quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Um ano depois da insurreição no Capitólio, as feridas da América ainda estão por sarar !

Foi há um ano que um grupo de apoiantes de Donald Trump invadiu o Capitólio numa tentativa de reverter o vitória eleitoral de Joe Biden. O legado da insurreição e das conspirações de fraude eleitoral é agora abraçado pelos membros mainstream do Partido Republicano.

Durante a confirmação da vitória de Joe Biden nas presidenciais de 2020 pelo Congresso, um grupo de apoiantes de Donald Trump que tinha estado horas antes num comício do ex-presidente em Washington, dirigiu-se para o Capitólio e começou a forçar a entrada no edifício, numa tentativa de reverter o resultado da eleição.

Foi já há um ano que tudo aconteceu. De acordo com um relatório bipartidário do Senado, houve sete mortes que estiveram de alguma forma ligadas ao evento. Ashli Babbitt, uma veterana da Força Aérea, que foi atingida por um tiro disparado por agente da polícia quando tentava entrar na Câmara dos Representantes, foi uma das primeiras mortes conhecidas.

Kevin D. Greeson, outro apoiante de Trump, morreu após ter um ataque cardíaco no edifício enquanto que Rosanne Boyland perdeu a vida depois de ser aparentemente esmagada no meio da multidão que estava a enfrentar a polícia, mas o médico que examinou afirma que a causa da morte foi uma overdose. Já Benjamin Philips, fundador de um site de apoio da Trump, faleceu depois de sofrer um AVC.

Nas dias e semanas seguintes ao ataque, vários agentes da polícia também morreram, como Brian D. Sicknick, que morreu a 7 de Janeiro depois de ser atacado pela multidão. Segundo o exame médico, Sicknick sofreu vários AVCs, mas “tudo o que se passou afectou a sua condição”.

Jeffrey Smith, agente da Polícia Metropolitana, suicidou-se depois da invasão, assim como Howard S. Lienbengood, agente do Capitólio, que também tirou a própria vida quatro dias depois. O Senado reconheceu em Junho que todas estas mortes estavam ligadas ao evento, mas mais dois polícias que estavam no local – Gunther Hashida e Kyle DeFreytag – também se suicidaram já em Julho.

Os suicídios não são consideradas mortes durante o trabalho, pelo que as famílias não têm direito a nenhum apoio financeiro. Os Representantes e Senadores Democratas da Virgínia estão entretanto a tentar pressionar o autarca de Washington a mudar esta situação.

Cerca de 150 polícias ficaram feridos e muitos ficaram traumatizados e com problemas de saúde mental após o ataque, como relataram no testemunho perante o Congresso.


Mas o legado de 6 de Janeiro de 2021 vai muito além do que se passou no próprio dia e as feridas da democracia norte-americana ainda estão longe de sarar de vez.
Os processos na justiça

Mais de 700 pessoas foram acusadas pelos procuradores federais nos meses que se seguiram ao ataque, revela o NPR, que analisou os dados de todos os casos para traçar um panorama geral da resposta da justiça.

Há suspeitos vindos de 46 estados diferentes, o que mostra que a multidão era oriunda de todos os cantos dos Estados Unidos, e a grande maioria era branca. Os homens dominam, apesar de ainda haver um número significativo de mulheres.

Os atacantes eram também eram relativamente jovens, com pelo menos três quartos dos acusados a terem menos de 55 anos e há ainda 134 pessoas com menos de 30. O perfil socio-económico já é demasiado variado para se generalizar, com muitas profissões à mistura, como pequenos empresários, professores, enfermeiros ou até um director executivo de uma empresa de marketing.

Mais de 187 pessoas, cerca de um quarto dos réus, foram acusadas de crimes violentos, com vários relatos dos polícias presentes que dizem que lutaram fisicamente com muitos dos protestantes, que foram eletrocutados com tasers, agredidos com cassetetes ou atacados com gás-pimenta.

Uma notícia do NPR poucas semanas depois do ataque deu conta de que quase um em cada cinco dos atacantes que tinham sido identificados tinham já integrado o exército ou a polícia — uma proporção três vezes maior à da população em geral.

Com a revelação de mais dados, o valor caiu, mas continua elevado, sendo cerca de 13%. Um relatório de Abril de 2021 do programa sobre extremismo da Universidade George Washington concluiu que a probabilidade dos invasores integrarem grupos violentos de extrema-direita, como os Proud Boys, os Oathkeepers ou os Three Percenters, era quatro vezes maior entre os que tinham um passado militar.

A maioria dos acusados está a aguardar a conclusão do julgamento em casa, mas 76 estão presos, principalmente aqueles que estão acusados de crimes mais graves. Pelo menos 26 foram presos pouco depois do evento, estando há quase um ano na prisão.

Já 74 foram condenados, mas 55% não receberam uma sentença de prisão. A maioria destes casos foi para crimes menores e que não sejam violentos. A pena mais pesada foi de cinco anos de prisão para Robert Scott Palmer, que admitiu ter agredido um polícia com uma placa de madeira e um extintor de incêndio.
O impacto no Partido Republicano

Apesar de ter sido um evento sem precedentes na história dos Estados Unidos, os representantes políticos não se uniram numa mensagem em uníssono contra a violência da extrema-direita e vários Republicanos têm desvalorizado publicamente o que aconteceu a 6 de Janeiro.

Andrew Clyde, um congressista do partido, chegou a comparar a invasão com uma visita turística normal, apesar das imagens o mostrarem a barricar-se na galeria da Câmara dos Representantes no mesmo dia. Para o cientista político Cas Mudde, Clyde é um exemplar da história do Partido Republicano em 2021.

“Clyde simboliza um partido que teve a oportunidade de se afastar do caminho anti-democrático que seguiu com Donald Trump, mas que foi demasiado fraco na ideologia e na liderança para o fazer, sendo assim uma ameaça fundamental à democracia nos EUA em 2022 e no futuro”, escreve no The Guardian.

Mas Clyde está longe de ser um caso único. Vários políticos do partido, como os Senadores Josh Hawley, Ted Cruz e Ron Johnson e o líder da minoria Republicana na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, ajudaram a propagar as acusações de Trump de que a eleição foi fraudulenta.

Outros, como o empresário Bernie Moreno, que inicialmente felicitou Biden pela vitória e encorajou os seus “amigos conservadores” a aceitar o resultado apesar de acreditar que houve algum tipo de fraude, mudaram depois de tom. “O Presidente Trump diz que a eleição foi roubada e ele tem razão“, diz agora Moreno num anúncio da sua campanha para as primárias no Senado estadual do Ohio.

Se já desde a campanha de Donald Trump em 2016 que um grupo de Republicanos se opôs firmemente às suas políticas, conhecidos como Never Trumpers, a verdade é que, com o passar do tempo, o partido rendeu-se à popularidade do ex-Presidente na base, especialmente quando antigos aliados próximos de Trump, como o seu vice-presidente Mike Pence ou o Senador Mitch McConnell, foram alvos de ameaças por não o apoiarem incondicionalmente.

O chumbo da segunda proposta de destituição, já depois de Joe Biden ter assumido a presidência foi talvez o momento que consolidou definitivamente a realidade — o Partido Republicano é agora o partido de Donald Trump.

Pelo menos 163 Republicanos que abraçaram as conspirações sobre a fraude nas presidenciais estão a concorrer para cargos estaduais que lhes dão autoridade sobre a administração de eleições, revela o Washington Post, sendo que pelo menos cinco estavam até presentes no motim de 6 de Janeiro.

O impacto da propagação a nível mainstream das conspirações sobre a fraude eleitoral estão também a levar a que os estados aprovem leis que dificultam mais o processo de voto. De acordo com o Brennan Center for Justice foram introduzidas 440 leis com provisões que restringem o acesso ao voto em 49 dos 50 estados norte-americanos, o número mais alto desde que o centro começou a contagem.

“A conclusão generalizada no estrangeiro é de que um ano depois do ataque no Capitólio, algo permanece partido na democracia da América. O legado de 6 de Janeiro pode ser menor como um evento isolado do que como um ponto de inflexão na narrativa geral de que os Estados Unidos são uma casa dividida, incapaz de chegar a um consenso e com os seus pilares da democracia e do alcance global enfraquecidos irrevogalmente”, remata o Washington Post.
As conspirações que ainda persistem

Várias das conspirações que foram propagadas continuam a persistir, apesar de não haver provas de que sejam verdade.

Uma das mais conhecidas é que o ataque não foi propagado por apoiantes de Trump, mas sim por protestantes do movimento Black Lives Matter ou ANTIFA (um termo que se aplica a vários pequenos grupos anti-fascistas). Na verdade, nenhum dos mais de 729 acusados tem qualquer ligação a um grupo ANTIFA.

Outra teoria era de que teria sido o FBI a organizar o ataque ou de que a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, teria ignorado os pedidos de reforços da polícia do Capitólio, tendo esta última sido propagada por alguns legisladores Republicanos. Nada aponta para que nenhuma destas conspirações sejam verdade.

https://zap.aeiou.pt/ano-insurreicao-capitolio-feridas-por-sarar-455485









Universidade inglesa censura poema grego por referências a violência doméstica !


Universidade inglesa editou um poema grego com 2000 anos, para evitar “ofender” alguns dos seus estudantes devido a ligeiras referências à violência doméstica na obra.

Os responsáveis da University of Reading censuraram um poema de 118 linhas grego com 2.000 anos porque “podia” ofender os estudantes mais sensíveis, revela o Ancient Origins.

Devido ao recentemente descoberto ato de censura “ridículo”, Jeremy Black, professor emérito de história na Universidade de Exeter, considerou a instituição inglesa “mais do que ingénua”.

O texto menciona “violência doméstica” contra as mulheres, o que “pode potencialmente desencadear angústia” em alguns estudantes, defendeu a instituição de ensino universitário.

Escrito por Semonides de Amorgos, o poema intitula-se “The 2,000-year-old Types Of Women” e foi, até ao momento, utilizado no ensino da universidade em causa. No entanto, e apesar de não ter existido qualquer queixa, foi tomada a decisão de censurar certos versos.

