José Manuel Fernandes vê exército russo lento e mal preparado, enquanto o povo ucraniano se transformou num exército de cidadãos livres.
A invasão russa à Ucrânia arrancou no dia 24 de Fevereiro e, praticamente um mês depois, a guerra está longe de terminar. Isso é sinónimo de equilíbrio no confronto entre russos e ucranianos, ao contrário do que a Rússia (e muitos outros países) projectou.
A vitória da Ucrânia, sem ajudas externas, era um cenário quase impensável nos primeiros dias do conflito. Mas agora as expectativas são outras.
José Manuel Fernandes acha que a vitória na guerra pode ser da Ucrânia: “Sinceramente começo mesmo a acreditar que os ucranianos podem ganhar e que, de alguma forma, já estão a ganhar. Aliás, já ganharam neste primeiro mês”.
Na rádio Observador, o jornalista deixou a lista do que o exército russo esperava conseguir ao longo do primeiro mês de guerra, mas não conseguiu: ocupar as principais cidades do Leste e do Sul da Ucrânia, controlar Mariupol, ocupar Odessa e Kharkiv e, “no mínimo”, cercar Kiev.
Nada disto foi alcançado e algumas frentes ucranianas até contra-atacaram e terão avançado no Sul e no Norte do país.
Em Mariupol assiste-se a um “massacre” e a uma “destruição sem nome”. Aquela cidade fulcral no conflito é o palco de um impasse militar: “Ninguém avança. Pode ser muito, muito penoso, tal como aconteceu na I Guerra Mundial, com uma componente forte de guerra de trincheiras”.
Esse impasse militar é a consequência, segundo José Manuel Fernandes, de um mau planeamento russo e do heroísmo ucraniano, que é nestes dias um “povo em armas”.
“Os russos não acreditavam que iria haver muita resistência, até pensavam que iriam ser bem recebidos, como libertadores”, mas não foram.
O exército russo não foi recebido como pensava e não avança porque apresenta várias problemas: lentidão; não estava preparado para o frio e estará a utilizar “botas de ucranianos”; não tem capacidade para repor forças, não tem reservas disponíveis e agora até tentam contar com ajuda de militares chechenos, sírios, que não estão preparados para este conflito; e os bielorrussos “claramente não querem entrar nesta loucura”.
A Ucrânia tem um “povo mobilizado para defender a sua terra e a sua liberdade” e conta com uma inspiração chamada Volodymyr Zelenskyy: “O povo ucraniano está muito inspirado pelo seu presidente e pela mulher do seu presidente. Um presidente que não desertou, correu risco evidente de vida”.
“É um povo que se tornou num exército de cidadãos livres, que é uma coisa muito poderosa. E está mais bem equipado do que muitos especialistas terão pensado”, continuou o jornalista.
A Rússia poderá perder a guerra. Mas fica o aviso: “Os russos não vão desistir facilmente. Não irão embora sem, antes, protagonizarem ataques de enorme brutalidade”.
https://zap.aeiou.pt/ucranianos-podem-ganhar-guerra-469107
A invasão russa à Ucrânia arrancou no dia 24 de Fevereiro e, praticamente um mês depois, a guerra está longe de terminar. Isso é sinónimo de equilíbrio no confronto entre russos e ucranianos, ao contrário do que a Rússia (e muitos outros países) projectou.
A vitória da Ucrânia, sem ajudas externas, era um cenário quase impensável nos primeiros dias do conflito. Mas agora as expectativas são outras.
José Manuel Fernandes acha que a vitória na guerra pode ser da Ucrânia: “Sinceramente começo mesmo a acreditar que os ucranianos podem ganhar e que, de alguma forma, já estão a ganhar. Aliás, já ganharam neste primeiro mês”.
Na rádio Observador, o jornalista deixou a lista do que o exército russo esperava conseguir ao longo do primeiro mês de guerra, mas não conseguiu: ocupar as principais cidades do Leste e do Sul da Ucrânia, controlar Mariupol, ocupar Odessa e Kharkiv e, “no mínimo”, cercar Kiev.
Nada disto foi alcançado e algumas frentes ucranianas até contra-atacaram e terão avançado no Sul e no Norte do país.
Em Mariupol assiste-se a um “massacre” e a uma “destruição sem nome”. Aquela cidade fulcral no conflito é o palco de um impasse militar: “Ninguém avança. Pode ser muito, muito penoso, tal como aconteceu na I Guerra Mundial, com uma componente forte de guerra de trincheiras”.
Esse impasse militar é a consequência, segundo José Manuel Fernandes, de um mau planeamento russo e do heroísmo ucraniano, que é nestes dias um “povo em armas”.
“Os russos não acreditavam que iria haver muita resistência, até pensavam que iriam ser bem recebidos, como libertadores”, mas não foram.
O exército russo não foi recebido como pensava e não avança porque apresenta várias problemas: lentidão; não estava preparado para o frio e estará a utilizar “botas de ucranianos”; não tem capacidade para repor forças, não tem reservas disponíveis e agora até tentam contar com ajuda de militares chechenos, sírios, que não estão preparados para este conflito; e os bielorrussos “claramente não querem entrar nesta loucura”.
A Ucrânia tem um “povo mobilizado para defender a sua terra e a sua liberdade” e conta com uma inspiração chamada Volodymyr Zelenskyy: “O povo ucraniano está muito inspirado pelo seu presidente e pela mulher do seu presidente. Um presidente que não desertou, correu risco evidente de vida”.
“É um povo que se tornou num exército de cidadãos livres, que é uma coisa muito poderosa. E está mais bem equipado do que muitos especialistas terão pensado”, continuou o jornalista.
A Rússia poderá perder a guerra. Mas fica o aviso: “Os russos não vão desistir facilmente. Não irão embora sem, antes, protagonizarem ataques de enorme brutalidade”.
https://zap.aeiou.pt/ucranianos-podem-ganhar-guerra-469107
Nenhum comentário:
Postar um comentário