Alguns davam-no como morto, outros diziam que estava escondido no Paquistão ou a viver no subsolo em Kandahar. O misterioso líder supremo dos Taliban, mulá Hibatullah Akhundzada, apareceu em público pela primeira vez desde a sua nomeação, em 2016, anunciou o governo afegão este domingo.
“O comandante dos crentes, o xeque Hibatullah Akhundzada, apareceu diante de uma grande congregação na famosa madraça Darul Uloom Hakimah e falou durante 10 minutos com os seus bravos soldados e discípulos”, disse o governo dos Taliban numa mensagem que acompanha um registo de áudio.
No áudio publicado nas redes sociais dos Taliban, Akhundzada recita orações e bênçãos. De acordo com uma fonte local, o líder supremo dos Taliban chegou à escola corânica em Kandahar acompanhado por um comboio de dois veículos.
No seu discurso, Akhundzada não fez comentários políticos e pediu a bênção de Deus sobre a liderança dos Taliban.
O evento em Kandahar foi realizado sob fortes medidas de segurança e a divulgação de fotos ou vídeos não foi permitida, embora a imprensa Taliban tenha compartilhado o áudio de 10 minutos.
No áudio divulgado, Akhundzada ora também pelos mártires do movimento, pelos combatentes feridos e pelo sucesso dos funcionários do Emirado Islâmico neste “grande teste”.
“Que Deus recompense o povo do Afeganistão que lutou contra os infiéis e a opressão durante 20 anos”, declarou o líder religioso em seu discurso.
Após uma rápida campanha militar, acelerada pelo anúncio da retirada das tropas dos Estados Unidos do país, os Talibans voltaram ao poder em agosto passado.
Com exceção de raras mensagens anuais para marcar feriados islâmicos, o líder dos Taliban mantém a maior discrição possível sobre sua vida.
Até a retirada das forças americanas do Afeganistão em agosto, ninguém sabia onde se encontrava ou sequer se estava vivo. Uma única fotografia, com barba e turbante, foi distribuída pelos Taliban.
Akhundzada foi nomeado líder dos Taliban numa rápida transição de comando depois de um ataque de drone dos EUA ter matada o seu antecessor, o mulá Akhtar Mansour, em 2016.
Até então, Akhundzada era uma figura relativamente desconhecida e participava mais em assuntos religiosos e jurídicos do que de manobras militares.
Depois da nomeação como líder doa Taliban, Akhundzada obteve rapidamente a lealdade do egípcio Ayman al-Zawahiri, o líder da Al-Qaeda, que o nomeou “emir dos crentes”, reforçando a sua credibilidade no universo jihadista e sunita.
No seu papel como líder supremo, Akhundzada é responsável por manter a união dentro dos Taliban, uma missão complexa devido às lutas internas que fragmentam o movimento islâmico radical.
Os Taliban anunciaram em setembro passado que o seu líder supremo vivia em Kandahar “desde o início” do regresso ao poder e que iria “aparecer em público em breve “.
“Temos reuniões regulares com ele sobre o controlo da situação no Afeganistão e como administrar o nosso governo”, garantiu na quarta-feira o governador de Kandahar, mulá Yusef Wafa.
“Ele dá conselhos a todos os líderes do Emirado Islâmico do Afeganistão e seguimos as suas regras, os seus conselhos, e se temos um governo que progride, é graças a ele“, acrescentou.
Segundo observou um jornalista da AFP, realiza-se anualmente num lugar secreto de Kandahar um “seminário” de altos funcionários dos Taliban.
Há crianças afegãs refugiadas nos Estados Unidos que estão traumatizadas e já se magoaram a si e a outros menores num abrigo em Chicago.
Em Chicago, nos Estados Unidos, um abrigo recebeu várias crianças afegãs que fugiram do país após os talibãs terem assumido controlo. A ProPublica escreve que algumas destas crianças magoaram-se a si mesmas ou a outras pessoas. Outras até ameaçaram algum do pessoal que trabalha no abrigo. Há ainda alguns casos de menores que tentaram escapar ou disseram que queriam morrer.
O cenário dentro do abrigo é retratado por três funcionários e outras pessoas que têm conhecimentos das condições vividas lá dentro. A ProPublica também obteve documentos internos e relatórios da polícia que corroboraram algumas das situações descritas.
Os funcionários da organização sem fins lucrativos Heartland Alliance dizem que o abrigo não tem condições para receber as cerca de 40 crianças e jovens afegãos. Muitos deles, contam, têm problemas psicológicos e estão traumatizadas. As barreiras linguísticas e culturais só agravam a situação, nunca antes vivida por estes trabalhadores, assumem os próprios.
“Não sabemos se estão a dizer que vão se magoar até finalmente conseguirmos um tradutor na linha”, disse um trabalhador do abrigo.
“Eles podem estar a dizer-nos algo… Tentamos adivinhar. Tentamos comunicar com dicas, linguagem gestual, fazendo movimentos como se estivéssemos com fome ou precisássemos disto ou daquilo”, explicou ainda um membro do staff.
Há quatro abrigos da Heartland em Chicago que têm um total de 79 crianças afegãs, mas o de Bronzeville é onde estão a ser relatados os problemas. Um número representativo, tendo em conta que o governo norte-americano recebeu um total de 186 crianças e jovens.
“Estes jovens afegãos estão a enfrentar fardos de trauma muito altos e problemas de saúde mental por terem vivido num país devastado pela guerra, exacerbado pela sua chegada caótica e não tradicional sozinhas a um país estrangeiro”, disse a Heartland em comunicado. “Algo tão simples como um telefonema para casa é altamente emocional… E se os meus pais não responderem? Estarão mortos? Ausentes? Voltarei a vê-los? E se os talibãs me encontrarem aqui?”. São perguntas como estas que passam pela cabeças das crianças deste — e de outros — abrigos.
Embora os trabalhadores entendam que fatores fora do controlo da Heartland são os principais culpados pelos problemas, mostram-se insatisfeitos com a resposta da própria organização e do Office of Refugee Resettlement, o órgão federal que gere o restabelecimento de refugiados nos Estados Unidos.
Funcionários da Heartland dizem que fornecem “cuidados residenciais seguros e acolhedores 24 horas por dia, sete dias por semana, que incluem alimentação, roupa, abrigo, escola e cuidados médicos básicos”.
No Michigan, a resposta ao problema tem sido diferente. Lá, a Starr Commonwealth tem um intérprete em cada chalé que fala afegão, persa afegão ou ambos.
O Sleeping Bus Tour foi especialmente concebido para ajudar os passageiros a adormecer. Os turistas com saudades de viajar ou privação de sono são os alvos da iniciativa.
Em circunstâncias normais, adormecer durante uma viagem paga é um desperdício de dinheiro. Por mais estranho que pareça, o Sleeping Bus Tour nasceu com esse mesmo propósito.
“Quando estávamos a fazer um brainstorming sobre novas escursões, vi uma publicação de um amigo meu nas redes sociais que dizia que estava stressado com o trabalho, que não conseguia dormir à noite”, contou Kenneth Kong, diretor de marketing e desenvolvimento de negócios da Ulu Travel, a empresa por detrás deste novo conceito.
O que mais o intrigou foi o facto de saber que o amigo adormecia rápido e dormia tranquilamente quando viajava de autocarro. “Aquele post inspirou-nos a criar esta viagem que permite aos passageiros dormir no autocarro”, disse, em declarações à Associated Press.
A viagem de autocarro tem uma duração de cinco horas e leva os passageiros num itinerário de 83 quilómetros a bordo de um autocarro normal de dois andares.
O Sleeping Bus Tour não só é a primeira iniciativa deste género, como também a rota de autocarro mais longa de Hong Kong.
Segundo o Travel and Leisure, a experiência começa num restaurante, onde é servido um “menu ocidental de 2 pratos”, ou o que a empresa descreve como um “Food Coma Lunch”.
Depois de acomodados no autocarro, dá-se início à viagem, que inclui algumas paragens para fotografias e pausas para os passageiros irem casa de banho.
Os bilhetes para o Sleeping Bus Tour estão divididos em quatro categorias, desde o “Zero-decibel Sleeping Cabin” até à “VIP Panorama Cabin”. Os preços variam entre 15 e 100 euros por pessoa.
Um conjunto de estudos na área da psicologia chegou à conclusão que as pessoas tendem a ter mais simpatia com os milionários e respetivos privilégios quando estes se apresentam individualmente. Contrariamente, o “grupo” dos mais ricos revolta e sentimentos de injustiça junto cidadão comum.
Um conjunto de estudos na área da psicologia descobriu que a maioria das pessoas concorda com a ideia que, como grupo, os milionários devem pagar impostos correspondentes à dimensão da sua riqueza, mas considera que, enquanto pessoas individuais, estes deviam ser capazes de manter os valores, por muito altos que sejam. Trata-se de um paradoxo, que os cientistas acreditam estar relacionado com o que outras pesquisas anteriores na área da psicologia já evidenciavam: é mais fácil para o ser humano rever-se numa pessoa de forma isolada do que num grupo de indivíduos.
As conclusões da pesquisa dizem que as pessoas não têm tantos problemas com a desigualdade da distribuição da riqueza quando esta é enquadrada em termos mais pessoais, mesmo que o processo para lá chegar por uma empresa, por exemplo, seja semelhante. Pelo contrário, as pessoas tendem a achar que um milionário merece mais o seu dinheiro e são menos prováveis de apoiar a redistribuição de dinheiro. Às vezes, escreve a Science Alert, quando a discussão parte de um âmbito mais abrangente para um exemplo mais específico, as pessoas também tendem até a defender a ideia que se deve pagar mais aos milionários. Por outras palavras, os indivíduos parecem mais tolerantes com as pessoas que fazem parte do sistema do que com o sistema em si.
“Quando há um grupo de pessoas no topo, nós achamos que é injusto e pensamos quanta sorte ou quanto do sistema económico é que contribuiu para o processo que esteve na origem daquela riqueza”, explicou Jesse Walker, estudante na área do comportamento do consumidor na Universidade do estado do Ohio. “Mas quando olhamos para uma pessoa no topo, tendemos a pensar que ela é talentosa e trabalhadora, pelo que é mais merecedora de todo o dinheiro que fez.
