sábado, 19 de março de 2022

Televisão estatal russa interrompe discurso de Putin !


Estádio Luzhniki estava cheio para ouvir o presidente da Rússia. Funcionários públicos obrigados a ir ao evento.

Vladimir Putin quis, em plena guerra na Ucrânia, assinalar os oito anos da oficialização da anexação da Crimeia por parte da Rússia.

No dia 18 de Março de 2014, o presidente da Rússia esteve com o líder da Republica da Crimeia, Vladimir Konstantinov , e com Aleksei Chaly, líder da maior cidade local, Sevastopol. Os três assinaram o acordo.

Oito anos depois, em Moscovo, Putin apareceu num Estádio Luzhniki cheio – tem capacidade para mais de 80 mil pessoas nas bancadas e ainda ficaram muitas no exterior. A BBC indica que os funcionários públicos foram obrigados a ir ao estádio. E, nas escolas, tem havido aulas especiais sobre a Crimeia.

Putin aproveitou a data para dizer mais uma vez que a invasão à Ucrânia tem como prioridade proteger os habitantes de Donbass dos “ultranacionalistas e neonazis” ucranianos.  

O presidente alega que a Rússia está a evitar um genocídio na Ucrânia: “Eles também não concordaram com este golpe de Estado. Organizaram imediatamente operações militares punitivas contra eles, e não apenas uma. Colocaram-nos sob cerco e sujeitaram-nos a tiros sistemáticos de canhão e ataques aéreos. Isto é o que se chama genocídio – salvar as pessoas do sofrimento deste genocídio é a principal razão, o motivo e o objetivo da operação militar”.

O evento foi uma autêntica festa patriótica, de exaltação da Rússia. Ouviram-se músicas no palco, além das palavras do presidente.

O discurso de Putin estava a ser exibido pela televisão estatal russa, que alegadamente estava a transmitir todo o evento em directo. Mas, de repente, a transmissão do discurso foi interrompida, sendo substituída por parte de um concerto.

Não se sabe bem o que aconteceu mas há dúvidas em relação à transmissão: se realmente era em directo. “Foi um problema técnico”, justificou o assessor Dmitry Peskov.

https://zap.aeiou.pt/televisao-interrompe-discurso-de-putin-468300


sexta-feira, 18 de março de 2022

EUA ameaçam guerra nuclear ou sanções !


Uma mudança sísmica está enviando ondas de choque pela economia global.

A bem estabelecida desordem capitalista, dominada pelo imperialismo dos EUA e em vigor desde a Segunda Guerra Mundial, está em terreno instável. Sanções econômicas extremas impostas à Rússia estão arrastando o mundo inteiro para uma guerra que começou muito antes da intervenção russa na Ucrânia em 24 de fevereiro.

Um grande cálculo é quais países serão forçados a aceitar as onerosas sanções econômicas impostas à Rússia pelos EUA. Os países que representam a maioria da população mundial não estão dispostos a vincular sua soberania ao controle total de Wall Street. Para o choque dos estrategistas de guerra dos EUA, quase toda a América Latina, Caribe, muitos países da África e a maior parte da Ásia rejeitaram as sanções à Rússia.

O desafio aberto de tantos países e grandes blocos comerciais é uma confirmação impressionante do enfraquecimento do poder econômico dos EUA.
Domínio dos EUA desafiado

É bem reconhecido que o domínio econômico dos EUA na Europa, e globalmente, foi desafiado pelo aumento do comércio da União Europeia com a Rússia e a China. A crescente integração do bloco de países da Eurásia, que se estende desde a China e o Sul da Ásia, passando pela Ásia Central e Rússia até a Europa, confere uma enorme vantagem econômica aos países envolvidos.

A crescente integração do comércio e investimento da UE com a Rússia e a China ameaça tanto a dominação do poder corporativo dos EUA na Europa quanto a hegemonia global dos EUA. É do interesse do poder corporativo nos EUA provocar cinicamente um conflito onde é menos afetado, mas fazê-lo em uma região onde seus rivais capitalistas na UE carregarão o fardo mais pesado.
EUA ameaçam guerra nuclear para obter sanções

Os EUA instigaram uma crise cercando a Rússia com bases da OTAN, organizando operações militares constantes e fornecendo armas pesadas à Ucrânia para atirar nas fronteiras da Rússia.

Os Estados Unidos são o único país que já usou armas nucleares. Ele incinerou duas cidades inteiras – Hiroshima e Nagasaki – em 1945. É o único país que se recusa a concordar com uma política nuclear de “No First Use”.

Ao colocar armas nucleares na Europa e instalar armamento com capacidade nuclear nas fronteiras da Rússia, está provocando abertamente a Rússia a atacar em legítima defesa. Os EUA usaram a ameaça nuclear não apenas contra a Rússia, mas para impelir a União Europeia a impor duras sanções à Rússia, embora fosse contra os interesses da UE cortar os laços econômicos com Moscou.

Com a UE, e especialmente a Alemanha, relutantes em impor sanções que romperiam todas as relações com a Rússia, os EUA jogaram duro. O presidente Joe Biden ameaçou a UE em 26 de fevereiro, dois dias depois de a Rússia iniciar sua operação militar na Ucrânia, que a única alternativa para seguir as sanções dos EUA “seria a Terceira Guerra Mundial”.

“Você tem duas opções. Iniciar uma Terceira Guerra Mundial, ir à guerra com a Rússia, fisicamente. Ou, dois, certifique-se de que o país que age de forma tão contrária ao direito internacional acabe pagando um preço por tê-lo feito. . . . Eu sei que essas sanções são as sanções mais amplas da história, sanções econômicas e sanções políticas”.

Em entrevista ao blogueiro Brian Tyler Cohen, Biden disse que seu “objetivo desde o início” era manter a OTAN e a União Europeia “na mesma página”. (Veja isso )

A UE, um bloco de economias capitalistas dominado pela Alemanha, é incapaz e não quer desafiar diretamente a hegemonia dos EUA, especialmente quando eles são ameaçados com uma guerra nuclear na Europa se não cumprirem. A UE impôs todas as sanções exigidas pelos EUA. Suas sanções refletem as impostas por Washington. No entanto, eles ainda podem comprar gás da Rússia, com base em um acordo com os EUA

Sanções foram impostas à Rússia em 2014, depois que a maioria da população russa na Crimeia votou para se juntar à Rússia. Isso ocorreu após um golpe fascista apoiado pelos EUA na capital ucraniana de Kiev. Naquela época, duas regiões do leste da Ucrânia – Donetsk e as Repúblicas Populares de Lugansk – se separaram das gangues fascistas em Kiev.

Desde o bombardeio dos EUA/OTAN à Iugoslávia em 1999, e apesar dos constantes alertas de perigo até mesmo de seus próprios estrategistas políticos, a política do governo dos EUA tem sido continuar absorvendo mais países do Leste Europeu na OTAN, construindo bases da OTAN em torno da Rússia, recrutando e treinando soldados e mercenários, criando provocações na fronteira russa e usando a Ucrânia como peão para desestabilizar toda a região.


Esses anos de constantes ataques econômicos e militares à Rússia estão escondidos do público nos EUA e na UE.
O que está por trás da política de guerra dos EUA?

Por que o comércio e a integração UE/Rússia são tão ameaçadores para o imperialismo dos EUA?

A UE é o maior investidor na Rússia. Um novo e maior gasoduto duplo, chamado Nord Stream 2, foi construído para transportar gás natural barato da Rússia através do Mar Báltico até a Europa. Deveria fornecer combustível para as indústrias da UE e calor para milhões de casas, evitando a dependência de carvão e petróleo altamente poluentes. O chanceler alemão Olaf Scholz suspendeu o projeto em 22 de fevereiro.

A energia representa 62% das importações da UE da Rússia. Custa muito menos do que o gás dos EUA, que é o maior exportador de gás GNL fraccionado. Este é um desafio para a abertura de novos mercados. Com a guerra e as sanções, as empresas de gás e petróleo dos EUA lucrarão imediatamente com os preços vertiginosos do combustível e garantirão seu controle futuro do mercado europeu.

O embate é maior do que apenas um gasoduto. A economia dos EUA está focada na produção militar. É o maior exportador de sistemas de armas. Mas o imperialismo dos EUA é incapaz de igualar os planos de desenvolvimento do Cinturão e Rota da China. Mais de 138 países assinaram novos portos, ferrovias, centros industriais e empréstimos a juros baixos.

Os empréstimos de desenvolvimento do Cinturão e Rota da China são muito mais atraentes do que os sistemas de armas dos EUA e os duros planos de austeridade associados aos empréstimos do FMI e do Banco Mundial.

O capital financeiro dos EUA está alarmado com o fato de dois terços dos países membros da União Européia terem assinado como membros formais dos projetos de Desenvolvimento do Cinturão e Rota da China. As cidades portuárias da Grécia, Itália, Portugal e Hungria estão sendo reconstruídas. Novos projetos de energia estão em andamento. O comércio da Europa com a China agora excede seu comércio com os Estados Unidos. (Veja isso )

Na luta para manter sua posição dominante, o imperialismo dos EUA tem apenas uma ferramenta contra essas relações econômicas em rápido desenvolvimento e fortemente concorrentes: a guerra. Tanto a guerra militar quanto a guerra econômica de sanções.
Sanções são guerra

As sanções não são um impedimento à guerra ou um substituto para a guerra. Eles são de fato uma escalada da guerra.

Usando o papel dominante do dólar na economia mundial, Washington impôs mais de 5.500 sanções à Rússia e está forçando outros países a reconfigurar suas economias para cumprir essas penalidades econômicas extremas. As sanções contra a Rússia são as medidas de guerra econômica mais extremas do mundo. (Veja isso )

As sanções criam hiperinflação, fomes artificiais, convulsões sociais e crises de saúde que punem as populações civis. Tão mortais quanto bombas, as sanções são um ato de guerra. Eles são corretamente rotulados como um Crime Contra a Humanidade.

As sanções conseguirão restaurar a posição do imperialismo norte-americano? Esse é claramente o cálculo.

