong-un quer voltar ao diálogo com Coreia do Sul mas rejeita falar com os EUA !

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, expressou vontade em restaurar as linhas de comunicação paralisadas com a Coreia do Sul, nos próximos dias, rejeitando as ofertas de diálogo dos Estados Unidos da América (EUA), informou esta sexta-feira a imprensa estatal.


A declaração de Kim Jong-un é um esforço aparente para abrir um fosso entre Seul e Washington, uma vez que deseja que a Coreia do Sul o ajude a aliviar as sanções económicas e outras concessões lideradas pelos EUA.

O Conselho de Segurança da ONU adiou uma reunião à porta fechada de emergência para discutir os recentes testes militares da Coreia do Norte, de quinta para sexta-feira, a pedido da Rússia, China e outros Estados-membros, que disseram que precisavam de mais tempo para se preparar, segundo diplomatas.

A reunião foi solicitada pelos EUA, Reino Unido e França.

Durante um discurso no parlamento, na quarta-feira, Kim Jong-un disse que o restabelecimento, no início de outubro, das linhas diretas internacionais, que estão inativas há mais de um ano, realizaria os desejos do povo coreano em restaurar a paz entre as duas Coreias, de acordo com a Agência Central de Notícias da Coreia.

Kim Jong-un ainda acusou a Coreia do Sul de estar “empenhada em implorar apoio externo e cooperação, enquanto chama por colaboração internacional, na serventia aos EUA”, em vez de se comprometer a resolver as questões de forma independente entre as duas Coreias.

O líder norte-coreano ecoou os apelos da sua irmã Kim Yo-jong para que Seul abandonasse a “atitude de trato duplo” e o “ponto de vista hostil” sobre os testes balísticos e outros desenvolvimentos.

Alguns especialistas dizem que a Coreia do Norte está a pressionar a Coreia do Sul para reduzir as críticas em relação aos testes com mísseis, que são proibidos por resoluções do Conselho de Segurança da ONU, como parte do seu objetivo de se afirmar como potência nuclear.

O Ministério de Unificação da Coreia do Sul respondeu que vai se preparar para a restauração das linhas diretas, dizendo que são necessárias para discutir e resolver muitas questões pendentes.

Sobre os EUA, Kim Jong-un rejeitou as repetidas ofertas dos norte-americanos para retomar as negociações sem pré-condições, chamando-as de uma tentativa de esconder a “política hostil”, acrescentando que as “ameaças militares” permanecem inalteradas.

A Administração Biden “está a promover o ‘engajamento diplomático ‘e o “diálogo sem pré-condições’, mas isso não passa de um truque mesquinho para enganar a comunidade internacional e ocultar seus atos hostis”, disse Kim Jong-un.

Os EUA estão totalmente inalterados ao exibir ameaças militares e perseguir uma política hostil em relação à Coreia do Norte, mas utiliza formas e métodos mais astutos para fazer isso”, acrescentou.

Kim Jong-un avisou que reforçaria o seu arsenal nuclear e ficaria longe das negociações com Washington, se a Casa Branca não abandonasse a sua “política hostil”, termo usado para descrever as sanções lideradas pelos EUA e exercícios militares regulares entre Washington e Seul.

https://zap.aeiou.pt/kim-jong-estaurar-linhas-coreia-sul-435523

 

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Ativistas alemãs fazem-se passar por empresa de distribuição de panfletos e enganam partido da extrema-direita !

Identidade das autoras da partida — ou crime — só foi conhecida esta semana. Partido estima que mais de um milhão de panfletos tenha sido desperdiçado, mas ativistas aponta, para 5 milhões, qualquer coisa como 72 toneladas de papel.


Na antecâmara das eleições alemãs do último domingo, um grupo de ativistas criou um website — com o aspeto mais profissional possível — a publicitar os seus serviços de entregas de panfletos. O objetivo? Convencer a AfD, partido da extrema-direita, a comprar os seus serviços e, em vez de proceder à efetiva distribuição dos panfletos, devolvê-los ao partido poucos dias antes da eleição. À partida, pode parecer um plano um tanto rebuscado, mas resultou mesmo e os ditos panfletos não chegaram às mãos dos eleitores antes das urnas abrirem.