Investigações científicas anteriores também mostraram que as pessoas tendem a atribuir mais os sucessos e fracassos de um indivíduo aos seus traços internos ou aspirações do que os resultados que têm origem na atividade de um conjunto de pessoas. Como tal, uma pessoa que consiga incluir-se no grupo de pessoas mais ricas do mundo será, mais provavelmente, considerada mais trabalhadora e mais talentosa do que o grupo como um todo. Esta tendência já está, provavelmente, refletida nos resultados deste estudo, assim como o que os especialistas chamam de “streaking star effect” (efeito da estrela às riscas, numa tradução literal para português), segundo o qual as pessoas se sentem mais inspiradas pelo sucesso de um indivíduo do que pelo sucesso de um grupo.
As conclusões apresentadas surgem de oito estudos diferentes, com um máximo de 600 participantes. O primeiro incluiu mais de 200 respondentes, a quem foi pedido que sugerissem uma remuneração adequada para os CEO’s. A metade dos participantes foi mostrada informações sobre os salários dos CEO’s das 350 maiores empresas dos Estados Unidos e como é que estes evoluíram — em média 372 vezes mais — face ao salário médio de um subordinado. A outra metade apenasleu sobre uma empresa específica, cujo salário do CEO cresceu de igual forma no mesmo período de tempo.
Entre os integrantes do primeiro grupo, todos concordaram que a maioria dos CEO’s nos Estados Unidos da América recebia demasiado dinheiro, sobretudo quando se comparava a quantia com a recebida pelo trabalhador médio. Pelo contrário, os integrantes do segundo grupo acharam que o CEO da empresa sobre a qual leram devia receber ainda mais, mesmo quando confrontados com os salários dos restantes trabalhadores.
Como tal, os cientistas responsáveis pelos estudos sugerem que a maneira como falamos sobre os milionários de forma individual, comparativamente com a forma como falamos sobre os milionários enquanto grupo, tem impacto no nosso discernimento relativamente aos impostos que são cobrados aos milionários, nomeadamente os impostos progressivos.
De forma a explorar esta premissa, um segundo estudo foi levado a cabo, tendo contado com a participação de 400 participantes. A estes, foi mostrada a capa da revista Forbes. Metade dos inquiridos viram um grupo de milionários na imagem (nenhum deles especialmente conhecido) e a outra metade viu apenas um milionário — apesar de todos terem tido acesso a uma pequena descrição biográfica dos indivíduos que estavam a ver. Posteriormente, foi pedido aos participantes que fizessem, por escrito, uma pequena reflexão sobre os milionários e respetivas riquezas.
Mais uma vez, os resultados reproduziram-se: os participantes consideram que a riqueza individual é mais justa e merecida do que a do grupo de 1% dos mais ricos do mundo. “As pessoas no nosso estudo ficavam claramente mais chateadas pela riqueza dos sete indivíduos juntos na fotografia da capa do que por aqueles que apareciam individualmente”, resumiu Jesse Walker. Ainda mais revelador é o facto de os participantes que viram a capa com os sete milionários apoiarem mais aplicação de impostos progressivos à riqueza face aos que viram a capa apenas com um único indivíduo.
Esta tendência também sugere que a forma como se apresenta a problemática da distribuição desigual da riqueza influência o pensamento das pessoas no que concerne a maneiras de a solucionar. Para comprovar também esta premissa, os investigadores avançaram para um terceiro estudo.
Neste caso, foi apresentado aos participantes o história de um ator de Bollywood, nascido no seio de uma família famosa com ligações à indústria cinematográfica. Metade dos inquiridos tiveram conhecimento do percurso da família, ao passo que a outra metade permaneceu “às escuras” sobre esta matéria. Uma das conclusões a que os investigadores chegaram foi a de que apenas os participantes que conheciam o contexto da ascensão do ator apoiavam que lhe fossem cobrados impostos mais altos.
“Se queres mudar o sistema, é preciso levar a que as pessoas pensem de maneira sistémica”, explicou o psicólogo Thomas Gilovich, da Cornell University, à Science Alert. No entanto, isto nem sempre é possível, sobretudo num ambiente jornalístico em que a história de um indivíduo é, regra geral, centro de atenção mediática e da discussão. Na realidade, os artigos tendem a priorizar a história de um indivíduo mesmo quando o assunto que se quer retratar é um coletivo. Como tal, a abordagem pode ajudar a moldar a opinião dos indivíduos e impedir que se avancem com políticas destinadas a diminuir as desigualdades económicas.
Os autores dos estudos argumentam que é por este motivo que termos como “os 1%” ou os “super ricos” — utilizados muito na sociedade norte-americana — conseguem originar contestações tão acesas. De facto, a centralização de protagonistas leva as pessoas a refletir mais sobre as vantagens, as quais alguns consideram injustas, do sistema. “Quando se se pensa nos “ricos” ou no “1%”, a mente viaja para atribuições situacionais muito mais rapidamente”, explica Gilovich. “Pensamos no sistema a ser manipulado, nos privilégios que os ricos têm, e por isso estamos muito mais dispostos a apoiar, por exemplo, um imposto progressivo para lidar com a crescente desigualdade de rendimentos”.
A mídia estatal síria noticia que mísseis solo-solo foram disparados de Israel na manhã de sábado, 31 de outubro, em direção aos subúrbios da capital, Damasco. Nenhum detalhe foi oferecido, exceto para alegar que alguns dos mísseis foram abatidos pelas defesas aéreas da Síria e feriram dois soldados sírios.
O DEBKAfile acrescenta que a principal rodovia da Síria ao Líbano foi alvo, assim como as bases do Hezbollah na área de Dimas a oeste da capital síria, para restringir as entregas de armas iranianas ao Hezbollah. Este último ataque foi incomum, pois usou mísseis terra-terra precisos em prol de um alto grau de precisão no ataque a alvos iranianos e pró-iranianos.
Essa ação ocorreu após a conversa do primeiro-ministro Naftali Bennett em Sochi com o presidente Vladimir Putin em 22 de outubro. O líder russo informou a Israel que Moscou não toleraria mais ataques aéreos capazes de desestabilizar o regime de Assad. Ele também pediu a Israel que avisasse com antecedência sobre os próximos ataques contra alvos iranianos na Síria em um estágio anterior ao atual. Uma consequência provável dessa conversa foi o recurso da IDF a mísseis de superfície extra-precisos para conter a presença militar iraniana na Síria, em vez de ataques aéreos noturnos de rotina .
Jean-Pierre Thibaudat, antigo escritor de cultura de um jornal francês, revelou um conjunto de manuscritos do tão aclamado quanto polémico escritor Louis-Ferdinand Céline.
A sua magnum opus é “Viagem ao Fim da Noite”, embora também seja conhecido pela obra “Morte a Crédito”. No entanto, o autor francês tem um lado negro: escreveu três panfletos que revelam uma identidade abertamente antissemita, facto que lhe terá valido a famosa acusação por parte de Jean-Paul Sartre de ter colaborado com os nazis.
Thibaudat levou os manuscritos a Emmanuel Pierrat, um advogado especializado em propriedade intelectual. “Esta é a maior descoberta literária de sempre”, disse Pierrat citado pelo The New York Times.
Os manuscritos estavam perdidos há mais de 75 anos, com Céline a alegar que tinham sido roubados do seu apartamento em Paris quando escapou para a Alemanha, em 1944, temendo que fosse castigado por ter colaborado com as forças nazis.
Céline voltou para França em 1951 após receber amnistia. O escritor culpou Oscar Rosembly, um vizinho que contratou para fazer a sua contabilidade, pelo desaparecimento dos papéis.
O acervo contém 6 mil páginas não publicadas que incluem uma versão completa de um romance que foi impresso, mas que estava inacabado, e outra obra totalmente desconhecida até hoje.
Thibaudat diz que recebeu os manuscritos de um benfeitor ou benfeitores anónimos há cerca de 15 anos. O escritor manteve-os em segredo este tempo todo — a pedido do tal benfeitor — até que a viúva de Céline morresse, para que uma “família antissemita” não lucrasse com o tesouro literário. A ideia é manter as obras sob domínio público e acessíveis a investigadores.
A controvérsia surgiu, entretanto, com os herdeiro de Céline a entrarem com uma ação judicial contra Thibaudat em fevereiro, acusando-o de manusear bens roubados e exigindo os manuscritos como legítimos proprietários dos bens do falecido escritor.
David Alliot, um investigador literário, diz que o problema para muitos franceses era que, embora Céline fosse um “génio literário”, era um ser humano com vários defeitos.
Émile Brami, livreiro judeu em Paris que dedicou a sua vida ao trabalho de Céline, diz que nos anos 90 encontrou a filha de Rosembly, Marie-Luce, que disse que ainda tinha “muitas coisas de Céline” na sua posse.
“As pessoas que me deram os manuscritos viram como uma forma de livrar-se deles”, disse Thibaudat numa entrevista telefónica. “Era um fardo para eles”.
O antigo escritor diz que não podia ter revelado os documentos sem cumprir a promessa que tinha feito ao benfeitor.
“Fui obrigado por este juramento. Eu não poderia trair as pessoas”, disse o gaulês. “Por isso estava à espera. Não achei que fosse demorar tanto”.
A cidade de Austin, no estado norte-americano do Texas, irá em breve albergar o maior bairro do mundo impresso em 3D.O ambicioso projeto, que começará em 2022, resultou de uma colaboração entre a construtora norte-americana Lennar Group e a ICON, uma empresa de tecnologia de construção que, segundo o site Interesting Engineering, ficou conhecida por imprimir as casas de uma rua inteira no Texas e por construir o Mars Dune Alpha, uma estrutura para os astronautas da NASA simularem a vida em Marte.
A ideia é construir a maior comunidade de casas impressas em 3D até hoje, com um total de cem residências, também para mostrar uma forma promissora de responder à crescente procura por habitação.
