quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Banido para sempre de apps de encontros, “Impostor do Tinder” aposta numa nova carreira !


O documentário “O Impostor do Tinder”, lançado pela Netflix, tem sido um sucesso e expôs, a nível mundial, o israelita Simon Leviev que enganou várias mulheres com ilusões de amor. Agora, e após ter sido banido da app de encontros, Leviev quer aproveitar a fama para triunfar em Hollywood.

Fontes próximas de Leviev garantem ao site TMZ que ele já está a trabalhar com um gestor de talentos para iniciar uma carreira em Hollywood.

O “Impostor do Tinder” planeia escrever um livro e ter um programa de encontros, onde várias mulheres disputem o seu amor, avança ainda o site de celebridades.

Além disso, gostaria de liderar um podcast dedicado a esta área, onde poderia partilhar dicas do que fazer ou não fazer num encontro, por exemplo, de acordo com a mesma fonte.

A ideia de Simon Leviev é aproveitar a fama que conseguiu com o documentário da Netflix, onde mulheres que conheceu no Tinder contam como ele as enganou, levando-as a emprestarem-lhe dinheiro e até a fazerem empréstimos avultados para o ajudar.
Milionário, mas só a fingir…

Leviev fingia que era um milionário ligado ao negócio dos diamantes.

Assim, conquistava as mulheres, levando-as a crer que estava apaixonado por elas, para depois lhes revelar que estaria a ser ameaçado pelos seus “inimigos”, no âmbito dos diamantes, e que, por questões de segurança, não podia usar nem os cartões de crédito, nem as contas bancárias.

Começava, então, a pedir-lhes dinheiro emprestado, para depois desaparecer sem lhes pagar um cêntimo.

O israelita colocou em marcha uma espécie de esquema Ponzi, ou seja, em pirâmide, que passava por enganar mulheres umas atrás das outras, usando o dinheiro que lhe era emprestado por umas para conquistar as outras e ter uma vida de luxo.

Leviev terá levado as suas vítimas a darem-lhe cerca de 10 milhões de dólares, enganando mulheres em vários países do mundo.

Nunca foi acusado, nem condenado pelas alegadas fraudes contra estas mulheres que, deliberadamente, lhe emprestaram dinheiro, caindo na sua “cantiga do bandido”.

Foi detido em 2019, em Israel, por estar a usar um passaporte falso e acabou condenado a 15 meses de prisão. Mas só passou cinco meses preso, beneficiando de uma amnistia, durante a pandemia, no âmbito de um programa que visou reduzir a população prisional para controlar a propagação da covid-19.

Banido do Tinder e de outras apps de encontros

Entretanto, foi banido do Tinder por ter violado os termos de utilização da app de encontros, nomeadamente devido à “falsificação de identidade” e ao facto de ter “solicitado dinheiro”.

A sua conta foi eliminada e se tentar voltar a criar algum perfil, os responsáveis do Tinder asseguram que voltarão a bani-lo, caso o detectem, como já anunciaram. A medida foi tomada em 2019 depois de a sua história ter sido divulgada por um jornal norueguês.

“Fizemos investigações internas e podemos confirmar que Simon Leviev não está mais activo no Tinder sob nenhum dos seus pseudónimos conhecidos”, garantem fontes oficiais do Tinder. Leviev usou vários nomes para enganar as suas vítimas e as autoridades.

Entretanto, a empresa que detém o Tinder, a Match Group, anunciou que Leviev foi banido das diversas apps de que é proprietária, incluindo Match.com, Meetic, OkCupid, Hinge, PlentyOfFish e OurTime. Este grupo detém o que é definido como “o maior portefólio do mundo” de produtos de namoro.

https://zap.aeiou.pt/impostor-do-tinder-carreira-hollywood-462983


terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Grupo de hackers está a incriminar pessoas por crimes que não cometeram !


Um estudo recente mostra as táticas de um grupo de cibercrime conhecido por plantar provas incriminatórias nos dispositivos de ativistas na Índia.

Durante pelo menos uma década, um grupo de hackers tem atingido pessoas na Índia, usando os seus poderes digitais para colocar provas fabricadas de atividade criminosa nos seus dispositivos.

De acordo com o Gizmodo, essas provas falsas, em determinadas situações, fornecem um pretexto para a detenção das vítimas.

Um estudo publicado esta semana pela empresa de segurança cibernética Sentinel One revela detalhes sobre o grupo, mostrando a forma como os seus truques digitais têm sido utilizados para vigiar e atingir “ativistas dos direitos humanos, defensores dos direitos humanos, académicos, e advogados” em toda a Índia.

O grupo, a que os investigadores chamaram “ModifiedElephant”, está focado em espionagem, mas por vezes intervém para, aparentemente, incriminar os seus alvos de crimes.

O objetivo do ModifiedElephant é a vigilância a longo prazo que, por vezes, termina com a entrega de provas — ficheiros que incriminam o alvo em crimes específicos — dando prioridade a detenções convenientemente coordenadas.

Um dos casos está relacionado com o ativista Rona Wilson e seus associados, que em 2018, foram presos pelos serviços de segurança da Índia e acusados de conspiração para derrubar o governo.

As provas da suposta conspiração — incluindo um documento que detalha os planos de assassinato do primeiro-ministro do país, Narendra Modi — foram encontradas no portátil de Wilson.

Contudo, uma análise forense posterior do dispositivo mostrou que os documentos eram na realidade falsos e tinham sido plantados utilizando malware. Segundo os investigadores do Sentinel, foi o grupo de hackers que os colocou lá.

O caso, que ganhou maior relevo após ter sido coberto pelo The Washington Post, foi reaberto depois de o referido portátil ter sido analisado por uma empresa forense digital, a Arsenal Consulting, sediada em Boston.

A empresa forense concluiu que Wilson e os alegados co-conspiradores, assim como muitos outros ativistas, tinham sido alvo de manipulação digital.

“Conseguimos ligar o mesmo atacante a uma infraestrutura de malware que foi implantada ao longo de aproximadamente quatro anos, não só para atacar e comprometer o computador de Wilson durante 22 meses, mas também para atacar os seus co-arguidos no caso Bhima Koregaon e os arguidos noutros casos indianos de grande visibilidade”, explicou a empresa, num relatório.

De acordo com o relatório da Sentinel One, os ModifiedElephant utilizam ferramentas e técnicas comuns de hacking para ganhar controlo dos computadores das vítimas.

Os e-mails de phishing, normalmente adaptados aos interesses da vítima, são carregados com documentos maliciosos que contêm ferramentas de acesso remoto (RATs) comercialmente disponíveis — programas fáceis de usar disponíveis na dar web e que podem “sequestrar” computadores.

Mais especificamente, foi demonstrado que o grupo usa DarkComet e Netwire, dois conhecidos malwares.

Quando um utilizador é vítima de phishing com sucesso e o malware dos hackers é descarregado, o RAT permite aos hackers controlo sobre o dispositivo da vítima.

Os hackers podem então espiar as vítimas sem que elas se apercebam disso, ou, como no caso de Wilson, descarregar documentos falsos e incriminatórios para o dispositivo.

Como em tudo no mundo dos hackers, é difícil saber ao certo quem são realmente os ModifiedElephant.

No entanto, as provas reveladas sugerem que o grupo tem em mente os “interesses” do governo indiano, segundo a equipa de investigação.

“Observamos que a atividade da ModifiedElephant se alinha fortemente com os interesses do estado indiano e que existe uma correlação observável entre os ataques da ModifiedElephant e as detenções de indivíduos em casos controversos e políticos”, escrevem os investigadores. Mas os ModifiedElephant não são o único grupo que tem feito este tipo de coisas.

Pensa-se que um grupo completamente diferente conduziu operações semelhantes contra Baris Pehlivan, um jornalista na Turquia que foi preso durante 19 meses em 2016, depois do governo turco o ter acusado de terrorismo.

A investigação forense digital revelou mais tarde que os documentos utilizados para justificar as acusações de Pehlivan tinham sido plantados, tal como os que se encontram no portátil de Wilson.

“Muitas perguntas sobre este grupo de hackers e as suas operações permanecem”, escrevem os investigadores da Sentinel One, relativamente aos ModifiedElephant.

“Contudo, uma coisa é clara: os críticos dos governos autoritários de todo o mundo devem compreender cuidadosamente as capacidades técnicas daqueles que procurariam silenciá-los”, concluem.

https://zap.aeiou.pt/hackers-incriminam-pessoas-por-crimes-que-nao-cometeram-462580


“Ameaça séria à liberdade nos EUA”. Programa da CIA recolhe dados dos cidadãos em massa !


A carta é datada de Abril de 2021, mas só foi conhecida agora. Os Senadores Democratas Ron Wyden e Martin Heinrich falam num programa ilegal da CIA que recolhe os dados privados dos norte-americanos em massa.

A CIA tem continuado um programa secreto de recolha de dados privados dos norte-americanos em massa, de acordo com novos documentos confidenciais revelados por dois Senadores Democratas que pertencem ao Comité de Inteligência.

Ron Wyden, Senador do Oregon, e Martin Heinrich, Senador do Novo México, acusam a CIA de esconder o programa do Congresso e da população numa carta que enviaram aos responsáveis pela inteligência onde afirmam que este opera “fora da estrutura legal que o Congresso e o público acreditam que regula esta recolha”.

“É crítico que o Congresso não legisle sem ter conhecimento de um programa da CIA e que a população americana não seja enganada de forma a acreditar que as reformas em qualquer legislação de reautorização cobrem completamente a recolha dos registos da comunidade de inteligência”, criticam os Senadores.

Os dois Senadores, que são críticos frequentes da CIA, afirmam ainda que não podem adiantar informações mais específicas sobre os tipos de dados que foram violados e apelam a que sejam revelados mais detalhes sobre o programa.

A carta em questão foi enviada em Abril de 2021, mas só agora foi tornada pública e os documentos da CIA foram censurados. Tanto a CIA como a NSA estão geralmente impedidas de investigar cidadãos ou negócios americanos, mas recolhem comunicações estrangeiras que frequentemente incluem dados de norte-americanos.

As agências são obrigadas a ter protocolos de protecção dos dados dos americanos que incluem a censura de nomes de todos os cidadãos nos relatórios, a não ser que estes sejam relevantes para uma investigação.

“A CIA reconhece e leva muito a sério a nossa obrigação de respeitar a privacidade e as liberdades civis das pessoas nos Estados Unidos na conduta da nossa missão vital de segurança nacional. A CIA compromete-se com a transparência consistente com a nossa obrigação de proteger as fontes e os métodos de inteligência”, respondeu Kristi Scott, responsável pela privacidade e direitos civis da agência.

