Os norte-americanos escolhem hoje o próximo Presidente, numa altura em que mais de 90 milhões de eleitores já votaram antecipadamente e sem certezas de quando haverá um resultado final.
Depois de ontem ter sido um dia intenso de comícios por parte dos dois principais candidatos eleitorais, o democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump, espera-se hoje uma das mais baixas taxas de abstenção na história recente das eleições presidenciais dos Estados Unidos.
As sondagens mais recentes dão uma confortável vitória a Joe Biden, com cerca de 10 pontos de vantagem no voto popular nacional, mas na análise aos resultados dos Estados considerados essenciais para determinar uma vitória (como é o caso da Pensilvânia, Florida, Wisconsin, Michigan e Texas) as diferenças de intenção de voto são mais próximas, pelo que o desfecho é ainda imprevisível.
O elevado número de votos antecipados, que ocorreram de forma presencial e por correspondência, pode atrasar a contagem dos votos, especialmente depois de o Supremo Tribunal ter permitido a aceitação de boletins até sexta-feira, fazendo com que o vencedor oficial apenas possa vir a ser conhecido apenas dentro de alguns dias ou semanas.
Neste sentido, Donald Trump insiste em lançar a suspeita de “fraude eleitoral” na contagem de votos antecipados. As autoridades eleitorais antecipam mesmo a possibilidade de litígios legais sobre os resultados que podem atrasar o anúncio do vencedor das eleições.
Em último caso, e depois de eventualmente o Supremo Tribunal se ter pronunciado sobre as possibilidades de voltar a contar os votos em alguns estados, o processo pode transitar para o Congresso, onde o número de Grandes Eleitores (a figura abstrata que representa o peso de cada Estado no resultado final) pode ser disputado pelos membros da câmara de representantes, até haver um resultado final.
Num caso extremo, a líder da câmara de representantes, a democrata Nancy Pelosi, pode ser chamada a assumir o cargo de Presidente, interinamente, no dia 20 de janeiro (data em que um novo líder deve, pela Constituição, tomar posse), até que se processem todas as decisões, onde o Senado terá uma palavra final.
Donald Trump encerrou a campanha no Michigan, no mesmo local em que terminou em 2016, enquanto Joe Biden apelou à participação dos democratas e ao voto do eleitorado afro-americano, na Pensilvânia.
Tratou-se de uma campanha eleitoral fora do normal marcada pela crise sanitária, mas que atingiu uma elevada participação no voto antecipado e por correspondência: mais de 90 milhões de eleitores já votaram prevendo-se também longas filas nas assembleias de voto durante esta terça-feira.
Ainda assim, a noite eleitoral pode ficar marcada por um pesadelo que vai dividir ainda mais o país: como os votos em urna vão ser os primeiros a ser contados, é provável que Trump saia na frente na contagem inicial e que declare vitória.
Dias depois, com a contagem dos votos por correspondência, Biden pode passar para a frente, perante as acusações de fraude do Partido Republicano.
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