De acordo com Oleksiy Arestovich, um conselheiro do chefe de gabinete do presidente ucraniano, a guerra deverá terminar no início de Maio. Nesta fase, a Rússia já não terá recursos para continuar no terreno, escreve a Reuters.
Arestovich refere ainda que o momento exacto depende da quantidade de recursos que o Kremlin está disposto a gastar na guerra. “Acho que não será depois de Maio, do início de Maio, que teremos um acordo de paz, talvez até mais cedo, veremos. Estou a falar das datas mais tardias possíveis”, afirma.
“As negociações chegaram a uma encruzilhada: ou vamos ter um acordo de paz feito muito rápido, dentro de uma semana ou duas, com a retirada das tropas e tudo“ ou vai haver uma tentativa de juntarem alguns, sírios, por exemplo, para uma segunda ronda, e quando os voltarmos a moer, teremos um acordo em meados ou fins de Abril”, antecipa.
Um outro cenário “completamente doido” envolveria o envio de recrutas por parte da Rússia depois de apenas um mês de treinos. Mesmo que se chegue à paz em breve, Arestovich acredita que podem continuar a haver pequenos confrontos territoriais durante um ano, apesar da Ucrânia exigir a retirada total dos russos do seu território.
“Estão a forçar a Rússia a atacar as grandes cidades ucranianas”
Do lado dos Estados Unidos, o Pentágono avança que os progressos das tropas russas em direcção a Kiev e Mikolaiv têm sido muito lentos — e essa informação foi confirmada por um conselheiro próximo de Putin, revela a Reuters.
“Nem tudo está a acontecer tão depressa como gostaríamos, mas estamos a avançar para o nosso objectivo passo a passo e a vitória será nossa“, afirmou o general Viktor Zolotov, chefe da Guarda Nacional Russa desde 2016, guarda essa que enviou tropas para a Ucrânia. É também membro do Conselho de Segurança do Presidente russo e durante 13 anos foi seu segurança pessoal.
As declarações foram feitas numa cerimónia religiosa liderada pelo Patriarca Cirilo e foram disseminadas no site da Guarda Nacional, mas contrariam os comunicados do Kremlin e do Ministro da Defesa, Sergei Shoigu, que defendem que a operação na Ucrânia está a correr de acordo com os planos e será completada dentro dos prazos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, também disse na segunda-feira que as tropas têm tido cuidados para não atingirem civis e acusou os EUA e a União Europeia de plantar histórias sobre a desilusão de Putin com os avanços para “provocarem as forças russas”. “Parece que estão a forçar a Rússia a atacar as grandes cidades ucranianas para responsabilizar o país pelas mortes dos civis”, acusa.
“Putin deu ordens para adiar quaisquer assaltos a grandes cidades porque a perda de civis seria grande”, adianta Peskov. Já o Ministério da Defesa “não exclui a possibilidade de colocar sob seu total controlo grandes cidades que já estão quase completamente cercadas”, remata.
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