O Presidente francês renova o mandato após derrotar a candidata Marine Le Pen. As projeções da Ipsos-Sopra Steria para a France Télévisions, Radio France e France24 indicam que Macron soma 58,2% dos votos dos eleitores. Le Pen fica-se pelos 41,8%.
Macron repete o feito de 2017, já que também tinha derrotado Le Pen na altura em que venceu as suas primeiras eleições presidenciais. Na altura, a vitória foi mais confortável, tendo somado 66,1% dos votos.
Sondagens à boca das urnas preparadas por institutos de opinião franceses e divulgadas na Bélgica já davam conta da vitória de Emmanuel Macron.
A participação na segunda volta das presidenciais francesas era de 63,23% às 17:00 locais, a duas horas do encerramento das primeiras assembleias de voto, quase dois pontos abaixo da primeira volta. A abstenção ficou pelos 28,2%.
Na primeira volta das presidenciais, realizada há duas semanas, Macron, o Presidente cessante, obteve 27,85% dos votos, contra os 23,15% de Le Pen.
Os militantes da União Nacional que começaram a convergir para o Pavilhão d’Armenonville, onde é organizada a noite eleitoral de Marine Le Pen, acreditavam na vitória da candidata, porque Emmanuel Macron “mostrou as suas cores” neste mandato.
Entretanto, a política de extrema-direita já reconheceu a derrota, no seu discurso, disse não ter “qualquer vergonha ou arrependimento”.
Le Pen de olhos nas legislativas
“Quero dizer a todos os que queriam ver o nosso partido desaparecer, que vejo uma nova forma de esperança”, disse Le Pen. “Os resultados que obtivemos mostram que os líderes de França e da Europa vão ter de enfrentar uma grande desconfiança das pessoas. Há grandes ventos de mudança a chegar”.
Anteriormente, Marine Le Pen, que está na sua terceira corrida presidencial e pela segunda vez na segunda volta, anunciou aos jornais que, caso perdesse esta noite, não voltaria a concorrer às eleições presidenciais.
“Fomos, ainda assim, vitoriosos. Milhões dos nossos cidadãos escolheram votar no nosso partido. Quero agradecer a todas essas pessoas”, atirou ainda. “Um vento de liberdade podia ter-se erguido no país”.
Marine Le Pen já está de olhos postos nas eleições legislativas, que decorrem em junho deste ano.
“Nós estaremos lá. Nós seremos o partido que vai defender os vossos interesses. Vemo-nos na próxima batalha”, disse Le Pen antes de cantar La Marseillaise.
Macron, one more time
Depois de conhecida a vitória de Macron, ouviu-se “One More Time”, dos Daft Punk, para alegria dos cerca de 3 mil apoiantes que marcaram presença em Champ-de-Mars.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, deu os parabéns a Macron e acrescentou que, com este resultado, a Europa pode contar com a França por mais cinco anos.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também congratulou Emmanuel Macron pela vitória.
“Caro Emmanuel Macron, as minhas felicitações pela sua reeleição para a Presidência da República. Estou desejosa de continuar a nossa excelente cooperação. Juntos, faremos avançar a França e a Europa”, escreveu, em francês, através do Twitter.
“Depois de cinco anos de transformação difícil, uma maioria de nós escolheu confiar em mim para liderar a República anos próximos cinco anos”, começou por dizer o Presidente reeleito. “Agradeço a todos os franceses, homens e mulheres, que na primeira e segunda volta destas presidenciais, confiaram em mim”.
Ao referir os eleitores que votaram em Le Pen, ouviu-se assobios dos seus apoiantes. Macron rapidamente interrompeu. “Não, não assobiem”, clamou. “Desde o princípio que disse que não quero ver esse comportamento. Porque a partir de agora não sou candidato de um partido, mas sou o Presidente de todos”.
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