A vice-diretora-gerente sênior do Fundo Monetário Internacional, Gita Gopinath , deu uma visão oficial dessa expectativa de que as sanções financeiras levarão a Rússia a uma "recessão profunda" e "mudarão a ordem econômica global". . . . Tem implicações para a ordem econômica global como a conhecemos.” (Veja isto ) Outros artigos de notícias preveem que a economia russa está “descendo pela calha de gelo”, vai “cair”, “entrar em queda livre” etc.

Vários economistas alertam que isso impactará a economia global. Para os banqueiros e financistas, a dor de milhões, mesmo dentro dos EUA, não é motivo de preocupação, desde que eles possam juntar os pedaços depois.

Especuladores preveem que indústrias de “defesa” e empresas de energia irão prosperar. Todas as previsões financeiras nos EUA e na Europa são de que isso afetará muito mais a economia europeia.
Terceiro mundo sancionado

Hoje mais de 40 países, abrangendo um terço da população mundial, já sofrem com as medidas econômicas impostas por Washington. Os EUA sancionaram Cuba, Venezuela, Nicarágua, China, Irã, Iraque, Síria, Palestina, Afeganistão, Zimbábue, Etiópia, Sudão e outros. Os países que negociam com alvos de sanções dos EUA enfrentam multas pesadas. Essa forma mortal de guerra econômica afeta todos os países vizinhos e destrói o desenvolvimento regional.

Muitos desses países, no entanto, estão encontrando maneiras de sobreviver por meio de programas complexos de troca e troca que estão se desenvolvendo à medida que o número de países sancionados cresce.

Quase todos os países atingidos por essas duras medidas desestabilizadoras dos EUA e sanções de confisco de ativos assinaram os programas de desenvolvimento da Iniciativa do Cinturão e Rota da China. Muitos dos países sancionados, incluindo Venezuela, Cuba e Síria, recebem remessas confiáveis ​​de combustível e grãos necessários da Rússia. Essas novas formas de troca, desenvolvidas por necessidade, começam a enfraquecer o estrangulamento econômico pretendido. A Rússia ainda tem um mercado forte para suas exportações além do alcance das sanções dos EUA.

A Rússia também é membro da Organização de Cooperação de Xangai. Esta é uma aliança econômica e de segurança que é a maior organização regional do mundo, cobrindo aproximadamente 60% da área da Eurásia, 40% da população mundial e mais de 20% do produto interno bruto (PIB) global. Dos 14 membros desse bloco comercial, seis já estão sob sanções dos EUA, mas mantêm relações econômicas normais.
Os países se recusam a cumprir

Para o choque dos estrategistas de guerra de Washington, muitos países que não estão atualmente sob sanções dos EUA estão se recusando a cumprir as sanções dos EUA e da UE impostas à Rússia. Até o momento, Índia, Paquistão, Bangladesh, Indonésia, África do Sul, Quênia, Tanzânia, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Catar, Brasil, Argentina, Bolívia, México e outros países com economias menores se recusaram a cumprir as medidas dos EUA que prejudicar suas próprias relações comerciais.

São nações com economias em crescimento e grandes populações. Vários países que anteriormente faziam parte da União Soviética e agora fazem parte da União Econômica da Eurásia (EAEU) – Bielorrússia, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão – provavelmente não cumprirão.

Vários países, não dispostos a enfrentar abertamente a ira econômica dos EUA, afirmaram vagamente que apenas cumpririam as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, onde um veto russo ou chinês tornaria tal votação improvável.

A pressão econômica e política dos EUA para que todos esses países cumpram se intensificará no próximo período.
Ameaçando a China

O principal regulador bancário da China, Guo Shuqing, diz: “Não participaremos de tais sanções e continuamos a manter as trocas econômicas, comerciais e financeiras normais com as partes relevantes”. (New York Times, 11 de março) Depois que Mastercard e Visa interromperam suas operações, os bancos russos recorreram ao UnionPay da China, que oferece opções de pagamento em 180 países.

A China ainda não deu assistência econômica ou militar à Rússia. Simplesmente se recusou a cortar suas relações econômicas normais. Isso está enfurecendo o governo Biden.

Os EUA ameaçaram publicamente a China por ajudar a Rússia a evitar sanções. A China foi lembrada de que dois de seus maiores parceiros comerciais são os EUA e a União Européia. A China precisa de acesso a esses mercados.

O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan , ameaçou a China diretamente, afirmando:

“Estamos comunicando direta e privadamente a Pequim que haverá absolutamente consequências” se a China ajudar a Rússia a “preencher” suas perdas com as sanções. “Não permitiremos que isso avance e que haja uma tábua de salvação para a Rússia dessas sanções econômicas de qualquer país em qualquer lugar do mundo.”

Sullivan disse que a China e todos os países estão cientes de que não podem “basicamente resgatar a Rússia. . . dar à Rússia uma solução alternativa para as sanções”, com impunidade. (Veja isso )

Se ameaças tão descaradas e ofensivas estão sendo feitas abertamente à China, ameaças mais duras estão sendo feitas a outros países.

Novas formas de comércio e troca desafiam o poder de hegemonia do dólar americano. Mas medidas extremas impostas à Rússia criarão intensa dor econômica de inflação e desemprego em escala global.

A classe dominante dos EUA, o Congresso dos EUA e a mídia corporativa dos EUA são neste momento unanimemente a favor de uma guerra econômica e até mesmo de um confronto militar, independentemente de quão destrutivos sejam para a vida humana, desde que abram novos mercados e destruir seus rivais.

Os democratas rapidamente abandonaram as promessas do Build Back Better e um pacote de saúde COVID-19 para saturar a Ucrânia com armas. Os trabalhadores nos EUA e na Europa pagarão o preço.

O perigo crescente é que uma guerra imperialista dos EUA nessa escala, combinada com a exigência de que o mundo inteiro participe, possa escalar perigosamente.

Workers World .

Posição da China “determinante” para futuro das relações com EUA !


Os analistas norte-americanos consideram que a posição que os chineses tomarem em relação ao conflito na Ucrânia vai ter um peso importante para o futuro das relações entre os dois países.

A posição da China face à invasão russa da Ucrânia vai ser “determinante” para o futuro das relações entre Pequim e Washington, segundo analistas norte-americanos, na véspera de os líderes chinês e norte-americano falarem por telefone.

Presidente norte-americano Joe Biden quer transmitir ao líder chinês, Xi Jinping, que a China corre o risco de causar “danos irreversíveis” às relações com Washington.

A declaração foi confirmada por Evan Medeiros, especialista em assuntos da Ásia do governo de Barack Obama, durante um seminário virtual organizado pelo ‘think tank’ German Marshall Fund, segundo a LUSA.

“Não são apenas os custos muito altos de cruzar esses limites — fornecer assistência militar, campanhas conjuntas de desinformação — mas, (…) uma vez ultrapassados, não há volta atrás”, sublinhou Medeiros.

“A mensagem para os chineses agora é que há, basicamente, uma variedade de opções futuras para o relacionamento. Algumas muito sombrias, outras mais moderadas”, acrescentou o especialista.

Biden e Xi vão falar hoje por telefone, numa altura em que os Estados Unidos tentam impedir a China de prestar apoio, militar ou económico, à Rússia.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse na quinta-feira que Biden “deixará claro que a China será responsabilizada por quaisquer ações que tome em apoio à agressão da Rússia”.

“Estamos preocupados com o facto de eles estarem a equacionar ajudar diretamente a Rússia com equipamento militar que será utilizado na Ucrânia. O Presidente Biden vai falar com o Presidente Xi e vai dizer-lhe claramente que a China será responsável por qualquer ato que vise apoiar a agressão russa, e que nós não hesitaremos em impor-lhe o preço”, disse Blinken, em conferência de imprensa.

O chefe da diplomacia norte-americana reiterou que a China tem a “responsabilidade de fazer uso da sua influência junto do Presidente [russo, Vladimir] Putin, e de defender as regras e os princípios internacionais que afirma apoiar”.

“Mas, pelo contrário, parece que a China está a ir na direção oposta, ao recusar-se a condenar esta agressão, enquanto tenta apresentar-se como um árbitro neutro”, lamentou Blinken.

Akio Takahara, professor da Universidade de Tóquio e antigo diplomata em Pequim, considerou que um fator-chave é entender se Xi está plenamente ciente da profundidade da indignação global e do
“O grau de responsabilidade está a aumentar a cada dia. Se [Putin] recorrer ao uso de armas químicas ou até armas nucleares, subirá ainda mais”, disse Takahara, durante o seminário da German Marshall Fund.

“Não sei se as pessoas ao redor [de Xi] lhe estão a dizer a verdade sobre a situação internacional, essa é uma grande preocupação que temos”, acrescentou o académico.

“Espero que [Xi] perceba a situação real por meio de conversas com líderes internacionais, como o presidente Biden”, apontou.

Poucas semanas antes da invasão, Xi e Putin emitiram uma declaração conjunta que delineou a visão para uma nova ordem mundial. Pequim negou que soubesse então dos planos de invasão de Putin.

Para a liderança chinesa, dizem os analistas de política externa, os EUA são o seu maior rival estratégico e manter a Rússia como parceiro dá a Pequim alguma vantagem nas negociações com Washington.

Os analistas acreditam que a China deverá manter os laços económicos com a Rússia, mas que continuará a abster-se de ajudar Moscovo a contornar as sanções impostas pelo Ocidente.

Hu Wei, uma analista chinês que presta aconselhamento ao Governo central, afirmou esta semana que a China deve “distanciar-se” da Rússia o “mais rápido possível”, apontando o conflito na Ucrânia como o evento geopolítico mais significativo desde a Segunda Guerra Mundial.

“A China só pode salvaguardar os seus próprios interesses ao escolher o menor de dois males, afastando-se da Rússia o mais rápido possível“, notou Hu Wei, num documento publicado em chinês, e a que a agência LUSA teve acesso.

Pequim “deve evitar jogar com os dois lados, abdicar da neutralidade e escolher a posição dominante no mundo”, acrescentou Hu, que é vice-presidente do Centro de Pesquisa de Políticas Públicas do Gabinete do Conselho de Estado.

“Para demonstrar o papel da China como uma grande potência responsável, a China não apenas não pode apoiar Putin, como também deve tomar ações concretas para evitar” que o conflito escale, concluiu Hu.

https://zap.aeiou.pt/posicao-da-china-determinante-para-futuro-das-relacoes-com-eua-468083


Comida fora do prazo e falta de combustível - Corrupção está a sabotar o exército russo !


