terça-feira, 26 de abril de 2022

Programa de “educação patriótica” vai criar a próxima geração de fiéis a Putin !


A Rússia tem um programa de “educação patriótica” montado em várias frentes com o objetivo de criar a próxima geração de fiéis a Vladimir Putin.

À medida que a Rússia muda o foco da sua “operação militar especial” na Ucrânia para a região do Donbass, parece não haver fim à vista para os combates. O número de vítimas de ambos os lados está a aumentar.

Embora a Ucrânia possa convocar os seus cidadãos para ajudar a defender a sua pátria da agressão russa, a capacidade de Moscovo de reunir e manter o apoio a esta guerra entre os russos será crucial para sustentar o seu esforço militar.

O Kremlin considera as crianças e os jovens uma parte vital desse esforço. O governo lançou uma série de campanhas de educação patriótica voltadas para a juventude russa para incentivá-los a considerar a guerra na Ucrânia como uma continuação da Segunda Guerra Mundial e a sentir uma ligação pessoal com os soldados russos que lutam lá.

A propaganda direcionada aos jovens não é novidade na Rússia. Quando os bolcheviques tomaram o poder em 1917, introduziram a educação patriótico-militar para preparar a próxima geração para a guerra. Durante o período de Brezhnev, de 1964 a 1982, o foco das atenções voltou-se para a vitória da União Soviética sobre os nazis no que a Rússia ainda chama de “grande guerra patriótica”.  

Havia uma forte dimensão psicológica na educação patriótico-militar soviética durante a Guerra Fria. Histórias heroicas de auto-sacrifício durante a grande guerra patriótica foram usadas para desenvolver a devoção das crianças à pátria.

Seja através de atividades em grupos de jovens ou em ambientes educacionais mais formais, uma mensagem clara foi entregue aos jovens: eles tinham a responsabilidade de preservar a memória da vitória que os seus pais e avós alcançaram.

Desde o colapso da URSS, a memória da grande guerra patriótica tornou-se ainda mais importante para a educação na Rússia. Os jovens não apenas foram encarregados de preservar a versão da história do Estado, mas também devem estar vigilantes e denunciar os esforços de outros para “falsificar” e “diminuir” o papel histórico da Rússia no mundo.

A memória da grande guerra patriótica também é central para a forma como Moscovo está a justificar a sua guerra na Ucrânia para a sociedade russa. A alegação infundada de que a Rússia foi forçada a intervir para combater o crescente sentimento nazi na Ucrânia agora está a ser incorporada nas mensagens direcionadas aos jovens russos.

Um aspeto desta campanha foi o lançamento da iniciativa “A força está na verdade”. A cerimónia de abertura em Moscovo contou com a presença de alunos de várias regiões da Rússia, incluindo membros do Movimento Nacional do Exército Jovem criado em 2015.

No seu discurso na cerimónia, o ministro da Educação da Rússia, Sergey Kravtsov, disse que uma situação como a da Ucrânia nunca mais vai voltar a acontecer, porque “temos jovens maravilhosos… porque vocês acreditam na Rússia, no nosso país, nos nossos professores, nas nossas vitórias”.

Outra vertente desta campanha é o uso da memória do Holocausto para trazer as atrocidades nazis para a vanguarda da consciência da juventude e fazer associações com a guerra na Ucrânia.

No dia 19 de abril, o Museu da Vitória em Moscovo abriu uma exposição intitulada “Nazismo Comum”. A exposição destaca “as atrocidades dos nacionalistas ucranianos durante a Segunda Guerra Mundial, bem como os crimes em massa e o terror dos neonazis modernos contra os habitantes da Ucrânia em 2014-2022″.

O mesmo dia também foi marcado como o Dia da Ação Unida na Rússia em memória do genocídio do povo soviético que começou na Rússia pelos nazis e seus cúmplices. O evento envolveu concertos, exposições, comícios e apresentações em escolas e universidades em toda a Rússia.
Geração ‘Z’

Nas escolas de toda a Rússia, os professores estão a tentar encontrar formas adequadas à idade de conectar crianças e jovens com os soldados que lutam na Ucrânia.

As crianças mais novas recebem tarefas simples, como desenhar e colorir figuras da fita ‘Z’ ou ficar em formações para fazer a forma dessa letra. A letra tornou-se um símbolo da guerra e tornou-se uma espécie de distintivo para aqueles que a apoiam.

As crianças mais velhas escrevem cartas para soldados que servem na Ucrânia, especialmente soldados que são das suas cidades ou regiões. As escolas estão também a receber carteiras com imagens e detalhes biográficos de soldados ilustres inscritos nelas.

Estes esforços para entregar mensagens cuidadosamente construídas sobre a guerra na Ucrânia para crianças e jovens servem a vários propósitos.

Há benefícios de curto prazo, como encorajar uma atitude positiva em relação ao serviço militar em adolescentes mais velhos que serão elegíveis para o recrutamento num futuro próximo. Dado o número de soldados russos relatados como mortos até agora, o recrutamento continuará a ser uma parte crucial do esforço de guerra.

O trabalho de alcançar os jovens com estas mensagens também torna mais adultos russos cúmplices no apoio à narrativa do Kremlin. Alguns professores podem apoiar genuinamente a guerra, mas para muitos, esta será apenas mais uma maneira de mostrar aos seus chefes que estão a fazer bem o seu trabalho – e talvez mostrar ao estado que são cidadãos leais.

As consequências para aqueles que se recusam podem ser graves: há evidências de alunos a denunciar os seus professores por fazerem comentários desleais.

A longo prazo, a educação patriótica visa estabelecer um sentimento profundo e duradouro de patriotismo, dever e amor ao país na próxima geração de cidadãos russos, juntamente com um grande respeito pelos militares como instituição.

A criação de gerações futuras que podem ser facilmente moldadas para acreditar nas mensagens do Kremlin e cumprir as suas agendas é uma característica importante dos soldados-brinquedo de Putin.

https://zap.aeiou.pt/programa-de-educacao-patriotica-visa-criar-a-proxima-geracao-de-fieis-a-putin-474815


Moscovo anuncia cessar-fogo em Mariupol - Kiev denuncia campos de detenção e tortura !


A Rússia anunciou hoje um cessar-fogo sobre a cidade de Mariupol para permitir a retirada de civis do complexo industrial Azovstal.

Segundo a agência Lusa, a Rússia anunciou hoje um cessar-fogo sobre a cidade de Mariupol para permitir a retirada de civis do complexo industrial Azovstal, onde está o último bastião de resistência da cidade sitiada há várias semanas.

As tropas russas “vão interromper unilateralmente quaisquer hostilidades a partir das 14.00 de Moscovo (12.00 em Lisboa) de 25 de abril para retirar unidades a uma distância segura e garantir a retirada” de civis, anunciou o Ministério da Defesa russo em comunicado.

Segundo a nota, os civis serão levados para o destino que escolherem e avisou que a Ucrânia deverá mostrar “prontidão” para iniciar a evacuação “levantando bandeiras brancas” em Azovstal.

O Ministério especifica que as pessoas autorizadas a sair são mulheres, crianças e pessoal de fábrica.

“Se ainda houver civis na fábrica metalúrgica, então exigimos expressamente que as autoridades de Kiev dêem aos comandantes das formações nacionalistas (ucranianas) a ordem de os libertar”, acrescentou o Ministério russo.

O Presidente russo, Vladimir Putin, tinha exigido a rendição dos últimos combatentes ucranianos em Mariupol, dando instruções ao exército para que sitiasse “a área de tal forma que não passasse uma única mosca“.

O Governo ucraniano anunciou entretanto que, ao contrário do anunciado pelos militares russos, não foi possível um cessar-fogo para permitir a retirada de civis do complexo metalúrgico Azovstal, na cidade sitiada de Mariupol.
Kiev denuncia campos de detenção e tortura

O exército russo está a desmantelar e a deslocar instalações industriais nas áreas ucranianas que ocupa e a convertê-las em campos de concentração e tortura, denunciou hoje o chefe da Administração Militar Regional de Kharkiv, Oleh Syniehubov.

A cidade de Kharkiv, a segunda maior do país e capital da região com o mesmo nome no leste da Ucrânia, foi sujeita nos últimos dias a bombardeamentos pesados pelas tropas russas, numa tentativa de ocupar as áreas de Donetsk e Lugansk.

“As tropas de ocupação russas deslocaram uma das fábricas da região de Kharkiv para a Rússia e instalaram um campo de concentração e uma câmara de tortura nas suas instalações”, disse Syniehubov numa reportagem transmitida pelos media ucranianos, conforme citado pela agência local Ukrinform.

O chefe da Administração Militar Regional de Kharkiv acrescentou que “nas instalações da fábrica criaram uma prisão, um verdadeiro campo de concentração onde as pessoas são sujeitas a tortura e obrigadas a cooperar para se juntarem às Forças Armadas russas”.

Segundo este oficial, o campo de concentração foi instalado numa das fábricas em Vovchansk, uma cidade na região de Kharkiv, a sul da fronteira russa.

Syniehubov explicou que as tropas russas recorreram a métodos semelhantes para “mobilizar” os residentes locais na área vizinha de Izyum, que tem sido ocupada pelos russos quase desde o início da invasão.

Anteriormente, o Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, denunciou que as forças russas mantêm cidadãos ucranianos nos chamados campos de filtragem nos territórios que ocupam e controlam, de onde são enviados para a Sibéria e para o Extremo Oriente da Rússia.

“A Rússia continua a apoiar as atividades dos chamados campos de filtração, incluindo perto de Mariupol. Embora o nome próprio seja na realidade diferente, são campos de concentração. Tal como as construídas pelos nazis no seu tempo“, disse Zelensky numa mensagem de vídeo relatada pelas agências Ukrinform e Unian.

https://zap.aeiou.pt/moscovo-anuncia-cessar-fogo-em-mariupol-kiev-denuncia-campos-de-detencao-e-tortura-475315


Da “grande proeza” de Le Pen à desilusão com o povo francês !


O professor de Ciências Políticas Jaime Nogueira Pinto destacou “a proeza” de Marine Le Pen, com mais de 40 por cento nas eleições presidenciais de domingo em França, e salientou que o “desenho institucional” até 2027 sairá das próximas legislativas.

“Saber qual vai ser a política que o Presidente (Macron) poderá seguir vai depender dos resultados das legislativas de junho”, afirmou Jaime Nogueira Pinto à Lusa, sublinhando que não pode ser ignorado o crescimento da linha política “chamada de extrema direita ou direita nacionalista”.

