O candidato republicano defendeu, esta quinta-feira, no
último dia da Convenção Republicana, que as eleições Presidenciais são
uma escolha entre “o sonho americano”, protagonizado pelo seu Governo, e
um “programa socialista destruidor do precioso destino” dos EUA,
liderado pelo rival democrata.

No discurso de aceitação da nomeação na Convenção Nacional
Republicana, que terminou esta quinta-feira, o Presidente dos Estados
Unidos disse que aceita a indicação do seu partido “com o coração cheio
de reconhecimento e otimismo sem limites“.
Num discurso que durou mais de uma hora, o chefe de Estado dirigiu
fortes ataques ao seu rival democrata, Joe Biden, considerando que este
“não é o salvador da alma da América”, mas sim “o destruidor de empregos
da América”.
“Se tiver a oportunidade, será o coveiro da grandeza da América“,
resumiu Trump, retratando o rival democrata como um extremista de
esquerda, quando os analistas políticos o retratam como um moderado.
“Esta eleição vai decidir se protegemos os americanos que cumprem as
leis, ou se damos rédea solta aos agitadores anarquistas violentos e aos
criminosos que ameaçam os nossos cidadãos. Ninguém estará seguro na América de Joe Biden”, afirmou o republicano, citado pelo jornal Público.
“Se o Partido Democrata quer ficar do lado dos anarquistas, agitadores, desordeiros,
saqueadores e queimadores de bandeiras, isso é problema deles, mas eu,
como Presidente, recuso-me”, salientou na Casa Branca, onde no exterior
decorria uma manifestação antirracista e contra a brutalidade policial.
Ainda assim, o candidato à reeleição garantiu que o sistema de
Justiça deve e irá responsabilizar qualquer má conduta policial, mas que
não se pode permitir que o país seja governado a partir das ruas e de
multidões que não respeitam as leis.
O Presidente raramente incluiu apelos à união e acabou por sublinhar o que o seu vice-presidente, Mike Pence, afirmara
no dia anterior: que a violência que eclodiu em várias cidades
norte-americanas devido à tensão racial deve ser atribuída aos políticos
e autarcas democratas.
Trump, que está atrás de Biden nas sondagens, exibiu uma visão otimista do futuro
dos Estados Unidos, prevendo o triunfo sobre a pandemia e prometendo
uma vacina ainda este ano. “Vamos reconstruir a economia mais forte da
história”, prometeu.
Os EUA enfrentam desafios que vão desde as tensões sociais a uma
pandemia que já matou mais de 180 mil e infetou mais de 5,8 milhões de
norte-americanos.
Pelosi propõe que Biden recuse debates com Trump
A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, afirmou que o candidato democrata não deve participar em debates com o rival republicano por serem uma “legitimação” deste.
“Entendo que não deve haver qualquer debate”, disse a democrata,
referindo não acreditar que “o Presidente dos EUA se tenha comportado de
maneira que alguém consiga associar a verdade, provas, estatísticas, factos“.
Durante a sua conferência de imprensa semanal, Pelosi acrescentou:
“Não legitimaria um debate com Trump, nem um debate em termos da
Presidência dos EUA”, prevendo que o candidato republicano
“provavelmente irá agir abaixo da dignidade da Presidência”.
Para corroborar a sua opinião, Pelosi recordou as “ações vergonhosas” de Trump durante os debates de 2016 com a então candidata pelos democratas, Hillary Clinton.
A congressista progressista referia-se às inúmeras interrupções que a
ex-secretária de Estado sofreu durante os debates com Trump. Pelosi
asseverou que o republicano não mudou o seu comportamento e previu que
vá “subverter o que é suposto os debates serem” com Biden.
A presidente da Câmara dos Representantes contrapôs que cada
candidato apareça em cenários diferentes e responda a questões sobre o
seu programa em conversa com cidadãos.
Biden já rejeitou a proposta de Pelosi: “Vou debater com Trump. Vou ser o fact checker
[designação relativa à tarefa de confirmar afirmações] no cenário,
enquanto debato com ele”, afirmou, durante uma entrevista à estação de
televisão MSNBC.
Biden, que aceitou fazer três debates com Trump, explicou que lhe
recomendaram que não debata com o seu adversário, a menos que alguém
esteja a confirmar as palavras deste, dada a sua tendência para dizer
mentiras, mas que recusou a recomendação.
“Penso que todas as pessoas sabem que esse homem tem uma tendência patológica a não dizer a verdade”, considerou.
https://zap.aeiou.pt/trump-aceita-nomeacao-biden-coveiro-343235
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