O grande nível de corrupção no setor de defesa e segurança estará a sabotar o avanço do exército russo na Ucrânia.

A Rússia não contava encontrar este tipo de resistência por parte dos ucranianos, como já muitas vezes se referiu. O exército de Vladimir Putin esperava uma entrada mais fácil na Ucrânia, mas a realidade é que estão a ter dificuldades em combater os locais, apesar da superioridade em número e armamento.

O Presidente russo esperava até que fosse recebido de braços abertos em alguns casos, uma vez que pairava a ideia de que o povo ucraniano ansiava por fazer parte da Rússia. Mais uma vez, a realidade revelou-se bem diferente.

A lentidão de alguns ataques é um fator realçado por alguns analistas, que falam ainda de um grande número de baixas entre o exército russo e falta de coordenação.

Foi este o caso em Voznesensk, por exemplo. A pequena cidade foi, recentemente, palco de um confronto entre ucranianos e russos, que terminou com a inesperada vitória dos locais.

Os 400 soldados russos de uma brigada de infantaria naval baseada na Crimeia planeavam bombardear a cidade e tomá-la em apenas algumas horas.

No entanto, a resistência ucraniana saiu por cima. A batalha durou dois dias e terminou com 100 soldados russos mortos, 30 dos 43 blindados destruídos e um helicóptero derrubado.

A Rússia apenas por uma vez, ao sétimo dia de guerra, revelou o número de soldados mortos no conflito: 498. Esta quarta-feira, os Estados Unidos estimaram que, em 20 dias, o exército russo possa ter perdido já cerca de 7.000 militares.

Segundo o Público, o afastamento de dois responsáveis dos serviços de espionagem, postos em prisão domiciliária, é sintoma de que as coisas não correram como planeado na Ucrânia.

Andrei Soldatov, especialista em serviços de segurança da Rússia, diz que os dois responsáveis foram interrogados por falharem na informação sobre a Ucrânia que deram antes da guerra. “Disseram a Putin o que ele queria ouvir”, explicou Soldatov.

Num artigo publicado no POLITICO, Polina Beliakova, do Centro para Estudos Estratégicos da Tufts University, disse que o grande nível de corrupção no setor de defesa e segurança da Rússia foi também um dos fatores que prejudicou os russos no terreno.

Equipamento militar desadequado, comida fora do prazo — expirada em 2015 — ou falta de combustível. Estes são alguns dos problemas que o exército russo terá sentido em plena invasão à Ucrânia.

“Muitas inovações tecnológicas, incluindo as que poderiam aumentar a precisão dos ataques russos, nunca se materializaram devido a subornos, desvios e fraude”, disse Beliakova.

https://zap.aeiou.pt/corrupcao-sabotar-exercito-russo-468079


Google proíbe aplicação do governo da Malásia para “conversão” de homossexuais !


Após uma análise ao conteúdo da aplicação, empresa norte-americana concluiu que esta violava os seus regulamentos, decidindo suspender a sua comercialização.

Uma aplicação para telemóveis produzida pelo governo da Malásia com o propósito de ajudar a comunidade LGBT a “regressar à natureza” foi removida da loja online Google Play, depois da empresa ter concluído que o produto violava os regulamentos da plataforma.

A tecnologia foi lançada em julho de 2016, mas atraiu mais atenção quando foi partilhada no Twitter pelo departamento de desenvolvimento islâmico do governo do país. A publicação alegava, em linha com a intenção dos seus criadores, que a aplicação iria permitir às pessoas LGBT regressar a um estado de natureza ou pureza, sendo que quem a adquirisse teria também acesso a um e-book onde é detalhada a experiência de um homem gay que “abandonou o seu comportamento homossexual” durante o Ramadão.

Confrontada pelo The Guardian, a Google esclareceu que sempre que uma aplicação lhes é reportada, inicia-se um processo de investigação em linha com os regulamentos e caso seja encontrada alguma violação são tomadas “ações apropriadas” para manter uma “experiência de confiança para todos”.

Nos regulamentos da Google Play, é possível ler-se que não serão permitidas aplicações que “tentem enganar os utilizadores ou permitir comportamentos desonestos”. O departamento responsável pela tecnologia não comentou, até agora, o passo dado pela empresa.

Rachel Chhoa-Howard, investigadora da Amnistia Internacional da Malásia, classificou a aplicação como “perigosa” e “odiosa”. “A terapia de conversão é um procedimento profundamente discriminatório e doloroso que pode causar danos nos indivíduos que se sujeitam a ela. Já foi, inclusive, criminalizada em vários países. Apelamos às autoridades da Malásia que abandonem a prática imediatamente, assim como o uso da aplicação. Instem o respeito e a proteção dos direitos LGBT no país.”

Numan Afifi, fundador do grupo defensor dos direitos LGBT+ Pelangi Campaign, defende que a Google e as outras plataformas devem melhorar as suas ferramentas de moderação de conteúdos que estão alojados nas suas plataformas. “Os grupos comunitários que tentam denunciar todo o conteúdo potencialmente danoso já enfrentam múltiplos entraves, nomeadamente perseguições, censura e rusgas em manifestações ou protestos.”

“Agora que as eleições gerais estão à porta, estou bastante seguro de que a demonização da comunidade LGBT vai ficar mais intensa, especialmente entre aqueles que estão a tentar [ganhar] votos conservadores”, explicou.

A comunidade LGBTI da Malásia enfrenta uma discriminação generalizada, incluindo leis que proíbem as relações entre pessoas do mesmo sexo e a expressão não-normativa do género. A Google, por sua vez, já havia retirado uma aplicação de um grupo baseado nos Estados Unidos Living Hope Ministries que promovia a chamada “terapia de conversão“. A aplicação, que sugeria que os utilizadores podiam “rezar longe os gays”, foi removida em 2019.

https://zap.aeiou.pt/google-proibe-aplicacao-do-governo-da-malasia-para-conversao-de-homossexuais-468045


Há cada vez mais habitantes a dizer sayōnara a Tóquio !


Alteração nas prioridades dos japoneses, após a pandemia e a introdução do teletrabalho, parece ser um favor determinante no desejo de emigrarem para cidades mais pacatas e com maior qualidade de vida.

No momento em que Kazuya Kobayashi, de 40 anos, decidiu abandonar Tóquio para perseguir o seu sonho de ter o seu próprio restaurante de ramen, a cidade de Sano pareceu-lhe uma boa escolha. Para além de ser o lar espiritual do cricket japonês, o território nos subúrbios de Tochigi é famosa pelas suas lojas de ramen, muitas das quais a lutar para encontrar sucessores. “O coronavírus apareceu e, sendo a minha mulher débil, pareceu-nos ser a altura certa para nos mudarmos”.

O homem, que espera abrir o seu espaço no próximo ano, está longe de ser o único a querer abandonar a cidade mais populosa do mundo, com 13,9 milhões de pessoas, e com um Produto Interno Bruto superior ao dos Países Baixos. De acordo com uma estimativa recente do Governo, em 2021, a população da cidade caiu pela primeira vez em 25 anos, com uma perda líquida de 48.592 face ao ano anterior.

A tendência é visível também no número crescente de pessoas que procuram conselhos tendo em vista o início de uma nova vida fora dos limites de Tóquio, a qual os especialistas justificam com a pandemia, mas também com o advento do teletrabalho. Este parecia ser também um caminho há muito desejado pelas instâncias governamentais, que implementaram programas para revitalizar regiões mais rurais do Japão.

No ano passado, o Hometown Return Support Centre, uma organização sem fins lucrativos que ajuda pessoas precisamente a deslocar-se dentro do país, recebeu quase 50 mil pedidos de apoio de pessoas que pretendiam sair de Tóquio, 70% das quais com menos de 50 anos. O destino mais popular foi Shizuola, uma região na costa do Pacífico servida por um comboio de alta velocidade que faz a viagem até Tóqui numa hora. O segundo lugar foi arrecadado por Fukuoka, também próximo da capital.

Numa fase inicial, aquando do surgimento da pandemia, a relação das entidades patronais com o trabalho remoto não foi positiva, mas o tempo acabou por provar que a limitação do tempo nos escritórios poderia ser uma opção proveitosa para muitos indivíduos. Ainda assim, aqueles que optam por deixar Tóquio e as grandes cidades para trás citam questões como a qualidade de vida, os serviços de acolhimento de crianças e o custo de vida mais baixo para justificar o desejo de mudança.

Alterações recentes na economia japonesa também parecem ter contribuído para o comportamento dos japoneses. “Durante os anos que se seguiram à guerra, as pessoas sonhavam em viver em Tóquio”, explicou o responsável do Hometown Return Support Centre, Hiroshi Takahashi. “O Japão atingiu a sua transformação, mas, 30 anos após a explosão da bolha, a vida é mais incerta do que nunca e Tóquio perdeu alguma da sua atração. Agora mais pessoas sonham em sair.”

Takahashi acredita que a tendência continuará muito depois de a pandemia ter terminado. “No passado, o trabalho era tudo o que importava, mas agora as famílias estão a pensar no ambiente em que vivem, também. Os valores das pessoas mudaram.” Esta visão é sustentada por inquéritos recentes que mostravam que quase metade dos habitantes da cidade na casa dos 20 anos mostravam interesse em mudar-se.

Simultaneamente, a Sano parece ter capitalizado a sua associação com o ramen para atrair chefes de todo o país. Há dois anos, a cidade lançou uma iniciativa “projeto migração jamen” que providenciava aqueles que ali chegavam treino em tarefas tão diversas como fazer noodles, gestão ou contabilidade. As autoridades locais também ofereceu assistência financeira para ajudar a combinar novos chefs qualificados com lojas de ramen.

“Trabalhei em cozinhas de restaurantes em Tóquio e sempre quis gerir o meu próprio estabelecimento, por isso quando vi o ‘projeto ramen’ na televisão decidi candidatar-me”, disse Kobayashi, de 40 anos, cuja mulher está à espera do seu primeiro filho, ao The Guardian. “Passei 15 anos em Tóquio e gostei de estar lá, mas o custo de vida aqui é muito inferior  e as pessoas vêm de todo o lado para comer o ramen de Sano, por isso faz sentido financeiramente“.