A obra fala do deus grego Zeus, que cria dez tipos de mulheres representadas por um animal ou um elemento: o porco, a raposa, o cão, a terra, o mar, o burro, o furão, a égua e o macaco representam nove tipos de mulheres com conotações negativas, apenas a abelha é considerada um modelo para uma boa esposa.

De acordo com o Daily Mail, os estudantes foram alertados para o facto de o poema ser “um exemplo de misoginia extrema na Grécia arcaica” e, entretanto, todas as referências à “violência explícita contra as mulheres” foram censuradas pelos responsáveis da University of Reading.

A edição do texto grego para evitar ofender os estudantes “é ridícula e não tem lugar na academia”, disse Black.

Se este nível de censura fosse aplicado às notícias, continuou, “acabaríamos por ter uma visão mais limitada e ignorante do mundo“.

Também Ewen Bowie, bolseiro emérito do Corpus Christi College e Professor Emérito de Línguas e Literaturas Clássicas da Universidade de Oxford, disse que “as obras antigas precisam de ser compreendidas no contexto” e não totalmente apagadas.

Quando se começam a censurar listas de leitura está-se “a colocar o pé na encosta escorregadia em direção a censurar o que está a ser vendido nas livrarias”, acrescentou.

“Não censuramos o material académico”, disse um porta-voz da University of Reading, acrescentando que uma parte particular do poema grego tinha sido retirada porque “parecia desnecessariamente desagradável e (potencialmente) desencadeante”.

https://zap.aeiou.pt/universidade-inglesa-censura-poema-grego-por-referencias-a-violencia-domestica-455215


Em França, os anúncios de automóveis terão de incluir apelos ao uso de bicicletas e andar a pé !


Governo francês está empenhado em tornar a mobilidade dos seus cidadãos mais sustentável, tendo já proibido, a partir de 2040, a venda de veículos novos movidos a gás ou diesel.

O uso da publicidade para a propagação de mensagens úteis para a saúde não é algo novo. O álcool e os cigarros são exemplo disso há anos, com as suas embalagens a fazerem referência às consequências para a saúde do seu consumo. Agora, as autoridades francesas pretendem fazer novo uso desta estratégia, desta feita relativamente ao uso do automóvel em detrimento de soluções de mobilidade sustentáveis, como a bicicleta ou andar a pé.

Esta intenção materializar-se-á com a inclusão de apelos a estas práticas nos anúncios de automóveis que sejam emitidos já a partir de 1 de março.A medida resulta da influência por parte de grupos de lobistas com tendências ambientalistas. Segundo a legislação que lhe deu origem, será obrigatória a inclusão das três seguintes expressões: “para viagens pequenas, ande ou pedale”, “considere o carpooling” [partilha de viaturas] ou “use os transportes públicos diariamente”.

Segundo o site The Drive, as mensagens devem ser incluídas em todos os anúncios, sejam eles impressos, online ou transmitidos via rádio ou televisão. Deverão ser visíveis de forma clara nos ecrãs ou, no caso da rádio, transmitidas alto depois de o anúncio propriamente dito ser finalizado. Será também, em determinados contextos, obrigatória a apresentação da hashtag #SeDéplacerMoinsPolluer, o que em português será algo como “Mova-se sem poluição”. As multas para quem não cumpra podem ir até aos 50 mil euros.

Todo o esforço faz parte de um plano mais abrangente para reduzir as emissões em França, um país onde os automóveis particulares representam a fonte de 15% das emissões de gases com efeito de estufa. Na mesma linha, também estão proibidos de circular em Paris carros mais antigos e a partir de 2040 estará proibida de a venda veículos movidos a gás ou a diesel.

Barbara Pompili, ministra da Transição Ecológica, sublinhou a importância de uma abordagem multi-facetada para combater o problema, ou seja, tornar o setor dos transportes mais verde. “Descarbonizar os transportes não é apenas mudar para veículos elétricos. Também significa, quando possível, usar os transportes públicos ou a bicicleta”, escreveu no Twitter.

https://www.blogger.com/blog/post/edit/1205560504948790281/6118357811589148013

 

“Semana de Quatro Dias” da Islândia teve sucesso mas só houve redução de uma a três horas !


Um grande estudo levado a cabo na Islândia analisou a redução dos dias de trabalho, de cinco para quatro, mantendo o mesmo salário. Mas a experiência não analisou exatamente a redução pretendida.

Embora tenha sido noticiado o “sucesso esmagador” do estudo de grande escala na Islândia, entre 2015 e 2019, a experiência não terá sido assim tão eficaz, escreve o Interesting Engineering.

A verdade é que as reportagens divulgadas nos media se baseiam num relatório, publicado em parceria pela Alda (Associação para a Democracia e Sustentabilidade) da Islândia e pela Autonomia Britânica, sobre dois estudos da Câmara Municipal de Reykjavík e do governo islandês, que envolveram 66 locais de trabalho e cerca de 2.500 funcionários.

No entanto, o artigo “A viagem da Islândia para uma semana de trabalho mais curta” — que tem mais de 80 páginas — refere-se à semana de trabalho de quatro dias apenas duas vezes.

Nos últimos anos, os apelos a horários de trabalho mais curtos sem redução salarial — frequentemente enquadrados em termos de uma “semana de quatro dias” — têm-se tornado cada vez mais proeminentes em toda a Europa.

Mas o estudo islandês não analisou, exatamente, uma semana de quatro dias. Em vez disso, “envolveu duas experiências em grande escala de horários de trabalho mais curtos — em que os trabalhadores passaram de uma semana de 40 horas para uma semana de 35 ou 36 horas, sem redução salarial”.

Se o objetivo fosse analisar uma semana com apenas quatro dias de trabalho, então o ensaio deveria ter envolvido a redução da semana de trabalho em sete a oito horas. Em vez disso, a redução máxima verificada foi de apenas quatro horas e, em 61 dos 66 locais de trabalho, foi de uma a três horas.

Isto não significa, no entanto, que os resultados — nenhum efeito adverso sobre a produção ou serviços prestados — não sejam impressionantes.

Como resultado dos ensaios, sindicatos e empregadores formalizaram acordos a nível nacional para tornar permanente a redução das horas de trabalho na Islândia — mas ainda estão muito longe de passar para a semana de quatro dias.

A nova regulamentação apenas prevê uma redução de 35 minutos por semana no setor privado e 65 minutos no setor público. Para os trabalhadores por turnos, a redução poderá ser maior.

A Interesting Engineering alerta, ainda, que esta e outras experiências semelhantes podem ser afetadas pelo “efeito Hawthorne” — quando a consciência de serem objeto de uma experiência influencia o comportamento e, consequentemente, os níveis de produtividade dos trabalhadores.

Isto significa que os resultados do estudo islandês podem não ser traduzidos replicados no futuro.

https://zap.aeiou.pt/semana-de-quatro-dias-da-islandia-454529


quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Misteriosa doença surge no Canadá !

https://undhorizontenews2.blogspot.com/search?updated-max=2022-01-04T13:25:00-03:00&max-results=25

Bento XVI encobriu abusos sexuais contra menores quando era cardeal !


Joseph Ratzinger ajudou alegadamente a encobrir um capelão condenado por abusos sexuais na década de 1980, quando era cardeal e arcebispo de Munique.

Segundo um documento a que vários meios de comunicação social alemães tiveram acesso, o capelão Peter H. foi transferido em 1980 da diocese de Essen para a de Munique-Freising, depois de ter abusado de vários menores.

De acordo com o Expresso, ao terem conhecimento das acusações, os seus superiores não as esclareceram, mas obrigaram-no a fazer terapia psicológica.

O então cardeal Joseph Ratzinger, na qualidade de arcebispo de Munique-Freising, sabia que o capelão tinha cometido abusos, mas ainda assim aprovou a sua transferência e não denunciou o caso ao Vaticano.

Essa era a sua obrigação, de acordo com um decreto extrajudicial do Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Munique e Freising de 2016.

Após a transferência aprovada por Ratzinger, o sacerdote continuou com os abusos, pelos quais foi condenado em 1986, a 18 de prisão, facto que levou as autoridades eclesiásticas a transferi-lo novamente, desta vez para Garching, no sul da Alemanha.

Joseph Ratzinger “esteve disposto a admitir ao sacerdote H. que tinha conhecimento da situação”, afirma o documento, citado pela emissora de televisão pública ZDF e pelo semanário “Die Ziet”.

Por isso, o documento acusa o Papa emérito Bento XVI e outras autoridades eclesiásticas de não terem cumprido a sua “responsabilidade” para com as “crianças e adolescentes confiados ao seu cuidado pastoral”, segundo a investigação dos dois órgãos de comunicação social.

Segundo o documento, Ratzinger e outras autoridades vinculadas ao caso nunca denunciaram ao Vaticano, o que “não permite tirar nenhuma outra consequência” do que “renunciaram deliberadamente à punição do crime”.

Através do seu secretário pessoal, o Papa emérito Bento XVI negou ter conhecimento dos registos do sacerdote H., “portanto, não violou a sua obrigação de informar Roma”, segundo declarações citadas pela ZDF.

Peter H. não foi destituído do sacerdócio até 2010, facto pelo qual o documento também crítica o atual arcebispo de Munique, o cardeal Reinhard Marx, que em 2008 pediu um relatório psiquiátrico sobre o estado mental do capelão, tendo o transferido novamente, abdicando abrir uma investigação interna.

Em junho de 2021, o Papa Francisco rejeitou a resignação do cardeal Mark, após ter renunciado ao cargo como um gesto contra os abusos sexuais de menores por membros da Igreja Católica na Alemanha.

https://zap.aeiou.pt/bento-xvi-encobriu-abusos-sexuais-455197


Nova variante da covid identificada em França com mais de 40 mutações genéticas !


A França identificou uma nova variante de covid-19, que tem mais de 40 mutações genéticas, com uma delas associada a um potencial aumento da transmissão do vírus.

A agência EFE noticiou, esta terça-feira, que, segundo os investigadores do Instituto Hospitalar Universitário (IHU) de Marselha que fizeram a descoberta, a nova estirpe do SARS-CoV-2 tem 46 mutações, com uma associada a um possível aumento de contágios.