“Tem que se levar em conta a progressão muito grande” sustentou, olhando para os dados oficiais, parciais que mostravam que Marine Le Pen conseguiu mais de 12,9 milhões de votos, contra quase 17,29 milhões que votaram e reelegeram Emmanuel Macron como Presidente.

Em 2017, a primeira vez que os dois se enfrentaram nas eleições presidenciais, o centrista Emmanuel Macron venceu com 66,10% dos votos, contra 33,90% de Marine Le Pen, ou seja com uma vantagem significativamente mais clara do que nas eleições de domingo.

A vitória de Macron “não é uma grande surpresa, esteve sempre de pé”, declarou o politólogo, considerando que na verdade Le Pen conseguiu “uma proeza”.  

“Seria de facto extraordinário que a Marine le Pen, sobretudo com a propaganda adversa fortíssima contra ela, não só de franceses como internacionais, tivesse conseguido ganhar” as eleições presidenciais, considerou Nogueira Pinto.

Sobre a política que França seguirá, haverá “uma espécie de segunda volta, que são as eleições legislativas” e é daí, sublinhou, que “vai resultar o desenho institucional para os próximos cinco anos”.

“A França está dividida em três blocos” – o de Macron, o de Marine de Pen e Eric Zemmour e o de Jean-Luc Melanchon – cada um quase com a mesma força, “e nas legislativas se verá qual a linha política que terá maior força”, reforçou Nogueira Pinto.

Apoiantes “desiludidos” admitem deixar o país

Os apoiantes de Marine Le Pen que se encontravam no Pavilhão d’Armenonville, onde decorreu a noite eleitoral da candidata derrotada nas eleições presidenciais francesas, mostram-se “desiludidos com o povo francês” e alguns ponderam deixar o país.

Isabelle, de 42 anos, deslocou-se hoje da região de Pas-de-Calais, no norte de França, para poder assistir ao vivo à noite eleitoral de Marine Le Pen. Pouco depois de saber os resultados, mostra-se “profundamente desiludida com o povo francês”.

“Acho que a França é um país onde as pessoas são hipócritas. Ou têm medo da mudança, ou então são verdadeiramente hipócritas: reivindicam imensas coisas, mas, quando é preciso agir, já cá não está ninguém”, diz a francesa à Lusa.

“Não sei se é medo ou hipocrisia, mas há realmente uma exasperação que se sente, e depois ninguém, realmente, age”, sublinha.

Acompanhado da namorada, Jérémy, que se inscreveu na União Nacional em 2013 e tem atualmente 35 anos, também diz que está “desiludido” porque queria que a França “mudasse”.

Durante cinco anos, sofremos com Emmanuel Macron. Estou aqui com a minha namorada e temos medo de ter filhos, há uma grande insegurança. Foram cinco anos muito complicados – com o confinamento, etc . – e só espero que ele não faça pior nos próximos cinco”, diz.

Mais do que desilusão, Brigitte, de 63 anos, tem sobretudo raiva. Antes do anúncio dos resultados, tinha dito à Lusa que estava confiante na vitória de Le Pen porque Macron tinha mostrado “as suas cores” nos últimos cinco anos. Agora, considera que houve fraude eleitoral.

“Para mim, houve aldrabice, não corresponde absolutamente nada ao que nós, enquanto militantes, experienciámos”, diz.

“Fomos muito bem recebidos em meios profissionais muito diferentes, por pessoas de todas as raças, de todos meios, não corresponde absolutamente nada a este resultado”, frisa Brigitte, antes de considerar que, segundo os seus cálculos, é impossível que Macron tenha tido mais de 20% ou 22% dos votos.

Com um percurso que passou pelo Partido Cristão Democrata (PCD) e pelo partido de centro-direita UMP quando foi liderado pelo antigo Presidente Nicolas Sarkozy, Brigitte diz que, depois de ter conhecido o resultado das eleições, o marido lhe pediu para irem viver para o estrangeiro.

“Eu acho que devíamos continuar, pelo menos até às próximas legislativas. Mas, sinceramente, acho que hoje foi a França que perdeu, e não a Marine”, indica.

Valentin, de 22 anos, também está “muito desiludido” e “preocupado com o que vai acontecer nos próximos anos”: “Questiono-me: será que o meu lugar é na França nos próximos anos? Porque, apesar de ser um patriota fervoroso, o Emmanuel Macron diz que não há cultura francesa”.

Como o marido de Brigitte, também Valentin – que é coordenador regional dos Jovens com Marine na região de Champagne-Ardennes, no nordeste de França – está a equacionar deixar o país.

“É uma ideia em que vou pensar durante algum tempo. Após uma década com Macron no poder, acho que vai ser muito difícil conseguirmos levantarmo-nos. Por isso, acho que a ideia de ir para o estrangeiro é algo em que posso, de maneira legítima, pensar”, sublinha.

Entre os convidados estrangeiros que se deslocaram até Paris para assistir à noite eleitoral de Marine Le Pen, está o eurodeputado alemão do partido AfD Gunnar Beck, que reconhece que o resultado da candidata de extrema-direita não é “naturalmente o que esperava”.

“No entanto, temos que perceber que pelo menos 43% dos eleitores se opõem muito claramente às políticas de Macron e também à direção para que se encaminha a União Europeia (UE). O meu grande medo é que as opiniões de quase metade dos eleitores de um dos maiores países europeus venha a ser ignorada”, aponta.

Vice-presidente da família política europeia Identidade e Democracia (ID) – de que também faz parte o Chega, que também contou com três membros presentes na noite eleitoral de Le Pen, entre os quais o diretor de relações internacionais do partido, Ricardo Regalla Dias –, Beck culpa o “sistema” pelo resultado.

“Não conseguimos alcançar o que queríamos, isso é verdade. Mas acho que há diferentes razões para isso, e essas razões não estão ligadas às nossas políticas, mas porque é difícil lutar contra toda a maquinaria do sistema. (…) Agora, temos de continuar o combate”, sublinha.

https://zap.aeiou.pt/da-grande-proeza-de-le-pen-a-desilusao-com-o-povo-frances-475285

 

2022, um ano de surpresas !


As novidades nas nossas vidas já tinham começado em 2020 mas este ano reforçou a lista. E é complicado fazer previsões.

Uma doença que vai “fechar” o mundo? No século XXI? Nunca.

Uma guerra entre dois países na Europa, em 2022? Nunca.

Se calhar…

As surpresas a nível global já arrancaram em 2020. Para muitos chineses, ainda no final de 2019, quando o senhor coronavírus começou a matar muitas pessoas. E as que ficaram vivas, ou ficaram doentes, ou viram-se fechadas em casa durante muito tempo. Na China e em dezenas de países.

Por cá também sentimos isso e por cá também reinou uma primeira reacção de surpresa.

Com tantos avanços na medicina, na higiene e nos cuidados de saúde pública, ninguém imaginava que um vírus iria alterar o dia-a-dia dos terrestres. Ninguém pensava nisso. Excluindo Bill Gates.

A pandemia não foi embora mas suavizou. Em 2022 o panorama já era claramente mais animador, menos alarmista. Era e é.

Guerra

Até que, no dia 24 de Fevereiro, começou a guerra na Ucrânia.

Um choque para muita gente. Um choque para a maioria dos políticos alemães, sublinha a Deutsche Welle. Na Alemanha acreditava-se que as múltiplas relações económicas com os russos seriam sinónimo de paz eterna. Não eram.

Afinal, Vladimir Putin ordenou mesmo que a Ucrânia fosse invadida e, agora, as cadeias de produção e de distribuição estão a ser seriamente afectadas. “Temos que repensar toda a estrutura de comércio e cooperação internacional construída durante as últimas décadas”, escreve Thomas Milz.

Mas há mais: poderá haver novo “choque” chamado China.

Uma nova realidade que, por outro lado, originou um novo espírito de unidade e de cooperação na Europa e energiza a cooperação. A União Europeia está mais jovem.

Eleições

Poderão surgir mais surpresas em breve, a nível político, em França, no Brasil e nos Estados Unidos da América.

Emmanuel Macron e Marine Le Pen são os candidatos à presidência de França. Macron venceu a primeira volta mas o duelo na segunda volta, daqui a pouco mais de uma semana, deverá ser renhido; e Le Pen poderá surpreender e vencer.

Em Outubro será a vez de se realizar um acto eleitoral no Brasil. Lula da Silva ou Jair Bolsonaro? É difícil prever, num acto eleitoral que até poderá ter observadores da União Europeia. E Lula ainda nem é candidato presidencial, oficialmente…

Mais à frente, perto do final do ano, nos EUA haverá as habituais eleições a meio de um mandato presidencial, para escolher os novos elementos na Câmara dos Representantes e no Senado – os dois órgãos legislativos que compõem o Congresso dos EUA. Poderá haver vitória do Partido Republicano (o partido de Donald Trump).

Economia e futebol

Num ano em que se previa estabilização na economia, a inflação em Portugal registou em Março números que não se viam desde 1994. E, pela primeira vez nos últimos seis anos, a taxa Euribor a 12 meses está acima de zero.

O desporto, mais concretamente o futebol, não foge da lista de possíveis surpresas. O artigo de Thomas Milz fecha com o surpreendente afastamento precoce do Bayern Munique da Liga dos Campeões e já se lança o Mundial 2022: teremos (nova) surpresa?

https://zap.aeiou.pt/2022-ano-surpresas-473731

 

A UE está a construir um túnel de 11 mil milhões de dólares que liga a Escandinávia ao Mediterrâneo !


O Corredor Escandinavo-Mediterrâneo será o quinto dos nove eixos prioritários da Rede Transeuropeia de Transportes.

O gigantesco túnel de mais de 4.000 quilómetros tem um preço estimado de 11 mil milhões de dólares. Será o o quinto dos nove eixos prioritários da Rede Transeuropeia de Transportes, um conjunto de redes de transporte concebido para facilitar a comunicação de pessoas e mercadorias em toda a União Europeia (UE).

Segundo o Interesting Engineering, estende-se desde a Finlândia e Suécia, no norte, até à ilha de Malta, no sul, passando pela Dinamarca, Alemanha, zonas industriais do norte de Itália e portos do sul de Itália.

O maior problema a resolver são os Alpes suíços, uma vez que a cordilheira entre Munique e Verona representa um importante ponto de engarrafamento para o corredor.