O painel de Supervisão da Privacidade e Liberdades Civis da CIA emitiu também uma série de recomendações rasuradas onde mostram que os analistas são avisados de que os cidadãos estão protegidos pelas leis e que a recolha dos seus dados tem de ter um propósito, no entanto, os analistas não são obrigados a lembrarem-se da justificação caso decidam avançar com a recolha da informação privada.

A revelação já foi condenada publicamente por Patrick Toomer, advogado da União Americana pelas Liberdades Civis, que considera que levanta “questões sérias sobre os tipos de informação que a CIA está a aspirar em massa e como a agência explora essa informação para espiar os americanos”.

Já Edward Snowden, ex-funcionário da NSA que denunciou a vigilância em massa aos norte-americanos e vive agora exilado, comentou o caso no Twitter. “Estão prestes a testemunhar um enorme debate político em que as agências de espionagem e os seus apologistas na TV vos vão dizer que isto é normal e ok que a CIA não sabe quantos americanos estão na base de dados ou como sequer ficaram lá. Mas isso não é ok”, escreveu.

O antigo congressista Republicano Justin Amash acusou ainda “agências trapaceiras como a NSA, o FBI e a CIA” de ser uma “ameaça mais séria à liberdade na América” do que “os inimigos de quem dizem que nos protegem”.

Já há décadas que a espionagem aos cidadãos nos Estados Unidos é um tema polémico e as preocupações intensificaram-se ainda mais com a aprovação do Patriot Act, em Outubro de 2001, na sequência dos ataques do 11 de Setembro.

Wyden e Heinrich já têm um historial de serem grandes críticos da espionagem em massa. Em 2013, Wyden questionou James Clapper, na altura o director da inteligência nacional, se a NSA recolhia dados de milhões de americanos, algo que Clapper negou.

Poucos meses depois, Edward Snowden revelou que as autoridades norte-americanas têm acesso aos dados privados dos cidadãos através de empresas tecnológicas e que mantém registos de emails, chamadas e outras informações pessoais. O caso agitou os EUA e o mundo e levou à alteração da legislação.

https://zap.aeiou.pt/ameaca-liberdade-eua-cia-dados-massa-462710


Quase dois anos após o início da pandemia, Ilhas Cook registam o primeiro caso de covid-19 !


Caso identificado foi o de um turista neozelandês que testou positivo após o regresso, sendo provável que estivesse infetado durante a sua estadia nas ilhas.

Quase dois anos após a Organização Mundial de Saúde ter decretado o início da pandemia da covid-19, há ainda territórios que, quase por milagre, têm escapado ao contágio. É o caso das Ilhas Cook, no sul do Pacífico, que até à última semana não havia detetado nenhum caso de contágio entre a sua comunidade.

No entanto, e de acordo com as explicações dadas por Mark Brown, primeiro-ministro do país, uma infeção por covid-19 foi detetada num turista neozelandês que deixara a ilha, após lá ter permanecido – e interagido com a comunidade – durante oito dias.

“É provável que essa pessoa estivesse infeciosa quando ainda estava cá e que o vírus se estivesse espalhado peça comunidade. Pode tratar-se de um caso de ‘transmissão silenciosa’, dado que os nossos níveis de vacinação são tão elevados que a proteção de que dispõem as pessoas infetadas permite-lhes ter sintomas ligeiros e nem se aperceber”, escreveu o responsável na sua página do Facebook.

De acordo com os números oficiais cerca de 99,6% da população das ilhas, 17 mil pessoas com mais de 12 anos, já tem a vacinação completa e 70% a sua dose de reforço, entre a população elegível.

Há um mês, as Ilhas Cook voltaram a permitir as viagens com a Nova Zelândia, sem que os passageiros tenham de cumprir quarentena – desde o início da pandemia que o país tinha estado fechado ao exterior.

Em Dezembro, as ilhas Cook reportaram o primeiro caso de covid-19 precisamente num indivíduo precisamente em isolamento após a entrada no país, pelo que não chegou a estar em contacto com os cidadãos do território. “O facto de termos uma percentagem tão elevada de proteção, vinda das pessoas vacinadas, dá-nos proteção substancial contra esta doença”, explicou Brown.

https://zap.aeiou.pt/quase-dois-anos-apos-o-inicio-da-pandemia-ilhas-cook-registam-o-primeiro-caso-de-covid-19-462655

 

A busca pelo amor levou a que os norte-americanos perdessem quase 900 milhões em burlas “românticas” em 2021!


Nos últimos anos, as burlas românticas têm recorrido mais a esquemas com criptomoedas. O maior aumento de casos de fraude foi entre os mais jovens.

Na proximidade do Dia dos Namorados, com o comércio e a sociedade a celebrarem o amor, é natural que muitos solteiros se sintam solitários. Mas esta busca pelo amor pode deixá-los vulneráveis a burlas, fraudes e esquemas.

O FBI estima que cerca de 24 mil norte-americanos foram burlados em mil milhões de dólares (cerca de 877 milhões de euros) em 2021, mas o número concreto só vai ser conhecido após a divulgação do relatório anual do Centro de Queixas Crime da Internet.

A Comissão Federal do Comércio (FTC) considera que o ano passado foi o mais lucrativo para estes burlões, com muitos a aproveitarem o anonimato ao pedirem transferências de dinheiro em criptomoedas.

De acordo com a Forbes, a FTC só reporta as fraudes que são denunciadas à Rede Sentinela do Consumidor (uma base de dados para esquemas e crimes como o roubo de identidade).

Os dados revelam que as perdas com as burlas românticas subiram para os 547 milhões de dólares em 2021 (480 milhões de euros), uma subida em relação aos 307 milhões registados em 2020 e aos 202 milhões perdidos em 2019.

Cerca de 25% das perdas denunciadas à FTC foram pagas com criptomoedas e registou-se um aumento do número de burlões que enganaram as vítimas ao aconselharem-nas a fazer investimentos fraudulentos.

O maior aumento de casos notou-se nas faixas etárias entre os 18 e os 29 anos, mas os mais jovens tiveram uma perda média de apenas 750 dólares, enquanto que as vítimas acima dos 70 anos registaram perdas, em média de 9000 dólares.

Em 2021, os cartões de presente foram o método de pagamento mais usado (28%), seguindo-se as criptomoedas (18%), as aplicações de pagamentos (14%), as transferências bancárias (13%) e as transferências eletrónicas (12%).

Mais de um terço das vítimas foi inicialmente contactada através do Facebook ou do Instagram, apesar de muitas também terem conhecido os burlões em aplicações de namoro.

https://zap.aeiou.pt/americanos-milhoes-burlas-romanticas-462342


Rússia dá sinais de recuo com retirada de militares da fronteira mas a Ucrânia só acredita vendo !


As forças militares russas posicionadas há semanas perto da fronteira ucraniana começaram a regressar às suas bases, anunciou hoje o Ministério da Defesa russo, quando o Ocidente já se preparava para uma iminente operação militar.

“As unidades dos distritos militares do Sul e do Oeste, que cumpriram as suas tarefas, já começaram a embarcar em meios de transportes ferroviários e rodoviários e iniciarão hoje o retorno às suas bases”, disse o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, citado pelas agências de notícias russas.

Este anúncio é o primeiro sinal de um recuo de Moscovo na crise com a Ucrânia e os países ocidentais que dura desde o final de 2021.

A retirada também ocorre antes da reunião marcada para esta terça-feira entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, que será recebido no Kremlin após uma visita do seu homólogo francês, Emmanuel Mácron, na semana passada.

“Sempre dissemos que, após a conclusão dos exercícios, as tropas retornarão às suas guarnições originais. É isso que está a acontecer, é o processo habitual“, salientou o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, aos jornalistas.

Ucrânia desconfia das intenções russas

“Juntamente com os nossos parceiros, conseguimos evitar qualquer nova escalada por parte da Rússia”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, citado pela agência francesa AFP, reagindo ao anúncio de retirada dos russos.

Contudo, a Ucrânia olha com desconfiança para estes desenvolvimentos. Kuleba referiu que tem havido “declarações diferentes da Federação Russa a todo o momento”.

“Temos uma regra: não acreditamos quando ouvimos, mas quando vemos“, sublinhou Kuleba numa conferência de imprensa.

“A situação permanece tensa, mas sob controlo”, acrescentou o ministro.

Analistas internacionais também falam do assunto com cautela. O comentador português Nuno Rogeiro diz à Rádio Renascença que este sinal russo “pode querer indicar que está a haver algum avanço no campo da diplomacia e da negociação”.

Contudo, Rogeiro nota que ainda há “um risco muito grande de haver um conflito”.

Mas a aparente retirada de tropas russas é um claro sinal de esperança e os mercados financeiros já estão a reagir de forma positiva.

“A ausência de acção armada na fronteira com a Ucrânia e as indicações sobre a vontade de falar parecem suficientes para acalmar os nervos do mercado“, nota à BBC Michael Leister, o chefe de estratégia de taxas de juros do Commerzbank, o maior banco comercial da Alemanha.
Adesão à NATO pode esperar

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reforçou, na segunda-feira, a intenção do país em aderir à NATO, referindo a necessidade de “garantir a sua segurança”. Essa adesão é desconfortável à Rússia.

Contudo, esta ideia da adesão à NATO pode acabar por ser adiada, até porque os países desta Aliança nunca colocaram uma data nesse processo, embora se tenham manifestado favoráveis à entrada da Ucrânia.

Assim, pode haver aqui recuos de parte a parte, sendo que o conflito armado aberto não interessa a ninguém – nem sequer aos russos que teriam a sua economia bastante afectada.

Nesta altura, a reunião de hoje, entre Putin e Scholz, é vista como uma última esperança para impedir um conflito imediato.

Mas se as coisas não correrem bem, há analistas que acreditam que Putin atacará a Ucrânia mal o avião com Scholz deixe o espaço aéreo russo.

A tensão entre Kiev e Moscovo aumentou desde novembro passado, depois de a Rússia ter estacionado mais de 100.000 soldados perto da fronteira ucraniana, o que fez disparar alarmes na Ucrânia e no Ocidente, que denunciou os preparativos para uma invasão daquela ex-república soviética.

Em dezembro, a Rússia exigiu garantias de segurança por parte dos Estados Unidos e da NATO para impedir que a Aliança Atlântica se expandisse mais para o leste e estacionasse armas ofensivas perto de suas fronteiras.

