A França rejeitou nesta sexta-feira (03) o pedido de asilo feito pelo
fundador do site WikiLeaks, Julian Assange. Ele havia feito um apelo
direto ao presidente François Hollande, dias após o WikiLeaks publicar
documentos que denunciaram a espionagem de líderes franceses por parte
dos Estados Unidos, incluindo o próprio Hollande.
"Minha vida corre perigo", afirmou Assange numa carta ao presidente, publicada pelo jornal Le Monde
"Minha vida corre perigo", afirmou Assange numa carta ao presidente,
publicada pelo jornal Le Monde. "A França é o único país que pode me
oferecer a proteção necessária contra [...] as perseguições políticas
que enfrento", escreveu.
O australiano de 44 anos descreve a si mesmo como um "jornalista
perseguido e ameaçado de morte pelas autoridades dos Estados Unidos em
razão das minhas atividades profissionais". Ele está refugiado há três
anos na embaixada do Equador em Londres, com o objetivo de evitar a
extradição para a Suécia, onde foi acusado de crimes sexuais.
Ele teme que, uma vez sob custódia das autoridades suecas, ele seja
extraditado para os Estados Unidos, onde seria processado judicialmente
pela publicação de diversos documentos confidenciais.
Em sua carta, Assange conta que manteve em segredo a existência do
filho mais novo, assim como da mãe da criança, ambos de nacionalidade
francesa, com o objetivo de protegê-los. "Não os vejo há cinco anos,
desde que a perseguição política contra mim foi iniciada."
Menos de uma hora após a publicação da carta de Assange no site do Le
Monde, o gabinete de Hollande divulgou uma declaração afirmando que o
pedido de asilo havia sido rejeitado.
"A França recebeu a carta de Assange. Uma análise aprofundada revela
que, dados os elementos legais e materiais da situação dele, a França
não pode aceitar o pedido", afirmou o gabinete da presidência. "A
situação de Assange não apresenta perigo imediato. Ele também é alvo de
um mandado de prisão europeu."
A publicação pelo WikiLeaks de documentos militares e diplomáticos
confidenciais há cinco anos enfureceu as autoridades americanas.
Críticos alegam que a segurança dos EUA foi prejudicada e que vidas
foram colocadas em risco. Os defensores do WikiLeaks afirmam que o site
expôs segredos de Estado que o público tinha o direto de saber.
Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/franca-rejeita-pedido-de-asilo-de-assange,f7da997fb0ae591842732dae96d32762vsx1RCRD.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário