sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Quadro de Van Gogh, que esteve nas mãos dos nazis, vai a leilão - Deverá render 25 milhões de euros !


Uma pintura de Vincent van Gogh vai ser leiloada no próximo mês, depois de mais de um século sem ser vista em público. Estima-se que o preço de venda chegue aos 25 milhões de euros.

O quadro foi pintado em 1888, numa altura em que a saúde do pintor se deteriorou. Na época, Van Gogh mudou-se para Arles, no interior de França, onde ficou encantado com o estilo de vida rural que o rodeava e, como tal, pintou vários quadros relacionados com o campo e com as colheitas.

“Meules de blé” (“Fardos de Trigo”), mostra grandes pilhas de trigo acabadas de colher pelas trabalhadoras, também elas representadas na pintura, num cenário bucólico e colorido , escreve a CNN.

A história da pintura que nasceu em Arles, em contraste com a tranquilidade que transparece, veio a tornar-se longa e atribulada, refere a casa de leilões Christie’s.

Primeiro, “Meules de blé” pertenceu ao irmão de Vincent, Theo van Gogh, e posteriormente à descendente Johanna van Gogh-Bonger. A pintura deixou de ser vista em público desde que esteve exposta no museu Stedelijk, em Amesterdão, em 1905.

Posteriormente, foi comprada por Max Meirowsky, um industrialista judeu, em 1913. Durante o regime Nazi, Meirowsky foi forçado a fugir da Alemanha, nos finais de 1938, devido à perseguição antissemita, deixando a pintura nas mãos de um comerciante de arte alemão em Paris.

Assim, Miriam Alexandrine de Rothschild, uma estudante de medicina, teve o quadro em sua posse depois de o herdar da coleção do pai, Edmond.

Contudo, também de Rothschild foi forçada a fugir, devido à eclosão da Segunda Guerra Mundial. De França, mudou-se para a Suíça, mas sem o quadro na bagagem.

De regresso a Paris, depois da guerra, conseguiu recuperar algumas das suas peças, mas “Meules de blé” tinha desaparecido.

A pintura tinha sido confiscada pelos nazi durante a ocupação. Em 1941, foi transferida para o museu Jeu de Paume, usado pelo regime para guardar obras de arte consideradas “degeneradas”.

De acordo com a casa de leilões, a pintura também foi levada para o castelo Schloss Kogl, na Áustria, onde entrou numa outra coleção privada não identificada.

Mais tarde, foi para “as mãos” da galeria Wildenstein & Co., em Nova Iorque, e posteriormente comprada por Edward Lochridge Cox, texano, colecionador, magnata do petróleo.

A Christie’s refere ainda que houve um “acordo de resolução” entre as partes, que permite que o quadro esteja agora para licitação.

https://zap.aeiou.pt/quadro-van-gogh-leilao-439450

 

Coreia do Sul lança com êxito o seu primeiro foguetão espacial !

A Coreia do Sul lançou hoje o seu primeiro foguetão de fabrico próprio, segundo as imagens transmitidas pela televisão, tornando-se o décimo país do mundo com capacidade para desenvolver e lançar veículos espaciais.

O veículo coreano de lançamento de satélites, chamado Nuri, foi lançado do centro espacial Naro, em Goheung, no sul do país, às 17:00 locais (09:00 em Lisboa).

O Instituto de Investigação Aeroespacial da Coreia (KARI) confirmou que o Nuri colocou com êxito na órbita terrestre, um satélite simulado de 1,5 toneladas ao alcançar 700 quilómetros de altitude cerca de 16 minutos depois de descolar.

Cerca de 30 empresas sul-coreanas participaram no desenvolvimento do Nuri, que demorou uma década a ser desenvolvido e custou dois triliões de won (2,18 mil milhões de euros). Com seis motores de combustível líquido, pesa 200 toneladas e tem 47,2 metros de comprimento.

A Coreia do Sul é a 12.ª maior economia do mundo e um dos países mais avançados tecnologicamente, com o maior fabricante mundial de smartphones e chips Samsung Electronics.

O país ficou para trás na corrida à conquista do espaço, que a União Soviética liderou com o lançamento do primeiro satélite em 1957, seguido de perto pelos Estados Unidos.

Ásia, China, Japão e Índia desenvolveram programas espaciais avançados, e a Coreia do Norte é o mais recente participante no clube de países capazes de lançar um satélite.

Os primeiros dois lançamentos da Coreia do Sul, em 2009 e 2010, com tecnologia russa, foram um fracasso. O segundo foguetão explodiu após dois minutos de voo, com Seul e Moscovo a culparem-se mutuamente.

Em 2013, o terceiro lançamento foi um êxito.

O negócio do lançamento de satélites está cada vez mais nas mãos de empresas privadas, como a SpaceX de Elon Musk, cujos clientes incluem a agência espacial norte-americana NASA e as forças armadas sul-coreanas.

A Coreia do Sul pretende aterrar uma sonda na Lua até 2030.

https://zap.aeiou.pt/coreia-sul-primeiro-foguetao-espacial-439439

 

Subvariante da Delta identificada em Israel - Em Portugal há nove casos !

Teste à covid-19

Em Portugal, já foram detetados nove casos da variante AY4.2, subvariante da Delta, de acordo com o mais recente relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge sobre diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2.

O relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge sobre diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2, que data de terça-feira, indica que já foram detetados nove casos da variante AY4.2 em Portugal.

“A análise genética indica que os casos detetados em Portugal, entre 24 de agosto e 4 de outubro, representam várias introduções independentes do vírus, as quais estão sob investigação pelas autoridades de saúde”, lê-se no documento.

“Esta constelação de mutações (provisoriamente classificada como AY.4.2) tem suscitado interesse na comunidade científica internacional devido à sua crescente frequência no Reino Unido nas últimos semanas”, acrescenta.

Esta quinta-feira, o Governo israelita também revelou que foi detetado um primeiro caso da nova variante já identificada em vários países europeus. Segundo o Ministério da Saúde de Israel, está associado a uma criança de 11 anos proveniente da Europa, que está de quarentena, e foi detetado no Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Telavive.

No Reino Unido, onde o número de novas infeções está a aumentar aproximando-se dos níveis da vaga que atingiu o país no inverno passado, as autoridades de saúde estão a monitorizar a nova variante, que está a propagar-se.

Segundo o ministro da Saúde, Sajid Javid, “não há razão para crer, neste momento, que ela represente um maior risco”.

Apesar do aumento de novos casos e da pressão hospitalar, o Governo britânico rejeitou na quarta-feira os apelos para a reposição das restrições, como o uso de máscaras em espaços interiores e o teletrabalho, optando por dar primazia à vacinação.

A nova variante, rara e aparentemente sem riscos acrescidos de contágio face à Delta, a mais transmissível das variantes do SARS-CoV-2 em circulação, foi descoberta em Israel quando aquele país estava a considerar o levantamento de algumas das restrições em vigor, em particular as que visam o turismo.

Face ao aparecimento da variante AY4.2, o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, instruiu para que fosse reforçada a investigação epidemiológica sobre esta subvariante da Delta e contactados os países onde a mesma já foi identificada para troca de informações. Eventuais alterações nas regras de entrada de turistas no país irão ser ponderadas.

https://zap.aeiou.pt/subvariante-da-delta-nove-casos-439420

 

Estado de Direito na Polónia ameaça tornar cimeira da UE “numa das mais difíceis” !

A situação do Estado de direito na Polónia ameaça perturbar uma cimeira que tem uma agenda oficial já muito carregada.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen

Os líderes da União Europeia (UE) reúnem-se em Bruxelas numa cimeira com uma agenda preenchida, dominada pelos preços da Energia, mas que será também marcada pela situação do Estado de Direito na Polónia.