Programado para ficar operacional em 2028, o túnel ferroviário tem como objetivo aliviar o tráfego, ao mesmo tempo que atinge os objetivos ambientais estabelecidos pela UE, assegurando a transferência modal da estrada para o caminho-de-ferro.

Segundo o canal de Youtube B1M, a linha férrea do Brenner “é a passagem mais baixa pelos Alpes e pode ser utilizada durante todo o ano“. Foi construída em 1867 e, nos anos 70, foi-lhe acrescentada a auto-estrada E45, criando assim uma importante via de circulação de mercadorias do Mar do Norte para o Mediterrâneo e vice-versa.

Atualmente, a passagem do Brenner transporta 40% de todas as mercadorias sobre os Alpes. No entanto, as inclinações acentuadas e o impacto que tem na redução da velocidade dos comboios estão a prejudicar o transporte férreo. Resultado: mais de dois terços das mercadorias viajam por estrada.

Além disso, o mercado de lazer naquela região tornou a área propícia a engarrafamentos, ruído e má qualidade do ar.

Estima-se que este grande projeto de engenharia esteja concluído entre 2026 e 2028. O túnel, que começa em Innsbruck, na Áustria, percorre 55 quilómetros até chegar a Fortezza, em Itália. Uma vez concluído, ligar-se-á aos túneis de desvio de Innsbruck, resultando na mais longa ligação ferroviária subterrânea do mundo, percorrendo um total de 64 quilómetros.

https://zap.aeiou.pt/ue-tunel-escandinavia-ao-mediterraneo-473653


segunda-feira, 25 de abril de 2022

Macron vence eleições em França com 58,2% dos votos !


Emmanuel Macron venceu as eleições presidenciais em França, de acordo com as primeiras projeções. Le Pen: “Macron vai destruir França”.

O Presidente francês renova o mandato após derrotar a candidata Marine Le Pen. As projeções da Ipsos-Sopra Steria para a France Télévisions, Radio France e France24 indicam que Macron soma 58,2% dos votos dos eleitores. Le Pen fica-se pelos 41,8%.

Macron repete o feito de 2017, já que também tinha derrotado Le Pen na altura em que venceu as suas primeiras eleições presidenciais. Na altura, a vitória foi mais confortável, tendo somado 66,1% dos votos.

Sondagens à boca das urnas preparadas por institutos de opinião franceses e divulgadas na Bélgica já davam conta da vitória de Emmanuel Macron.

A participação na segunda volta das presidenciais francesas era de 63,23% às 17:00 locais, a duas horas do encerramento das primeiras assembleias de voto, quase dois pontos abaixo da primeira volta. A abstenção ficou pelos 28,2%.
 
Na primeira volta das presidenciais, realizada há duas semanas, Macron, o Presidente cessante, obteve 27,85% dos votos, contra os 23,15% de Le Pen.

Os militantes da União Nacional que começaram a convergir para o Pavilhão d’Armenonville, onde é organizada a noite eleitoral de Marine Le Pen, acreditavam na vitória da candidata, porque Emmanuel Macron “mostrou as suas cores” neste mandato.

Entretanto, a política de extrema-direita já reconheceu a derrota, no seu discurso, disse não ter “qualquer vergonha ou arrependimento”.

Le Pen de olhos nas legislativas

“Quero dizer a todos os que queriam ver o nosso partido desaparecer, que vejo uma nova forma de esperança”, disse Le Pen. “Os resultados que obtivemos mostram que os líderes de França e da Europa vão ter de enfrentar uma grande desconfiança das pessoas. Há grandes ventos de mudança a chegar”.

Anteriormente, Marine Le Pen, que está na sua terceira corrida presidencial e pela segunda vez na segunda volta, anunciou aos jornais que, caso perdesse esta noite, não voltaria a concorrer às eleições presidenciais.

Fomos, ainda assim, vitoriosos. Milhões dos nossos cidadãos escolheram votar no nosso partido. Quero agradecer a todas essas pessoas”, atirou ainda. “Um vento de liberdade podia ter-se erguido no país”.

Já no final do discurso, a líder do Reagrupamento Nacional lançou um aviso: “Queremos mudar o sistema, porque o que pudemos ver na campanha de Macron é que ele vai destruir França, vai destruir as suas instituições”.

Marine Le Pen já está de olhos postos nas eleições legislativas, que decorrem em junho deste ano.

“Nós estaremos lá. Nós seremos o partido que vai defender os vossos interesses. Vemo-nos na próxima batalha”, disse Le Pen antes de cantar La Marseillaise.

Macron, one more time

Depois de conhecida a vitória de Macron, ouviu-se “One More Time”, dos Daft Punk, para alegria dos cerca de 3 mil apoiantes que marcaram presença em Champ-de-Mars.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, deu os parabéns a Macron e acrescentou que, com este resultado, a Europa pode contar com a França por mais cinco anos.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também congratulou Emmanuel Macron pela vitória.

“Caro Emmanuel Macron, as minhas felicitações pela sua reeleição para a Presidência da República. Estou desejosa de continuar a nossa excelente cooperação. Juntos, faremos avançar a França e a Europa”, escreveu, em francês, através do Twitter.

Já no seu discurso de vitória, Macron agradeceu aos eleitores por este segundo mandato, algo que não acontecia há 20 anos em França.

“Depois de cinco anos de transformação difícil, uma maioria de nós escolheu confiar em mim para liderar a República anos próximos cinco anos”, começou por dizer o Presidente reeleito. “Agradeço a todos os franceses, homens e mulheres, que na primeira e segunda volta destas presidenciais, confiaram em mim”.

Ao referir os eleitores que votaram em Le Pen, ouviu-se assobios dos seus apoiantes. Macron rapidamente interrompeu. “Não, não assobiem”, clamou. “Desde o princípio que disse que não quero ver esse comportamento. Porque a partir de agora não sou candidato de um partido, mas sou o Presidente de todos”.

https://zap.aeiou.pt/macron-vence-eleicoes-em-franca-475246

 

Criança morreu vítima da hepatite aguda de origem desconhecida !


Uma criança morreu vítima do misterioso surto de doença hepáticas que está a afetar crianças na Europa e nos Estados Unidos, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS), sem revelar em que país ocorreu a morte.

A agência de saúde das Nações Unidas adiantou que recebeu até agora relatos de pelo menos 169 casos de “hepatite aguda de origem desconhecida” de uma dezena de países e foi reportada, pelo menos, uma morte.

Os casos foram relatados em crianças com idades entre um mês e os 16 anos, segundo a agência de notícias AP, adiantando que 17 das que adoeceram necessitaram de transplantes hepáticos.

Os primeiros casos foram detetados no Reino Unido, onde 114 crianças ficaram doentes, e os casos já chegaram a Espanha.

Até agora, não foram registados casos em Portugal, mas a DGS está a acompanhar a situação.

“Ainda não é claro se houve um aumento dos casos de hepatite, ou um aumento da consciencialização dos casos de hepatite, que ocorrem ao ritmo esperado, mas que não são detetados”, salienta a OMS em comunicado, citado pela AP.

Os especialistas dizem que os casos podem estar ligados a um vírus geralmente associado a constipações, mas estão em curso investigações. “Embora o adenovírus seja uma hipótese possível, estão em curso investigações para o agente causal”, refere a OMS, notando que o vírus foi detetado em pelo menos 74 dos casos.

A OMS disse que os países afetados estão a intensificar a vigilância dos casos de hepatite em crianças.

O surto “de origem desconhecido”, que foi anunciado pela OMS a 15 de abril, causa inflamação do fígado e “em muitos casos”, sintomas gastrointestinais como dores abdominais, diarreia e vómitos, e elevação das enzimas do fígado.

No Reino Unido, onde foram detetados 114 casos, regista-se “um aumento significativo em infeções na comunidade por adenovírus*, tal como nos Países Baixos, nota a OMS.

Contudo, a prevalência do adenovírus “não explica por completo a gravidade do quadro clínico”, uma vez que a variante, designada por tipo 41, não se destaca por provocar casos tão graves de hepatite, mas antes doenças respiratórias, gastroenterites, conjuntivites ou infeções da bexiga.

A OMS descarta para já que se possa tratar de efeitos secundários da vacina da covid-19, uma vez que “a larga maioria das crianças afetadas não foi vacinada“.

“Uma coisa que chama a atenção é o facto de haver muitos casos em países diferentes e há uma pequena percentagem de casos que não evoluíram bem, em que o fígado falhou mesmo e tiveram de fazer transplante hepático“, nota o responsável pelo Programa Nacional para as Hepatites Virais da DGS, Rui Tato Marinho.

A OMS apurou casos em Espanha (13), Israel (12), Estados Unidos (nove), Dinamarca (seis), Irlanda (cinco), Países Baixos (quatro), Noruega (dois), França (dois), Roménia (um) e Bélgica (um).

“É muito provável que sejam detetados mais casos antes de ser confirmada uma causa para o surto e serem aplicadas medidas de prevenção”, destaca a agência das Nações Unidas, que aponta “lavagem regular das mãos e higiene respiratória” como formas de prevenir a transmissão de adenovírus.

A OMS não recomenda qualquer restrição nas viagens ou trocas comerciais com o Reino Unido ou qualquer outro dos países onde estão a ser registados casos deste surto de hepatite aguda.

https://zap.aeiou.pt/crianca-morreu-vitima-da-hepatite-aguda-de-origem-desconhecida-475287


Tribo da Califórnia foi erroneamente declarada “extinta” há 100 anos !


Novas descobertas de uma análise de ADN provam que a tribo Muwekma Ohlone, da Califórnia, foi erroneamente declarada extinta há 100 anos.

Antes de os conquistadores espanhóis chegarem, a Califórnia estava repleta com mais de um milhão de nativos americanos. A população indígena entrou em decadência e, na década de 1920, havia menos de 20 mil. Muitas tribos, como a tribo Muwekma Ohlone, foram oficialmente declaradas “extintas”.

O antropólogo Alfred Kroeber declarou o povo Ohlone “extinto no que diz respeito a todos os propósitos práticos”, observando que apenas “alguns indivíduos dispersos sobrevivem”.

No entanto, uma nova análise de ADN mostra que as raízes dos Muwekma Ohlone são muito mais antigas do que se pensava. Especialistas escavaram os restos mortais de 12 pessoas enterradas na região há 2.000 anos e encontraram ligações genéticas com membros modernos da tribo.

Embora apenas 500 Muwekma Ohlone permaneçam vivos hoje em dia, esta descoberta pode finalmente garantir-lhes o reconhecimento federal pelo qual lutam, desta o All That’s Interesting.

