domingo, 3 de abril de 2022

Bósnia pode ficar sem televisão pública !


Contas bancárias da emissora pública da Bósnia-Herzegovina estão bloqueadas. Responsáveis deixaram apelo urgente ao Governo.

Os sinais já tinham sido noticiados no ano passado: em Junho, pouco depois do Festival Eurovisão da Canção 2021, a emissora pública da Bósnia-Herzegovina admitiu que dificilmente iria regressar ao evento em breve.

A última participação de artistas bósnios no Festival Eurovisão decorreu em 2016, quando ficaram “à porta” da final: 11.º lugar na primeira meia-final, quando passaram 10 comitivas. Foi a primeira vez que a Bósnia falhou a presença na final.

O melhor resultado da Bósnia-Herzegovina na Eurovisão foi um terceiro lugar, em 2006. Mas esses tempos já pertencem a outro contexto.

A Radio-televizija Bosne i Hercegovine (BHRT) admitiu no Verão passado que as dívidas à União Europeia de Radiodifusão e a falta de meios financeiros para participar no evento iriam continuar a manter o país longe do festival.  

“Ainda hoje, e nos próximos anos, a BHRT tem à sua disposição uma equipa de profissionais, produção e capacidades técnicas. Mas, infelizmente, a BHRT não possui os meios para financiar a participação neste programa de televisão espectacular e caro”, comentou um responsável pela estação.

A BHRT “sobrevive” graças a uma taxa de licença. Mas essa receita não é suficiente para o canal que tem acumulado um prejuízo de dezenas de milhões de euros.

Agora, meses depois, a BHRT poderá mesmo fechar. O portal ESC Portugal indica que as sanções impostas pela União Europeia de Radiodifusão colocam esse cenário como provável.

A estação continua com problemas financeiros graves e as suas contas bancárias comerciais foram bloqueadas pelos bancos locais.

Os responsáveis pela BHRT pediram ao Governo bósnio uma intervenção urgente para que não feche portas, nomeadamente o pagamento da receita proveniente da taxa de audiovisual cobrada pelo Estado.

A emissora considera que a Rádio Televisão da Republika Srpska – também estatal – não cedeu as receitas da taxa obtidas naquela região da Bósnia-Herzegovina.

https://zap.aeiou.pt/bosnia-pode-ficar-sem-televisao-publica-470171


O que é mais perigoso: Rússia derrotada ou Rússia humilhada ?


Major-general Arnaut Moreira vê um impasse militar, explica porque as negociações se prolongam e pede contenção a Joe Biden.

Ao fim de um mês de guerra na Ucrânia, os dois lados têm que cair na realidade: há um impasse militar.

A conclusão, que não é nova, foi comentada pelo major-general Arnaut Moreira, num programa da rádio Observador.

As forças russas acusam um “certo desgaste” e os seus objectivos, sobretudo os que foram traçados pelos militares que saíram da Bielorrússia e do nordeste da Rússia, “não produziram os efeitos desejados”.

Há pequenos avanços e pequenos recuos, “como se ambas as partes estivessem à espera de um reforço extra para poder desbloquear a situação militar”.
 
As negociações não têm chegado a um desfecho positivo “também porque não há uma linha muito clara sobre possíveis sucessos militares imediatos. Ambas as partes não querem chegar a um compromisso político sem haver uma vantagem militar sustentada. As negociações arrastam-se”, analisou.

As negociações arrastam-se, a guerra também, e o major-general sublinha dois factores importantes.

O prolongamento da guerra e de imagens de tragédia começou a “anestesiar” a opinião pública ocidental. “A opinião pública já se começa a distanciar, começam a aparecer outras notícias que também suscitam interesse. Para Zelenskyy era importante manter o foco na guerra”.

Por outro lado, as forças russas – com excepção da região Sul – têm tido grandes dificuldades. “Andam à procura de reforços militares e isso tem implicações políticas a nível interno, na Rússia”, descreveu.

Arnaut Moreira foi questionado sobre a alegada intenção de Vladimir Putin, presidente da Rússia, de dividir a Ucrânia em duas nações.

“A Rússia quis preparar a criação de repúblicas separatistas no Sul da Ucrânia, que servissem de tampão entre a Ucrânia que restasse e a Crimeia. Seria para não haver fronteiras directas entre Ucrânia e Crimeia. Mas estão a reivindicar mais territórios do que aqueles que realmente conquistam no terreno”, analisou.

Além disso, a luta das populações ucranianas tem evidenciado que “não há simpatia com os russos”.

Oeste e Biden

No terreno, a Rússia continua com capacidade para conseguir várias vitórias militares no Leste da Ucrânia.

Já no Oeste, a Rússia sabe que as forças ucranianas estão a ser reabastecidas pelo Ocidente – por isso, continuará a haver bombardeamentos a cidades no Oeste que tenham depósitos. “Mas não se vê um conjunto de forças russas suficiente para dominar o Oeste da Ucrânia”, acredita.

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos da América, não se tem controlado nos discursos públicos e já disse que Putin é um “carniceiro”.

O major-general sugere contenção: “Biden tem mostrado mais sentimentos pessoais e não enquanto presidente”.

“Biden preocupa-se com a tragédia mas deve ser suficientemente racional para encontrar uma saída – que respeite os grandes objectivos da Ucrânia e que permita também ao Kremlin uma saída desta aventura”, acrescentou.

Por fim, e ainda na sequência de palavras como estas, Arnaut Moreira deixou um alerta: “Não sei o que é mais perigoso: uma derrota militar da Rússia na Ucrânia ou uma Rússia que saia, sem derrota militar, mas com uma humilhação”.

https://zap.aeiou.pt/russia-derrotada-humilhada-470159


Roman Abramovich e dois negociadores ucranianos terão sido envenenados !


Milionário russo com sintomas de envenenamento, tal como negociadores ucranianos. Ideia não era matar os três homens.

Três negociadores, dois ucranianos e um russo, que participam nos diálogos entre Rússia e Ucrânia na tentativa de estabelecer um acordo de paz, apresentaram sinais de envenenamento.

O negociador russo em causa é Roman Abramovich, o milionário que até há poucos dias era proprietário do Chelsea.

A indicação surgiu nesta segunda-feira no jornal The Wall Street Journal, que revela que a aparente tentativa de envenenamento decorreu no início de Março, em Kiev, depois de um encontro na capital da Ucrânia.

Fontes próximas contaram ao jornal que os visados apresentaram olhos vermelhos, lacrimejar constante e doloroso, descamação da pele na cara e nas mãos.

O portal Bellingcat adiantou pormenores: houve elementos químicos nesta tentativa de envenenamento, que se verificou na madrugada de 4 de Março.

Os três negociadores saíram da reunião, foram para um apartamento em Kiev e foi aí que começaram a sentir os sintomas, que se prolongaram durante toda a madrugada.

Roman Abramovich ficou sem ver durante algumas horas, revelou fonte próxima ao jornalista Shaun Walker, do jornal The Guardian.

Os três homens terão apenas comido chocolate e bebido água, nas horas anteriores.

Os sintomas foram desaparecendo ao longo da semana seguinte e os visados estão bem.

As análises realizadas por especialistas confirmam que esta foi uma tentativa intencional de envenenamento, utilizando um elemento químico não identificado; embora também haja a hipótese – menos provável – de tentativa de irradiação de micro-ondas.

A quantidade de veneno não era suficiente para matar. O objectivo dos criminosos seria “assustar” os negociadores.

O portal Bellingcat indica que já sabia deste episódio mas não o divulgou mais cedo por causa da segurança das vítimas. Em breve vai publicar uma investigação sobre este caso.

https://zap.aeiou.pt/roman-abramovich-envenenado-470115


Rússia protagoniza novo “ataque à liberdade de imprensa” !


Deutsche Welle já tinha ficado com site bloqueado e foi obrigada a fechar posto em Moscovo. Agora é um “agente estrangeiro”.

A Deutsche Welle passou a estar na lista de “agentes estrangeiros” do Ministério da Justiça da Rússia, a partir desta segunda-feira.

Na Rússia, um “agente estrangeiro” é obrigado a submeter a revisão qualquer artigo que publique, mesmo que seja numa plataforma de redes sociais, e também tem de apresentar relatórios semestrais.

A lista existe desde 2012 e centra-se, não só em meios de comunicação social, mas também em organizações sem fins lucrativos que recebem financiamento de um país estrangeiro. E foca-se em instituições ligadas à política ou que informam sobre corrupção.

A Amnistia Internacional e o Observatório dos Direitos Humanos são duas das entidades que constam na lista russa. 

A Deutsche Welle, empresa pública de rádio e televisão da Alemanha, já tinha visto o seu site ser bloqueado e teve de fechar o seu posto em Moscovo.

Agora é “agente estrangeiro” com base “nos documentos recebidos das autoridades estatais competentes”, explicou o ministério da Justiça, em comunicado.

Peter Limbourg, director-geral da Deutsche Welle, já reagiu e disse que esta decisão já era expectável mas é “mais um ataque à liberdade de imprensa e uma nova tentativa de privar a população russa de jornalismo livre e independente”.

https://zap.aeiou.pt/russia-ataque-liberdade-imprensa-470084


sábado, 2 de abril de 2022

Com a esquerda a espreitar e Macron a chegar-se à direita, adivinha-se uma repetição do duelo de 2017 em França !


Macron é o grande favorito numa altura de grande incerteza na Europa, notando-se uma aproximação do chefe de Estado francês à direita.

Com a primeira ida às urnas marcada para 10 de Abril, Emmanuel Macron é o grande favorito para a reeleição nas presidenciais francesas, com as sondagens a apontarem para que o actual chefe de Estado recolha 30% das intenções de voto.

As sondagens antecipam que haja uma segunda volta e uma repetição das eleições de 2017, que colocaram Macron frente a frente com a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, que tem 20% das intenções de voto nos inquéritos.

Apesar do burburinho inicial em torno de Éric Zemmour — um candidato também de extrema-direita e que foi muitas vezes comparado a Donald Trump — este não tem passado dos 10% das intenções de voto.

Le Pen e Zemmour têm posições semelhantes em vários temas, mas a primeira tem apostado na conquista dos eleitores da classe trabalhadora ao defender uma maior intervenção do Estado na economia, com um foco especial na luta contra a inflação e na defesa do poder de compra dos franceses.
 
