Outro tipo de guerra, mas já com 11 mortos em poucos dias. Há militares a patrulhar cidades. E há centenas de civis com armas, nas ruas.
Há mais de um mês que as atenções de quase todo o mundo se centram na Ucrânia, desde que se iniciou a invasão russa no dia 24 de Fevereiro. Talvez por isso o cenário de violência em Israel esteja a preencher menos os noticiários do que aconteceria noutro contexto internacional.
Não há guerra entre países em solo israelita, tal como acontece na Ucrânia. Mas aquele país não atravessava uma série de atentados tão violentos desde 2015. Em menos de duas semanas já morreram pelo menos 11 pessoas.
A violência passou a ser constante, a insegurança aumentou e, pela primeira vez nos últimos anos, há ruas de Jerusalém repletas de militares. O exército local está a patrulhar o centro de Jerusalém nesta semana, com militares espalhados também por outras cidades israelitas.
Mas as armas não estão apenas na posse dos militares. Há centenas de civis que passeiam pelas ruas com armas na mão – recomendação do primeiro-ministro Naftali Bennett.
Seguidores do Estado Islâmico estarão por detrás destes atentados. A autoria estará centrada em árabes nascidos em Israel e em palestinos da Cisjordânia.
Este cenário violento é uma consequência dos meses de desestabilização do Governo local.
No ano passado, num pós-eleições prolongado e complexo, foi formado um Governo de coligação que não inclui o partido mais votado: o Likud, liderado por Benjamin Netanyahu, que só elegeu 30 deputados num total de 120.
As eleições foram em Março e só em Junho – mesmo em cima do fim do prazo para apresentações de soluções governavas – Naftali Bennett passou a liderar um Executivo nunca visto, formado por oito partidos.
Há conversadores, há centristas, há esquerda, há movimento islamita no Governo. Tudo junto nesta coligação inédita.
Com tanta mistura, surgem declarações e orientações muito distantes umas das outras, sublinha o jornal El País. Muitas delas “perigosas”, controversas, que podem incitar à violência, num território que já é palco de conflitos e de tensão há séculos.
É um Governo “traidor” e ligado ao “movimento islamita”, alega a oposição, agora liderada por Benjamin Netanyahu.
Um Governo que terá sido surpreendido por esta sequência de atentados, orientados por árabes israelitas que matam em nome do Estado Islâmico.
Um Governo que, nas palavras, tem tentado mostrar uma postura de moderação mas que, nas ruas, tem permitido uma resposta forte e bem evidente das forças de segurança.
Ainda na sexta-feira passada, os militares invadiram um campo de refugiados para deter suspeitos – o movimento terminou com dois palestinos mortos. Estavam armados. No dia seguinte, três jovens palestinos também foram abatidos – iriam cometer um atentado pouco depois, diz a versão oficial.
E entretanto começou o Ramadão. Cerca de 170 mil trabalhadores palestinos já terão entrado em Israel, pela Cisjordânia e pela faixa de Gaza.
E vem aí a Páscoa dos judeus, que vai decorrer em simultâneo com o Ramadão, na próxima semana.
Há o risco evidente de uma “onda” de violência ainda mais grave, especialmente em Jerusalém.
https://zap.aeiou.pt/guerra-israel-471659
Há mais de um mês que as atenções de quase todo o mundo se centram na Ucrânia, desde que se iniciou a invasão russa no dia 24 de Fevereiro. Talvez por isso o cenário de violência em Israel esteja a preencher menos os noticiários do que aconteceria noutro contexto internacional.
Não há guerra entre países em solo israelita, tal como acontece na Ucrânia. Mas aquele país não atravessava uma série de atentados tão violentos desde 2015. Em menos de duas semanas já morreram pelo menos 11 pessoas.
A violência passou a ser constante, a insegurança aumentou e, pela primeira vez nos últimos anos, há ruas de Jerusalém repletas de militares. O exército local está a patrulhar o centro de Jerusalém nesta semana, com militares espalhados também por outras cidades israelitas.
Mas as armas não estão apenas na posse dos militares. Há centenas de civis que passeiam pelas ruas com armas na mão – recomendação do primeiro-ministro Naftali Bennett.
Seguidores do Estado Islâmico estarão por detrás destes atentados. A autoria estará centrada em árabes nascidos em Israel e em palestinos da Cisjordânia.
Este cenário violento é uma consequência dos meses de desestabilização do Governo local.
No ano passado, num pós-eleições prolongado e complexo, foi formado um Governo de coligação que não inclui o partido mais votado: o Likud, liderado por Benjamin Netanyahu, que só elegeu 30 deputados num total de 120.
As eleições foram em Março e só em Junho – mesmo em cima do fim do prazo para apresentações de soluções governavas – Naftali Bennett passou a liderar um Executivo nunca visto, formado por oito partidos.
Há conversadores, há centristas, há esquerda, há movimento islamita no Governo. Tudo junto nesta coligação inédita.
Com tanta mistura, surgem declarações e orientações muito distantes umas das outras, sublinha o jornal El País. Muitas delas “perigosas”, controversas, que podem incitar à violência, num território que já é palco de conflitos e de tensão há séculos.
É um Governo “traidor” e ligado ao “movimento islamita”, alega a oposição, agora liderada por Benjamin Netanyahu.
Um Governo que terá sido surpreendido por esta sequência de atentados, orientados por árabes israelitas que matam em nome do Estado Islâmico.
Um Governo que, nas palavras, tem tentado mostrar uma postura de moderação mas que, nas ruas, tem permitido uma resposta forte e bem evidente das forças de segurança.
Ainda na sexta-feira passada, os militares invadiram um campo de refugiados para deter suspeitos – o movimento terminou com dois palestinos mortos. Estavam armados. No dia seguinte, três jovens palestinos também foram abatidos – iriam cometer um atentado pouco depois, diz a versão oficial.
E entretanto começou o Ramadão. Cerca de 170 mil trabalhadores palestinos já terão entrado em Israel, pela Cisjordânia e pela faixa de Gaza.
E vem aí a Páscoa dos judeus, que vai decorrer em simultâneo com o Ramadão, na próxima semana.
Há o risco evidente de uma “onda” de violência ainda mais grave, especialmente em Jerusalém.
https://zap.aeiou.pt/guerra-israel-471659
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