Para além da capacitação dos que chegavam, Sano também começou a oferecer outros incentivos às famílias que chegavam, de forma a alimentar o movimento migratório interno, explica Mitsuru Ozeki, funcionária do departamento de emigração da cidade. “Queríamos encontrar uma forma de diferenciar Sano de outros territórios e a sua localização ao ramen pareceu-nos a forma mais óbvia de o fazer”, aponta. “Oferecemos incentivos aos jovens para comprarem casas aqui, assim como outros benefícios financeiros. As rendas são baixas, o ar é limpo e a comida é deliciosa.”

https://zap.aeiou.pt/ha-cada-vez-mais-habitantes-a-dizer-sayonara-a-toquio-468018

 

Esta semana a Torre Eiffel cresceu seis metros !

Operação de colocação de uma antena para a transmissão do sinal digital de rádio contou com a participação de um helicóptero.

Não, não se trata de mais um projeto de reconstrução ou modificação mirabolante. A Torre Eiffel cresceu, de facto, seis metros esta semana graças a uma manobra capaz de gerar vertigens a muitos.

Uma equipa de engenheiros acrescentou uma nova antena de rádio no topo com a ajuda de um helicóptero. A torre, o edifício mais alto de Paris, passou a medir 330 metros depois da recente adição.

Enquanto a manobra decorria, grupos de turistas atentos assistiam, à medida que o objeto era colocado na posição correta, ao mesmo tempo que dois engenheiros acompanhavam o procedimento – que à distância não era totalmente percetível.

A nova antena será usada para transmitir rádio digital na capital francesa.  

O monumento foi construído em 1889 a partir de um projeto do arquiteto Gustave Eiffel, no entanto, o plano original era que fosse desmantelado 20 anos depois.

De forma a evitar este final, o autor tentou que fossem dadas à torre outras funções, como a monitorização da meteorologia, mas também para observação astronómica.

Ainda assim, foi o seu papel como emissor de sinal rádio para fins militares que salvou a torre da sua destruição, de acordo com os relatos oficiais.

De facto, na I Guerra Mundial terá servido para enviar telegramas até aos Estados Unidos e é lhe atribuída a descodificação de mensagens alemãs durante esse mesmo conflito.

A antena anterior foi posicionada em 2000 e era usada para a televisão digital.

https://zap.aeiou.pt/esta-semana-a-torre-eiffel-cresceu-seis-metros-468017


Apesar do boicote à energia russa, a adoção de alternativas verdes enfrenta inúmeros entraves !


Apesar do desejo de isolar a economia russa o máximo possível, a dependência energética é um problema que não se resolve mesmo com a aposta em energia verde.

A União Europeia importa 40% do seu gás natural da Rússia e mais de metade dos barris de crude que a Rússia exporta diariamente vêm para a Europa. Estes eram dois pressupostos que poucos ousavam questionar antes de 24 de fevereiro, no entanto, a invasão russa à Ucrânia veio alterar o panorama político e económico de forma inesperada, com o ocidente a concordar, quase de forma unânime, que não poderia prosseguir com este nível de dependência. Como tal, a Comissão Europeia anunciou recentemente planos para diminuir as importações de combustível russo no prazo de dez anos.

Esta posição decisiva – a confirmar-se – por parte de algumas das maiores economias mundiais pode acelerar a transição para fontes de energia verde a nível global. No entanto, há um pormenor que tem vindo a escapar nas análises de muitos especialistas: as disrupções na cadeia de fornecimento de metais essenciais – e outros materiais – causadas pela guerra podem também causar perturbações no desenvolvimento de tecnologias alternativas. Por exemplo, a descarbonização exigirá grandes quantidades de energia renovável, assim como novas formas de a transportar e armazenar.

Os países que importavam muito combustível russo vão precisar de substituir as condutas e depósitos por novas redes de transmissão e baterias. Acontece que as tecnologias envolvidas tendem a ser fabricadas a partir de metais e materiais escassos, cujo fornecimento acontece por via da Rússia e da Ucrânia – de forma significativa.

A platina e o paládio são metais preciosos usados para fazer conversores de catalisadores, peças que servem para reduzir a concentração de poluentes nas emissões dos veículos com motores de combustão internos. Nos próximos anos, estes metais também serão usados para produzir células de combustíveis que farão parte dos carros e autocarros que funcionam com hidrogénio de combustão amigo do ambiente.  

Adicionar hidrogénio às redes de gás pode deslocar algum do gás natural que é atualmente utilizado para aquecer casas e gerar eletricidade como parte de uma estratégia mais ampla para eliminar gradualmente o combustível fóssil. As máquinas que conseguem produzir combustível hidrogénio através da divisão de moléculas de água com eletricidade são chamadas electrolisadores, sendo elas também feitas com platina e paládio.

De acordo com o The Conversation, mais de 35% do paládio mundial provém da Rússia. A sede da Nordickel, a maior produtora mundial, fica em Moscovo, sendo a empresa responsável por 40% da produção mineira de paládio a nível global. Simultaneamente, 12% da platina mundial também chega da Rússia.

O lítio, o níquel e o cobalto são metais utilizados em baterias de veículos elétricos. Deste conjunto, a região separatista de Donbass possui reservas abundantes do primeiro metal, apesar de o país não ser um grande produtor. A produção na dita região estagnou ainda mais como consequência da guerra.

No que respeita ao colbato, a maioria provém das minas da República Democrática do Congo, conhecida pelas constantes violações dos direitos humanos. A Rússia é o segundo maior produtor, responsável por 4% da oferta global. Numa altura em que os fabricantes de baterias para carros elétricos lutam, contra o tempo, para substituir o colbato por quantidades cada vez maiores de níquel de alta qualidade, 10% do fornecimento deste material é feito pela Rússia.

Ainda assim, há esperança e alternativas para as baterias que se pretendem livres da dependência de colbato e níquel. No entanto, nem estas têm garantias de sucesso, já que também a Rússia é a quarta maior produtora de rocha fosfática, uma matéria-prima utilizada em baterias de fosfato de lítio de ferro – um design alternativo que tem liderado a corrida.

Outra possibilidade que começa a ser estudada é a reciclagem de baterias carros elétricos, o que configuraria uma fonte alternativa de matérias com elevada procura. O entrave aqui seria as quantidades insuficientes de unidades, até que as existentes cheguem ao fim de vida. As baterias de iões de lítio duram entre oito e dez anos, apesar de algumas poderem exceder este prazo ou gozar uma segunda vida noutras aplicações.

Nos próximos anos, a procura por minerais raros deverá aumentar drasticamente. E neste grupo pode incluir-se o neodímio e o disprósio, que podem ser utilizados para fazer os ímanes extremamente fortes dos geradores de turbinas eólicas e os motores eficientes dos carros elétricos.

A Rússia representa apenas cerca de 2% da produção global de minerais raros, pelo que é provável que o impacto imediato da guerra seja pequeno. No entanto, o país detém reservas significativas não desenvolvidas. Em 2020, o país anunciou um investimento de 1,5 mil milhões de dólares para fazer crescer esta indústria. Atualmente, a Rússia carece da indústria e da base tecnológica necessárias para refinar estes materiais e introduzi-los no mercado. Mas com ambições de crescer neste sector, a Rússia poderia, por exemplo, fechar a porta a países que desejem ter acesso a estes materiais.

O custo humano da guerra de Putin contra a Ucrânia é incalculável, mas os custos das alterações climáticas serão sentidos à escala global se as emissões de carbono continuarem a aumentar. Novas cadeias de abastecimento levam anos, em alguns casos décadas, a desenvolver-se, e com um imperativo ardente de descarbonização rápida, o mundo não enfrenta opções fáceis para alimentar a sua transição verde.

https://zap.aeiou.pt/apesar-do-boicote-a-energia-russa-a-adocao-de-alternativas-verdes-enfrenta-inumeros-entraves-467722


Uma pequena cidade ucraniana pode decidir o futuro da guerra com a Rússia !


A cidade de Voznesensk é um ponto estratégico de interesse para ambos os países. Nos últimos dias, as forças ucranianas resistiram aos avanços russos.

Voznesensk é uma pequena cidade, com cerca de 35 mil pessoas, no sul da Ucrânia. Recentemente foi palco de um confronto entre ucranianos e russos, que terminou com a inesperada vitória dos locais.

Em menor número, voluntários locais e militares repeliram os invasores, que fugiram, deixando para trás armamento e soldados mortos, retrata Yaroslav Trofimov, correspondente do The Wall Street Journal na Ucrânia.

Os 400 soldados russos de uma brigada de infantaria naval baseada na Crimeia planeavam bombardear a cidade e tomá-la em apenas algumas horas.

No entanto, a resistência ucraniana saiu por cima. A batalha durou dois dias e terminou com 100 soldados russos mortos, 30 dos 43 blindados destruídos e um helicóptero derrubado.

“Às vezes, gostaria de pôr estes corpos num avião e lançá-los todos em Moscovo, para que percebam o que está a acontecer aqui”, disse Mykhailo Sokurenko, o diretor funerário de Voznesensk.

“Não tínhamos um único tanque contra eles, apenas granadas, mísseis Javelin e a ajuda de artilharia”, disse Vadym Dombrovsky, comandante do grupo de reconhecimento das forças especiais ucranianas na área, em declarações ao jornal norte-americano.
“Os russos não esperavam que fôssemos tão fortes. Foi uma surpresa para eles. Se tivessem tomado Voznesensk, teriam isolado todo o sul da Ucrânia”, acrescentou.

De facto, a pequena cidade de Voznesensk é um ponto estratégico de interesse para os russos.

Caso as tropas de Vladimir Putin tivessem sido bem-sucedidas, não só cortariam as principais linhas de comunicação inimigas, como conquistariam uma porta de entrada para a central nuclear de Zaporizhzhia e caminho para atacar Odessa pelas costas.

Voznesenk oferece uma ponte alternativa sobre o rio Bug e acesso à estrada principal que liga Odessa ao resto da Ucrânia.

“Os russos receberam ordens para entrar, prender e aguardar mais instruções. Mas não tinham ordens sobre o que fazer em caso de derrota. Isso eles não planearam”, disse Dombrovsky.

https://zap.aeiou.pt/cidade-ucraniana-decidir-guerra-467986

Acordo entre Rússia e Ucrânia pode estar “muito longe” de acontecer


Fontes do jornal britânico The Guardian notam posição intransigente de Putin nas suas últimas declarações.