Mais liberal, Zemmour defende uma luta contra o “Estado obeso”, mas, por enquanto, a retórica de Le Pen parece estar a ter mais resultados nas intenções de voto. O candidato também sofreu com o início da guerra na Ucrânia, devido à sua aparente proximidade a Putin, e, ao contrário de Le Pen (que contestou o acolhimento de sírios de 2017), defende limitações no acolhimento de refugiados ucranianos.

Perante uma esquerda que tem perdido gás nos últimos anos no panorama político francês, Jean-Luc Melénchon é a grande aposta nestas eleições e tem, aos poucos, subido nas sondagens, rondando agora os 15%, ainda com esperança de ultrapassar Le Pen e ser o adversário de Macron na segunda volta.

O partido França Insubmissa, de Melénchon, espera assim conseguir recentrar o debate em temas mais queridos da esquerda, como a distribuição de riqueza e o sindicalismo, num país onde o debate político está a ser ditado pela direita e pela extrema-direita e focado mais em questões como a imigração.
Macron chega-se à direita

Ao longo do seu mandato, Macron tem também adoptado políticas mais à direita, sejam elas a proposta de reestruturação do sistema nacional de pensões (que foi um dos motivos que alimentou a contestação nos protestos dos coletes amarelos) ou o maior aperto contra os muçulmanos, por exemplo, com a proibição do uso dos véus islâmicos em público.

Esta virada tem-lhe valido votos do eleitorado partido de direita mais tradicional, os Republicanos, tendo Macron sugado muitos eleitores a Valérie Pécresse, com uma sondagem do Le Monde a apontar que 40% dos membros deste partido já preferem o actual presidente.

Pécresse, que já foi alvo de críticas no próprio partido devido à sua simpatia pela facção mais radical dos Republicanos, também já saiu ao ataque e acusou Macron de ter copiado o seu programa eleitoral, especialmente com a proposta que obriga quem recebe o rendimento mínimo a cumprir 15 a 20 de horas de trabalho por semana.

Macron tem-se também afirmado como grande favorito devido ao contexto político. Perante uma guerra sem fim anunciado, uma pandemia que ainda não acabou e uma inflação que ameaça causar uma nova crise económica, os franceses preferem apostar num Presidente com o qual já sabem com o que contar do que arriscarem um agravamento da instabilidade ao elegerem um novo chefe de Estado.

Para além disto, já se antecipa uma elevada abstenção. De acordo com a sondagem do Le Monde, cerca de 30% dos eleitores podem não ir às urnas, sendo que este valor costuma rondar os 20% nas eleições presidenciais em França, tendo-se ficado pelos 22% em 2017.

A recusa de Macron em participar em debates com os adversários também não tem ajudado a suscitar mais interesse nos franceses, com o chefe de Estado a argumentar que nunca nenhum Presidente em funções participou nestes debates.

A primeira vez que um debate nestes moldes ocorreu foi antes da primeira volta em 2017, sendo que na altura o então Presidente François Hollande tinha anunciado que não ia ser candidato a um segundo mandato.

https://zap.aeiou.pt/esquerda-macron-direita-abstencao-469968


Putin terá planos para dividir Ucrânia em duas — Ao estilo das “Coreias” !


O líder dos serviços de informações da Ucrânia, Kyrylo Budanov, alegou que Vladimir Putin terá planos para dividir a Ucrânia em duas, numa situação semelhante à Coreia do Sul e Coreia do Norte.

Os dois países asiáticos costumavam ser um só, mas depois da Segunda Guerra Mundial dividiram-se em dois: a Coreia do Sul sob influência capitalista dos EUA e a Coreia do Norte sob influência socialista da antiga União Soviética.

“Na verdade, isto é uma tentativa de criar uma Coreia do Norte e uma Coreia do Sul na Ucrânia”, disse Budanov, citado pelo Observador, adiantando que “vai começar em breve” uma fase de combates de guerrilha nas cidades ucranianas. “Aí, só haverá um cenário relevante para os russos: como sobreviver”.

A Rússia mantém o controlo de algumas cidades da região oriental da Ucrânia, mas ainda não conseguiu conquistar nenhuma cidade decisiva. As dificuldades sentidas podem ter contribuído para este plano de última instância do Presidente russo.

Enquanto isso, o líder da autoproclamada República Popular de Luhansk disse que poderá realizar um referendo para se tornar parte da Rússia.  

“Acho que num futuro próximo um referendo será realizado no território da república, durante o qual as pessoas vão expressar as suas opiniões sobre aderir à Federação Russa”, disse Leonid Pasechnik, citado pelas agências noticiosas russas.

“Falsos referendos nas zonas ocupadas da Ucrânia são nulos e sem efeito. Nenhum país do mundo irá alguma vez reconhecer a mudança pela força das fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia”, escreveu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Oleg Nikolenko, no Twitter.

Delegações da Rússia e da Ucrânia vão encontrar-se de novo na Turquia entre segunda-feira e quarta-feira, numa nova ronda de negociações presenciais, anunciou David Arakhamia, um dos negociadores ucranianos.

O chefe da equipa de negociadores russos, Vladimir Medinski também confirmou, citado pelas agências noticiosas do país, uma nova ronda de conversações mas disse que iriam decorrer entre terça-feira e quarta-feira, sem precisar o local.

“No decurso das discussões de hoje por videoconferência, foi decidido realizar a próxima ronda presencial na Turquia de 28 a 30 de março”, indicou David Arakhamia na sua página Facebook.

Uma sessão de negociações russo-ucranianas na presença das duas partes já decorreu em 10 de março em Antália, na Turquia, a nível dos ministros dos Negócios Estrangeiros e por convite de Ancara, mas sem resultados concretos, e que se seguiu a um primeiro contacto na Bielorrússia.

As discussões prosseguiram depois por videoconferência, definidas como “difíceis” pelas duas partes.

“O processo de negociação é muito difícil”, reconheceu na sexta-feira o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba.

O ministro negou qualquer “consenso” com Moscovo, enquanto o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan assegurava previamente que a Rússia e a Ucrânia estavam de acordo em quatro dos seis pontos de negociação.

“Não existe consenso com a Rússia sobre os quatro pontos mencionados pelo Presidente da Turquia”, afirmou Kuleba, apesar de elogiar os “esforços diplomáticos” de Ancara para pôr termo à guerra.

Na sexta-feira, Medinski também considerou que as conversações estavam “bloqueadas” nos pontos principais.

“As posições convergem nos pontos secundários. Mas nas principais [questões] políticas, estamos bloqueados”, declarou, citado pelas agências noticiosas russas.

O negociador russo acrescentou que Moscovo insiste na assinatura de um “tratado exaustivo” que inclua as exigências de neutralidade, desmilitarização e “desnazificação” da Ucrânia, e ainda o reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia e a independência das duas repúblicas separatistas russófonas da região de Donbass.

https://zap.aeiou.pt/putin-planos-dividir-ucrania-em-duas-469942


Startup norte-americana quer lançar internet de alta velocidade na Lua até 2024 !

Impressão artística do asteróide Kamo'oalewa, perto do sistema Terra-Lua
Sistema iria permitir a identificação de potenciais ameaças à integridade da Terra, nomeadamente asteroides em rota de colisão.

A startup Aquarian Space anunciou um financiamento na ordem dos 650 mil dólares para trabalhar no desenvolvimento de uma ligação à Internet de banda larga que ligaria a Terra, a Lua, e talvez Marte. O dinheiro proveio da Draper Associates, que pretende ajudar a empresa a implementar o seu primeiro sistema lunar em 2024, de acordo com um relatório da Space.

No seu site oficial, a Aquarian Space explica que embora os humanos gastem milhares de milhões para lançar missões espaciais para fins científicos, há “capacidades limitadas de comunicação no espaço interplanetário” que fazem com que “só seja possível transferir uma fração desses dados científicos vitais que recolhemos dos satélites existentes”. Como tal, apontam, podemos fazer melhor do que isto”.

A Aquarian pretende criar um sistema chamado Solnet, através de redes de satélite de alta velocidade com 100 megabits por segundo. São poucas as informações adiantadas, mas a empresa disse que está atualmente a realizar revisões técnicas com parceiros norte-americanos, alguns dos quais pertencentes a programas da NASA.

“Em 2021 havia 13 objetos em torno da lua“, apontou Kelly Larson, CEO do Aquarian Space, numa declaração. “Até 2030, teremos cerca de 200, o que pressupõe a criação de uma economia lunar multibilionária. No entanto, isto não pode acontecer sem comunicações sólidas e fiáveis Terra-Lua”, continuou.

No entanto, a Aquarian não é a única empresa atualmente focada em construir infraestruturas de comunicação para o espaço. A gigante SpaceX recebeu recentemente críticas muito positivas pela disponibilização dos seus satélities de internet Starlink às tropas ucranianas a propósito da invasão do país pelas forças russas. Essa mesma rede de satélites será brevemente testada ao nível da comunicação espacial pelos civis que integrarão a missão Polaris Dawn, prevista para o final do ano.

No entanto, a NASA já alertou para o facto de a mega constelação Starlink ter tornado mais difícil para os astrónomos a deteção de asteroides potencialmente catastróficos por estarem em rota de colisão com a Terra. Contrariamente, a Aquarian Space especifica no seu site que os satélites por ela produzidos serão capazes de fornecer dados de defesa planetária, nomeadamente a identificação de asteroides.

De acordo com o Interesting Engineering, a Aquarian Space terá que se esforçar para se diferenciar da Starlink e da SpaceX, a principal parceira da NASA nos últimos anos. Ajudar a prevenir a destruição da civilização da Terra parece ser uma boa maneira de começar.

https://zap.aeiou.pt/startup-internet-na-lua-ate-2024-469206


Artista mostra como ficariam monumentos famosos num apocalipse climático !

O artista francês Fabien Barrau re-imaginou como seriam alguns marcos arquitetónicos famosos depois de um apocalipse climático.

Para alguns, crise climática é um termo abstrato, que ouvem replicado várias vezes pelos políticos, ativistas e comunicação social. Já dizia o filósofo chinês Confúcio que uma imagem vale mais do que mil palavras.

Foi com isto em mente que o fotógrafo e artista digital francês Fabien Barrau criou “News From The Future”, uma série de imagens de como ficariam alguns marcos arquitetónicos famosos depois de um apocalipse climático.

Criadas com a ajuda de um drone e com as suas habilidades de Photoshop à mistura, as imagens mostram o estado de monumentos como o Coliseu de Roma e o Arco do Triunfo depois de afetados pelo extremo da crise climática.