“A escassez de mão de obra e de materiais são dois dos maiores fatores que afastam o sonho de muitas famílias norte-americanas de ter uma casa própria” , disse, em comunicado, Eric Feder, presidente da LENX, do grupo Lennar.
“A Lennar sempre expandiu os limites da inovação tecnológica para manter casas de qualidade, mas acessíveis, e a impressão 3D é uma abordagem extremamente encorajadora. Estamos entusiasmados por colaborar com a ICON para desenvolver soluções para os desafios emergentes dos próximos anos”, acrescentou.
Tal como recorda o mesmo site, a ICON usa um sistema de impressão robótica que imprime a uma velocidade de cerca de 25 centímetros por segundo e usa um material de construção patenteado chamado Lavacrete.
“A impressão 3D na construção não só oferece casas de alta qualidade com mais rapidez e economia, como pode mudar para melhor a forma como comunidades inteiras são construídas”, explica, na mesma nota, Jason Ballard, co-fundador e diretor executivo da ICON.
“Os Estados Unidos enfrentam um défice de aproximadamente cinco milhões de residências, logo, existe uma necessidade profunda de aumentar rapidamente a oferta sem comprometer a qualidade, beleza ou sustentabilidade e essa é exatamente a força da nossa tecnologia”, considerou.
Além disso, as casas também contarão com telhados fotovoltaicos, tornando-as sustentáveis e autossuficientes no que toca à energia.
Imposto mínimo global é uma medida há muito pedida pela OCDE e que ganhou nova força depois de Joe Biden se mostrar favorável à ideia. De acordo com as conclusões da cimeira, as empresas que faturem mais de 750 milhões de euros devem pagar pelo mínimo 15% de impostos.
O primeiro dia da cimeira dos G20, que se realiza este fim-de-semana em Roma, ficou marcado pelo acordo em torno de um IRC mínimo global. A ideia vinha a ser trabalhada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) e tem como objetivo travar o desvio de impostos para países com tributações mais baixou ou para os chamados paraísos fiscais – em última análise garantir um sistema tributário mais justo.
Trata-se de uma mensagem forte, enviada por um conjunto de países que representa mais de 80% do PIB mundial, mas que ainda está longe de se refletir numa implantação efetiva. Em Junho, o apoio do G7 deu um novo impulso à medida, sobretudo quando os Estados Unidos, liderados por Joe Biden, se mostraram adeptos da implantação da medida.
Num quadro mais abrangente, a OCDE tem lutado pela adoção de um sistema baseado em dois pilares: o primeiro tem que ver com a limitação do volume de lucro residual das empresas – o que fica depois de o país onde estão sediadas ter cobrado o imposto correspondente a 10% do lucro –, o qual deverá ser repartido entre os países onde as empresa operam; o segundo determina uma taxação mínima de 15% a empresas que faturem mais do 750 milhões de euros.
No início do mês, a OCDE revelou que 136 países e jurisdições (dos 140 que participam nas negociações), representativos de mais de 90% do PIB mundial, concordaram que, para o primeiro pilar, a percentagem seria de 25% do lucro residual, escreve o Público.
“Apelamos ao Quadro Inclusivo da OCDE/G20 sobre Erosão de Base e Transferências de Lucros para desenvolver rapidamente as regras modelo e instrumentos multilaterais conforme acordado no Plano de Implementações Detalhado, com vista a garantir que as novas regras entrarão em vigor a nível global em 2023”, pode ler-se nos rascunhos das conclusões da cimeira.
A agência Efe fala ainda num acordo baseado em regras tributárias “justas, modernas e eficientes”, que são também essências para estimular o investimento e o crescimento. No que respeita ao primeiro pilar, inclui-se o compromisso de eliminar os impostos sobre os serviços digitais existentes e outras medidas unilaterais semelhantes, assim como o de não introduzir novos impostos do mesmo tipo no futuro, quando as novas regras entrarem em vigor.
Num outro âmbito, o da pandemia — não fosse esta a primeira grande cimeira a juntar presencialmente líderes mundiais depois de a crise sanitária dar os primeiros sinais de abrandamento —, os decisores políticos comprometeram-se a atingir pelo menos os 70% de vacinados no mundo em 2022, nomeadamente através da distribuição de doses pelos países mais pobres. No que respeita ainda ao ano de 2021, a meta é alcançar 40% da população mundial inoculada.
Para além de distribuição das vacinas, foi discutida ainda a necessidade de aumentar a capacidade produtiva das doses e transferência da tecnologia, nomeadamente para o continente africano, de forma a prevenir futuras crises sanitárias. Itália, que preside atualmente ao G20, propôs o reforço dos organismos de saúde, de forma a “compensar a insuficiente coordenação entre as autoridades de saúde e financeiras evidenciadas durante a pandemia”.
O contexto pandémico foi também evocado por Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, que lembrou os principais desafios do bloco europeu — sejam eles o preço dos preços de energia, interrupção nas cadeias de valor e falhas na vacinação. O responsável afirmou mesmo que a pandemia mostrou os “pontos fracos e fortes”.
“No G20, insisti em aumentar a cooperação internacional em matéria de energia, cadeias de valor e saúde. Precisamos de expandir a partilha e produção de vacinas em países vulneráveis, em particular contra a covid-19. Um tratado sobre pandemias permitirá uma melhor prevenção, preparação e resposta global”, escreveu Michel no Twitter. Ainda segundo a agência Efe, o presidente do Conselho Europeu disse na reunião que existe “uma obrigação moral” de partilhar vacinas, mas também “um interesse económico coletivo”.
Se sempre sonhou descobrir um planeta, está aqui a sua oportunidade. Cientistas estão a pedir ajuda para identificar novos exoplanetas.
Este projeto online, chamado “Planet Hunters Next-Generation Transit Search” (NGTS), está a contar com a ajuda do público para examinar cinco anos de filmagens digitais, que mostram algumas das estrelas mais brilhantes no céu.
As pessoas interessadas têm uma missão: localizar estrelas que escurecem por breves momentos, o que pode sugerir que um planeta está a passar à frente delas.
“Se a órbita de um exoplaneta for vista do ângulo certo a partir da Terra, podemos observar o planeta a passar diretamente à frente da sua estrela hospedeira, uma situação a que chamamos de trânsito. Isto faz com que o planeta bloqueie periodicamente uma parte da luz das estrelas que observamos”, explica, em comunicado, Meg Schwamb, astrónoma da Escola de Matemática e Física da Queen’s University Belfast, que lidera o projeto.
Segundo a astrónoma, “a cada 10 segundos, os telescópios NGTS captam a luz de mil estrelas no céu em busca de assinaturas reveladoras do trânsito de um exoplaneta” e os computadores do projeto analisam essas observações em busca desses sinais.
Só que os “algoritmos automatizados produzem uma enorme quantidade de possíveis eventos de trânsito, que depois precisam de ser analisados pela equipa para confirmar se são reais ou não”.
Enquanto os investigadores do NGTS analisam os objetos mais interessantes identificados pelos computadores, os interessados neste projeto podem captar outros sinais dos planetas em trânsito, pois a equipa acha que ainda podem haver planetas escondidos nos dados que os seus computadores perderam.
Segundo o projeto, os interessados não precisam de fazer nenhuma candidatura e basta terem acesso à Internet para começarem a mergulhar nos dados disponíveis.
“É emocionante poder envolver o público na nossa busca por planetas à volta de outras estrelas. Nós controlamos os telescópios NGTS da Universidade de Warwick e processamos todos os dados, mas temos a certeza de que os nossos programas estão a falhar alguns planetas. E provavelmente esses serão os mais interessantes”, explicou na mesma nota Peter Wheatley, professor de Astronomia e Astrofísica da universidade inglesa.
“Os humanos ainda são mais espertos do que as máquinas, portanto, mal posso esperar para ver o que nossos voluntários irão descobrir”, disse ainda.
O NGTS é uma colaboração entre a Universidade de Warwick, a Queen’s University Belfast, a Universidade de Cambridge, a Universidade de Leicester (Reino Unido), o Observatório de Genebra (Suíça), o Centro Aeroespacial Alemão, o Observatório Europeu do Sul (Alemanha), a Universidade do Chile e a Universidade Católica do Norte (Chile).
De acordo com um novo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), os países mais ricos estão cada vez mais atrasados no que diz respeito ao cumprimento da promessa de ajudar os estados mais pobres a ajustarem-se ao impacto das alterações climáticas.
O relatório da organização, no âmbito da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), sugere que as potências com maior capacidade financeira têm canalizado os seus fundos para aumentar o seu poder militar, deixando de lado os compromissos ambientais.
Em 2009, os países mais ricos fizeram a promessa de contribuir com cerca de 100 mil milhões de dólares por ano para ajudar as nações mais empobrecidas a dar resposta aos problemas causados pelas alterações climáticas. Na altura, ficou definido que o valor total das ajudas seria alcançado em 2020, mas a meta já foi deixada para trás.
Segundo a ONU, que na passada segunda-feira apresentou um plano, mesmo que este seja cumprido, demoraria até 2023 até estar concluído – ou seja, três anos após o prazo inicial.
Esta não é a primeira vez que surgem este tipo de críticas. O Fundo Verde para o Clima tem sido assombrado por problemas desde o início, tendo já sido criticado por má gestão, escreve o Gizmodo.
Em setembro, o presidente dos EUA, Joe Biden, informou que o país iria oferecer 5,7 mil milhões de dólares – um grande passo em relação ao que o país contribuiu com o ex-presidente Donald Trump, quando deu menos do que a França, Alemanha, Japão ou Reino Unido, apesar de ser o maior poluidor histórico.
A quantia pode parecer bastante elevada para os EUA desembolsarem todos os anos, mas a verdade é que o país está a gastar muito mais noutros campos. Tendo em conta o relatório apresentado, as maiores economias do mundo estão a investir centenas de milhões de dólares no armamento das suas fronteiras.