Depois de o Conselho Europeu de junho passado também já ter sido ensombrado por um tema estranho à agenda – a lei húngara aprovada na altura a proibir direitos das pessoas LGBTQI -, que levou a um aceso e longo debate entre os chefes de Estado e de Governo da UE, desta vez é a situação do Estado de direito na Polónia a ameaçar perturbar uma cimeira que tem uma agenda oficial já muito carregada, consagrada à energia, Covid-19, migrações, comércio e relações externas.

“Também abordaremos os recentes desenvolvimentos relacionados com o Estado de Direito durante a nossa sessão de trabalho”, confirmou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na carta-convite dirigida na quinta-feira aos líderes dos 27, entre os quais o primeiro-ministro, António Costa.

O Estado de Direito, à luz do recente acórdão do Tribunal Constitucional polaco que determina haver normas nacionais que se sobrepõem à legislação europeia, no que é entendido em Bruxelas como um desafio sem precedentes à primazia do Direito Comunitário, não faz assim parte da agenda oficial, mas será “abordado” informalmente (ou seja, sem conclusões formais) já esta quinta-feira, na primeira sessão de trabalho, por insistência de “alguns Estados-membros”, segundo fontes do Conselho.

As mesmas fontes sublinharam que o lançamento de ações legais contra a Polónia – que é reclamado por muitos, com o Parlamento Europeu à cabeça, mas também alguns Estados-membros -, não é uma competência dos chefes de Estado e de Governo, mas sim da Comissão Europeia, que, de resto, está atualmente a estudar as diferentes possibilidades de ação.

Todavia, o tema revelou-se mesmo incontornável neste encontro de líderes, ainda que abordado de forma informal, e o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki, que já se dirigiu na terça-feira ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo, deverá ser o primeiro a tomar a palavra, numa discussão que promete ser acesa e que, segundo fontes diplomáticas, pode tornar esta reunião do Conselho Europeu “uma das mais difíceis” dos últimos tempos, também porque a questão energética não é pacífica.

Alguns líderes eram pouco adeptos deste debate sobre a Polónia na cimeira desta semana, pelos riscos de aumentar a tensão e afetar a restante agenda, como era o caso da chanceler alemã Angela Merkel, que muito provavelmente participará pela última vez num Conselho Europeu, face à formação de um governo de coligação na Alemanha.

Após 16 anos e 107 Conselhos Europeus, Merkel despedir-se-á da cena política europeia — e o mesmo sucede com o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, ao cabo de sete anos —, o que levou Charles Michel a agendar também para quinta-feira uma foto de família para registar o histórico momento.

Relativamente ao tema oficial da agenda que mais atenções domina, a escalada de preços no setor da energia, o presidente do Conselho Europeu sublinha na carta-convite a urgência de abordar esta questão, que “está a ameaçar a recuperação pós-pandemia e a afetar gravemente os cidadãos e empresas“.

“Com base na recente comunicação da Comissão, analisaremos atentamente o que pode ser feito a nível europeu e nacional, tanto em termos de alívio a curto prazo para os mais afetados, como em termos de medidas a médio e longo prazo”, indica Charles Michel.

Na quarta-feira, no debate parlamentar sobre a reunião do Conselho Europeu, António Costa defendeu a revisão do mecanismo de formação de preços da energia na União Europeia, que disse prejudicar Portugal, e medidas de curto prazo para enfrentar a atual crise, sem colocar em causa metas ambientais.

“É altura de debatermos efetivamente o mecanismo de formação de preços, designadamente a questão de saber se o preço deve manter uma lógica marginalista, o que claramente penaliza países como Portugal, onde a componente de energia renovável já é particularmente significativa“, sustentou, antecipando a posição que defenderá diante dos seus homólogos.

Durante a primeira sessão de trabalhos do Conselho, que tem início esta quinta-feira em Bruxelas às 15h00 locais (14h00 de Lisboa), além do Estado de direito e dos preços da Energia, os 27 abordarão ainda a pandemia da Covid-19, concentrando-se na questão da “solidariedade internacional, para assegurar a entrega rápida de vacinas aos países mais necessitados”.

Do menu do jantar de trabalho constam ainda uma “discussão estratégica” sobre comércio e “os preparativos para as próximas cimeiras importantes”, como a COP26 sobre clima e a COP15 sobre biodiversidade.

No segundo dia do Conselho Europeu, na sexta-feira, os líderes voltarão a abordar o dossiê das migrações, designadamente a sua dimensão externa, e discutirão a transição digital da UE.

https://zap.aeiou.pt/estado-de-direito-na-polonia-cimeira-439408

 

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Facebook vai implementar uma nova estratégia e o nome vai ser das primeiras coisas a mudar !

As últimas semanas têm sido tumultuosas para a empresa de Mark Zuckerberg, que se viu confrontada com os testemunhos de antigos trabalhadores no Senado norte-americano.


As notícias da última semana que resultaram do testemunho, no Senado norte-americano, de Frances Haugen, antiga funcionária da Facebook, deixaram a empresa perante a sua crise de relações públicas mais grave provavelmente desde o escândalo da Cambridge Analytica, há cerca de três anos. A ideia de que a empresa detentora de redes sociais como o Facebook, o Instagram ou o Whatsapp tem conhecimento dos impactos psicológicos que alguns dos algoritmos têm nas raparigas e mesmo assim continua sem os alterar por priorizar os lucros — seguindo-se um apagão de seis horas — provocou inúmeras reações, nomeadamente junto dos utilizadores.

Muitos optaram, tal como sugeriu a capa da revista Time, por desinstalar algumas das aplicações e substituí-las por outras semelhantes a que não estejam associados problemas de privacidade.

Como forma de responder a esta sucessão de problemas, alguns meios de comunicação internacionais sugerem que uma mudança de nome será implementada já nas próximas semanas, a qual fará parte de um conjunto mais amplo de alterações que terá como objetivo redefinir a imagem da empresa e relançá-la numa nova fase de crescimento. Segundo o site Verge, a novidade pode até aparecer mais cedo do que é expectável.

Até agora, a Facebook recusou-se a comentar o tópico, mas há uma certeza que está a ser avançada: a da que a alteração se deverá cingir ao nome da empresa, sendo que a nomenclatura das redes sociais se manterá inalterável. A mudança está em linha com a que a Google operou em 2015, quando também adotou o nome Alphabet, uma forma que encontrou para se distanciar do seu motor de busca e apostar em áreas como carros com condução autónoma, lembra o The Guardian.

Segundo o site Verge, a mudança poderá ocorrer para o termo Horizon, o qual tem vindo a ser usado na apresentação dos produtos de realidade virtual da marca — esta tecnologia é, de resto, a pedra angular da nova estratégia e a palavra escolhida uma referência ao nome. Recentemente, foi anunciada a intenção da marca de Mark Zuckerberg de criar cerca de 10 mil novos empregos no território correspondente à União Europeia, os quais se destinariam, sobretudo, a funcionários que ficarão encarregues de criar o chamado metauniverso (onde as pessoas deverão interagir seja através de realidade virtual seja através de contacto real, com as duas a misturar-se).

Ao que se sabe, a Facebook está também a desenvolver uma plataforma de realidade virtual chamada Horizon Worlds, assim como uma serviço de encontros também com recurso à realidade virtual, com o nome de Horizon Workrooms.

Desde que estabeleceu as suas redes sociais como dominantes na área das tecnologias, Mark Zuckerberg tem se esforçado por garantir que estas assim continuam, mesmo que uma concorrente apresente um produto que consiga reunir a preferência dos utilizadores. A expansão e dinamização do grupo tem sido, por isso, uma das suas prioridades. Desde o início do ano, as ações da empresa cresceram 25%, o que se refletiu num crescimento líquido na ordem dos mil milhões. Recentemente, e no âmbito do apagão do início de outubro, as ações registaram, contudo, uma quebra.