“Estou convencido de que uma simples imagem pode ter mais impacto nas pessoas, especialmente nos mais jovens, para entender as consequências da inação”, disse Barrau à VICE.

“Esta série é um trabalho pessoal de antecipação das consequências das alterações climáticas”, explicou o artista francês. “Não é um trabalho científico, mas um trabalho artístico onde me inspiro nas probabilidades dos dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)”.

Segundo um relatório do IPCC, de agosto do ano passado, todas as regiões habitadas da Terra já são afetadas pelas alterações climáticas e o limite de 1,5º C será atingido mesmo no melhor dos cenários nos próximos 20 anos. Eventos climáticos extremos serão mais frequentes e intensos e algumas das alterações são “irreversíveis”.

Para visualizar as consequências catastróficas, Barrau retocou digitalmente fotografias de bancos de imagens e fotos capturadas por drone.

É possível ver a Torre Eiffel, em plena Paris, no meio de um deserto de areia, ou a Estátua da Liberdade, em Nova Iorque, com água pela cintura.

O artista inspirou-se em grande parte na ficção, nomeadamente nos filmes Planeta dos Macacos, Mad Max, Akira e o documentário da National Geographic Aftermath: Population Zero.

“Gosto de fazer fotografia de paisagem e arquitetura e tive a oportunidade de viajar para vários países para fotografar ambientes fabulosos”, disse à VICE. “Mas, ao longo dos anos, tenho sentido cada vez mais os efeitos devastadores desta crise climática na biodiversidade, nas paisagens e nas pessoas. Parece-me difícil continuar a fingir que nada mudou”.

https://zap.aeiou.pt/artista-monumentos-apocalipse-climatico-469713


Gangsta rapper expõe o lado negro da Suécia que ninguém quer ver !

 Capa do segundo álbum do rapper sueco Yasin.

Visto como um país próspero e com igualdade social, a Suécia está a ser desmascarada por um jovem rapper que destaca a pobreza e o crime.

“O mais procurado da Suécia”, canta o polémico artista Yasin na faixa “20 Talet”. As letras do rapper são sem filtro, diretas, cruas, nascidas num ambiente marginalizado e muitas vezes criminal, retratando um lado da Suécia que pode ser irreconhecível para muitos.

Quando as pessoas pensam na Suécia, provavelmente pensam em igualdade social e prosperidade, não em pobreza e crime. É provável que pensem nos grooves alegres dos ABBA e não nas batidas arrojadas de Yasin.

No entanto, tem havido uma onda crescente de gangsta rap liderada por nomes como Yasin. Vindo do subúrbio multiétnico de Estocolmo, Rinkeby, o rapper sueco-somali é representante de uma onda de rap sueco que expõe a dura realidade de ser um sueco de minoria étnica ou imigrante a crescer nos subúrbios marginalizados do país escandinavo aparentemente tão equalitário.

Junto com gangsta rappers como Jaffar Byn, 1.Cuz, 23, e Dree Low, Yasin pinta um quadro difícil salpicado de criminalidade e violência de gangues. A sua música muitas vezes fala sobre as dificuldades de sobreviver financeira e socialmente na sociedade sueca, mas mais recentemente também sobre o custo mental e emocional que isso exige.

Estas músicas expõem uma realidade que muitos não querem pensar, principalmente na Suécia, uma nação que se orgulha de proporcionar uma alta qualidade de vida e que se preocupa com os direitos humanos e a liberdade individual. Como tal, certas fações da sociedade sueca estão a usar estas músicas para reforçar os sentimentos anti-imigrantes.

Nos últimos 30 anos, o hip-hop sueco surgiu e assumiu as paradas do país. Deu aos artistas, que muitas vezes vêm de áreas multiétnicas e segregadas, os meios para expressar as suas opiniões sobre a sociedade e refletir sobre o que está a acontecer ao seu redor.

A Suécia tornou-se uma sociedade multicultural – mas a noção daquilo o que é sueco permaneceu atolada no passado. Embora os grupos minoritários estejam a aumentar em tamanho e só se espere que cresçam, ser sueco ainda tem uma forte ligação com ser branco.

Nos primeiros dias do hip-hop sueco na década de 1990, The Latin Kings descreveram as desigualdades estruturais, violência e segregação em bairros tão desfavorecidos de maneira semelhante aos rappers de hoje. Mas eles fizeram isso de uma perspetiva observacional e com um toque de esperança para o futuro.

Os rappers de hoje, por outro lado, estão mais inseridos na violência e tendem a ter uma opinião mais niilista do seu futuro.

Veja-se a música “Adressen” do artista 23. Ele quer que a sua mãe saiba que não é culpa dela que ele tenha sido afetado pelo ambiente criminal e seja estigmatizado pelo bairro de onde vem:

A recente onda de gangsta rap foi o resultado da degradação da dinâmica da sociedade. Muitos bairros como Rinkeby, que são predominantemente multiétnicos, foram categorizados como social e economicamente “vulneráveis”, sofrendo com desigualdades estruturais, falta de investimento e desemprego acima da média, o que levou a altos índices de pobreza e criminalidade.

Estas estatísticas de pobreza e criminalidade ecoam regularmente nos media e nos discursos políticos, o que levou a uma maior estigmatização desses bairros e das minorias étnicas que lá vivem.

As letras violentas do gangsta rap sobre esses bairros também são usadas para reforçar a retórica nacionalista e anti-imigrante. Juntos, são usados para criar uma narrativa que promove a ideia de que esses lugares são diferentes da grande parte da Suécia e as pessoas que vivem lá, incluindo esses rappers, não são como os suecos.

Nem todo o hip-hop está errado aos olhos da maioria dos suecos. Mas o estilo gangsta rap contemporâneo colocou as pessoas no limite porque o associam a tiroteios e criminalidade de gangues. Um aumento de incidentes violentos e criminais na Suécia nos últimos anos é associado por alguns à imagem retratada por estes rappers suecos e o seu ambiente.

Yasin, com as suas raízes somalis, ligações ao gangue local Shottaz e condenações criminais, é facilmente julgado de antemão pelo público, que não consegue separar a sua arte atual das suas atividades passadas.

Yasin expressou isso na capa do seu último álbum, Del Två (Parte Dois), que mostra o passaporte sueco de Yasin carimbado com Dömd på förhand, que significa “condenado antecipadamente”. Yasin sabe que não é reconhecido como sueco.

O artista de hip-hop Timbuktu é um defensor assumido de que as minorias sejam aceites como suecas, legal e simbolicamente. Em 2013 foi convidado para o Parlamento, onde falou e ergueu o passaporte no ar, mostrando que é sueco.

Mais recentemente, no talk show Efter Fem, argumentou que pessoas como ele com origem imigrante não deveriam precisar de pedir permissão para fazer parte da história sueca – elas são e têm sido há já algum tempo.

A tendência atual do gangsta rap expõe um lado bastante destrutivo da Suécia. Sim, expõe a criminalidade e a pobreza, mas também expõe uma sociedade que é resistente à mudança, ou simplesmente não muda rápido o suficiente.

https://zap.aeiou.pt/gangsta-rapper-expoe-lado-negro-suecia-469195

sexta-feira, 1 de abril de 2022

“Obrigado, corpo. Obrigado, Terra. Aqui tens algum alimento”: Colorado estreia-se na compostagem humana !

O estado norte-americano legalizou este processo no ano passado, que é mais amigo do ambiente em comparação com outros rituais fúnebres.

Depois da legalização do processo no ano passado, uma agência funerária no Colorado depositou os primeiros restos mortais humanos compostados, avança o órgão local 9News.

“É um tempo muito especial. É a primeira vez que acontece no Colorado”, anunciou Ben Martin da agência The Natural Funeral, aos participantes na cerimónia.

A The Natural Funeral é uma agência holística que também oferece serviços de cremação e foi a primeira a oferecer o serviço de compostagem dos corpos humanos, que descreve como “redução natural”, nota a Smithsonian Mag.

Os cadáveres são compostados num processo semelhante ao de outros materiais orgânicos, com o corpo a ser colocado num recipiente de madeira com camadas de lascas de madeira, alfalfa e palha que ajudam na decomposição.

“Começamos com lascas de madeira na base”, explica Seth Viddal, da funerária, num webinar. “Há muita atividade microbiana a acontecer dentro destas lascas, estão inoculadas com certos tipos de bactérias, certas enzimas e certos fungos”.

Depois, uma camada de alfalfa é colocada nas lascas de madeira, o que dá calor aos micróbios, seguindo-se uma camada de palha. O corpo é depois colocado no recipiente, com outra camada de palha, alfalfa e lascas de madeira por cima.

“Não estamos a usar fluídos tóxicos de embalsamento ou qualquer coisa que possa ser prejudicial à Terra. Estamos a honrá-la e a dizer obrigado. Obrigado, corpo. Obrigado, Terra. Aqui tens algum alimento”, revelou Martin.

Depois da compostagem estar completa, o solo em questão é devolvido à família ou doado a quintas, com a lei do Colorado a proibir que este seja usado para a plantação de comida para o consumo humano.

O corpo do primeiro homem a passar por este processo no Colorado foi colocado no recipiente em Setembro. Viddal acreditava que o processo demoraria cerca de um ano, mas acha agora que pode ficar concluído em cerca de três meses.

Já várias outras empresas funerárias com métodos mais amigos do ambiente sublinharam as vantagens das alternativas aos funerais ou cremações típicos, já que não emitem tantos gases com efeito de estuda na atmosfera.

https://zap.aeiou.pt/colorado-compostagem-corpo-humano-469205


Toalhetes podem estar por trás de um surto que infetou mais de 200 pessoas na Noruega !


Os toalhetes húmidos são o principal suspeito de um surto de uma doença invulgar que se está a espalhar pelos hospitais noruegueses. Já foram infetadas mais de 200 pessoas.

Segundo o IFL Science, pelo menos 239 pessoas em 33 hospitais em toda a Noruega adoeceram após terem sido infetadas com a bactéria Pseudomonas aeruginosa.

De acordo com o Instituto Norueguês de Saúde Pública (NIPH), o surto foi detetado em novembro de 2020, num hospital em Tromsø. Após vários meses, a estirpe da bactéria responsável pelo surto foi encontrada no interior de uma embalagem de toalhetes, fabricados pela empresa britânica Vernacare.

