A Igreja Evangelista já admitiu que foi “um erro terrível”
enterrar um conhecido neonazi na sepultura que anteriormente pertenceu a
um judeu.
Henry Hafenmayer foi enterrado na passada sexta-feira no cemitério de Südwestkirchhof Stahnsdorf.
O neonazi, e negacionista do Holocausto, ganhou notoriedade antes de morrer por ter sido condenado com pena de prisão.
Meses antes de falecer, o alemão de 48 anos, enviou cartas de teor antissemita a várias instituições públicas em que afirmava que o Holocausto era uma “mentira”.
Segundo o The Guardian, o neonazi foi enterrado no local onde anteriormente esteve sepultado Max Friedländer, um músico e académico judeu nascido na Prússia que morreu em 1934.
Como noticia o jornal britânico, a lápide de Friedländer foi coberta com um pano preto
e com letreiros com o nome de Hafenmayer e o versículo bíblico “e
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João, 8:32).
Após o sucedido, a igreja que gere o cemitério já explicou que o local da sepultura de Max Friedländer tinha sido reclamada para novos enterros, como é procedimento normal nos casos em que o arrendamento não é renovado após o “período de descanso”.
A igreja explicou ao The Guardian que as cinzas do académico
judeu já tinham sido removidas, mas a sua lápide foi deixada no local
por ter sido considerada um monumento.
Acrescentou ainda que o pedido inicial do advogado de Hafenmayer solicitava uma sepultura mais central. Este pedido terá sido negado por a gestão temer que o cemitério se pudesse tornar um ponto de encontro para grupos extremistas.
Assim, o advogado terá avançado com o pedido para ocupar a sepultura desocupada de Friedländer. A igreja terá aceitado a proposta com base no princípio de que todos os humanos “têm o direito a um local final de descanso”.
No entanto, o bispo responsável já afirmou ainda que a esta autorização foi “um erro terrível” e que a instituição está “a averiguar se será possível reverter o processo”.
Por sua vez, Samuel Salzborn, membro do gabinete
federal de Berlim que combate o antissemitismo, apresentou esta
terça-feira uma queixa no Departamento de Justiça.
Salzborn considera que “é óbvio que os extremistas de direita escolheram deliberadamente uma sepultura judaica para perturbarem a paz eterna através do negacionista do Holocausto”.
A vacina russa contra a covid-19 de dose única, Sputnik
Light, apresenta 70% de eficácia contra a variante Delta do coronavírus
SARS-CoV-2 três meses após a inoculação, anunciou hoje um laboratório
daquele país.
Segundo o Centro Gamaleya de Epidemiologia e Microbiologia da Rússia,
que desenvolveu esta versão da vacina Sputnik V de duas doses, os
estudos indicam que a Sputnik Light mostrou também uma eficácia superior a 75% nas pessoas com menos de 60 anos.
Este centro de investigação e o Fundo Russo de Investimento Direto
(FRID), que comercializa as vacinas russas no exterior, garantiram que a
eficácia da Sputnik Light “é superior em comparação com algumas vacinas
de duas doses, que mostraram uma diminuição significativa da sua
eficácia – até 50% – contra a variante Delta cinco meses depois da
inoculação”.
A posição destas entidades é baseada em dados de 28 mil pessoas que receberam a dose única quando comparadas com um grupo de controlo de 5,6 milhões de cidadãos que não foram vacinados contra a covid-19.
O centro Gamaleya afirmou ainda que a eficácia da Sputnik Light como
reforço de outras vacinas contra a variante Delta é próxima à da Sputnik
V de duas doses, demonstrando ser 83% eficiente a prevenir a infeção pelo coronavírus e mais de 94% a prevenir a hospitalização.
Esta vacina de dose única foi autorizada até o momento em cerca de 15 países
e será produzida em mais de dez países, como a China, a Índia, a Coreia
do Sul, o México, a Argentina e a Turquia, entre outros.
Em 06 de maio, o FRID, que financia o desenvolvimento das vacinas
russas, anunciou a aprovação da Sputnik Light, que não está autorizada
na União Europeia.
Em comunicado, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera
(IPMA) alertou que uma nuvem de dióxido de enxofre, proveniente do
vulcão Cumbre Vieja, em ilha La Palma, nas Canárias, atingiu a Península
Ibérica.
A informação
foi avançada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA)
nesta quarta-feira, com base nas previsões do modelo do Serviço de
Monitorização Atmosférica do programa Copernicus, que indicam que “uma intrusão de dióxido de enxofre (SO2) com origem na erupção do vulcão Cumbre Vieja estará a progredir sobre a Península Ibérica”.
De acordo com o IPMA, a intrusão de dióxido de enxofre “estará a ocorrer sobretudo acima dos 3000 metros de altitude, não afetando por isso as concentrações deste gás à superfície”.
O comunicado refere ainda que se prevê que este episódio se prolongue
até pelo menos sexta-feira, dia 15 de outubro. Neste sentido, o IPMA
assegura que está a acompanhar “de perto a evolução da situação”.
Atualmente, há pelo menos 595 hectares de área da ilha de La Palma
que já foram afetados pelo fluxo de lava expelida pelo vulcão Cumbre
Vieja, que aumentou após o flanco norte ter desabado no sábado,
proporcionando maior fluidez no escoamento.
Enquanto um dos fluxos de lava avança em direção ao mar, na segunda-feira o outro provocou a combustão de hidrocarbonetos ao passar por uma fábrica de cimento, o que obrigou ao confinamento de cerca de 3500 pessoas.
Ao longo do dia de ontem, surgiram novas correntes que obrigaram cerca de 800 habitantes a abandonar as suas casas.
Esta foi é a última evacuação ordenada pelas autoridades desde a erupção do vulcão La Palma, a 19 de setembro, elevando assim o número total de desalojados para cerca de 6.800.
O Papa Francisco autorizou esta quarta-feira a promulgação do
decreto relativo ao milagre atribuído a João Paulo I (Albino Luciani),
nascido em 17 de outubro de 1912 em Forno di Canale (hoje Canale
d’Agordo, Itália) e falecido em 28 de setembro de 1978 no Palácio
Apostólico (Estado da Cidade do Vaticano), durante a audiência ao
prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.
João Paulo I, que ficou conhecido como o “Papa do
sorriso”, foi eleito Papa a 26 de agosto de 1978 e morreu
inesperadamente 33 dias depois, tornando o seu pontificado um dos mais
curtos da história.
O milagre pelo qual Luciani será proclamado bem-aventurado refere-se à
suposta cura inexplicável de uma criança argentina que sofria de grave
doença cerebral.
A jornalista e vice-postuladora da causa da canonização, Stefania Falasca,
anunciou há algumas semanas no jornal religioso “Avvenire” que o
conselho médico que examinou o caso da menina argentina “decidiu por
unanimidade que a cura era cientificamente inexplicável”.
A causa de canonização de Albino Luciani foi aberta em novembro de
2003, 25 anos após a sua morte, e terminou em novembro de 2017 com o
decreto sancionado pelo Papa Francisco, que proclamava as virtudes
heroicas de João Paulo I.
No final de novembro de 2017 terminou a investigação diocesana iniciada em 2016 na diocese argentina de Buenos Aires.
Ao ser reconhecido o milagre da cura da criança
abre-se o caminho para a beatificação do Papa João Paulo I, ficando
apenas a aguardar a data que será fixada pelo Papa Francisco.
Os Estados Unidos estão jogando um jogo perigoso de dar uma cara pública a uma política de defesa de Taiwan da China, para a qual têm capacidade zero de implementá-la. Após uma recente escalada de tensões entre Pequim e Taipei, o presidente chinês Xi Jinping prometeu no sábado buscar a “reunificação” com Taiwan por meios pacíficos e alertou as nações estrangeiras sobre a intromissão na questão.
