Para além da guerra, também a inflação e a subida do número de casos de covid-19 na China têm desempenhado um papel importante na determinação do preço do barril de Brent.
Após a invasão russa à Ucrânia e dos países ocidentais anunciarem um conjunto de sanções tendo em vista um boicote ao petróleo russo (liderado pelos Estados Unidos da América), os preços mundiais do crude Brent ultrapassaram 139 dólares por barril.
Os analistas alertaram que a escalada poderia ir até aos 185 dólares ou, até, aos 200, num momento em que os revendedores tentavam encontrar soluções alternativas e gerir o impacto da inflação – também numa tendência crescente.
No entanto, os últimos dias ficaram marcados por uma inversão, com uma queda de 30% no barril de Brent, que ficou a menos de 100 dólares pela primeira vez este mês.
Segundo os economistas, a retração acentuada e invulgar foi acentuada pela esperança dos mercados de que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos pudessem impulsionar a produção de petróleo e que a procura chinesa pudesse diminuir face ao número crescente de casos de covid-19 nas suas grandes cidades, o que aliviaria o aperto no mercado.
No entanto, os mesmos economistas alertam que o perigo ainda não passou. O petróleo continua a negociar significativamente acima do que custa a sua produção e é provável que as oscilações extremas continuem perante a altura de incerteza.
“Eu não descartaria já os 200 dólares por barril”, apontou Bjørnar Tonhaugen, chefe dos mercados petrolíferos da Rystad Energy, à CNN. “É demasiado cedo.”
Tal como explica a mesma fonte, após a invasão, os preços do petróleo dispararam à medida que os vendedores começaram a perspetivar as exportações russas de crude como intocáveis.
Isto suscitou preocupações sobre qual seria a fonte de fornecimento substituta dos 4 a 5 milhões de barris por dia que anteriormente saíam da Rússia. Esta preocupação é agravada pelo aumento da procura provocado pela proximidade do verão.
Ao longo da última semana, os investidores pareciam estar a debater-se com a possibilidade de terem exagerado na gravidade das suas previsões.
De forma a pôr água na fervura, o embaixador dos Emirados Árabes Unidos em Washington veio dizer que o seu país pretende aumentar a produção de petróleo, criando a esperança de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo possa intervir no panorama atual de subida de preços.
Ao mesmo tempo, o mundo continua a girar. No conflito entre a Rússia e a Ucrânia continuam as tentativas de alcançar um consenso que resulte num cessar-fogo e a China, confrontada com um ressurgir da pandemia da covid-19, decretou um bloqueio no centro tecnológico de Shenzhen e novas regras sanitárias para a região de Xangai, o que pressupõe uma menor necessidade de energia a curto prazo.
A China importa cerca de 11 milhões de barris de petróleo por dia.
Estas dinâmicas são importantes porque, por exemplo, a queda dos preços do petróleo impediu que os preços da gasolina subissem nos Estados Unidos.
Por agora e enquanto os países europeus se deparam com valores históricos para as mesmas matérias. Apesar de 100 dólares por barril de petróleo ainda ser um valor extremamente alto, caso os preços se mantenham neste intervalo pode haver um alívio no que respeita à aceleração da inflação.
Quanto ao futuro, os economistas parecem divididos, tal como os investidores permanecem inseguros.
Alguns apontam para uma dinâmica de 125 dólares por barril até ao final de junho, enquanto outros acreditam que sejam batidos recordes enquanto perdura o conflito na Ucrânia. “Esta é a calma antes da tempestade”, aponta Tonhaugen.
https://zap.aeiou.pt/apos-a-subida-repentina-provocada-pela-guerra-o-preco-do-petroleo-esta-em-queda-o-que-se-segue-467725
Após a invasão russa à Ucrânia e dos países ocidentais anunciarem um conjunto de sanções tendo em vista um boicote ao petróleo russo (liderado pelos Estados Unidos da América), os preços mundiais do crude Brent ultrapassaram 139 dólares por barril.
Os analistas alertaram que a escalada poderia ir até aos 185 dólares ou, até, aos 200, num momento em que os revendedores tentavam encontrar soluções alternativas e gerir o impacto da inflação – também numa tendência crescente.
No entanto, os últimos dias ficaram marcados por uma inversão, com uma queda de 30% no barril de Brent, que ficou a menos de 100 dólares pela primeira vez este mês.
Segundo os economistas, a retração acentuada e invulgar foi acentuada pela esperança dos mercados de que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos pudessem impulsionar a produção de petróleo e que a procura chinesa pudesse diminuir face ao número crescente de casos de covid-19 nas suas grandes cidades, o que aliviaria o aperto no mercado.
No entanto, os mesmos economistas alertam que o perigo ainda não passou. O petróleo continua a negociar significativamente acima do que custa a sua produção e é provável que as oscilações extremas continuem perante a altura de incerteza.
“Eu não descartaria já os 200 dólares por barril”, apontou Bjørnar Tonhaugen, chefe dos mercados petrolíferos da Rystad Energy, à CNN. “É demasiado cedo.”
Tal como explica a mesma fonte, após a invasão, os preços do petróleo dispararam à medida que os vendedores começaram a perspetivar as exportações russas de crude como intocáveis.
Isto suscitou preocupações sobre qual seria a fonte de fornecimento substituta dos 4 a 5 milhões de barris por dia que anteriormente saíam da Rússia. Esta preocupação é agravada pelo aumento da procura provocado pela proximidade do verão.
Ao longo da última semana, os investidores pareciam estar a debater-se com a possibilidade de terem exagerado na gravidade das suas previsões.
De forma a pôr água na fervura, o embaixador dos Emirados Árabes Unidos em Washington veio dizer que o seu país pretende aumentar a produção de petróleo, criando a esperança de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo possa intervir no panorama atual de subida de preços.
Ao mesmo tempo, o mundo continua a girar. No conflito entre a Rússia e a Ucrânia continuam as tentativas de alcançar um consenso que resulte num cessar-fogo e a China, confrontada com um ressurgir da pandemia da covid-19, decretou um bloqueio no centro tecnológico de Shenzhen e novas regras sanitárias para a região de Xangai, o que pressupõe uma menor necessidade de energia a curto prazo.
A China importa cerca de 11 milhões de barris de petróleo por dia.
Estas dinâmicas são importantes porque, por exemplo, a queda dos preços do petróleo impediu que os preços da gasolina subissem nos Estados Unidos.
Por agora e enquanto os países europeus se deparam com valores históricos para as mesmas matérias. Apesar de 100 dólares por barril de petróleo ainda ser um valor extremamente alto, caso os preços se mantenham neste intervalo pode haver um alívio no que respeita à aceleração da inflação.
Quanto ao futuro, os economistas parecem divididos, tal como os investidores permanecem inseguros.
Alguns apontam para uma dinâmica de 125 dólares por barril até ao final de junho, enquanto outros acreditam que sejam batidos recordes enquanto perdura o conflito na Ucrânia. “Esta é a calma antes da tempestade”, aponta Tonhaugen.
https://zap.aeiou.pt/apos-a-subida-repentina-provocada-pela-guerra-o-preco-do-petroleo-esta-em-queda-o-que-se-segue-467725
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