Suspeita-se de que os toalhetes sejam os responsáveis pelas infeções. Assim que a possível ligação se tornou conhecida, os panos humedecidos, que estavam a ser utilizados nos hospitais para dar banho a doentes críticos que estão demasiado doentes ou fracos para se lavarem, foram retirados de circulação.

“Os serviços de saúde têm estado envolvidos numa extensa investigação de surtos em que, entre outras coisas, o mapeamento dos doentes infetados e o exame dos produtos e equipamentos com os quais têm estado em contacto tem sido uma prioridade. Será agora importante encontrar a extensão da contaminação no produto suspeito”, disse Kirsten Gravningen, responsável do NIPH.

A P. aeruginosa é tipicamente inofensiva para pessoas saudáveis, mas pode causar infeções graves em doentes com sistemas imunitários enfraquecidos.

A bactéria pode ser encontrada em muitos ambientes naturais, como solo húmido e água, mas é frequentemente encontrada em hospitais e lares devido à sua capacidade de infetar doentes imunocomprometidos.

Curiosamente, estas bactérias têm a capacidade de decompor o petróleo bruto, o que significa que poderiam ser uma ferramenta útil contra os derrames de petróleo.

https://zap.aeiou.pt/toalhetes-podem-estar-por-tras-de-surto-469718


Um mundo livre de carne até 2035 é “totalmente possível” !


A notar uma mudança nas tendências do mercado, já várias produtoras de carne começaram a apostar também na criação de produtos alternativos.

O CEO da Impossible Foods, que cria alternativas à carne e está por detrás do conhecido hambúrguer vegetariano Impossible Burger, acredita que é possível o mundo já não consumir carne em 2035.

De acordo com o Freethink, a Impossible Foods já é avaliada em quatro mil milhões de dólares, com Patrick O. Brown a explicar que o objetivo da empresa é proteger o mundo das duas “maiores ameaças ambientais que a humanidade alguma vez enfrentou”, sendo estas as alterações climáticas e a perda de biodiversidade.

“De longe o maior factor nestes problemas é o uso de animais como uma tecnologia de comida, globalmente. É de longe a tecnologia mais destrutiva na história humana”, afirmou Brown na Web Summit em 2020.

Brown acredita que é “fazível” substituir completamente o consumo de carne animal até 2025 e para isso quer apelar às mudanças não com argumentos ambientalistas, mas sim com a criação de produtos que tenham o mesmo sabor que a carne, mas sejam mais saudáveis e amigos do ambiente.

As estimativas sugerem que há agora 15 vezes mais animais a ser criados para o consumo humano do que animais selvagens, com uma proporção de 15 para 1. Juntos, a carne e lacticínios são responsáveis por quase 15% das emissões globais.

Os dados da Impossible Foods revelam que o seu hambúrguer precise de 87% menos água e 96% menos terra em comparação com um hambúrguer típico e que a sua produção emita 89% menos gases, lembra o Interesting Engineering.

Para além da Impossible Foods, a Beyond Meat é também outra grande empresa que tem crescido nos últimos anos e oferece alternativas à carne, prometendo o mesmo sabor e textura.

Este ano, a cadeia de restaurantes de fast-food Burger King juntou-se à Impossible Foods no lançamento do Impossible Whopper, que tornou bastante mais acessível o primeiro contacto com este tipo de produtos.

Uma indústria que já está a dar conta desta mudança nas tendências de mercado é a própria produção de carne, com grandes empresas como a Tyson, Smithfield ou Perdue a começarem elas mesmas a oferecer alternativas aos consumidores.

“A procura está a aumentar. Seria parvo se não prestássemos atenção” revela John Pauley, chefe comercial da Smithfield, ao The New York Times.

O avanço das tecnologias na impressão de carne, que permitem copiar não só o aspecto mas também o comportamento da carne, é outro ponto a favor do argumento de Brown, apesar destes dispositivos ainda serem caros e pouco acessíveis.

Brown também já tem planos para além dos produtos baseados apenas na cópia da carne verdadeira, com a empresa a ponderar criar alimentos em base em plantas completamente diferentes.

“Isso é algo em que internamente e na nossa equipa de pesquisa e desenvolvimento, adoramos pensar. Depois de substituirmos completamente os animais enquanto uma tecnologia para a comida, então tiramos as luxas. Há todo um tipo de novos sabores e texturas de carne que podemos criar e estamos ansiosos”, remata.

https://zap.aeiou.pt/mundo-livre-carne-2035-possivel-468940


Nenhum país cumpriu os padrões de qualidade do ar definidos pela OMS !


Nenhum país conseguiu cumprir os padrões de qualidade do ar em 2021, definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo um levantamento de dados de poluição em 6.475 cidades, nenhum país foi capaz de cumprir os requisitos da Organização Mundial de Saúde.

Segundo a Reuters, a OMS recomenda que as leituras médias anuais de partículas pequenas e perigosas transportadas pelo ar, conhecidas como PM2,5, não devem ser superiores a 5 microgramas por metro cúbico.

Estas após diretrizes foram alteradas no ano passado, afirmando que mesmo as concentrações baixas causavam riscos significativos para a saúde.

Apenas 3,4% das cidades inquiridas cumpriram a norma em 2021, de acordo com dados da IQAir, uma empresa suíça de tecnologia que estuda a poluição e monitoriza a qualidade do ar.

De acordo com esses mesmos dados, 93 cidades registaram 10 vezes mais o nível de PM2,5 recomendado.

“Há muitos países que estão a fazer grandes progressos na redução”, disse Christi Schroeder, gerente do departamento de qualidade do ar da IQAir.

“A China começou com alguns números muito grandes e têm vindo a diminuir com o tempo. Mas também há lugares no mundo onde está a ficar significativamente pior”, acrescenta ainda a especialista.

Os níveis globais de poluição da Índia pioraram em 2021, e Nova Deli continuou a ser o capital mais poluída do mundo.

Verificou-se também que o Bangladesh era o país mais poluído, também sem alterações em relação ao ano anterior, enquanto que o Chade ficou em segundo lugar após a inclusão, pela primeira vez, dos dados do país africano.

A China, que tem estado a lutar contra a poluição desde 2014, caiu para a 22ª posição no ranking das PM2,5 em 2021.

Desceu do 14º lugar, onde se encontrava um ano antes, com as leituras médias a melhorar ligeiramente ao longo do ano para 32,6 microgramas, disse o IQAir.

Hotan, na região noroeste de Xinjiang, foi a cidade com pior desempenho da China, com leituras médias de PM2,5 de mais de 100 microgramas, em grande parte causadas por tempestades de areia.

Hotan caiu para terceiro na lista das cidades mais poluídas do mundo, depois de ter sido ultrapassada por Bhiwadi e Ghaziabad, ambas na Índia.

https://zap.aeiou.pt/nenhum-pais-cumpriu-os-padroes-de-qualidade-do-ar-definidos-pela-oms-469227


Basta uma hora para os utilizadores do TikTok serem expostos a informação falsa sobre a guerra na Ucrânia !


Investigadores sublinham a incapacidade da rede social em não conseguir diferenciar a informação credível e transmitir esse verdito aos utilizadores.

Um novo utilizador do TikTok será confrontado com conteúdo falso sobre a guerra na Ucrânia apenas minutos após estes acederam à plataforma, aponta uma investigação do NewsGuard, um meio especializado em combater a desinformação. A empresa conduziu um conjunto de testes para monitorizar e avaliar a forma como a rede social trata a informação relativa ao conflito.

Uma das conclusões foi que uma conta recém criada, apenas num movimento normal de scroll através da página designada como “Para Si”, com conteúdos escolhidos pelo algoritmo da rede social, mostraria conteúdos falsos ou enganosos dentro do intervalo temporal de 40 minutos.

“Perto do fim da experiência de 45 minutos, os feeds dos analistas foram preenchidos quase exclusivamente com conteúdos verdadeiros e falsos sobre o conflito na Ucrânia, apesar de não haver distinção entre a informação credível ou não“, justificou a equipa, citada pelo The Guardian. “Numa altura em que as falsas narrativas sobre a guerra proliferam na internet, nenhum dos vídeos fornecidos anos nossos analistas pelo algoritmo do TikTok continha qualquer informação sobre a fiabilidade das fontes, avisos ou verificação dos factos.”

Entre as informações falsas apresentavas constavam a da existência de laboratórios bioquímicos na Ucrânia apoiados pelos Estados Unidos e a acusação de que a imagem de Putin foi alvo de manipulação quando esta pertencia a uma conferência de imprensa dada no início de Março. Existiam também vídeos a afirmar que imagens falsas eram reais e o contrário. Algumas das imagens foram mesmo retiradas de jogos, ao passo que as verdadeiras com rútulo de “falsas” eram recorrentes nas contas pró-Rússia.

“Alguns dos mitos presentes nos vídeos que o algoritmo do TikTok transmite foram previamente identificados como propaganda do Kremlin“, resumiram os investigadores.

Os testes efetuados tinham uma filosofia simples: a criação de contas novas e passar 45 minutos a fazer scroll pela página de conteúdos selecionados pela rede social de acordo com as preferências mostradas. Durante este período de tempo, todos os vídeos relacionados com a guerra na Ucrânia foram vistos na totalidade.

Apesar de o TikTok não fornecer uma descrição detalhada de como o seu algoritmo avalia as preferências dos utilizadores, a empresa diz ter em conta o tempo gasto a ver vários vídeos, assim como outros sinais, incluindo gostos, comentários e as contas qye um utilizador segue ou bloqueou. Ao assistirem a todos os vídeos da guerra que apareceram na sua página, os investigadores terão “treinado” o algoritmo para mostrar o conteúdo das novas contas sobre o conflito.

Um porta-voz da TikTok advertiu que a experiência só pode oferecer conclusões limitadas sobre a forma como a aplicação funciona no mundo real, uma vez que não consegue imitar o comportamento padrão de visualização.

“Continuamos a responder à guerra na Ucrânia com mais recursos de segurança e proteção, à medida que trabalhamos para remover a desinformação prejudicial e ajudar a proteger uma experiência segura no TikTok”, acrescentaram eles. “Também estabelecemos parcerias com organizações independentes de verificação de factos para apoiar os nossos esforços no sentido de ajudar a TikTok a permanecer um lugar seguro e autêntico“.