Durante décadas, os Muwekma tentaram recuperar o estatuto reconhecido pelo Governo federal, que perderam após terem sido declarados “extintos”.

Especialistas sugeriam que o povo Ohlone migrou para lá de 1.500 a 1.000 anos atrás. Mas, segundo o The New York Times, a tribo há muito alega que a sua presença na região é mais antiga.

O novo estudo, publicado recentemente na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, revela que a ligação dos Muwekma à área da baía da Califórnia remonta a pelo menos 2.000 anos.

“Validação, finalmente”, disse Monica Arellano, vice-presidente da tribo e coautora do estudo. “A isto ajuda todas as informações que divulgamos, anos a compilar e a fazer pesquisas para provar quem somos”.

Já depois de ficarem sem as suas terras, os membros da tribo começaram a solicitar novamente o reconhecimento federal do governo dos Estados Unidos — sem sucesso. Mas este novo estudo pode finalmente inverter a maré das coisas. 
 


Escavações no sítio arqueológico de Síi Túupentak.

Em 2014, com obras iminentes a ameaçar destruir antigas terras tribais, os membros da tribo moderna solicitaram a ajuda da empresa de consultoria Far Western Anthropological Research Group.

“Quando você é um estudante a fazer o seu trabalho, não é comum ter este tipo de ligação direta com as pessoas que são ‘os dados’ com os quais você está a trabalhar”, disse a autora principal do estudo, Alissa Severson. “Temos que ter esse diálogo, onde poderíamos discutir o que estamos a fazer e o que encontramos, e como isso faz sentido com a história deles. Eu senti-me muito sortuda por estar a trabalhar neste projeto”.

https://zap.aeiou.pt/tribo-da-california-foi-erroneamente-declarada-extinta-ha-100-anos-474616


Maquinista sofreu corte salarial por atraso de 1 minuto - Só recebeu dinheiro de volta já depois de morto !


Hirofumi Wada sofreu um corte salarial por se ter atrasado um minuto. Já depois de morto, o tribunal deu-lhe razão e devolveu-lhe 40 cêntimos.

Um maquinista japonês sofreu um corte salarial depois de ter provocado um atraso de um minuto na linha. Sentindo-se injustiçado com a decisão, Hirofumi Wada decidiu avançar para tribunal, acusando a empresa de ter cortado injustamente o seu salário.

O tribunal acabou por lhe dar razão, embora a decisão apenas tenhas surgido já semanas depois de o homem ter morrido. Wada vai agora receber 56 ienes — 40 cêntimos — de volta.

Tudo aconteceu em junho de 2020. Wada tinha de conduzir um comboio vazio até outra estação, mas antes de fazê-lo, enganou-se na plataforma e, como tal, saiu da estação um minuto depois do que estava previsto.

A sua empregadora, a West Japan Railway, argumentou que o maquinista não trabalhou durante aquele minuto e reduziu o seu salário, conta a VICE.

O tribunal de Okayama ditou a decisão esta semana, um ano depois de Wada interpor a sua ação judicial. Mas o pior é que a decisão foi tomada já depois de o maquinista de 59 anos falecer.

O tribunal ordenou que a West Japan Railway deveria, assim, devolver os 40 cêntimos que tinha deduzido ao seu trabalhador. Por outro lado, rejeitou a reivindicação adicional de 2,2 milhões de ienes (15.883 euros) em compensação por sofrimento emocional.

Os sindicatos comemoraram a vitória em tribunal e veem a decisão como um passo para melhorar os direitos laborais.

“Ficou muito claro que Wada ainda estava a trabalhar durante aquele minuto controverso”, disse Goto Maekawa, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da West Japan Railway, à VICE.

As empresas ferroviárias japonesas orgulham-se da sua pontualidade, embora os direitos do trabalhadores nem sempre sejam os melhores de forma a garantir a chamada pontualidade britânica — ou, neste caso, japonesa.

“É uma maneira de vigiar constantemente os seus funcionários e, se eles cometerem um erro, aplicariam punições bastante severas, como cortes salariais ou demissões, até mesmo fazer você escrever relatórios para dizer que nunca mais cometerá esse erro”, disse Maekawa quanto à punição pelo atraso de um minuto.

https://zap.aeiou.pt/maquinista-corte-salarial-atraso-1-minuto-474602


Água potável a partir de ar e luz do sol ? Uma empresa norte-americana já o conseguiu !


Empresa Source Global criou hidropanéis utilizam energia solar para condensar a água potável limpa e sem de poluentes do ar.

A finitude dos recursos hídricos é uma das maiores preocupações dos ambientalistas, que tentam sensibilizar os cidadãos para a importância de poupar água potável. De facto, a crescente escassez de água exacerbada pelas alterações climáticas catastróficas, assim como a promessa de fácil acesso a água limpa e potável soa como um sonho que não está próximo a realidade.

Para ilustrar este cenário, é importante referir que as mudanças constantes nos padrões do ciclo da água e os aumentos drásticos na extração para uso humano estão a tornar mais difícil o acesso a água potável segura. Segundo um relatório da UNICEF e da Organização Mundial de Saúde, uma em cada três pessoas no mundo não tem acesso a água potável segura. As catástrofes naturais podem também destruir ou contaminar o abastecimento de água, tornando as comunidades periféricas mais susceptíveis a doenças como a cólera e a febre tifoide.

A UNICEF também aponta que, todos os dias, mais de 700 crianças com menos de cinco anos morrem de diarreia como consequência do consumo de água inadequada, saneamento e higiene.

Outra das consequências do aumento do stress hídrico origina uma maior competição por água. Isto, por sua vez, pode levar a conflitos. A guerra civil da Síria, em grande medida, tem estado ligada a uma seca severa – a título de exemplo.

Embora as técnicas de condensação da água do ar sejam utilizadas há décadas, a maioria dos condensadores modernos concebidos para produzir grandes quantidades de água precisam de ser ligados à rede eléctrica, substituindo um problema por outro, sobretudo de considerarmos os territórios mais pobres. Mas, e se houvesse uma solução? E se for possível retirar água do ar sem utilizar carbono adicional ou existir a necessidade de rede elétrica?

Os hidropanéis da Source Global propõem-se a fazer exatamente isso, com a tecnologia a ser mais ciência do que ficção. Na realidade, os hidropanéis utilizam energia solar para condensar a água potável limpa e sem de poluentes do ar. O reservatório de água incorporado também pode ser canalizado para as casas, diretamente para a torneira de água potável. Posteriormente, o sistema começa a mineralizar a água para a tornar mais dura e o seu sabor mais forte, com isto a resultar na alta qualidade prontamente disponível.

Os hidropanos da Source já chegaram a casas de 52 países. Analisando esta conquista, Thomas Borns, gestor de vendas da Source Global, lembrou que “as raparigas e as mulheres passam em média 200 milhões de horas diárias a recolher água”. Foi, precisamente, essa a principal motivação da empresa para chegar a esta invenção. Para Cody Friesen, fundador, este trabalho e obrigação já não faz qualquer sentido aos dias de hoje, daí ter começado a procurar uma forma alternativa de explorar este recurso ilimitado, chegando assim vapor de água no ar.

Tal como nota o Interesting Engineering, o Hydropanel pode ser uma bênção para as pessoas com fraco acesso a água potável, que têm de se deslocar durante horas para a ir buscar e não possuem acesso a uma fonte de energia fiável. Em todo o mundo, o peso desta responsabilidade recai prioritariamente sobre as mulheres, o que as impede de prosseguir a educação, de se dedicarem a atividades recreativas e desportivas, e de saírem da pobreza.

Naturalmente, esta questão global não afeta apenas as nações em desenvolvimento ou as pessoas que vivem nelas. Infraestruturas deficientes, a falta de transparência na origem da água, segurança e custo são também problemas persistentes nas nações desenvolvidas.

“O impacto mais importante dos hidropanéis pôde ser visto apenas em algumas horas da nossa empresa: na Navajo Nation, no norte do Arizona. Ali, apesar das águas subterrâneas terem sido contaminada em grande parte por minas de urânio empobrecido na área, a instalação de hidropanéis fez-se de imediato, diz Borns.

Ou seja, o impacto da tecnologia pode ser sentido até em territórios como os Estados Unidos. “Acho que é importante para as pessoas compreenderem que a água não é um assunto específico do mundo em desenvolvimento. É um problema nos Estados Unidos hoje em dia”, explicou Borns.

https://zap.aeiou.pt/agua-potavel-a-partir-de-ar-e-luz-do-sol-uma-empresa-norte-americana-ja-o-conseguiu-475096


domingo, 24 de abril de 2022

Rússia vai instalar mísseis nucleares até ao outono - Têm capacidade para atacar os EUA !


Depois do teste bem sucedido dos mísseis intercontinentais balísticos Sarmat, o chefe da Roscosmos garante que serão instalados até ao outono.

Esta quarta-feira, a Rússia testou com sucesso os seus mísseis intercontinentais balísticos Sarmat. Como tal, o chefe da agência espacial russa Roscosmos, Dmitri Rogozin, adiantou que há planos para instalá-los até ao outono.

Embora o primeiro teste de lançamento tenha sido um sucesso, especialistas ocidentais argumentam que serão precisos mais testes antes de o míssil ser posicionado. Como tal, o objetivo definido por Rogozin mostra ser algo ambicioso.

Segundo a agência Reuters, os Sarmat têm “capacidade para transportar dez ou mais ogivas nucleares e engodos” e “atingir alvos a milhares de quilómetros de distância”, como os Estados Unidos ou a Europa.

Os Sarmat serão instalados nos silos dos Voevoda, os mísseis do tempo soviético que vão substituir. Os silos estão localizados na região siberiana de Krasnoiarsk, cerca de 3 mil quilómetros a leste de Moscovo.  

A notícia chega numa altura em que se teme o recuso a armas nucleares dada a tensão crescente da guerra na Ucrânia.

O novo míssil Sarmat Satan II “tem as mais altas características tácticas e técnicas e é capaz de superar todos os meios modernos de defesa anti-mísseis”, sublinhou Putin sobre o teste bem-sucedido, salientando que “não tem análogos no mundo” e que “não terá por muito tempo”.

“Esta arma verdadeiramente única fortalecerá o potencial de combate das nossas Forças Armadas, garantirá de maneira confiável a segurança da Rússia contra ameaças externas e dará o que pensar àqueles que, no calor da retórica agressiva frenética, tentam ameaçar o nosso país”, acrescentou ainda Putin.

