Em causa está uma declaração de Bolsonaro numa transmissão em direto onde fala de um suposto relatório britânia que associava as vacinas a um maior risco de secontrair SIDA.
Depois de há alguns meses ter feito declarações falsas sobre onde citava um suposto relatório que estabelecia uma relação entre as vacinas para a covid-19 e o risco de se contrair SIDA, Bolsonaro vai agora ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro falava numa transmissão em direto a 22 de Outubro onde referiu a existência de um relatório oficial do governo britânico que tinha concluído que as pessoas que já tinham levado as duas doses das vacinas contra a covid tinham um risco de desenvolver SIDA “muito mais rápido que o previsto”.
O vídeo acabou por ser removido das redes sociais por violar os termos e condições sobre a desinformação e levou a que Bolsonaro fosse suspenso do YouTube. Não foi encontrado qualquer relatório que comprovasse as declarações do Presidente brasileiro e os especialistas desmentiram que a toma das vacinas estivesse de qualquer forma ligada à SIDA.
O inquérito foi agora aberto na sexta-feira pelo juiz Alexandre de Moraes, na sequência de um pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que avaliou a resposta do executivo à pandemia de covid-19.
Os Senadores apelaram também a que Bolsonaro fosse afastado das redes sociais devido à propagação de fake news.
“Não há dúvidas de que as condutas noticiadas do Presidente da República, no sentido de propagação de notícias fraudulentas acerca da vacinação contra a covid-19 utilizam-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais”, escreveu Moraes no despacho da investigação, citado pelo G1.
Esta não é a primeira vez que o STF abre investigações a Jair Bolsonaro. tendo o chefe de Estado já sido alvo de inquéritos devido a suspeitas de interferir na escolha do director da Polícia Federal, por ter posto em causa a fiabilidade do voto eletrónico, por suspeitas de corrupção na compra de vacinas Covaxin e por divulgados dados confidenciais sobre uma investigação policial que estava a decorrer.
No entanto, é pouco provável que Bolsonaro venha a enfrentar consequências enquanto for Presidente, visto que a acusação teria de ser aprovada por dois terços dos membros da Câmara dos Deputados e de momento, a Câmara está a apoiar o governo federal.
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