Espera-se que depois da audição no Senado de antigos trabalhadores e responsáveis da empresa, uma nova onda de revelações possa estar a chegar, já que, nos últimos dias, a rede social usou a sua conta de Twitter para acusar alguns meios de comunicação (sem nunca os nomear) de estarem a planear uma campanha contra a empresa — que negou todas as acusações dos seus antigos funcionários sobre a priorização dos lucros em relação ao bem-estar dos seus utilizadores.

https://zap.aeiou.pt/facebook-nova-estrategia-nome-mudar-439293

 

Já há um medicamento para tratar a covid-19 em casa e vários países assinaram acordos de compra !

Países asiáticos já estão na luta pelo novo comprimido antiviral, cujo uso ainda nem sequer foi autorizado, contra a covid-19.


Países da região asiática estão já a fazer encomendas da mais recente arma contra a covid-19: um comprimido antiviral que ainda nem sequer está autorizado para uso, escreve a CNN.

O Molnupiravir — produzido pela empresa farmacêutica americana Merck — está a ser anunciado como um potencial game changer, especialmente para aqueles que não podem ser vacinados.

A Merck está neste momento à espera da autorização de uso de emergência do regulador norte-americano Food and Drug Administration (FDA) para o medicamento que, se se for aprovado, será o primeiro tratamento oral contra a covid-19.

Na região Ásia-Pacífico, há já pelo menos oito países (incluindo Nova Zelândia, Austrália e Coreia do Sul) que assinaram acordos ou estão em conversações para adquirir o medicamento, segundo a empresa Airfinity.

Especialistas dizem que, embora o medicamento pareça promissor, estão preocupados que algumas pessoas o utilizem como alternativa às vacinas, que continuam a oferecer uma maior proteção contra o SARS-CoV-2.

Além disso, advertem que a corrida da Ásia ao novo tratamento poderá provocar uma repetição do que aconteceu com a distribuição das vacinas, quando os países mais ricos foram acusados de acumular doses, deixando os países de baixos rendimentos com falta destas.

“[Molnupiravir] tem o potencial para mudar um pouco o jogo”, disse Rachel Cohen, diretora executiva da Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas, uma organização sem fins lucrativos.

“Temos de garantir que não repetimos a história — que não caímos nos mesmos padrões ou repetimos os mesmos erros que aconteceram com as vacinas contra a covid”, continuou.

Afinal, o que é o Molnupiravir?

O novo medicamento é visto como um passo na direção certa para controlar a pandemia de covid-19, tendo em conta que pode tratar pacientes infetados com o coronavírus, sem que estes precisem de ser hospitalizados.

Assim que o paciente seja diagnosticado, pode iniciar o tratamento com Molnupiravir, que envolve a toma de quatro cápsulas de 200 miligramas, duas vezes por dia, durante cinco dias — num total de 40 comprimidos.

Ao contrário das vacinas, que provocam uma resposta imunológica para prevenir a infeção, o Molnupiravir prejudica a replicação do vírus, explicou Sanjaya Senanayake, médico de doenças infecciosas e professor associado de medicina na Faculdade de Medicina da Universidade Nacional Australiana.

“De certa forma, faz com que o vírus produza ‘bebés’ que não são saudáveis”, disse.

Os resultados da Fase 3 dos ensaios clínicos, que contaram com a participação de mais de 700 pacientes não vacinados, mostram que o medicamento poderia reduzir o risco de hospitalização ou morte em aproximadamente 50%, em comparação com os pacientes que tomaram um placebo.

Todos os participantes receberam Molnupiravir ou um placebo cinco dias após o início dos sintomas e, no prazo de 29 dias, nenhum dos que tomaram o medicamento morreu, em comparação com oito dos que receberam o placebo.

Os dados finais do ensaio ainda não foram divulgados e ainda não foram revistos por pares. Mas são são encorajadores e o Molnupiravir pode ter um “impacto profundo no controlo da pandemia”, disse, em comunicado, Wendy Holman, diretora executiva da Ridgeback Biotherapeutics.

“Os tratamentos antivirais que podem ser tomados em casa para manter as pessoas infetadas com covid-19 fora do hospital são muito necessários”, continuou.

Especialistas concordam que o fármaco é promissor. Em vez de os pacientes esperarem para perceber se ficam com sintomas graves, o vírus poderia ser tratado logo após o seu diagnóstico, disse Cohen, da Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas.

E, ao contrário de outros tratamentos para a covid-19, o Molnupiravir poderia ser tomado em casa, libertando recursos hospitalares para doentes mais graves.

Assim, “conseguir um comprimido é muito mais simples”, disse Senanayake, considerando o novo medicamento um game changer.

Mas qual é o impacto do Molnupiravir relativamente às vacinas?

Segundo peritos ouvidos pela CNN, as vacinas continuam a ser a melhor proteção, até porque reduzem o risco de uma pessoa ser infetada com covid-19.

Mas mesmo na região Ásia-Pacífico, onde as taxas de vacinação melhoraram após um início lento, milhões de pessoas continuam a não ser inoculadas porque não se qualificam, ou porque não conseguem aceder às vacinas. Daí a importância do novo medicamento.

“Há muitas pessoas que não podem ser vacinadas”, disse Nial Wheate, professor associado da Escola de Farmácia da Universidade de Sidney.

“Este medicamento será uma solução de primeira linha para aquelas pessoas que acabam por adoecer”, continuou.

No entanto, Wheate e outros especialistas estão preocupados com o facto de o novo tratamento poder dificultar a tarefa de convencer as pessoas a serem vacinadas, agravando a hesitação vacinal verificada em vários países, incluindo a Austrália.

A investigação mostra que as pessoas preferem engolir medicamentos em vez de serem injetados, disse Wheate.

“Se me tivesse dito há um ano e meio que as pessoas recusariam uma vacina para uma doença que está a exterminar o planeta, eu teria pensado que é louco”, acrescentou.

“Há sempre espaço para as pessoas pensarem que este medicamento será uma solução muito melhor do que ser vacinado”, concluiu.

Senanayake compara a abordagem à covid-19 com a da gripe sazonal: existe uma vacina contra a gripe, mas também existem medicamentos antivirais para tratar aqueles que ficam doentes.

No entanto, o Molnupiravir não diminui a urgência em aumentar o acesso equitativo às vacinas, alertou Cohen.

“A equidade da vacinação é o maior desafio. Mas nunca se combate uma doença infecciosa com apenas um conjunto de ferramentas. Precisamos do arsenal completo das tecnologias da saúde”, acrescentou.

De acordo com dados da Airfinity, dez países ou territórios já estão em negociações ou assinaram acordos para a compra do medicamento — e oito deles são da região Ásia-Pacífico.

Segundo a CNN, alguns desses países podem estar a tentar evitar erros do passado, como quando a entrega lenta de encomendas fez com que o lançamento das vacinas se atrasasse.

“Penso que só queremos ter a certeza de que estamos à frente quando se trata destes novos desenvolvimentos”, disse Senanayake.

“Há alguns países de rendimento médio que penso que estão apenas a tentar não cair na mesma armadilha em que foram deixados quando os países de rendimento elevado acumularam todas as vacinas”, acrescentou Cohen.

Ainda não é claro quanto é que cada um destes países pagará pelos comprimidos, mas os Estados Unidos concordaram em pagar 1,2 mil milhões de dólares por 1,7 milhões de lotes, caso o Molnupiravir seja aprovado. Isto significa que o governo pagará cerca de 700 dólares (cerca de 600 euros) por lote, cuja produção custa apenas 18 dólares (cerca de 15,5 euros), segundo uma análise dos investigadores Melissa Barber e Dzintars Gotham baseada num cálculo do custo das matérias-primas.

https://zap.aeiou.pt/medicamento-covid-19-casa-comprar-438825

 

Bolsonaro acusado de nove crimes pela comissão de inquérito sobre gestão da pandemia !