Moscovo escreveu recentemente uma carta a todos os países membros da NATO e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), pedindo-lhes que se posicionassem sobre o que entendem por segurança indivisível na Europa.

A Rússia alega que tem o direito soberano de estacionar tropas em qualquer lugar do seu território e denuncia o fornecimento massivo de armas à Ucrânia pelo Ocidente.

https://zap.aeiou.pt/russia-recuo-ucrania-462706


Guterres oferece mediação para evitar guerra “desastrosa” na Ucrânia !


Português falou ontem ao telefone com os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia e da Ucrânia e diz que avançar para o confronto é um salto para o vazio.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou na segunda-feira que uma guerra na Ucrânia seria “desastrosa” e disse que ofereceu os seus bons ofícios para encontrar uma solução diplomática para a tensão atual.

“Estou profundamente preocupado com o aumento das tensões e especulações sobre um possível conflito militar na Europa. O preço em sofrimento humano, destruição e dano à segurança europeia e global é demasiado alto para ser contemplado”, disse Guterres em declarações aos jornalistas citado pela Efe.

De acordo com o líder das Nações Unidas, não se deve aceitar “sequer a possibilidade de um conflito tão desastroso”.

Para António Guterres este é o momento de reduzir tensões e de se assistir a uma redução da escalada sobre o terreno, assim como de evitar as “retóricas incendiárias”. “A minha mensagem é clara: não há alternativa à diplomacia”, insistiu Guterres, que ontem falou com os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, e da Ucrânia, Dmitro Kuleba.

O secretário-geral da ONU mostrou-se esperançoso nos contactos diplomáticos entre as várias partes, mas sublinhou que é necessário fazer mais, devendo intensificar-se esses esforços.

Nesse sentido, referiu que ofereceu os seus bons ofícios e que “não deixará nenhuma pedra sem se mover na busca por uma solução pacífica”. “Trocar a diplomacia pelo confronto não é ultrapassar uma linha, é um salto para o vazio”, disse.

A Rússia tem deslocados cerca de 100 mil soldados na fronteira com a Ucrânia e realiza exercícios militares no mar Negro e na Bielorrússia, a poucos quilómetros de Kiev, o que faz temer a ocidente que se possa estar a preparar um ataque próximo contra o país vizinho.

A Ucrânia, no entanto, não vê sinais de uma invasão russa ainda esta semana, adiantou o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa do país, Oleksiy Danílov.

Entretanto, a Rússia disse que ainda há possibilidades para a diplomacia na sua contenda com o ocidente sobre as garantias de segurança que exige para evitar a aproximação da NATO às suas fronteiras, o que parece mostrar a sua disposição para reduzir a escalada no conflito.

https://zap.aeiou.pt/guterres-oferece-mediacao-para-evitar-guerra-desastrosa-na-ucrania-462676

 

Ransomware: EUA recordista, Portugal fora dos 30 países mais atacados !


Mais de 10 mil ataques no segundo semestre de 2021. Pódio dos países mais afectados por estes ataques tem ainda Reino Unido e Canadá.

Portugal está no 31.º lugar dos países mais afectados por ataques de ransomware, ao longo do segundo semestre de 2021.

A designação ransomware é um mecanismo de tentativa de extorsão. Os piratas informáticos bloqueiam o acesso ao computador e exigem um resgate (ransom, em inglês) para esse acesso ser desbloqueado.

O relatório semestral Threat Landscape Report, elaborado pela empresa S21sec, encontrou um total de 10.500 novas vulnerabilidades ao longo dos últimos seis meses do ano passado, em 101 países. Metade dessas ameaças foi considerada crítica ou elevada. Os meses mais agitados foram Agosto e Dezembro, com praticamente duas mil vulnerabilidades em cada.

Entre os países que foram abrangidos pelo estudo, registaram-se 1.694 vítimas de ransomware, no mesmo semestre.

O país mais “atacado” foram os Estados Unidos da América, com 757. Seguiram-se Reino Unido e Canadá. Portugal surge no 31.º posto.

Electrónica de consumo e imobiliário/construção foram os sectores de empresas mais atingidos, com 160 casos cada.

Hugo Nunes, responsável da empresa, explicou que uma das principais falhas de segurança tem sido a “exploração das vulnerabilidades existentes na infraestrutura alvo”.

Por isso, “é importante que as empresas tenham em consideração este tipo de ameaça e que se concentrem na actualização e na manutenção das suas infraestruturas”.

https://zap.aeiou.pt/ransomware-eua-recordista-portugal-fora-dos-30-paises-mais-atacados-462785

 

“Morte a Joe Biden”. Afegãos protestam após os EUA apreenderem as reservas do país — E talibãs ameaçam retaliar !


Biden assinou uma ordem executiva que define que parte das reservas do Banco Central do Afeganistão que estão congeladas desde Agosto seja dada às famílias das vítimas do 11 de Setembro. A decisão está a motivar protestos em massa no Afeganistão e os talibãs ameaçam retaliar.

A decisão foi conhecida na sexta-feira e foi rapidamente criticada. Joe Biden assinou uma ordem executiva que permite que sete dos nove mil milhões de dólares em bens congelados do Banco Central do Afeganistão sejam agora libertados e que metade seja dada às famílias das vítimas dos ataques do 11 de Setembro.

Os fundos em questão foram depositados nos Estados Unidos e congelados após a tomada do poder pelos talibãs em Agosto para serem depois eventualmente usados para ajudar a população do país, onde a população está a passar fome.

Biden quer agora que metade deste dinheiro — 3.5 mil milhões de dólares — sejam dados às vítimas do 11 de Setembro, permitindo aos EUA tomar posse dos activos de outro país ao serem depositados na Reserva Federal de Nova Iorque.

As famílias das vítimas dos ataques já exigem uma compensação financeira aos talibãs há anos e os apelos subiram de tom depois do grupo voltar ao poder no Afeganistão, regresso esse que levou ao congelamento dos bens.  

Estes pedidos ainda vão ser litigados em tribunal e os representantes da Casa Branca lembram que o descongelamento do dinheiro é preciso para que o processo avance e que este é apenas o primeiro passo. Já há vários meses que a administração Biden estava a ponderar sobre o que fazer com o dinheiro perante os pedidos das vítimas.

Os EUA vão ainda colocar as restantes reservas num fundo “separado e distinto” da ajuda humanitária norte-americana que está a chegar ao Afeganistão. “Planeamos ter muitas consultas nos próximos meses, incluindo com a comunidade afegã, sobre a gestão e o uso dos fundos que queremos libertar”, afirma a Casa Branca.

“As pessoas do Afeganistão estão a enfrentar muitos desafios com a dependência na ajuda económica, secas severas, a covid-19 e a corrupção interna. As reservas do Banco Central Afegão não têm sido acedidas há meses por causa da incerteza sobre quem pode autorizar as transações na conta, mas também por causa das litigações pendentes das vítimas do 11 de Setembro e de outras vítimas de terrorismo”, revela Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado.

Price acrescenta ainda que a Casa Branca não sabe quanto tempo é que o processo em tribunal vai demorar, mas lembra que a “situação humanitária e económica no Afeganistão continua a deteriorar-se” para justificar a decisão de Biden.

A escolha do chefe de Estado de dividir o dinheiro está a ser criticada por vários ângulos. Por um lado, um grupo que representa as famílias do 11 de Setembro argumenta que os familiares de todas as vítimas — e não só daquelas que abriram os processos — devem ser compensadas e tratadas de forma igual.

Por outro, alguns imigrantes e refugiados afegãos nos EUA concentraram-se ainda em frente à Casa Branca, acusando Biden de os trair e de estar abertamente a roubar um outro país.
“O dinheiro é do povo do Afeganistão”

Mas as críticas mais duras partem dos activistas no Afeganistão que afirmam que a divisão do dinheiro vai prejudicar a população afegã, que já está numa situação precária e nada teve a ver com o 11 de Setembro.

Os talibãs já reclamaram o direito aos fundos, mas os EUA recusam reconhecer a legitimidade do Governo do grupo radical. “O roubo dos fundos bloqueados à nação afegã pelos Estados Unidos mostra o baixo nível da humanidade do país“, criticou Mohammad Naeem, porta-voz dos talibãs, no Twitter.

Já esta segunda-feira, o Governo talibã ameaçou “reconsiderar a sua política” relativamente aos Estados Unidos se Washington não recuar. “Os ataques de 11 de setembro não têm nada a ver com o Afeganistão”, disse o vice-porta-voz, Inamullah Samangani, em comunicado, qualificando a apreensão dos activos como “um roubo”.

O Banco Central do Afeganistão também já pediu a Biden que reverta a ordem executiva e liberte a totalidade dos fundos, alegando, que as verbas pertencem ao povo afegão e não a um Governo ou partido.

A decisão motivou protestos por todo o país desde sábado, com os cidadãos a saírem à rua e a exigirem uma indemnização a Washington pela morte e destruição causada pela guerra de 20 anos que chegou ao fim em Agosto de 2021.

“E o nosso povo afegão que fez muitos sacrifícios com milhares de perdas de vidas?”, questionou o organizador da manifestação, Abdul Rahman, citado pela Associated Press. Rahman acrescenta ainda que há mais manifestações planeadas e sublinha que o “dinheiro pertence ao povo do Afeganistão, não aos Estados Unidos”.

As manifestações tiveram como palavras de ordem “Morte a Joe Biden” e “Morte à América”. “Se alguém merece compensação, deve ser os afegãos”, defendeu hoje o presidente da Associação de Corretores da Bolsa do Afeganistão, Mir Afghan Safi, que participou do protesto desta manhã em Cabul.

“As duas torres [do World Trade Centre, em Nova Iorque] foram destruídas [a 11 de setembro de 2001], mas, no nosso caso, foram todos os distritos e todo o país que foram destruídos”, acrescentou.

Torek Farhadi, consultor financeiro do ex-governo do Afeganistão apoiado pelos EUA, também questionou se a ordem de Biden é legal a nível internacional. “A decisão de Biden é unilateral e não condiz com a lei internacional”, refere, sublinhando que “nenhum outro país toma tais decisões de confisco sobre as reservas de outro país”.

Já esta segunda-feira, o Governo talibã ameaçou “reconsiderar a sua política” relativamente aos Estados Unidos se a medida não for revertida. “Os ataques de 11 de Setembro não têm nada a ver com o Afeganistão”, disse o vice-porta-voz Inamullah Samangani, qualificando a apreensão dos activos como “um roubo”.