Com mais de 200 toneladas, o Sarmat é considerado mais eficaz que o seu antecessor, o míssil Voievoda, com um alcance de 11.000 quilómetros.

https://zap.aeiou.pt/russia-instalar-misseis-nucleares-outono-475214


Rússia quer chegar até à Transnístria - Moldávia acelera adesão à UE !


Um comandante russo revelou que o plano da Rússia é ocupar todo o sul da Ucrânia até à Transnístria. Em reação, a Moldávia acelerou o processo de adesão à União Europeia.

Nos últimos dias, a Rússia anunciou que assumiu o controlo de Mariupol, e a região do Donbass está em destaque, com relatos de que é o principal alvo dos russos.

No entanto, um alto comandante militar russo adianta que o plano de Moscovo prevê a ocupação de todo o sul do território ucraniano até à Transnístria, uma região separatista moldava.

O objetivo, conta Rustam Minnekaiev, comandante do distrito central militar, é ligar a Transnístria à Crimeia e deixar Kiev sem acesso ao mar.

“O controlo do sul da Ucrânia também inclui um corredor em direção à Transnístria, onde também se registam casos de opressão da população russófona”, disse o comandante russo, citado pelo The Guardian.
 
Minnekaiev falou da importância de estabelecer “um corredor terrestre” entre a Crimeia e a Transnístria, ao mesmo tempo que “se afetam objetos vitais da economia ucraniana, os portos do Mar Negro, através dos quais os produtos agrícolas e metalúrgicos são exportados”.

Estas declarações suscitaram inquietação entre as autoridades moldavas, por ter sido este um dos argumentos que Moscovo esgrimiu para justificar a sua invasão da Ucrânia, ao também acusar o Governo de Kiev de perseguição às populações russófonas.

A Moldávia exprimiu “profunda preocupação” junto do embaixador devido às declarações do general russo, indicou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros moldavo.

A Moldávia “considera estas declarações como infundadas e contraditórias com o apoio da Rússia à soberania e integridade territorial do nosso país”, prosseguiu o ministério. “A Moldávia é um país neutral” e apela a Moscovo que “respeite esse princípio”, acrescentou.

Em reação, o país do leste europeu assinou o primeiro questionário para entrar na União Europeia, escreve o Observador. O feito foi anunciado no Twitter por Nicu Popescu, o ministro dos Negócios Estrangeiros do país.

“Sempre disse, em discussões com líderes europeus, que o nosso país é um Estado europeu. Temos um passado europeu, a nossa língua romena é uma das línguas oficiais da UE”, afirmou o ministro à agência moldava IPN, garantindo que “o lugar da Moldávia é na União Europeia”.

As complexas relações entre a Rússia e a Moldávia, uma ex-república soviética de 2,6 milhões de habitantes situada entre a Roménia e a Ucrânia, agravaram-se após a eleição em 2020 de Maia Sandu, uma Presidente pró-europeia.

A Transnístria, que declarou a secessão da Moldávia após uma curta guerra civil no decurso da desintegração da União Soviética, possui cerca de 500.000 habitantes e é apoiada económica e militarmente por Moscovo. Nesta região está instalada uma base militar russa.

Este território, atravessado pelo rio Dniestre, não é reconhecido como Estado pelas instâncias internacionais.

https://zap.aeiou.pt/russia-quer-chegar-ate-transnistria-475167


Flórida censura 54 livros de matemática !


Em causa estão referências a assuntos proibidos. Há alegadas referências à Teoria Crítica do Racismo, assunto delicado nos EUA.

É um título estranho, é um assunto estranho, mas aconteceu: nesta semana o departamento de educação da Florida, nos Estados Unidos da América, anunciou que censurou livros de matemática.

Foram analisados 132 livros da disciplina e, na segunda-feira, as autoridades locais informaram que rejeitaram quase metade: 54 livros.

Não foi publicado qualquer exemplo dos “assuntos proibidos” incluídos nos manuais. E não foi publicada a lista dos livros recusados.

No entanto, alegadamente, os livros têm referências à Teoria Crítica do Racismo, que estuda o racismo estrutural nos EUA – e que é um assunto constante e muito delicado no país.
 
O departamento explicou em comunicado que os livros não cumprem os padrões de conteúdo do Estado: “A maioria dos livros rejeitados destinava-se aos níveis do infantário ao quinto ano; e uns alarmantes 71% dos livros não estavam alinhados com as regras da Flórida ou incluíam assuntos proibidos”.

Entre esses assuntos proibidos, é referida a Teoria Crítica do Racismo: “21% dos livros foram proibidos porque incorporam conteúdo de tópicos proibidos ou estratégias não solicitadas, incluindo a Teoria Crítica do Racismo”.

Essa teoria é ensinada e partilhada sobretudo a nível académico e tenta estudar o racismo e o seu impacto na sociedade dos EUA; analisa-se a discriminação racial no acesso à educação, ao mercado da habitação e ao apoio jurídico.

“O governador da Flórida está a tentar transformar as salas de aula num campo de batalha político. E isto é apenas o começo”, avisou o congressista Carlos Smith, dirigindo-se ao governador republicano Ron DeSantis.

DeSantis deu os parabéns ao departamento de educação por esta medida e acusou alguns editores de livros escolares de “doutrinar” crianças com “conceitos como essencialismo racial, especialmente entre alunos do ensino fundamental”.

Já no ano passado, o conselho de educação da Flórida decidiu proibir o ensino da Teoria Crítica do Racismo nas escolas públicas.

https://zap.aeiou.pt/florida-censura-livros-matematica-474923


Coronavírus: 6 perguntas ainda sem resposta !


Quase dois anos e meio depois do primeiro caso de COVID-19, ainda há “mistérios” que os especialistas estão a tentar perceber.

Novembro de 2019. Surge o primeiro caso, pelo menos conhecido, de COVID-19. Em Wuhan, na China.

Abril de 2022. A pandemia continua por aí, embora mais suave do que noutros tempos, e continua a haver “mistérios” por resolver.

O portal Stat, dedicado a notícias sobre saúde, elaborou nesta semana uma lista de seis perguntas ainda sem resposta consensual, quase dois anos e meio depois do aparecimento do coronavírus.

Evolução

A primeira é talvez a principal: como vai evoluir o vírus SARS-CoV-2?

As variantes Delta e Ómicron foram as mais comentadas. Mas o alfabeto grego deverá continuar a ser explorado, nos próximos tempos.

Os especialistas são cautelosos quando o assunto é a evolução do vírus. O princípio básico e orientador é: o vírus quer sempre replicar-se, espalhar-se. Continuará a ser contagioso e continuará a procurar variantes novas, mutações diferentes, que consigam “fugir” da imunidade dos humanos – sim, há a probabilidade de actualização de vacinas (já vamos lá).

Também há por exemplo o cenário provável de novos casos de “vírus recombinantes”, ou seja, casos de fusão de duas variantes existentes (quando dois vírus infectam a mesma célula).

Resumindo: os vírus podem assumir mutações aleatórias e ser mais – ou menos – perigosos para os humanos. É arriscado fazer previsões; mas há a noção de que é possível surgir uma “combinação desastrosa” numa variante que, ao mesmo tempo, seja muito eficaz no contágio e apresente consequências negativas para a saúde.

Vagas

Segunda pergunta: como serão as novas vagas?

Volta a ser arriscado fazer previsões mas não é arriscado afirmar que a pandemia não acabou. Ainda nem passou para endemia, segundo a Organização Mundial da Saúde

Por isso, pode haver medidas que deixem de ser obrigatórias – tivemos nesta quinta-feira o caso português, em relação às máscaras – mas essas posturas continuam a ser altamente recomendadas.

Não há certezas em relação a novas vagas – sazonais ou não, por exemplo – mas há (praticamente) a certeza de que, quanto maior for o número de pessoas infectadas e/ou vacinadas, maior é a imunidade a nível global. E menor é a probabilidade de casos graves: a maioria das pessoas que têm morrido nos últimos meses não estava vacinada.

Resumindo: o vírus passará a ser um “incómodo” global em vez de crise global.

Estreantes

Terceira questão: quem nunca foi infectado deve estar mais preocupado?

Talvez não. Por um lado, a evidência científica indica-nos que as pessoas que já registaram casos de COVID-19 ganham imunidade maior, sobretudo se também tiverem recebido a vacinação completa.

Por outro lado, a tendência é que a pessoa nunca infectada tenha uma vantagem: a variante que a “apanhar” – se apanhar – será mais leve, com menos sintomas graves.

Transmissão

Quarto ponto: como é transmitido o vírus entre humanos?

Para trás ficaram as “paranóias” de limpar até o corrimão do prédio e de não tocar em campainhas, com receio de contágio. É muito raro uma superfície ser contagiosa.

Está visto que o coronavírus se transmite essencialmente através de fluxos de partículas invisíveis, que circulam pelo ar quando falamos, cantamos, espirramos, tossimos, ou simplesmente quando respiramos.

No entanto, ainda continua a ser difícil definir o processo exacto de contágio. Por exemplo: estão duas pessoas a conversar e uma contagiou a outra – quando? Porque se tocaram? Foi por causa de falarem perto uma da outra? Foi porque a infectada estava a…respirar? Como funcionam os aerossóis?

Descobrir estes pormenores importantes é caro, é “tecnologicamente assustador” e é “eticamente complicado”, avisa o artigo.

Combate

Quinta questão: vem aí uma geração superior de testes, vacinas e terapias?

É quase certo que está para chegar ferramentas de combate mais avançadas, tecnologicamente – mas depois entra o aspecto financeiro e muitas dessas novidades podem nem chegar ao mercado.

Os testes que se vão utilizar deverão ser os que já estão a ser utilizados.

As vacinas poderão ser actualizadas mas aí entra novamente o contexto financeiro: quantas farmacêuticas estão disponíveis a fazer novos ensaios que custam milhões de euros? E quantas pessoas estariam agora disponíveis para esses ensaios? A probabilidade maior é: surgirão novas e melhores vacinas, mas não para já. E não para todos.

Já as terapias devem ter o futuro mais animador, entre este trio. Há medicamentos a surgir, há novas formas de combate a serem desenvolvidas, tratamentos orais que já mostraram que são eficazes.

COVID longa

Última pergunta: até quando vamos procurar explicações sobre a COVID longa?

Ainda se sabe pouco sobre a long COVID, os casos em que a doença persiste no ser humano.