O relatório apresentado, esta quarta-feira, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado brasileiro pede o indiciamento do Presidente por nove crimes durante a pandemia de covid-19.


No texto, com mais de 1200 páginas, pede-se que Jair Bolsonaro seja indiciado pelos crimes de epidemia com resultado em morte, infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, prevaricação, uso irregular de verbas públicas, incitação ao crime, falsificação de documento particular, crime de responsabilidade e crimes contra a humanidade.

Na semana passada, o senador Renan Calheiros, relator da CPI, anunciou que Jair Bolsonaro deveria ser indiciado de 11 crimes, nos quais se incluía ainda o de homicídio qualificado e o de genocídio contra os povos indígenas. No entanto, estas duas acusações acabaram por ser deixadas de lado nesta versão final.

“Ao final de seis meses de intenso trabalho, esta CPI da pandemia reuniu evidências que mostram que o Governo Federal (…) tem agido lentamente no combate à pandemia do coronavírus, colocando deliberadamente a população em risco de uma verdadeira infeção em massa”, frisa-se no documento.

Além de Bolsonaro, a CPI, composta por senadores de várias vertentes políticas, também pediu a acusação de mais 66 pessoas, entre as quais quatro ministros e dois ex-ministros do Governo brasileiro, bem como dos três filhos mais velhos do Presidente.

No mesmo dia, o Presidente brasileiro já veio garantir que tanto ele como o seu Governo não têm culpa de “absolutamente nada” em relação ao agravamento da pandemia no país.

“Sabemos que não temos culpa de absolutamente nada. Sabemos que fizemos a coisa certa desde o primeiro momento”, disse.

“Como seria bom se aquela CPI fizesse algo produtivo para o nosso Brasil. Roubaram o tempo do nosso ministro da Saúde, de funcionários, de gente humilde e empresários, mas não produziram nada, só ódio e ressentimento”, afirmou ainda.

O documento será votado na próxima semana e ainda poderá sofrer modificações. Depois, será encaminhado às autoridades judiciais responsáveis por dar seguimento ou não aos factos descobertos.

Há também dúvidas sobre se o procurador-geral da República do Brasil, Augusto Aras, um aliado do Presidente brasileiro, poderá vir a bloquear qualquer acusação. Além disso, para Bolsonaro ser julgado, as acusações teriam ainda de ser viabilizadas por dois terços da Câmara dos Deputados, onde o Governo tem maioria.

A CPI não tem competência para instaurar processos judiciais por si só, mas as suas revelações podem ter considerável impacto político, pois as sondagens já mostram Bolsonaro a perder para o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas presidenciais de 2022.

A CPI da pandemia também investigou as responsabilidades do Governo Federal e regional do Amazonas na crise causada pela falta de oxigénio que causou a morte de dezenas de pacientes por asfixia em Manaus, em janeiro passado.

O Governo brasileiro também foi envolvido em casos de suspeitas de corrupção na compra de vacinas.

A Comissão examinou ainda a relação entre pessoas ligada ao Governo acusadas de promover tratamento precoce com hidroxicloroquina e outras substâncias, cuja ineficácia foi comprovada cientificamente.

Uma empresa, a Prevent Senior, que foi elogiada por Bolsonaro durante a pandemia por usar a hidroxicloroquina em pacientes idosos, é suspeita de ter feito experiências com esse tipo de tratamento sem o conhecimento dos seus pacientes e de ter pressionado os seus médicos a prescrevê-los a “cobaias humanas”.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-acusado-nove-crimes-cpi-439375

 

Putin dá uma semana de férias aos russos para travar pandemia !

O Presidente russo, Vladimir Putin, deu uma semana de férias pagas à população, de 30 de outubro a 7 de novembro, para travar o avanço da pandemia de covid-19, que continua a agravar-se.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin

“Neste momento, é particularmente importante deter o pico da nova vaga da pandemia”, disse Vladimir Putin durante uma reunião com o Governo sobre a situação sanitária na Rússia.

A task-force do combate à pandemia anunciou esta quarta-feira que morreram 1.028 pessoas com covid-19, nas últimas 24 horas, o número mais elevado desde o início da pandemia, que eleva o número total de mortos na Rússia para 226.353 – o maior da Europa.

Putin disse que apoia a proposta do Governo de introduzir um período de férias que se inicia em 30 de outubro e se estende até à semana seguinte, numa altura em que quatro dos sete dias já são feriados estaduais.

Putin acrescentou que em algumas regiões, onde a situação é mais ameaçadora, o período de férias pode começar já no sábado.

Em várias zonas, o aumento das infeções forçou as autoridades a suspender a assistência médica à população, já que as unidades de saúde foram forçadas a concentrar-se no tratamento de pacientes infetados com o novo coronavírus.

Os números diários de mortalidade com covid-19 na Rússia têm aumentando há diversas semanas e ultrapassaram 1.000 pela primeira vez no passado fim de semana — uma realidade atribuída a taxas de vacinação lentas, medidas de restrição frouxas e a relutância das autoridades em endurecer as medidas de combate à pandemia.

Nesta altura, apenas cerca de 45 milhões de russos, ou 32% dos quase 146 milhões de habitantes do país, estão totalmente vacinados.

Embora a Rússia, em agosto de 2020 se tenha tornado o primeiro país do mundo a autorizar uma vacina contra a covid-19 e tenha doses em números generosos, os russos mostram hesitação em receber as vacinas, um ceticismo atribuído a sinais contraditórios enviados pelas autoridades.

Enquanto elogiavam a Sputnik V e três outras vacinas domésticas, os media controlados pelo Estado criticavam os fármacos produzidos no Ocidente – uma mensagem polémica que muitos viram como alimentando as dúvidas do público sobre as vacinas em geral.

Até agora, o Kremlin descartou um novo confinamento geral, como o que ocorreu no início da pandemia, que afetou fortemente a economia e minou a popularidade de Putin, dando autoridade às autoridades regionais dos 11 fusos horários do país autoridade para decidir sobre as restrições locais, dependendo da sua situação.

Muitas das 85 regiões da Rússia já restringiram a participação em grandes eventos públicos e decretaram o acesso limitado a teatros, restaurantes e outros locais. Alguns tornaram mesmo a vacinação obrigatória para certos funcionários públicos e pessoas com mais de 60 anos.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, admitiu que a situação é “muito triste”, lembrando que o nível de vacinação nessas regiões é particularmente baixo.

Em Moscovo, no entanto, a vida voltou ao normal, com restaurantes e cinemas lotados de gente, multidões enchendo bares e passageiros ignorando as regras de uso de máscara no transporte público, mesmo com as unidades de cuidados intensivos nos hospitais lotados.

Na terça-feira, o presidente da Câmara de Moscovo, Serguei Sobyanin, disse que as pessoas com mais de 60 anos não vacinadas terão de ficar em casa e recomendou às empresas para manterem pelo menos um terço dos seus funcionários a trabalhar remotamente por três meses, a partir de 25 de outubro.

https://zap.aeiou.pt/putin-da-uma-semana-de-ferias-439406

 

Nova Iorque alvo de aumento recorde de casos de doença rara transmitida por ratos !

Uma doença bacteriana rara, espalhada através da urina de rato, está a assolar a cidade de Nova Iorque. Este ano, pelo menos 15 pessoas terão contraído a doença. Destas, 13 foram hospitalizadas e uma morreu.

Um rato

A Leptospirose, ou, na sua forma mais grave, a doença de Weil, é causada pela bactéria Leptospira, transmitida aos humanos através da urina infetada de vários animais. A maioria das infeções desenvolve-se após o contacto direto com a urina, mas também pode ser o resultado do contacto com água doce ou solo contaminados, explica o IFL Science.