A aplicação de partilha de vídeos teve um grande aumento no conteúdo relacionado com a guerra, com vídeos marcados #Ucrânia a receber mais de 30 mil milhões de visualizações até ao final da semana passada. Um relatório do New York Times descobriu que, proporcionalmente, o conteúdo ucraniano no TikTok ultrapassa em mais do dobro o seu tamanho nas plataformas.

https://zap.aeiou.pt/basta-uma-hora-para-os-utilizadores-do-tiktok-serem-expostos-a-informacao-falsa-sobre-a-guerra-na-ucrania-468947


quinta-feira, 31 de março de 2022

Rússia concentra-se na “libertação” do Donbass. Biden não afasta o uso de armas nucleares !


A Rússia considera que já alcançou os objetivos da primeira fase da “operação especial militar”. O próximo passo é “concentrar esforços em alcançar o objetivo principal, a libertação do Donbass”.

Esta sexta-feira, Sergey Rudskoy, um responsável do exército russo, disse que Moscovo vai concentrar os seus esforços na libertação de Donbass, depois de ter alcançado os objetivos da primeira fase da invasão.

Segundo o Diário de Notícias, a declaração parece ser uma admissão das dificuldades que a Rússia tem encontrado no terreno.

“As tarefas principais da primeira fase da operação estão completas”, disse o responsável. “O potencial de combate das Forças Armadas da Ucrânia foi reduzido significativamente, o que nos permite – enfatizo mais uma vez – concentrar os nossos esforços em alcançar o objetivo principal, a libertação do Donbass.”

O Ministério da Defesa russo alega que os separatistas já controlam 93% da região de Lugansk e 54% de Donetsk (que juntas formam Donbass), além da criação de um corredor terrestre que permite ligar essa zona à Crimeia. Tal corredor implicaria, no entanto, o controlo total da cidade de Mariupol.
 
De acordo com as declarações de Rudskoy, Putin tinha duas opções para a operação militar: uma ação limitada no Donbass ou uma generalizada em todo o país. Optou pela segunda opção para impedir que as forças ucranianas pudessem concentrar os seus esforços no Donbass.
Biden poderá usar armas nucleares em “circunstâncias extremas”

O Telegraph avança que o Presidente norte-americano, Joe Biden, poderá usar armas nucleares em “circunstâncias extremas”, mesmo que a Rússia não as utilize primeiro.

A posição de Biden tem vindo a mudar, principalmente após as declarações do Kremlin que admite a utilização de armas nucleares caso a sua existência estiver em risco.

Os EUA permitem o uso de armas nucleares para a defesa no âmbito dos “interesses vitais” do país, “dos seus aliados e parceiros” e em resposta a “ataques estratégicos significativos que não sejam nucleares”. Segundo o Observador, Biden pode usar este tipo de armamento numa potencial ameaça de uso de armas biológicas, químicas e ciberataques.

A Rússia publicou uma doutrina sobre quando usar armas nucleares: caso o país seja atingido um míssil balístico, caso seja empregue uma arma nuclear por parte de um inimigo (independentemente que caia ou não em solo russo), ou qualquer ataque que ameace a existência da Rússia.

Este sábado, o Presidente dos Estados Unidos vai encontrar-se com os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da Ucrânia, Dmitro Kuleba e Oleksii Reznikov, respetivamente, durante a sua visita a Varsóvia.

A Casa Branca anunciou que Biden tem previsto “participar em parte de uma reunião” na capital polaca entre os ministros ucranianos e os secretários de Estado e de Defesa norte-americanos, Antony Blinken e Lloyd Austin, que estão a acompanhar o Presidente na sua viagem.

Biden deverá também encontrar-se com o Presidente polaco, Andrzej Duda, antes de visitar o estádio de futebol PGE Narodowy, que foi convertido num centro de refugiados para cuidar de alguns dos mais de 2,17 milhões de refugiados que fugiram da Ucrânia para a Polónia desde que a guerra começou.
“Operação humanitária” de evacuação de Mariupol

A França, a Turquia e a Grécia vão efetuar “uma operação humanitária” para evacuar “nos próximos dias” a cidade sitiada de Mariupol, no sul da Ucrânia, anunciou o Presidente francês, Emmanuel Macron, na sexta-feira.

“Vamos, em conjunto com a Turquia e a Grécia, lançar uma operação humanitária para retirar todas aquelas e aqueles que desejarem sair de Mariupol”, declarou no final de uma cimeira europeia em Bruxelas, precisando que terá uma reunião sobre esse assunto com o Presidente russo, Vladimir Putin, “dentro de 48 a 72 horas”.

“Espero poder envolver o maior número possível de intervenientes nesta operação”, prosseguiu o Presidente francês, assegurando que estará “em condições” de realizar essa evacuação “nos próximos dias”.

Macron afirmou que as “equipas do Eliseu” falaram hoje com o presidente da câmara de Mariupol, uma “cidade de mais de 400.000 habitantes que atualmente tem apenas 150.000” a viver “em circunstâncias dramáticas”. Mais de 2.000 civis foram mortos em Mariupol, segundo o mais recente balanço divulgado pela autarquia.

De acordo com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, cerca de 100.000 pessoas estão ainda retidas na cidade portuária estratégica do mar de Azov que está cercada pelas tropas russas.

A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de dez milhões de pessoas, mais de 3,7 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

https://zap.aeiou.pt/russia-concentra-libertacao-donbass-469857


Anonymous publicam milhares de documentos secretos do Banco Central da Rússia !


Além de ter divulgado 28 gigabytes de documentos, o grupo de hackers avisou o Presidente russo, Vladimir Putin, que todos os seus segredos serão revelados.

O grupo de hackers Anonymous revelou, este sábado, que publicou 28 gigabytes de documentos que obteve depois de penetrar no sistema de segurança informático do Banco Central da Rússia.

Em conjunto com os 28 gigabytes de documentos, o grupo de hackers advertiu o Presidente russo, Vladimir Putin, num vídeo divulgado, em que diz que todos os seus segredos serão revelados.

“A extorsão de documentos do Banco Central da Rússia (28 gigabytes) foi difundida pelo Anonymous”, escreveu o grupo no Twitter, indicando que espalhou os documentos por vários pontos da internet e que, caso os links sejam censurados, partilhá-los-á noutros novos pontos da internet.

No vídeo, os hackers afirmam que o Presidente russo é “mentiroso, ditador, criminoso de guerra e assassino de crianças”.

Até agora, milhares de civis inocentes morreram, centenas de milhares foram deslocados, hospitais, escolas e abrigos foram bombardeados, crianças perderam as suas famílias e as famílias perderam seus filhos, devido à decisão de Putin ter desencadeado uma “operação especial” na Ucrânia, como o Kremlin a qualifica.

“Vladimir Putin, nenhum segredo é seguro, estamos em todos os lados: no seu palácio, onde come, na sua mesa, no seu quarto”, adverte um pirata informático usando a típica máscara do Anonymous.

E prossegue: “Agora partilhamos milhares de documentos pertencentes ao Banco Central da Rússia”.

Entre os documentos, afirma ainda o pirata informático, estão acordos, correspondência, transferências de dinheiro, segredos comerciais dos oligarcas russos, relatórios económicos que “Putin esconde do público“, diz.

Além disso, constam também “acordos comerciais que Putin assinou com outros países, declarações, informações dos seus apoiantes com cadastro, videoconferências [do presidente russo] e os programas usados” por Putin, revela o hacker pertencente ao Anonymous.

Desde o arranque desta ciberguerra contra o regime de Putin, os Anonymous alegam que já atacaram “2500 sites dos Governos russo e bielorrusso”, bem como “sites de notícias, bancos, hospitais, aeroportos, empresas e grupos de hackers pró-russos”. Tudo pelo “apoio à Ucrânia”, sublinham.

https://zap.aeiou.pt/anonymous-publicam-documentos-russia-469861


Professores russos têm cartilha para justificar a guerra às crianças !


O Ministério da Educação russo deu aos professores ordens para dar aulas, seguindo uma metodologia fornecida, para justificar a invasão à Ucrânia.

Aulas de propaganda que procuram justificar a necessidade da invasão à Ucrânia começaram na segunda-feira na Rússia, escreve o portal The Insider. É pedido aos professores que lecionem aulas quem expliquem às crianças porque é que as autoridades russas estão a realizar uma “operação militar especial” na Ucrânia.

Foram enviados para as escolas dois tipos de apresentações pelo Ministério da Educação russo: uma para jovens e outra para crianças.

Antes destas aulas de propaganda, os professores foram instruídos sobre materiais e orientações metodológicas que devem usar nas suas apresentações.

No dia 28 de fevereiro, Maria Zakharova, diretora do departamento de informação do Ministério dos Negócios Estrangeiros, falou em videoconferência durante uma hora e meia com os professores sobre a sua posição relativamente à Ucrânia.

Zakharova disse aos professores que estes estão “na vanguarda desta guerra de informação” e depois foram avisados de que teriam que discutir a Ucrânia com os alunos como parte das suas aulas de história num futuro próximo, “com o nosso apoio metodológico”.

A governante russa referiu-se à guerra como uma “operação de desmilitarização e manutenção da paz” em Donetsk e Luhansk.

Zakharova sugeriu ainda que os atuais acontecimentos, aos quais as próximas aulas devem ser dedicadas, “começaram há muito tempo, quando as pessoas foram forçadas a jurar fidelidade a [Stepan] Bandera”.

Segundos professores ouvidos pelo The Insider, apenas um docente questionou a necessidade de transmitir estas informações às crianças e jovens.

Numa das cartilhas enviadas, os professores são incitados a responder à pergunta: “Há realmente uma guerra a acontecer na Ucrânia?”. A resposta deverá ser: “Sim, está a acontecer há oito anos, a Ucrânia está a travá-la contra os seus próprios cidadãos que vivem em Donbass”.

Além disso, os professores terão que dizer às crianças, em conversas privadas, que o objetivo da invasão da Ucrânia é “o estabelecimento da paz”.

“No dia 1 de março, que eu saiba, houve outra reunião, à qual não participei. Como resultado disso, todos nós temos que conversar com as crianças e explicar a posição do país em conversas privadas. Quanto às aulas baseadas na metodologia, agora serão realizadas apenas nas escolas que anteriormente recebiam os pedidos”, disse um professor russo sob anonimato.

Em algumas escolas, foi até solicitado aos professores que gravassem secretamente as suas conversas privadas com os alunos.