O antigo Presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, também condenou a decisão “injusta” de Biden e apelou a que o chefe de Estado norte-americano recue, lembrando que os afegãos também foram vítimas da Al-Qaeda.

“O povo do Afeganistão partilha da dor do povo americano, partilha a dor das famílias daquelas que morreram na tragédia do 11 de Setembro. Apreender o dinheiro do povo do Afeganistão em seu nome é injusto e é uma atrocidade“, critica.

Recorde-se que o Afeganistão esteve mergulhado em guerras quase 40 anos, o que o tornou um dos países mais pobres do mundo. O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico anunciou hoje que irá organizar no próximo mês, em conjunto com a ONU, uma cimeira para responder às necessidades crescentes do Afeganistão.

A ONU espera arrecadar 3,8 mil milhões de euros para ajudar os mais de 24,4 milhões de cidadãos afegãos que precisam de ajuda humanitária urgente para sobreviver, num momento em que mais de metade do país enfrenta fome severa.

https://zap.aeiou.pt/morte-joe-biden-afegaos-protestam-462732


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Rússia pode atacar em 48 horas, avisa Boris - Kiev reitera intenção de aderir à NATO !


A Rússia tem repetidamente exigido que a Ucrânia nunca entre na NATO para aliviar as tensões, mas o país reiterou hoje a intenção de integrar a aliança atlântica. Zelensky convidou ontem Biden a visitar Kiev.

O embaixador ucraniano no Reino Unido, Vadym Prystaiko, afirmou hoje à BBC que o país seria “flexível” na sua intenção de integrar a NATO, referindo que a Ucrânia é um país “responsável”, cita o The Guardian.

Recorde-se que a Rússia tem repetidamente afirmado que a integração da Ucrânia na NATO é um acto de agressão por parte do Ocidente e tem exigido garantias de que este cenário nunca se colocará em troca do alívio das tensões e da retirada das tropas da fronteira.

Actualmente, a Ucrânia não é um membro da aliança atlântica, mas foi-lhe prometida em 2008 uma oportunidade futura de entrar. Em 2019, foi feita uma revisão constitucional no país que definiu a integração na NATO como um objectivo.

Caso se concretize, esta decisão levaria a aliança militar liderada pelos Estados Unidos até à fronteira russa, algo que o Kremlin considera uma linha vermelha.  

“Podemos (não aderir), especialmente a ser ameaçados assim, intimidados assim”, afirmou Prystaiko, questionado se Kiev mudaria a sua posição de integrar a NATO.

Os comentários do embaixador foram rapidamente clarificados por um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Kiev, que afirmou que as declarações foram descontextualizadas.

“O embaixador Prystaiko afirmou correctamente na sua entrevista que a prospeção da integração na NATO está estabelecida na Constituição da Ucrânia, apesar da Ucrânia não ser de momento um membro da NATO ou de qualquer outra aliança de segurança”, escreveu Oleg Nikolenko no Facebook.

O responsável reforça que o essencial são as “garantias de segurança” e que as “ameaças à Ucrânia existem aqui e agora”, mas reforça que não pode ser tomada nenhuma posição que vá contra a Constituição.

Prystaiko também esclareceu a sua posição, afirmando que nunca disse que a Ucrânia está a ponderar abandonar a intenção de se juntar à NATO. “Não somos um membro da NATO agora e para evitar a guerra, estamos prontos para várias concessões e é isso que estamos a fazer nas conversas com os russos”, afirma.

“Não é um adiamento das nossas ambições, mas não estamos na família agora por isso temos de olhar para outras opções, como os acordos bilaterais com o Reino Unido ou com os Estados Unidos. Além da NATO, estamos a olhar para outros acordos que nos permitam sobreviver a este problema em particular agora”, remata.

Esta manhã, Boris Johnson avançou ainda que um ataque russo pode avançar já nas próximas 48 horas, uma situação que considera “extremamente preocupante” e “muito, muito perigosa”. O primeiro-ministro britânico apelou ainda a que o Ocidente se una e que não troque o direito da adesão da Ucrânia à NATO.

Johnson deixou ainda um aviso a Vladimir Putin. “Estamos à beira do precipício mas ainda há tempo para o Presidente Putin voltar atrás”, alerta Boris, acrescentando que uma invasão seria “um erro desastroso” para Moscovo.
Zelensky convida Biden a ir a Kiev

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, estendeu ainda ontem um convite a Joe Biden para que o chefe de Estado norte-americano visite Kiev nos próximos dias, algo que descreve como um “sinal poderoso” de união entre os dois países. Esta segunda-feira, o chanceler alemão Olaf Scholz também tem encontros marcados na Ucrânia e na Rússia.

“Estou convencido de que sua chegada a Kiev nos próximos dias, que são cruciais para estabilizar a situação, será um sinal poderoso e contribuirá para a desescalada” da tensão, referiu o líder da Ucrânia numa conversa telefónica com Joe Biden.

De acordo com a Presidência ucraniana, os líderes ucranianos e norte-americano reafirmaram a unidade de posições sobre a “importância de continuar os esforços políticos e diplomáticos para desbloquear o processo de paz” para o leste da Ucrânia e restaurar a estabilidade na zona.

Segundo a Casa Branca, Joe Biden reiterou o seu compromisso com a soberania e a integridade territorial da Ucrânia face a um eventual ataque da Rússia e garantiu que os Estados Unidos responderão de forma “rápida e decisiva”, em conjunto com os seus aliados, a uma eventual agressão militar.

Esta conversa decorreu no mesmo dia em que Kiev exigiu uma reunião com Moscovo nos próximos dois dias depois das autoridades russas terem ignorado o ultimato para justificarem o envio de militares para a fronteira entre os países.

A Ucrânia invocou na sexta-feira o Documento de Viena sobre Redução de Riscos, exigindo que a Rússia forneça explicações detalhadas sobre as actividades militares perto da fronteira ucraniana. O documento é vinculativo e aplicável a todos os membros da OSCE.

“A Rússia não respondeu ao nosso pedido sobre o Documento de Viena” acerca de medidas destinadas a construir confiança e segurança, referiu o chefe da diplomacia ucraniana, Dmitro Kuleba, no Twitter.

“Exigimos uma reunião com a Rússia e todos os Estados participantes no prazo de 48 horas para discutir o reforço e a redistribuição ao longo de nossa fronteira e da Crimeia temporariamente ocupada”, acrescentou.

Kuleba lembrou ainda que a Rússia deve honrar os seus compromissos com a transparência militar para diminuir a tensão e melhorar a segurança de todos se quiser falar seriamente sobre segurança indivisível no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
“Não podemos cometer o erro que cometemos com Hitler e com Estaline”

O antigo ministro ucraniano dos Transportes, apelou ainda à União Europeia que se una para travar as intenções imperialistas de Vladimir Putin. Em entrevista à TSF, Volodymyr Omelhan pediu que os países “não cometam o erro que cometemos com Hitler e com Estaline há 70 anos” porque “teria sido fácil travá-los no início“.

Para isto, o ex-Ministro recomenda a imposição de sanções económicas a Moscovo e a suspensão da construção do gasoduto Nord Stream 2 que liga a Rússia à Alemanha e o corte dos fluxos financeiros do exterior para os bancos russos. “Sairá muito mais caro concertar os efeitos da invasão do que preveni-la”, avisa.

Omelhan alerta ainda que a Ucrânia não é o único alvo de Putin. “Na cabeça deles não é apenas a Ucrânia, estão prontos a chegar ao canal da mancha, França, a Portugal e expandirem-se por toda a Ásia Central. Por isso, devemos levá-los a sério porque se amanhã invadirem a Ucrânia, no dia seguinte estarão na Polónia e vão tentar continuar”, sublinha.

Algumas companhias aéreas já começaram a cancelar voos com destino à Ucrânia ou a desviar as rotas, sendo que um voo com origem no Funchal e com destino a Kiev foi desviado para a Moldávia no sábado.

O ex-Ministro considera que esta resposta é exagerada. “Há muitos voos para Israel, África e outros países onde há guerra e ninguém acha que haja um grande risco. Na Ucrânia não há registo de bombardeamentos ou coisas do género”, conclui.

https://zap.aeiou.pt/kiev-nato-embaixador-flexivel-462509





Ingrid foi levada por nazis para criar “raça superior”, mas só descobriu meio século depois !

Ingrid von Oelhafen

Ingrid von Oelhafen tinha já 58 anos quando descobriu que tinha sido levada por nazis no âmbito de um projeto que tinha como objetivo cuidar de mulheres racial e geneticamente valiosas.

Quando Ingrid von Oelhafen tinha apenas três anos, a Alemanha estava ainda em ressaca da Segunda Guerra Mundial. Durante a guerra, o casal que a criava separou-se e Ingrid foi parar a um orfanato.

Mais tarde, já com 11 anos de idade, o seu pai reapareceu. Certo dia, o seu pai levou-a a uma consulta médica, na qual foi chamada de Erika Matko.

“Eu não sabia quem era a Erika, mas não perguntei”, lembrou Ingrid à BBC. Este era o nome que aparecia em todos os seus documentos oficiais, reparou depois.

Ingrid acabaria por falar com a empregada de limpeza da casa, que lhe confidenciou que o casal com quem a jovem estava não eram os seus pais biológicos.

Aos 13 anos, Ingrid foi para Hamburgo para morar com a mãe. Um ano depois encontrou algo que a deixou perplexa.

“Lembro-me de estar numa esquina e havia muitos pósteres da organização da Cruz Vermelha com fotos de crianças… e vi a minha própria cara. Fiquei atordoada. O meu corpo ficou dormente. As fotos eram de crianças deslocadas pela guerra ou tiradas das suas casas e a Cruz Vermelha estava a realizar uma campanha para reuni-las com as suas famílias”, contou Ingrid à BBC.

A jovem não teve coragem de confrontar a sua mãe e prosseguiu com a vida, também ignorando a identidade de Erika Matko.

“O meu diploma de fisioterapeuta tinha esse nome. Eu não podia mudar os nomes que estavam nos documentos”, salientou Ingrid.

Em 1999, quando já tinha 58 anos, Ingrid recebeu uma chamada da Cruz Vermelha a perguntar se desejava saber mais sobre os seus pais biológicos.

“Disse imediatamente que sim e eles colocaram-me em contacto com um historiador para me ajudar a descobrir um pouco sobre a minha história”, contou a jovem.