Os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) estimam que haja cerca de um milhão de casos em todo o mundo todos os anos, e cerca de 59 mil mortes. Ainda assim, os casos são raros nos Estados Unidos e ainda mais raros em Nova Iorque.

Entre 2006 e 2020, só foram detetados 57 casos de leptospirose na cidade que nunca dorme, o que torna o pico deste ano altamente irregular. Na semana passada, foi confirmado que, pelo menos, 15 habitantes de Nova Iorque estão infetados com a doença, um número muito alto tendo em conta o histórico de infeções na cidade norte-americana.

O Departamento de Saúde de Nova Iorque emitiu, em setembro, um parecer público na sequência do 14.º caso detetado.

A maioria dos casos da doença envolve sintomas semelhantes aos da gripe, como febre, arrepios, dores musculares e dores de cabeça. Se, por um lado, alguns infetados podem não apresentar qualquer sintoma, outros podem ter vómitos, diarreia ou icterícia. O portal salienta ainda que é raro que se desenvolva uma doença grave.

A grande maioria das pessoas que contraíram a infeção este ano foram hospitalizadas com insuficiência renal e hepática aguda e duas tiveram graves problemas pulmonares. Só uma pessoa foi infetada durante as suas viagens – as restantes foram expostas a ambientes com infestações de ratos.

O Departamento de Saúde aconselha os habitantes a evitar o contacto com os roedores, incluindo áreas onde os animais possam ter urinado. Se não for possível, recomenda-se a limpeza destas áreas.

Os nova-iorquinos estão também a ser aconselhados a comunicar infestações às autoridades de saúde pública.

https://zap.aeiou.pt/nova-iorque-doenca-rara-transmitida-ratos-439199

 

Alemanha pode falhar objetivo de doação de vacinas contra a covid-19 e culpa fabricantes !

A Alemanha pode falhar o seu objetivo de doar 100 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 a países mais pobres.


Um funcionário do ministério da saúde alemão revelou, numa carta a Bruxelas, que a Alemanha pode falhar o objetivo de doar milhões de vacinas contra a covid-19, devido às condições impostas pelos fabricantes e a falhas na entrega.

Os 100 milhões de doses representam metade do total prometido pelos Estados-membros da União Europeia (UE) aos países mais pobres este ano, segundo a Comissão Europeia.

Esta terça-feira, o ministério dos negócios estrangeiros alemão afirmou que o país apenas doou, até à data, pouco mais de 17% desse montante.

Numa carta enviada esta segunda-feira à Autoridade de Preparação e Resposta de Emergência da Saúde da Comissão Europeia (HERA, na sigla em inglês), o secretário de estado da saúde, Thomas Steffen, disse que havia “problemas burocráticos, logísticos e legais contínuos” impostos pelos fabricantes aos países da UE que pretendiam doar vacinas excedentárias.

Steffen disse que estes fatores tornaram “quase impossível uma resposta rápida aos pedidos internacionais de ajuda”.

A carta é a mais recente prova das tensões que existem entre os governos e os fabricantes de vacinas, no que diz respeito à doação de doses excedentárias, escreve ainda a Reuters.

A UE e os países ricos, cuja maioria dos cidadãos mais vulneráveis já foi vacinada, estão sob pressão da Organização Mundial da Saúde para entregar mais doses às nações pobres, muitas das quais inocularam apenas uma fração da sua população.

“Com o aumento dos excedentes de vacinas em muitos estados membros, em breve estaremos perante uma situação de emergência de atribuição global”, escreveu o secretário de estado da saúde alemão.

“Alguns países poderiam ser forçados a desperdiçar grandes volumes de vacinas valiosas, urgentemente necessárias noutras partes do mundo”, continuou.

De acordo com o documento, os obstáculos postos pelos fabricantes de vacinas incluíam preços mínimos de venda, pagamentos onerosos de compensação exigidos aos países beneficiários e restrições à distribuição a organizações internacionais.

Além disso, o planeamento tornou-se ainda mais difícil devido a alterações nos volumes de entrega previstos e datas de validade das doses de vacinas.

Thomas Steffen revelou ainda que a AstraZeneca e a Johnson & Johnson, juntas, só poderiam entregar até 50 milhões de doses das suas vacinas ainda este ano, o que significa que a Alemanha também teria de doar vacinas Pfizer/BioNTech e Moderna, que são os pilares da sua campanha de vacinação.

Em resposta, a Johnson & Johnson disse que ajudaria os países com doses excedentárias a doá-las a outros países, utilizando a instalação internacional COVAX, desde que os países cumprissem os requisitos de segurança, legais, regulamentares e logísticos.

A AstraZeneca disse, por sua vez, que estava a apoiar doações para além de acordos de fornecimento regulares com países individuais e a COVAX, e disse que tinha ajudado com cerca de 85% de todas as doações na Alemanha até à data.

“A doação de vacinas é um processo administrativo complexo com longos prazos de entrega que estão fora do controlo dos fabricantes de vacinas”, acrescentou a farmacêutica.

Os países da UE prometeram doar vacinas AstraZeneca e Johnson & Johnson, tendo em conta que muitos restringiram a sua utilização devido a casos muito raros de coagulação do sangue.

https://zap.aeiou.pt/alemanha-doacao-vacinas-fabricantes-439181

 

Alexei Navalny vence Prémio Sakharov 2021 !

O opositor russo Alexei Navalny é o vencedor do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2021, anunciou o Parlamento Europeu, esta quarta-feira.


Alexei Navalny foi nomeado pelos grupos políticos PPE e Renovar a Europa devido à sua “coragem na luta pela liberdade, democracia e direitos humanos”.

“Alexei Navalny é o vencedor deste ano do Prémio Sakharov. Lutou incansavelmente contra a corrupção do regime de Vladimir Putin. Isso custou-lhe a sua liberdade e quase a vida. O prémio de hoje é um reconhecimento da sua imensa coragem e reiteramos o pedido da sua libertação imediata”, escreveu no Twitter o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli.

Conhecido pelo seu blog Livejournal, no YouTube e no Twitter, onde tem milhões de seguidores, o opositor russo e ativista anticorrupção destacou-se internacionalmente ao organizar manifestações, concorrer a um cargo político e defender reformas contra a corrupção na Rússia, visando Valdimir Putin e o seu Governo.

Em agosto de 2020, foi envenenado durante uma viagem à Sibéria e passou vários meses a recuperar em Berlim, mas voltou para Moscovo em janeiro de 2021, onde foi preso.

Em fevereiro deste ano foi condenado a dois anos e meio de prisão, que cumpre num estabelecimento de alta segurança, tendo feito, em abril, uma greve de greve de 23 dias para protestar contra a falta de cuidados médicos.

Em junho, um tribunal russo proibiu o funcionamento dos escritórios regionais de Navalny e da sua Fundação Anticorrupção.

https://twitter.com/EPPGroup/status/1450800126486798336?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1450800126486798336%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.publico.pt%2F2021%2F10%2F20%2Fmundo%2Fnoticia%2Falexei-navalny-vence-premio-sakharov-2021-1981809

O opositor russo foi escolhido entre mais outras duas candidaturas: um grupo de 11 mulheres afegãs ativistas dos direitos humanos no país agora liderado pelos talibãs e a política da Bolívia Jeanine Áñez, detida desde março sob a acusação de planear um golpe de Estado no país.

Em 2020, o galardão foi atribuído à oposição democrática na Bielorrússia.

Entregue pela primeira vez em 1988 a Nelson Mandela e Anatoli Marchenko, o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento reconhece o trabalho desenvolvido em defesa da liberdade de pensamento.