Apesar dos sinais positivos deixados pelas delegações russos e ucranianas desde que, no início da semana, se sentaram à mesa para discutir um possível acordo de paz que colocasse fim à invasão russa, o jornal The Guardian noticia esta tarde que as partes estão “muito longe” de um acordo. Ainda assim, as negociações continuam.

O jornal britânico cita fontes anónimas que revelam que “ambas as partes estão a levar a sério as negociações”, apesar das posições drasticamente distantes. Outro interveniente lembrou o discurso proferido pelo presidente russo ontem, no qual transparecia uma posição de pouco compromisso. A notícia surge um dia após o Financial Times ter revelado a existência de um plano de paz composto por 15 pontos.

Entre eles constava a discussão do estatuto de neutralidade da Ucrânia, em linha com o da Suécia, em questões de defesa. Outro dos pontos tinha que ver com com a independência das regiões separatistas, uma posição que o Governo de Kiev sempre recusou.

Oleksii Reznikov, representante do presidente ucraniano nas negociações, já tinha feito saber que os pontos conhecidos apenas refletiam o posicionamento russo nas negociações. Apesar de realçar que o trabalho continua, o responsável chamou a atenção para o facto de, ao mesmo tempo que as negociações decorrem, os bombardeamentos russos também continuarem. Como tal, impõe como premissa para um compromisso que as hostilidades parem de imediato.

“Nós vamos, em primeiro lugar, durante as negociações, falar sobre um cessar-fogo, sobre corredores humanitários, sobre garantir evacuações e o fornecimento de água e comida. E talvez mais tarde possamos assinar um acordo de paz.”

Reznikov terá dito a um grupo de eurodeputados que Isreal também estava a tentar mediar um acordo, apesar de o Kremlin ter de ser forçado a entrar em negociações reais.

https://zap.aeiou.pt/acordo-entre-russia-e-ucrania-pode-estar-muito-longe-de-acontecer-467978

 

“Putin fracassou psicologicamente” por ainda não ter tomado Kiev, diz embaixadora ucraniana em Portugal

O Presidente russo, Vladimir Putin.
A embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, acredita que que Putin está a falhar por ainda não ter conseguido controlar a capital e deixa um agradecimento aos portugueses pela hospitalidade com os refugiados.

Em entrevista ao Expresso, a embaixadora da Ucrânia em Portugal refere que “Putin fracassou psicologicamente” por ainda não ter conseguido tomar Kiev ou matado Zelenskyy.

“Posso dizer que a nossa Presidência, o nosso Governo, os nossos ministérios, inclusive o dos Negócios Estrangeiros funcionam em regime normal“, afirma, sublinhando que as tropas ucranianas têm “reconquistado cidades”.

Inna Ohnivets não avança números específicos sobre mortes de civis, mas adianta que já são mais de mil. “Pelos nossos números já morreram mais de 12 mil militares russos no território ucraniano”, avança. As tropas ucranianas contactaram as mães de muitos soldados russos que rondam os 20 anos, nota.

Têm sido noticiados muitos treinos de civis que querem ajudar na defesa do país e a embaixadora avança que 200 mil cidadãos estão dispostos a entrar no combate em Kiev e que muitos destes têm experiência militar.

A diplomata apela ainda ao Governo português que apoie mais a aproximação da Ucrânia à Europa. “Quero expressar a nossa sincera gratidão ao povo português e ao Governo português pelo projeto de acolhimento dos refugiados ucranianos. É magnífico, na minha opinião. Quando chegaram os primeiros 265 refugiados ucranianos de avião, o Presidente de Portugal cumprimentou-os com grande emoção, e isso significa que os refugiados são bem-vindos”, realça.

A embaixadora deixa ainda uma mensagem aos russos que vivem em Portugal. “Muitos dos que vivem na Rússia participam nas manifestações, são detidos e presos. Muitos soldados russos, jovens, não querem regressar porque percebem como é a vida na Rússia. Vi um vídeo de um militar russo com experiência no Ministério do Interior. Rasgou todos os seus documentos para não regressar. A desinformação na Rússia funciona“, remata.

https://zap.aeiou.pt/putin-fracassou-kiev-embaixadora-467884

 

quinta-feira, 17 de março de 2022

Espiões já estarão a estudar como assassinar Putin — Mas o golpe pode vir do Kremlin !


Um antigo espião francês, perito em assassinatos, diz que já haverá planos em curso para assassinar Vladimir Putin — mas que o golpe deverá vir de dentro do Kremlin.

A invasão da Ucrânia pela Rússia levou uma panóplia de países a condenar as ações do Presidente russo, Vladimir Putin, que governa o país com mão de ferro há quase dez anos. Poderá o fim da guerra passar pelo assassinato do líder russo?

Um antigo agente admite que haverá agências de espionagem a esboçar planos para matar o Presidente russo.

“A operação está em cima da mesa de todas as agências de inteligência”, disse um veterano agente da Direção Geral de Segurança Externa de França (DGSE) ao The Daily Beast. “Eu sei disso porque costumava planeá-las”, disse o agente em anonimato.

Diplomaticamente, o eventual assassinato de Putin nunca é posto em questão, visto que seria um ponto sensível que poderia agravar o clima de tensão atual. Este é, regra geral, um tema discutido fora dos holofotes da imprensa.  

O espião especialista em eliminação, agora reformado, disse que o método mais eficiente para assassinar Vladimir Putin seria com veneno.

“A tentativa será de dentro do Kremlin. Este não é um trabalho de fora”, disse o espião ao The Daily Beast.

“A inteligência russa é provavelmente a única que resta a usar veneno”, diz o francês. Vários inimigos do Kremlin foram assassinados desta forma, desde o desertor da KGB Nikolai Khokhlov (café misturado com tálio) ao candidato presidencial ucraniano Viktor Yushchenko (jantar temperado com dioxina).

Mas a tarefa de assassinar Putin está longe de ser fácil. O líder russo está nas sombras da guerra e, de acordo com uma fonte do governo russo, Putin terá despedido as cerca de 1.000 pessoas — de cozinheiros a guarda-costas — que trabalhavam para si e substituiu-as.

“Duvido que Putin viaje longe de veículo. Não há veículo blindado que possa sobreviver a algumas toneladas de explosivos enterrados na rua”, disse o ex-espião gaulês.

Desta forma, matar o Presidente russo “será um trabalho caro, uma fortuna”, acrescenta o agente, salientado que já deve haver uma cifra fixada.

https://zap.aeiou.pt/espioes-assassinar-putin-golpe-kremlin-467789


Putin fala de “auto purificação” russa e chama “traidores” aos críticos !


O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou esta quinta-feira os russos que não apoiam a invasão da Ucrânia de serem traidores e falou de uma “auto purificação” da sociedade russa.

Os russos “serão sempre capazes de distinguir os verdadeiros patriotas da escória e traidores, e simplesmente os cuspirão, como um mosquito que acidentalmente voou para as suas bocas”, disse Putin.

“Estou convencido de que uma auto purificação tão natural e necessária da sociedade só fortalecerá o nosso país”, acrescentou o líder russo, num discurso transmitido pela televisão pública.

Putin acusou o Ocidente de estar a usar uma “quinta coluna” de russos traidores para criar distúrbios civis. “E há apenas um objetivo, já falei sobre isso — a destruição da Rússia”, disse.

Após o discurso, a polícia russa anunciou os primeiros casos criminais sob uma nova lei que permite penas de prisão até 15 anos pela disseminação intencional daquilo que a Rússia considera ser informação falsa sobre a guerra na Ucrânia.
 
Entre os acusados está Veronika Belotserkovskaya, autora de livros de culinária em russo que mora no estrangeiro.

As autoridades russas têm denunciado várias vezes relatos de reveses militares russos ou mortes de civis na Ucrânia como “informação falsa” e os meios de comunicação estatais referem-se à invasão da Ucrânia pela Rússia como uma “operação militar especial” em vez de uma “guerra” ou “invasão”.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/putin-chama-traidores-criticos-467857


Biden acusa pela primeira vez Putin de ser um “criminoso de guerra” ! Kremlin fala em declarações “inaceitáveis” !


O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acusou hoje o homólogo da Rússia, Vladimir Putin, de ser um “criminoso de guerra”, utilizando esta expressão pela primeira vez desde o início da invasão russa da Ucrânia.

“É um criminoso de guerra”, atirou, sem mais detalhes, quando respondia a um jornalista à saída de um evento dedicado à luta contra a violência doméstica, que decorreu na Casa Branca.

A porta-voz da presidência norte-americana, Jen Psaki, esclareceu pouco depois que Biden tinha falado “com o coração” depois de ter visto imagens das “ações bárbaras de um ditador brutal”.

Jen Psaki acrescentou que continua em andamento um “procedimento legal no Departamento de Estado” relativo à qualificação legal de “crimes de guerra” cometidos pela Rússia na Ucrânia.

Até agora, nenhum governante norte-americano tinha utilizado publicamente os termos “criminoso de guerra” ou “crimes de guerra”, ao contrário de outros estados ou organizações internacionais.

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, por exemplo, descreveu na semana passada como um “crime de guerra hediondo” o bombardeamento russo de uma maternidade e hospital pediátrico perto de Mariupol, que causou três mortos, incluindo uma criança, e 17 feridos.

Também o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, referiu no início de março que considerava o uso de munições sobre civis inocentes um “crime de guerra”.

De resto, o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), que investiga a existência de crimes de guerra na Ucrânia, visitou o país e conversou por videoconferência com Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, revelou hoje este organismo.

O Kremlin (presidência russa) reagiu de imediato a estas declarações de Joe Biden, considerando-as “inaceitáveis e imperdoáveis”.

“Consideramos esta retórica do chefe de Estado [norte-americano], cujas bombas mataram centenas de milhares de pessoas em todo o mundo, inaceitável e imperdoável”, referiu o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência estatal russa.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/biden-putin-criminoso-guerra-kremlin-467868


Ruas em França: 60% dedicadas a homens, 6% a mulheres !


Victor Hugo e Charles de Gaulle andam por todo o lado. Mas em Paris, só 2% das ruas recordam mulheres. Em Lyon o assunto está a ser debatido.