A variante, da qual pouco ainda se sabe, foi batizada pelos cientistas com as iniciais do instituto, IHU, e deriva de uma outra, a B.1.640, detetada em finais de setembro de 2021 na República do Congo e atualmente sob vigilância da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em França, os primeiros casos da nova variante, que tem a designação técnica B.1.640.2, foram detetados na localidade de Forcalquier, na região de Provença-Alpes-Costa Azul.

Na mesma região, mas em Marselha, uma dezena de casos surgiram associados a viagens aos Camarões, país que faz fronteira com a República do Congo.

O IHU de Marselha, especialista em doenças infecciosas, é dirigido pelo polémico médico Didier Raoult, que recebeu uma advertência da Ordem dos Médicos francesa por ter violado o código de ética, ao promover o uso do antimalárico hidroxicloroquina como tratamento para a covid-19 sem provas da sua eficácia.

A covid-19 é uma doença respiratória causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado há dois anos em Wuhan, cidade do centro da China, e que se disseminou rapidamente pelo mundo.

A variante Ómicron, identificada em novembro, é a mais contagiosa de todas as variantes do coronavírus consideradas de preocupação, apresentando mais de 30 mutações genéticas na proteína da spike, a “chave” que permite ao vírus entrar nas células humanas.

Vários países, incluindo Portugal e França, têm atingindo recordes diários de infeções devido à circulação desta variante.

https://zap.aeiou.pt/nova-variante-da-covid-identificada-455195


Coronavírus: “Produzimos a vacina e não queremos dinheiro - É uma oferta” !


De um hospital pediátrico no Texas chega uma nova vacina, sem patente, e que já está chegou à Índia.

Chama-se Corbevax e é uma vacina contra o coronavírus. Mas esta vacina proveniente dos Estados Unidos da América não é “mais uma” vacina que vai ser comercializada em dezenas de países. Foi anunciada apenas na semana passada e tem algo diferente.

Investigadores do hospital pediátrico do Texas e da escola de medicina de Baylor (também no Texas) produziram uma vacina que tem a particularidade de a patente…não existir.

“O nosso centro pediátrico do Texas não planeia ganhar dinheiro com isto, é uma oferta para o mundo“, explicou Peter Hotez, um dos líderes deste projecto.

Como não há patentes nem outras burocracias extra envolvidas, esta vacina, sublinha o professor, deverá ser a vacina mais barata de todas, entre as que já foram produzidas para tentar travar a COVID-19.
 
Esta é uma parceria entre os norte-americanos e uma empresa indiana de produtos biológicos, a Biological E. Limited. O investigador indicou que já há 150 milhões de doses disponíveis e, a partir de Fevereiro, vão ser produzidas 100 milhões de doses por mês – mais do que os números previstos pelo próprio governo dos EUA.

A nível técnico, Peter Hotez explicou que, para produzir esta vacina, foi utilizada uma antiga tecnologia de fermentação de levedura de proteína recombinante, semelhante à usada para a vacina contra a hepatite B (que existe há 40 anos).

Os resultados dos ensaios clínicos foram comparados com os números de uma vacina já aprovada, a Covishield (versão indiana da Astrazeneca), e confirmaram a sua eficácia. A vacina pode ser produzida em cada país; o hospital do Texas já transferiu a tecnologia para produtores de Índia, Indonésia, Bangladesh e Botswana.

A equipa de investigadores reuniu mais de 20 cientistas e foi liderada por Peter Hotez e por Maria Elena Bottazzi, também professora e uma das directoras no hospital pediátrico do Texas.

A investigação conjunta entre instituições de EUA e Índia começou no final de 2020 e houve ensaios clínicos ao longo de 2021, com milhares de participantes. Depois disso, a Corbevax mostrou ser segura e eficaz.

https://zap.aeiou.pt/coronavirus-vacina-oferta-455351


Evergrande obrigada a demolir apartamentos na ilha artificial de Hainan após investigação à licença de construção !


O projecto já estava envolto em polémica desde 2017, quando uma investigação deu conta do impacto ambiental dos prédios nos recifes de coral e no habitat das ostras.

A situação frágil da gigante imobiliária chinesa Evergrande sofreu mais um golpe na imagem pública depois das autoridades da ilha de Hainan, no sul da China, terem ordenado a demolição de 39 blocos de apartamentos nos próximos 10 dias no meio de uma investigação às autorizações de construção do projecto.

As vendas de acções da Evergrande foram suspensas na segunda-feira após notícias dos media locais darem conta de que o governo de Danzhou tinha ordenado a demolição dos prédios na ilha artificial de Hainan, depois de determinar que as aprovações para as construções não eram válidas, revela o Washington Post.

A empresa emitiu um comunicado no mesmo dia a confirmar as informações e a esclarecer que a ordem só afecta uma parte do projecto Ocean Flower Island, sem interferir com os 60 567 apartamentos já terminados e com donos e com outros 628 que já estavam pagos mas que ainda estão a ser construídos.

A Evergrande pode ainda pedir uma reconsideração administrativa que pode adiar o processo de demolição. Nos últimos 12 anos, a imobiliária investiu quase 11.5 mil milhões de euros no arquipélago artificial. Nem a empresa nem as autoridades especificaram o que levou à revogação das autorizações, mas o projecto já está envolto em polémica desde 2017.

Na altura, uma investigação revelou que a construção tinha causado danos nos recifes de coral e colocado em risco o habitat das ostras produtoras de pérolas – uma espécie protegida.

Depois de uma suspensão breve, foi permitida a continuação do projecto, mas desde então que Hainan tem reforçado a política de protecção ambiental, tendo havido também uma purga aos responsáveis que assinaram contratos sem terem em conta as análises ao impacto no ambiente. O exemplo vem também do Governo central do Partido Comunista da China, que tem priorizado a política ambiental nos últimos anos.

As ilhas artificiais têm um formato a imitar as folhas da buganvília, uma flor característica da província, e são um projecto que demonstra os avanços no sector imboliário chinês nos últimos anos. Além de apartamentos, há um salão de ópera, hóteis de luxo, escritórios, museus e um parque temático.

O Ocean Flower Island abriu em 2020 e é agora a maior ilha artificial turística do mundo, sendo o maior projecto deste género desde a inauguração do arquipélago Palm Island em 2009 no Dubai.

A polémica em torno das construções da Evergrande surge numa fase em que a empresa está em maus lençóis devido às dificuldades de liquidação da sua enorme dívida de 260 mil milhões de euros, um valor maior do que a economia portuguesa.

O sector imobiliário foi o principal motor do milagre económico chinês, com um crescimento baseado na contração de empréstimos para se continuar a construir. No entanto, a bolha rebentou no ano passado e a possibilidade da empresa mais endividada do mundo não conseguir honrar os pagamentos dos juros fez soar alarmes nos mercados mundiais.

A situação chegou até a ser comparada com a queda do grupo Lehman Brothers, que desencadeou a crise financeira de 2008, mas os especialistas apelaram à calma, na esperança de que o Governo chinês estendesse a mão à Evergrande caso a situação se complicasse até esse ponto.

Depois de ter conseguido várias vezes pagar os juros no limite do prazo antes de entrar em default – quando o atraso no pagamento já é maior que 30 dias – a empresa acabou mesmo por entrar em incumprimento em Dezembro.

https://zap.aeiou.pt/evergrande-demolir-ilha-artificial-hainan-455244


A estrela da “nova Steve jobs” apagou-se de vez. Condenada, Elizabeth Holmes pode passar décadas presa !


A antiga estrela de Silicon Valley Elizabeth Holmes, que chegou a ser conhecida como a “nova Steve Jobs”, foi condenada por fraude num tribunal norte-americano e enfrenta décadas de prisão.

Após mais de três meses de julgamento e 50 horas de deliberação, o júri do tribunal de San José, na Califórnia, considerou Elizabeth Holmes culpada de três acusações de fraude de escuta telefónica e de uma acusação de conspiração para cometer fraude de escuta telefónica.

O júri não foi capaz de chegar a um consenso sobre três acusações adicionais contra Holmes.

A jovem de 37 anos de idade enfrenta, agora, décadas de prisão como resultado da condenação, mas a sentença terá lugar mais tarde no tribunal federal.

Holmes prometeu revolucionar os testes de sangue com a sua start-up Theranos que fundou em 2003 com apenas 19 anos, prometendo ferramentas de diagnóstico mais rápidas e mais baratas do que os laboratórios tradicionais.  

Com a ajuda de uma história cuidadosamente elaborada, ela conseguiu, em poucos anos, ganhar a confiança de figuras de destaque e angariar fundos de investidores prestigiados, atraídos pelo perfil desta jovem.

Chegou a convencer figuras como Henry Kissinger e George P. Shultz, ambos antigos governantes dos EUA, a apoiarem a sua empresa.

Em 2015, o actual presidente dos EUA, Joe Biden, foi visita ilustre de uma falsa “fábrica” da start-up e falou de Holmes como uma pessoa “inspiradora”.

No seu auge, a empresa chegou a estar avaliada em quase 10 mil milhões de dólares.

https://zap.aeiou.pt/condenada-elizabeth-holmes-455300


Bento XVI encobriu abusos sexuais contra menores quando era cardeal !


Joseph Ratzinger ajudou alegadamente a encobrir um capelão condenado por abusos sexuais na década de 1980, quando era cardeal e arcebispo de Munique.

Segundo um documento a que vários meios de comunicação social alemães tiveram acesso, o capelão Peter H. foi transferido em 1980 da diocese de Essen para a de Munique-Freising, depois de ter abusado de vários menores.

De acordo com o Expresso, ao terem conhecimento das acusações, os seus superiores não as esclareceram, mas obrigaram-no a fazer terapia psicológica.

O então cardeal Joseph Ratzinger, na qualidade de arcebispo de Munique-Freising, sabia que o capelão tinha cometido abusos, mas ainda assim aprovou a sua transferência e não denunciou o caso ao Vaticano.

Essa era a sua obrigação, de acordo com um decreto extrajudicial do Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Munique e Freising de 2016.

Após a transferência aprovada por Ratzinger, o sacerdote continuou com os abusos, pelos quais foi condenado em 1986, a 18 de prisão, facto que levou as autoridades eclesiásticas a transferi-lo novamente, desta vez para Garching, no sul da Alemanha.

