O candidato republicano defendeu, esta quinta-feira, no
último dia da Convenção Republicana, que as eleições Presidenciais são
uma escolha entre “o sonho americano”, protagonizado pelo seu Governo, e
um “programa socialista destruidor do precioso destino” dos EUA,
liderado pelo rival democrata.
Donald Trump discursou num púlpito montado nos
jardins da Casa Branca, diante de uma audiência com cerca de 1500
convidados, cenário que gerou críticas, uma vez que os Presidentes não
devem usar a residência oficial ou edifícios públicos para atos de
campanha.
No discurso de aceitação da nomeação na Convenção Nacional
Republicana, que terminou esta quinta-feira, o Presidente dos Estados
Unidos disse que aceita a indicação do seu partido “com o coração cheio
de reconhecimento e otimismo sem limites“.
Num discurso que durou mais de uma hora, o chefe de Estado dirigiu
fortes ataques ao seu rival democrata, Joe Biden, considerando que este
“não é o salvador da alma da América”, mas sim “o destruidor de empregos
da América”.
“Se tiver a oportunidade, será o coveiro da grandeza da América“,
resumiu Trump, retratando o rival democrata como um extremista de
esquerda, quando os analistas políticos o retratam como um moderado.
“Esta eleição vai decidir se protegemos os americanos que cumprem as
leis, ou se damos rédea solta aos agitadores anarquistas violentos e aos
criminosos que ameaçam os nossos cidadãos. Ninguém estará seguro na América de Joe Biden”, afirmou o republicano, citado pelo jornal Público.
“Se o Partido Democrata quer ficar do lado dos anarquistas, agitadores, desordeiros,
saqueadores e queimadores de bandeiras, isso é problema deles, mas eu,
como Presidente, recuso-me”, salientou na Casa Branca, onde no exterior
decorria uma manifestação antirracista e contra a brutalidade policial.
Ainda assim, o candidato à reeleição garantiu que o sistema de
Justiça deve e irá responsabilizar qualquer má conduta policial, mas que
não se pode permitir que o país seja governado a partir das ruas e de
multidões que não respeitam as leis.
O Presidente raramente incluiu apelos à união e acabou por sublinhar o que o seu vice-presidente, Mike Pence, afirmara
no dia anterior: que a violência que eclodiu em várias cidades
norte-americanas devido à tensão racial deve ser atribuída aos políticos
e autarcas democratas.
Trump, que está atrás de Biden nas sondagens, exibiu uma visão otimista do futuro
dos Estados Unidos, prevendo o triunfo sobre a pandemia e prometendo
uma vacina ainda este ano. “Vamos reconstruir a economia mais forte da
história”, prometeu.
Os EUA enfrentam desafios que vão desde as tensões sociais a uma
pandemia que já matou mais de 180 mil e infetou mais de 5,8 milhões de
norte-americanos.
Pelosi propõe que Biden recuse debates com Trump
A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, afirmou que o candidato democrata não deve participar em debates com o rival republicano por serem uma “legitimação” deste.
“Entendo que não deve haver qualquer debate”, disse a democrata,
referindo não acreditar que “o Presidente dos EUA se tenha comportado de
maneira que alguém consiga associar a verdade, provas, estatísticas, factos“.
Durante a sua conferência de imprensa semanal, Pelosi acrescentou:
“Não legitimaria um debate com Trump, nem um debate em termos da
Presidência dos EUA”, prevendo que o candidato republicano
“provavelmente irá agir abaixo da dignidade da Presidência”.
Para corroborar a sua opinião, Pelosi recordou as “ações vergonhosas” de Trump durante os debates de 2016 com a então candidata pelos democratas, Hillary Clinton.
A congressista progressista referia-se às inúmeras interrupções que a
ex-secretária de Estado sofreu durante os debates com Trump. Pelosi
asseverou que o republicano não mudou o seu comportamento e previu que
vá “subverter o que é suposto os debates serem” com Biden.
A presidente da Câmara dos Representantes contrapôs que cada
candidato apareça em cenários diferentes e responda a questões sobre o
seu programa em conversa com cidadãos.
Biden já rejeitou a proposta de Pelosi: “Vou debater com Trump. Vou ser o fact checker
[designação relativa à tarefa de confirmar afirmações] no cenário,
enquanto debato com ele”, afirmou, durante uma entrevista à estação de
televisão MSNBC.
Biden, que aceitou fazer três debates com Trump, explicou que lhe
recomendaram que não debata com o seu adversário, a menos que alguém
esteja a confirmar as palavras deste, dada a sua tendência para dizer
mentiras, mas que recusou a recomendação.
“Penso que todas as pessoas sabem que esse homem tem uma tendência patológica a não dizer a verdade”, considerou.
https://zap.aeiou.pt/trump-aceita-nomeacao-biden-coveiro-343235
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