A inteligência norte-americana não avança com detalhes sobre o tipo de ajuda económica e militar que Putin terá pedido, mas já deixa avisos a Pequim sobre qualquer tentativa de ajudar da Rússia.
O Governo norte-americano acusa a Rússia de pedir ajuda no fornecimento de equipamentos militares e assistência económica à China, numa altura em que Moscovo está cada vez mais isolada da comunidade internacional devido às sanções impostas após a invasão à Ucrânia.
Os responsáveis norte-americanos falaram em condição de anonimato e não adiantaram mais detalhes sobre o tipo de armas ou apoios que a Rússia estará a pedir, argumentando que querem manter em segredo os métodos de recolha de informações de inteligência sobre a política interna russa. Os EUA também não esclarecem se sabem qual terá sido a resposta dada pela China.
O conselheiro da Casa Branca para a Segurança Nacional, Jake Sullivan, revelou à CNN que a administração Biden estava a “comunicar directamente, privadamente a Pequim, de que certamente haverá consequências” contra quaisquer tentativas chinesas de ajudar a Rússia a fugir ao impacto das sanções.
Sullivan tem ainda uma reunião marcada esta segunda-feira com Yang Jiechi, um membro da direção do Partido Comunista da China, em Roma, para avaliar a resposta de Pequim aos pedidos russos, escreve o The New York Times. Hoje estão ainda agendadas mais negociações diplomáticas entre a Ucrânia e a Rússia.
“Não vamos permitir que isso vá em frente e permitir que haja um salva-vidas para a Rússia das sanções económicas de nenhum país, em qualquer lugar do mundo”, avisou o conselheiro de Biden. Sullivan afirma ainda que a China sabia que Putin estava a “planear algo” antes da invasão começar, mas acredita que é possível que o Presidente russo lhes tenha mentido, “da mesma maneira que mentiu aos europeus”.
Já Liu Pengyu, porta-voz da embaixada chinesa em Washington, negou ter conhecimento de qualquer pedido por parte da Rússia e sublinha que a prioridade de Pequim, que já se tinha oferecido para mediar o conflito, é chegar à paz e “evitar que esta situação tensa aumente e fique fora do controlo”, descrevendo a situação na Ucrânia como “desconcertante”.
A China tem mantido uma postura ambígua desde o início da guerra na Ucrânia, afirmando que a soberania de todos os países deve ser respeitada — uma mensagem que indica um apoio à resistência ucraniana —, mas opondo-se à imposição de sanções à Rússia e culpando a extensão da influência da NATO nos antigos territórios soviéticos pela escalada de tensão que eventualmente culminou no conflito armado.
Xi Jinping já se encontrou com Putin 38 vezes, mais do que com qualquer outro chefe de Estado. Tradicionalmente, a China é quem compra equipamentos militares à Rússia, mas Pequim tem à sua disposição tecnologia avançada de drones e mísseis que podem agora ser úteis a Moscovo.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, também já afirmou que a Rússia é o “parceiro estratégico mais importante” do país e que os dois estados têm uma das relações bilaterais “mais cruciais do mundo”.
“Não importa quão perigoso é o cenário internacional, vamos manter o nosso foco estratégico e promover o desenvolvimento de uma parceria abrangente China–Rússia na nova era. A amizade entre os dois povos é firme como uma rocha“, rematou.
Mesmo que a China dê a mão à Rússia, a ajuda pode não ser suficiente para Moscovo colmatar o impacto das sanções impostas a nível internacional, especialmente pela Europa, que é de longe o principal cliente da energia russa, cuja produção é um dos principais motores da economia de Moscovo.
Apesar dos laços diplomáticos estreitos entre os dois países dos últimos anos, a China tem ainda que ponderar se apoiar directamente a Rússia serve os seus interesses, já que, tal como os EUA estão a ameaçar, Pequim pode também ser alvo de sanções semelhantes.
Gina Raimondo, Secretária do Comércio dos Estados Unidos, já deixou avisos às empresas chinesas que desafiem as sanções norte-americanas contra as exportações para a Rússia, afirmando que Washington lhes deixará de fornecer equipamentos e software necessários para a sua produção.