Joseph Ratzinger “esteve disposto a admitir ao sacerdote H. que tinha conhecimento da situação”, afirma o documento, citado pela emissora de televisão pública ZDF e pelo semanário “Die Ziet”.

Por isso, o documento acusa o Papa emérito Bento XVI e outras autoridades eclesiásticas de não terem cumprido a sua “responsabilidade” para com as “crianças e adolescentes confiados ao seu cuidado pastoral”, segundo a investigação dos dois órgãos de comunicação social.

Segundo o documento, Ratzinger e outras autoridades vinculadas ao caso nunca denunciaram ao Vaticano, o que “não permite tirar nenhuma outra consequência” do que “renunciaram deliberadamente à punição do crime”.

Através do seu secretário pessoal, o Papa emérito Bento XVI negou ter conhecimento dos registos do sacerdote H., “portanto, não violou a sua obrigação de informar Roma”, segundo declarações citadas pela ZDF.

Peter H. não foi destituído do sacerdócio até 2010, facto pelo qual o documento também crítica o atual arcebispo de Munique, o cardeal Reinhard Marx, que em 2008 pediu um relatório psiquiátrico sobre o estado mental do capelão, tendo o transferido novamente, abdicando abrir uma investigação interna.

Em junho de 2021, o Papa Francisco rejeitou a resignação do cardeal Mark, após ter renunciado ao cargo como um gesto contra os abusos sexuais de menores por membros da Igreja Católica na Alemanha.

https://zap.aeiou.pt/bento-xvi-encobriu-abusos-sexuais-455197


Venda de obras de arte bateu recordes em 2021 à boleia das criptomoedas !


Em 2021, o mercado da arte atingiu valores de transação recorde, com milhares de milhões de dólares a serem gastos em obras de artistas impressionistas, do pós-guerra e contemporâneos. Um fator curioso na maioria das aquisições tem que ver com a fonte do dinheiro utilizado nas compras: fortunas oriundas de criptomoedas ou outras tecnologias.

De acordo com o The Guardian, mais 2.6 mil milhões de dólares foram gastos em duas semanas de setembro, durante leilões de duas prestigiadas instituições de Nova Iorque. Em causa estavam quatro trabalhos de Vicent van Gogh, os quais foram vendidos por 71.4 milhões de dólares.

Em maio, a pintura In This Case de Jean-Michrl Basquiat, de 1983, com dois metros de altura, tornou-se a obra a ser transacionada por um valor mais elevado em 2021, envolvendo nada mais nada menos do que 93 milhões de euros. Com o aproximar do fim do ano, em Novembro, a venda de 35 trabalhos da Coleção de Macklowe – onde constavam obras de Andy Warhol, Jackson PPollock and Mark Rothko, entre outros – superou o os 676 milhões de dólares.

“O mercado da arte está certamente a espicaçar. E acho que o público para a arte é maior do que alguma vez foi. Estamos a ver níveis recorde nos 277 anos de história da nossa empresa”, descreveu Charles Stewart, diretor executivo da Sotheby, uma leiloeira.

Esta opinião é corroborada por mais especialistas do mercado da arte, que dizem que a procura foi beliscada em 2020, como efeito da pandemia, mas que também esta permitiu que algumas das obras mais procuradas fossem colocadas à venda. “Tem havido um nível extraordinariamente alto de material a chegar ao mercado e que está a despertar a atenção dos compradores”, explicou ainda Stewart.

Esta tendência também se aplica, por exemplo, às esculturas. Exemplo disso foi a venda da Hamilton Aphrodite, uma peça romana datada um ou dois séculos d.C, a qual estabeleceu um novo recorde mundial para uma antiga escultura de mármore ao ser vendida em Nova Iorque por 25 milhões de dólares, superando em 3 milhões de dólares as estimativas para o valor da sua venda.

Este crescimento também é visível nos lucros das leiloeiras, que em 2021 chegaram a novos níveis . No caso da Sothebys, o valor chegou a 1 bilião de dólares pela primeira vez.

No entanto, há novos atores no jogo. Em março, a obra First 5,000 Days de Mike Winkelmann, um artista digital conhecido por Beeple, atingiu o preço de 68 milhões de dólares em Março, o que fez dele “um dos três artistas vivos mais valiosos”, segundo a Christies. “É verdade que o mercado está a atingir números recorde e a ultrapassar as expectativas de muitas pessoas”, explicou Katharine Arnold, responsável pela arte do pós-guerra e contemporânea da Christie.

É, ainda assim, possível denotar um comportamento distinto para as obras mais antigas com menos procura – as vendas registaram uma queda de 20% face a dezembro de 2019.

De acordo com Relatório do Mercado da Arte Contemporânea, nos 12 meses anteriores a junho foram vendidos 2.7 mil milhões de arte contemporânea, o que representa um mercado “mais forte, mais diverso e denso do que anteriormente”.

Do ponto de vista dos especialistas, estes surgimento pode atribuir-se a pelo menos três fatores, que se podem sobrepor: os compradores do mundo das criptomoedas; o crescimento do mercado asiático e a crença de que a arte é um bom investimento num momento económico de particular incerteza.

De facto, as pessoas que construíram fortunas a partir das criptomoedas e outras formas de tecnologia estão atualmente a participar no mundo da arte em “elevados níveis”. “São jovens e globais”, descreveu Stewart. Como resposta a esta tendência, a Sotheby aceitou, em Novembro e pela primeira vez, licitações em criptomedas durante a venda de duas obras de Banksy, as quais foram vendidas por 14.7 milhões de dólares.

Como tal, Arnold não tem problemas em admitir que os pagamentos em criptomoedas se tornaram alternativas viáveis para o dinheiro tradicional.

Já no que respeita ao mercado asiático, os seus compradores constituíram 40% das vendas do mercado da arte contemporânea nos 12 meses anteriores a junho de 2021, ultrapassando os norte-americanos (32%) e os britânicos (16%). Segundo o mesmo relatório o mercado asiático “tornou-se efetivamente a primeira zona do mundo para a troca de obras de arte contemporâneas. Já de acordo com a Sotheby e a Christie, os compradores asiáticos constituem um terço das principais vendas internacionais.

Finalmente, e relativo à última justificação, há uma procura dos investidores por “formas de arte tangíveis que tenham valor inerente” numa altura em que a inflação tem vindo a crescer, descreveu a especialista.

“Eu não acho que isto seja uma bolha, de todo. As condições do mundo atualmente estão de uma forma que a arte continua a ser uma fonte de valor. E há criação de riqueza constantee novos compradores a entrar no mercado a toda a hora”, acrescentou.

É ainda de registar o aumento de 50% no que respeita às compras e licitações por parte de millennials nas vendas de outubro da Christies. “Se os baby boomers costumavam comprar agressivamente nos últimos anos, estamos a começar a ver uma transformação geracional, e isso significa que o crescimento não vem apenas de novos mercados como a Ásia, vem também de mercados tradicionais nos quais entram as novas gerações.”

https://zap.aeiou.pt/venda-de-obras-de-arte-bateram-recordes-em-2021-a-boleia-das-criptomoedas-455120


Raptado há 30 anos, chinês reencontra família com mapa que criou com as memórias da infância !


Agora com 37 anos, Li Jingwei reencontrou a família depois de ter sido raptado com apenas quatro anos de idade. O chinês partilhou no TikTok um mapa que desenhou com base nas memórias que ainda retinha da sua vila natal.

Li Jingwei tinha apenas quatro anos quando um vizinho o raptou e o levou da sua vila, na província chinesa de Yunnan, para o vender a uma rede de tráfico de crianças. Apesar do início trágico, esta história teve agora um final feliz, 30 anos depois.

O jovem chinês conseguiu reencontrar a família depois de desenhar um mapa da sua vila com base nas memórias que ainda retinha dos poucos anos que lá viveu. Depois de partilhar a imagem no Douyin — como o TikTok é conhecido na China — no dia 24 de Dezembro, restou a Li esperar por alguma resposta.

“Sou uma criança à procura da sua casa“, disse no vídeo. Apesar de não se conseguir lembrar do seu nome de nascimento ou do nome da vila, as suas memórias sobre uma escola, uma floresta de bambu e um lago foram suficientes para identificar a terra, nota o The Guardian.

A polícia descobriu depois que o mapa correspondia a uma vila em Yunnan onde havia um caso de uma mulher cujo filho tinha desaparecido. As suspeitas foram confirmadas depois de um teste de ADN, que levou a um reencontro emocionante entre mãe e filho, 30 anos depois.
“Há 33 anos há espera, com noites incontáveis de ansiedade, e finalmente um mapa desenhado à mão pela memória, este é o momento perfeito para a publicação, 13 dias depois”, escreveu Li no seu perfil do Douyin quando publicou o vídeo em que abraçou a sua mãe biológica. “Obrigado a todos os que me ajudaram a reencontrar a minha família”.

Raptado em 1989, Li foi vendido a uma família em Lankao, a mais de 2000 quilómetros de distância. Os raptos de crianças são comuns na China e Li afirmou que se aventurou em busca da sua mãe biológica depois de ver histórias nos media a relatar dois outros casos em que as famílias se reencontraram, como o caso de Guo Gangtang — um homem que procurou o seu filho durante 24 anos.

“Percebi que não podia esperar mais tempo porque os meus pais estavam a envelhecer. Estava preocupado que quando descobrisse de onde sou, já tivessem morrido”, revelou à televisão Henan.

https://zap.aeiou.pt/raptado-30-anos-chines-reencontra-familia-455052


100 mulheres muçulmanas estavam à venda num leilão falso online - O site já foi encerrado !


O site disponibilizava fotos de cerca de 100 mulheres muçulmanas, várias delas ativistas e jornalistas, e colocava-as à venda num leilão falso.

Segundo o Observador, o governo indiano está a investigar um site que alegava estar a vender mulheres muçulmanas através de um leilão online falso.

O website foi criado, de acordo com a CNN, através da plataforma GitHub, propriedade da Microsoft, e tinha como nome “Bulli Bai” – expressão que combina a palavra “pénis” e o termo utilizado no norte do país para designar “empregada”.