Enquanto isso, Ingrid encontrou algo estranho nos seus documentos: “Eu tinha uma ficha de vacinação contra a varicela. O documento foi assinado por um nazi, Dr. Hesch, e tinha o meu nome, data e local de nascimento. Dizia que eu era cidadã alemã. Mas também tinha a palavra Lebensborn”.

Ingrid nunca tinha ouvido falar da palavra e, por isso, decidiu fazer uma breve pesquisa na internet.

“O objetivo do Lebensborn é acomodar e cuidar de mulheres grávidas racial e geneticamente valiosas, que, após cuidadosa investigação das suas famílias e dos pais das crianças, podem dar à luz crianças igualmente valiosas”, lia-se no resultado da pesquisa.

Com o objetivo de criar uma “raça superior”, os nazis não só mataram milhões de pessoas, como também lançaram projetos para trazer novos “arianos” ao mundo.

“Lebensborn era um programa da SS e estabeleceu lares para as chamadas mães arianas. Além disso, também traziam crianças roubadas da Polónia, Noruega e Jugoslávia, para fins de germanização”, conta a fisioterapeuta. “Escolhiam bebés loiros com olhos azuis”.

O historiador concluiu que Ingrid vinha de uma região daquilo que é hoje a Eslovénia. Após contactarem as autoridades eslovenos descobriram a sua verdadeira identidade. A mãe chamava-se Helena e o pai chamava-se Johan Matko. Os dois tiveram uma filha chamada Erika. “Fiquei tão feliz. Foi uma sensação incrível!”, confessou Ingrid à BBC.

Posteriormente, recebeu uma carta a dizer que a filha do casal em questão ainda estava viva. Assim sendo, Ingrid não era Erika. Eram duas pessoas distintas.

Ingrid acabaria por conseguir localizar Erika, mas esta recusou conversar consigo — ao contrário de outras membros da família Matko, que até aceitaram fazer um teste de ADN. Os resultados revelaram que Ingrid “tinha mais de 90% de parentesco com essa família”.

Alguns anos mais tarde, Ingrid descobriu que o seu pai, Johan Matko, tinha sido um combatente da resistência que lutou contra a ocupação nazi da Jugoslávia. Johan foi capturado, enviado para um campo de concentração e a sua filha, Ingrid, foi afastada dos pais e levada para a Alemanha.

A pele branca, os cabelos loiros e os olhos azuis chamaram a atenção dos soldados nazis, que aproveitaram a criança para o programa Lebensborn.

O mesmo arquivo de documentos nazis que revelou a identidade do pai de Ingrid, também adensou ainda mais o mistério.

“Os documentos mostram que Erika Matko foi levada como parte do programa Lebensborn, mas também dizem que minha mãe veio com três filhos e saiu com três filhos”, conta Ingrid.

Assim, a outra menina era filha de uma outra família. A criança foi criada pelos pais biológicos de Ingrid, que não só lhe deram o nome de Erika Matko, como também nunca procuraram a sua filha biológica.

https://zap.aeiou.pt/ingrid-levada-nazis-raca-superior-461897


Os media também são um palco das novas Guerras Frias — E os EUA já destinaram 500 milhões para a propaganda anti-China !


Em competição económica e tecnológica com a China, os Estados Unidos estão a ampliar os investimentos em meios de comunicação que façam uma cobertura mediática negativa de iniciativas chinesas como a Nova Rota da Seda.

A Câmara dos Representantes aprovou recentemente o America COMPETES Act, um lei que pretende estimular a produção industrial e tecnológica nos Estados Unidos.

Mas para além dos apoios de milhares de milhões de dólares destinados a estimular a investigação de semicondutores e de outro ramos científicos, a lei deixa ainda bem claro um outro objectivo — esmagar a competição chinesa.

Para isso, os EUA vão destinar 500 milhões de dólares para incentivar a cobertura mediática negativa da China. A Presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, referiu no discurso após a aprovação que objectivo é “responsabilizar” a China pelos seus abusos comerciais que “prejudicam os trabalhadores norte-americanos”.

“As pessoas têm de entender a ligação entre as violações dos direitos humanos a justiça para com os trabalhadores americanos. O que se passa na China com os uyghurs vai além dos direitos humanos, é um genocídio. Este uso de trabalho forçado é imoral e horrível e prejudica os trabalhadores americanos que têm de competir com trabalho escravo”, declarou Pelosi.

A versão desta legislação que foi agora aprovada na Câmara dos Representantes segue nos passos da lei USICA, que também procura aumentar a competitividade americana no sector tecnológico perante a concorrência chinesa, que passou no Senado em Junho do ano passado.

O plano será criar um comité conjunto entre o Senado e a Câmara dos Representantes para a fusão das duas leis nas próximas semanas, apesar de já se anteciparem algumas dificuldades porque os Republicanos não aprovam algumas das medidas incluídas no pacote destinadas ao combate às alterações climáticas, à imigração e às leis laborais.

Mais consensuais parecem ser as secções chamadas “apoio aos media independentes e combate à desinformação” presentes nos dois documentos, nota o The American Prospect.

As duas propostas de lei estipulam que a cobertura mediática financiada pelo Estado deve ser “independente”, mas impõem alguns requerimentos que podem pôr essa independência em questão.

Por exemplo, a lei do Senado encoraja a cobertura negativa dos investimentos chineses em países em desenvolvimento e do projecto da Nova Rota da Seda e quer ainda produzir conteúdos anti-China especialmente nas regiões onde o Partido Comunista Chinês está a promover “mercados mediáticos manipulados”.

A Nova Rota da Seda é um projecto chinês de financiamento de obras e renovação das infraestruturas de vários países em desenvolvimento, que pretende estreitar os laços económicos e comerciais entre os Estados e já foi comparado ao Plano Marshall que os Estados Unidos adoptaram para apoiar a reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial.

Os EUA têm sido grandes opositores do projecto e uma das medidas aprovadas na USICA prevê a criação de um “Fundo Contra a Influência Chinesa” que receberá mais de 1.5 mil milhões de dólares ao longo de cinco anos. Mais de um terço deste dinheiro tem como destino os meios de comunicação.

O passado polémico da USAGM

As preocupações com a isenção desta cobertura mediática são ainda mais acentuadas porque a maior parte do financiamento desta lei vai para a Agência para os Media Global (USAGM), que tem um passado controverso.

A USAGM é uma agência com financiamento federal que é responsável por órgãos como o Voice of America, Radio Free Europe, Radio Free Asia (RFA), e o Office of Cuba Broadcasting (OCB) e já foi várias vezes acusada de fazer propaganda partidária e em nome dos interesses norte-americanos.

Os órgãos da agência trabalham para fazer chegar uma perspectiva pró-Ocidente à população de países inimigos de Washington, como a China, Cuba ou a Rússia.

O uso da cobertura mediática da agência como arma política não é de agora — e há quem acredite que ainda não é suficiente e que os EUA vivem uma crise no “soft power” mediático que consideram fundamental para a imagem externa do país.

Em 2020, Robert Gates, antigo Secretário da Defesa, sugeriu que os Estados Unidos fizessem uma “revisão da sua mensagem pública” com uma nova “organização de topo nível que faça uma comunicação consistente e estratégia usando todos os meios disponíveis”.

“Ao contrário da China e da Rússia, os Estados Unidos agora não têm uma estratégica efetiva na comunicação da sua mensagem e no combate aos seus competidores”, alertou Gates, citado pela Foreign Affairs.

Na década de 70, depois de ser conhecido que a Radio Free Europe e a Radio Liberty eram financiadas pela CIA, o Senador J. William Fulbright, que era um crítico fervoroso da política externa norte-americana, argumentou que as rádios deviam ficar de fora da propaganda da Guerra Fria.

Fullbright foi também o principal promotor de uma reforma que restringiu a distribuição de materiais de propaganda no exterior a cidadãos americanos. Esta lei foi depois alargada pelo Representante Edward Zorinsky, que considerou que os Estados Unidos se distinguem da União Soviética por serem uma “sociedade livre” que não utiliza a propaganda domesticamente.

Mas esta reforma foi revertida em 2012, com um porta-voz da USAGM a afirmar que o fim da proibição da disseminação de propaganda a públicos internos ajudaria a agência a chegar aos grupos de imigrantes que vivem nos Estados Unidos, como os imgrantes somalis que se mudaram para o Minnesota.

A instrumentalização mediática interna

A administração de Donald Trump, que era notoriamente crítica dos media, procurou fazer uma reforma na USAGM para usar a agência a seu favor, tanto no planointerno como externo.

Em 2018, por exemplo, o OCB esteve envolvido numa polémica depois de emitir um segmento onde descrevia o milionário George Soros — que financia grupos de activistas e órgãos de comunicação progressistas através da Open Society Foundations e é um nome frequentemente referido em teorias da conspiração — como um “judeu não crente com morais flexíveis“.

Trump nomeou também Stephen J. Yates, antigo conselheiro de Dick Cheney que já tinha feito lobbying em nome do Governo de Taiwan, para ser o Presidente da Radio Free Asia — uma escolha que foi criticada pelos jornalistas que acreditam que esta manchava a credibilidade do órgão.

Os trabalhadores do Voice of America escreveram uma carta onde revelaram que foram ordenados a cobrir um discurso do então Secretário de Estado, Mike Pompeo, e acusaram o Governo de os querer obrigar a dar palco a um “evento de propaganda”.

A nomeação do cineasta conservador Michael Pack, um aliado de Steve Bannon, para a chefia da USAGM foi também controversa. Os Democratas no Senado recusaram nomear Pack durante anos, mas em 2020 os Republicanos usaram a maioria para forçar a promoção do realizador.

Em pouco tempo, Pack despediu o líder de um grupo tecnológico e substituiu os painéis bipartidários que aconselhavam os cinco órgãos que a agência gere.

Estas decisões, naturalmente, suscitaram muita contestação entre os Democratas, que acusaram Trump de querer usar uma agência federal para fazer propaganda partidária. A frustração no partido era tanta que meras horas após ser inaugurado como Presidente, Joe Biden demitiu Michael Pack.

Mas se a mensagem dos media sobre a política interna dos EUA pode variar dependendo de qual o partido que está no poder, quando o assunto é a política externa, os métodos de instrumentalização e as mensagens que se pretendem passar tendem a reunir o apoio dos dois partidos.

Tão recentemente como em Dezembro do ano passado, perante a escalada da tensão com a Rússia, o Voice of America apontou a sua primeira editora chefe na Europa de Leste e prometeu expandir a cobertura da região, citando a “postura agressiva do Kremlin” e o “impacto da influência da Rússia e da China” como razões que motivaram a aposta.