O Parlamento Europeu entrega o Prémio Sakharov, no valor de 50 mil euros, numa cerimónia solene que se realiza a 15 de dezembro, em Estrasburgo.

https://zap.aeiou.pt/alexei-navalny-vence-premio-sakharov-2021-439290

 

Comissão responsável indica que ex conselhero de >Trump, Steve Bannon deve ser investigado por envolvimento no ataque ao Capitólio !

Antigo conselheiro de Donald Trump foi aconselhado pelo antigo presidente e pela respetiva equipa de advogados a não colaborar com a comissão especial designada para investigar os ataque.


A Comissão responsável por investigar o ataque ao Capitólio norte-americano de 6 de janeiro sugeriu que Steve Bannon, antigo concelheiro de Donald Trump e frequentemente associado à extrema-direita, deve ser ouvido no âmbito da investigação criminal ao ataque, depois de este já se ter recusado a testemunhar perante este organismo — que aprovou a determinação de forma anónima.

A recomendação deverá seguir, agora, para a Câmara dos Representantes, câmara baixa do Senado, que é controlado por uma maioria democrata. Espera-se que os representantes democratas aprovem a recomendação e que a comissão possa, assim, prosseguir com o testemunho em sede de tribunal, onde será ouvido por não colaborar com a investigação.

“É essencial que tenhamos o testemunho completo e factual do Sr. Bannon para conseguirmos chegar a uma responsabilização dos atos de violência que ocorreram no dia 6 de Janeiro e as suas causas“, explicou Bennie Thompson, presidente da Comissão. “O Sr. Bannon vai colaborar com a nossa investigação ou vai enfrentar as consequências. Não podemos permitir que alguém se intrometa no trabalho da Comissão designada quando estamos a trabalhar para apurar os factos. Os riscos são demasiado elevados.”

Esta postura, considerada mais agressiva, por parte dos membros da Comissão está a ser encarada como uma espécie de aviso para os oficiais da Administração Trump (e outros contactos), no sentido de que mostrar que desafiar as ordens de testemunho será uma atitude com graves consequências associadas, lembra o The Guardian. Para além de Bannon, também Mark Meadows, chefe do staff da Administração de Trump, Dan Scavino, vice de Meadow, e Kash Patel, funcionária do departamento da Defesa, foram convocados pela Comissão para testemunhar.

Bannon recebeu, no entanto, ordens do antigo presidente republicano e dos seus advogados para ignorar a convocatória na totalidade. Os restantes oficiais ligados a Trump não se recusaram a colaborar, mas estão a negociar o cariz e o grau da participação.

No caso de Bannon, a sua recusa pode despoletar consequências impactantes para o que é tido como um símbolo da extrema-direita no país. Quando a recomendação for aprovada na Câmara dos Representantes (o que tudo indica que vai acontecer), o processo será deverá ser transferido pelo departamento da justiça para o procurador-geral do distrito de Columbia, um requisito obrigatório antes de o processo ser apresentado a um juiz federal.

Caso a tentativa de apresentar Bannon à justiça seja bem-sucedida, esta pode resultar para o também radialista numa sentença de um ano de prisão, uma multa de 100 mil dólares ou nas duas em simultâneo — apesar de os democratas reconhecerem que nem a aplicação destas poderá resultar na colaboração de Bannon e a aplicação de penas, com todos os recursos possíveis, a poder demorar anos.

De qualquer forma, Steve Bannon continua a ser considerada uma “pessoa de interesse” para a comissão de investigação devido à grande proximidade que tinha com Trump e com a sua equipa, o que indiciava um contacto quase constante, nomeadamente nas vésperas do ataque. Por esses dias, Trump, que havia perdido as eleições para Joe Biden, tentava implementar várias estratégias que lhe permitissem permanecer mais tempo na Casa Branco.

No dia anterior ao ataque, Bannon afirmou, no seu programa de rádio, algo como “todo o inferno vai soltar-se amanhã“, o que os representantes consideram que poderá ser um sinal de que o conselheiro de Trump pode ter estado efetivamente envolvido no ataque e na sua preparação.

https://zap.aeiou.pt/steve-bannon-investigado-envolvimento-ataque-capitolio-comissao-439194

 

Inédito na medicina - Rim de porco foi transplantado com sucesso num humano !

Pela primeira vez na história, uma equipa médica conseguiu transplantar um rim de porco geneticamente modificado num humano. Foi uma experiência num paciente em morte cerebral, mas que abre portas à utilização de rins de porco em doentes com falência renal crítica.


A experiência decorreu no Centro Médico Langone Health da Universidade de Nova Iorque, nos EUA, e envolveu um paciente em estado de morte cerebral que tinha disfunção nos rins.

A família do paciente consentiu o procedimento antes de serem desligados os equipamentos de suporte de vida que mantinham o seu corpo a funcionar.

Assim, os cientistas transplantaram o rim de porco no paciente no exterior do seu corpo, para permitir a observação durante um período de 54 horas.

Antes disso, os cientistas alteraram os genes do porco, nos tecidos do rim, para eliminar a molécula conhecida por despoletar a quase imediata rejeição do órgão por parte do corpo humano.

E essa modificação genética surtiu efeito, uma vez que o sistema imunitário do paciente não rejeitou o rim de porco.

O órgão esteve “colado” aos vasos sanguíneos do paciente durante três dias e os testes realizados às funções dos rins “pareceram bastante normais”, explica o cirurgião Robert Montgomery que liderou a investigação em declarações à Reuters.

O órgão produziu “a quantidade de urina esperada” num rim humano transplantado, salienta ainda Montgomery, realçando que não houve quaisquer sinais de rejeição.

“O nível anormal de creatinina do receptor – um indicador de função renal deficiente – voltou ao normal após o transplante“, explicou ainda Montgomery à Reuters.

Estes resultados são promissores na área dos transplantes renais, sobretudo devido à escassez de órgãos humanos para este efeito.

“Para muitas pessoas [com disfunção renal], a taxa de mortalidade é tão alta como para alguns cancros, e não pensamos duas vezes quanto a usar novos medicamentos e a fazer novos testes [em pacientes com cancro] quando lhes pode dar mais alguns meses de vida”, aponta Montgomery à Reuters.

As questões éticas associadas a esta investigação levaram a equipa de investigadores a falar com especialistas legais e religiosos.

A Food and Drug Administration (FDA) e a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA também tiveram que autorizar as alterações genéticas no animal em Dezembro de 2020.

Mas, passados esses constrangimentos, a investigação inovadora abre caminho para que, dentro de dois anos, possam ser feitos transplantes de rins de porco em doentes com falência renal crítica, como notam os investigadores.

https://zap.aeiou.pt/rim-porco-transplantado-humano-439242

 

Senado defende que Bolsonaro seja acusado de genocídio devido à sua gestão da pandemia !

Um relatório do Senado brasileiro defende que o Presidente Jair Bolsonaro deve ser acusado de homicídio pela sua gestão da pandemia de covid-19 no país.


O documento ainda pode ser alterado pelos senadores, pois só vai ser votado na próxima semana, mas uma primeira versão com mais de mil páginas foi publicada esta terça-feira de tarde por vários órgãos de comunicação social.

Os senadores argumentam que a decisão “deliberada e consciente” de Bolsonaro de atrasar a compra de vacinas contra o vírus levou à morte evitável de cerca de 300 mil cidadãos.

“A matemática da situação era clara: quanto mais infeções, mais mortes. Sem vacinas a mortalidade seria estratosférica, tal como se veio a verificar”, sublinham os autores do documento.

“Muitas das mortes eram evitáveis”, destaca Renan Calheiros, senador e principal autor do relatório, numa entrevista concedida segunda-feira. “Estou pessoalmente convencido de que ele [Bolsonaro] é responsável por amplificar o massacre”, acrescentou, citado pelo Expresso.