A plataforma, segundo Mohammed Zubair, cofundador da plataforma de verificação de factos Alt News, disponibilizava fotos de cerca de 100 mulheres muçulmanas, sendo várias delas ativistas e jornalistas.

O site, de acordo com um porta-voz do GitHub, já foi encerrado, e não há evidências de que tenha sido usado para a prática de tráfico humano, tendo como objetivo o assédio das mulheres muçulmanas.

“A GitHub defende políticas contra qualquer conteúdo ou conduta que envolvam o assédio, a discriminação e a incitação à violência”, afirmou o mesmo porta-voz.

Os partidos da oposição na Índia apelaram este fim de semana ao partido em liderança, o Bharatiya Janata, que tomasse medidas mais sólidas em relação ao assédio da população feminina muçulmana da Índia.

De entre as mulheres que estavam a ser supostamente leiloadas no Bulli Bai, encontram-se a ativista e prémio Nobel da Paz Malala Yousafzai e a atriz indiana Shabana Azmi.

“Vender alguém online é um cibercrime, e eu peço à polícia que tome ações imediatas”, expressou Shashi Tharoor, líder do congresso indiano. “Os perpetradores do crime merecem um castigo condigno e exemplar.”

No domingo, o ministro da Tecnologia da Índia afirmou nas redes sociais que o governo “estava a trabalhar com as forças policias de Dehli e Mumbai neste caso”.

Ismat Ara, jornalista de investigação do The Wire, realçou que “o website parece ter sido criado com o propósito de humilhar e insultar as mulheres muçulmanas”, segundo o AlJazeera.

A jornalista apresentou uma queixa-crime na polícia de Dehli, depois de ter encontrado uma foto sua no leilão falso.

“As mulheres que foram alvo desta humilhação são figuras de destaque no alerta para os problemas das mulheres muçulmanas nas redes sociais. É uma clara conspiração para silenciar estas mulheres muçulmanas porque nós desafiamos a ala de direita Hindu online, contra os seus crimes de ódio”, desabafou a jornalista.

De acordo com a BBC, esta é a segunda tentativa em poucos meses de silenciar e humilhar as mulheres muçulmanas.

Em julho, um outro site chamado “Sulli Deals” criou perfis falsos de mais de 80 mulheres, que foram igualmente dispostas num leilão falso.

Para já, ainda não foi realizada nenhuma detenção em nenhum dos casos de assédio e humilhação online.

https://zap.aeiou.pt/100-muculmanas-a-venda-leilao-falso-454922


terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Governo francês acusado de “silêncio escandaloso” face a três feminicídios em 2022 !


Vários grupos de feministas apelam a uma ação exigente para combater a violência contra as mulheres em França.

No sábado, primeiro dia do ano, foi encontrado o corpo de uma mulher perto de Saumur, no oeste de França. Era uma recruta militar, de 28 anos, que tinha sido esfaqueada até à morte.

O autor do crime, um soldado de 21 anos, foi detido. Segundo a procuradora local, Alexandra Verron, está em causa um possível feminicídio – o assassinato de uma mulher pelo seu parceiro ou ex-parceiro.

No leste de França, a polícia descobriu o corpo de uma mulher de 56 anos com uma faca no peito, depois de os vizinhos terem relatado uma discussão violenta com o marido. O suspeito foi interrogado pela polícia.

Já no domingo, foi encontrada uma mulher, de 45 anos, no porta-bagagens de um automóvel, estrangulada pelo ex-companheiro. O homem de 60 anos apresentou-se na esquadra de polícia de Nice para confessar o crime.

Estes três casos de mulheres assassinadas pelos seus atuais ou ex-parceiros, nos primeiros dias de 2022, são a prova de que França enfrenta uma preocupante vaga de violência doméstica.

Segundo o The Guardian, são vários os grupos de feministas que apelam a uma ação mais exigente para combater a violência. Exemplo disso é o grupo #NousToutes (“Todos Nós”), que acusou recentemente o Governo do país de permanecer “escandalosamente” em silêncio.

Lena Ben Ahmed, membro do grupo, disse à rádio France Info que estes feminicídios “não são casos isolados”.”São violência sistemática. Todo o sistema conspira nestes homicídios porque banaliza e minimiza a violência sexista e sexual. É por isso que estamos escandalizados com o silêncio do Governo.”

No ano passado, houve em França pelo menos 113 feminicídios, um aumento em relação aos 102 oficialmente registados em 2020. Já em 2019, foram mortas 146 mulheres.

O grupo Féminicides Par Compagnons ou Ex, que divulgou os dados referentes a 2021, alertou que se tratava de um número aproximado.

“Não, não são ‘dramas familiares’, ‘dramas de separação‘ ou ‘crimes de paixão’. São assassinatos conjugais executados por homens frustrados que pensam ter o direito de matar. Que, devido à educação patriarcal, pensam possuir as suas mulheres e filhos e poderem fazer o que quiserem com as suas vidas”, referiu a associação.

https://zap.aeiou.pt/governo-frances-acusado-de-silencio-escandaloso-face-a-tres-feminicidios-em-2022-454895


Cinco potências mundiais comprometem-se a evitar uma guerra nuclear !


Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França, cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, concordam que “uma guerra nuclear nunca será vencida”.

As potências mundiais emitiram, nesta segunda-feira, uma declaração conjunta em que se comprometem a evitar a proliferação de armas nucleares e os riscos de uma guerra que não terá qualquer vencedor.

“Acreditamos que uma guerra nuclear nunca será vencida e não deve ser travada. O uso de armas nucleares pode ter consequências graves e, por isso, reiteramos que essas armas devem ser utilizadas apenas para fins de defesa e para prevenir guerras”, lê-se no documento.

Conforme salienta o The Guardian, numa altura em que Moscovo ameaça invadir a Ucrânia e a China sinaliza a sua disponibilidade para utilizar a força militar contra Taiwan, esta declaração conjunta representa um compromisso renovado para evitar que qualquer confronto se transforme numa catástrofe nuclear.

“Mantemos o nosso compromisso com o Tratado de Não Proliferação, incluindo a obrigação expressa no Artigo VI para negociar de boa-fé as medidas eficazes relacionadas com a cessação da corrida às armas nucleares num curto espaço de tempo e com o desarmamento nuclear, e um tratado para o desarmamento geral e completo sob estrito controlo a nível internacional”, acrescenta o documento.

A promessa foi assinada pelos Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França, os cinco Estados detentores de armas nucleares reconhecidos pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) de 1968, que são também os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

As cinco potências declararam também que a “redução dos riscos estratégicos” era uma das suas “principais responsabilidades”. A par disso, comprometeram-se a “manter e fortalecer as medidas a nível nacional para prevenir o uso não autorizado” de armas nucleares.

“Reiteramos a validade das nossas declarações anteriores e asseguramos que nenhuma arma nuclear será dirigida aos nossos Estados ou a outro país”, redigiram no documento conjunto.

“Sublinhamos o nosso desejo de trabalhar com todos os Estados para criar um ambiente de segurança mais propício ao progresso do desarmamento.” O objetivo final é “um mundo sem armas nucleares”.

https://zap.aeiou.pt/cinco-potencias-evitar-guerra-nuclear-454904


Trump, Ivanka e Donald Jr intimados por procuradora-geral de Nova Iorque !


O ex-presidente norte-americano Donald Trump e os seus dois filhos mais velhos foram intimados pela procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, para depor no âmbito da investigação em curso sobre os negócios da família, foi hoje divulgado.

As intimações de Trump, do filho Donald Trump Jr. e da filha Ivanka Trump, resultam de uma investigação “à avaliação de propriedades pertencentes ou controladas” por Trump e a sua empresa, a Trump Organization, lê-se no documento judicial hoje tornado público, citado pela agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP).

A tentativa da procuradora-geral de obter o depoimento do ex-presidente norte-americano foi noticiada em dezembro, mas a ação judicial hoje noticiada foi a primeira indicação de que os investigadores estão também a recolher informação sobre Ivanka e Donald Jr..

Espera-se agora que os Trumps iniciem procedimentos judiciais para anular as intimações, desencadeando uma disputa legal semelhante à registada no ano passado depois de o gabinete de Letitia James ter intimado outro filho de Trump.

Trump processou James no mês passado, tentando pôr fim à investigação depois de ela o ter intimado a comparecer a 07 de janeiro para um depoimento.

A ação judicial de Trump, intentada num tribunal federal, alega que a investigação violou os seus direitos constitucionais “num esforço mal disfarçado para difamar publicamente Trump e os seus associados”.

O processo judicial de hoje constitui a primeira admissão pública por parte da procuradora-geral de que já anteriormente tinha intimado Trump a depor.

Letitia James, uma democrata, passou mais de dois anos a averiguar se a Trump Organization enganou bancos e autoridades tributárias quanto ao valor dos seus bens, inflacionando-o para obter empréstimos com melhores condições, ou minimizando-o para pagar menos impostos.

A equipa de James inquiriu no ano passado Eric Trump, um dos filhos do ex-presidente e executivo da Trump Organization, como parte da investigação.

O gabinete de James foi a tribunal para impor o cumprimento da intimação de Eric Trump, e um juiz ordenou-lhe que testemunhasse, depois de os seus advogados terem abruptamente cancelado um depoimento previamente agendado.

Apesar de esta investigação, civil, ser separada de uma investigação criminal conduzida pelo ministério público de Manhattan, o gabinete de James tem estado envolvido em ambos.

No início de 2021, o antigo procurador do ministério público, Cyrus Vance Jr., obteve acesso aos registos fiscais antigos do magnata do setor imobiliário, após uma disputa judicial de vários anos, que por duas vezes chegou ao Supremo Tribunal Federal.

Antes de deixar o cargo, no final do ano passado, Vance convocou um novo grande júri para ouvir provas enquanto avaliava se haveria de formular mais acusações com base na investigação, pela qual a Trump Organization e o seu diretor financeiro de longa data, Allen Weisselberg, foram em julho indiciados por fraude fiscal.

Weisselberg declarou-se inocente das acusações que alegavam que ele e a empresa teriam fugido ao pagamento de impostos sobre elevados lucros indiretos pagos a executivos.

Ambas as investigações relacionam-se, pelo menos em parte, com acusações feitas em reportagens e pelo ex-advogado pessoal de Donald Trump, Michael Cohen, de que o multimilionário tinha um historial de deturpar o valor das suas propriedades e bens.