Nos últimos anos, a Força Aérea da República Popular da China tem feito missões para a Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan, ou ADIZ, como um meio de enviar um sinal a Taipei de que a China não reconhece suas reivindicações de independência e, como assim, qualquer noção de um ADIZ é nula e sem efeito. Esses incidentes, que vêm aumentando ao longo dos anos, atingiram recentemente um crescendo: a China, de acordo com Taipei, voou 38 aeronaves em duas ondas para o ADIZ de Taiwan em 1º de outubro, 39 mais em 2 de outubro (também em duas ondas), e 16 o dia seguinte. Em resposta, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, emitiu um comunicado. “Os Estados Unidos estão muito preocupados com a atividade militar provocativa da República Popular da China perto de Taiwan, que é desestabilizadora, corre o risco de erros de cálculo e mina a paz e a estabilidade regionais. Instamos Pequim a cessar sua pressão militar, diplomática e econômica e coerção contra Taiwan. ” O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, respondeu “Taiwan pertence à China e os EUA não estão em posição de fazer comentários irresponsáveis. As observações relevantes do lado dos EUA violam gravemente o princípio de uma só China e as estipulações dos três comunicados conjuntos China-EUA e enviam um sinal extremamente errado e irresponsável ”. Em 4 de outubro, Taipei disse que a China enviou sua maior onda de aeronaves até o momento para o ADIZ de Taiwan, cerca de 56 no total, incluindo 36 jatos de combate J-16 e Su-30, 12 bombardeiros H-6 com capacidade nuclear, 2 Y-8 anti - aeronaves de guerra submarina (ASW) e duas aeronaves KJ-500 aerotransportadas de controle e alerta antecipado (AEW & C). Alarmado com esses acontecimentos, o presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, declarou que “Taiwan não busca confronto militar. Espera uma coexistência pacífica, estável, previsível e mutuamente benéfica com seus vizinhos. Mas Taiwan também fará o que for preciso para defender sua liberdade e modo de vida democrático. ” 'Custe o que custar', no entanto, é um conceito infinito apoiado pela realidade finita de que Taiwan tem um exército de cerca de 165.000 soldados na ativa e cerca de 1,6 milhão de soldados da reserva que foram equipados com bilhões de dólares de militares americanos avançados equipamento. Embora os militares de Taiwan possam parecer bons no papel, estão mal preparados para as realidades do tipo de combate em grande escala que será dirigido a eles se a China decidir prosseguir com uma invasão. Como o mundo aprendeu no Afeganistão, números impressionantes no papel não se traduzem automaticamente em uma força de combate impressionante no local. E a China estaria entregando violência em uma escala várias ordens de magnitude acima do que o Taleban jamais poderia imaginar. Se a China algum dia decidir invadir Taiwan, a suposição de trabalho seria que ela realizou uma extensa avaliação baseada na inteligência de suas chances de vitória, que teria que ser quase certa para que a China empreendesse uma ação que traria consigo a condenação de grande parte do mundo. A China teria localizado com precisão as guarnições e os locais de implantação de todas as principais unidades de combate terrestre de Taiwan. Teria feito o mesmo com todas as aeronaves com capacidade de combate no inventário taiwanês. E teria identificado as bases logísticas usadas por Taiwan para sustentar suas forças de combate na linha de frente. Todos eles seriam submetidos a extenso bombardeio pré-ataque pelas forças aéreas chinesas e por mísseis balísticos. Qualquer unidade sobrevivente de Taiwan seria então confrontada com a difícil tarefa de repelir uma invasão massiva que provavelmente compreenderia uma combinação de forças anfíbias e de assalto aéreo. Supondo que unidades suficientes tenham sobrevivido ao bombardeio pré-ataque para apresentar uma defesa competente, eles rapidamente vasculhariam seus estoques de munição, combustível e comida. Unidades que foram cortadas de reabastecimento começariam a se render, e a noção de rendição se tornaria contagiosa. Grupos de defensores obstinados poderiam sobreviver para lutar por um período, mas a realidade é que Taiwan cairia em menos de uma semana. Muito se tem falado sobre a capacidade dos EUA de vir em defesa de Taiwan. Embora os Estados Unidos possam ter causado grandes ondas navegando com sua marinha pelo estreito de Taiwan, tal manobra seria suicida em tempos de conflito. A Marinha dos Estados Unidos seria relegada a ficar muito a leste de Taiwan, fora do alcance da capacidade mortal de mísseis balísticos da China, lançando aeronaves que teriam capacidade de combate limitada devido às limitações de combustível e peso. O mesmo se aplica à Força Aérea dos Estados Unidos. O fato é que qualquer aeronave que os Estados Unidos despachassem para defender Taiwan de uma invasão chinesa seria rapidamente destruída, sem substituições disponíveis em um período de tempo que pudesse mudar o curso da batalha terrestre em Taiwan. Muito se tem falado sobre os relatos da mídia sobre a presença de forças dos EUA em Taiwan com o objetivo de treinar os militares de Taiwan. Essas forças não fazem parte de nenhuma aliança formal ou pacto de defesa, mas sim do que é conhecido como missões de treinamento de “defesa interna estrangeira”, neste caso envolvendo algumas dezenas de Forças Especiais e Fuzileiros Navais dos EUA em treinamento de pequenas unidades. Este não é o tipo de treinamento operacional em grande escala realizado por alianças formais como a OTAN, onde a interoperabilidade é essencial para qualquer operação de combate combinada. O melhor que os Estados Unidos poderiam esperar fazer quando se tratasse de defender Taiwan seria modificar os aviões de guerra existentes para o reforço da Coréia do Sul. Este plano de guerra, conhecido como OPLAN-5027, tem uma subseção conhecida como Lista de Desdobramento em Fase de Tempo, ou TPFDL, que identifica as forças e equipamentos necessários para reforçar a Coreia do Sul em tempo de guerra. Ao mesmo tempo, o TPFDL tinha reservado 690.000 soldados, 160 navios da Marinha e 1.600 aeronaves para desdobramento dos Estados Unidos para a Coreia do Sul em 90 dias após o início de uma guerra na península coreana. Duas coisas vêm à mente - quando a cavalaria dos Estados Unidos estivesse pronta para chegar a Taiwan, eles estariam 83 dias atrasados. E, mais importante, a China teria consolidado seu domínio sobre Taiwan, fazendo qualquer esforço dos EUA para retomá-lo como suicídio. OPLAN-5027 prevê forças dos EUA fluindo para portos sul-coreanos controlados pelo governo sul-coreano. Não é um plano de ataque anfíbio, e qualquer esforço para transformá-lo em um fracassaria. Esta é a situação atual baseada na realidade quando se trata da defesa de Taiwan pelos EUA. A única alteração que poderia ser feita seria os EUA usarem armas nucleares em defesa de Taiwan. Isso, é claro, desencadearia uma guerra nuclear geral com a China, e os EUA não estão preparados para cometer suicídio nacional por uma nação com a qual nem mesmo têm um pacto defensivo formal. Ned Price pode querer manter tudo isso em mente na próxima vez que se aproximar do microfone para falar sobre a defesa de Taiwan. Ele e o resto do governo dos EUA estão assinando cheques com a boca que nem Taiwan nem os militares dos EUA podem descontar. Um curso de ação melhor seria trabalhar com a China e Taiwan em direção ao objetivo da unificação pacífica que preserva intacto o sistema democrático de governo que existe em Taiwan.
Para os investigadores, a área onde o ecossistema de mangues
foi encontrado terá sido, há centenas de milhares de anos, uma zona de
água salgada. As plantas terão, então, ficado “encalhadas” durante a
última era glaciar.
Contra todas as previsões genéticas, geológicas e botânicas, uma investigação recente descobriu um conjunto de mangues — ecossistemas costeiros de transição entre biomas terrestre e marinho — vermelhos nas profundezas tropicais da península de Yucatan, muito longe da área onde seria expectável, já que os arbustos são grandes amantes de mar (água salgada), o qual fica a 170 quilómetros do local onde a descoberta foi feita.
De forma a encontrar justificação para ela, investigadores de várias
áreas recorreram a teorias antigas para confirmar uma suspeita que já
havia sido avançada também por cientistas e por habitantes locais:
aquela zona foi anteriormente um ecossistema de mangues de água salgada que ficou “encalhado” durante a última era glaciar, quando os oceanos recuaram.
