A Rússia pode não ser capaz de pagar as dívidas contraídas no estrangeiro face às sanções económicas aplicadas pelo Ocidente após a invasão à Ucrânia.
Carmen Reinhart, economista-chefe do Banco Mundial, já tinha avisado, na semana passada, que Rússia e Bielorrússia estavam “extremamente perto” da inadimplência.
Caduca hoje, quarta-feira, dois cupões de juros de dívida pública denominada em dólares, no valor de 117 milhões de dólares (106 milhões de euros).
Ainda assim, Moscovo terá um período de graça de 30 dias depois da data limite, pelo que um cenário de incumprimento só se formaliza em abril. Os incumprimentos de pagamentos da dívida tornam mais difícil e mais caro pedir empréstimos no futuro.
Kristalina Georgieva, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse que a Rússia está a enfrentar uma “profunda recessão” devido às sanções.
De acordo com o Expresso, o ministro das Finanças russo, Anton Germanovich Siluanov, já admitiu recorrer às divisas em moeda chinesa (yuan) ou até mesmo na moeda russa (rublos).
A Fitch já disse que se o pagamento for em rublos, isso será considerado um default em abril depois do período de carência.
O comité da ISDA — International Swaps and Derivatives Association — “vai ter de decidir se o pagamento em rublos, em vez da divisa em que está denominada a dívida, é ou não um evento de crédito, um default”, explica Eric Dor, diretor de Estudos Económicos na Escola de Gestão IESEG, ao semanário.
“Mesmo os pagamentos em rublos para o estrangeiro estão proibidos com medo que os beneficiários no exterior revendam de imediato os rublos contra divisas estrangeiras e, deste modo, reforcem a desvalorização da moeda russa”, acrescenta.
Siluanov acusa os mercados de estarem a encenar um “incumprimento artificial”, chamando “hostis” aos credores estrangeiros.
O incumprimento pontual do pagamento da dívida é um cenário raro para os russos e já não acontecia desde a crise russa de 1998.
A sua má reputação como devedor tornará difícil atrair investimentos estrangeiros sem grandes garantias, potencialmente tornando o país mais dependente da China.
Caso Vladimir Putin conseguisse reclamar a vitória na Ucrânia, a situação apenas pioraria. Manter a paz num ambiente tão hostil forçaria o Presidente russo a desviar uma enorme quantidade de recursos do orçamento do país.
Ainda assim, o montante em dívida pelo Governo russo é relativamente pequeno: cerca de 40 mil milhões de dólares em obrigações de moeda estrangeira. O maior problema é para as empresas russas, que têm quase 100 mil milhões de dólares em obrigações internacionais.
https://zap.aeiou.pt/russia-pode-entrar-em-bancarrota-467616
Carmen Reinhart, economista-chefe do Banco Mundial, já tinha avisado, na semana passada, que Rússia e Bielorrússia estavam “extremamente perto” da inadimplência.
Caduca hoje, quarta-feira, dois cupões de juros de dívida pública denominada em dólares, no valor de 117 milhões de dólares (106 milhões de euros).
Ainda assim, Moscovo terá um período de graça de 30 dias depois da data limite, pelo que um cenário de incumprimento só se formaliza em abril. Os incumprimentos de pagamentos da dívida tornam mais difícil e mais caro pedir empréstimos no futuro.
Kristalina Georgieva, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse que a Rússia está a enfrentar uma “profunda recessão” devido às sanções.
De acordo com o Expresso, o ministro das Finanças russo, Anton Germanovich Siluanov, já admitiu recorrer às divisas em moeda chinesa (yuan) ou até mesmo na moeda russa (rublos).
A Fitch já disse que se o pagamento for em rublos, isso será considerado um default em abril depois do período de carência.
O comité da ISDA — International Swaps and Derivatives Association — “vai ter de decidir se o pagamento em rublos, em vez da divisa em que está denominada a dívida, é ou não um evento de crédito, um default”, explica Eric Dor, diretor de Estudos Económicos na Escola de Gestão IESEG, ao semanário.
“Mesmo os pagamentos em rublos para o estrangeiro estão proibidos com medo que os beneficiários no exterior revendam de imediato os rublos contra divisas estrangeiras e, deste modo, reforcem a desvalorização da moeda russa”, acrescenta.
Siluanov acusa os mercados de estarem a encenar um “incumprimento artificial”, chamando “hostis” aos credores estrangeiros.
O incumprimento pontual do pagamento da dívida é um cenário raro para os russos e já não acontecia desde a crise russa de 1998.
A sua má reputação como devedor tornará difícil atrair investimentos estrangeiros sem grandes garantias, potencialmente tornando o país mais dependente da China.
Caso Vladimir Putin conseguisse reclamar a vitória na Ucrânia, a situação apenas pioraria. Manter a paz num ambiente tão hostil forçaria o Presidente russo a desviar uma enorme quantidade de recursos do orçamento do país.
Ainda assim, o montante em dívida pelo Governo russo é relativamente pequeno: cerca de 40 mil milhões de dólares em obrigações de moeda estrangeira. O maior problema é para as empresas russas, que têm quase 100 mil milhões de dólares em obrigações internacionais.
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