O gabinete da procuradora-geral de Nova Iorque emitiu intimações a administrações locais no âmbito da investigação civil para obter os registos fiscais da propriedade de Trump situada a norte de Manhattan, Seven Springs, e de benefícios fiscais que Trump obteve por colocar terras num fundo de conservação.

Posteriormente, Vance emitiu intimações relativas à obtenção dos mesmos registos.

A procuradoria-geral nova-iorquina tem estado igualmente a analisar questões semelhantes relacionadas com um edifício de escritórios de Trump na cidade de Nova Iorque, um hotel em Chicago e um campo de golfe perto de Los Angeles.

O Gabinete de Letitia James também obteve uma série de decisões judiciais favoráveis obrigando a empresa de Trump e um escritório de advogados que contratou a entregar uma grande quantidade de registos.

Contactados pela AP, os advogados dos gabinetes de Trump e da procuradora-geral de Nova Iorque não prestaram ainda esclarecimentos sobre a intimação hoje conhecida.

https://zap.aeiou.pt/trump-ivanka-donald-intimados-454843


Quase dois anos após o início da pandemia, o cansaço e o stress batem recordes. Mas como os eliminar ?


A necessidade de combater, ainda que de forma momentânea, os momentos de tédio leva a que os indivíduos recorram às redes sociais e a sites de notícias, onde consomem conteúdos que potenciam a sua ansiedade, apesar de não se aperceberem que tal está a acontecer.

Ao longo dos meses de julho e setembro de 2021, a pergunta ‘por que me sinto sempre cansado?’ bateu recordes de pesquisa no Google nos Estados Unidos – e não só, havendo várias justificações imediatas possíveis. Seja a pandemia, que já durava há um ano e meio, a falta de interações sociais ou até uma crise política e social, todas as justificações são válidas. No entanto pode haver outra explicação, um fenómeno subtil e que os psicólogos começam agora a estudar: a substituição do entusiasmo pela ansiedade.

Tal como descreve a Time, até as pessoas mais calmas beneficiam de pelo menos alguns períodos de excitação – não é por acaso que a acalmia excessiva é frequentemente associada à morte. É suposto o ser humano ter algumas oscilações na sua vida no que respeita às emoções, pelo que as restrições à liberdade impostas pela pandemia fizeram com que muitos dos momentos propícios às alegrias – e também às tristezas – deixassem de existir.

Programas como concertos, eventos desportivos, cinema ou até jantar fora – já para não falar em férias – deixaram de ser tão óbvios como eram anteriormente. Até durante o verão, quando grande parte da população adulta estava vacinada, mas as crianças não, estas atividades foram adiadas, por tempo indeterminado, e quando realizadas eram também fonte de stress. De facto, todos os planos sociais desde o início da pandemia acarretam a toma de decisões, um balanço dos riscos e dos benefícios, que estragam o propósito do plano. Como tal, o resultado é um menor número de momentos de fruição e a falta de entusiasmo nas vidas dos indivíduos.

Este problema, por si só, é difícil, mas torna-se mais grave quando a falta de entusiasmo é preenchida – ou substituída – por ansiedade, o que no momento podem parecer semelhantes, mas que têm efeitos extremamente diferentes no longo prazo.  

Por exemplo, alguém que esteja em casa, num momento de tédio e decide recorrer ao seu telemóvel para atualizar as suas redes sociais ou visitar um site de notícias. A intenção do sujeito não é informar-se sobre nenhum tópico em específico, apenas distrair-se e, talvez, encontrar algo importante com o qual se entreter durante alguns minutos. No entanto, o que acaba por acontecer é que esse entretenimento se materializa no contacto com notícias sobre política, covid-19, o Afeganistão ou outros temas negativos.

Apesar de essa necessidade por algum ‘preenchimento’ ser momentaneamente concretizada e até confundida com entusiasmo, a verdade é que se está perante ansiedade, a qual, em níveis elevados, pode ter consequências negativas. Se se juntar a este processo todas as lacunas de positividade que têm marcado os últimos, poderemos estar perante uma receita perigosa para a saúde mental.

Então, qual poderá ser a receita para pôr termo a este problema? De acordo com a mesma fonte, primeiramente será preciso parar de substituir a necessidade humana de entusiasmo por ansiedade. Parece fácil e na realidade até pode ser, caso se pare, por exemplo, com os infinitos scrolls nas redes que não têm qualquer finalidade, o chamado doom scroll. Posteriormente, cada indivíduo deverá também perguntar-se o que pode estar na origem desta necessidade de entusiasmo. Caso a resposta remeta para algo como o tédio, é melhor resistir e encontrar outra distração.

Em segundo lugar, é fazer todos os possíveis para inserir positividade na nossa vida, de uma forma em que a segurança prevaleça. De acordo com Brad Stulberg, investigador, coach na área do bem-estar e autor do artigo da Time, há uma inércia no cansaço. Se é verdade que o descanso muitas vezes ajuda a curar as dores e o cansaço físico, quando a degradação é mental, mais ação pode ser vantajosa. Noutras palavras, não é necessário alguém sentir-se bem para continuar, mas pode ser preciso continuar para ter hipóteses de se sentir melhor.

Finalmente, é preciso ter paciência. Apesar de existirem muitas coisas que podemos fazer e que são seguras, também há atividades que são impossíveis – não vale a pena tentar normalizar o mundo no qual vivemos atualmente. É importante cada um ter em mente que a pandemia não irá durar para sempre e que, passado este inverno, são elevadas as probabilidades de a crise sanitária melhorar.

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A rota da viagem de comboio mais longa do mundo foi atualizada — Mas continua a partir de Portugal !


Extensão da rota foi possível graças a uma nova linha de 418 km que liga Laos e a China, permitindo aos viajantes embarcar até Singapura.

Se é daquelas pessoas com um fascínio especial por viagens de comboio – em grande parte devido às cenas cinematográficas apaixonantes realizadas em históricas carruagens – e sempre sonhou aventurar-se pelo mundo neste meio de transporte, fique a saber que há um novo destino que pode visitar. Nada mais nada menos do que Singapura.

Para lá chegar terá que percorrer cerca de 18.775 km – a distância da nova viagem ferroviária mais longa do planeta –, o que pode demorar 21 dias a fazer. Pelo meio, serão várias os transbordos que terão de ser feitos, mas o encanto de cidades como Paris, Moscovo, Pequim ou Banguecoque ajudarão, certamente, a tornar tudo mais fácil.

Tal como nota a Time Out, para a viagem, que se inicia em Lagos, no Algarve, o melhor será ir com mentalidade de “viagem de ano sabático”, aproveitando para conhecer algumas das cidades por onde irá passar.

A rota só recentemente passou a ser considerada a mais longa do mundo, em grande parte devido a uma nova linha entre Laos e a China, a qual veio acrescentar 260 milhas, cerca de 418 km, de ferrovia. O último segmento da viagem, até Singapura, deverá iniciar-se na estação de Mohan, na China, onde os passageiros poderão embarcar até Singapura.  

No entanto, e devido à pandemia, antes de colocar a mochila às costas e partir rumo ao oriente é melhor verificar as medidas de restritivas de cada um dos países que a rota atravessa, mas também a viabilidade dos serviços de comboio, já que muitas empresas ferroviárias optaram por os suspender devido à baixa procura.

https://zap.aeiou.pt/muita-terra-a-rota-da-viagem-de-comboio-mais-longa-do-mundo-foi-atualizada-mas-continua-a-partir-de-portugal-454721


O novo produto maravilha da Apple está a revelar-se um pesadelo para a segurança dos utilizadores !


Ao longo dos últimos meses têm sido recorrentes os episódios relatados nas redes sociais de indivíduos que não têm AirTags mas que recebem alertas nos seus telemóveis relativamente à presença destas nas redondezas.

No início do ano, quando a Apple apresentou a sua mais recente novidade, as AirTag, explicou que os pequenos discos tinham como objetivo localizar objetos ou pertences importantes, tais como carteiras, malas de viagem ou carros, através de sistemas de localização com ligação aos demais dispositivos eletrónicos da marca norte-americana — como os iPhones, iPads ou outros.

No entanto, ao longo dos últimos meses, muitos utilizadores da Apple, mas não das AirTags, têm vindo a receber alertas relacionados com a presença dos ditos localizadores, o que levantou questões relacionadas com a sua segurança.

Ashley Estrada, de 24 anos, viu-se confrontada precisamente com esta situação. Numa noite de setembro, quando estava em casa de amigos, recebeu um aviso no seu iPhone. “AirTag detetada próximo de si”. Acontece que nem a jovem nem qualquer um dos seus acompanhantes se fazia acompanhar dos pequenos discos. Através do aviso era ainda possível perceber que o dispositivo tinha sido detetado há algumas horas e que tinha monitorizado todo o percurso feito por Ashley durante a tarde anterior.

Isto dez com que a própria se sentisse “violada”. “A minha reação foi algo como, ‘quem é que me está a seguir?’”, explicou ao The New York Times. A questão ganha contornos mais densos quando se percebe que este está longe de ser caso único. Nos últimos meses, escreve o jornal norte-americano, foram muitos os relatos que surgiram nas redes sociais como o Tik Tok, o Reddit e o Twitter, onde os utilizadores deixam provas dos momentos em que encontraram AirTags nos carros e em outros pertences.

Todos estas histórias têm aumentado as suspeitas de que os dispositivos podem possibilitar uma nova forma de stalking, a qual alguns grupos relacionados com a privacidade já anteciparam quando a tecnologia foi anunciada, em Abril. De momento, o problema já foi reconhecido pelo departamento da polícia de West Seneca, em Nova Iorque, que já emitiu uma declaração a alertar os cidadãos para o perigo de estarem a ser vigiados depois de as AirTags terem sido encontradas no topo de carros.

Na mesma linha, outro departamento da polícia do Canadá revelou que está a investigar casos de dispositivos colocados em carros de luxo para que, monitorizando a sua localização, pudessem ser roubados.