Isto faz da descoberta uma “relíquia de água doce de um ecossistema com cerca de 125 mil anos de idade”. Para Felipe Zapata,
da Universidade da Califórnia, esta é uma “descoberta extraordinária”.
“Não só os mangues encontrados detém as suas origens impressas no seu
ADN, como todo o ecossistema costeiro da última era glaciar encontrou
ali refúgio — estudos anteriores também davam conta de possíveis “lagoas fósseis” ao longo da costa mexicana que também terão sido separadas do mar, embora não tão longe como a mais recente descoberta.
Tal como lembra o site Science Alert,
os mangues vermelhos crescem sobretudo nas águas salgadas dos trópicos,
embora sejam por vezes encontradas em águas doces. Isto acontece
sobretudo quando os depósitos de cálcio são suficientemente ricos para que se possam estabelecer sem qualquer necessidade dos nutrientes do mar.
Através de análises feitas por investigadores aos genomas de 79 árvores em 11 áreas ao redor na península do Yucatan, descobriram que as árvores que habitam na água doce são distintas
das que vivem na água salgada. Por exemplo, as árvores de água doce
apresentavam características que as relacionavam com um mangue
encontrada na Lagoa de Términos, na vertente do Golfo do México da
península do Yacatan, o que parece sugerir que estes dois mangues podem
ser “irmãos” e ter antepassados comuns, os quais devem estar na parte norte da península.
Outras lagoas “interiores” no México, por outro lado, parecem estar
ligadas aos mangues das Caraíbas, o que sugere que existem duas
linhagens distintas de manges vermelhos: a do norte e a do sul.
“A análise genética da população confirma que os mangues do rio San
Pedro são uma relíquia de um ecossistema costeiro que colonizou os lagos
de tufa do rio, provavelmente durante o último interglaciar, tendo ficado para trás ao longo das margens do rio após os oceanos terem recuado durante a glaciação do Wisconsin“, afirmam os autores.
Através dos modelos existentes feitos sobre os níveis do mar para o sul do Golfo do México, os investigadores identificaram planícies costeiras baixas, as quais se poderiam facilmente transformar numa “banheira”
se o nível do mar subisse um pouco. Antes do último evento de
glaciação, todas as calotas polares tinham derretido e o nível do mar
era aproximadamente 6 a 9 metros mais alto do que é hoje.
Esta diferença é suficiente para inundar as terras baixas de Tabasco
no México e submergir as florestas tropicais que fazem fronteira com San
Pedro. A “banheira” ficou então cheia de água salgada dentro de séculos, dizem os investigadores. Isto significa que em apenas poucas gerações os mangues foram capazes de se estabelecer-se ao longo das linhas costeiras em mudanças.
No entanto, os mangues não são caso único. Outras espécies mais pequenas também foram capazes de colonizar estes novos ambientes muito rapidamente — com quase uma centena a encontrar-se lá até aos dias de hoje.
Este ecossistema “único” providencia uma acesso essencial ao último
evento de aquecimento da Terra, podendo dar-nos informações importantes
sobre para onde nos dirigimos face às alterações climáticas — com os modelos a sugerirem uma subida de cerca de cinco metros até 2300. A dúvida está em como é que os ecossistemas se vão adaptar a estas mudanças, pelo que os mangues poderão ser importantes para os investigadores neste sentido, lembra o Gizmodo.
“A parte mais surpreendente deste estudo é que fomos capazes de
examinar um ecossistema de mangues que está preso no tempo há mais de
100 mil anos” explicou Octavio Aburto-Oropeza, ecologista marinho da Universidade da Califórnia de San Diego e principal autor do estudo.
“Há certamente mais a descobrir sobre como as muitas
espécies deste ecossistema se adaptaram através das diferentes
condições ambientais ao longo dos últimos 100 mil anos. O estudo destas
adaptações anteriores será muito importante para compreendermos melhor
as condições futuras num contexto de alterações climáticas.”
No entanto, o investigador deixa um aviso: para que o sistema de
mangues descoberto em São Pedro, no México, sirva como objeto de estudo
no futuro — de forma a antecipar o comportamento de outras espécies — é preciso que ele continue a existir. O alerta justifica-se com o facto de o sistema estar sob ameaça — na década de 70,
a desflorestação que aconteceu naquela região deixou as florestas
seriamente despidas, pelo que os mangues só sobreviveram por serem difíceis de alcançar.
Centenas de trabalhadores das duas empresas tecnológicas
assinaram uma carta em conjunto onde condenam a decisão de fornecer
serviços ao governo de Israel e apelam ao apoio da comunidade
internacional.
Numa carta anónima publicada no jornal britânico The Guardian, trabalhadores das gigantes tecnológicas norte-americanas Google e Amazon manifestaram-se contra o Projecto Nimbus, um contrato de venda de produtos tecnológicos assinado entre as empresas e o governo de Israel.
“Nós acreditamos que a tecnologia que criamos deve ser usada para
servir e elevar as pessoas em todo o lado. Como os trabalhadores que
mantém estas empresas a trabalhar, somos moralmente obrigados a falar contra violações dos nossos valores“,
começa a carta, que já foi assinada internamente por 90 trabalhadores
na Google e 300 na Amazon. Os funcionários mantêm-se anónimos por
temerem retaliações.
Os trabalhadores referem que já há anos que têm visto as empresas a
procurar contratos com o Departamento de Defesa dos EUA, o ICE (a
polícia que patrulha a fronteira americana com o México e que aplicava a
política de separação de crianças nos centros de detenção) e
departamentos locais e estaduais de polícia.
“Estes contratos mostram um padrão perturbador de militarização,
falta de transparência e fuga à supervisão”, criticam. No seguimento
deste padrão, as empresas assinaram recente o Projecto Nimbus para a
“venda de tecnologia perigosa com o exército e governo israelitas” na
mesma semana em que Israel “atacou palestinianos na Faixa de Gaza”,
tendo matado quase 250 pessoas, “incluindo mais de 60 crianças”.
O Projecto Numbus é um contrato assinado entre a Google e a Amazon e o governo israelita avaliado em 1.2 mil milhões de dólares
para o fornecimento de serviços de cloud, que os trabalhadores
consideram que vão ser usados para “mais vigilância e recolha de dados
ilegais de palestinianos” e para aumentar ainda mais o domínio dos
colonatos israelitas no território que é legalmente da Palestina.
Os funcionários dizem que não podem ignorar a situação ao verem os produtos que criam a ser usados “para negar os direitos básicos aos palestinianos” por um governo que está a ser investigado internacionalmente por cometer crimes de guerra.
“Condenamos a decisão da Amazon e da Google de assinar o contrato do
Projecto Nimbus com o exército e governo israelitas e pedimos-lhes que
rejeitem este e futuros contratos que vão prejudicar os nossos
utilizadores. Apelamos aos trabalhadores na área da tecnologia a nível
global e à comunidade internacional que se junte a nós na criação de um mundo onde a tecnologia promove a segurança e dignidade de todos”, concluem.
Esta é já uma atitude repetida, uma vez que o partido espanhol de extrema-direitajá havia incluído Portugal no mapa de território espanhol.
O partido nacionalista espanhol VOX divulgou um cartaz alusivo ao Dia da Hispanidade, que hoje se comemora, em que o território português é parte de Espanha, tal como as ex-colónias portuguesas.
“A Espanha tem muito a comemorar e nada do que se arrepender.
Num dia como hoje, há 529 anos, Colombo descobriu a América e começou a
Hispanidade, a maior obra de geminação realizada por um povo na história universal“, afirma o partido em mensagem que acompanha a imagem divulgada nas redes sociais.
No centro da imagem está um mapa que assinala a vermelho
antigas possessões da coroa espanhola em todo o mundo, incluindo
Portugal, toda a América Latina, grande parte da América do Norte e as
costas africanas do Atlântico e Índico, incluindo o que é hoje Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique, entre outros países.