“Se vou ter estas conversas, vou fazê-lo com um tom neutro, porque vou ter que falar com crianças que em breve farão 17 anos, e dentro de um ano podem encontrar-se em vagões a viajar para oeste, e eu não gostaria de estar envolvido nisso”, disse um professor ao The Insider.

https://zap.aeiou.pt/professores-russos-cartilha-guerra-469740


Península Ibérica é uma “ilha energética” - Costa promete redução significativa do custo da energia !


A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi clara ao reconhecer a excecionalidade de Portugal e Espanha.

O primeiro-ministro, António Costa, e o chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciaram esta sexta-feira um acordo dos líderes da União Europeia (UE) para introduzir uma exceção no sistema energético europeu para a Península Ibérica, visando poder baixar preços.

“Conseguimos um acordo importante para a Península Ibérica, […] que será muito benéfico para portugueses e espanhóis: reconhece-se, finalmente, a exceção ibérica, a singularidade ibérica, no que toca à política energética”, anunciou Sánchez, falando numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo português.

Em concreto, “podemos, a partir de hoje, colocar em prática medidas adicionais, temporárias, e que serão apresentadas à Comissão Europeia por parte dos dois governos”, prevendo-se que o executivo comunitário “confirme com cariz de urgência que respeita a legislação comunitária”, acrescentou Pedro Sánchez, garantindo que tal iniciativa “vai permitir baixar os preços da energia”.

Também intervindo na ocasião, António Costa adiantou que estas medidas “temporárias e excecionais” serão “formalizadas já na próxima semana” junto da Comissão Europeia.

“O objetivo é muito claro: é assegurar que o crescimento que está a ter o crescimento que está a ter o gás não se vai continuar a repercutir no aumento do preço eletricidade e, para isso, vamos adotar medidas para fixar um preço máximo de referência para o gás, a partir do qual todos os outros preços não poderão ultrapassar”, explicou o chefe de Governo português.

Vincando que a Península Ibérica é “um ilha energética”, Costa adiantou que isto permitirá “obter uma redução muito significativa do custo da energia, com grandes poupanças para as famílias e grandes poupanças para as empresas”.

Os chefes de Estado e de Governo da UE estiveram reunidos várias horas numa discussão difícil, com dois intervalos pelo meio, sobre política energética e como fazer face ao aumento brutal de preços, marcada pela insistência espanhola, neste que foi o segundo dia de um Conselho Europeu de dois dias em Bruxelas.

Apesar de fontes de energia renováveis mais baratas terem um peso cada vez maior na fixação dos preços, em períodos de maior procura, é necessário recorrer a outras fontes de energia, nomeadamente o gás.

Na atual configuração do mercado, o gás determina o preço global da eletricidade quando é utilizado, uma vez que todos os produtores recebem o mesmo preço pelo mesmo produto — a eletricidade — quando este entra na rede.

Com o aval dado no Conselho Europeu, Portugal e Espanha poderão controlar os preços ao consumidor, desde que os dois países notifiquem a Comissão Europeia antes de agir e salvaguardem a concorrência europeia.

A decisão surge numa altura de aceso confronto armado na Ucrânia provocado pela invasão russa, tensões geopolíticas essas que têm vindo a afetar o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.

A Rússia é também responsável por cerca de 25% das importações de petróleo e 45% das importações de carvão da UE.

Em média, na UE, os combustíveis fósseis (como gás e petróleo) têm um peso de 35%, contra 39% das energias renováveis, mas isso não acontece em todos os Estados-membros, dadas as diferenças entre o cabaz energético de cada um dos 27 Estados-membros, com alguns mais dependentes do que outros.

https://zap.aeiou.pt/peninsula-iberica-e-uma-ilha-energetica-469820


FBI tem anúncios “geo-direcionados” para espiões russos descontentes !

FBI / wikimedia
A última operação de contra-espionagem do FBI contra a Rússia dificilmente é discreta — basta estar no sítio certo.

Na sequência da invasão do Presidente russo Vladimir Putin à Ucrânia, o FBI intensificou os seus esforços de recrutamento nos EUA, com o objetivo de atrair russos insatisfeitos ou desiludidos com a guerra.

As pessoas que estão muito próximas da embaixada russa em Washington podem ver os anúncios, que aparecem em russo, no Facebook, Twitter, e Google.

Um jornalista do The Washington Post afirmou que lhe apareceu um anúncio no Facebook enquanto estava ao lado da embaixada russa na Avenida Wisconsin, mas deixou de apareceu no seu feed quando atravessou a rua.

“É uma brilhante estratégia de recrutamento porque penso que há provavelmente muita gente dentro do governo russo que está insatisfeita com a guerra de Putin, e por isso é uma grande oportunidade para ver se alguma dessas pessoas nos poderia ajudar a compreender melhor as intenções de Putin”, sublinhou um antigo agente de contra-informação do FBI.

O anúncio do FBI no Facebook

Muitas plataformas de publicidade permitem aos anunciantes visar anúncios com base na localização. As localizações podem ser tão amplas como um país ou região ou tão pequenas como um raio definido pelo utilizador.

Para anúncios do Facebook, o mínimo é uma milha, embora seja possível encurtar ainda mais, excluindo certos locais através de códigos ZIP ou bairros específicos.

O anúncio no Facebook que aparece na Embaixada Russa mostra Sergey Naryshkin, diretor do Serviço de Informações Externas da Rússia de pé, num auditório ao lado de Putin, com um aspeto austero.

O texto na imagem cita Putin, dizendo: “Fala claramente, Sergey Yevgenyevich”. O anúncio recorda uma série de momentos tensos de uma das reuniões televisivas de Putin no período que antecedeu a guerra, durante os quais ele interrompeu repetidamente Naryshkin e o pressionou a “falar claramente” quando o chefe espião se engasgou com as palavras. No fundo da imagem, o FBI escreveu: “Fala claramente… estamos prontos a ouvir”.

Na parte de cima do anúncio, o FBI pede aos leitores que contactem a agência: “A informação fornecida ao FBI pelo público é o meio mais eficaz de combater as ameaças. Se tiver informações que possam ajudar o FBI, por favor contacte-nos“.

Os anúncios terão provavelmente funcionários de contra-espionagem russos a trabalhar horas extraordinárias para determinar se algum dos espiões ou diplomatas da Rússia visitou o site ou o gabinete do FBI.

https://zap.aeiou.pt/fbi-tem-anuncios-geo-direcionados-para-espioes-russos-descontentes-469800


Satélite mostra que a plataforma de gelo Conger colapsou completamente !

Uma das frentes do Thwaites, o "glaciar do juizo final".
Cientista da NASA diz que o colapso completo de uma plataforma de gelo do tamanho de Roma com temperaturas invulgarmente elevadas é “sinal do que pode estar para vir”.

Uma plataforma de gelo do tamanho de Roma desmoronou-se completamente na Antártida Oriental dentro de dias, de acordo com dados de satélite, depois de registarem temperaturas elevadas, segundo o The Guardian.

A plataforma de gelo Conger, que tinha uma superfície aproximada de 1.200 km2, desmoronou-se a 15 de março, alertaram os cientistas esta sexta-feira.

A Antártida Oriental sofreu temperaturas invulgarmente elevadas na semana passada, com a estação Concordia a atingir uma temperatura recorde de -11,8ºC a 18 de março, mais de 40ºC mais quente do que as normas sazonais.

As plataformas de gelo são extensões de placas de gelo que flutuam sobre o oceano, desempenhando um papel importante na contenção do gelo interior. Sem elas, o gelo interior flui mais rapidamente para o oceano, resultando na subida do nível do mar.

Catherine Colello Walker, cientista terrestre e planetária da NASA e do Instituto Oceanográfico Woods Hole, disse que embora a plataforma de gelo Conger fosse relativamente pequena, “é um dos eventos de colapso mais significativos em qualquer parte da Antártida desde o início dos anos 2000, quando a plataforma de gelo Larsen B se desintegrou”.

“Não terá efeitos devastadores, muito provavelmente, mas é um sinal do que poderá estar para vir”, disse Walker.

A plataforma de gelo Conger tem vindo a diminuir desde meados dos anos 2000, mas apenas gradualmente até ao início de 2020, disse Walker.

A 4 de março deste ano, a plataforma de gelo parecia ter perdido mais de metade da sua superfície em comparação com as medições de janeiro.

Peter Neff, glaciólogo e professor assistente de investigação na Universidade do Minnesota, disse que ver mesmo uma pequena plataforma de gelo cair na Antártida Oriental era uma surpresa.

“Continuamos a tratar a Antártida Oriental como este enorme, alto, seco, frio e imutável cubo de gelo”, disse o docente.

“O entendimento atual sugere em grande parte que não é possível obter as mesmas taxas rápidas de perda de gelo [como na Antártida Ocidental] devido à geometria do gelo e do leito rochoso ali”, acrescentou.

“Este colapso, especialmente se ligado ao calor extremo trazido pelo evento atmosférico do rio em meados de março, conduzirá a investigações adicionais sobre estes processos na região”, alerta também.

Dados de satélite da missão Copernicus Sentinel-1 mostraram que o movimento da plataforma de gelo começou entre 5 e 7 de março, explicou Neff.

“Grande parte da Antártida Oriental é retida por plataformas de gelo de contração, pelo que precisamos de vigiar todas as plataformas de gelo existentes”, explicou Helen Amanda Fricker, professora de glaciologia no Centro Polar Scripps.

“As plataformas de gelo perdem massa como parte do seu comportamento natural, mas o colapso em grande escala de uma plataforma de gelo é um acontecimento bastante invulgar“, concluiu Andrew Mackintosh, da Universidade Monash .

https://zap.aeiou.pt/satelite-mostra-que-a-plataforma-de-gelo-conger-colapsou-completamente-469805


Elon Musk vai criar uma nova bateria para evitar o fim dos carros elétricos !


O fundador do Tesla quer deixar de usar lítio devido à sua escassez, uma vez que a invasão russa da Ucrânia evidenciou a dependência dos países ocidentais.

Elon Musk afirmou estar a trabalhar numa nova bateria que tem como objetivo resolver a atual crise de matérias-primas que afeta a indústria. Uma crise que é inevitável devido à escassez destes materiais na Terra.

O aumento do fabrico de automóveis elétricos fez subir os preços nos mercados internacionais, o que foi ainda mais acelerado pela invasão russa da Ucrânia.

Musk admitiu esta terça-feira — durante a abertura oficial da fábrica da Tesla em Berlim — que é impossível o carro elétrico continuar o seu caminho sem uma mudança na tecnologia das baterias, segundo o El Confidencial.