Estão a ser estudados os sintomas, fazem-se comparações com o VIH, vírus da SIDA, estudam-se os problemas cognitivos e físicos em clínicas de reabilitação, procuram-se respostas nas inflamações crónicas, na persistência do vírus.

No fundo, muitos cientistas atravessam uma fase de medicina experimental. O progresso tem sido assinalável mas não há resposta exacta para a pergunta ali acima.

https://zap.aeiou.pt/coronavirus-perguntas-resposta-474885

 

Rússia diz que a Europa não agunta uma semana sem gás russo !


Enquanto o FMI diz que a União Europeia aguentaria seis meses sem o gás natural russo, Moscovo argumenta que a Europa não duraria “nem uma semana”.

Apesar dos vários pacotes de sanções da União Europeia à Rússia, o gás natural continua a ser um recurso que fica esquecido. A Europa sabe da importância deste combustível fóssil e a sua dependência dos russos deixa o Velho Continente muito limitado na sua ação.

Se, de facto, a Europa interrompesse a torneira de gás russo, quanto tempo poderia sobreviver? O Ocidente e a Rússia tem duas respostas completamente diferentes — ainda que nenhum dos cenários seja animador.

Esta sexta-feira, o chefe do Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que a Europa seria capaz de aguentar, sem grandes consequências, durante seis meses.

“Ao longo dos primeiros seis meses a Europa consegue lidar com tal embargo, tendo alternativas de fornecimento e usando o stock existente”, explicou Alfred Kammer em declarações à AFP.

“Se o embargo durasse até ao inverno, e durante esse período, isso teria efeitos significativos”, realçou Kammer.

No entanto, há alternativas que podem ser tomadas, como reduzir o consumo ou até reunir mais reservas.

Ora, Moscovo tem uma opinião diferente e acredita que a Europa não duraria nem uma semana sem o gás natural proveniente da Rússia.

“Vamos ser sérios, não durariam uma semana”, disse o vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa, Dmitry Medvedev, citado pela agência estatal russa TASS.

Um documento da Comissão Europeia deu conta que as empresas europeias vão poder continuar a comprar gás natural russo em euros e dólares sem quebrarem as sanções em vigor. Medvedev reagiu com ironia nas redes sociais.

“A Comissão Europeia permitiu o pagamento do gás natural em rublos e acredita que o decreto do presidente da Rússia ainda pode ser aplicado nos negócios europeus. Apreciamos a consistência e a integridade dos nossos parceiros europeus”, escreveu Medvedev, no Instagram.

Entre os 27 Estados-membros da UE, Portugal é o terceiro país onde as exportações para a Rússia são menores, apenas atrás da Malta e da Grécia. Portugal será um dos países da União Europeia que menos deve sofrer com o conflito na Ucrânia e as consequentes sanções impostas a Moscovo.

“A nossa dependência em relação à Rússia é residual no domínio do gás. Portugal tem uma dependência mínima face à Rússia”, disse o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, no passado mês de março.

https://zap.aeiou.pt/quanto-aguenta-europa-sem-gas-russo-475209


sábado, 23 de abril de 2022

Putin e líder checheno tinham plano para assassinar Zelenskyy !

Vladimir Putin e Ramzan Kadyrov.
O Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder checheno, Ramzan Kadyrov, tinham preparado três grupos de soldados para assassinar Volodymyr Zelenskyy.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, já sobreviveu a, pelo menos, mais de uma dúzia de tentativas de assassinato desde o início da invasão russa. Isto de acordo com os relatos do seu chefe de gabinete, Mikhail Podolyak, no início do mês passado.

Uma delas envolve Ramzan Kadyrov. O líder checheno terá recebido um plano para assassinar os principais líderes da Ucrânia durante a sua reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, no dia 3 de fevereiro, ainda antes da invasão da Ucrânia.

A informação foi avançada esta quinta-feira pelo secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, Oleksiy Danilov, em declarações à Rádio NV, citado pela Ukrinform.

O plano para assassinar o presidente foi acordado nessa reunião entre Putin e Kadyrov, com o último a comprometer-se a que a sua unidade completasse a missão. O líder checheno prometeu ao Presidente russo que iria contratar três grupos para levar a cabo o assassinato.  

Os serviços secretos ucranianos tinham conhecimento deste plano da Rússia, que acabou por falhar, detalhou Danilov.

“Estávamos a monitorizar os três grupos. Um deles foi eliminado pelos nossos militares. Os outros dois mais tarde foram retirados do nosso país. Um está agora na região de Donetsk, o outro está na cidade de Mariupol, mas eles não estão na linha da frente”, disse Danilov.

Os planos originais da Rússia contavam que Kiev caísse apenas ao fim de três dias. Como tal, os grupos de militares chechenos esperavam um “corredor verde” para conseguir chegar à capital ucraniana em segurança para matar o Presidente ucraniano.

Danilov realçou que não sabe onde está atualmente Kadyrov. “Posso dizer com certeza que ele nunca esteve aqui. Todas essas fotos encenadas presumindo que ele estava na zona de guerra são um disparate total”, atirou.

https://zap.aeiou.pt/putin-lider-checheno-assassinar-zelenskyy-474956


Rússia descarta resolução diplomática para a guerra !

O presidente russo, Vladimir Putin ouve o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Russas, Valery Gerasimov.
O Kremlin até poderia aceitar um desfecho do conflito através do diálogo; mas isso iria colocar Vladimir Putin em maus lençóis, a nível interno.

Quase dois meses depois do início da invasão à Ucrânia, e após diversas rondas de negociação que poucos resultados criaram, o Governo russo não vê nessas negociações o caminho que origine o fim da guerra.

Ou melhor, o Kremlin até poderia aceitar um desfecho do conflito através do diálogo, por via diplomática – mas o problema é que isso faria descer muito a popularidade de Vladimir Putin, que ficaria em maus lençóis, a nível interno.

Os responsáveis de Moscovo acreditam (ou preferem acreditar) que a grande maioria da população russa apoia esta “operação militar especializada” e não iria compreender um desfecho antecipado, sem uma vitória triunfal da Rússia.

A mesma população russa, confia o Kremlin, olha para a guerra na Ucrânia como uma real “luta contra os nazistas e contra o nazismo”.

No entanto, estas contabilidade não são consensuais porque as sondagens realizadas na Rússia são “fechadas” e criam dúvidas.

Três fontes próximas da presidência russa revelaram ao portal Meduza que Putin e os seus aliados mais próximos já chegaram à conclusão que, agora, não há qualquer desfecho positivo para o seu lado, se acabarem com a guerra através de conversas.

E, por isso, nem têm preparado a opinião pública na Rússia para essa possibilidade. Declarar o fim da guerra através de diálogos não é um assunto sequer comentado a nível interno.

A classe média, de acordo com a versão do Governo local, apoia claramente este conflito. E o único desfecho que admitem é: “Se a guerra já começou, precisamos de vencer – seja em Kiev ou mesmo em Lviv. Não podemos recuar.”

Uma eventual desistência, ou final “precoce” da guerra, também poderia criar uma insatisfação geral, com protestos nas ruas – um cenário que Putin não admite.

A mesma classe média, que vive confortavelmente a nível financeiro, não tem sentido muito as consequências do aumento dos preços. O que recebem, chega. Além disso, sentem que estão a defender o seu país e a defender a justiça.

Quem ganha menos dinheiro e, nesta altura, passa por mais dificuldades para ter comida em casa, é mais provável que seja contra a guerra.

No entanto as mesmas fontes, mesmo estando ligadas ao Kremlin, admitem que a ideia constante defendida por Putin ou por outros responsáveis – quando dizem que estão a salvar a população ucraniano de um regime nazi – “já foi longe demais”.

No terreno, os responsáveis da Rússia centram-se agora na região do Donbass, onde pretendem alcançar “controlo total”.

https://zap.aeiou.pt/russia-nao-admite-fim-guerra-negociacoes-475124

Após o susto inicial, Macron descolou-se de Le Pen no sprint final da campanha !


Macron tem conseguido ganhar terreno contra Marine Le Pen nos últimos dias, de acordo com as sondagens, e antecipa-se uma reeleição sua no domingo.

No último dia da campanha e com o domingo decisivo a aproximar-se, as sondagens para as presidenciais francesas apontam para uma vitória confortável de Emmanuel Macron no confronto com Marine Le Pen.

Uma sondagem do Ipsos revela que 57,5% dos inquiridos vão votar no actual Presidente, enquanto que 42,5% preferem a candidata da União Nacional. A margem de erro é de 3,3 pontos, o que garante, em teoria, uma vitória mais confortável para Macron do que se esperava no início da campanha.

Apenas 5% dos franceses que apostaram em Macron afirmaram que ainda podem mudar de ideias. Já 8% dos inquiridos que apoiam Le Pen não descartam a possibilidade de, na hora da verdade, votarem em Macron.

Um factor que pode ser decisivo são os votos em branco, com 40% dos inquiridos que afirmaram que pretendem deixar o boletim por preencher a adiantar que ainda podem vir a escolher um dos candidatos até domingo.

Outra sondagem do BVA adianta que Macron deve permanecer no Eliseu e vencer com uma margem de 11 pontos percentuais. O agregador de sondagens Poll of Polls, do Politico, dá 55% de probabilidades de vitória para o liberal e apenas 45% para a candidata de extrema-direita.

Recorde-se que nem sempre as sondagens deram uma margem tão confortável para Macron. Antes da primeira volta, o actual Presidente estava em empate técnico com Le Pen e alguns inquéritos chegaram mesmo a prever uma vitória para a adversária, que apostou em promessas de combate à inflação para conquistar os franceses.

O debate de quarta-feira ajudou a dar um impulso final às esperanças de reeleição de Macron, com as sondagens sobre o confronto a mostrarem que a população preferiu a prestação do chefe de Estado à da candidata da União Nacional.

Para além do debate, os apelos de Jean-Luc Mélenchon para que os seus apoiantes rejeitem Le Pen — sem nunca apoiar directamente Macron — também podem estar a ajudar a que o eleitorado de esquerda concentre o voto útil no actual Presidente na esperança de travar a chegada da extrema-direita ao poder.

Mélenchon foi o terceiro mais votado, com quase 22% dos votos, tendo ficado de fora da segunda volta. No entanto, o seu resultado eleitoral traçou o retrato de uma França tripartida, pelo que o voto dos seus apoiantes é decisivo na corrida ao Eliseu. Cabe agora a Le Pen e Macron tentar captar o seu apoio e evitar que este eleitorado não vote ou vote em branco como forma de protesto.