Apesar desta sequência, alguns especialistas em tecnologia consideram que as AirTags vieram apenas sublinhar um problema geral do setor e de todos os seus produtos que envolvem a localização. Estes emitem sinais digitais que podem ser detetados por aparelhos da cujos sistemas operativos pertencem à Apple. Os dispositivos posteriormente reportam onde é que a AirTag foi detetada pela última vez. A marca norte-americana, ao contrário das suas concorrentes, tem funcionalidades para impedir abusos, nomeadamente a notificação que Ashley Estrada recebeu, mas também a emissão de sinais sonoros.

A rede constitui, segundo Eva Galperin, especialista em cibersegurança, uma ameaça dada a ubiquidade dos produtos da Apple, devido à extensão da monitorização que é possível fazer dos movimentos das pessoas.

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“A Apple automaticamente transformou todos os seus dispositivos IOS numa parte da rede que as AirTags usam para reportar a localização das AirTag. Essa rede é maior e mais poderosa do que a usada por outros localizadores. É mais poderosa para localizar e mais perigosa para perseguir indivíduos”, explicou Galperin.

Tal como é seu hábito, a Apple não revela dados sobre as vendas dos seus produtos e as AirTags não são exceção. Ainda assim, fez saber, através de um comunicado, que encara as questões relacionadas com a segurança dos seus clientes de forma “muito séria”, estando “comprometida com a segurança e privacidade das AirTags”. Simultaneamente, a Apple também apela a que qualquer pessoa que se sinta em perigo devido a alertas relacionados com os pequenos discos que contacte as forças da autoridade, para que estas, juntamente com a Apple, possa analisar as informações sobre a ligação original da AirTag em questão.

No entanto, e de acordo com os relatos recolhidos pelo NYT, muitas das queixas não tidas em consideração pela polícia, que desvaloriza os alertas nos telemóveis. Foi o que aconteceu com Ashley Strada, a quem foi dito que a sua situação se tratava de uma “não emergência” e que poderia entregar o dispositivo – entretanto descoberto na placa da matrícula da sua carrinha – na esquadra quando quisesse e apresentar uma queixa. Há ainda casos em que as autoridades dizem aos queixosos que as notificações não são provas suficientes.

A polícia de Los Angeles, onde Ashley Strada reside, por sua vez, garantiu à mesma fonte que não tinha conhecimento de casos em que as AirTags tenham sido usadas para localizar pessoas ou veículos, no entanto, a jovem de 24 anos revelou que, depois de publicar algumas fotos e vídeos nas redes sociais, foi contactada por um funcionário da Apple, em nome pessoal. Juntos, conseguiram chegar à efetiva proprietária da AirTag, uma mulher cuja morada remetia para o centro de Los Angeles. No entanto, são frequentes os casos em que os dispositivos nunca chegam a ser encontrados.

Este pode ser um problema ainda maior para qualquer indivíduo que não tenha nenhum dispositivo da Apple, o que significa que as AirTags não emitirão qualquer aviso e a monitorização continuará e os dados recolhidos enviados para o telemóvel do dono. No início do mês, a Apple lançou uma aplicação para telemóveis com sistema operativo Android capaz de detetar as AirTags, no entanto, cabe aos cidadãos a responsabilidade de a instalar e utilizar.

Para já, a empresa recusa ainda comentar se está a trabalhar com a Google para desenvolver uma tecnologia capaz de detetar os seus dispositivos localizadores mesmo a partir de telemóvel Android. Ainda assim, muitos dos visados pelos esquemas de perseguição esclarecem que estas medidas não são suficientes e que, apesar de acreditarem que a Apple desenhou as AirTags com boas intenções, a segurança da população está em risco devido a indivíduos.

https://zap.aeiou.pt/produto-maravilha-apple-pesadelo-seguranca-utilizadores-454708

 

Pessoa mais velha do mundo celebra 119º aniversário !


Kane Tanaka é a pessoa mais velha do mundo e, na celebração do seu 119º aniversário, disse estar determinada a prolongar o recorde por mais um ano.

Kane Tanaka é considerada pelo Livro de Recordes do Guinness, desde março de 2019, a pessoa mais velha do mundo e celebrou, este domingo, o seu 119º aniversário no lar de idosos onde vive em Fukuoka, no sudoeste do Japão, escreve o The Guardian.

A mulher, que adora bebidas gaseificadas e chocolate, alcançou também um recorde etário japonês, quando atingiu 117 anos e 261 dias, em setembro de 2020.

Nascida em 1903 – ano em que os irmãos Wright fizeram o seu primeiro voo motorizado e em que se realizou a primeira Volta a França -, Tanaka viveu cinco reinados imperiais japoneses e agora quer chegar ao 120º aniversário, revelou a agência noticiosa Kyodo, citando membros da família.

De acordo com o jornal britânico, Kane Tanaka faz parte de um grande e crescente número de centenários japoneses.

Numa estimativa divulgada em setembro, perto do Dia Anual do Respeito pelo Idoso, o ministério da saúde japonês revelou que existe um número recorde de 86.510 pessoas com 100 anos ou mais, um aumento de 6.060 em relação ao ano anterior.

As mulheres representam a grande maioria dos centenários, sendo os homens responsáveis por pouco mais de 10 mil, disse o ministério.

Quando o inquérito anual foi realizado pela primeira vez, em 1963, o Japão tinha apenas 153 centenários, mas o número subiu para mais de 10.000 em 1998.

A esperança de vida no Japão está também a um nível recorde: 87,74 anos para as mulheres e 81,64 para os homens.

No entanto, o número de jovens está a diminuir. Dados do governo japonês mostram que 1,2 milhões de pessoas entraram no novo ano como novos adultos – uma queda de 40.000 em relação ao ano anterior e o número mais baixo desde 1968.

Os jovens de 20 anos representaram menos de 1% da população do país nos últimos 12 anos, revela a NHK.

Quando Tanaka se tornou a pessoa mais velha do Japão, celebrou com uma garrafa de Coca-Cola – a sua bebida favorita – e fez um sinal de paz para os fotógrafos.

A mulher foi a sétima de nove irmãos, casou aos 19 anos e ajudou a gerir a loja de noodles da família depois do seu marido e filho mais velho terem ido lutar na segunda guerra sino-japonesa, que começou em 1937.

https://zap.aeiou.pt/pessoa-mais-velha-do-mundo-celebrou-119o-aniversario-454483


Rogério Gaspar: “Vamos ter mais variantes e mais pandemias” !


Professor e membro da Organização Mundial da Saúde lamenta os “egoísmos nacionais” à volta da vacinação contra a COVID-19.

A comunidade científica tem respondido muito bem ao novo desafio chamado COVID-19 mas a situação global poderia estar melhor, caso as decisões de Governos de vários países fossem outras. A análise é de Rogério Gaspar.

O líder do Departamento de Regulação e Pré-Qualificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) concedeu uma entrevista ao jornal i, na qual fez o balanço de 2021, o seu ano de estreia na OMS. A nível científico as coisas correram bem, a nível político nem por isso.

“Como positivo, claramente a capacidade da resposta da comunidade científica, dos produtores de vacinas e dos sistemas de saúde. É preciso lembrar que estamos a falar de um agente patogénico que, há dois anos, não conhecíamos. Em menos de um ano tivemos vacinas e, dois anos depois, temos mais de oito mil milhões de doses de vacinas administradas. Isso mudou completamente o contexto da pandemia e a capacidade de resposta dos países”, analisou, destacando também a importância das parcerias entre os sectores público e privado.

“O aspecto negativo foram os egoísmos nacionais, que levaram à situação que temos hoje: países com uma taxa de cobertura vacinal elevadíssima e outros com uma taxa de cobertura muito baixa. Esse balanço já foi feito neste fecho de ano pela OMS: atingimos o final do ano com 94 dos 192 países com uma taxa de cobertura vacinal inferior a 40%, que era a meta para todos e cada um”, lembrou o antigo professor na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa .

Gaspar reforça a ideia de que a meta da OMS era atingir, no mínimo, a vacinação em 40% das pessoas em cada país. Assim, e longe desses números, a consequência é “não conseguir parar a evolução do vírus”. E vêm aí mais variantes, avisou: “Estamos sujeitos ao aparecimento de variantes – a mais recente foi a Ómicron mas provavelmente não será a última“.

“Este processo não irá parar enquanto não percebermos que precisamos de vacinar toda a gente. Como o director-geral da OMS tem dito repetidamente: não estamos protegidos enquanto não estivermos todos protegidos”, continuou – a OMS acredita que haverá uma adesão diferente durante o primeiro semestre deste ano, para chegar ao mínimo de 70% de pessoas vacinadas em cada país.

Novas variantes deverão aparecer e novas pandemias vão certamente aparecer, comentou o especialista: “Uma coisa é certa: vamos ter mais pandemias. É importante começar a rever as lições desta crise e dotar a OMS de instrumentos que lhe permitam exercer uma maior capacidade de coordenação operacional da resposta à escala global, que é um mandato que hoje tem fortes limitações”.

O coronavírus já provocou quase cinco milhões e meio de mortes, entre mais de 290 milhões de casos confirmados.

https://zap.aeiou.pt/rogerio-gaspar-vamos-ter-mais-variantes-454680


Ginasta fugiu da Coreia do Sul numa rara (e estranha) deserção para a Coreia do Norte !


Um homem conseguiu ludibriar a forte guarda armada na fronteira com a Coreia do Norte, desertando da Coreia do Sul para este país. Acredita-se que terá “experiência como ginasta” e que será um desertor norte-coreano que terá resolvido voltar a casa.

A travessia ilegal da fronteira foi anunciada por autoridades militares da Coreia do Sul, através do chamado Estado-Maior Conjunto.

De acordo com as informações oficiais, o episódio ocorreu no passado sábado, 1 de Janeiro. Às 21:20 horas locais, foi detectada a presença de uma pessoa na chamada Zona Desmilitarizada (ZDM) que separa as duas Coreias.

As buscas realizadas não permitiram apanhar a pessoa que terá atravessado a ZDM rumo à Coreia do Norte por volta das 22:40 horas, segundo dados do Estado-Maior que sublinha que o homem “desertou para o Norte”, como cita a agência de notícias Reuters.

Não se sabe se esse desertor está vivo ou morto, ainda de acordo com o Estado-Maior que revela que informou as autoridades norte-coreanas da travessia proibida.