De acordo com o CEO do SpaceX, são necessárias 300 terawatt-horas de produção de células de bateria para fazer a transição.

Embora o seu plano obviamente negligencie outras soluções mais lógicas e menos poluentes — tais como motores a hidrogénio — Musk tem razão quando diz que é impossível continuar neste caminho de crescimento sem primeiro encontrar uma alternativa sólida às baterias atuais que garanta a produção.

Como Musk sublinhou no seu diálogo com os empregados da sua fábrica na Alemanha, ele acredita que “há um potencial interessante no manganês”, um elemento metálico de transição que, ao contrário do lítio, é muito comum na Terra.

Estima-se que haja 1,5 mil milhões de toneladas de manganês no mundo, face aos 73 milhões de toneladas de lítio.

A estimativa é um défice de 5.000 toneladas até 2022, e os peritos dizem que precisaremos de 20 vezes mais, no atual nível de produção, nos próximos 10 anos.

Em 2040 não haverá mais lítio para extrair e, mesmo que reciclássemos todas as baterias de lítio do mundo, enquanto continuássemos a extraí-lo de sais diluídos na terra a um elevado custo de poluição, só chegaríamos a 2100, antes da crise.

Para além da escassez deste e de outros materiais necessários para as baterias, a invasão russa da Ucrânia evidenciou a vulnerabilidade das potências ocidentais na produção de bens de consumo.

O lítio vem em grande parte da China e a Rússia é também um grande produtor. Como o The New York Times indica, a Ucrânia parece ter uma das maiores reservas do metal precioso.

A Rússia também domina a produção de outro metal chave de baterias: o níquel. Uma empresa russa é responsável por 20% da produção mundial de níquel de alta pureza Classe 1, um material fulcral no fabrico de baterias de automóveis elétricos.

Sem este tipo de níquel, não há carros elétricos. Como resultado, a retaliação ocidental contra o país invasor fez subir o preço do níquel nos mercados internacionais: um aumento de mais de 30% só ontem, um novo recorde.

Estima-se que a Rússia tenha 10% de todo o níquel do mundo, um metal que também é bastante escasso, sendo que existem 89 milhões de toneladas.

O efeito da geopolítica sobre estes novos metais que se tornaram o novo petróleo e o combustível fóssil tem-se arrastado de uma crise para outra, desde a segunda metade do século XX, e está agora a ser utilizada por Putin, juntamente com o gás, para exercer pressão sobre a Europa.

Como salienta a analista da indústria automóvel Lauren Fix, “contar com os seus inimigos para lhe fornecer materiais críticos nunca é vantajoso para. Eles têm a capacidade de controlar o preço que paga e podem tornar mais difícil para a obtenção de fornecimentos para cumprir os seus objetivos”.

https://zap.aeiou.pt/elon-musk-vai-criar-uma-nova-bateria-para-evitar-o-fim-dos-carros-eletricos-469784


quarta-feira, 30 de março de 2022

O único porta-aviões russo não está em condições de atacar a Ucrânia !


No início de março, foi publicada uma imagem de um agricultor ucraniano num trator, a rebocar o Admiral Kuznetsov, o único porta-aviões da Marinha russa.

A conta @Sputnik_Not no Twitter, um perfil satírico que faz referência à agência noticiosa estatal russa Sputnik News, publicou uma imagem de um agricultor ucraniano num trator, a rebocar o Almirante Kuznetsov, o único porta-aviões da Marinha russa.

A fotografia não era real e foi apenas uma das várias imagens adulteradas que correram nos meios de comunicação social nas últimas semanas, e que que mostravam ucranianos a rebocar foguetes, jatos, e até mesmo um submarino.

As publicações falsas surgiram, provavelmente, em resposta à notícia real de que um agricultor tinha, de facto, utilizado um trator para “roubar” um tanque russo. E porque não o Admiral Kuznetsov?

“Agricultor ucraniano vai com tudo“, dizia a legenda do tweet de 10 de Março, que mostrava o porta-aviões em segundo plano.

Um agricultor pode não ter rebocado o porta-aviões de guerra russo, mas isso pode ter sido o máximo que ele se moveu em anos.

O porta-aviões da era soviética, que é agora o navio de bandeira da Marinha russa, foi retirado de serviço em 2018, para ser reequipado.

Tem estado a sofrer alterações na 35ª Instalação de Reparação Naval em Murmansk, e o seu regresso ao serviço estava inicialmente previsto para 2020.

Depois começaram os problemas — há quem acredita, na Rússia, que o navio de guerra está amaldiçoado. A verdade é que há mesmo a possibilidade de nunca mais voltar a navegar.

Em novembro de 2018, o Almirante Kuznetsov foi danificado, quando uma grua flutuante de 70 toneladas caiu no convés de voo, matando um trabalhador e ferindo mais quatro.

Ocorreu ainda um incêndio na casa das máquinas, durante um acidente de soldadura em dezembro de 2019, resultando na morte de duas pessoas, enquanto 14 sofreram ferimentos devido ao fogo e à inalação de fumo.

A doca em si, que era vital para as reparações em curso, também foi danificada durante uma falha de energia e atrasou ainda mais o progresso.

Agora, é improvável que o porta-aviões possa sequer começar os ensaios pós-reparação no mar até meados do próximo ano, na melhor das hipóteses.
Problemas de corrupção

Para além de uma série de acidentes, a corrupção na Rússia também contribuiu para a falta de progressos no reequipamento do transportador.

Em março de 2021, Yevgeny Zudin, director-geral do estaleiro nº 10 em Polyarny foi preso sob suspeita de roubo de quarenta e cinco milhões de rublos, que tinham sido atribuídos à reparação do navio de guerra da Frota do Norte da Marinha russa.

O estaleiro nº 10 faz parte do estaleiro Zvezdockha em Severodvinsk, uma subsidiária da United Shipbuilding Corporation.

O estaleiro tinha sido subcontratado pelo centro de reparação naval Zvezdochka, para várias fases do trabalho de limpeza em outubro de 2018.

O trabalho teria sido concluído em julho de 2019, e o estaleiro teria faturado aos militares russos vinte e três mil horas de trabalho de mão de obra, em vez das treze mil horas de trabalho de mão de obra que foram efetivamente realizadas.

Apesar dos problemas com a remodelação, a Rússia continuou empenhada em trazer o transportador de volta ao serviço. Falta-lhe o dinheiro para construir um novo transportador — mas neste momento isso poderia ter sido um melhor investimento.

O Admiral Kuznetsov da Frota da União Soviética é atualmente o maior navio de guerra da Marinha russa e o único porta-aviões.

Se ou quando regressar ao serviço, pode transportar vinte e seis aviões e vinte e quatro helicópteros no convés de voo e no hangar sob o convés.

O navio de bandeira russo desloca 58.000 toneladas. Ao contrário dos porta-aviões da Marinha dos EUA, não utiliza uma catapulta para lançar aviões e, em vez disso, está equipado com uma rampa de saltos de ski.

É um navio convencional, com 200.000 cavalos de potência, e pode atingir uma velocidade de até 30 nós.

Para além da sua asa aérea, o Admiral Kuznetsov está também armado com sistemas de mísseis anti-nave e de defesa aérea. Opera com uma tripulação de 1.300 pessoas, enquanto o grupo aéreo conta com 660 homens.

Devido à dissolução da União Soviética, o porta-aviões ficou parado durante quatro anos até se tornar o porta-aviões da Marinha russa em 1995.

https://zap.aeiou.pt/o-unico-porta-avioes-russo-nao-pode-atacar-a-ucrania-469771


La Palma abalada por crise sísmica !

Pessoas a ver a erupção do Vulcão Cumbre Vieja, em La Palma
Foi registado um conjunto de eventos sísmicos de longa duração na região do vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, desde as 19h01 de quinta-feira. Não se trata de um processo de intrusão magmática, mas sim de libertação de fluidos térmicos causados pelo resfriamento do magma.

Segundo o Instituto Vulcanológico das Canárias, a ilha de La Palma está a ser afetada por uma crise sísmica, tal coo aconteceu em setembro antes de o vulcão Cumbre Vieja ter entrado em erupção.

Desde as 19h01 de quinta-feira, foram registados 46 terramotos em La Palma, 20 dos quais com magnitude igual ou superior a 2 na escala de Richter.

O Observador escreve que a maioria tem origem a uma profundidade entre os sete e os 14 quilómetros. Já os sismos registados no mar têm origem a 30 quilómetros de profundidade.

Para já, crise sísmica não indica a iminência de uma erupção vulcânica. Segundo os especialistas, os tremores de terra parecem estar relacionados com o arrefecimento da câmara magmática que, até novembro, alimentou a erupção do vulcão.

Também não há sinais de que a crise sísmica em La Palma tenha alguma ligação à que também está a afetar a ilha de São Jorge, nos Açores.

Ambos os sistemas vulcânicos são independentes e localizam-se em contextos tectónicos distintos.

O vulcanismo açoriano está relacionado com a interação entre três placas tectónicas, que permite a subida de magma por baixo do arquipélago, enquanto que no caso das Canárias o fenómeno é um hotspot – uma pluma de magma que sobe do manto até à crosta e vai enchendo uma câmara por baixo do cone vulcânico.

A erupção do vulcão Cumbre Vieja foi até agora a mais longa de que há registo em La Palma, com uma duração superior a três meses.

https://zap.aeiou.pt/la-palma-abalada-por-crise-sismica-469636


Rússia quer fim da guerra no dia 9 de Maio !


Data recorda II Guerra Mundial. Exército ucraniano recupera controlo de cidades a leste da capital. 300 pessoas terão morrido no teatro em Mariupol.

A zona a leste de Kiev passou a ser mais dominada pelas forças militares da Ucrânia. De acordo com os serviços de informação britânicos, várias cidades naquela região, perto da capital, e que estavam a ser controladas pela Rússia, estão agora sob domínio ucraniano.

Ao todo, os ucranianos já terão avançado 35 quilómetros para leste de Kiev, conseguindo o controlo devido ao contra-ataque bem organizado e ao recuo das tropas russas, que estarão a passar por dificuldades em vários níveis, entre falta de alimentos, de combustível e de munições.

Os serviços britânicos acreditam que os militares ucranianos vão continuar a derrotar os russos no terreno, a noroeste de Kiev, em direcção ao aeródromo de Hostomel.
 