No topo, uma bandeira com as armas portuguesas, ao
lado do escudo real espanhol filipino, durante o período de 60 anos de
anexação de Portugal por Espanha (1580-1640), em que as armas
portuguesas faziam parte do brasão da coroa espanhola.
Em diversos países sul-americanos, a data foi assinalada por marchas de
povos indígenas, com os quais se solidarizaram diversos partidospolíticos e alguns chefes de Estado.
O Dia da Hispanidade, feriado nacional no país-vizinho, marca a
chegada, em 12 de outubro de 1492, de uma expedição liderada por Cristóvão Colombo
à Ilha Guananí, no arquipélago das Bahamas, considerado o primeiro
contacto entre a Europa e a América, poucos anos antes da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
O feriado espanhol instituído pela lei 18/1987 simboliza, segundo o Diário Oficial do Estado, “o acontecimento histórico
em que a Espanha, prestes a concluir um processo de construção do
Estado com base na nossa pluralidade cultural e política, e integração
dos Reinos de Espanha na mesma monarquia, inicia um período de projeção linguística e cultural para além dos limites europeus”.
O Citroën Skate é uma plataforma de veículos elétricos, totalmente autónoma, que pode ser equipada com diferentes tipos de cápsulas.
A plataforma Citroën Skatequer
revolucionar o transporte em meio urbano sem que seja necessário um
humano para a controlar. O veículo mede 2,6 metros de comprimento, 1,6
metros de largura e 51 centímetros de altura – para ocupar pouco espaço
-, e conta com uma série de cápsulas – ou Pods – dedicadas a diferentes utilizações.
A Citroën explica que a separação entre a plataforma e os
serviços de mobilidade permite “maximizar o uso da tecnologia autónoma,
ao mesmo tempo que expande as ofertas de serviços”.
Segundo o New Atlas, a velocidade máxima pode ser limitada a 25 km/h ou 5 km/h,
dependendo de como está a ser utilizado, enquanto a suspensão
hidráulica suaviza os solavancos. Em vez das tradicionais rodas, a
plataforma tem esferas de borracha, produzidas pela Goodyear, que permitem uma manobrabilidade omnidirecional.
A empresa hoteleira francesa Accor criou os Pods Sofitel En Voyage e Pullman Power Fitness.
O primeiro permite transportar dois a três passageiros e é inspirado na
cidade de Paris. No luxuoso interior conta com um ecrã em LED, um bar e
um tablet para chamadas em videoconferência.
Já o Pullman Power Fitness foi pensado para os atletas. Com
lugar para um só utilizador, a cápsula permite fazer desporto de uma
forma independente – uma vez que conta com um remo de um lado e uma
bicicleta do outro -, sem esquecer o treinador digital.
A terceira e última cápsula, chamada JCDecaux City Provider, é inspirada no mobiliário urbano e transporta até cinco passageiros, aos quais oferece tomadas USB e dois ecrãs interativos.
As cápsulas podem ser montadas na plataforma em apenas 10 segundos.
A decisão surge numa altura em que vários estados estão a
desafiar legalmente o plano de vacinação de Biden. Apenas 66% dos
americanos elegíveis para se vacinarem o fizeram.
O governador Republicado no Texas, Greg Abbott, emitiu na
segunda-feira uma ordem executiva que impede que as empresas tanto
públicas como privadas exigiam a vacina obrigatória aos seus
funcionários.
O Texas tem sido um dos estados onde a liderança se opõe mais às
limitações causadas pela covid-19. Recorde-se que em Março, Abbott
acabou com a obrigatoriedade do uso de máscara e abriu o estado a 100%.
Em Maio, o governador também emitiu uma ordem executiva onde proibia as entidades públicas de impor a máscara obrigatória.
Segundo o New York Times,
esta nova ordem sobre a vacina refere que “nenhuma entidade no Texas
pode exigir provas de se ter tomado a vacina contra a covid-19 a
qualquer indivíduo, incluindo empregadores e consumidores que sejam
contra a vacinação por motivos de objecção de consciência, por razões religiosas, por razões médicas, ou por já terem recuperado de covid-19”.
Abbott suspende assim “qualquer estatuto relevante enquadrado nos
quadros necessários para a aplicação desta proibição”. Apesar de
reconhecer que as vacinas “são fortemente aconselhadas”, sublinha que
“devem sempre ser tomadas de forma voluntária por todos os texanos”.
Este anúncio é mais uma dor de cabeça para Joe Biden, depois do Presidente norte-americano ter avançado em Setembro com um plano de vacinação
que obrigava os funcionários públicos a serem vacinados sem opção de
teste e também todas as empresas com mais de 100 funcionários a exigir vacina ou um teste semanal.
O plano foi rapidamente criticado pela oposição, com vários
governadores e procuradores-gerais estaduais republicanos a considerá-lo
autoritário e a avançarem com processos em tribunal para tentar bloquear a decisão de Biden.
Biden continuou a apelar a que as empresas tomem medidas para que os
trabalhadores se vacinem, visto que uma parte significativa da população
elegível continua sem se vacinar. De acordo com o NYT, na sexta-feira apenas 66% dos americanos com 12 ou mais anos já estavam totalmente vacinados.
Além do Texas, a Flórida, governada pelo Republicano Ron DeSantis
também tem sido um dos principais estados a opor-se às medidas de Biden
que obrigam à vacinação e ao uso de máscara.
A professora Srividhya Ragavan, que ensina saúde pública global na
faculdade de direito de uma universidade texana, acredita que a ordem de
Abbott vai ser desafiada em tribunal, tal como a anterior proibição às máscaras obrigatórias.
Os tribunais nos EUA costumam defender os mandados de vacina
obrigatória, explica Ragavan ao NYT, porque não são apenas os direitos
de quem se recusa a ser vacinado que são postos em causa.
Tanto o Facebook como o Google, que têm ambos escritórios no Texas,
tinham anunciado que o certificado de vacinação seria exigido para aos
trabalhadores. No caso do Facebook, que emprega mais de 2000 pessoas no
estado, a empresa já reagiu à ordem de Abbott num comunicado, dizendo
que a sua política de vacinação não vai ser mudada.
Também a American Airlines, baseada na cidade texana de Fort Worth,
anunciou na sexta-feira que os seus mais de 100 mil trabalhadores nos
EUA têm de se vacinar.
Ken Pillonel é estudante do mestrado em robótica do Swiss
Federal Institute e implementou um sistema que daqui a uns meses pode
tornar-se regra nos dispositivos da marca da maçã.
Numa altura em que a União Europeia tem vindo a pressionar a Apple e
as restantes empresas fabricantes de smartphones a uniformizar a entrada
dos dispositivos que visam o carregamento das suas bateriais, Ken Pillonel,
um estudante do Swiss Federal Institute pôs mãos à obra e fabricou
aquilo que daqui a uns meses pode vir a ser uma realidade nas lojas de
aparelhos tecnológicos: um iPhone com entrada a USB.
Segundo o site Apple Insider,
que veiculou a notícia, a experimentação demorou meses a estar
concluída e poderá ser testemunhada nas próximas semanas, quando o
estudante de robótica lançar o vídeo que ilustra todo o processo. Neste momento, o vídeo final está ainda a ser editado, apesar de no teaser já ser possível conhecer alguns dos passos seguidos pelo estudante — que também detalhou as etapas no seu blog.
Lá, Ken Pillonel explica ainda o pouco que as outras fabricantes destes cabos conhecem sobre o sistema criado pela Apple.
É que para chegar ao resultado final, teve de passar “longas horas” a
abrir os cabos fabricados pela marca norte-americana, os quais dizem ser
concebidos “como tanques“. Após este esforço, Pillonel conseguiu desvendar o PCB da porta C94 usada pela Apple e partilhou imagens de como esta é feita.
Posteriormente, o jovem conseguiu reverter a tecnologia ali usada
e instalou-a numa superfície demasiado grande para ser inserida num
iPhone. Após meses a tentar, Pillonel diz ter conseguido não só
inseri-la, mas também carregar a bateria do dispositivo e transferir dados desde.