Sete dos maiores emissores históricos do mundo, segundo o relatório do Instituto Transnacional sem fins lucrativos internacional, gastam em média 2,3 vezes mais para tornar a segurança das suas fronteiras fortemente militarizada, do que para ajudar outros países a enfrentar o impacto das mudanças climáticas.
Os autores do relatório destacam que em vez de ajudarem as populações mais fragilizadas, os países mais ricos só estão a fazer com que estes investimentos aumentem as mortes e a violência, e não farão nada para conter a migração climática, já que as condições meteorológicas extremas têm obrigado a que mais pessoas abandonem as suas casas.
Embora os EUA não sejam o pior infrator na lista apresentada no relatório, ainda assim, gastam 11 vezes mais com segurança de fronteira. O país gasta uma média de 19,6 mil milhões de dólares por ano em elementos como drones, tecnologia de reconhecimento facial e construções, como é o caso do muro na fronteira com o México. O valor total também inclui custos de manutenção, vigilância e pagamentos a agentes armados.
Ao contrário do que seria esperado, refere o relatório, as mudanças climáticas estão a ser cada vez mais usadas como instrumentos para intensificar a militarização, em vez de fornecerem uma oportunidade de recuar e avaliar as razões por trás do motivo pelo qual as pessoas estão a ser deslocadas.
O relatório frisa que esta é uma visão sombria de um futuro onde o dinheiro que deveria ser atribuído aos países mais pobres para ajudar a mitigar os desastres climáticos, é dado para pagar os serviços de empresas contratadas com o intuito de endurecer as fronteiras.
“Se os maiores poluidores históricos se desfizessem minimamente da militarização das fronteiras e investissem esse dinheiro no financiamento do clima para o Sul Global, poderíamos evitar uma catástrofe no sofrimento humano”, remata Mohamed Adow, diretor do Power Shift Africa.
A atividade sísmica de um vulcão submarino no Japão fez emergir vários “navios fantasma”, afundados depois de uma das batalhas mais famosas da II Guerra Mundial, do fundo do Oceano Pacífico.
De acordo com o site Live Science, as imagens de helicóptero captadas pela rede televisiva japonesa All Nippon News (ANN) mostraram os 24 navios junto à costa da ilha japonesa de Iwo Jima, que fica a 1200 quilómetros de Tóquio. As embarcações da II Guerra Mundial foram empurradas para a superfície devido à atividade do vulcão submarino Fukutoku-Okanoba.
Como recorda o mesmo site, estes “navios fantasma” foram afundados pelas forças norte-americanas na Batalha de Iwo Jima, em 1945, considerada uma das mais sangrentas do conflito. Vinte mil fuzileiros navais dos Estados Unidos acabaram feridos, quase sete mil perderam a vida e, do lado japonês, quase todos os soldados (com exceção de 216 que foram capturados vivos) foram mortos em combate.
Como Iwo Jima não tinha porto, os navios foram deliberadamente afundados pelos norte-americanos no rescaldo da batalha paralelamente à costa para formar um quebra-mar, ou seja, uma estrutura resistente que protegeu as tropas e as armas que chegaram à ilha, de acordo com os Arquivos Nacionais dos Estados Unidos.
O Fukutoku-Okanoba está em erupção desde agosto e, além de fazer emergir estes navios, a sua atividade sísmica também levou ao aparecimento de uma pequena ilha, feita de pedra-pomes e cinza vulcânica. No entanto, de acordo com Setsuya Nakada, diretor do Centro de Pesquisa Integrada de Vulcões do Governo japonês, citado pelo mesmo site, a ilha deve desaparecer em breve devido à erosão.
A União Europeia, que recusa financiar “arame farpado e muros”, aponta o dedo à Bielorrúsia, que acusa de facilitar a entrada de migrantes na Europa para depois os deixar avançar até às fronteiras com a Lituânia, a Letónia e a Polónia para se vingar das sanções económicas impostas pela UE.
O Parlamento polaco aprovou ontem o plano do governo de construir um muro na fronteira com a Bielorrússia para impedir a passagem de migrantes e refugiados para a Polónia. O custo do muro está estimado em 353 milhões de euros e este deve estender-se por mais de 100 quilómetros ao longo da fronteira oriental da União Europeia.
O Presidente polaco, Andrzej Duda, tinha já anunciado que assinaria a lei se esta fosse aprovada pelo Parlamento. Milhares de migrantes, na sua maioria oriundos do Médio Oriente, atravessaram ou tentaram atravessar a fronteira da Bielorrússia desde o verão.
A União Europeia acusa o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, de trazer cidadãos de países do Médio Oriente e África para Minsk e depois facilitar-lhes a passagem através das suas fronteiras para a Lituânia, Letónia e Polónia, como retaliação pelas sanções económicas da UE contra o seu regime. Em resposta, a Polónia impôs um estado de emergência na zona fronteiriça, enviou milhares de soldados e legalizou a controversa prática de expulsão direta.
A Polónia é um dos 12 estados membros da UE que na semana passada pediu à União Europeia para financiar a construção de “barreiras” nas suas fronteiras.
Contudo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que Bruxelas não iria financiar a construção de barreiras nas fronteiras da UE. Von der Leyen relembrou aos líderes presentes na cimeira em Bruxelas na semana passada uma posição conjunta da Comissão e do Parlamento Europeu de que “não haverá financiamento para arame farpado e muros”.
O primeiro-ministro polaco, o nacionalista Mateusz Morawiecki, insistiu que a Polónia está “sob ataque” da Bielorrússia e disse que o muro é essencial para “proteger” a Polónia.
As Nações Unidas pediram, na semana passada, uma ação urgente para salvar vidas e prevenir o sofrimento na fronteira entre a UE e a Bielorrússia após a morte de vários requerentes de asilo.
Com esta decisão, os EUA juntam-se a outros países como o Canadá, o Nepal ou a Austrália, que já incluem pessoas não-binárias nos documentos.
Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira que criaram o primeiro passaporte no país com “X” nas opções de género, para que as pessoas não-binárias ou intersexo também tenham escolha além de masculino e feminino, de acordo com o Departamento de Estado.
O Secretário de Estado Antony Blinken já tinha anunciado em Junho que a opção ia passar a ser dada em passaportes, mas que ainda demoraria algum tempo devido às mudanças necessárias no sistema informático.
Ned Price, o porta-voz do Departamento, também revelou num comunicado que todos aqueles que se candidatarem a receber passaportes vão agora ter a opção X disponível. As autoridades não divulgaram a identidade do primeiro galardoado que teve um passaporte identificado com o género “X” argumentando questões de privacidade, mas a organização de direitos civis Lambda Legal afirma que Dana Zzyym tinha sido a primeira pessoa a ter um documento com essa opção.
“Quase comecei a chorar quando abri o envelope, puxei o meu novo passaporte e vi o carimbo “X” debaixo de “sexo”, afirmou Zzyym, uma pessoa intersexo e não-binária que já integrou a marinha norte-americana, num comunicado. “Demorou seis anos, mas ter um passaporte verdadeiro, um que não me obriga a identificar como homem ou mulher mas que reconhece que não são nenhuma das duas opções, é libertador“, confessa.
Zzyym usa o pronome neutro “they” em inglês e nasceu com características sexuais ambíguas. A organização Lambda Legal revelou que Zzyym teve de passar por várias “cirurgias irreversíveis, dolorosas e medicamente desnecessárias” depois dos seus pais terem decidido educar a criança como um rapaz.
Depois de servir na marinha e estudar na Universidade estadual do Colorado, Zzyym, percebeu que tinha nascido intersexo. Já há vários anos que Dana Zzyym estava numa batalha judicial com o Departamento de Estado. Em 2015, não teve direito a um passaporte por não escolhido entre masculino e feminino, tendo antes escrito “intersexual” acima dos quadrados com as duas opções. Zzyym pediu depois numa carta que fosse acrescentada a designação “X”.
O pedido foi recusado pelo Departamento de Estado, o que levou a que Zzyym não pudesse viajar até ao México para assistir a uma reunião da Organização Intersexo Internacional.
“Quando nos é negado o acesso a ir a lugares, é como uma prisão. Gostaria muito de ir à Costa Rica pescar ou ao México… Isto é o tipo de coisa com que sonho“, revelou numa entrevista.
Os EUA seguem assim o exemplo dado no Canadá, na Alemanha, na Austrália, na Nova Zelândia, no Nepal ou na Índia, que já oferecem uma terceira escolha.
“Wondaleaf poderá ser a contraceção ideal que pode revolucionar a saúde sexual e reprodutiva”, disse Sabaratnam Arulkumaran, antigo presidente do Royal College of Obstetricians and Gynecologists, em Londres.
O preservativo unisexo é feito de Poliuretano — um material médico que pode ser encontrado em luvas ou pensos para feridas — e tem uma espessura de 0,03 milímetros.
“É um preservativo com uma cobertura adesiva que se fixa à vagina ou ao pénis, e que cobre a área adjacente para proteção extra”, explicou John Tang Ing Chinh, inventor do preservativo Unisexo Wondaleaf, em declarações à Reuters.
“Depois de o colocar, muitas vezes não se dá conta de que está lá”, continuou.
Como o preservativo cobre toda a área púbica, é muito mais seguro do que outros contracetivos na prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e da gravidez, garante a Wondaleaf, que não quantifica, no entanto, a sua eficácia.
O preservativo de tamanho único é um método contracetivo alternativo para quem tem alergias ao látex e, embora só esteja disponível na Malásia, a empresa diz que está a trabalhar para cumprir as normas de outros países e tornar o preservativo amplamente disponível.
“Estou bastante otimista de que, com o tempo, será um acréscimo importante aos muitos métodos contracetivos utilizados na prevenção de gravidezes indesejadas e doenças sexualmente transmissíveis”, disse Tang.
De acordo com os dados das Nações Unidas, a esterilização feminina e os preservativos são os contracetivos mais utilizados e eficazes em todo o mundo. Além disso, são o único contracetivo que pode prevenir tanto a gravidez como a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Engenheiros de uma universidade australiana patentearam um material que armazena energia renovável. O objetivo é deixar a energia fóssil para trás.