A abstenção é também um dos enigmas que dificultam a previsão dos resultados, já que quase um quarto dos eleitores não votou na primeira volta e antecipa-se que muitos dos apoiantes dos candidatos que não passaram para o confronto final possam ficar em casa. 44% dos eleitores de Mélenchon já admitiram que podem faltar à chamada às urnas no domingo.

Segundo Gaël Sliman, presidente do instituto de sondagens Odoxa, Macron não consegue atrair mais de 50% dos votos do eleitorado dos outros candidatos. Já Marine Le Pen consegue concentrar o apoio de mais de 80% dos eleitores de Éric Zemmour, outro candidato de extrema-direita conseguiu 7% na primeira volta.

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Macron agradece apoio de Costa

O candidato às presidenciais francesas Emmanuel Macron disse hoje à Lusa que o apelo feito pelo primeiro-ministro português, António Costa, para votar nele na segunda volta das eleições é “muito importante, a título individual e entre os dois países”.

“Quero agradecer ao meu amigo Costa, que foi formidável. O António foi adorável, e fiquei muito emocionado”, afirmou o também Presidente francês em declarações à Lusa à chegada à cidade de Figeac, na região do Lot, no sudoeste de França, onde decorre o último comício do candidato antes da segunda volta das eleições presidenciais francesas.

Questionado se o apoio do primeiro-ministro português é importante, Macron respondeu: “É muito importante! A título individual, e entre os dois países”.

O agradecimento do chefe de Estado francês surge depois de António Costa, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchéz e o chanceler alemão Olaf Scholz terem apoiado conjuntamente a candidatura de Macron na quinta-feira, com um texto publicado no jornal português Público, no espanhol El País e no francês Le Monde.

“A segunda volta das eleições presidenciais francesas não pode ser ‘business as usual’ para nós. A escolha que o povo francês enfrenta é crucial — para a França e para cada um de nós na Europa. É a escolha entre um candidato democrático, que acredita que a força da França cresce numa União Europeia poderosa e autónoma, e uma candidata de extrema-direita, que se coloca abertamente do lado daqueles que atacam a nossa liberdade e a nossa democracia — valores baseados nas ideias francesas do iluminismo”, defenderam.

https://zap.aeiou.pt/susto-macron-le-pen-reeleicao-475087


3 euros por litro de gasolina, em Bissau em garrafas de água !


Capital da Guiné-Bissau ocupada por dezenas de pessoas que estão, na rua, a vender garrafas de 1,5 litros, com gasolina. Custam 4,5 euros.

Dezenas de pessoas estão espalhadas pelas avenidas de Bissau a vender gasolina a 4,5 euros por 1,5 litros depois de vários postos de abastecimento da capital guineense terem esgotado o combustível ou começado a controlar a sua venda.

A maior parte dos jovens que se encontram a vender a gasolina em garrafas de água de 1,5 litros não querem ser identificados e recusaram falar à Lusa, mas adiantaram que vão comprar a gasolina ao Senegal e vendem a garrafa por 3.000 francos cfa (4,5 euros).

Já Malam Sambu, um vendedor de combustível, que tem a sua banca junto à Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria ou “Nino” Vieira, que liga o mercado do Bandim ao aeroporto, explicou que a foi buscar a uma bomba de Zinguichor.

“Fui uma vez buscar à fronteira um bocadinho, 50 litros. Eu trouxe 50 litros, mas não é o suficiente porque não chega para as pessoas”, afirmou Malam Sambú, que interrompeu as suas explicações à Lusa para ir vender mais três litros de gasolina a um cliente.

Malam Sambú explicou que, como vai comprar ao Senegal, é obrigado a aumentar o preço, mas os jovens que não quiseram ser identificados explicaram que estão a comprar 1,5 litros na fronteira por 1.250 francos cfa (1,90 euros).

Questionado pela Lusa se continuava a vender muita gasolina, Malam Sambú disse que as pessoas continuam a comprar.

“As pessoas compram 10, 25 litros. Compram porque não há nas bombas”, afirmou.

Desde a semana passada que a crise de combustível se agudizou na Guiné-Bissau e já levou à paragem de veículos movidos a gasolina e à especulação de preços no mercado negro.

O porta-voz do Governo e ministro do Turismo, Fernando Vaz, afirmou quinta-feira que a situação será ultrapassada em breve com a chegada de um navio de Portugal.

Fernando Vaz afirmou que o país “está quase em rutura de ‘stock’” de gasóleo e gasolina, mas ainda tem estes produtos.

Entretanto, ao final de quinta-feira o Governo anunciou o aumento do preço dos combustíveis, passando a gasolina a custar 1,15 euros o litro e o gasóleo 1,16 euros por litro.

https://zap.aeiou.pt/gasolina-garrafas-agua-bissau-474995


“A população russófona está a ser oprimida”: Rússia quer entrar na região da Transnítria, na Moldávia !


O exército russo quer dominar as regiões separatistas de Lugansk e Donetsk e admite entrar na Transnítria, um território russófono que declarou a independência da Moldávia em 1990, não tendo esta sido reconhecida.

Em declarações feitas à agência de notícias Interfax, o major-general russo Rustam Minnekaev detalhou os planos do Kremlin para o controlo das regiões separatistas de Lugansk e Donetsk, no leste da Ucrânia.

O responsável adianta que o objectivo é a criação de um corredor terrestre desde a península da Crimeia, que Moscovo anexou em 2014, até à Transnístria, na Moldávia. O plano foi revelado numa reunião com empresas do complexo militar industrial russo em Yekaterinburg.

“Desde o início da segunda fase da operação especial, que começou há dois dias, uma das tarefas do exército russo é conseguir o controlo sobre Donbass e sul da Ucrânia. É outro caminho até à Transnístria, onde também há provas de que a população russófona está a ser oprimida“, afirmou Minnekaev.

De acordo com Minnekayev, a Rússia está a “combater o mundo inteiro”, tal como na “Grande Guerra Patriótica”, recorrendo a uma expressão que os russos usam para se referirem à Segunda Guerra Mundial. “Toda a Europa, todo o planeta estava contra nós na altura. Agora, é a mesma coisa, eles nunca gostaram da Rússia“.

A Transnítria é uma região na Moldávia que faz fronteira com a Ucrânia e fica a cerca de 40 quilómetros de Odessa, onde se situa o maior porto ucraniano. É controlada por separatistas pró-russos e declarou a independência em 1990, com o apoio de Moscovo. Estima-se que haja 1500 soldados russos permanentemente na região.

A sua independência não foi reconhecida nem pela Moldávia nem pela comunidade internacional, mas o território opera como um país independente, tendo bandeira, Constituição, moeda, exército e hino próprios.

O militar acredita que a criação deste corredor terrestre permite à Rússia controlar “infraestruturas vitais da economia ucraniana”, referindo-se aos portos do Mar Negro, “através dos quais os produtos agrícolas e metalúrgicos são entregues”.

Kiev já afirmou que teme que a Rússia avance contra outros países na região e use esses territórios como locais estratégicos para o planeamento de novos ataques. No início do mês, os responsáveis ucranianos afirmaram que estava a ser criado uma aeródromo na região para ser usado pelas forças russa, mas as acusações foram negadas pelo Ministério da Defesa da Moldávia e pelo Governo da Transnítria.

O Ministério da Defesa já reagiu aos planos russos no Twitter, acusando o Kremlin de “imperialismo” e de ter parado de esconder as suas verdadeiras intenções ao admitir que “o objectivo da ‘segunda fase’ da guerra não é uma vitória sobre os míticos nazis, mas simplesmente a ocupação do leste e do sul da Ucrânia”.

https://zap.aeiou.pt/russia-moldavia-crimeia-transnitria-475070


sexta-feira, 22 de abril de 2022

Imagens mostram mais de 200 valas comuns em Mariupol. Ucrânia diz que estão enterrados 9 mil corpos !


Ucrânia acusa a Rússia de enterrar nove mil civis em Mariupol, para esconder o massacre. Imagens de satélite apontam para a possível existência de 200 valas comuns.

As fotografias divulgadas na quinta-feira surgiram horas depois de Vladimir Putin ter anunciado o controlo de Mariupol, apesar de cerca de dois mil combatentes ucranianos ainda se encontrarem barricados numa siderurgia.

Maxar Technologies, o fornecedor das imagens de satélite, divulgou as imagens, que, supostamente, mostram mais de 200 valas comuns na cidade onde os responsáveis locais ucranianos dizem que os russos têm estado a enterrar residentes de Mariupol.

As imagens mostram longas filas de sepulturas que se afastam de um cemitério existente na cidade de Manhush, a 20 quilómetros da localidade que atualmente se encontra cercada pelas forças russas, segundo o Observador.

Vadym Boychenko, autarca de Mariupol, acusou os russos de “esconderem os seus crimes militares”, retirando os corpos de civis da cidade e enterrando-os em Manhush.

As valas comuns podem conter até 9.000 mortos, segundo explicou a autarquia de Mariupol, numa mensagem na plataforma social Telegram.

“Os ocupantes cavaram trincheiras com uma profundidade de 30 metros e estão a usar camiões para trazer os corpos”, afirma a autarquia, que ainda revela que a vala comum vista por satélite já está “duas vezes maior do que o cemitério mais próximo”.

“Os corpos dos mortos foram levados em camiões e, na realidade, foram simplesmente despejados em montes”, disse um assessor de Boychenko, Piotr Andryushchenko, no Telegram, segundo o Jornal de Notícias.

As imagens de satélite da empresa Maxar Technologies, vistas numa sequência entre 23 de março e 3 de abril, mostram a evolução do que parece ser uma vala comum em Manhush, perto da cidade portuária de Mariupol.

O Kremlin não reagiu de imediato. Quando foram descobertas valas comuns e centenas de civis mortos em Bucha e noutras cidades à volta de Kiev, após as tropas russas terem recuado, os oficiais russos negaram que os seus soldados tivessem matado quaisquer civis e acusaram a Ucrânia de encenar as atrocidades.

Em comunicado, a Maxar Technologies disse que uma análise das imagens indica que as sepulturas em Manhush foram escavadas em finais de março, e expandidas ao longo das últimas semanas.

A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro, que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

https://zap.aeiou.pt/200-valas-comuns-mariupol-474942


Estudante da Zâmbia acusada de “nazismo” por dançar em frente a memorial de guerra na Rússia !


