O maior partido de oposição da África do Sul, a Aliança Democrática, elegeu um líder branco. Essa ação, alertaram alguns analistas, pode custar o apoio dos eleitores negros.
O partido, que atraiu pouco mais de 20% dos votos e conquistou 89 assentos parlamentares na votação nacional do ano passado, elegeu no domingo John Steenhuisen para liderar o partido, avançou a agência Associated Press.
O primeiro líder negro do partido, Mmusi Maimane, renunciou em 2019, alegando que foi prejudicado por aqueles que queriam marginalizar os líderes negros e preservar o partido para a minoria branca da África do Sul.
As relações raciais continuam a assombrar a Aliança Democrática, fundada em 1994 por partidos políticos liberais predominantemente brancos após a queda do ‘apartheid’.
Nas eleições de 2019, o partido perdeu alguns dos seus eleitores brancos para o partido de direita Freedom Front Plus. Desde então, tem evitado posições fortes em questões como redistribuição de terras e compensação económica para a maioria negra.
A eleição de Steenhuizen como líder da Aliança Democrática foi uma reafirmação de que o partido seguirá a política das minorias, ao invés de desafiar o Congresso Nacional Africano – partido atualmente no Governo – a nível nacional, disse o analista Ralph Mathekga, da Universidade de Western Cape.
“Ao invés de fazer campanha contra o crime e assassinato num âmbito nacional, farão campanha contra as matanças em fazendas, que consideram importantes porque afetam os fazendeiros brancos”, referiu.
Mathekga acredita que o Aliança Democrática perderá muitos eleitores negros, pois parece estar mais interessado em manter o seu tradicional apoio branco em vez de atrair novos eleitores negros. “Essa certamente não é uma estratégia de crescimento, mas uma consolidação da sua posição como partido da minoria branca”, concluiu.
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