Uma equipa de engenheiros da Universidade de Newcastle, na Austrália, patenteou um material concebido para armazenar energia térmica sob a forma de um bloco. Os seus inventores esperam que possa ser utilizado para facilitar a transição da energia alimentada a carvão para energias mais sustentáveis.
Conhecidos como Miscibility Gaps Alloy (MGA), os tijolos, feitos de alumínio e grafite, armazenam energia gerada a partir de fontes renováveis e prevê-se que possam durar cerca de 30 anos sem qualquer alteração na fiabilidade.
O co-inventor do bloco térmico, Erich Kisi, disse que estava a trabalhar com a sua equipa em conversores termiónicos, que criam energia através do calor, quando tiveram a ideia revolucionária de passar para o armazenamento de energia.
“Os ingredientes (mais importantes) para os tijolos são as partículas de alumínio que fornecem o calor latente, aquela energia de fusão de que estamos a falar”, disse Kisi, em declarações à Reuters.
“Assim, [as partículas de alumínio] derreterão e solidificarão muitos milhares de vezes durante a vida do bloco, mas serão mantidas em posição por grafite, neste caso, temos outros sistemas mas a grafite é o corpo principal”, continuou.
Cada tijolo pesa cerca de seis quilogramas e contém energia térmica armazenada de cerca de um quilowatt hora. No entanto, Kisi recusou-se a revelar o preço de cada bloco.
Agora, a MGA Thermal, empresa que fabrica estes blocos, está a fazer uma parceria com a E2S Power AG, da Suíça, para os utilizar como parte da tecnologia de conceção para a modernização e reequipamento de centrais a carvão na Europa.
O grupo espera suavizar a transição da energia alimentada a carvão através da construção de armazenamento de energia térmica, ao mesmo tempo que desativa gradualmente as caldeiras numa central elétrica.
“Isto permite que estes ativos, que atualmente valem milhares de milhões de dólares mas que não valerão nada dentro de cinco anos, sejam reequipados”, disse Kisi.
“É necessário que haja transição no pensamento dos governos para longe dos assuntos de curto prazo, tais como eleições, e o pensamento seja sobre o longo prazo”, concluiu.
Depois de um relatório ter comprovado as acusações de várias ex-trabalhadores do escritório de Andrew Cuomo, o ex-governador de Nova Iorque está agora a enfrentar um acusação formal de assédio sexual.
O ex-governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, foi formalmente acusado na justiça depois de várias ex-funcionárias do seu escritório terem revelado publicamente que o o político as assediou sexualmente no local de trabalho.
As queixas levaram eventualmente a uma investigação por parte da procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, que concluiu que Cuomo criou um “ambiente de trabalho hostil” e que violou várias leis ao tocar de forma inapropriada em 11 funcionárias e ao fazer comentários sexualmente sugestivos, tendo chegado a ameaçar retaliações caso as vítimas se queixassem. Depois de meses de apelos a que se demitisse, incluindo de Joe Biden, Cuomo acabou por deixar o cargo em Agosto, na sequência das revelações do relatório.
Esta quinta-feira, o Tribunal Criminal de Albany avançou com uma intimação oficial contra o político Democrata relativo a um caso em que terá apalpado o peito de uma conselheira “com o propósito de a degradar e gratificar os seus desejos sexuais”, lê-se na acusação citada pelo New York Times.
A queixa diz respeito a uma conversa na residência de Cuomo entre o então governador e Brittany Comisso a 7 de Dezembro de 2020.
Cuomo pode agora enfrentar uma pena de até um ano de prisão de acordo com a moldura penal do delito de toque forçado, mas a acusação terá de provar que o arguido teve a intenção de tocar e humilhar a vítima para seu prazer sexual.
A investigadora do gabinete do xerife do condado de Albany, Amy Kowalski, acusa Cuomo de “com conhecimento e intencionalmente” ter “sem motivo legítimo, forçado a sua mão debaixo da blusa da vítima e na sua parte do corpo íntima” e tendo assim contrariado “as normas do seu estatuto”.
Num comunicado, a advogada de Cuomo, Rita Glavin, disse que o governador negou novamente as acusações e descreveu os motivos do xerife Craig Apple como “evidentemente impróprios”. Glavin criticou também a falta de comunicação do advogado do distrito e acusou-o de já ter considerado o governador culpado numa conferência de imprensa este ano ainda antes da investigação da procuradora-geral Letitia James ter sido concluída.
“Isto não é justiça profissional. Isto é política“, condenou a defesa de Cuomo.
A acusação conhecida ontem também terá alegadamente avançado antes do tempo, devido à abordagem de Kowalski ao tribunal com o resultado do relatório para perceber como formalizar a queixa ainda antes de ter falado com a vítima ou a sua defesa.
Ainda não se sabe quem ou como, mas alguém no tribunal avançou com a acusação na mesma e emitiu uma intimação que chegou aos meios de comunicação ainda antes da procuradoria-geral ou de Cuomo terem conhecimento.
Andrew Cuomo, que está agora a viver em Long Island desde que se demitiu para evitar um processo de destituição, vai ter de aparecer no tribunal em Albany no dia 17 de Novembro.
O Parlamento Europeu (PE) formalizou hoje, junto do Tribunal de Justiça da UE, uma ação contra a Comissão Europeia por esta instituição não ter acionado o mecanismo que condiciona o acesso a fundos ao respeito pelo Estado de direito.
“Tal como solicitado nas resoluções parlamentares, o nosso serviço jurídico interpôs hoje uma ação no Tribunal de Justiça contra a Comissão Europeia por não aplicação do regulamento sobre a condicionalidade”, anunciou o presidente do Parlamento, David Sassoli, em comunicado.
Sassoli disse ainda esperar “que a Comissão Europeia aja de forma coerente e esteja à altura do que a presidente [Ursula von der Leyen] afirmou” durante a última discussão plenária sobre o Estado de direito, sublinhando que “as palavras têm de ser transformadas em atos“.
O presidente do Parlamento aludia à intervenção da presidente do executivo comunitário em 19 de outubro, num debate sobre o controverso acórdão do Tribunal Constitucional polaco que coloca em causa o primado do direito comunitário, no qual Von der Leyen garantiu que “a Comissão atuará”, pois não deixará que os valores da UE sejam postos em causa.
De acordo com os eurodeputados, a Comissão já deveria ter acionado o regulamento adotado em dezembro de 2020, e em vigor desde o início do corrente ano, que prevê a suspensão de pagamentos aos Estados-membros em caso de suspeitas de desrespeito do Estado de direito ou de violação dos valores europeus.
Na semana passada, a assembleia já anunciara que estava em marcha a preparação de uma ação judicial contra a Comissão Europeia pela não aplicação do regulamento sobre condicionalidade.
A Comissão tem argumentado que esse mecanismo de condicionalidade só deve ser ativado depois de o Tribunal de Justiça se pronunciar sobre o recurso interposto em março passado por dois Estados-membros, Polónia e Hungria, posição que tem sido também defendida por países como Portugal.
Em dezembro passado, por ocasião de duras negociações em Bruxelas em torno o Fundo de Recuperação e do orçamento plurianual da União para 2021-2027, Varsóvia e Budapeste aceitaram levantar o veto que acenavam a um acordo e concordaram com o mecanismo que condiciona o acesso aos fundos europeus ao respeito pelas regras do Estado de direito, mas só depois de o Conselho Europeu aceitar que o mecanismo não deveria ser implementado antes de o Tribunal de Justiça se pronunciar em caso de recurso de anulação por parte de um Estado-membro, e interpuseram recursos a contestar a legalidade do regulamento.
A Organização Mundial da Saúde (OMS)
considera que o número de casos e mortes em Portugal demonstra a
eficácia das vacinas contra a covid-19, mas alerta que apenas a
imunização “não é suficiente para acabar com a pandemia”.
“Portugal
tem uma cobertura de vacinação muito elevada e o número de casos é
muito mais baixo do que já foi ao longo desta pandemia. A taxa de
mortalidade é também muito baixa, apesar de cada uma destas mortes ser
trágica”, adiantou a responsável técnica da Organização Mundial da Saúde
(OMS) para a pandemia.
Em conferência de imprensa, Maria Van
Kerkhove salientou que o objetivo principal das vacinas contra o vírus
SARS-CoV-2 é prevenir casos graves de covid-19 e mortes, o que está a
acontecer em países que registam altas taxas de vacinação.
“As
vacinas contra a covid-19 que estão a ser utilizadas são incrivelmente
eficazes a prevenir hospitalizações e a necessidade de as pessoas terem
de ir para unidades de cuidados intensivos e morrer. O que vemos em
Portugal, assim como em muitos países, é isso a acontecer. Os dados
suportam isso. São boas notícias”, afirmou a epidemiologista.
Apesar
disso, Maria Van Kerkhove alertou que as “vacinas, por si só, não são
suficientes para acabar a pandemia”, reiterando que a OMS continua a
“aconselhar fortemente” a adoção de outras medidas, como o
distanciamento, o uso de máscara e a ventilação de espaços interiores,
como forma de evitar a disseminação de infeções.
“Temos várias
ferramentas que estão disponíveis atualmente, que podem, não apenas
salvar vidas, mas também reduzir a transmissão” do vírus, assegurou a
responsável técnica da OMS, que admitiu que o número de infeções aumente
na Europa com a chegada do inverno.
“A Europa tem visto um
crescimento de casos nas últimas cinco semanas e um aumento de mortes
nas últimas seis semanas”, disse Maria Van Kerkhove.
A ministra
da Saúde alertou para “um agravamento” da situação epidemiológica da
pandemia de covid-19 na última semana, avançando que este cenário “era
de alguma forma esperado” e acompanha a situação europeia.
“A
situação epidemiológica no país ao longo da última semana conheceu um
agravamento, este agravamento acompanha aquilo que é a situação
europeia”, afirmou Marta Temido, na conferência de imprensa realizada
após o Conselho de Ministros, onde foi decidido prolongar a situação de
alerta devido à pandemia de covid-19 até 30 de novembro.