Uma estudante de 21 anos da Zâmbia foi detida na Rússia e acusada de “nazismo”, por ter dançado twerk em frente a um memorial da II Guerra.

Rebecca Ziba, estudante de 21 anos da Zâmbia, foi detida na Rússia esta quarta-feira, por alegadamente “regenerar” os ideais “nazis”.

Segundo o Observador, a estudante publicou um vídeo nas suas sociais em que dançava twerk, em frente a um memorial da II Guerra Mundial, em Khanty-Mansiysk.

A Rússia considerou que Rebecca Ziba fez uma “dança obscena” no local e publicou o vídeo com uma legenda “insultuosa” nas redes sociais, noticia a Euronews.

A jovem de 21 anos pode enfrentar uma pena de prisão de três anos, e ter de pagar uma multa até três milhões de rublos (cerca de 34 mil euros) se for condenada pelo crime de “profanar um símbolo da glória militar russa”.

Rebecca Ziba pediu “desculpa pelo vídeo que publicou a 16 de abril“, partilhado pelo departamento da polícia de Khanty-Mansiysk.

Alegou que o fez sem saber “quem iria magoar ou irritar”. “Não era para ser ofensivo”, garantiu a estudante, realçando que não queria “desrespeitar as pessoas que morreram” na II Guerra Mundial.

“Não sabia o que eles tinham feito, não sabia que era tão importante. Peço imensa desculpa. Não sabia”, repetiu a jovem, não sendo claro se teve direito a ser representada por um advogado.

O Memorial da Glória em Khanty-Mansiysk é dedicado aos soldados que morreram durante a II Guerra Mundial.

https://zap.aeiou.pt/estudante-da-zambia-acusada-de-nazismo-por-dancar-em-frente-a-memorial-de-guerra-na-russia-474763


Rios poluídos, solos minados e materiais radioativos desaparecidos - O ambiente também sofre com a guerra na Ucrânia !


Entre riscos e material radioativo desaparecido em Chernobil, a poluição de rios e a presença de metais pesados no solo, a guerra na Ucrânia também está a devastar o ambiente.

Para além da crise humanitária e do impacto económico, a guerra na Ucrânia está também a fazer estragos ambientais. O Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) tem recebido relatórios semanais desde o início do conflito que relatam uma “destruição massiva da Natureza”, cita o Expresso.

Os textos revelam que as tropas russas estão a ocupar um terço das áreas protegidas na Ucrânia e usá-las para treinos militares, sendo que isto põem o futuro dos ecossistemas em causa. O Ministro do Ambiente da Ucrânia sublinha “a destruição de sítios Ramsar nas costas do mar de Azov e do Mar Negro e nas margens dos rios Danúbio e Deniepre”.

A presença de um grande número de mísseis também é preocupante, já que a história mostra que estes são uma “ameaça potencial para as populações humanas e para a biodiversidade durante décadas”. Já houve inundações e contaminações em lagos e solos devido à destruição de barragens e esgotos.

Os bombardeamentos a fábricas em Lugansk também levaram à libertação de grandes quantidades de ácido nítrico para a atmosfera. Os ataques a depósitos de combustíveis também já poluíram a bacia do rio Vístula e o impacto estende-se além das fronteiras da Ucrânia.

Os níveis de radiação na região na Zona de Exclusão de Chernobil também aumentaram após a saída das tropas russas e há ameaças de explosão causadas pela destruição ou roubo de equipamentos por parte do exército de Moscovo.

Alguns materiais radioativos que iriam ser investigados em laboratórios desapareceram e foram roubados equipamentos necessários para a manutenção da segurança da central nuclear onde se deu o acidente com o reator em 1986.

Oleh Bondar, um dos responsáveis do Serviço de Emergência Estatal da Ucrânia, avança que cerca de 50% do território ucraniano já não pode ser usado para a agricultura devido à implantação de minas por parte dos russos.

Kiev estima que mais de 85 mil toneladas de metais pesados estejam agora nos solos devido à destruição de material militar e a Rússia também já usou munições com fósforo branco, que foi banido nos tratados internacionais devido aos riscos de contaminação química.

https://zap.aeiou.pt/ambiente-tambem-sofre-guerra-ucrania-474800


Falhas de segurança: Dois terços dos telemóveis estiveram em risco !


Detectadas vulnerabilidades nos descodificadores de áudio utilizados por Qualcomm e MediaTek. Código partilhado há 11 anos.

Dois terços dos telemóveis em todo o mundo estiveram em risco de apresentar falhas de segurança, devido a vulnerabilidades em descodificadores de áudio.

A informação foi anunciada nesta quinta-feira pela Check Point Research (CPR), empresa especialista em cibersegurança.

“Descobrimos um conjunto de vulnerabilidades que poderiam ser utilizadas para execução remota e concessão de privilégios em dois terços dos dispositivos móveis de todo o mundo. E as vulnerabilidades eram de fácil exploração”, explicou Slava Makkaveev, da CPR.

“Um cibercriminoso poderia enviar uma música (qualquer ficheiro multimédia) e, assim que reproduzido pela potencial vítima, poderia ser injectado código malicioso no serviço de reprodução. O cibercriminoso poderia ver o que o utilizador via,” acrescentou Slava.

As vulnerabilidades foram descobertas no Apple Lossless Audio Codec (ALAC), ou Apple Lossless. Ao longo dos anos foi incluído em muitos dispositivos e programas de reprodução áudio que não são produzidos pela Apple, como telemóveis Android ou leitores e conversores media Windows e Linux.

Este formato já foi apresentado em 2004 e está em código aberto há mais de uma década, desde 2011. A Apple tem actualizado a versão proprietária do descodificador, foi corrigindo as falhas de segurança, mas o código partilhado não é corrigido desde 2011.

Esse formato de descodificação de áudio é utilizado por dois dos maiores fabricantes de chips: Qualcomm e MediaTek, com quem a CPR partilhou as informações recolhidas e foi corrigindo as falhas – que deixaram de existir, segundo o relatório de Dezembro de 2021.

A CPR acredita que, em algum momento, cerca de dois terços dos telemóveis estiveram em risco – porque o pirata informático poderia aceder remotamente a ficheiros multimédia e conversas áudio.

https://zap.aeiou.pt/falhas-seguranca-telemoveis-474817


Satan II - Rússia testou novo míssil de quinta geração “invencível” para dar “o que pensar” aos inimigos !

As Forças Armadas russas anunciaram o primeiro disparo com sucesso do míssil balístico intercontinental Sarmat, uma arma de nova geração com um elevado alcance e que o presidente Vladimir Putin saudou como “única” no mundo, salientando que “dará o que pensar” aos inimigos da Rússia.

O novo míssil Sarmat Satan II “tem as mais altas características tácticas e técnicas e é capaz de superar todos os meios modernos de defesa anti-mísseis”, sublinhou Putin sobre o teste bem-sucedido, salientando que “não tem análogos no mundo” e que “não terá por muito tempo”.

“Esta arma verdadeiramente única fortalecerá o potencial de combate das nossas Forças Armadas, garantirá de maneira confiável a segurança da Rússia contra ameaças externas e dará o que pensar àqueles que, no calor da retórica agressiva frenética, tentam ameaçar o nosso país”, acrescentou ainda Putin.

O presidente russo fez também questão de vincar que “foram apenas utilizadas instalações, componentes e peças de fabrico nacional para a construção do Sarmat”.  

Este míssil balístico intercontinental de quinta geração está incluído num conjunto de diversos mísseis apresentados por Putin, em 2018, como “invencíveis”. Entre o restante armamento, incluem-se designadamente os mísseis hipersónicos Kinjal e Avangard.

Em Março passado, Moscovo afirmou ter utilizado pela primeira vez o Kinjal contra alvos na Ucrânia.

Com mais de 200 toneladas, o Sarmat é considerado mais eficaz que o seu antecessor, o míssil Voievoda, com um alcance de 11.000 quilómetros.

Em 2019, Putin declarou que o Sarmat não tinha “praticamente limites em termos de alcance”, com capacidade para “atingir alvos atravessando tanto o Polo Norte como o Polo Sul”.

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, reagiu ao anúncio russo afirmando tratar-se de um teste de “rotina”, que não constitui “uma ameaça” para os EUA ou os seus aliados.

Moscovo “informou apropriadamente” Washington sobre a realização do teste, de acordo com as suas obrigações ao abrigo dos tratados nucleares e, portanto, não foi uma “surpresa” para o Departamento de Defesa dos EUA, acrescentou Kirby.

Apesar disso, o teste surge numa altura de alta tensão geopolítica devido à guerra na Ucrânia e serve como uma demonstração de força da Rússia, até para contrariar a ideia que tem sido avançada de que o exército do país não será assim tão poderoso.

https://zap.aeiou.pt/russia-novo-missil-quinta-geracao-474746


quinta-feira, 21 de abril de 2022

Justiça britânica deixa decisão sobre extradição de Assange para os EUA nas mãos do Governo !


A justiça britânica autorizou formalmente hoje a extradição do fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange, para os Estados Unidos, para ser julgado por espionagem, mas o Governo britânico terá a última palavra.

A ministra do Interior, Priti Patel, tem agora de decidir se confirma ou rejeita a extradição.

De acordo com a lei, a ministra só pode exercer a prerrogativa de proibir a extradição em casos específicos abrangidos pela Lei de Extradição de 2003 e sempre de acordo com os acordos com o país requerente, neste caso os EUA.

Caso seja autorizado pelo Tribunal Superior, a Justiça norte-americana ou Assange poderão ainda recorrer da decisão de Patel.

A ordem de hoje do juiz Paul Goldspring, do Tribunal de Magistrados de Westminster, em Londres, ocorre depois de o Supremo Tribunal, a última instância, ter recusado no mês passado permissão ao recurso de Assange contra a decisão de um tribunal inferior a favor da extradição.

Assange esteve presente no tribunal hoje por videoconferência da Prisão de Alta Segurança de Belmarsh (Londres) e permanecerá em prisão preventiva.

O australiano de 50 anos é acusado pela justiça norte-americana da divulgação, a partir de 2010, de mais de 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas do país, em particular no Iraque e no Afeganistão.

Processado em particular ao abrigo da legislação contra a espionagem, Julian Assange enfrenta 175 anos de prisão, num caso denunciado por organizações de direitos humanos como um grave atentado à liberdade de imprensa.

https://zap.aeiou.pt/justica-britanica-extradicao-assange-474534


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