sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Nova variante detetada no Japão ! França estabelece regras para festivais de Verão

O Japão confirmou ter detetado uma nova variante de covid-19 na região de Kanto, onde foram já confirmados 91 casos, além de outros dois identificados em aeroportos nipónicos. As autoridades acreditam que tenha chegado do exterior.


“Pode ser mais contagiosa do que as variantes convencionais e, se continuar a propagar-se internamente, pode levar a um rápido aumento de casos”, alerta Katsunobu Kato, porta-voz do governo japonês, à estação australiana ABC News.

A nova variante possui a mutação E484K na proteína spyke do SARS-CoV-2, à semelhança do que acontece com outras variantes.

O Japão já detetou 151 casos das variantes do Reino Unido, África do Sul e Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde daquele país.

O Governo nipónico está a reforçar a vigilância para travar a disseminação de novas variantes que podem ser mais resistentes à vacina contra a covid-19, num momento em que arrancou com o plano de vacinação.

Foi também identificado um novo surto num centro de imigração em Tóquio, onde 44 pessoas testaram positivo.

Ministério da Cultura francês autoriza espetáculos

Este ano, os festivais e concertos de Verão poderão acontecer em França, apesar da persistente crise pandémica que está a impedir a realização de espetáculos.

Ainda assim, as regras ditam que a audiência esteja limitada a cinco mil pessoas com público sentado, anunciou a ministra da Cultura do país, esta quinta-feira.

As vilas e as cidades de toda a França poderão receber todo o tipo de entretenimento, desde festivais de jazz até aos teatros ao ar livre, avança a Reuters.

O anuncio da ministra da Cultura, Roselyne Bachelot, surge depois de várias insistências das empresas e dos profissionais que organizam eventos, que estão dependentes das restrições existentes e da falta de certezas sobre quando a pandemia terminará.

“É essencial darmos visibilidade aos nossos organizadores dos festivais que, no início do ano, devem decidir se prosseguem [os festivais e espetáculos] e em que formato, mesmo que a pandemia continue a criar incertezas”, confirma o Ministério da Cultura. As regras apresentadas aplicam-se a eventos interiores e exteriores de toda a França.

Para já, em todo o território francês mantém-se o recolher noturno obrigatório das 18h às 6h da manhã, e os restaurantes, bares, museus, teatros e salas de concerto continuam todos fechados até que o confinamento termine.

Espanha vai começar a vacinar por faixas etárias

Espanha vai começar a vacinar a população em geral por faixas etárias e não por grupos de risco na próxima fase do plano nacional de vacinação contra o coronavírus, informou o Ministério da Saúde na quarta-feira.

À medida que vão chegando novas remessas de vacinas estão a ser ampliados os grupos prioritários, tendo as autoridades de saúde espanholas já estabelecido os grupos que se seguem nesta nova fase.

Segundo a imprensa espanhola, as pessoas com idades compreendidas entre os 70 e os 79 anos serão as primeiras a receber as vacinas produzidas pela Pfizer/BioNTech e pela Moderna. Seguem-se as pessoas entre os 60 e os 69 anos e, depois, pessoas com menos de 60 anos com alto risco de infeção grave.

Como a vacina produzida pela AstraZeneca não foi aprovada em Espanha para a camada da população com mais de 55 anos, esta deverá destinar-se à população em geral que se enquadre no grupo com idades entre os 45 e os 55 anos, quando os outros grupos etários prioritários estiverem protegidos.

Esta vacina já está a ser administrada entre os profissionais com menos de 55 anos considerados essenciais e que podem estar mais expostos ao vírus, como policias, militares, professores e bombeiros.

“É claro que uma vez vacinados os grupos essenciais e a população vulnerável e de maior risco (seja por idade ou doença associada), as vacinas chegarão por grupos etários”, explicou Amós García Rojas, presidente da Associação Espanhola de Vacinação, citado pelo jornal El Mundo.

Neste momento, a maioria do grupo prioritário inicial de Espanha, que inclui residentes e profissionais dos lares, pessoas com mais de 80 anos de idade e profissionais de saúde, já recebeu as duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech ou da Moderna.

Vaticano pode demitir quem não quiser ser vacinado

O Estado do Vaticano advertiu os seus funcionários que se recusarem ser vacinados contra o coronavírus podem ter consequências como a demissão, por estarem a “colocar em risco a saúde pública”.