A estratégia de omissão da pandemia por parte do Governo era denunciada há muito pela generalidade da comunidade científica e pela oposição ao Governo, mas na CPI foi exposto um mecanismo na sua totalidade que serviu apenas os interesses de curto prazo do Executivo brasileiro.

Um dos pontos mais relevantes foi a demonstração do funcionamento do chamado “gabinete paralelo”, um grupo de médicos sem cargos governamentais que prestavam assessoria a Bolsonaro – frequentemente em contradição com as recomendações da OMS e até do próprio Ministério da Saúde.

A CPI também deixou clara a tendência para outros órgãos públicos seguirem as orientações do Palácio do Planalto apenas por fidelidade política.

É o caso do Conselho Federal de Medicina (CFM), um organismo federal que zela pela defesa da ética médica, que, ao abrigo da defesa da “autonomia dos médicos”, tem fornecido uma preciosa autoridade científica à estratégia de Bolsonaro ao posicionar-se de forma favorável à distribuição da cloroquina.

O documento mostra ainda que Bolsonaro publicitou o medicamento Hidroxicloroquina muito tempo depois de estar provado cientificamente que este não era eficaz para tratar a covid-19. Além disso, o Governo ignorou mais de 100 emails da Pfizer, atrasando por um mês a distribuição de vacinas no Brasil.

Bolsonaro é ainda acusado de “crimes contra a humanidade” e genocídio da população indígena na Amazónia, onde milhares de pessoas morreram durante meses depois dos hospitais ficaram sem reservas de oxigénio.

Além de Bolsonaro, é ainda recomendado que outras 69 pessoas sejam acusadas de crimes – incluindo três filhos do atual Presidente e vários ex-funcionários do governo federal.

O jornal norte-americano The New York Times, tentou contactar o gabinete do Presidente Bolsonaro, mas este não respondeu aos pedidos de esclarecimento, limitando-se a criticar o relatório, acusando-o de ter motivações políticas.

O relatório foi escrito por um número diminuto de senadores após uma investigação que durou seis meses e incluiu diversas audições no Senado.

Mais de 600 mil mortes

O testemunho dos familiares das vítimas da covid-19 foi um dos pontos mais emotivos dos quase seis meses de depoimentos, levando até uma das intérpretes de língua gestual a pedir para ser substituída.

Segundo o Público, das mais de 600 mil mortes ocorridas no Brasil por causa da pandemia, perto de 200 mil aconteceram entre a primeira e a última sessão da comissão que se propôs a investigar potenciais abusos e crimes cometidos pelo Governo.

Ao longo de várias horas de depoimentos, foram ouvidos alguns dos protagonistas do descontrolo permanente da pandemia no Brasil.

Atualmente, o país encontra-se arrasado tanto a nível humano como económico, já que milhões de pessoas voltaram a cair na pobreza extrema, o sistema hospitalar colapsou diversas vezes e milhões de crianças se viram privadas de educação durante meses a fio.

https://zap.aeiou.pt/senado-bolsonaro-acusado-genocidio-439175

 

 

Dez anos depois, ainda há feridas por sarar - Sánchez promete não soltar presos da ETA em troca da aprovação do Orçamento !

Num debate parlamentar com o Governo espanhol, Pablo Casado confrontou Pedro Sánchez sobre os acordos com os nacionalistas radicais bascos.


Esta quarta-feira, quando questionado por Pablo Casado, presidente do Partido Popular (PP), sobre se iria libertar 200 terroristas da ETA em troca do voto favorável dos nacionalistas radicais bascos ao Orçamento do Estado, o primeiro-ministro espanhol foi categórico: “não”.

Segundo o Expresso, no debate parlamentar com o Governo, Casado acusou Pedro Sánchez de “deixar para trás as vítimas do terrorismo, ao aproximar [dos seus locais de residência, porque estavam presos em cadeias longínquas] uma centena de etarras com delitos de sangue”.

“Não se pode pactuar e branquear, para continuar no poder, aqueles que justificam o assassínio de 850 inocentes”, atirou Casado, numa referência ao apoio que o Governo tem recebido do partido nacionalista radical Euskal Herria Bildu (EHB, Unir o País Basco).

O semanário salienta que o EHB é um descendente político do Batasuna, um partido que, sob vários nomes, foi em tempos braço político da ETA.

Esta semana, Arnaldo Otegi, o principal dirigente do Batasuna, extinto há 19 anos, reconheceu o sofrimento causado pela ETA e chegou mesmo a afirmar que “nunca devia ter acontecido”.

“Infelizmente, o passado não tem remédio. Nada do que possamos dizer pode desfazer o dano causado. Mas estamos convencidos de que é possível aliviá-lo a partir do respeito e da memória. Sentimos enormemente o seu sofrimento [das vítimas] e comprometemo-nos a mitigá-lo”, afirmou Otegi, citado pelo El País.

A pergunta de Casado foi, no entanto, motivada pelas declarações que se seguiram: “Temos 200 presos na cadeia e se para soltá-los for preciso votar a favor do Orçamento, votamos”. O EHB tem cinco parlamentares no Congresso dos Deputados.

Durante o debate, o líder do PP lembrou que Sánchez prometera não fazer acordos com o EHB, mas a verdade é que o partido tem dado a mão ao Executivo formado pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e pela frente de esquerda Unidas Podemos.

O legado de cinco décadas de atividade da ETA (Euskadi Ta Askatasuna) terminou há dez anos, mas ainda há feridas que continuam sem sarar. Segundo o Público, a influência do grupo separatista basco salta para o campo político, principalmente de cada vez que se comemora uma data que o envolve.

Desta vez, assinala-se o décimo aniversário da renúncia da ETA ao terrorismo, oficializada num vídeo, datado de 20 de outubro de 2011, com indivíduos que pediram “a abertura de um processo de diálogo direto” aos Governos de Espanha e de França.

https://zap.aeiou.pt/dez-anos-depois-eta-soltar-presos-439162

 

Sismo de magnitude 4,8 na escala de Richter abala La Palma - É o maior desde o início da erupção !

Esta terça-feira à noite, um terramoto de magnitude 4,8 na Escala de Richter abalou La Palma. É o maior sismo até ao momento, desde o início da erupção do vulcão Cumbre Vieja.

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Segundo o El País, o sismo aconteceu por volta das 22h48 (hora das Canárias), e teve o seu epicentro em Villa de Mazo, a uma profundidade de 39 quilómetros.

O terramoto, de magnitude 4,8 na Escala de Richter, foi sentido não só em toda a ilha, como também em várias cidades do norte de Tenerife. O diário espanhol salienta que, desde a noite de ontem, a ilha sofreu mais de duas dezenas de terramotos.

O sismo desta terça-feira acontece exatamente um mês depois de o Cumbre Vieja ter entrado em erupção, no dia 19 de setembro. Nos últimos dias, registaram-se terramotos na área com magnitude semelhante, mas nunca tão elevada. O último, de magnitude 4,6, ocorreu no sábado.

O vulcão espanhol já foi responsável pela destruição de quase dois mil edifícios e as línguas de lava já engoliram mais de 760 hectares da ilha espanhola.

https://zap.aeiou.pt/sismo-de-magnitude-4-8-la-palma-439177

 

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

EUA mudam para o Golfo Pérsico uma nova força-tarefa robótica marinha-aérea operada pela Inteligência Artificial !


A primeira de seu tipo, a Força-Tarefa 59 dos EUA tem como objetivo aumentar a dissuasão contra o Irã pelo uso na região de sistemas integrados não tripulados e inteligência artificial. A força inovadora dos drones Loyal Wingman furtivos foi estabelecida para atender à necessidade crescente de impedir o Irã de assediar os navios americanos e aliados, incluindo navios israelenses.