A
governante avançou também que as estimativas e as análises de modelação
epidemiológica realizadas pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor
Ricardo Jorge apontam para 1.300 casos confirmados no dia 7 de novembro,
caso se mantenha o atual risco de transmissão.
A ministra
precisou que, na última semana, a incidência cumulativa a 14 dias
situava-se nos 94 casos por 100 mil habitantes, apesar de ser “uma
incidência que está abaixo daquilo que é a média hoje registada nos
países da União Europeia, que é de 235 casos por 100 mil habitantes”.
Segundo
Marta Temido, esta incidência tem vindo a aumentar “em linha com o
risco de transmissão efetivo que está acima de um há 16 dias e que situa
agora em 1,08”.
O diretor executivo do Facebook revelou, esta quinta-feira, que a empresa vai mudar de nome para Meta, numa tentativa de abranger a sua visão de realidade virtual para o futuro.
Foi durante a apresentação do Connect 2021, um evento para falar dos projetos de realidade aumentada da empresa, que Mark Zuckerberg anunciou que o grupo Facebook vai passar a chamar-se Meta. O diretor executivo justificou a mudança afirmando que o atual nome não abrange tudo o que a empresa faz atualmente pois, para além das famosas redes sociais Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp, também inclui projetos como a Quest VR e a plataforma Horizon VR, entre outras.
“Hoje somos vistos como uma rede social, mas no nosso ADN somos uma empresa que desenvolve tecnologia para conectar pessoas”, afirmou, destacando que as redes sociais serão “sempre” o foco da empresa, mas que o nome está a limitar a marca.
Para o CEO, tem sido limitador ter uma “marca que está tão intimamente ligada a um produto” e que esta “não pode representar tudo o que a empresa está a fazer hoje, muito menos o que vai fazer no futuro”, cita o site Ars Technica.
Zuckerberg considerou ainda que o nome Meta, que vem da palavra grega “além”, reflete a nova direção da gigante tecnológica, ou seja, “ajudar a trazer o metaverso à vida” (um mundo que usa a Internet, a realidade virtual e a realidade aumentada para replicar a realidade e onde as pessoas poderão interagir).
O diretor executivo declarou que esta é “uma mudança fundamental para a empresa” e disse ainda esperar que, com o tempo, sejam vistos como “uma empresa metaverso”.
O objetivo é que o “metaverso” alcance mil milhões de pessoas durante a próxima década e que a empresa seja um lugar onde as pessoas poderão interagir, trabalhar e criar produtos ou conteúdos no que espera ser um ecossistema que irá criar milhões de empregos para criativos.
Apesar desta grande mudança, as famosas aplicações não vão mudar de nome, assim como a estrutura corporativa da empresa, mas as suas ações passarão a ser negociadas sob a designação “MVRS” a partir de 1 de dezembro.
Os críticos apontam, no entanto, que a mudança parece ser uma tentativa de desviar as atenções dos “Facebook Papers”, um conjunto de documentos confidenciais que foram expostos e divulgados por um consórcio de órgãos noticiosos.
Muitos desses documentos, mencionados pela primeira vez por Frances Haugen, uma ex-funcionária do Facebook que se tornou denunciante, revelam como a empresa ignorou ou subestimou avisos internos sobre as consequências negativas e prejudiciais causadas pelos algoritmos da rede social em todo o mundo.
“O facto de Zuckerberg estar focado no chamado metaverso, enquanto sociedades de todo o mundo lutam para aliviar a miríade de danos causados pelas suas plataformas, só mostra como o Facebook está tão longe do contacto com as pessoas reais”, acusou Imran Ahmed, CEO do Center for Counter Digital Hate, citado pelo jornal britânico The Guardian.
“Imaginem o que o Facebook poderia alcançar se dedicasse apenas uma pequena fração do seu investimento no metaverso a uma adequada moderação de conteúdo para conseguir aplicar os padrões mais básicos de verdade, decência e progresso“, disse ainda.
Esta não é a primeira vez que uma gigante tecnológica aposta na mudança de nome. Em 2015, a Google também adotou o termo Alphabet para se distanciar do seu emblemático motor de busca e dar espaço a outras áreas, como a aposta nos carros autónomos.
Inglaterra pode tornar-se o primeiro país do mundo a prescrever cigarros eletrónicos licenciados para ajudar a reduzir as taxas de tabagismo.
Em comunicado, o Governo britânico explica que os cigarros eletrónicos poderão vir a ser prescritos pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS) para ajudar as pessoas a deixarem de fumar, acrescentando que a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde (MHRA) vai atualizar as suas orientações nesse sentido.
Desta forma, os fabricantes poderão abordar a MHRA para enviar os seus produtos para que estes passem pelo mesmo processo de aprovação que os outros medicamentos disponíveis no mercado. Se um produto receber a aprovação desta agência, os médicos poderiam então decidir, caso a caso, se seria apropriado prescrever um cigarro eletrónico aos seus pacientes para ajudá-los a deixar de fumar.
Se algum dos produtos vier a ser aprovado, isto significa que Inglaterra se tornaria o primeiro país do mundo a prescrever cigarros eletrónicos licenciados.
Na mesma nota, o Executivo britânico destaca que os cigarros eletrónicos contêm na mesma nicotina e não são isentos de risco, no entanto, análises feitas por especialistas do país e dos Estados Unidos já mostraram que estes produtos, os que estão regulamentados, são menos prejudiciais do que o tabaco. Ainda assim, pessoas que não fumam ou crianças e jovens não devem utilizar estes cigarros eletrónicos, acrescenta.
O Governo relembra que ainda existem 6,1 milhões de fumadores em Inglaterra e que o tabagismo continua a ser a principal causa evitável de morte prematura.
Esta é mais uma medida para tentar reduzir as taxas de tabagismo. Na semana passada, também foi noticiado que os deputados britânicos querem tornar obrigatória a impressão de avisos, como o slogan “Fumar mata”, em cada cigarro.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco é a causa de morte de mais de oito milhões de pessoas por ano – quer por consumo direto, quer como resultado da exposição ao fumo passivo (cerca de um milhão).
Apelo foi feito poucos dias depois de ser conhecida a intenção da empresa em mudar de nome para responder aos escândalos recentes que a têm afetado e que estão relacionados, entre outros aspetos, com a propagação de discurso de ódio.
As últimas semanas têm sido particularmente duras para o império de Mark Zuckerberg, que tem lutado para minimizar os danos causados pelas revelações feitas por Frances Haugen, antiga funcionária da empresa. Perante o senado norte-americana, Haugen tem, repetidamente, afirmado que os trabalhadores do Facebook e Instagram (redes sociais pertencentes ao mesmo grupo) estão cientes dos perigos inerentes ao discurso de ódio que ali se pratica, optando por priorizar os lucros em detrimento de estratégias que o limite.
À medida que a audição decorre e os senadores insistem na procura e obtenção de mais provas — que lhes permitem regular de forma mais restrita a plataforma —, as campainhas já começaram a spar nos próprios escritórios da empresa. Segundo avança o The Guardian, a Facebook pediu aos funcionários que preservem os documentos internos e as comunicações entre funcionários, evocando motivações legais.
À Reuters, um representante da empresa confirmou a comunicação interna. “A solicitação da preservação de documentos é algo comum quando se está a meio de inquéritos legais”, alegou. Em causa, avança o The New York Times, deverão estar todas as comunicações desde 2016, ano em que se realizaram, por exemplo, o referendo do Brexit e as eleições norte-americanas, da qual Donald Trump saiu vitorioso.
Para além de testemunhar perante o Congresso norte-americano sobre a sua própria experiência, Frances Haugen também se fez acompanhar de documentos internos, os quais, nas últimas semanas, foram amplamente divulgados e publicados nos meios de comunicação.
Ao The Guardian, Frances Haugen afirmou que decidiu avançar com as revelações com o objetivo de “salvar a vida das pessoas, sobretudo no território sul do globo”, onde, acredita residem as populações mais ameaçadas pela estratégia da Facebook em priorizar as receitas em detrimento do bem-estar das pessoas. “Se eu não tivesse divulgado estes documentos, eles nunca teriam visto a luz do dia“, afirmou.
Para além da proliferação do discurso de ódio e de desinformação, com consequências nefastas e diretas nos processos democráticos, outro dos aspetos mais destacados após a divulgação dos conteúdos teve que ver com o impacto das publicações de Instagram na saúde mental das raparigas adolescentes, outro aspeto que também será do conhecimento da empresa, mas que esta opta por ignorar .
A resposta da Facebook foi sempre no sentido de negar as alegações, categorizando as notícias como um “esforço coletivo de usar documentos roubados especialmente selecionados para construir uma falsa narrativa da empresa”.
Esta semana, numa reunião com investidores, Mark Zuckerberg afirmou que os principais problemas que a empresa enfrenta não têm que ver com assuntos relacionados com “as redes sociais” em si, mas com a “polarização que começou a crescer nos Estados Unidos” ainda antes de o milionário nascer.
Duett Düsseldorf são as novas torres “dançantes” da cidade alemã de Düsseldorf — um projeto que pretende criar um espaço de encontro cultural e, ao mesmo tempo, reduzir a sombra normalmente criada por este tipo de construções.
As torres “dançantes” são o novo “epicentro cultural” de Düsseldorf e foram desenhadas em forma de “V” para evitar que haja demasiada sombra na área onde serão construídas.
A construção do par de edifícios está prevista para o centro da cidade, sobre uma casa de ópera — que já existe e, caso o projeto vá em frente, será demolida e reconstruida de novo para servir de suporte às duas torres.
As Duett Düsseldorf farão a conexão entre um parque próximo, o rio Rhein e a uma rua movimentada, razão pela qual o projeto foi desenvolvido de forma a não provocar muita sombra, escreve o New Atlas.
Segundo a empresa responsável pelo projeto, Snøhetta, o edifício é “uma inconfundível silhueta em forma de V que chega até ao céu”.