O presidente da Comissão Pontifícia do Estado da Cidade do Vaticano, Giuseppe Bertello, assinou um decreto com medidas para enfrentar a emergência de saúde pública, no qual explica que haverá sanções económicas para quem não cumprir essas normas, entre as quais a vacinação.

Se os funcionários persistirem na intenção de não serem vacinados é possível que possam perder o vínculo de emprego se não tiverem “motivos comprovados de saúde”.

O Vaticano lançou uma campanha de vacinação em janeiro entre os seus quase 800 residentes e os mais de 3 mil funcionários e as respetivas famílias.

As sanções previstas no Artigo 6 referem-se a uma lei do Vaticano de 2011, que já previa que os funcionários do Vaticano que não se submetessem a “exames médicos oficiais” teriam consequências que poderiam ir até ao término da relação contratual de trabalho.

Tanto o Papa Francisco, 84 anos, quanto o Pontífice Emérito Bento XVI, 93 anos, receberam a segunda dose da vacina contra o coronavírus e estão imunizados.

A Diretoria de Saúde e Higiene da Cidade do Vaticano reservou cerca de 10 mil vacinas da empresa farmacêutica Pfizer para a campanha de vacinação, que começou a 13 de janeiro.

https://zap.aeiou.pt/nova-variante-japao-franca-festivais-381796

 

Países apelam à sustentabilidade, mas lucram com os responsáveis pelas alterações climáticas !

O Reino Unido, a Noruega e o Canadá são três dos países que mais se congratulam pelo seu contributo na pegada ecológica. Contudo, por trás de todas as iniciativas, ainda existem ações que estão a contribuir de forma negativa para as alterações climáticas.


Em Oslo, na Noruega, os postes de eletricidade e os transportes públicos são alimentados por energias renováveis. Para economizar energia, as luzes inteligentes diminuem quando não há ninguém por perto. Nesta cidade, no que diz respeito à mobilidade, dois terços dos novos carros são elétricos.

A capital norueguesa, tal como o resto do país, orgulha-se das suas credenciais verdes. Só existe um problema: muitas das inovações ambientais de que o estado tanto se orgulha são financiadas pelo dinheiro proveniente da venda do petróleo. O país, além de ter uma ampla visão do futuro sustentável, também é um grande exportador de combustíveis fósseis – e pretende manter o negócio.

No entanto, há outros exemplos de países que apregoam a sustentabilidade e, ao mesmo tempo, lucram com o que está a causar as mudanças climáticas.

No caso do Reino Unido, o país irá receber uma conferência do clima ainda este ano, mas ainda assim está a pensar em abrir uma nova mina de carvão. Também no Canadá, o Governo está a injetar dinheiro num projeto de um oleoduto.

Estes são apenas três exemplos de muitos países que produzem combustíveis fósseis, apesar de se comprometerem a combater as mudanças climáticas. Contudo o Canadá, a Noruega e o Reino Unido destacam-se pelo seu posicionamento como “campeões do clima”.

O objetivo do Acordo de Paris é limitar o aumento da temperatura média global a níveis bem abaixo dos 2ºC. Para isso, o mundo precisa de cortar a produção de combustíveis fósseis em cerca de 6% por ano entre 2020 e 2030. Ainda assim, as projeções atuais mostram um aumento anual de 2%.

Tanto o Reino Unido, como a Noruega ou o Canadá estabeleceram metas ambiciosas neste sentido. Londres e Toronto prometeram reduzir as suas emissões para zero carbono líquido até 2050. Já Oslo comprometeu-se a tornar o país neutro em carbono até 2030.

Andrew Grant, diretor de pesquisa do clima, energia e indústria do Carbon Tracker, aponta que muitos produtores dependem economicamente das receitas de combustíveis fósseis e, apesar de saberem que o mundo irá precisar de se livrar deles em breve, ninguém quer ser o primeiro a sair.

“No Oriente Médio é porque o custo é muito baixo, no Canadá falam sobre o histórico de direitos humanos, na Noruega destacam a baixa intensidade de carbono da sua produção, no Reino Unido é porque têm campos maduros de infraestrutura, nos EUA estavam até a dizer que iam exportar moléculas”, revelou à CNN, enumerando algumas das justificações de vários países para continuarem com este tipo de ações.

A produção de combustíveis fósseis é cara, mas muitos governos argumentam que parar agora seria um desperdício de dinheiro, geralmente público, já gasto em projetos e explorações existentes.