Atualmente, ainda não se sabe qual será a postura da empresa fundada por Steve Jobs se a diretiva da União Europeia for efetivamente aprovada e implementada.
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) rejeitou esta
terça-feira 24 queixosos que já tinham tentado perante tribunais belgas
processar o Vaticano por atos de pedofilia cometidos por padres.
O TEDH invocou em particular “a imunidade” do Vaticano
reconhecida pelos “princípios do direito internacional”, dando assim
razão à justiça belga, que tinha rejeitado os queixosos de nacionalidade
belga, francesa e holandesa e invocado a imunidade da jurisdição do
Vaticano.
“O tribunal julga que a rejeição (…) não se desviou dos princípios do direito internacional geralmente reconhecidos em matéria de imunidade dos Estados” e que se aplicam ao Vaticano, indica o TEDH num comunicado.
Conclui assim que não houve violação das disposições da Convenção
Europeia dos Direitos Humanos sobre o “direito de acesso a um tribunal”
invocada pelos requerentes, que alegavam terem sido impedidos de apresentar as suas queixas contra o Vaticano.
Segundo o comunicado, os requerentes tentaram, em 2011 na Bélgica,
apresentar uma ação civil coletiva contra o Vaticano, dirigentes da
Igreja Católica no país e associações católicas, exigindo indemnizações
por “danos causados pela forma estruturalmente deficiente como a Igreja
teria enfrentado o problema dos abusos sexuais no seu seio”.
Observando que o Vaticano “tem características comparáveis às de um Estado”, os juízes europeus consideram que a justiça belga tinha o direito de “deduzir” nesse sentido.
“O fracasso total da ação dos requerentes resulta na realidade”
de más “escolhas processuais” que “não alteraram” durante o processo
“para precisar e individualizar os factos que fundamentavam as suas
ações”, conclui o tribunal.
Kim Jong-un promete construir um “exército invencível” face
ao que diz serem políticas hostis dos Estados Unidos. Ainda assim, o
líder norte-coreano garante que o país não procura “guerra com ninguém”.
As declarações do líder da Coreia do Norte foram feitas na exposição de Autodefesa 2021, em Pyongyang, onde foram apresentados novos equipamentos militares do país.
O objetivo, frisou Kim Jong-Un, é aumentar a
capacidade defensiva do país, acusando os Estados Unidos de promoverem
políticas “hostis”, que são “causa principal” da instabilidade na
região.
“Os Estados Unidos estão a fomentar a tensão na região. Não há fundamentos nas suas ações que nos levem a acreditar que não são hostis”, disse Kim, citado pela imprensa local.
“Não estamos a discutir a guerra com ninguém mas, antes, a evitar a própria guerra e a aumentar a dissuasão militar para proteger a soberania nacional”, frisou.
Por outro lado, escreve o The Guardian, acusou também a Coreia do Sul de estar a “destruir o equilíbrio militar na península coreana” e a “aumentar a instabilidade militar e o perigo”.
De recordar que Seul tem vindo a aumentar o seu arsenal e a realizar
anualmente exercícios militares com EUA, que Pyongyang vê como “um ensaio para a guerra”.
Embora tenham sido restabelecidas as comunicações entre os dois lados do Paralelo 38, Kim acusou Seul de ter uma “ambição imprudente” e uma atitude “dupla e ilógica”.
O evento em Pyongyang foi uma das maiores exposições militares
realizadas no país, um dia depois do 76.º aniversário do Partido dos
Trabalhadores.
Entre o armamento em exposição, incluindo tanques e mísseis intercontinentais, destacou-se o Hwasong-8, o míssil hipersónico testado há menos de um mês e visto como a próxima geração de armamento.
Revelação foi feita esta semana por Tom Taylor, autor da
banda-desenhada que revelou não querer “desperdiçar” a oportunidade de
conferir mais inclusão e representatividade à história.
O novo Super-Homem, filho de Clark Kent e Lois Lane,
vai ter na saga do universo DC, iniciada 1938, um perfil ligeiramente
diferente do que herdou do seu do seu pai. Para além de se dedicar a
salvar as florestas dos incêndios provocados pelas alterações
climáticas, crianças de escolas atingidas por tiroteios e impedir a
deportação de refugiados, JonathanKen irá iniciar, ao longo da trama, uma relação homossexual com Jay Nakamura, um jornalista em ascensão que conhece na escola, quando tenta adotar uma identidade secreta e frequentar uma escola.
Trata-se de um novo rumo dado por Tom Taylor, autor da trama, para quem “substituir o Clark Kent por outro herói branco hetero seria uma oportunidade perdida“. “Um novo Super-Homem teria de ter novas lutas — problemas do mundo real — que defender enquanto uma das pessoas mais poderosas do mundo.”
Precisamente por este motivo — paralelamente ao facto de ser a
definição do herói-tipo norte-americano —, a revelação parece ter tido
um grande impacto, numa área que luta há alguns anos
por aumentar a representatividade e a diversidade, mas também incluir
causas da atualidade — como aconteceu há anos com o Black Panther e como se espera que aconteça com o próximo Aquaman, que deverá ser negro e gay.
Tal como lembra o The New York Times, um
dos primeiros momentos em que a homossexualidade foi representada na
banda desenhada de grande dimensão foi em 1980, mas não de forma
positiva. Na história, Bruce Banner, o alter ego de Hulk (personagem da Marvel) foi vítima de uma tentativa de violação. Mais de dez anos depois, em 1992, o Northstar, outra das estrelas da Marvel também se assumiu como gay.
Apesar de o Super-Homem não ser, por isso, o primeiro ou o último
herói de banda desenhada a assumir a sua homossexualidade, a notícia
está a ser bem recebida por organizações e ativistas pelos direitos LGBT, que destacam a notoriedade
da figura, mas também por alguns apaixonados pelo estilo. “Este não é o
Northstar, que a tua tia nunca ouviu falar”, afirmou Glen Weldon, autor
da biografia não autorizada do Super Homem e de um programa de rádio
sobre cultura pop nos Estados Unidos da América. “É o Super-Homem e isso
conta para alguma coisa — no que respeita à visibilidade, à atenção que vai atrair”, explicou.
Por outro lado, a decisão do autor também motivou críticas, com alguns fãs a queixarem-se de que tanto a Marvel como a DC “arruinaram as suas histórias para agradar a um movimento de pessoas que nem sequer compra banda desenhada”.
Para o Glen Weldon este não é um ponto válido. “Qualquer passo que
possa ser dado para transformar o mundo dos super-heróis em algo mais parecido com o mundo real
é algo positivo. Dá-nos acesso a histórias mais variadas, mais
interessantes, mais apelativas e que podem ser contadas de formas
distintas”, notou.
A Rocket Factory Augsburg (RFA), uma startup alemã, terminou
recentemente um teste de pressão criogénica destrutiva a um dos seus
foguetões – o RFA One.
A Rocket Factory Ausgburg realizou um teste a um dos seus foguetões em finais de agosto – e explodiu-o propositadamente.
A empresa aeroespacial visa desenvolver um veículo de lançamento operacional e reutilizável
para cargas mais pequenas. A primeira tentativa de lançamento do
protótipo de foguetão RFA One está prevista para 2022, depois de serem
realizados mais testes.
O foguetão testado em agosto poderá não ser a versão final e poderá
haver outro protótipo de primeira fase introduzido antes do lançamento
de 2022, que seria submetido a testes adicionais, disse a empresa,
citada pelo Interesting Engineering.
Em resposta ao progresso de Elon Musk, a empresa alemã estreou o seu tanque de aço partilhando as semelhanças a nível do material usado pela SpaceX e pelaa RFA – ou seja, ambos serem construídos em aço.
“Não se pode fazer uma omelete sem partir ovos!”,
partilhou a RFA, no Twitter. “Com o nosso teste de rutura criogénica,
ultrapassámos os limites do nosso desenho de primeira fase e
demonstrámos com sucesso o reforço da nossa liga de aço em condições de
gelo”, lê-se ainda na publicação.