Mais a sul, os russos tentam vencer na zona de Mykolaiv, cidade fundamental para a tomada de Odessa. Mas a já conhecida resistência ucraniana tem impedido esse domínio.
 
Mariupol; ucranianos na Rússia

O ataque da semana passada ao teatro em Mariupol, onde mais de um milhar de pessoas estaria abrigada, provocou a morte de cerca de 300 pessoas.

A Câmara Municipal de Mariupol cita testemunhas oculares, que relataram esse número de falecimentos, após um bombardeamento.

“Não queremos acreditar neste horror. Até o fim queremos acreditar que todos conseguiram escapar. Mas as palavras daqueles que estavam dentro do prédio no momento desse acto terrorista dizem o contrário”, lamentaram os responsáveis locais.

Entretanto, a provedora de Justiça da Ucrânia denunciou a saída de 402 mil ucranianos, à força, para a Rússia. E podem estar a ser usados como reféns.

O Governo da Rússia repete esse número, mas assegura que os ucranianos (a maioria vivia em Donetsk e em Lugansk) estão a seguir para solo russo por livre vontade.
Data do fim

O jornal The Kyiv Independent indicou na noite passada que há uma indicação do Kremlin para as tropas russas: a guerra deve acabar no dia 9 de Maio.

No dia 9 de Maio de 1945, na fase final da II Guerra Mundial, o Exército Soviético da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas derrotou oficialmente a Alemanha, já sem Adolf Hitler no comando (cometeu suicídio uma semana antes).

Vladimir Putin estará a tentar repetir essa data, com nova vitória triunfal, desta vez na Ucrânia.

https://zap.aeiou.pt/fim-guerra-maio-469645


Oligarcas russos estão a planear assassinato de Putin e já têm um substituto a postos, acusa a Ucrânia !


Os oligarcas estarão descontentes com a decisão de Putin de continuar com a guerra face às sanções de que têm sido alvo, desejando restabelecer as trocas comerciais com o Ocidente.

Perante o impacto da guerra nas suas finanças pessoais devido às sanções impostas à Rússia e aos mais próximos de Putin, um grupo de oligarcas russos tem alegadamente um plano para “eliminar” o Presidente.

As informações são avançadas pelos serviços de inteligência da Ucrânia, que afirmam que há membros da elite russa que não estão contentes com as decisões de Putin e se opõem à continuação da guerra, defendendo o seu fim e o restabelecimento das trocas comerciais com o Ocidente “o mais cedo possível”.

Face à intransigência de Putin e os aparentes impasses no terreno com a resistência ucraniana a surpreender as forças russas, a página do Facebook das autoridades de Kiev afirma que os oligarcas estão a planear assassinar o líder russo, através de um “envenenamento”, “acidente”, “doença súbita” ou até uma “coincidência”.

Alexander Bortnikov é o favorito para suceder a Putin, segundo a Ucrânia. Bortnikov é actualmente o director da FSB, a agência de inteligência Rússia que sucedeu à agência soviética KGB.

A inteligência ucraniana refere ainda que Bortnikov entrou em discórdia com Putin recentemente. “A razão oficial para a desgraça do líder da FSB — erros fatais na guerra contra a Ucrânia. Foi Bortnikov e o seu departamento que foram responsáveis por analisarem a disposição da população ucraniana e a capacidade do exército ucraniano”, afirma.

Na quarta-feira, Petre Aven, dirigente do maior banco comercial russo, reuniu-se com Alexander Mashkevich, um oligarca bilionário que tem vários negócios na Rússia, em Moscovo. A Ucrânia avança que estes dois magnatas estão “extremamente irritados com a política de Vladimir Putin” e que fazem parte da conspiração para o eliminar.

Não se sabe se estiveram outras personalidades da elite russa na reunião, que terá servido para se discutir qual a melhor forma de se “influenciar” Putin. No entanto, o encontro não terá dado frutos porque o Presidente russo estará “completamente isolado” e terá suspeitas sobre os oligarcas do seu círculo.

Em última caso, poderá haver um “pagamento” para “eliminar fisicamente” o chefe de Estado da Rússia.

https://zap.aeiou.pt/oligarcas-assassinato-putin-substituto-469373


Guerra do gás - Entre ameaças de Putin, Biden desenha com a UE o plano perfeito para os EUA !


As sanções impostas à Rússia por causa da guerra na Ucrânia estão a alimentar uma outra guerra, de tipo diplomático e comercial, em torno do gás natural. E o presidente dos EUA, Joe Biden, está a aproveitar o momento para “roubar” à Rússia o domínio sobre as exportações de gás natural para a Europa.

Biden e a União Europeia (UE) preparam-se para anunciar, nesta semana, um grande plano para redireccionar gás liquefeito dos EUA para a Europa. Esse cenário poderá permitir a imposição de novas sanções à Rússia, nomeadamente para atingir as importações deste combustível, o que seria um golpe fatal para as finanças do Governo de Vladimir Putin.

A UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, o que faz com que seja difícil para muitos países europeus imporem sanções ao regime de Putin no domínio da energia.

Entretanto, Putin já avisou que só vai aceitar o pagamento em rublos de países “inimigos”, ou seja, daqueles que impuserem sanções à Rússia. E esse é mais um motivo de preocupação que acresce à instabilidade que reina em plena crise energética.

No meio deste turbilhão de incertezas, os líderes europeus têm estudado como podem reduzir a dependência do gás russo. Ora, os EUA oferecem-se para ser parte importante da solução.

A Casa Branca e a União Europeia (UE) estarão “perto de um acordo” com vista ao fornecimento de gás dos EUA para a Europa, como avança a agência Bloomberg.

O Conselheiro de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan, anuncia que esse acordo deve ser anunciado nesta sexta-feira, como cita a mesma agência. Uma outra fonte refere à Bloomberg que os planos passam por “garantir o fornecimento de gás natural americano e de hidrogénio para a Europa”.
“Ponto final” na dependência europeia do gás russo

Sullivan define que está em causa colocar um “ponto final” à dependência europeia do gás russo, notando que Biden e os líderes europeus estão a definir “o roteiro prático de como fazer isso”, incluindo as “medidas” a tomar, como “os EUA podem contribuir” e “o que a Europa tem que fazer”.

“Tem sido um assunto de intensas idas e voltas ao longo dos últimos dias e semanas”, nota ainda Sullivan, prometendo novidades para esta sexta-feira.

“Pode-se esperar que os EUA procurem maneiras de aumentar o fornecimento de GNL [gás natural liqueifeito] para a Europa, não apenas ao longo dos anos, mas também ao longo dos meses”, refere ainda o Conselheiro de Biden.

Mas, para já, não se sabe como é que isso vai ser concretizado e é provável que Biden não consiga comprometer-se com o fornecimento de quantidades específicas de gás. Também não é certo se o acordo com a UE incluirá referências a preços.

Além disso, questiona-se também se os EUA terão capacidade para responder às necessidades europeias. Antes da viagem para a Europa, assessores de Biden reuniram-se com responsáveis de várias empresas petrolíferas nos EUA, incluindo da Exxon Mobil e da Marathon Petroleum, como revela a Bloomberg.

Esses encontros terão servido para avaliar se as petrolíferas norte-americanas estarão preparados para aumentar a produção. Mas também terá sido discutida “a possibilidade de compensar os déficits de produção se a UE decidir juntar-se aos EUA na proibição das importações de petróleo russo“, aponta a Bloomberg.

A concretização desta sanção seria uma forma de isolar ainda mais o regime de Putin do mundo, e seria também um choque financeiro fatal para as finanças da Rússia numa altura em que o país já sente a crise financeira.

Por outro lado, será também uma vitória comercial de Biden contra o tradicional inimigo, desviando uma importante exportação russa para os EUA. E será um óptimo indicador para fortalecer a popularidade do líder norte-americano.

No fim de contas, pode ser o plano perfeito para os EUA, pelo impulso económico que pode garantir para os próximos anos e pela forma como também pode enfraquecer a Rússia, o eterno inimigo.

Bruxelas quer UE com 80% de gás armazenado

A Comissão Europeia (CE) pretende implementar a obrigação mínima de 80% de armazenamento de gás na UE para o próximo Inverno, até início de novembro, para garantir o fornecimento energético. Essa percentagem deverá chegar aos 90% nos anos seguintes.

Esta é a resposta de Bruxelas “às preocupações sobre a continuação dos preços elevados da energia” no espaço comunitário numa altura em que os preços da luz e do gás batem máximos também ‘puxados’ pelas tensões da guerra da Ucrânia.

Os 18 dos 27 Estados-membros que têm instalações subterrâneas de gás devem, assim, assegurar o preenchimento até pelo menos 80% da capacidade até 1 de Novembro de 2022, aumentando para 90% nos anos seguintes, com objetivos intermédios de Fevereiro a Outubro.

Há duas semanas, a CE propôs a eliminação progressiva da dependência de combustíveis fósseis da Rússia antes de 2030, com aposta no gás natural liquefeito (GNL) e nas energias renováveis, estimando reduzir, até final do ano, dois terços de importações de gás russo.

Na altura, o executivo comunitário defendeu ainda a conclusão do mercado interno da energia e a aposta em projectos transfronteiriços, como “as ligações essenciais” entre Portugal, Espanha e França e entre a Bulgária e a Grécia.
UE discute como responder à exigência de Putin

A Alemanha critica, entretanto, o anúncio feito por Putin de que Moscovo deixará de aceitar pagamentos em dólares ou euros pelo fornecimento de gás à UE.

Tal exigência “constitui uma ruptura de contrato”, declara o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, numa conferência de imprensa em Berlim, anunciando que os parceiros europeus vão discutir “a forma de responder a esta exigência”.

Putin deu uma semana às autoridades russas para organizarem o novo sistema de pagamento em rublos depois de ter anunciado que a Rússia não aceitará mais pagamentos em dólares ou euros pelo fornecimento de gás à UE.

O presidente russo explicou que se tratava de uma reação ao congelamento de bens da Rússia no Ocidente por causa da sua ofensiva na Ucrânia.

A Alemanha está particularmente dependente do gás russo, que representa cerca de 55% das suas importações de gás. O país está a tentar reduzir rapidamente a sua dependência obtendo outros fornecedores.

Além de acelerar a construção de terminais de GNL, o Governo alemão também assinou um acordo com o Qatar, grande exportador desta matéria-prima, para um “abastecimento a longo prazo”.

https://zap.aeiou.pt/guerra-gas-putin-biden-ue-469374


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