Tal como noticia o The Washington Post, o website criado vendia os serviços da empresa como “confiável, pontual e barata“, o que terá sido o suficiente para convencer a AfD a entregar-lhe a distribuição de pelo menos um milhão de panfletos — as ativistas, que se opõem às políticas do partido, falam em cinco milhões. Organizadas num grupo intitulado Centro para a Beleza Política (ou Center for Political Beauty, na versão em inglês), que é também um coletivo artístico, as ativistas posicionam-se contra a retórica contra refugiados ou tentativas de desvalorizar o holocausto, pontos que têm sido frequentemente evocados pela AfD — que nestas eleições também prometeu, caso fosse eleito, acabar com as medidas restritivas destinadas a conter a covid-19.

A partida, se assim lhe quisermos chamar, poderá custar ao grupo um processo judicial, já que a AfD promete não deixar impune o ato. Segundo o Público, que cita a agência noticiosa alemã Deutsche Presse-Agentur, o partido ainda não contabilizou o prejuízo decorrente do ato, mas já se sabe que uma queixa criminal deverá mesmo acontecer. “Na verdade, não se pode falar em ‘ação artística‘”, disse o porta-voz do partido.

Apesar de só esta semana a identidade dos autores da peripécia ter sido revelada, dias antes das eleições a AfD já teria comunicado parte do sucedido, uma “operação fraudulenta“, tal como classificou Tino Chrupalla, membro da direção do partido. “Os panfletos são agora inúteis para a nossa campanha. Este era precisamente o objetivo daqueles por trás desta operação. Eles estão a tentar prejudicar intencionalmente a AfD nas eleições”, disse o político.

Apesar do teor do ato — apreciado por uns, criticado por outros —, este parece ser do agrado de muitos alemães, já que ao longo das últimas horas, com recurso a uma iniciativa de crowdfunding, o grupo de ativistas conseguiu angariar 100 mil euros destinados a ajudar na reciclagem dos panfletos que permaneceram na sua posse mas também para defender a “liberdade artística“. Quem enviar donativos recebe isqueiros e t-shirts com o logótipo da empresa de distribuição de panfletos que afinal não existe — mas que o coletivo apelidou de “líder do mercado mundial na não-distribuição de panfletos nazis“.

Segundo explicou Thilda Rosenfeld, membro do grupo, ao The Washington Post, o seu objetivo era “manter o lixo fora da campanha eleitoral“, apesar de numa primeira fase estarem apenas a tentar implementar uma “ideia”. “Quando vimos que estava a resultar ficamos surpreendidas porque a AfD escolheu-nos várias vezes“, disse Rosenfeld.

Se a ação do grupo teve algum impacto nas eleições e respetivos resultados, nunca se saberá. A verdade é que nas últimas eleições federais, há quatro anos, a AfD conseguiu eleger pela primeira vez um deputado para o Parlamento alemão e afirmou-se como a terceira força política no país. No último domingo, caiu para sexta, com um resultado nacional manifestamente inferior ao de 2017, apesar de ter sido a mais votada nos estados federados da Turíngia e da Saxónia.

https://zap.aeiou.pt/ativistas-alemas-distribuicao-panfletos-enganam-partido-extrema-direita-435507

 

Região japonesa cria música rock para proteger população dos ataques de ursos !

Em 2020, foram registados mais de 3300 avistamentos e ursos na prefeitura de Iwate, quando em 2017 tinham sido apenas 700. Ataques mortais são cada vez mais comuns.


Para muitas pessoas, a possibilidade de, no normal decorrer do dia, se cruzarem com um urso é para além de remota, praticamente impossível. Os animais não frequentes, por exemplo, na Europa. No entanto, este é um problema com que os cidadãos japonenes têm que viver e, de preferência, evitar. Recentemente, uma região japonesa adotou uma medida original para aumentar a proteção da sua população: financiou a criação de uma música rock que será amplamente divulgada e tocada para que todos a possam ouvir.