O último teste surge na sequência de uma melhoria anterior, feita a
23 de julho, quando a RFA testou um dos seus motores durante um incêndio estático de oito segundos.
Esse teste foi um sucesso total, demonstrando um estado estável
térmico do motor – o momento em que o motor passa o seu estado térmico
instável durante o arranque, entrando numa fase em que continua a uma
temperatura constante.
À medida que mais empresas privadas aperfeiçoam a tecnologia das
viagens espaciais, algumas preocupam-se que o impacto ecológico dos
lançamentos repetidos, que provocam uma maior degradação ambiental.
Desde a substituição dos ecrãs verdes à pintura dos cenários
do teatro, o futuro do entretenimento tem tudo a ver com a Ventablack – a
cor preta mais preta do mundo.
Nenhuma cor – ou, melhor dizendo, a sua falta – causa mais frenesim
do que Vantablack, a tinta que absorve tanta luz (99,96%) que é a mais negra do mundo.
A Ventablack faz com que as coisas pareçam não existir, como se de um buraco negro se tratasse, escreve o Fast Company.
Originalmente desenvolvida pela empresa britânica Surrey NanoSystems
para ser aplicada em satélites, rapidamente conquistou artistas e
comerciantes, que viram nela potencial.
Até agora, os usos não-científicos do Vantablack não passaram de projetos pontuais, como uma campanha da BMW ou um relógio de uma marca de luxo suíça que custava 75 mil dólares.
Além do preço exuberante, o transporte de objetos
revestidos com esta tinta não é fácil porque as partículas de poeira se
acumulam durante as viagens e arruínam o seu efeito.
Mas, à criação de um simples azulejo revestido a Vantablack, a tinta
irá agora tornar-se muito mais acessível, particularmente para espaços
de entretenimento.
A Vantablack pode ter diversas finalidades, desde a criação de efeitos especiais até à substituição dos famosos ecrãs verdes.
Os azulejos, desenvolvidos pela Levitation 29 e Production Resources
Group, são muito parecidos com peças de Lego muito grandes: medem cerca
de 88,9 centímetros por 1,32 metros, são revestidos por Vantablack e
podem ser “unidos” para criar uma parede, um teto, ou um cubo. Para já, ainda não se sabe quanto irão custar.
Se alguém quiser revestir todas as paredes de uma sala com Vantablack
e colocar um holograma no meio da divisão, agora pode fazê-lo sem
precisar de pintar as paredes, o que se torna mais rentável, disse o
diretor da Levitation 29, Benjamin Males.
Males considera que os azulejos são apenas o começo: a ideia é criar
mais produtos baseados na procura que formariam um sistema complexo de
construção Vantablack, que as pessoas poderiam encomendar com base nas
suas necessidades.
Se alguém “quiser pulverizar todo o exterior de uma casa, ainda o podemos fazer”, acrescentou Males.
Para ajudar a divulgar o novo formato, as empresas Levitation 29, Surrey NanoSystems, e PRG estão a lançar um espaço de demonstração da Vantablack em Secaucus, Nova Jersey, no final do mês. Depois, o espaço irá viajar pelo país.
“Queremos envolver a comunidade criativa”, o teatro,
experiências imersivas e o cinema – onde há interesse em experimentar a
Vantablack para substituir os ecrãs verdes, continuou Males.
Um relatório do Parlamento britânico sobre a gestão pandémica
no Reino Unido arrasa os esforços do executivo britânico no sentido de
impedir a propagação do vírus no início da pandemia.
Segundo a visão dos parlamentares, a abordagem do governo de Boris
Johnson, apoiada por cientistas, foi a de disseminar a infeção pela
população em vez de tentar impedi-la, num plano para alcançar a
imunidade de grupo através do contágio, o que levou a um atraso na
implementação do primeiro confinamento no Reino Unido.
Esta decisão provocou mortes que poderiam ter sido evitadas. O resultado, lê-se no relatório, foi um dos “maiores fracassos de saúde pública que o Reino Unido alguma vez experienciou”
As conclusões constam de um relatório de 150 páginas da Comissão de
Saúde e Assistência Social e da Comissão de Ciência e Tecnologia, que
agregam deputados de todo o espetro político, refere a CNN.
“Coronavírus: Lições aprendidas até agora” cobre uma variedade de
sucessos e fracassos ao longo da pandemia, que já custou mais de 150 mil
vidas e que é descrita como o “maior desafio em tempos de paz” do
último século.
Tendo que conta que numa pandemia, é “impossível fazer tudo certo”,
os conservadores Jeremy Hunt e Greg Clark, que presidem às comissões,
consideraram que “o Reino Unido combinou algumas grandes conquistas com
alguns grandes erros” e que “é vital aprender com ambos”.
O governo britânico já reagiu ao relatório produzido pela Câmara dos
Comuns. O ministro da presidência do Conselho de Ministros, Stephen Barclay, assegurou que o executivo irá ter em conta o relatório, referindo que “se há lições a tirar, estamos inclinados a fazê-lo.”
No entanto, Barclay defendeu as decisões tomadas pelo governo de Boris Johnson no início da pandemia.
“Seguimos o aconselhamento científico, conseguimos avançar com a vacinação extremamente rápido, protegemos o nosso NHS de um aumento de casos”, afirmou, no programa matinal da Sky News, citado pelo Observador.
Questionado pela jornalista se não deveria haver lugar a um pedido de
desculpas, Barclay respondeu que não. “Tomámos decisões com base na
evidência que tínhamos”, afirmou.
A lava proveniente do vulcão Cumbre Vieja continua a consumir
a ilha de La Palma, nas Canárias. Ao fim de 23 dias, surgem novas
correntes que obrigaram cerca de 800 habitantes a abandonar as suas
casas.
O avanço da lava em La Palma para uma zona industrial, onde se encontravam fábricas e cimenteiras, gerou gases tóxicos
que obrigaram o Plano de Emergência Vulcânica das Canárias (Pevolca), o
comité de crise responsável por monitorizar a erupção, a impor novos
confinamentos na ilha pela terceira vez.
Atualmente, o confinamento abrange uma área que inclui várias cidades
dos municípios de El Paso e Los Llanos de Aridane, onde vivem entre
2500 e 3000 pessoas, segundo revelou o porta-voz do comité, Miguel Ángel Morcuende, citado pelo jornal espanhol El País.
Contudo, as autoridades estão agora preocupadas com uma outra
corrente que se encontra a escassas centenas de metros do oceano, o que
poderá vir a gerar uma ameaça idêntica.
Quase 600 hectares e cerca de 700 construções foram já arrasadas e, como tal, cerca de 800 pessoas viram-se obrigadas a abandonar os seus lares.
Esta é a última evacuação ordenada pelas autoridades desde a erupção
do vulcão La Palma, a 19 de setembro, elevando assim o número total de
desalojados para cerca de 6.800.
“Fizemos uma evacuação preventiva e com tempo suficiente para poder retirar tudo o que era necessário”, explicou Morcuende, citado pelo El País.
Perante este cenário, as autoridades multiplicam as medições de
dióxido de enxofre que, até agora, não ultrapassaram os limites
estabelecidos. Os vulcanólogos confirmam a existência de várias bolsas de magma diferentes na origem da erupção.
O vulcão Cumbre Vieja da ilha La Palma nas Canárias entrou em erupção no dia 19 de setembro, e quase um mês depois não dá sinais querer arrefecer, tendo causado uma derrocada na parte norte do seu cone, fazendo a lava espalhar-se em diferentes direções.
No último domingo, dia 10 de outubro, foram detetados 21 movimentos sísmicos, sendo o mais forte classificado com 3.8 na escala de Richter.
Um nova obra de Picasso foi descoberta por baixo de outra
reprodução do artista. A pintura de uma mulher nua estava escondida pela
obra “A Refeição de um Homem Cego”.
Segundo noticia a CNN, a descoberta foi possível através do uso de tecnologia de imagem avançada e impressão 3D.