A contabilidade resume o assunto: mais de 60% dos nomes de ruas em França são dedicadas a homens famosos franceses; as mulheres francesas são recordadas em apenas 6% das ruas em França.

No Fodor’s, portal dedicado a viagens e turismo, lembra-se que há diversos ex-generais, políticos, cientistas e revolucionários homenageados através dessas placas. O escritor Victor Hugo e o general Charles de Gaulle andam por todo o lado.

Em cada cidade são normalmente as autarquias a definir a designação, com um domínio claro de homenagens a homens.

Mas nomes de mulheres quase não aparecem nos nomes das ruas. Na capital Paris a percentagem de ruas com nomes de mulheres desce para 2%. 

Em Lyon esse assunto já tem sido debatido, desde 2014. A ideia era, ao nomear ruas novas, dedicar metade das designações a homens e dedicar a outra metade a mulheres. Não era suficiente. Mais tarde a percentagem mudou consideravelmente: 90% das ruas novas são dedicadas a mulheres.

A cidade que tem agora quase 1.5 milhão de habitantes tem “aumentado”, as ruas novas são uma constante. Obviamente, regra geral, as ruas que já têm nome não mudam de designação (seria uma revolução burocrática para os seus moradores), mas as mulheres dominam nas novas estradas.

Em relação às homenagens a antigos colonizadores em África, que comandaram movimentos que originaram a morte de muitas pessoas em Marrocos e na Argélia, a decisão em Lyon foi, não mudar o nome dessas ruas, mas sim acrescentar informação nas placas ou outros acessórios, que explicam exactamente o que o homem em causa fez.

E, para originar uma espécie de contraste, nas mesmas zonas de Lyon foram construídas estátuas de outros ilustres, dignos de reconhecimento público.

Por falar em estátuas, nesse capítulo também existe uma discrepância em França: estátuas de homens representam pessoas, estátuas de mulheres representam figuras da mitologia e semi-vestidas, que representam a República da França ou que são retratadas como santas.

O Governo de França catalisou mil milhões de euros para promover a igualdade de género, em 2019; parte importante dessa quantia foi destinada às estátuas femininas, para deixarmos de ver apenas “figuras rechonchudas da Virgem Maria”.

“Andar pelas ruas da cidade não é apenas uma parte da vida cotidiana, é parte de nossa relação com o mundo. Ao ignorar as mulheres nos nomes das ruas, estamos efectivamente a dizer que as mulheres não existem! Que não têm o direito de ser nomeadas!”, lamentou Anne Monteil-Bauer, fundadora da associação de Lyon, Si/si, les femmes existent (sim, as mulheres existem).

Agora, Lyon homenageia mulheres em 11% das ruas da cidade. É um número baixo – mas está 5% acima da média nacional em França.

E a igualdade total na designação de ruas, em Lyon, poderá surgir só daqui a um século.

https://zap.aeiou.pt/ruas-franca-homens-467780


Após a subida repentina provocada pela guerra, o preço do petróleo está em queda !


Para além da guerra, também a inflação e a subida do número de casos de covid-19 na China têm desempenhado um papel importante na determinação do preço do barril de Brent.

Após a invasão russa à Ucrânia e dos países ocidentais anunciarem um conjunto de sanções tendo em vista um boicote ao petróleo russo (liderado pelos Estados Unidos da América), os preços mundiais do crude Brent ultrapassaram 139 dólares por barril.

Os analistas alertaram que a escalada poderia ir até aos 185 dólares ou, até, aos 200, num momento em que os revendedores tentavam encontrar soluções alternativas e gerir o impacto da inflação – também numa tendência crescente.

No entanto, os últimos dias ficaram marcados por uma inversão, com uma queda de 30% no barril de Brent, que ficou a menos de 100 dólares pela primeira vez este mês.

Segundo os economistas, a retração acentuada e invulgar foi acentuada pela esperança dos mercados de que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos pudessem impulsionar a produção de petróleo e que a procura chinesa pudesse diminuir face ao número crescente de casos de covid-19 nas suas grandes cidades, o que aliviaria o aperto no mercado.

No entanto, os mesmos economistas alertam que o perigo ainda não passou. O petróleo continua a negociar significativamente acima do que custa a sua produção e é provável que as oscilações extremas continuem perante a altura de incerteza.

“Eu não descartaria já os 200 dólares por barril”, apontou Bjørnar Tonhaugen, chefe dos mercados petrolíferos da Rystad Energy, à CNN. “É demasiado cedo.”

Tal como explica a mesma fonte, após a invasão, os preços do petróleo dispararam à medida que os vendedores começaram a perspetivar as exportações russas de crude como intocáveis.

Isto suscitou preocupações sobre qual seria a fonte de fornecimento substituta dos 4 a 5 milhões de barris por dia que anteriormente saíam da Rússia. Esta preocupação é agravada pelo aumento da procura provocado pela proximidade do verão.

Ao longo da última semana, os investidores pareciam estar a debater-se com a possibilidade de terem exagerado na gravidade das suas previsões.

De forma a pôr água na fervura, o embaixador dos Emirados Árabes Unidos em Washington veio dizer que o seu país pretende aumentar a produção de petróleo, criando a esperança de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo possa intervir no panorama atual de subida de preços.

Ao mesmo tempo, o mundo continua a girar. No conflito entre a Rússia e a Ucrânia continuam as tentativas de alcançar um consenso que resulte num cessar-fogo e a China, confrontada com um ressurgir da pandemia da covid-19, decretou um bloqueio no centro tecnológico de Shenzhen e novas regras sanitárias para a região de Xangai, o que pressupõe uma menor necessidade de energia a curto prazo.

A China importa cerca de 11 milhões de barris de petróleo por dia.

Estas dinâmicas são importantes porque, por exemplo, a queda dos preços do petróleo impediu que os preços da gasolina subissem nos Estados Unidos.

Por agora e enquanto os países europeus se deparam com valores históricos para as mesmas matérias. Apesar de 100 dólares por barril de petróleo ainda ser um valor extremamente alto, caso os preços se mantenham neste intervalo pode haver um alívio no que respeita à aceleração da inflação.

Quanto ao futuro, os economistas parecem divididos, tal como os investidores permanecem inseguros.

Alguns apontam para uma dinâmica de 125 dólares por barril até ao final de junho, enquanto outros acreditam que sejam batidos recordes enquanto perdura o conflito na Ucrânia. “Esta é a calma antes da tempestade”, aponta Tonhaugen.

https://zap.aeiou.pt/apos-a-subida-repentina-provocada-pela-guerra-o-preco-do-petroleo-esta-em-queda-o-que-se-segue-467725


A resposta à Rússia tem ajudado a popularidade de Biden — Mas pode não chegar para uma vitória nas intercalares !


A popularidade do Presidente norte-americano tem aumentado ligeiramente nas últimas semanas, com os cidadãos a aprovarem a sua resposta ao conflito na Ucrânia. No entanto, a inflação é a principal prioridade e esta recuperação de Biden ainda não chega para uma vitória Democrata nas intercalares.

O primeiro ano de Joe Biden à frente dos destinos dos Estados Unidos não foi dos melhores. Entre a pandemia, a inflação, a retirada caótica das tropas do Afeganistão e os sucessivos impasses das suas propostas de lei no Congresso, o chefe de Estado norte-americano tem vindo a falhar no objectivo de satisfazer os cidadãos.

As sondagens nos últimos meses têm mostrado que mais americanos desaprovam do que aprovam o trabalho de Biden e que este chegou até a ser o segundo chefe de Estado mais impopular, atrás apenas do seu antecessor, Donald Trump.

As médias dos agregadores de sondagens FiveThirtyEight e RealClearPolitics mostram que apenas 42,8% e 42,1% dos inquiridos, respectivamente, têm uma opinião favorável em relação a Biden.

Se a crise no Afeganistão foi um grande golpe na imagem do Presidente a nível da política externa, a resposta de Biden à guerra na Ucrânia está a ser melhor recebida e pode dar-lhe o impulso de que os Democratas precisam para terem um bom resultado nas intercalares, que por agora, parecem favas contadas para os Republicanos.

Um sondagem da Yahoo News e da YouGov levada a cabo entre 10 e 14 de Março notou uma subida de 7% entre os inquiridos que consideram que Biden está a liderar melhor o seu país do que Putin, passando de 33% para 40%.

Os Democratas que defendem a resposta de Biden subiram de 68% para 80% e a preferência dos Republicanos por Putin caiu de 36% para 19%, tendo também subido o número de Republicanos que são indiferentes entre os dois líderes, passando de 46% para 63%.

Já os Independentes, um eleitorado que costuma decidir eleições e que varia entre os 7% e 14%, passaram de uma divisão a meio (com 22% para o lado de Putin e 21% do lado de Biden) para uma escolha clara a favor do ocupante da Casa Branca, com 33% apoiar Biden e apenas 10% a preferir Putin.

No geral, mais americanos acreditam que a resposta de Biden tem sido “razoável” (31%) e 34% defendem que o Presidente deve ser mais duro. Já 6% acreditam que a reacção de Biden tem sido exagerada.

Apenas 39% aprovam da acção de Joe Biden, uma subida de apenas cinco pontos em relação à sondagem de há duas semanas, e 48% continuam a desaprovar. Apesar da aprovação dos Independentes ter subido 10 pontos, continua apenas nos 38% e 44% continua a não preferir nem Putin nem Biden. No entanto, dado o clima polarizado na política norte-americana, estes ganhos não devem ser ignorados.

Cerca de 43% dos inquiridos também apoiam a decisão de Biden de não criar uma zona de exclusão aérea quando lhes é explicado o que isto implicaria — levaria a que os EUA abatessem aviões russos que sobrevoassem a Ucrânia, o que podia causar uma guerra entre Moscovo e Washington —, com apenas 23% discordar do Presidente e 34% de indecisos.

Há ainda mais 3% de americanos que concordam com a decisão da administração de não enviar tropas para a Ucrânia, sendo agora 59%. A maioria também está do lado de Biden em algumas das escolhas que tem feito, como a imposição de sanções à Rússia (65%), o envio de armas para a Ucrânia (61%) ou a expulsão da Rússia da Organização Mundial do Comércio (58%).

