Depois de um domingo que ficou marcado pelo bombardeamento de uma base militar ucraniana situada a apenas 50 quilómetros da fronteira com a Polónia — e onde, até há poucas semanas permaneciam forças da NATO a treinar os militares do país —, a semana começa com um clima de esperança em torno das negociações entre o país invadido e o invasor. Ontem, Mikhailo Podoliak, negociador ucraniano, mostrou acreditar que algum tipo de consenso pode ser atingido.
“Penso que vamos vamos alcançar alguns resultados numa questão, literalmente de dias”, avançou o responsável, citado pelo Público. Do lado russo, Leonid Slutski foi ainda mais longe. “De acordo com as minhas expectativas pessoas, o progresso [das negociações] pode evoluir nos próximos dias até a uma declaração conjunta das duas delegações, até a documentos para assinarmos.”
De acordo com a Reuters, o Kremlin anunciou uma nova ronda de conversações para esta segunda-feira, a qual deverá decorrer por videoconferência. Desde o início da guerra, esta é já a quarta vez que os representantes dos dois países negoceiam, apesar de as primeiras rondas não terem sido proveitosas: resultaram na realização de corredores humanitários que ambas as partes contestaram mais tarde, por violação do cessar-fogo acordado.
No entanto, persistem dúvidas quanto ao verdadeiro motivo do aparente otimismo e quanto ao que poderá resultar das negociações. Segundo o jornal russo Kommersant, Podoliak terá dito que os seus opositores “começaram, a falar de coisas concretas e deixaram de apenas lançar ultimatos“. “Não vamos ceder em princípio em nenhuma oposição. A Rússia já entendeu isto e está preparada para começar a falar construtivamente.”
Estes sinais, que não evidenciam qualquer disponibilidade para cedências, coloca em causa o sucesso que as negociações podem alcançar.
Nas primeiras horas desta segunda-feira, Mykhailo Podoliak, escreveu na sua conta do Twitter que as exigências ucranianas passarão pela “paz, cessar-fogo, retirada imediata de tropas e garantia de segurança”. Como tal, admite que será uma “discussão complicada“. “Apesar de a Rússia perceber que estas ações de agressão não fazem sentido, continua na ilusão que 10 dias de violência contra as cidades pacíficas da Ucrânia é a estratégia correta.”
https://zap.aeiou.pt/negociadores-russos-e-ucranianos-retomam-conversas-com-expectativas-de-progressos-nos-proximos-dias-467177
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