A Venezuela libertou dois americanos presos, enquanto os dois países procuram melhorar as relações a meio de uma crise energética causada pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Gustavo Cárdenas, um executivo da companhia petrolífera norte-americana Citgo, foi libertado a semana passada, juntamente com Jorge Fernández, detido no ano passado por acusações de terrorismo, segundo o The Guardian.
“Estes homens são pais que perderam tempo precioso com os seus filhos e todas as pessoas que amam, e as suas famílias sofreram todos os dias da sua ausência”, afirmou Joe Biden numa declaração.
Apesar de ter as maiores reservas petrolíferas do mundo, a Venezuela está mergulhada em crises políticas, económicas e sociais, com a escassez de alimentos e combustível generalizada.
O Presidente Nicolás Maduro tem prendido e torturado manifestantes e inimigos do governo, e tem sido acusado de manipular uma série de eleições.
Os EUA romperam laços diplomáticos com o governo de Maduro em 2019, reconhecendo o líder da oposição, Juan Guaidó, como o presidente legítimo do país sul-americano, ao mesmo tempo que nivelavam as sanções contra a Venezuela e o seu setor petrolífero controlado pelo Estado.
Mas a semana passada, representantes da Casa Branca visitaram Caracas para conversações — a primeira viagem deste tipo há mais de 20 anos — numa aparente tentativa de afastar a Venezuela da Rússia, após a invasão da Ucrânia.
A libertação dos dois americanos aconteceu horas depois de Maduro ter comentado que tinha interesse em melhorar as relações com os Estados Unidos, sugerindo que estava disposto a retomar as negociações com a oposição.
Cárdenas, juntamente com outros cinco executivos da Citgo — conhecidos como os Seis Citgo — estavam detidos desde 2017, após terem sido atraídos a Caracas para uma reunião nos escritórios da PDVSA, a empresa petrolífera estatal da Venezuela da qual a Citgo é uma subsidiária. Os outros cinco continuam retidos.
Antony Blinken, o secretário de Estado norte-americano, confirmou que Cárdenas e Fernández estavam de volta aos Estados Unidos.
Os especialistas acreditam que a crise energética causada pela invasão russa da Ucrânia levou tanto a Casa Branca como Nicolás Maduro a investirem cautelosamente numa melhor relação.
“A libertação de ontem é uma notícia bem-vinda, assim como a decisão da administração Biden de se envolver diretamente com o Presidente Maduro, apesar de não ter tido relações diplomáticas formais nos últimos três anos”, afirmou Phil Gunson, um analista venezuelano do International Crisis Group.
“É evidente que o desencadeador deste compromisso é a crise energética enfrentada pelos EUA e seus aliados, agora impulsionada pela guerra na Ucrânia e pelo movimento de proibição das importações de petróleo e gás russo”, acrescentou.
“Enquanto Washington procura um acordo com Maduro que envolva o alívio das sanções em troca de aliviar o choque petrolífero, estará sob pressão para não deixar fora da equação a necessidade de progresso no restabelecimento do domínio institucional na Venezuela e na resolução da crise política e humanitária“, conclui.
https://zap.aeiou.pt/venezuela-liberta-dois-americanos-para-tentar-melhorar-as-relacoes-a-meio-da-crise-energetica-467337
Gustavo Cárdenas, um executivo da companhia petrolífera norte-americana Citgo, foi libertado a semana passada, juntamente com Jorge Fernández, detido no ano passado por acusações de terrorismo, segundo o The Guardian.
“Estes homens são pais que perderam tempo precioso com os seus filhos e todas as pessoas que amam, e as suas famílias sofreram todos os dias da sua ausência”, afirmou Joe Biden numa declaração.
Apesar de ter as maiores reservas petrolíferas do mundo, a Venezuela está mergulhada em crises políticas, económicas e sociais, com a escassez de alimentos e combustível generalizada.
O Presidente Nicolás Maduro tem prendido e torturado manifestantes e inimigos do governo, e tem sido acusado de manipular uma série de eleições.
Os EUA romperam laços diplomáticos com o governo de Maduro em 2019, reconhecendo o líder da oposição, Juan Guaidó, como o presidente legítimo do país sul-americano, ao mesmo tempo que nivelavam as sanções contra a Venezuela e o seu setor petrolífero controlado pelo Estado.
Mas a semana passada, representantes da Casa Branca visitaram Caracas para conversações — a primeira viagem deste tipo há mais de 20 anos — numa aparente tentativa de afastar a Venezuela da Rússia, após a invasão da Ucrânia.
A libertação dos dois americanos aconteceu horas depois de Maduro ter comentado que tinha interesse em melhorar as relações com os Estados Unidos, sugerindo que estava disposto a retomar as negociações com a oposição.
Cárdenas, juntamente com outros cinco executivos da Citgo — conhecidos como os Seis Citgo — estavam detidos desde 2017, após terem sido atraídos a Caracas para uma reunião nos escritórios da PDVSA, a empresa petrolífera estatal da Venezuela da qual a Citgo é uma subsidiária. Os outros cinco continuam retidos.
Antony Blinken, o secretário de Estado norte-americano, confirmou que Cárdenas e Fernández estavam de volta aos Estados Unidos.
Os especialistas acreditam que a crise energética causada pela invasão russa da Ucrânia levou tanto a Casa Branca como Nicolás Maduro a investirem cautelosamente numa melhor relação.
“A libertação de ontem é uma notícia bem-vinda, assim como a decisão da administração Biden de se envolver diretamente com o Presidente Maduro, apesar de não ter tido relações diplomáticas formais nos últimos três anos”, afirmou Phil Gunson, um analista venezuelano do International Crisis Group.
“É evidente que o desencadeador deste compromisso é a crise energética enfrentada pelos EUA e seus aliados, agora impulsionada pela guerra na Ucrânia e pelo movimento de proibição das importações de petróleo e gás russo”, acrescentou.
“Enquanto Washington procura um acordo com Maduro que envolva o alívio das sanções em troca de aliviar o choque petrolífero, estará sob pressão para não deixar fora da equação a necessidade de progresso no restabelecimento do domínio institucional na Venezuela e na resolução da crise política e humanitária“, conclui.
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