Recuperação de Biden não é suficiente

Esta trajectória pode ser a chave para que Biden volte às boas graças dos norte-americanos e os próprios Republicanos podem vir a ser úteis nesta batalha política interna, já que a sua proximidade a Putin tem sido escrutinada.

Também Donald Trump — que continua a ser uma figura central no partido — já expressou no passado a sua admiração pelo Presidente russo, para além das polémicas investigações às tentativas de interferência do Kremlin nos resultados das eleições presidenciais de 2016, que podem levar a que alguns eleitores associem uma vitória Republicana a uma vitória indirecta de Putin.

A própria aparição constante de Donald Trump na imprensa pode também ser prejudicial aos Republicanos, com a investigação à invasão ao Capitólio ainda a decorrer. Trump é tão practicamente tão impopular entre os eleitores Independentes como Joe Biden.

A estratégia dos Democratas para as intercalares de Novembro pode passar por uma aposta nos temas em que os Republicanos são menos populares, como por exemplo, o direito ao aborto.

Mesmo com a maioria conservadora no Supremo — que está prestes a tomar uma decisão que pode efectivamente reverter o direito federal à interrupção voluntária da gravidez — e com os estados Republicanos a impor limites ao aborto, uma sondagem de Janeiro da CNN concluiu que quase três quartos dos Independentes defende que este direito deve permanecer legal.

Recentemente, o Supremo Tribunal dos EUA rejeitou os pedidos dos Republicanos da Carolina do Norte e da Pensilvânia, que queriam reverter os novos mapas eleitorais que acabavam com a prática de gerrymandering e tornavam as eleições mais competitivas, algo que também vai beneficiar politicamente os Democratas — apesar desta decisão ser, muito provavelmente, limitada a estas intercalares.

No entanto, estes bons sinais podem não ser suficientes para garantirem uma vitória azul no Congresso. Uma tendência que é practicamente uma garantia na política norte-americana é de que o partido do Presidente perde lugares nas intercalares.

De momento, o Senado está com 50 lugares para cada lado e apenas é controlado pelos Democratas graças ao voto de desempate de Kamala Harris. Do lado da Câmara dos Representantes, os Democratas têm uma maioria pequena que podem facilmente perder em Novembro, tendo 222 lugares contra 211 dos Republicanos.

Mesmo com a maior aprovação da resposta de Biden ao conflito na Ucrânia, a economia continua a ser a principal preocupação dos eleitores. De acordo com uma sondagem do Wall Street Journal, 50% dos inquiridos considera que a inflação é a sua maior prioridade, seguindo-se a guerra na Europa, com 25%.

O inquérito concluiu que 63% dos eleitores não aprova a resposta da Casa Branca à subida dos preços e 47% acreditam que os Republicanos fariam um melhor trabalho neste aspecto do que os Democratas. 71% dos Independentes também acreditam que a trajectória da economia é errada.

É ainda provável que os Republicanos que têm apreciado mais a resposta de Biden à guerra não fiquem convencidos o suficiente para votarem num Democrata nas eleições intercalares. A maior questão é se algum evento no futuro vai ser suficiente para mudar a tendência desfavorável aos Democratas.

https://zap.aeiou.pt/russia-popularidade-biden-intercalares-467665


Biden envia mais sistemas antiaéreos e drones para travar Rússia !


Presidente norte-americano comprometeu-se com mais 727,7 milhões de euros em assistência militar à Ucrânia.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou esta quarta-feira o envio de mais armas antiaéreas e ‘drones’ para ajudar a Ucrânia a defender-se da Rússia, assim como mais 800 milhões de dólares (727,7 milhões de euros) em assistência militar.

“O mundo está unido no nosso apoio à Ucrânia e na nossa determinação de fazer [o Presidente russo, Vladimir] Putin pagar um preço muito alto”, disse Biden, aquando do anúncio de mais apoio à Ucrânia e horas após o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter pedido ao Congresso dos Estados Unidos uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia e sistemas de defesa aéreos.

“Vamos dar à Ucrânia as armas para lutar e se defender durante todos os dias difíceis que virão”, acrescentou Biden.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/biden-envia-mais-sistemas-antiaereos-e-drones-para-travar-russia-467803


Já há plano de paz provisório com 15 pontos (mas “só reflete intenções de Moscovo” !


Um dos pontos de discórdia será a discussão do estatuto das regiões separatistas, um tópico que Kiev sempre rejeitou.

A Ucrânia e a Rússia chegaram a um “plano de paz provisório” composto por 15 pontos após os “progressos significativos” nas conversações que tiveram lugar ao longo dos últimos dias.

Dos pontos fazem parte um cessar-fogo, a retirada das tropas russas do território ucraniano, a declaração de neutralidade por parte de Kiev, limitações às suas forças armadas e a renúncia de qualquer ambição de se juntar à NATO ou acolher bases militares da aliança — assim como proteção dos aliados.

De acordo com o Financial Times, os negociadores ucranianos e russos discutiram na íntegra pela primeira vez esta segunda-feira, com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, a afirmar hoje que o “estatuto de neutralidade” da Ucrânia “está a ser seriamente discutido” pelas duas equipas de negociadores.

O Kremlin, pela voz de Dmitri Peskov, sugeriu os modelos da Suécia e da Áustria como possíveis registos para a Ucrânia.

No entanto, tal sugestão não terá sido bem recebida pelos representantes ucranianos que ficaram céticos com a proposta e a verdadeira intenção dos russos: retirar efetivamente as tropas ou aproveitar as hipotéticas falsas negociações para reposicionar as tropas e retomar a ofensiva.

A questão da adesão da Ucrânia à NATO foi abordada recentemente pelo presidente Volodymyr Zekenskyy, que admitiu que tal intenção não se deverá concretizar. “Sabemos que não vamos poder integrar a NATO.

É um facto que temos de aceitar, e estou contente que o povo ucraniano comece a aperceber-se disso e a contar apenas consigo mesmo e os seus aliados.”

Na sequência da publicação do artigo do Financial Times, membros da delegação ucraniana fizeram saber que a notícia faz apenas referência ao esboço do lado russo e as suas exigências.

Segundo os representantes, o plano transparece concessões que a Ucrânia não está disposta a aceitar, nomeadamente um estatuto das regiões separatistas.

https://zap.aeiou.pt/divulgado-plano-para-a-paz-entre-a-ucrania-e-a-russia-kiev-diz-que-so-reflete-intencoes-de-moscovo-467771


quarta-feira, 16 de março de 2022

Rússia pode entrar hoje em bancarrota !

O Presidente russo, Vladimir Putin.
A Rússia pode não ser capaz de pagar as dívidas contraídas no estrangeiro face às sanções económicas aplicadas pelo Ocidente após a invasão à Ucrânia.

Carmen Reinhart, economista-chefe do Banco Mundial, já tinha avisado, na semana passada, que Rússia e Bielorrússia estavam “extremamente perto” da inadimplência.

Caduca hoje, quarta-feira, dois cupões de juros de dívida pública denominada em dólares, no valor de 117 milhões de dólares (106 milhões de euros).

Ainda assim, Moscovo terá um período de graça de 30 dias depois da data limite, pelo que um cenário de incumprimento só se formaliza em abril. Os incumprimentos de pagamentos da dívida tornam mais difícil e mais caro pedir empréstimos no futuro.

Kristalina Georgieva, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse que a Rússia está a enfrentar uma “profunda recessão” devido às sanções.

De acordo com o Expresso, o ministro das Finanças russo, Anton Germanovich Siluanov, já admitiu recorrer às divisas em moeda chinesa (yuan) ou até mesmo na moeda russa (rublos).

A Fitch já disse que se o pagamento for em rublos, isso será considerado um default em abril depois do período de carência.

O comité da ISDA — International Swaps and Derivatives Association — “vai ter de decidir se o pagamento em rublos, em vez da divisa em que está denominada a dívida, é ou não um evento de crédito, um default”, explica Eric Dor, diretor de Estudos Económicos na Escola de Gestão IESEG, ao semanário.

“Mesmo os pagamentos em rublos para o estrangeiro estão proibidos com medo que os beneficiários no exterior revendam de imediato os rublos contra divisas estrangeiras e, deste modo, reforcem a desvalorização da moeda russa”, acrescenta.

Siluanov acusa os mercados de estarem a encenar um “incumprimento artificial”, chamando “hostis” aos credores estrangeiros.

O incumprimento pontual do pagamento da dívida é um cenário raro para os russos e já não acontecia desde a crise russa de 1998.

A sua má reputação como devedor tornará difícil atrair investimentos estrangeiros sem grandes garantias, potencialmente tornando o país mais dependente da China.

Caso Vladimir Putin conseguisse reclamar a vitória na Ucrânia, a situação apenas pioraria. Manter a paz num ambiente tão hostil forçaria o Presidente russo a desviar uma enorme quantidade de recursos do orçamento do país.

Ainda assim, o montante em dívida pelo Governo russo é relativamente pequeno: cerca de 40 mil milhões de dólares em obrigações de moeda estrangeira. O maior problema é para as empresas russas, que têm quase 100 mil milhões de dólares em obrigações internacionais.

https://zap.aeiou.pt/russia-pode-entrar-em-bancarrota-467616


Japão: Sismo próximo da intensidade máxima !


Magnitude 7.3 na costa Leste, perto do Japão. Autoridades activaram imediatamente o alerta de tsunami.

Um sismo magnitude 7.3 na escala Richter foi registado na noite desta quarta-feira, na costa Leste do Japão, perto de Fukushima.

Foi activado imediatamente um alerta de tsunami para Miyagi e para Fukushima. A estação televisiva NHK informou que o tsunami já atingiu algumas zonas do Japão.

Várias cidades – Miyagi, Iwate e Tohoku – sentiram o tremor de terra, que segundo as autoridades locais foi registado 60 quilómetros abaixo do nível do mar.

A Agência Meteorológica do Japão já apresentou um mapa que apresenta o panorama deste fenómeno, registado pouco antes da meia-noite local.  

Este mapa revela que a intensidade do sismo chegou a 6+ em alguns pontos – a segunda mais alta na escala japonesa, onde a intensidade máxima é 7.

Pouco antes, registou-se outro sismo, com menor intensidade. Na Indonésia também se tinha sentido um terramoto.