O comunicado a que a CNN teve acesso revela que o retrato “The
Lonesome Crouching Nude” (“A Nua Sozinha e Agachada”), não estava
finalizado.
A Oxia Palus, empresa que usa tecnologia para recuperar arte, usou um sistema de inteligência artificial para completar a pintura com o estilo de Picasso, a partir das linhas deixadas pelo artista.
Os especialistas estimam que a obra do famoso pintor terá sido criada
no Período Azul, que corresponde ao início da sua carreira, quando este
ainda era pobre e não tinha forma de comprar materiais de pintura mais
requintados. Isso fez com Picasso pintasse por cima da agora desvendada
figura, refere George Cann, um dos fundadores da Oxia Palus.
A mulher retratada aparece em outras pinturas de Picasso, como a “La Vie” (“A Vida”), o que sugere, segundo Cann, uma “afinidade” do pintor com ela.
“Picasso ficaria feliz se soubesse que o tesouro que
escondeu para as gerações futuras foi, finalmente, revelado, 48 anos
depois da sua morte, e 118 anos depois de ter escondido esta pintura”,
destacou Cann.
Já David Dibosa, responsável pelo Mestrado em Curadoria e
Colecionismo da Chelsea College of Arts, em Londres, felicitou os
especialistas pela tecnologia aplicada, e afirmou que esta descoberta deveria entusiasmar qualquer apreciador da obra de Picasso.
Contudo, Dibosa defendeu que, uma vez que esta obra apenas ficou
acessível devido à tecnologia do século XXI, devia ser divulgada como
uma peça digital, em vez de ser impressa e colocada num museu.
De acordo com a CNN, a obra de Picasso vai ser exposta na Deeep AI Art Fair em Londres, a partir desta quarta-feira e até domingo.
A meio de uma complicada crise de combustíveis no Reino
Unido, o Príncipe Carlos revela que o seu velho Aston Martin funciona
graças a um biocombustível feito com sobras de vinho e soro de queijo.
O Príncipe Carlos assumiu publicamente, por diversas vezes, as suas preocupações ambientais e agora, em entrevista à BBC na antecipação da Cimeira do Clima COP26, revela como se tem esforçado por reduzir a sua pegada de carbono.
Quando confrontado com o jornalista com o facto de que aquecer um
palácio exige o uso de “muito gás”, o Príncipe Carlos relata que vem
tentando, “desde há muito tempo, garantir que o aquecimento é feito da forma mais sustentável possível“.
Assim, nota que tem implementado sistemas de aquecimento que funcionam por caldeira de biomassa e painéis solares.
Carlos também sublinha que não come “carne e peixe dois dias por semana” e que não ingere lacticínios “um dia por semana”.
Além disso, refere que adaptou o Aston Martin que
detém há cerca de cinco décadas para funcionar com uma mistura de
sub-produtos derivados de restos de vinho branco inglês e de soro de
queijo.
É uma espécie de combustível real feito com 85% de bioetanol e 15% de gasolina sem chumbo, uma mistura conhecida como E85, conforme revela o jornal britânico The Guardian.
Solução pitoresca, mas pouco séria
Mas esta solução do Príncipe não é escalonável para aplicar de forma
abrangente nos transportes, conforme realçam especialistas ouvidos pelo
referido jornal.
“A solução pitoresca do Príncipe Charles para
descarbonizar o seu Aston Martin, usando uma alta mistura de bioetanol
feita de queijo e de resíduos de vinho, não deve ser confundida com uma
solução séria para descarbonizar veículos”, alerta Greg Archer, o
director do grupo europeu T&E que faz campanha pelo uso de energia
limpa nos transportes, em declarações ao The Guardian.
“Em grande escala, os biocombustíveis fazem mais mal do que bem,
levando ao desmatamento e à mudança no uso da terra que piora a crise
climática”, aponta ainda Greg Archer que acredita que a melhor solução
são os carros eléctricos movidos a energia renovável.
O consultor Chris Mallins, especialista em sustentabilidade, também
destaca as boas intenções do Príncipe Carlos no incentivo da utilização
das energias limpas, mas refere que para transformar vinho e queijo, ou
outras sobras alimentares em biocombustíveis realmente sustentáveis,
será necessária “uma tecnologia mais avançada”.
The Guardian lembra que o supermercado Morrisons fechou a sua bomba
de combustível bioetanol E85 depois de ter sido a primeira do tipo no
Reino Unido em 2007.
Em contrapartida, o uso de óleo vegetal hidrotratado (HVO) está em crescimento no mercado de transporte britânico, nomeadamente em veículos pesados de mercadorias, aponta o jornal.
Também há autoridades locais a apostarem na conversão de veículos de
recolha de lixo a diesel, entre outras viaturas, para usarem combustível
à base de óleo vegetal, frisa ainda a mesma fonte.
O Presidente brasileiro, que está a passar alguns dias de
férias numa praia, irritou-se, esta segunda-feira, quando uma mulher o
questionou sobre os mais de 600 mil mortos que a covid-19 já causou no
país.
“Em que país não morreu gente?”, perguntou Jair
Bolsonaro três vezes, que, diante da falta de resposta da mulher,
acrescentou visivelmente chateado: “Olhe, eu não vim aqui para me
aborrecer”.
O Brasil ultrapassou a barreira das 600 mil mortes por covid-19 na
última sexta-feira e, até agora, o chefe de Estado ainda não se
pronunciou sobre esta marca trágica, que até então apenas havia sido
ultrapassada pelos Estados Unidos.
Antes de ser questionado pela mulher, em conversa com alguns
apoiantes na praia do Guarujá, em São Paulo, Bolsonaro garantiu que o
país “está a sair desta crise de saúde”, considerando que a pandemia “praticamente acabou”, tendo em conta a redução acentuada do número de mortes e infeções que foi registada nos últimos meses.
Essa queda vertical nas estatísticas tem sido atribuída, sobretudo,
ao avanço da vacinação, que hoje chega a 47% dos 213 milhões de
brasileiros com o esquema vacinal completo, enquanto pouco mais de 70%
tem apenas a primeira dose.
“Chamam-me de negacionista e demos 20 mil milhões de reais (cerca de
3,13 mil milhões de euros) para comprar vacinas”, acrescentou o líder
brasileiro, que desde o início da pandemia sempre minimizou a gravidade
da mesma e passou a questionar a eficácia dos imunizantes.
Bolsonaro voltou a criticar a “política do fique em casa,
a economia vem depois”, em alusão aos confinamentos e a outras medidas
que restringiram a mobilidade nos piores momentos da crise da saúde e
que foram adotadas por governadores e prefeitos.
“Agora temos a inflação e todos pagamos a conta”, disse o Presidente,
que avaliou que a perda de poder aquisitivo dos brasileiros e o aumento
de preços registados este ano, já próximos a 9%, são consequência
dessas medidas restritivas.
ONG austríaca acusa Bolsonaro de “crimes contra a Humanidade” no TPI
Esta terça-feira, uma organização não-governamental austríaca
apresentou queixa no Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o
Presidente brasileiro , acusando-o de “crimes contra a Humanidade”,
devido à desflorestação da Amazónia, com impacto na saúde mundial.
Na queixa, a que o tribunal sediado em Haia não é obrigado a dar
seguimento, a ONG AllRise afirma que o Governo chefiado por Bolsonaro é
responsável, anualmente, pela desflorestação de cerca de quatro mil
quilómetros quadrados da floresta amazónica e que a taxa de desmatamento
aumentou 88% desde que chegou ao poder.
A ONG acusa-o ainda de ter procurado “sistematicamente” enfraquecer
ou afastar leis e organismos oficiais que regulam estas práticas, além
de ativistas da proteção ambiental.
Estas ações “estão diretamente ligadas aos impactos negativos
das alterações climáticas em todo o mundo”, dizem os queixosos, que se
apoiam na avaliação da climatologista Friederike Otto, da Universidade
de Oxford, autora principal do último relatório de avaliação do Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), descrito como um
“alerta vermelho” para a humanidade pelo secretário-geral da ONU,
António Guterres.