No ano passado, o comércio da sino-russo chegou aos 146.9 mil milhões de dólares, mas esse valor é também menos de um décimo do total de 1.6 biliões alcançados com o comércio entre a China e os EUA e a União Europeia, pelo que uma aliança com Moscovo pode não se provar vantajosa para Pequim.
https://zap.aeiou.pt/russia-ajuda-militar-economica-china-eua-467191
O Governo norte-americano acusa a Rússia de pedir ajuda no fornecimento de equipamentos militares e assistência económica à China, numa altura em que Moscovo está cada vez mais isolada da comunidade internacional devido às sanções impostas após a invasão à Ucrânia.
Os responsáveis norte-americanos falaram em condição de anonimato e não adiantaram mais detalhes sobre o tipo de armas ou apoios que a Rússia estará a pedir, argumentando que querem manter em segredo os métodos de recolha de informações de inteligência sobre a política interna russa. Os EUA também não esclarecem se sabem qual terá sido a resposta dada pela China.
O conselheiro da Casa Branca para a Segurança Nacional, Jake Sullivan, revelou à CNN que a administração Biden estava a “comunicar directamente, privadamente a Pequim, de que certamente haverá consequências” contra quaisquer tentativas chinesas de ajudar a Rússia a fugir ao impacto das sanções.
Sullivan tem ainda uma reunião marcada esta segunda-feira com Yang Jiechi, um membro da direção do Partido Comunista da China, em Roma, para avaliar a resposta de Pequim aos pedidos russos, escreve o The New York Times. Hoje estão ainda agendadas mais negociações diplomáticas entre a Ucrânia e a Rússia.
“Não vamos permitir que isso vá em frente e permitir que haja um salva-vidas para a Rússia das sanções económicas de nenhum país, em qualquer lugar do mundo”, avisou o conselheiro de Biden. Sullivan afirma ainda que a China sabia que Putin estava a “planear algo” antes da invasão começar, mas acredita que é possível que o Presidente russo lhes tenha mentido, “da mesma maneira que mentiu aos europeus”.
Já Liu Pengyu, porta-voz da embaixada chinesa em Washington, negou ter conhecimento de qualquer pedido por parte da Rússia e sublinha que a prioridade de Pequim, que já se tinha oferecido para mediar o conflito, é chegar à paz e “evitar que esta situação tensa aumente e fique fora do controlo”, descrevendo a situação na Ucrânia como “desconcertante”.
A China tem mantido uma postura ambígua desde o início da guerra na Ucrânia, afirmando que a soberania de todos os países deve ser respeitada — uma mensagem que indica um apoio à resistência ucraniana —, mas opondo-se à imposição de sanções à Rússia e culpando a extensão da influência da NATO nos antigos territórios soviéticos pela escalada de tensão que eventualmente culminou no conflito armado.
Xi Jinping já se encontrou com Putin 38 vezes, mais do que com qualquer outro chefe de Estado. Tradicionalmente, a China é quem compra equipamentos militares à Rússia, mas Pequim tem à sua disposição tecnologia avançada de drones e mísseis que podem agora ser úteis a Moscovo.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, também já afirmou que a Rússia é o “parceiro estratégico mais importante” do país e que os dois estados têm uma das relações bilaterais “mais cruciais do mundo”.
“Não importa quão perigoso é o cenário internacional, vamos manter o nosso foco estratégico e promover o desenvolvimento de uma parceria abrangente China–Rússia na nova era. A amizade entre os dois povos é firme como uma rocha“, rematou.
Mesmo que a China dê a mão à Rússia, a ajuda pode não ser suficiente para Moscovo colmatar o impacto das sanções impostas a nível internacional, especialmente pela Europa, que é de longe o principal cliente da energia russa, cuja produção é um dos principais motores da economia de Moscovo.
Apesar dos laços diplomáticos estreitos entre os dois países dos últimos anos, a China tem ainda que ponderar se apoiar directamente a Rússia serve os seus interesses, já que, tal como os EUA estão a ameaçar, Pequim pode também ser alvo de sanções semelhantes.
Gina Raimondo, Secretária do Comércio dos Estados Unidos, já deixou avisos às empresas chinesas que desafiem as sanções norte-americanas contra as exportações para a Rússia, afirmando que Washington lhes deixará de fornecer equipamentos e software necessários para a sua produção.
No ano passado, o comércio da sino-russo chegou aos 146.9 mil milhões de dólares, mas esse valor é também menos de um décimo do total de 1.6 biliões alcançados com o comércio entre a China e os EUA e a União Europeia, pelo que uma aliança com Moscovo pode não se provar vantajosa para Pequim.
https://zap.aeiou.pt/russia-ajuda-militar-economica-china-eua-467191
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