Não há registos, para já, de danos significativos, ou de vítimas.

A Companhia de Energia Eléctrica de Tóquio já informou que cerca de dois milhões de casas ficaram sem electricidade. O Aeroporto Internacional de Tóquio foi temporariamente encerrado.

A central nuclear de Fukushima, onde em 2011 decorreu um dos maiores desastres nucleares de sempre no Japão, está a ser analisada para verificação de eventuais danos.

https://zap.aeiou.pt/japao-sismo-proximo-da-intensidade-maxima-467755




Ever Forward - Um ano depois do Suez, há outro navio da Evergreen encalhado !


Um ano depois de o navio Ever Given ter ficado preso no Canal de Suez, há mais um navio encalhado, desta vez na Baía de Chesapeake, nos Estados Unidos.

Um cargueiro operado pela Evergreen ficou encalhado na Baía de Chesapeake, nos Estados Unidos, no domingo à noite.

O navio, com a bandeira de Hong Kong, tem 334 metros e chama-se “Ever Forward”. Dirigia-se para Norflok, na Virgínia, mas acabou por ficar preso após a partida do Terminal Seagirt, no Porto de Baltimore.

“O navio encalhado não está a impedir a circulação de outras embarcações até ao Porto de Baltimore. Têm sido feitos esforços para tentar desencalhar este barco. A Guarda Costeira está a monitorizar toda a situação”, explicou o diretor-executivo da administração do Porto de Baltimore, à Bloomberg.

A Evergreen está envolvida nas operações que têm como objetivo desencalhar a embarcação, tendo já contratado mergulhadores que inspecionaram o navio em busca de danos. A transportadora, sediada em Taiwan, também já abriu uma investigação para apurar o que esteve na origem do sucedido.

Há precisamente um ano, em março de 2021, o Canal do Suez ficou bloqueado durante seis dias por causa de um navio com a bandeira do Panamá. O canal é o ponto de passagem de cerca de 10% do comércio mundial.

Tal como o Ever Foward (de 334 metros de comprimento), o Ever Given (de 400 metros) pertencia à transportadora marítima Evergreen.

A obstrução causou um enorme trânsito de mercadorias. A Associated Press estimou perdas de nove mil milhões de dólares (cerca de 7,6 mil milhões de euros) por dia.

https://zap.aeiou.pt/outro-navio-da-evergreen-encalhado-467641


Kiev diz que quarta alta patente do exército russo morreu em combate !


Responsáveis ucranianos disseram que o major-general Oleg Mityaev, que comandava a 150.ª divisão de fuzileiros motorizados russa, foi morto na terça-feira em combate, na cidade ucraniana de Mariupol, cercada pelas forças russas.

Um conselheiro do Ministério do Interior ucraniano Anton Gerashchenko publicou na plataforma Telegram uma foto que disse ser de Mityaev, de 46 anos, antigo combatente na guerra da Síria.

A Rússia não confirmou a informação sobre Mityaev, tendo Kiev indicado ser a quarta alta patente das Forças Armadas russas morta em combate desde o início da invasão da Ucrânia.

Vários analistas, citados pela agência de notícias France-Presse (AFP), disseram que a Rússia decidiu colocar altas patentes militares na linha da frente para compensar dificuldades e fragilidades.

“Isto significa que pode estar a ser necessário que um líder vá para a frente de combate e se exponha, dadas as dificuldades”, disse à AFP uma fonte militar.

Esta informação aponta para as dificuldades que o Exército russo poderá estar a enfrentar no terreno, ao ter sido confrontado desde o início da invasão com a resistência ucraniana e múltiplas dificuldades de comando, estratégia e abastecimento.

“Relatada a morte de vários generais russos, sinal da necessidade de os comandantes de grandes unidades irem diretamente até à frente de combate, para contornar uma cadeia de comando saturada e compensar a falta de iniciativa das unidades”, escreveu na rede social Twitter, no sábado, o ex-coronel francês Michel Goya, um observador atento do atual conflito.

Todos os analistas consultados pela AFP convergiram sobre as inesperadas fragilidades manifestadas pelo Exército russo nesta ofensiva.

Na opinião do investigador do Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI) Elie Tenenbaum, a presença no terreno de oficiais deste nível prova que Moscovo “está a pedir aos generais que estejam à frente das tropas e assumam riscos” para compensar uma situação moral difícil.

“As forças russas só foram informadas da natureza das operações 24 horas antes. Algumas só foram informadas depois de entrarem na Ucrânia. Portanto, há um grave problema de confiança em relação às chefias”, indicou Tenenbaum, referindo-se a “problemas de moral das tropas e provavelmente deserção, com veículos abandonados em campo aberto”.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 691 mortos e mais de 1.140 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/kiev-quarta-alta-patente-russo-morreu-467653


Zelenskyy diz que Ucrânia não se vai juntar à NATO: “Negociações estão mais realistas”


Após a visita de primeiros-ministros europeus, Zelenskyy convidou os amigos da Ucrânia a visitar Kiev. Presidente ucraniano disse que ofensiva não teve sucesso e avançou com morte de general russo.

Volodymyr Zelenskyy agradeceu aos primeiros-ministros da Eslovénia, Polónia e República Checa, considerados “países parceiros e amigos da Ucrânia” que visitaram a capital ucraniana esta terça-feira.

O Presidente do país confessou ter-se sentido “feliz em conversar diretamente” com os três líderes. “É um apoio importante. Quando Kiev é um alvo para os ocupantes, é especialmente importante e corajoso e estar aqui”.

O chefe de Estado deixou, por isso, um convite a todos os líderes mundiais: “Convido todos os amigos da Ucrânia a visitarem Kiev. Pode ser perigoso. Mas é assim”, aproveitando depois para mandar uma farpa sobre a decisão de a NATO de não levar a cabo a zona de exclusão aérea: “É assim porque os nossos céus ainda não estão fechados para mísseis e aviões russos”.

Sobre as negociações, Volodymyr Zelenskyy reforçou que é “preciso paciência”. “São difíceis, mas importantes, porque qualquer guerra termina com um acordo”, afirmou, garantindo, no entanto, que as “posições nas negociações estão mais realistas”.

Num discurso ao país, partilhado esta terça-feira à noite nas redes sociais, o Presidente ucraniano destacou também que a ofensiva russa não teve sucesso nas últimas 24 horas, segundo o Observador.

“Muitos recrutas morreram“, apontou, avançando também com a morte de um general da Rússia.

Volodymyr Zelenskyy salientou também que as forças russas “cometeram novos crimes de guerra”. “Dispararam contra cidades pacíficas e infraestrutura civil. O número de mísseis que a Rússia disparou contra a Ucrânia já ultrapassou os 900″.

À semelhança do que tinha dito em outros discursos, o chefe de Estado voltou a apelar aos soldados russos para se renderem.

Mas não só os soldados: também os membros do Kremlin, principalmente os membros do “sistema de propaganda”. “Se permanecerem no cargo e não se opuserem à guerra, a comunidade internacional privar-vos-á de tudo”.

Abordando o discurso no parlamento canadiano, Volodymyr Zelenskyy indicou que o Canadá foi um dos primeiros países a ajudar a Ucrânia.

Numa mensagem para todo o Ocidente, o Presidente voltou a pedir ajuda “não em palavras”, mas “em atos”, que se materializam em “novas sanções contra a Rússia” e em mais armas.

Ucrânia não se vai juntar à NATO

Depois de Presidente ucraniano ter admitido que a Ucrânia não pode aderir à NATO, o primeiro-ministro britânico veio esta quarta-feira rejeitar também essa possibilidade num futuro próximo.

Numa altura em que se mostra mais otimista face às negociações com as forças russas, afirmando mesmo que são agora “mais realistas”, o Presidente ucraniano admitiu que a Ucrânia não se poderá juntar à NATO, uma concessão que parece abrir caminho para um possível acordo de paz com a Rússia.

Esta quarta-feira de manhã, o primeiro-ministro britânico também rejeitou a possibilidade de a Ucrânia aderir à NATO num futuro próximo.

Instado a comentar as  declarações do Presidente ucraniano, Boris Johnson disse que “de forma alguma” irá a Ucrânia aderir à NATO em breve.

“Falei com Volodymyr novamente ontem e, claro, compreendo o que ele diz sobre a NATO (…). E todos sempre disseram, e nós deixámos claro a Putin, que de forma alguma vai a Ucrânia aderir à NATO em breve”, defendeu, citado pela Sky News.

Ainda assim, remeteu uma decisão para o Presidente da Ucrânia, que reconhece dificuldades nessa adesão.

Na terça-feira, Volodymyr Zelenskyy reconheceu que o seu país não poderá integrar a NATO, uma das exigências russas para o fim da guerra.

“Ouvimos durante anos que as portas estavam abertas, mas também ouvimos dizer que não podíamos aderir. Esta é a verdade e temos de a reconhecer”, disse-o a Boris Johnson e a ouros líderes europeus, numa reunião da Força Expedicionária Conjunta do Reino Unido.

Oleksiy Arestovich, conselheiro do chefe de gabinete do presidente ucraniano, considerou que até “ao início de maio” seria possível um acordo de paz — “Talvez muito antes”, disse.

Já Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou que é muito cedo para fazer previsões, mas que as discussões continuam.

“O trabalho é difícil e, na situação atual, o próprio facto de continuarem é provavelmente positivo”, acrescentou ainda.

Neutralidade da Ucrânia “seriamente discutida”

Sergei Lavrov, ministro russo dos Negócios Estrangeiros, disse esta quarta-feira que as negociações de paz com a Ucrânia não são fáceis, embora exista esperança em alcançar um compromisso.

Em entrevista à RBC News, citado pela Reuters, diz que a neutralidade da Ucrânia está a ser “seriamente discutida“.

“As negociações não são fáceis por razões óbvias”, afirmou. “O status neutro está agora a ser seriamente discutido, claro, com garantias de segurança”, disse Lavrov.

Sergei Lavrov sublinhou ainda que pontos-chave nas negociações incluem a segurança das pessoas no leste da Ucrânia, a desmilitarização do país e o uso da língua russa na Ucrânia.

https://zap.aeiou.pt/zelenskyy-diz-que-posicoes-nas-negociacoes-estao-mais-realistas-467615

 

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