Na letra, os versos estão repletos de conselhos para os habitantes caso se vejam frente-a-frente com um uso, por exemplo, o facto de ser inútil virar as costas e começar a fugir em passo apressado ou fingir-se de morto. A música foi escrita por um grupo de sexagenários locais — também responsáveis pela sua interpretação.

Yuuzen Taguchi, vocalista do grupo, admitiu à agência AFP que muitos dos conselhos presentes na canção já lhe foram úteis no passado, quando ele próprio se deparou com um urso perto de um campo. “É muito assustador quando um deles aparece à tua frente. Queres fugir, mas os meus avós ensinaram-me há muitos anos que se eu alguma vez encontrasse um urso não deveria inverter o caminho que estava a fazer e começar a fugir. Esses ensinamentos vem do conhecimento rural, onde vivi com ursos por perto quando era criança”, explicou.

Em 2020, foram registados mais de 3300 avistamentos e ursos na prefeitura de Iwate, quando em 2017 tinham sido apenas 700. Não é por isso de estranhar que notícias de ataques sejam frequentes, com muitos a terminar na morte dos cidadãos. As autoridades esperam que a música, que será transmitida, por exemplo, nos altifalantes dos centros comerciais, ajude a manter a população segura.

O autor da letra, Kaoru Toudou, revelou que a escreveu originalmente a pensar num estilo mais blues, mas Taguchi acabaria por lhe dar uma roupagem mais rock com os seus “vocais uivantes”. “Diz-se que que os ursos são criaturas tímidas, por isso acho que ao ouvirem a música tocar lá foram podem fugir”, explicou Toudou. “Esse é o poder do rock’n’roll”.

https://zap.aeiou.pt/japao-musica-proteger-populacao-ursos-435478

 

“Estratégia de terror” - Luta de gangues origina 116 mortos em prisão do Equador !

Uma luta entre cartéis mexicanos para controlar as rotas do tráfico de cocaína no Equador resultou em 116 reclusos mortos numa prisão de alta segurança. Muitas das vítimas foram massacradas com motosserras ou decapitadas com facões.


Na quarta-feira, enquanto as autoridades tentavam retomar a prisão Litoral, na cidade de Guayaquil, foram encontrados corpos em vários zonas do edifício. Um dia antes, imagens publicadas nas redes sociais mostravam reclusos das gangues Los Choneros e Los Lobos a lutar com facões, armas e granadas, no terceiro episódio do género registado este ano.

O coronel Mario Pazmiño, ex-diretor da inteligência militar do Equador, disse ao Guardian que a escalada da violência foi impulsionada por grupos mexicanos que disputam o controle das rotas de tráfico através de gangues locais.

“Este tipo de violência tem aumentado à medida que gangues lutam pelo controle das prisões”, indicou. “A violência, o desmembramento, a decapitação, são estratégias para semear o terror entre os reclusos para ganhar o controle territorial – não apenas dentro da prisão, mas fora”, acrescentou.

O Presidente do Equador, Guillermo Lasso, anunciou o estado de emergência de 60 dias nas prisões, indicando disse que destacaria o exército e direcionaria 24 milhões de dólares (cerca de 21 milhões de euros) em fundos para pacificar as prisões.

“A violência extrema se normalizou nas prisões”, referiu Itania Villarreal, ex-diretora da instituição estatal que trabalha para reabilitar reclusos, sublinhando: “Já ocorreram os assassinatos mais atrozes e desumanos, com decapitações, queimaduras, até mesmo com uso de motosserras”.

“O sistema penitenciário entrou em colapso”, notou Villarreal, culpando as autoridades por não realocarem membros de gangues em prisões de segurança máxima e pela falta de funcionários nas penitenciárias.

Mais de 200 reclusos morreram no Equador este ano, mais do que o dobro do número do ano passado. Em fevereiro, 79 pessoas foram mortas enquanto gangues rivais lutavam pelo controle em três prisões. Em julho, mais 22 presos perderam a vida na mesma prisão.

As prisões em toda a América Latina estão sobrelotadas e controladas por gangues criminosas que as usam como quartéis-generais para coordenar o tráfico de drogas e outras atividades criminosas.

https://zap.aeiou.pt/estrategia-de-terror-luta-de-gangues-origina-116-mortos-em-prisao-do-equador-435492

 

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