Com a subida da tensão entre os EUA e a China e a Rússia a não dar sinais de abrandar — seja com a ameaça de invasão à Ucrânia ou com os conflitos diplomáticos que vieram à tona nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim — a guerra na propaganda também não dá sinais de abrandar.

https://zap.aeiou.pt/guerras-frias-eua-500-milhoes-china-462124


A vila olímpica na China teve de mudar de lugar — Tudo por causa da descoberta de um palácio com 800 anos !


A descoberta foi feita em 2018, durante escavações que procuravam garantir que nenhum artefacto valioso seria destruído com a construção da vila que acolhe os atletas dos Jogos Olímpicos.

A vila de Taizicheng, no norte da província chinesa de Hebei, foi baptizada como a “vila do príncipe da coroa“. Muitos residentes acreditavam que este nome estava ligado às raízes reais da comunidade — e parece que tinham razão.

Antes da construção da vila olímpica que está a acolher os atletas dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, uma equipa de arqueólogos avaliou o local e acabou por descobrir um palácio de verão datado de 1202 que pertencia à dinastia Jin, revela o Ancient Origins.

O sítio arqueológico do palácio já era conhecido desde os anos 70 e inclui ruínas das dinastias Liao e Jin. No entanto, foi só em 2017, quando a China ganhou a candidatura para a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, que arrancou um trabalho sério de exploração em Taizicheng, para se garantir que nenhum artefacto valioso era destruído na construção da vila olímpica.

Zhang Wenrui, reitor do Instituto Provincial de Relíquias Culturais e Arqueologia de Hebei, acredita que a descoberta do palácio apareceu como uma “grande surpresa” para os especialistas chineses.

A equipa inicialmente acreditava que as ruínas tinham pouco valor, mas rapidamente começaram a descobrir objetos de cerâmica históricos, materiais de construção e detalhes na arquitetura do palácio.

A descoberta inclui 67 fundações de edifícios e 14 estradas. Peças de cerâmica banhadas a branco e esculturas de cabeças de dragão também foram encontradas. O palácio em questão é muito provável o que resta do Palácio de Taihe, construído para ser a residência de Verão do Imperador Jin Wanyan Jing, cujo reinado durou desde 1189 até 1208.

Este é assim o primeiro palácio da dinastia Jin a ser encontrado na China e será uma fonte de conhecimento para os estudiosos da arquitetura desta época.

Após as investigações revelarem o valor histórico e a magnitude da revelação, os arqueólogos recomendaram que a vila olímpica fosse relocalizada e esta acabou por ser construída fora das ruínas.

A descoberta foi incluída no top 10 das revelações arqueológicas de 2018 e o sítio foi incluído numa unidade de proteção de relíquias culturais chinesas em 2019. A 31 de Dezembro de 2021, foi aberto um parque arqueológico no local que pode ser visitado pelo público.

A vila olímpica está do outro lado da rua da exibição, pelo que os atletas já foram convidados a visitar a exposição com a aprovação do Comité Olímpico e com o respeito pelas regras impostas pela pandemia.

https://zap.aeiou.pt/vila-olimpica-mudar-lugar-palacio-800-462093

 

Os camiões excêntricos pintados à mão que dominam as estradas paquistanesas !

Não há dois camiões paquistaneses iguais. Das cores aos desenhos, tudo é exagerado, mas são muito mais do que simples gigantes de quatro rodas para os seus criadores.

À saída da principal estrada comercial entre Islamabad e Rawalpindi, há artistas, soldadores, metalúrgicos, vendedores de buzinas e eletricistas a remodelar e decorar os enormes camiões estacionados.

O espaço, conhecido como “área de fábrica de transportes”, é dedicado à manutenção e cuidado destas criações que servem um propósito utilitário: transportar mercadorias.

Cada condutor quer que o seu camião seja o veículo mais admirado na estrada e dedicam-se a atingir o objetivo.

Segundo o NPR, a pintura de camiões tornou-se uma forma de arte distintamente paquistanesa. Os estudiosos têm encontrado provas de transportes decorados no subcontinente há milhares de anos, uma prática que começou a ganhar popularidade logo após a independência do país.

Há poucos camiões tão extravagantes quanto estes. Grandes ou pequenos, contam com autocolantes coloridos e pinturas de corações, flores, pavões, estrelas de cinema, cantores populares, animais, políticos, anjos e generais do exército feitas à mão.

Há quem coloque correntes penduradas no fundo dos camiões, que balançam com as paragens e as curvas. Há também quem escreva poesia neles, numa ode à solidão do camionista de longo curso.

A antropóloga e cineasta Samar Minallah Khan diz que a tradição paquistanesa da arte dos camiões é especial, especialmente porque anula as suposições sobre os camionistas.

“Celebra a sua cultura, o seu modo de vida. Vê-se que eles são artistas. São poetas. Têm sentido de humor. São amantes da natureza. Gostam de, sabe, de tantas coisas que precisam de ser celebradas”, acrescenta, em declarações ao NPR.

Os camiões são o principal meio de transporte de mercadorias do Paquistão, devido ao mau estado do sistema ferroviário. Há, atualmente, mais de 200 mil registados no país.

https://zap.aeiou.pt/camioes-excentricos-pintados-paquistao-462110

 

“Comboio da liberdade”: Rádios e televisões belgas podem ser invadidas !


Esta segunda-feira será dia de muita agitação na capital da Bélgica. Protestos contra restrições relacionadas com a COVID-19.

O movimento “Comboio da Liberdade” chegou à Europa, como se previa. Nesta segunda-feira, algumas carruagens na Bélgica foram travadas antes de chegarem à estação terminal.

O “Comboio da Liberdade” apareceu, pelo menos de forma mais mediática, na semana passada, no Canadá. Começou por ser um protesto de camionistas contra a vacinação obrigatória contra a COVID-19; trabalhadores de outros serviços juntaram-se a este protesto em muitos locais do país. As estradas na capital Ottawa ficaram bloqueadas.

Este movimento é contra os mandados de vacinação, sobretudo para os camionistas que querem atravessar a fronteira entre Canadá e Estados Unidos da América, considerando esse requisito ilegal, de acordo com a Constituição canadiana, o código de Nuremberga e outras convenções internacionais.

Nesta segunda-feira de manhã, no mesmo contexto, cerca de 30 veículos iam até Bruxelas mas não chegaram à capital da Bélgica porque foram travados pelas autoridades belgas. Os participantes iriam protestar contra as restrições sanitárias relacionadas com a pandemia.

Mas o número de participantes será bem maior. Foram identificados mais de 400 veículos, entre carros, autocaravanas e pequenos camiões; três dezenas foram travados, anunciou o presidente da Câmara Municipal de Bruxelas, Philippe Close.

A polícia conseguiu negociar, com alguns manifestantes, um percurso a pé, ao lado dos agentes: “A capital belga não será uma refém”, avisou Close, que explicou que as autoridades não receberam qualquer pedido de organização de protesto – obrigatório na Bélgica.

Uma das principais auto-estradas na Bélgica foi bloqueada pelas autoridades, por prevenção.

No entanto, prevê-se um dia muito agitado na capital da Bélgica. Os manifestantes que conseguiram chegar à cidade estarão a caminho de instituições políticas e de duas estações de rádio e televisão: VRT e RTBF. A direcção da VRT já terá dito aos seus funcionários para não aparecerem no emprego.

No sábado alguns manifestantes deste movimento conseguiram protestar em Paris. Cerca de 500 veículos terão sido travados em França, horas antes.

No dia seguinte mais de mil veículos foram vistos em Lille, parados, provavelmente com intenção de seguir para a Bélgica.

https://zap.aeiou.pt/comboio-da-liberdade-radios-e-televisoes-belgas-podem-ser-invadidas-462528

 

Human Rights Watch pede a UE que reconheça “epidemia de torturas” no Egito !


A organização não-governamental exige aos líderes europeus que abordem a “brutal repressão” no país e as denúncias de “tortura, desaparecimentos e execuções”.

A Human Rights Watch (HRW) lançou nesta segunda-feira um apelo aos líderes europeus para que abordem a “crise de direitos humanos” que está em curso no Egito, durante a cimeira entre União Europeia e a União Africana que se realiza nesta semana em Bruxelas, e na qual participará o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi.

Segundo o Público, a organização não-governamental sublinha que “o Governo de Sissi adora os momentos de branqueamento para encobrir os seus abusos e desviar as críticas internacionais”.

Na sequência da preocupação demonstrada por 32 países no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre a situação no Egito, em março do ano passado, o Presidente egípcio apresentou a sua “Estratégia Nacional de Direitos Humanos“.

A HRW diz, no entanto, que o documento em causa “nem sequer reconhecer, e muito menos aborda, a epidemia de torturas e desaparecimentos ocorridos durante o mandato” de Sissi.

Desde que chegou ao poder, em 2013, que o Presidente tem liderado “uma brutal repressão que pode ter alcançado o nível de crimes contra a humanidade, com incontáveis detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados, execuções extrajudiciais e tortura generalizada”, denuncia Claudio Francavilla, da HRW.

A ONG alerta ainda que a sociedade civil independente egípcia tem sido ameaçada com “violentas intimidações” e com “legislação draconiana – inexplicavelmente elogiada pela UE como sendo um passo positivo – que impõem restrições severas ao trabalho dos grupos de direitos humanos independentes”.

A galardoada Rede Árabe de Informação sobre Direitos Humanos fechou recentemente as portas, ao fim de 18 anos de funcionamento, devido, em grande medida, aos requisitos impossíveis que foram estabelecidos pela lei do Egito que regula as organizações não-governamentais.

Por outro lado, a HRW lamenta que “apesar da avassaladora evidência de graves abusos”, os líderes europeus aclamam o Egito como um sócio importante na gestão das migrações e da luta contra o terrorismo, e fornecem apoio incondicional militar, político e de outro tipo ao Governo de Sissi.

A ONG pede, assim, à UE para “aproveitar a oportunidade da visita de Sissi” a Bruxelas para “expor as suas preocupações, em público e em privado”, para “elaborar exigências concretas de melhoramento” da situação e para “articular graves consequências para o Governo do Egito se este persiste em estar em incumprimento”.

“Para fazer frente à impiedosa repressão do Governo egípcio é imprescindível uma mudança radical na abordagem da Europa para o Egípcio“, conclui a HRW.

https://zap.aeiou.pt/epidemia-de-torturas-egipto-462514

 

Dinamarca equaciona acabar com o plano de vacinação contra a covid-19 nos próximos meses !