“O conjunto de torres muda a sua silhueta a partir de cada nova perspetiva, criando uma expressão em constante mudança que lembra um dueto dançante. As torres são estrategicamente concebidas para reduzir a sombra das áreas circundantes do parque e vizinhança”, revela a empresa.
Além disso, os edifícios foram projetadas para acolher um hotel, zonas residenciais e espaços de escritórios. Assim, o foco é “criar divisões claras entre as funções”, ao mesmo tempo que se procura proteção contra alterações das condições meteorológicas e uma aparência uniforme do edifício.
“Isto é possível através de uma fachada de vidro em camadas com diferentes escalas e transparência”, continuam os responsáveis pelo projeto.
A área do terraço incluirá espaços verdes e oferecerá vistas sobre a cidade. A nova casa de ópera ficará situada no interior do edifício que suportará as torres e terá fachadas envidraçadas e um interior de madeira apelativo.
Ainda não se sabe, no entanto, para quando estará prevista a construção das Duett Düsseldorf, que serão um espaço de encontro cultural e atração pública.
A produção da vacina AstraZeneca na Austrália continua alta, mas o uso tem diminuído com a maior preferência pela Pfizer. Há mais de sete milhões de vacinas por usar.
Quase 1000 fornecedores de vacinas estão a destruir doses da vacina das AstraZeneca na Austrália por terem passado o prazo de validade. Quase 32 mil doses estão a ser desperdiçadas, apesar da produção da vacina no país estar quase em níveis recorde.
Segundo o The Guardian, já foram disponibilizadas 24 milhões de doses desde o início da pandemia, mas há preocupações de que o desperdício aumente, já que a produção continua em grande escala e ainda há sete milhões de doses por utilizar e também porque a vacina da Pfizer tem sido a preferida nos últimos tempos.
A produção de vacinas doméstica permitiu que 2.5 milhões de doses fossem usadas em Julho, 4 milhões em Agosto e 3.9 milhões em Setembro. No entanto, o uso da AstraZeneca tem diminuído — 2 milhões de doses foram administradas em Setembro, abaixo das 3 milhões dadas em Agosto.
A vacina da AstraZeneca tem uma validade de seis meses, o que significa que qualquer produção excessiva actual não tem necessariamente de acabar no lixo.
A Austrália já doou 3,7 milhões de doses a 12 países do Pacífico, mas as doações sofreram uma quebra acentuada, de acordo com os dados disponíveis: de 500 mil por semana durante o mês de setembro para 26.500 na última semana.
Apesar disto, o grupo End Covid For All apelou recentemente a que a Austrália doasse mais 20 milhões de vacinas para ajudar países mais pobres a combater a covid-19, através do programa Covax, tendo também pedido ao governo que investisse mais 250 milhões de dólares nesse mesmo programa.
Joe Biden finalmente apresentou a proposta diluída do plano social Build Back Better, depois de meses de negociações com os Senadores Kyrsten Sinema e Joe Manchin, mas a aprovação ainda não está garantida.
Depois de semanas de impasse devido ao bloqueio dos Senadores Democratas Kyrsten Sinema e Joe Manchin ao seu pacote de leis sociais Build Back Better, a Casa Branca anunciou hoje um novo plano que promete ser “o maior esforço para combater as alterações climáticas na história americana” e que vai colocar os “Estados Unidos no caminho para cumprir com os objectivos climáticos”, o que vem mesmo a calhar com a proximidade da Cimeira climática Cop26.
As negociações com Manchin e Sinema duraram semanas, com os dois Democratas da ala mais conservadora do partido a serem criticados por não dizerem especificamente quais as concessões que queriam para aprovarem o pacote. No entanto, a presidência está confiante de que a nova proposta — que é um corte ao pacote que levou ao Senado, sendo que esse também já era um corte em relação ao que tinha prometido durante a campanha eleitoral — de 1.75 biliões de dólares (1.5 biliões de euros) e que já deixou cair algumas partes importantes do seu plano original, vai ser finalmente aprovada.
A proposta inclui 555 mil milhões de dólares destinados a incentivos, investimentos e benefícios fiscais com o objectivo de apoiar o desenvolvimento da energia renovável nos EUA. Os compradores de carros eléctricos também poderão beneficiar de um corte nos impostos que pode deixar-lhes até 12.500 dólares nos bolsos. A lei inclui também a compra de novos autocarros e camiões eléctricos e financiamento para a preparação das comunidades para fenómenos meteorológicos extremos, como incêndios e cheias, que se vão tornar mais comuns com as mudanças no clima.
Os cuidados com crianças também são um dos principais focos do pacote, com a gratuitidade universal das creches para crianças com 3 e 4 anos, o que a Casa Branca diz que é a maior expansão na educação pública dos últimos 100 anos. Este pacote em específico financiaria esta medida durante seis anos. O plano prevê também cortes nos impostos de até 3600 dólares anuais por criança para mais de 35 milhões de famílias.
Já a nível dos idosos, Biden quer melhorar o acesso ao Medicaid (um programa público de saúde para os cidadãos mais carenciados) para lares e para pessoas com deficiências, o que a Casa Branca diz ser o “investimento mais transformador” no acesso a cuidados em 40 anos.
Os cuidados de saúde também estão na mira e são frequentemente uma das maiores preocupações dos eleitores norte-americanos, num país com um sistema totalmente privatizado e onde 68 mil pessoas morrem anualmente devido à falta de cuidados de saúde. A presidência promete custos mais baixos para 9 milhões de americanos através do Affordable Care Act — o famoso Obamacare. Biden quer também expandir a cobertura do Medicaid a mas pessoas e incluir aparelhos de audição no Medicare (programa público de saúde para cidadãos acima dos 65 anos).
A Casa Branca também quer facilitar as contas à classe média, com um investimento de 150 mil milhões para expandir o acesso a à habitação acessível. O subsídio Pell Grant que é dado a jovens que precisam de apoio para pagar o Ensino Superior deve ser aumentado em mais de 550 dólares para 5 milhões de estudantes e as refeições gratuitas nas escolas também devem agora abranger 8.7 milhões de crianças.
No plano fiscal, a proposta cria um imposto mínimo de 15% nas corporações que tenham mais de mil milhões de lucros. Esta mudança causou alguma confusão dentro do Partido Democrata, como escreveu o The Intercept. O Senador Angus King afirmou na terça à noite que a versão original da legislação, que foi proposta em Agosto, determinava o valor em 100 milhões, mas que a oposição de dentro da administração Biden pressionou até que o mínimo fosse subido para mil milhões. “A nossa proposta original angariaria o dobro do dinheiro e era uma taxa mais baixa”, afirma King. A versão original iria afectar 1300 empresas, enquanto que a actual se limita a 200.
A criação de uma taxa mínima de IRC de 15% a nível mundial é uma ideia já há muito defendida por Biden como forma de acabar com paraísos fiscais, tendo inclusivamente já sido discutida no G7, e está também incluída no pacote. O novo plano prevê também aumentar os impostos aos mais ricos, com uma sobretaxa de de 5% em rendimentos a acima de 10 milhões e uma outra sobretaxa adicional em rendimentos acima de 25 milhões de dólares.
De 3.5 biliões para 1.75 biliões — o que caiu?
Apesar da confiança da Casa Branca, adivinha-se já muita oposição da ala progressista do Partido Democrata devido às medidas importantes que caíram do Build Back Better original, que previa um gasto de 3.5 biliões ao longo de 10 anos. O impasse político também se devia à oposição dos progressistas na Câmara dos Representantes, que se recusaram a aprovar a lei das infraestuturas que já passou no Senado enquanto não tivessem a garantia de que o pacote social seria aprovado no Senado. Manchin e Sinema estavam a bloquear o pacote no Senado, onde todos os votos são precisos devido à divisão de 50 Senadores para cada lado, o que gerou um impasse de semanas que Biden espera ver agora resolvido.
Entre as medidas que caíram, a mais notória é a criação de uma licença parental paga de 12 semanas, num país que é dos poucos industrializados que não garante qualquer tempo de licença paga por lei. A medida foi uma das exigências do Senador Joe Manchin para votar a favor no Senado, que diz que uma lei deste tipo, que apenas precisa o apoio dos Democratas para ser aprovada, “não é o lugar para uma política importante”, querendo assim um apoio dos Republicanos para a aprovar.
A verdade é que a simpatia pelos Republicanos de Manchin não é novidade, tendo o Senador da Virgínia Ocidental dito em tom de brincadeira esta semana que não sabe a que partido pertence. Questionado sobre a possibilidade de mudar de partido, o político respondeu que a sua vida seria “muito mais fácil” de trocasse. “Mas é esse o propósito de estar envolvido no serviço público? Acham que ter um “D” ou um “I” ou um “R” vai mudar quem sou? Acho que os Rs estariam muito mais felizes comigo do que os Ds agora. Não sei onde raio pertenço”, afirmou. O Senador também foi o Democrata que mais apoiou mais nomeados para cargos públicos de Trump e chegou a considerar apoiar oficialmente o ex-presidente na recandidatura à Casa Branca.
As expansões significativas prometidas ao sistema de saúde também foram cortadas, incluindo provisões para que o Medicaid começasse a abranger cuidados dentários e de visão, assim como um plano para expandir o Medicaid a americanos que vivem em estados que se recusaram a expandi-los eles mesmos dentro do Obamacare. Uma proposta para se usar o Medicare para negociar preços de medicamentos mais baixos também foi por água abaixo.
O machado também caiu em cima do plano para a gratuitidade das universidades comunitárias, assim como do imposto sobre bilionários. Apesar da proposta actual prever um aumento na tributação aos mais ricos, a ideia original era bastante mais robusta e revolucionaria completamente a forma como os impostos são pagos no país do capitalismo, além de ser uma das maiores fontes de receita para colmatar o rombo nas contas públicas causado pelas outras medidas.
Na proposta original, os bilionários passariam a pagar impostos sobre as acções que têm das suas empresas. Actualmente, os investidores pagam impostos sobre os ganhos só quando vendem alguma coisa e lucram com isso. Os mais ricos contornavam esta tributação ao segurarem investimentos até morrerem e passarem-nos para os herdeiros sem terem de pagar impostos ou então ao pedirem empréstimos à condição dos seus investimentos e com baixos juros para poderem continuar com um estilo de vida luxuoso sem ter de pagar um cêntimo ao Estado.