Talvez por essa razão o Reino Unido, a Noruega e o Canadá estejam a planear continuar a produzir combustíveis fósseis, investindo em novos projetos e explorações.

De acordo com o Regulador de Energia do Canadá, a produção de petróleo bruto do país deve continuar a aumentar até 2039. As reservas de petróleo do Canadá são de aproximadamente 168 bilhões de barris, segundo dados do governo.

Por seu lado, a Autoridade de Petróleo e Gás do Reino Unido estima que, no final de 2019, as reservas de petróleo do Reino Unido estavam em 5,2 bilhões de barris, o suficiente para continuar a produção durante mais duas décadas.

O Reino Unido como um todo produziu o equivalente a 454 milhões de toneladas de CO2 em 2019, os últimos números disponíveis. O seu plano é reduzir esse volume para 193 milhões de toneladas de CO2, anualmente, até 2033.

Os números são apenas estimativas, mas ilustram um grande problema: os planos nacionais para reduzir as emissões não somam o total global necessário. O mesmo acontece noutros países.

https://zap.aeiou.pt/paises-lucram-alteracoes-climaticas-381394

 

Na Rússia, vários cães vadios foram vistos com o pelo manchado de azul !

Nos últimos dias, vários cães com pelo azul foram fotografados a andar pelas ruas da Rússia. De acordo com uma agência de proteção animal, estes podem estar a sofrer de uma irritação na pele e sangramento interno que resulta da exposição a produtos químicos tóxicos.

Os animais foram vistos perto de uma fábrica de produtos químicos abandonada na cidade russa de Dzerzhinsk, a cerca de 370 km de Moscovo, revela um relatório da Newsweek.

Acredita-se que a coloração azul possa ser resultado da exposição ao sulfato de cobre proveniente da fábrica. As fotos dos animais têm agora sido divulgadas nas redes sociais como forma de alerta.

Kelly O’Meara, vice-presidente da Humane Society International, alertou que a coloração incomum pode apontar para uma “miríade de preocupações com o bem-estar animal”, acrescentando que “esta situação com cães vadios que vivem perto de uma fábrica de produtos químicos abandonada em Dzerzhinsk mostrou um problema muito óbvio”.

A especialista realça que “a cor no pelo indica que os animais tiveram contacto direto ou mesmo ingestão de substâncias potencialmente tóxicas ou prejudiciais. Isso pode resultar num ardor doloroso na pele, coceira ou hemorragias internas, levando mesmo a doenças mortais, caso não haja uma rápida intervenção veterinária”.

A organização não tem escritório na Rússia, por isso realça que se torna difícil tomar uma posição mais forte em relação ao assunto.

A Humane Society International, que conta com 12 milhões de membros em todo o mundo, apelou às autoridades russas para implementar programas de esterilização e vacinação para proteger o bem-estar dos cães vadios no futuro.

Segundo a Reuters, alguns cães já estão a ser tratados num veterinário local e num abrigo em Nizhny Novogrod, uma cidade a cerca de uma hora de Dzerzhinsk. De acordo com o Futurism, o abrigo também já encontrou donos para dois dos cães.

Esta não é a primeira vez que cães vadios com pelo azul são vistos nas ruas. Em 2017, o mesmo aconteceu em Mumbai. Na época, uma investigação descobriu que a alta poluição das fábricas do rio Kasadi, no distrito de Navi, estavam a fazer com que os cães assumissem uma tonalidade azulada.

https://zap.aeiou.pt/russia-caes-vadios-azul-381450

 

Human Rights Watch acusa China de ter ocultado informação à OMS em Wuhan !

A China ocultou informação sobre os primeiros casos de covid-19 há um ano, o que favoreceu os contágios, e fê-lo novamente na recente missão da Organização Mundial de Saúde (OMS) a Wuhan, denunciou a Human Rights Watch (HRW).


“A China claramente quer evitar ser acusada de ser o lugar onde começou a pandemia”, disse o diretor executivo da organização de defesa dos direitos humanos, Kenneth Roth, numa conferência de imprensa organizada pela Associação de Correspondentes das Nações Unidas (ACANU).

Segundo Roth, durante a missão dos especialistas da OMS a Wuhan, que terminou na semana passada, Pequim “recusou partilhar informação anónima sobre os primeiros casos”, quando apenas metade dos 174 identificados inicialmente estavam relacionados com o famoso mercado Huanan, em Wuhan, o que indicia encobrimento.