País tem registado números baixos nos internamentos e óbitos motivados pela covid-19, mas novas infeções diárias teimam em não baixar.

Depois de ser um dos primeiros países europeus a sofrer um crescimento significativo de casos por consequência da maior transmissibilidade da variante Ómicron, a Dinamarca está a preparar uma grande inversão na sua estratégia de combate à pandemia da covid-19, a qual não passará pelo fim das restrições à circulação ou à entrada em espaços sem máscara, mas sim pelo término do programa de vacinação, num curto prazo. Tal plano, a concretizar-se, fará do país o primeiro no mundo a assumir que a sua atual taxa de vacinação é suficiente para “viver com o vírus“.

Esta medida foi anunciada, segundo o Observador, no mesmo dia em que o governo anunciou o termo de outras regras. “O Conselho Nacional de Saúde acompanhará de perto a evolução da epidemia nas próximas semanas, e esperamos poder anunciar as datas de encerramento do programa de vacinação no final de fevereiro”, pode ler-se no comunicado emitido pelo Governo. A Dinamarca tem atualmente 80,9% da população imunizada, um número que dá segurança aos seus governantes para afirmarem que é tempo de retomar a normalidade. “Na Dinamarca, temos um nível muito alto de vacinação”, explicou o Governo.

Para além das inoculações, os governantes tentam publicitar o número de internados e de óbitos no país – no que respeita aos casos, estão oito vezes mais elevados do que há dois meses. Flemming Konradsen, diretor da Escola de Saúde Global da Universidade de Copenhaga, afirmou à Folha de São Paulo que também o sistema educativo do país tem pressionado para que o regresso à normalidade aconteça.

“Há uma preocupação séria com toda uma geração que está a perder oportunidades”, afirmou, para ajudar a explicar a suspensão das medidas. “Precisamos de monitorizar novas variantes, investir na proteção dos mais vulneráveis, expandir o nosso sistema de saúde e aprimorar. Temos que entender que esse vírus estará connosco para sempre e o preço a pagar por não aprender a viver com o vírus é muito alto, especialmente para os mais jovens, que não podiam ir à escola, além das consequências para a saúde mental.”

Ainda assim, o especialista não vê que a fórmula se possa aplicar rapidamente a outros países, pelo menos enquanto o número de imunizados não o permitir. “Em cada país o cenário é muito diferente e a experiência dinamarquesa não pode ser replicada num país com uma cobertura vacinal baixa, porque, nesse caso, o preço seria muito alto em termos de mortalidade.”

Atualmente, a Dinamarca tem 33 pacientes internados em cuidados intensivos e o número de óbitos por consequência da covid-19 tem vindo a diminuir. No entanto, esta tendência decrescente ainda não chegou às infeções, que continuam a bater sucessivos recordes. Ainda segundo o Observador, depois de quase dois anos a registar médias de 3.500 novos casos por dia, o país está agora com uma média diária de 40 mil novos infetados.

https://zap.aeiou.pt/dinamarca-equaciona-acabar-com-o-plano-de-vacinacao-contra-a-covid-19-nos-proximos-meses-462621

 

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Casal de pinguins do mesmo sexo adota cria - Está a fazer um “excelente trabalho” !


Um casal de pinguins de um jardim zoológico em Nova Iorque recebeu um presente especial. Os animais tornaram-se os primeiros pais adotivos do mesmo sexo deste zoo a adotar um ovo durante a época de reprodução.

Elmer e Lima são dois pinguins-de-humboldt machos e o primeiro casal do mesmo sexo a adotar um ovo durante a época de reprodução.

Ted Fox, o diretor do Jardim zoológico Rosamond Gifford, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, diz que o casal está a fazer um “excelente trabalho“.

“Os pinguins são livres de escolher com quem querem passar o tempo e, neste caso, escolheram-se um ao outro. O bem-estar de cada animal que vive no zoo é muito importante para nós e nós apoiamos e encorajamos cada animal a fazer as suas próprias escolhas ao escolher os seus companheiros”, disse, em comunicado citado pela CNN.

A cria, que o casal protegeu durante o período de incubação do ovo, nasceu no dia 1 de janeiro e continua a crescer de forma saudável.

Ao The Washington Post, o diretor do zoo disse que equipa deu o ovo aos pinguins machos Elmer e Lima numa tentativa de aumentar as hipóteses de o ovo eventualmente eclodir.

“As famílias não tradicionais fazem um trabalho maravilhoso de criação e educação”, sustentou. Enquanto que os casais reprodutores do jardim zoológico têm “um historial de partir inadvertidamente os seus ovos fertilizados”, os dois pais adotivos foram “exemplares em todos os aspetos“.

O bom trabalho continua mesmo após o nascimento da cria: além de cuidarem do pinguim bebé, alimentam-no e aquecem-no. “O sucesso de Elmer e Lima é mais uma história que podemos partilhar para ajudar pessoas de todas as idades e origens a relacionarem-se com os animais“, rematou Fox.

Os pinguins-de-humboldt são considerados como “vulneráveis” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). O jardim zoológico nova-iorquino diz ter chocado mais de 55 crias até agora e acredita que, em breve, poderão nascer mais.

https://zap.aeiou.pt/casal-de-pinguins-mesmo-sexo-adota-cria-462311

 

Três alunas processam Harvard por ignorar denúncias de assédio sexual de professor !


Margaret Czerwienski, Lilia Kilburn e Amulya Mandava alegam que o professor John Comaroff as assediava sexualmente. As alunas decidiram apresentar um processo no tribunal federal de Boston contra a Universidade de Harvard, por ignorar as denúncias.

O professor de Antropologia John Comaroff terá assediados as alunas, beijado e apalpado uma delas sem o seu consentimento e ameaçado prejudicar a sua carreira caso o denunciasse. A história das três estudantes de doutoramento é contada pelo The New York Times.

Na passada terça-feira, Margaret Czerwienski, Lilia Kilburn e Amulya Mandava decidiram abrir um processo contra a faculdade norte-americana, alegando que as denúncias de assédio sexual foram ignoradas. As estudantes querem ser compensadas por “danos morais”.

Há cinco anos, de acordo com a acusação, Lilia Kilburn terá sido beijada por John Comaroff, que também terá apertado a sua coxa em público e sem o seu consentimento.

Durante uma dissertação sobre África, o professor terá dito à aluna que poderia ser violada ou morta naquele continente por manter uma relação com uma pessoa do mesmo sexo.

Kilburn foi alvo de um “pesadelo contínuo que incluiu beijos forçados, constantes convites para socializar com ele fora do campus e um controlo coercitivo”, lê-se no documento.

As três alunas denunciaram o professor, de 77 anos, à universidade, mas a instituição ignorou as alegações. A conduta da faculdade norte-americana demonstrou uma “política institucional de indiferença, projetada para proteger a universidade, a sua reputação e o seu corpo docente”, consta no processo.

Em comunicado enviado à CNN, a universidade norte-americana refuta as alegações que não representam “de forma alguma” a conduta da faculdade e garante ter investigado a denúncia em 2017.

Os advogados de John Comaroff, que negam “categoricamente” o assédio de qualquer estudante por parte do seu cliente, afirmam que Harvard investigou a denúncia durante mais de um ano, tendo concluído que as “evidências” não sustentavam a história das estudantes.

As alegações contra Comaroff vieram a público, pela primeira vez, em 2020, depois de serem publicadas no jornal da universidade, o The Harvard Crimson. Em janeiro, uma uma investigação indicou que o professor tinha violado a política de assédio de Harvard, e, desde aí, John Comaroff entrou em licença administrativa.

https://zap.aeiou.pt/tres-alunas-processam-harvard-462366


Debandada diplomática da Ucrânia - Casa Branca acredita que Rússia invade na próxima semana !


O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, deverão conversar por telefone este sábado.

Jake Sullivan, conselheiro nacional de segurança dos Estados Unidos, entende que a invasão da Ucrânia pela Rússia poderá começar “a qualquer momento” e aconselhou os cidadãos norte-americanos a saírem do país no prazo de 24 a 48 horas.

“Se um ataque russo à Ucrânia prosseguir, é provável que comece com bombardeamentos aéreos e ataques com mísseis que obviamente poderiam matar civis, sem terem em conta a nacionalidade, claro. Uma invasão terrestre subsequente obviamente envolveria o ataque de uma força maciça”, disse.

Sullivan não apresentou provas para sustentar a sua suspeita, mas todas as movimentações diplomáticas concertadas para este final de semana são o reflexo da mesma preocupação.

Segundo o Público, muitas chancelarias repetiram o apelo de saída, incluindo a União Europeia (UE) que deu autorização ao seu pessoal diplomático não essencial para deixar o país e passar a funcionar em regime de teletrabalho.

“Não estamos a promover uma retirada. Por agora, os funcionários não essenciais têm a opção de fazer teletrabalho fora do país“, explicou Peter Stano, porta-voz do Alto Representante da UE para a Política Externa e Segurança.

“Continuamos a avaliar a situação à medida que evolui, em estreita consulta e coordenação com os Estados-membros da UE”, acrescentou.

O chefe da delegação europeia em Kiev, o estoniano Matti Maasikas, também recomendou esta sexta-feira ao pessoal não essencial para que deixe a Ucrânia “o mais rápido possível”, segundo um email divulgado pelo portal EU-Observer. O porta-voz da diplomacia da UE recusou comentar o conteúdo deste email.

A Letónia e a Estónia pediram que os seus cidadãos deixem a Ucrânia por causa de uma “séria ameaça à segurança representada pela Rússia perto da fronteira ucraniana e uma ameaça credível de uma escalada da situação”, referiram os ministérios dos Negócios Estrangeiros destes países.

Também Oslo e Washington enviaram a mesma mensagem aos seus cidadãos esta sexta-feira. Por sua vez, Ben Wallace, secretário britânico da Defesa, disse aos cidadãos britânicos para deixarem de imediato a Ucrânia enquanto ainda há meios para sair do país.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha revelou que tem preparado um dispositivo para a retirada de espanhóis que pode ser “ativado se necessário”. Fontes da diplomacia espanhola confirmaram esta informação à agência EFE, acrescentando que estão a analisar a situação e em contacto com os parceiros e aliados da UE.

Com alguns países e organismos a aconselharem os seus cidadãos e pessoal não essencial a saírem da Ucrânia, outras nações na NATO e UE, tal como a Espanha, decidiram, para já, “não mudar nada”.