Peritos invocados na queixa consideraram que as emissões resultantes
da desflorestação conduzida durante o mandato de Bolsonaro poderão
provocar mais de 180 mil mortes adicionais em todo o mundo até ao final do século.
“Queremos compreender a relação de causalidade do que está a
acontecer no Brasil, desta desflorestação maciça, com o clima global”,
disse o fundador da AllRise, Johannes Wesemann, à agência France-Presse.
“É exatamente (…) a definição de um crime contra a Humanidade: a destruição intencional do ambiente e dos seus defensores”, afirmou.
A queixa também visa vários altos funcionários do Governo brasileiro,
disse à AFP o advogado Nigel Povoas. “Afirmamos que, devido às
políticas que prosseguem, são cúmplices na ajuda aos que no terreno
cometem homicídios, perseguições e outros atos desumanos”, afirmou.
Bolsonaro já é alvo de várias queixas apresentadas no TPI.
Em janeiro de 2021, o cacique Raoni Matuktire, um defensor
emblemático da floresta amazónica, já tinha pedido ao TPI para
investigar “crimes contra a Humanidade” alegadamente cometidos pelo
Presidente brasileiro, acusado de “perseguir” os povos indígenas,
destruir o seu habitat e violar os seus direitos fundamentais.
Em julho de 2020, trabalhadores do setor da saúde no Brasil também
pediram ao TPI que abra um inquérito por “crimes contra a Humanidade”
alegadamente praticados por Bolsonaro, desta vez pela sua gestão da
pandemia de covid-19.
Mais recentemente, em agosto deste ano, a Articulação dos Povos
Indígenas do Brasil (Apib) também acusou o Governo de Bolsonaro de
genocídio da população nativa, pedindo ao TPI que abra um inquérito.
Para que uma investigação formal seja aberta, a procuradoria do TPI,
criado em 2002 para julgar as piores atrocidades cometidas no mundo, tem
de concluir que tem mandato para tal e que a denúncia é suficiente
sólida para justificar o inquérito.
A Rússia está a ser acusada de ter usado espiões no Reino Unido
para copiar o projeto da vacina Oxford/AstraZeneca e criar a sua
própria vacina, a Sputnik V.
O The Sun escreve que a Rússia está a ser acusada de ter usado espiões no Reino Unido
para copiar o projeto da vacina britânica Oxford/AstraZeneca e criar a
sua própria vacina, a Sputnik V. Os serviços de segurança dizem ter
provas de que um dos espiões de Vladimir Putin roubou dados cruciais
sobre o fármaco.
A vacina russa utiliza uma tecnologia semelhante à da vacina
concebida em Oxford e os serviços de segurança britânicos dizer ter
agora a certeza de que a vacina foi copiada.
Um espião terá sido enviado para o Reino Unido e terá conseguido roubar um projeto “ultra-secreto”
da farmacêutica britânica. Não se sabe, no entanto, se foram furtados
documentos do laboratório ou uma amostra do medicamento para análise.
No ano passado, o falecido ministro da segurança James Brokenshire disse que o Reino Unido tinha “mais de 95% de certeza” de que os hackers patrocinados pelo Estado russo tinham visado o Reino Unido, os Estados Unidos e o Canadá em ataques a empresas farmacêuticas.
Na segunda-feira, o ministro do Interior, Damian Hinds, recusou-se a
confirmar os últimos relatórios, mas admitiu que os ataques cibernéticos
se estavam a tornar mais sofisticados. “Vivemos num mundo onde há
atividade estatal que procura envolver-se em espionagem industrial e
espionagem económica”, disse, em declarações à LBC.
“Não vou comentar o caso específico que mencionou
porque isso não seria correto, mas é justo dizer que enfrentamos ameaças
deste tipo que são diferentes, que são mais sofisticadas, que são mais
extensas do que alguma vez foram”, acrescentou.
Ambas as vacinas – Oxford/AstraZeneca e Sputnik V – são de vetor viral,
o que significa que é usado um outro tipo de vírus modificado para
introduzir parte do material genético do novo coronavírus no organismo e
induzir a resposta do sistema imunitário. As duas vacinas foram
elaboradas para a toma de duas doses.
Ministro das Finanças da Irlanda alerta para a possibilidade
de a União Europeia se fartar das constantes mudanças de posições do
Reino Unido em relação ao Acordo da Irlanda.
O Protocolo da Irlanda, que estabelece, para efeitos
aduaneiros, que a Irlanda do Norte permanece no mercado único da União e
que a fronteira é no mar, sempre foi um dos tópicos mais controversos
das negociações do Brexit, dada a possibilidade de um aumento da tensão na ilha, com os unionistas da Irlanda do Norte
a contestarem a solução criada. Ao longo dos últimos meses, este
protocolo foi alterado de forma sucessiva pelo Reino Unido, o que está, à
partida, a criar descontentamento nas hostes europeias.
Simon Coveney, ministro dos Negócios Estrangeiros da
República da Irlanda, notou isto mesmo numa intervenção ao programa
Morning Ireland, do canal RTE, referindo-se à intenção do secretário do
Brexit, David Frost, de pedir novas alterações “significativas”
ao acordo estabelecido depois da saída britânica do bloco europeu, as
quais devem incluir, por exemplo, mudanças no que respeita ao papel de
supervisão do Tribunal de Justiça Europeu. O responsável invocou ainda
uma conversa com o vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic, na qual ambos concordaram que em breve chegará o momento em que a UE dirá “chega, não podemos fazer mais cedências“.
“O nosso foco está nas questões que mais importam para o povo da
Irlanda do Norte e não em pedidos para a remoção do papel do Tribunal de
Justiça”, explicou um porta-voz da Comissão Europeia. “A acontecer,
isso excluiria efetivamente a Irlanda do Norte do mercado único da UE e
das oportunidades relacionadas”, acrescentou.
As divergências entre Coveney e Frost ficaram à vista de todos durante o fim-de-semana, quando os dois se envolveram numa troca de palavras no Twitter a propósito da divulgação de excertos do discurso que o responsável pelo Brexit fará esta semana na embaixada britânica em Lisboa, no qual deverá defender a ideia de que as propostas que a Comissão Europeia vai apresentar na quarta-feira são insuficientes para acabar com a tensão entre as duas partes, nomeadamente em relação à questão do Tribunal de Justiça Europeu.
David Frost dirá qualquer coisa como: “A Comissão Europeia tem sido muito rápida em descartar a governação
como uma questão secundária. A realidade é o oposto. O papel do
Tribunal de Justiça Europeu na Irlanda e a consequente incapacidade do
Governo do Reino Unido em implementar as disposições muito sensíveis do
Protocolo de uma forma razoável criaram um profundo desequilíbrio na forma como o Protocolo funciona.” O responsável também defenderá a tese de que “sem novos ajustes nesta área, o Protocolo nunca terá o apoio de que necessita para sobreviver”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros não deixou, na sua intervenção, de criticar a atitude do Governo de Boris Johnson
em relação a este tópico. “A estratégia de negociação que Lord Frost
adotou até agora, durante este ano, é esperar que a UE apresente
propostas de compromisso, que suporte financeiramente essas propostas de
compromisso, dizer que não são suficientes e pedir mais“. É o mesmo padrão, repetido mais uma vez”, disse, citado pelo jornal Público.
“O problema é que a estratégia pode funcionar a curto prazo no que diz respeito a obter alguns compromissos por parte da União Europeia, mas chegará a altura em que diremos basta, não podemos fazer mais cedências
sem comprometer de forma fundamental o funcionamento do protocolo no
contexto da integridade do mercado único europeu. E estamos muito perto de chegar a essa ponto“, afirmou Coveney.
O ministro dos Negócios Estrangeiros irlandês revelou ainda que, durante a reunião com Sefcovic, ficaram evidentes os esforços
do vice-presidente da Comissão Europeia “para que as propostas de
compromisso fossem aceites” pelos responsáveis britânicos. “A União
Europeia tenta resolver os problemas e o Reino Unido descarta as soluções ainda antes de serem publicadas”, atirou.