A ideia inicial proposta por alguns Democratas era de acabar com estas brechas ao passarem a ser tributadas as acções e activos negociáveis dos mais ricos, mas a medida morreu quando os centristas manifestaram a sua oposição meras horas depois de ser conhecida. Progressistas prometem bater o pé
A proposta foi conhecida há meras horas, mas já se espera mais um esticar da corda do lado dos representantes progressistas perante a enorme cedência de Biden a Manchin e Sinema. A Presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, já veio apelar a que os Democratas mais à esquerda, como Alexandria Ocasio-Cortez ou Ilhan Omar, cedam e não deixem a lei das infraestruturas refém do Build Back Better.
“Para aqueles que disseram “quero ver o texto”, o texto está aqui para vocês lerem e para se queixarem. Estamos no caminho para aprovarmos isto”, disse Pelosi numa conferência de imprensa esta tarde, depois de revelar o documento de 1600 páginas, numa aparente alfinetada aos progressistas. A CNN escreve também que a líder Democrata está a apelar nos bastidores a que os colegas não “envergonharem” Biden ao arrastarem o impasse.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, também pediu união no partido. “Estes são componentes daquilo em que o Presidente fez campanha, aquilo que ele prometeu, e todos teriam um impacto gigante nas vidas das pessoas por todo o país, por isso querem ser parte disso ou ser parte de nada? Porque são essas as alternativas?”, desafiou. Outras vozes conhecidas da política americana, como Barack Obama e Hillary Clinton, também já manifestaram o seu apoio à lei de Biden.
“Está na hora de votarmos a lei das infraestruturas e mostramos que o governo pode funcionar outra vez”, apelou também a congressista Suzan DelBene, que preside à centrista Nova Coligação Democrata. “Mantemo-nos totalmente comprometidos em levar este plano Build Back Better além da linha da meta o mais rapidamente possível”, rematou.
Mas os apelos não parecem estar a resultar. A líder do caucus progressista, Pramila Jaypal, já disse que continuam a haver “muitos votos negativos” para que a lei das infraestruturas passe, já que a maioria Democrata na Câmara dos Representantes tem uma ligeira maioria Democrata que precisa dos votos dos mais esquerdistas.
“Continuavam a haver muitas pessoas que realmente acreditam que não podemos aprovar a lei das infraestruturas sem um acordo total, em linguagem legislativa, e um voto em conjunto”, revelou à MSNBC. Vozes influentes na esquerda americana, como os Senadores e antigos candidatos presidenciais Bernie Sanders e Elizabeth Warren, também já apoiaram a intenção dos representantes progressistas.
A representante Cori Bush também já confirmou que mais de 10 membros do caucus progressista vão continuar a rejeitar a lei das infraestruturas caso não haja progressos com o pacote social. “Se for sozinho, voto 100% não. E isto não é nada contra o Presidente. O que estamos a dizer é que não confiamos nas pessoas que têm o poder de voto”, revelou à MSNBC, numa crítica pouco subtil a Sinema e Manchin.
A verdade é que Bush tem razão nessa desconfiança, já que nem Manchin nem Sinema confirmaram se vão votar a favor da nova proposta de Biden. Sinema, que tem sido parca nas declarações aos jornalistas ao longo de todo o processo de negociações, recusou responder a perguntas à saída do Capitólio, tendo apenas emitido um comunicado hoje em que diz que “aguarda ansiosamente” pela resolução do problema para poder “ajudar as famílias” americanas “depois de meses de negociações produtivas e de boa-fé”.
Já Manchin também não confirmou se vai finalmente ceder e votar a favor, limitando-se a mostrar-se satisfeito com um corte em metade no valor da lei. “Isso foi negociado“, disse o Senador.
Numa fase em que Biden está a perder popularidade em parte devido às suas falhas no cumprimento de promessas eleitorais — e consequentemente a preocupar os Democratas na antecipação das eleições intercalares — do próximo ano, este impasse não traz bons agoiros para a taxa de aprovação do Presidente. Resta continuar a acompanhar os próximos capítulos da novela no Congresso norte-americano.
A companhia aérea norte-americana United Airlines revelou que os trabalhadores não vacinados lhe custam milhões de dólares — a empresa paga quase 3 milhões de dólares por mês para manter centenas de empregados que se recusam a ser vacinados contra a covid-19 em licença remunerada.
A United Airlines revelou em documentos legais que está a gastar 1,4 milhões de dólares de duas em duas semanas em benefícios para trabalhadores que não cumpriram o mandato de vacinação da empresa e se encontram em licença.
De acordo com a CBS News, a United foi a primeira grande companhia aérea a exigir a vacinação de todos os trabalhadores e 99,7% de cerca dos 67 mil cumpriram a obrigatoriedade.
No entanto, 232 trabalhadores não tomaram a vacina — o que significa que estão em risco de rescisão de contrato — e alguns vão levar a empresa a tribunal, disse o CEO da United Airlines, Scott Kirby, em declarações à CBS Mornings.
Esta situação reflete a vontade dos empregadores em que os seus trabalhadores estejam vacinados e a reticência de várias pessoas em fazê-lo — nos Estados Unidos, o movimento negacionista é muito amplo.
Assim, milhares de trabalhadores estão a demitir-se, ou a ser despedidos, por se recusarem a tomar a vacina e, enquanto muitos desses conflitos têm ocorrido à porta fechada, outros têm vindo a público.
Na United Airlines, vários funcionários não vacinados entraram com uma ação judicial contra a empresa e estão agora a receber benefícios de licença prolongada até que o assunto seja resolvido em tribunal.
Em resposta ao processo, o juiz Mark Pittman, do Tribunal Distrital dos EUA, impôs uma ordem de restrição temporária à United, impedindo-a de implementar o seu mandato vacinal.
Em causa estão funcionários não vacinados que disseram ter razões médicas ou religiosas que os impedem de receber a vacina. Muitas companhias aéreas permitem que os seus empregados optem por não cumprir um mandato de vacinação, mas a United não oferece tal margem de manobra.
Pittman negou na semana passada o pedido da United de levantar a ordem de restrição e prorrogou-a até 8 de novembro.
Os advogados que representam os funcionários não vacinados dizem que é injusto fazer com que esses trabalhadores optem entre a vacinação ou a manutenção do seu emprego.
“Algumas pessoas têm objeções religiosas sinceras à vacina contra a covid-19, e a Lei dos Direitos Civis de 1964 exige que os empregadores respeitem e acomodem essas crenças”, disse o advogado Mark Paoletta.
O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) condenou, esta quarta-feira, a Polónia a pagar uma multa de um milhão de euros por dia, até acatar as medidas provisórias de respeito pelo Estado de direito.
Num comunicado de imprensa, o TJUE sustenta que “a Polónia não suspendeu a aplicação das disposições nacionais relativas, nomeadamente, aos poderes da Câmara de Disciplina do Supremo Tribunal e é, por conseguinte, condenada a pagar à Comissão Europeia uma sanção pecuniária compulsória diária de 1.000.000 euros“.
A ordem emitida por um vice-presidente considera que “o cumprimento das medidas provisórias ordenadas a 14 de julho de 2021 é necessário para evitar danos graves e irreparáveis à ordem jurídica da União Europeia e aos valores em que esta assenta, em particular o Estado de direito”.
Varsóvia tem assim de pagar um milhão de euros por dia a contar da data de notificação do despacho até que este Estado-membro cumpra as obrigações decorrentes do ordenado em julho “ou, na falta deste, até à data da prolação da sentença final”, lê-se ainda no comunicado.
Em julho, uma vice-presidente do TJUE tinha ordenado a suspensão imediata da aplicação das disposições nacionais relativas às competências do Conselho Disciplinar do seu Supremo Tribunal até que seja proferida a sentença final da ação por incumprimento das regras comunitárias apresentada pela Comissão Europeia a 1 de abril (C-204/21), o que a Polónia não cumpriu.
Enquanto se aguarda o acórdão do Tribunal que porá termo ao processo C-204/21, a Comissão solicitou, no âmbito de um processo provisório, que ordenasse à Polónia a suspensão da aplicação das disposições ao abrigo das quais o Conselho Disciplinar pode decidir sobre os pedidos para iniciar um processo penal contra juízes ou juízes auxiliares para os manter em prisão preventiva, para os prender ou para os levar perante o tribunal, e os efeitos das decisões já adotadas pelo Conselho Disciplinar que autorizam a instauração de um processo penal contra um juiz ou a sua prisão.
Bruxelas pediu ainda, entre outras medidas, a suspensão da aplicação das disposições que estabelecem a competência exclusiva da Câmara Extraordinária de Controlo e Assuntos Públicos para examinar as queixas relativas à falta de independência de um juiz ou tribunal.
O porta-voz do Governo polaco, Piotr Müller, reagiu ao anúncio deste tribunal europeu na sua conta do Twitter.
“A União Europeia é uma comunidade de Estados soberanos governados por regras claras. Eles mostram uma divisão clara de competências entre a UE e os Estados-Membros. A questão de regulamentar a organização do sistema judiciário é da competência exclusiva dos Estados-Membros.”
“O Governo polaco falou publicamente da necessidade de introduzir mudanças nesta área que garantissem o seu funcionamento eficaz. O caminho das punições e chantagens contra o nosso país não é o caminho certo. Este não é o modelo em que a União Europeia deve funcionar”, acrescentou.
Em setembro, recorda o jornal Público, a Polónia já tinha sido condenada pelo TJUE a pagar uma multa de 500 mil euros por dia devido ao incumprimento de uma outra sentença que obrigava o país a encerrar a operação da mina de carvão de Turów, junto à fronteira com a República Checa.
O Governo polaco recusou até agora não só encerrar a mina como também a pagar esta multa, correndo o risco de ver a quantia ser descontada pela Comissão Europeias nas próximas transferências para o país.