Joe Biden e Vladimir Putin devem falar este sábado por telefone. O Kremlin sugeriu marcar a conversa para segunda-feira, mas a Casa Branca propôs antecipar a chamada.
Rússia pode invadir Ucrânia na próxima semana

A Administração Biden indicou, esta sexta-feira, que está convicta de que Vladimir Putin decidiu invadir a Ucrânia e que a ofensiva ocorrerá já na próxima semana.

A afirmação é sustentada por imagens de um satélite comercial de uma empresa privada norte-americana, que mostram uma maior concentração de tropas russas junto à fronteira com o país.

De acordo com o Jornal de Negócios, Joe Biden já realizou uma videoconferência com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, assim como com os líderes do Canadá, França, Alemanha, Polónia e Roménia e ainda o secretário-geral da NATO e a presidente da Comissão Europeia.

O Expresso salienta que a Ucrânia também já está a demonstrar uma preocupação acrescida com a possibilidade de um conflito aberto com a Rússia.

O exército emitiu um comunicado, esta sexta-feira, onde dizia que os separatistas apoiados pela Rússia no leste do país estão a realizar exercícios militares, para situações de “fogo real”: tanques, veículos de artilharia e blindados foram vistos a deslocarem-se dentro da província de Donbass, ocupada por separatistas apoiados por Moscovo em 2014.

Já há unidades do exército ucraniano em alerta máximo, dá conta o semanário.

A inteligência norte-americana fez saber recentemente que acredita que a Rússia já tem 70% das forças precisas para invadir a Ucrânia e que o exército poderá chegar a Kiev em apenas dois dias.

As forças ocidentais também já acusaram Vladimir Putin de estar a fabricar um filme de propaganda com imagens que seriam usadas para justificar um ataque, mas Moscovo nega todas as acusações.

https://zap.aeiou.pt/debandada-diplomatica-da-ucrania-462424


Manifestantes antivacinas a caminho de Paris !


Milhares de pessoas reunidas nos chamados “comboios da liberdade”, protestando contra as vacinas e as restrições impostas pelo Governo francês devido à pandemia, dirigem-se para Paris com a intenção de se manifestarem este sábado, apesar da proibição explícita das autoridades.

Vindas de todo o país, reunidas em vários acessos que convergem para a capital, as caravanas passaram a noite às portas da cidade e partiram agora, a um ritmo lento, em direção à capital.

Organizados através de redes sociais e aplicações de mensagens, os manifestantes afirmam pretender colapsar os acessos a Paris, apesar das disposições previstas pela Prefeitura, compostas por 7.200 agentes, veículos blindados e máquinas para evitar bloqueios.

Para evitar a vigilância policial, os comboios dispersaram-se e reuniram-se em várias entradas da cidade.

De momento, quase 100 pessoas foram multadas durante a noite por terem participado numa manifestação proibida, de acordo com a Prefeitura.
 
As autoridades estão a acompanhar de perto a situação para evitar imagens semelhantes às dos chamados “coletes amarelos” protestos de há alguns anos atrás, que deram a volta ao mundo.

O movimento “convois de la liberté“, inspirado por aqueles que conseguiram bloquear Otava, publicou uma série de exigências nas redes sociais, que giram em torno da rejeição de vacinas e medidas para encorajar as pessoas a tomá-las, tais como o certificado de vacinação.

Numa carta aberta dirigida ao Presidente francês, Emmanuel Macron, e ao primeiro-ministro, Jean Castex, pedem para que lhes seja devolvida “a liberdade de que foram privados durante dois anos devido a circunstâncias excecionais que já não existem”.

Além disso, exigem que a vacinação seja abandonada e que seja criada uma investigação farmacológica independente sobre os efeitos das vacinas.

Exigem também o regresso aos seus empregos dos trabalhadores de saúde despedidos por se recusarem a vacinar e a indemnizar qualquer trabalhador que tenha sofrido consequências por não o ter feito.

Macron está atento a este novo movimento de protesto, que surge apenas dois meses antes da primeira volta das eleições presidenciais para as quais, embora ainda não tenha declarado oficialmente a sua candidatura, está a liderar em todas as sondagens.

O Presidente aproveitou uma entrevista na sexta-feira à noite com a imprensa local para apelar à calma e disse compreender o cansaço dos cidadãos devido às restrições associadas à pandemia.

https://zap.aeiou.pt/manifestantes-antivacinas-a-caminho-de-paris-462440



A Grande Demissão continua a originar consequências. Há empresas de tecnologia a caminho do desespero, porque não conseguem contratar.

A «Grande Depressão» foi substituída, quase um século depois, pela «Grande Demissão». Em 2021, esta foi uma das expressões mais utilizadas no mundo do trabalho nos Estados Unidos da América, que serve para retratar os milhões de norte-americanos que deixaram o respectivo emprego por iniciativa própria.

Cansaço, ou mesmo esgotamento, intenção de mudança de carreira, mais teletrabalho, desejo de maior liberdade… Os motivos são vários.

E os números não pararam de subir: nos últimos oito meses, a média mensal de demissões por vontade do trabalhador foi sempre superior aos registos que havia antes do aparecimento do coronavírus.

No final do ano passado, só em Novembro, 4.5 milhões de residentes nos EUA deixaram os seus empregos porque quiseram. E cerca de um milhão desse total trabalhava em restauração ou hotelaria.

Mas não é só em restaurantes ou hotéis que a situação está complicada, para os responsáveis por empresas. No mundo tecnológico o cenário não é melhor, para quem emprega.

A revista Wired centrou-se em exemplos de empresas ligadas à tecnologia, que estão mesmo a ficar “desesperadas”. E o desespero não atinge somente empresas americanas.

Por exemplo, no Reino Unido as demissões por parte de trabalhadores nunca foram tantas, desde 2009.

Na empresa britânica Showhere há espaço para 16 novos trabalhadores. Entre programadores, gestores de projecto e designers… Não há interessados. Pelo menos, não há interessados com as competências que a fundadora Joy Nazzari quer.

“Nunca foi tão difícil, nem tão caro, contratar pessoas. Além disso, precisamos de manter, de defender quem já está cá, porque elas estão a ser procuradas no LinkedIn e ouvem relatos de amigos atraídos por salários maiores”, comentou Joy.

No sector das tecnologias, cerca de 76% dos patrões estão com dificuldades em completar a sua equipa de trabalho. Por isso, oferecem salários mais elevados e melhores condições: na licença parental, nos valores pagos para licenças, e até na permissão para o trabalhador se ausentar para tratar de adopção de animais.

A directora da Kolabtree, Ashmita Das, já nem olha para a morada dos candidatos: “No ano passado, deixámos de considerar a localização das pessoas, no processo de recrutamento. Contratamos quando e onde podemos”. O teletrabalho tem sido cada vez mais uma opção; e tem tendência a subir ainda mais, neste ano.

E mais: há empresas que oferecem dinheiro aos candidatos se estes aparecerem na entrevista de emprego. O exemplo citado é alemão; a DFV Deutsche Familienversicherung paga 500 euros a cada um dos candidatos escolhidos para a lista final do processo – se eles aparecerem na entrevista.

Por falar em dinheiro, nos EUA o salário médio para trabalhadores ligados à tecnologia subiu 7%, nos últimos dois anos; agora está em quase 7 mil euros por mês.

https://zap.aeiou.pt/empresas-pagam-para-candidatos-aparecerem-na-entrevista-de-emprego-462380


Empresas pagam para candidatos aparecerem na entrevista de emprego !


A Grande Demissão continua a originar consequências. Há empresas de tecnologia a caminho do desespero, porque não conseguem contratar.

A «Grande Depressão» foi substituída, quase um século depois, pela «Grande Demissão». Em 2021, esta foi uma das expressões mais utilizadas no mundo do trabalho nos Estados Unidos da América, que serve para retratar os milhões de norte-americanos que deixaram o respectivo emprego por iniciativa própria.

Cansaço, ou mesmo esgotamento, intenção de mudança de carreira, mais teletrabalho, desejo de maior liberdade… Os motivos são vários.

E os números não pararam de subir: nos últimos oito meses, a média mensal de demissões por vontade do trabalhador foi sempre superior aos registos que havia antes do aparecimento do coronavírus.

No final do ano passado, só em Novembro, 4.5 milhões de residentes nos EUA deixaram os seus empregos porque quiseram. E cerca de um milhão desse total trabalhava em restauração ou hotelaria.

Mas não é só em restaurantes ou hotéis que a situação está complicada, para os responsáveis por empresas. No mundo tecnológico o cenário não é melhor, para quem emprega.

A revista Wired centrou-se em exemplos de empresas ligadas à tecnologia, que estão mesmo a ficar “desesperadas”. E o desespero não atinge somente empresas americanas.

Por exemplo, no Reino Unido as demissões por parte de trabalhadores nunca foram tantas, desde 2009.

Na empresa britânica Showhere há espaço para 16 novos trabalhadores. Entre programadores, gestores de projecto e designers… Não há interessados. Pelo menos, não há interessados com as competências que a fundadora Joy Nazzari quer.

“Nunca foi tão difícil, nem tão caro, contratar pessoas. Além disso, precisamos de manter, de defender quem já está cá, porque elas estão a ser procuradas no LinkedIn e ouvem relatos de amigos atraídos por salários maiores”, comentou Joy.

No sector das tecnologias, cerca de 76% dos patrões estão com dificuldades em completar a sua equipa de trabalho. Por isso, oferecem salários mais elevados e melhores condições: na licença parental, nos valores pagos para licenças, e até na permissão para o trabalhador se ausentar para tratar de adopção de animais.

A directora da Kolabtree, Ashmita Das, já nem olha para a morada dos candidatos: “No ano passado, deixámos de considerar a localização das pessoas, no processo de recrutamento. Contratamos quando e onde podemos”. O teletrabalho tem sido cada vez mais uma opção; e tem tendência a subir ainda mais, neste ano.

E mais: há empresas que oferecem dinheiro aos candidatos se estes aparecerem na entrevista de emprego. O exemplo citado é alemão; a DFV Deutsche Familienversicherung paga 500 euros a cada um dos candidatos escolhidos para a lista final do processo – se eles aparecerem na entrevista.

Por falar em dinheiro, nos EUA o salário médio para trabalhadores ligados à tecnologia subiu 7%, nos últimos dois anos; agora está em quase 7 mil euros por mês.

https://zap.aeiou.pt/empresas-pagam-para-candidatos-aparecerem-na-entrevista-de-emprego-462380


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