Mães e pais adoram o programa japonês, que já é um fenómeno – mas “nunca” haverá um programa do género nos EUA.
Já descrevemos aqui o Old Enough, o programa televisivo japonês que há muito tempo deixou de ser um fenómeno só no Japão. Por causa da Netflix.
Neste programa, há crianças entre dois e seis anos de idade a fazerem recados, quais adultos, sozinhas nas ruas.
Num episódio, por exemplo, uma criança pequena vai sozinha ao supermercado. Os pequenos são “largados” nas ruas para cumprir tarefas sozinhos (embora, obviamente, sejam sempre seguidas pela família e pela produção e haja sempre uma preparação cuidada para cada aventura).
O conceito surgiu já em 1991 mas somente agora atingiu popularidade mundial. E é muito popular nos Estados Unidos da América.
As cenas que a Netflix reproduz têm sido muito comentadas entre pais norte-americanos, que estão “empolgados” com o programa, lê-se no portal Salon.
Como sempre, há uma mistura de críticas, perplexidade e inspiração. Sim, há pais nos EUA que se sentem inspirados por este programa.
Perry Valentine, como pai, está entusiasmado: “O que me surpreendeu e espantou foi a forma como os pais japoneses confiam realmente na comunidade para que os seus filhos possam aprender a realizar sozinhos tarefas simples”.
Há um motivo forte para uma atracção geral nos EUA: é que um programa destes seria impensável no país americano. Por vários motivos.
Um deles é a insegurança que reina em muitas cidades nos EUA, dominadas por episódios de violência e por diversos tipos de crime. Aliás, tem havido conversas, reflexões, sobre o facto de as cidades norte-americanas não serem “amigáveis” para as crianças.
Outro é a rotina centrada no automóvel que reina no país (as próprias estruturas dos EUA acabam por se focar nas pessoas que conduzem e não nas pessoas que andam mais a pé). Estima-se que apenas 10% das crianças vão a pé para a escola.
E outro motivo: as recomendações oficiais são claras. A Academia de Pediatria indica que as crianças até aos 10 anos não devem caminhar sem supervisão.
Pelo contrário, o Japão é visto como um dos países mais seguros do mundo. E basta comparar o número de peões que morrem devido a acidentes rodoviários: no Japão morreram 1.434 pessoas em 2019, o mesmo ano em que, nos EUA, morreram….36 mil peões.
Os pais nos EUA ficaram fascinados com este programa porque mostra “o espectro oposto da paternidade a que estamos habituados”, explicou Devon Kuntzman, especialista em paternidade.
Mas este programa, avisa o artigo, “nunca poderia ser replicado” nos EUA, onde reina a “paternidade de helicóptero” – expressão utilizada par descrever os pais que estão sempre a controlar os filhos.
O “helicóptero” pode criar problemas nas crianças; mas continua a ser o estilo mais popular entre os pais norte-americanos. Há pouca confiança (e percebe-se porquê).
Entretanto, no Reino Unido, já estarão a filmar uma versão própria do Old Enough.
https://zap.aeiou.pt/old-enough-eua-475785
Já descrevemos aqui o Old Enough, o programa televisivo japonês que há muito tempo deixou de ser um fenómeno só no Japão. Por causa da Netflix.
Neste programa, há crianças entre dois e seis anos de idade a fazerem recados, quais adultos, sozinhas nas ruas.
Num episódio, por exemplo, uma criança pequena vai sozinha ao supermercado. Os pequenos são “largados” nas ruas para cumprir tarefas sozinhos (embora, obviamente, sejam sempre seguidas pela família e pela produção e haja sempre uma preparação cuidada para cada aventura).
O conceito surgiu já em 1991 mas somente agora atingiu popularidade mundial. E é muito popular nos Estados Unidos da América.
As cenas que a Netflix reproduz têm sido muito comentadas entre pais norte-americanos, que estão “empolgados” com o programa, lê-se no portal Salon.
Como sempre, há uma mistura de críticas, perplexidade e inspiração. Sim, há pais nos EUA que se sentem inspirados por este programa.
Perry Valentine, como pai, está entusiasmado: “O que me surpreendeu e espantou foi a forma como os pais japoneses confiam realmente na comunidade para que os seus filhos possam aprender a realizar sozinhos tarefas simples”.
Há um motivo forte para uma atracção geral nos EUA: é que um programa destes seria impensável no país americano. Por vários motivos.
Um deles é a insegurança que reina em muitas cidades nos EUA, dominadas por episódios de violência e por diversos tipos de crime. Aliás, tem havido conversas, reflexões, sobre o facto de as cidades norte-americanas não serem “amigáveis” para as crianças.
Outro é a rotina centrada no automóvel que reina no país (as próprias estruturas dos EUA acabam por se focar nas pessoas que conduzem e não nas pessoas que andam mais a pé). Estima-se que apenas 10% das crianças vão a pé para a escola.
E outro motivo: as recomendações oficiais são claras. A Academia de Pediatria indica que as crianças até aos 10 anos não devem caminhar sem supervisão.
Pelo contrário, o Japão é visto como um dos países mais seguros do mundo. E basta comparar o número de peões que morrem devido a acidentes rodoviários: no Japão morreram 1.434 pessoas em 2019, o mesmo ano em que, nos EUA, morreram….36 mil peões.
Os pais nos EUA ficaram fascinados com este programa porque mostra “o espectro oposto da paternidade a que estamos habituados”, explicou Devon Kuntzman, especialista em paternidade.
Mas este programa, avisa o artigo, “nunca poderia ser replicado” nos EUA, onde reina a “paternidade de helicóptero” – expressão utilizada par descrever os pais que estão sempre a controlar os filhos.
O “helicóptero” pode criar problemas nas crianças; mas continua a ser o estilo mais popular entre os pais norte-americanos. Há pouca confiança (e percebe-se porquê).
Entretanto, no Reino Unido, já estarão a filmar uma versão própria do Old Enough.
https://zap.aeiou.pt/old-enough-eua-475785
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