A Coreia do Norte tem em marcha medidas severas nas fronteiras para controlar a pandemia de covid-19 e as informações da Inteligência sul-coreana indicam que os militares têm ordem para “atirar a matar” quem for detectado ilegalmente.

Na Coreia do Sul, também é proibido atravessar a fronteira para a Coreia do Norte.

As deserções da Coreia do Sul para o Norte são especialmente raras. Mas até a própria deserção de pessoas da Coreia do Norte para o Sul é pouco frequente devido às fortes medidas de segurança implementadas nas fronteiras dos dois países. A maioria dos desertores recorre às fronteiras com a China para fugir do regime de Kim Jong-un.

A NBC News avança que a pessoa que fez a travessia ilegal é, “provavelmente, um desertor anterior” da Coreia do Norte.

Citando a imprensa sul-coreana, o órgão de informação norte-americano avança que o homem será norte-coreano e que terá usado a sua “experiência como ginasta para cruzar cercas de fronteira”, recorrendo à mesma zona de onde terá desertado para a Coreia do Sul em 2020.

“As autoridades presumem que a pessoa é um desertor norte-coreano e estão no processo de verificação dos factos relacionados”, aponta o Ministério de Defesa da Coreia do Sul num comunicado citado pela NBC News.

Entretanto, as autoridades sul-coreanas estão preocupadas com a fortaleza de segurança implementada na fronteira com o problemático vizinho.

O Estado-Maior justifica as dificuldades em capturar o desertor com as “condições geográficas, incluindo o terreno montanhoso“, mas também assume que os esforços levados a cabo pelos militares foram “insuficientes” e que deveria ter havido uma intervenção “mais activa”.

https://zap.aeiou.pt/ginasta-desercao-coreia-do-norte-454595

Coronavírus: testes rápidos podem criar “sensação enganosa de segurança” !

Teste rápido de antigénio

É importante testar mas já surgiu um aviso oficial: a variante Ómicron consegue “escapar” mais facilmente aos testes rápidos.

A conceituada FDA, a entidade que regula os medicamentos nos Estados Unidos da América, deixou o aviso há poucos dias: a variante Ómicron não é detectada em muitos testes rápidos antigénio à COVID-19. A variante mais recente do coronavírus consegue “escapar” mais frequentemente nesses testes, comparando com as variantes anteriores.

Então os tão famosos – e tão procurados – testes rápidos deixaram de ser úteis? Já não vale a pena realizar os testes antigénio? São questões que mereceram a atenção de Alexander Freund, na versão brasileira da Deutsche Welle.

Continua a ser importante testar e utilizar esses testes. As próprias entidades oficiais, sobretudo na Europa, asseguram que se deve confiar no resultado de cada teste
rápido. Embora o caminho passe por “obrigar” toda a gente a realizar testes certificados por laboratório.

No entanto, um teste rápido continua a ser uma ferramenta útil para controlar o número de casos confirmados de COVID-19 e para evitar uma maior propagação inconsciente do vírus.

O outro lado da questão é: um resultado negativo num teste rápido é garantia a 100 por cento que a pessoa em causa não está infectada? Não. Como vem descrito nas instruções dos próprios testes, não. Assim, a pessoa pode realmente estar infectada mas, ao ver o resultado negativo no teste rápido, volta à sua vida “normal” e pode infectar outras pessoas. Recorde-se: dois dias antes dos primeiros sintomas, já pode haver contágio.

Por isso, não se deve fugir dos testes de antigénio mas essa testagem, não sendo completamente fiável, pode criar uma “sensação enganosa de segurança”, avisa Freund.

As dúvidas à volta dos testes rápidos foram noticiadas na Alemanha, onde foi feito um estudo que revelou que, em 122 testes antigénio analisados, 26 “enganaram” o paciente – não apresentaram resultado positivo, mesmo quando a pessoa apresentava uma carga viral evidente. Traduzindo em percentagem: mais de 21 por cento dos testes rápidos não eram confiáveis.

https://zap.aeiou.pt/testes-rapidos-sensacao-enganosa-454885


segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Braço de ferro entre França e Alemanha sobre centrais nucleares deixa a transição energética da UE em xeque !


A Alemanha considera a proposta da Comissão Europeia, que deixa em cima da mesa o financiamento europeu a projectos nucleares, um “erro absoluto”. Já a França tem tentado pressionar a UE no sentido oposto.

Já se notavam os sinais de um conflito que estava para vir no último Conselho Europeu e, desde então, parece que nada mudou. A energia nuclear continua a ser um tema que causa muita discórdia na Europa e até o eixo franco-alemão está dividido. Se a França é a maior defensora do investimento na energia nuclear para a transição energética, a Alemanha é a principal opositora.

Esta divergência pode também vir a ter um grande impacto no futuro da estratégia energética da União Europeia, que precisa de se adaptar ao contexto das alterações climáticas, com as duas maiores economias em discórdia sobre o que pode ser considerado como uma alternativa verde, lembra o Público.

A proposta da Comissão Europeia para definir os critérios de apoio financeiro para energias sustentáveis para o futuro abre a porta a que o gás natural e a energia nuclear possam ser considerados para receberem fundos europeus, em certos casos.

No documento, os projectos que substituam o carvão e emitam até 270 gramas de CO2 por kw/h podem ser considerados sustentáveis e obter licenças para construção até 2030, mas têm de ter um plano de transição para energias renováveis de baixa missão até ao fim de 2035.  

A Ministro do Ambiente da Alemanha, Steffi Lemke, que pertence aos Verdes, não tardou a criticar a proposta. “Parece-me um erro absoluto que a Comissão Europeia pretenda incluir a energia nuclear no grupo das actividades económicas sustentáveis da União Europeia”, afirmou.

A responsável alemã justificou a sua posição dizendo que a energia nuclear “pode levar a catástrofes ambientais devastadoras, em caso de acidente grave num reactor” e que também “deixa grandes quantidades de resíduos perigosos altamente radioactivos”, não podendo assim “ser sustentável”.

É também “extremamente problemático” que a Comissão “queira dispensar uma consulta pública numa questão tão delicada”, condena. O Ministro das pastas do Clima, Energia e Economia, Robert Habeck, que é também dos Verdes, juntou-se à sua colega de governo nas críticas, considerando que “a proposta da Comissão Europeia dilui o bom rótulo da sustentabilidade”.

Já Annalena Baerbock, co-líder dos Verdes com Habeck e Ministra dos Negócios Estrangeiros, também já deixou claro que “a Alemanha se vai opor aos esforços franceses de considerar a eletricidade nuclear como energia verde”, mas deixou na mesma apelos para que as “relações franco-alemãs” continuem “fortes“.

Mas não são só os Verdes que mostram a sua oposição. O número dois da bancada parlamentar dos sociais-democratas do SPD, Matthias Miersch, também é contra a proposta, considerando que além de ser “insustentável”, a energia nuclear também não é a solução económica para a crise devido aos custos do armazenamento dos resíduos e os subsídios exigidos para novas centrais.

“Se juntarmos estes possíveis subsídios à energia nuclear, o resultado será uma distorção enorme da competitividade”, defende Miersch, sublinhando que “o futuro deve pertencer às energias renováveis, especialmente a nível europeu”.

No dia 31 de Dezembro, a Alemanha fechou três das seis centrais nucleares que ainda estavam operacionais no país e tem como objectivo fechar as três que ainda restam até ao final deste ano, no culminar de um esforço de desnuclearização energética que tem feito nos últimos anos.

O plano de transição energética alemão, o Energiewende, é considerado um exemplo a nível mundial, com uma sondagem do World Energy Councy a mais de 80 especialistas em energia de vários países a apontá-lo como uma possível referência que deve ser decalcada por outros estados.
França é o país do mundo mais dependente da energia nuclear

Por sua vez, a França felicitou a proposta da Comissão Europeia. Clément Beaune, Secretário de Estado dos Assuntos Europeus francês, Clément Beaune, considera que a proposta é satisfatória a nível técnico e argumentou que a União Europeia “não conseguirá alcançar a neutralidade de carbono até 2050 sem a energia nuclear”.

A França é o maior nome entre os 13 estados-membros que produzem energia nuclear, que têm pressionado a União Europeia para que esta alternativa possa receber fundos europeus. Em 2019, quase 50% da energia de baixas emissões no espaço europeu vinha da produção nuclear.

Em Novembro, Emmanuel Macron anunciou que a França ia voltar a construir reactores nucleares, com o Eliseu a argumentar que os investimentos nesta energia permitem que o país mantenha os custos da produção baixos e controle o seu próprio fornecimento, ao mesmo tempo que cumpre as suas metas climáticas.

O país está apenas atrás dos Estados Unidos no número de reactores nucleares operacionais e é o primeiro na lista mundial da dependência de energia nuclear. A França tinha também um plano para que esta dependência fosse reduzida e que não mais do que metade da eletricidade usada até 2035 fosse de origem nuclear, mas o anúncio de Macron indica que esta ideia pode estar a ser posta de parte.

O anúncio do chefe de Estado reacendeu também esperança de que a central nuclear de Fessenheim pudesse voltar ao trabalho, depois de ser tido fechada em Junho de 2020. A central abriu em 1977 e era a mais antiga do país, sendo responsável por mais de 2000 empregos.

No entanto, Fessenheim, que ficava perto da fronteira com a Alemanha, foi também um ponto de discórdia durante décadas entre as populações dos dois países e alimentou o movimento anti-nuclear do lado alemão, especialmente depois do desastre de Chernobyl em 1986.

Robert Habeck também esteve entre os políticos que assinou um comunicado que celebrava o encerramento da central. O governo alemão também aponta para relatórios como o da EDF, que recentemente detectou fissuras nos canos de um reactor nuclear em França, como um exemplo da falta de segurança das centrais.

A divergência no eixo franco-alemão não dá sinais de estar para acabar. Agora, os estados-membros da União Europeia e a Plataforma sobre Finanças Sustentáveis têm até 12 de Janeiro para responder à proposta. A Comissão Europeia vai depois criar uma lei que vai ser debatida no Parlamento Europeu.

https://zap.aeiou.pt/franca-alemanha-energia-nuclear-454502


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