Embora a natureza das atividades da Força-Tarefa 59 (e da maioria das plataformas) permaneça secreta, os drones Loyal Wingman e outras tecnologias de controle remoto são conhecidos por serem extremamente versáteis, armados para fornecer suporte para aeronaves tripuladas em espaço aéreo disputado, como o F-35 stealth caças, bem como equipados para guerra cibernética, inteligência, vigilância e reconhecimento. Esses drones futuristas são até mesmo capazes de realizar operações tão diversas do começo ao fim sozinhos, enquanto operam sob, no e acima do radar.

A Força-Tarefa 59 começou a ser implantada em áreas sensíveis e pontos de estrangulamento regionais, como o Estreito de Ormuz, o Golfo de Omã, o Mar da Arábia, o Estreito de Bab al-Mandeb, o norte do Oceano Índico, o Mar Vermelho e o Canal de Suez . 

Teerã foi rápido em reagir à nova força furtiva dos EUA por controle remoto, relatam fontes militares do DEBKAfile, adicionando seis unidades aos seus esquadrões de lanchas armadas e UAVs operacionais com a capacidade de lançar ataques cibernéticos para interromper os sistemas da Força 59. Essas tentativas são prejudicadas, no entanto, por uma incapacidade de rastrear drones furtivos autônomos e autônomos de baixa altitude, como os Wingmans.

Ainda assim, o Irã, ao mesmo tempo que aumenta seus mísseis e outras capacidades militares, também está avançando no desenvolvimento da guerra de drones. Também para os EUA é importante aumentar a vigilância das atividades iranianas na região, especialmente os movimentos de “civis” nas áreas costeiras.

Em 11 de setembro, o ministro da Defesa israelense, Benny Gantz, alertou que o Irã está treinando milícias no Iraque, Iêmen, Líbano e Síria para usar drones avançados na base militar de Kashan. O Irã acredita que a Força-Tarefa 59 é o núcleo potencial de uma frente EUA-Golfo-Israel. Com o aumento do perigo dos drones, muitos países estão em busca de sofisticadas armas anti-drones. A Força-Tarefa 59 pode ser vista como uma tentativa inicial de testar esses braços.

https://www.debka.com

Lei de David - Reino Unido pondera acabar com anonimato online depois de esfaqueamento de deputado !

A morte de David Amess está a suscitar um debate no Reino Unido sobre a segurança dos deputados e os insultos de que as figuras políticas são alvo nas redes sociais.
 

Depois do deputado conservador David Amess ter morrido na sequência de um esfaqueamento durante um encontro com eleitores numa igreja em Leigh-on-Sea, no leste de Inglaterra, Boris Johnson está agora a ser pressionado a aprovar uma lei que acabe com o anonimato online.

Dezenas de deputados homenagearam Amess no parlamento britânico na segunda-feira e apelaram a que se faça alguma coisa para se controlar os abusos que as figuras políticas sofrem na internet.

A morte já foi considerada um ataque terrorista e a polícia está a investigar se o suspeito – Ali Harbi Ali, um homem de 25 anos que já tinha sido referido no programa de combate ao terrorismo Prevent – tinha ligações ao radicalismo islâmico.

Apesar de não terem sido encontradas quaisquer ligações entre o esfaqueamento e abusos na internet, deputados próximos de Amess dizem que o conservador já se tinha mostrado preocupado com as ameaças e insultos de que os políticos são alvo nas redes sociais.

O deputado conservador Mark Francois, que considerava Amess um mentor e amigo próximo, prometeu que se vai dedicar a rever as leis que dizem respeito às redes sociais e garantiu na Câmara dos Comuns que estava disposto a arrastar os directores do Facebook e do Twitter, Mark Zuckerberg e Jack Dorsey, até ao parlamento e “gritar para que nos olhem nos olhos e se responsabilizem pelas suas acções, ou pela falta delas, que os tornam ainda mais ricos do que já são”.

“Nos últimos anos, o David tinha ficado cada vez mais preocupado com aquilo que ele chamava o ambiente tóxico no qual os deputados, particularmente as deputadas, tinham de trabalhar”, acrescentou, apelando ao aperto às leis para que impeçam que utilizadores se possam esconder atrás do anonimato para insultar políticos para que garantam que o colega “não tenha morrido em vão”.

A essência da lei, explica Francois, é que apesar de “pessoas na vida pública se manterem abertas a críticas legítimas”, não podem “ser difamadas ou ver as suas famílias ser sujeitas a abusos horríveis, especialmente de pessoas que se escondem atrás de uma capa de anonimato com a conivência das empresas das redes sociais que lucram com isso”.

O político conservador Bernard Jenkin afirmou também que os deputados devem olhar para si mesmos quando o assunto é o debate civil, lembrando o ambiente tenso durante os debates sobre o Brexit. “Qual de nós é que nunca cedeu a sentimentos de desprezo ou de falta de respeito perante aqueles que nos opõem? Qual de nós pode honestamente dizer que não pode fazer melhor?”, questionou.

O governo quer aprovar uma lei de segurança online que vai obrigar as gigantes das redes sociais a regular mais conteúdos violentos, apesar dos critérios específicos da lei serem polémicos.

Em resposta à morte de Amess, Boris Johnson afirma que era “um dos indivíduos mais simpáticos, queridos e gentis que alguma vez se sentou nestes bancos” e que o facto de ter passado quase 40 anos no parlamento e nunca ter sido ministro “diz tudo sobre onde estavam as suas prioridades” e que “queria apenas servir as pessoas de Essex”.

A Secretária do Interior, Priti Patel, também não fecha a porta à criação de uma lei que acabe com o anonimato na internet. “Quero que olhemos para tudo e já há trabalhos nesse sentido. Passo muito tempo com comunidades que têm sido atacadas, já tivemos todo o tipo de publicações online e é uma luta para as conseguirmos remover. Queremos fazer grandes mudanças nisso”, afirmou, em entrevista à Sky News.

Preocupações com segurança de denunciantes

Apesar proposta de lei estar a ganhar tracção, há também preocupações sobre os riscos que denunciantes e activistas possam sofrer com o fim da privacidade na internet.

A jornalista da plataforma independente de esquerda Novara Media, Ash Sarkar, lembra que “mesmo que o anonimato seja terminado, isso não muda o facto de que o modelo económico das redes sociais depende de antagonizar os utilizadores para os viciar nas plataformas” e recorda as denúncias de Frances Haugen, ex-trabalhadora do Facebook, sobre como a empresa sabe dos problemas de discurso de ódio e fake news na rede social.

“O conteúdo nas redes sociais existe numa relação complexa com o que se passa nos media tradicionais, dirigidos por falhas no jornalismo e cobertura mediática desproporcional e inflamatória”, aponta também Sarkar, acrescentando que culpar os trolls e queixas sobre a falta de civismo na política é “uma maneira fácil de se evitar os problemas mais complicados da segurança, radicalização, as falhas do Prevent e o potencial papel do isolamento social e de problemas de saúde mental” em casos como o de Amess.

O líder dos Trabalhistas, Keir Starmer, sublinha que “o civismo na política importa”, mas que não pode ser esquecido que a morte de David Amess foi “um alegado ataque terrorista nas ruas do nosso país” e que não há indícios de que o ódio nas redes sociais esteja associado.

Starmer falou também com os pais de Jo Cox, a deputada trabalhista que foi assassinada por um terrorista de extrema-direita em 2016. “Eu sei que estariam a reviver aquele dia terrível. Disseram-me que estavam a pensar na família de David e em como as suas vidas mudaram para sempre”, revelou.

O viúvo da deputada, Brendan Cox, acredita também que este é um momento para reflectir sobre a “brutalidade diária em que o nosso debate político é conduzido, desde cada vez mais regulares ameaças de morte a insultos online”.

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