Do mesmo modo, “houve em Wuhan 92 doentes hospitalizados com sintomas semelhantes aos da covid-19 em outubro e novembro de 2019, mas a China só deu à OMS testes de anticorpos muito posteriores, sem radiografias ou análises de sangue, exames que teriam mostrado que o surto estava presente um ou dois meses antes do admitido“, disse, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.

Além disso, “Pequim continua a promover a teoria maluca de que a covid-19 pode ter sido causada pelo contacto com alimentos congelados, apesar de não haver provas de alguém em qualquer parte do mundo ter sido infetado desse modo”, sublinhou o responsável máximo da HRW.

Roth também criticou a missão de especialistas da OMS e outras organizações associadas por “darem crédito àquela teoria dizendo que a estão a investigar”, adiantando que significa “dar uma injeção de propaganda a Pequim”, numa altura em que o foco deveria ser “o que está a esconder”.

O ativista disse ainda que a missão não integrava “elementos de destaque da OMS”, salientando que a “supressão de informação é má para a saúde pública” porque “saber o que aconteceu é fundamental para evitar uma próxima pandemia covid-22 ou covid-23”.

O responsável da HRW admitiu não haver provas de que o SARS-CoV-2 tenha sido criado em laboratório, mas sublinhou que a opacidade chinesa ajuda a alimentar este tipo de suspeitas.

“Quanto mais a China esconde, mais credibilidade dá a essas teorias, porque as pessoas questionam-se sobre o que esconde… embora possa significar apenas que quer evitar ser apontada como o lugar onde começou outra doença infecciona, como aconteceu há quase 20 anos com o SARS”, frisou Roth.

A pandemia de covid-19 já provocou, pelo menos, 2.430.693 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 109,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

https://zap.aeiou.pt/hrw-acusa-china-ocultar-informacao-oms-381754

Entrevista de Harry e Meghan a Oprah Winfrey pode ser a “gota de água” para a Família Real !

A notícia surgiu na passada segunda-feira: Harry e Meghan têm uma entrevista agendada com Oprah Winfrey. Será a primeira desde que se mudaram para os Estados Unidos. O programa, com uma duração de 90 minutos, irá ser exibido pela CBS no dia 7 de março.

Depois da notícia ser divulgada, o Palácio de Buckingham distanciou-se da decisão e fez questão de frisar que “o Duque e a Duquesa já não são membros ativos da Família Real e, por isso, qualquer decisão que tomem relativamente a compromissos com a imprensa é apenas da sua responsabilidade. […] eles não têm qualquer obrigação de informar a Casa Real deste tipo de planos”, informou em comunicado.

Embora a Casa Real se demonstre indiferente, o anúncio da entrevista concedida a Winfrey terá vindo precipitar a consolidação do Megxit processo desencadeado pelo casal em janeiro do ano passado, no momento em que revelaram publicamente o desejo de recuar no estatuto de membros sénior da família real britânica.

Ao longo do último ano de afastamento dos deveres reais, os termos nunca ficaram totalmente claros. Os Duques de Sussex abdicaram de títulos, deixaram de ser financiados por fundos públicos e, no caso do príncipe, abriram mão do estatuto militar, tudo para poderem construir uma vida longe do escrutínio público.

Contudo, segundo o Daily Mail, a entrevista anunciada na segunda-feira terá precipitado um corte ainda mais radical dos laços que uniam o casal ao clã Windsor.

O jornal britânico frisa que a Rainha Isabel II pretende pedir aos Sussex que abdiquem de todas as ligações que mantêm enquanto membros da realeza, sobretudo no que diz respeito a apoios e patrocínios a entidades e organizações.

Para o filho de Diana, o pedido poderá traduzir-se na perda dos seus três títulos militares, na marinha, na força aérea e nos fuzileiros britânicos. Poderá ainda ter de abandonar a posição de patrono de três instituições.

Já a ex-atriz, poderá ter de abrir mão do papel idêntico que mantém no National Theatre. A mesma especialista aponta as ligações do casal à Commonwealth como possíveis de serem igualmente postas em causa.

“Oprah With Meghan And Harry: A CBS Primetime Special” já tem data marcada e pode ser o ponto que faltava para um afastamento total do casal da representação real. A conversa vai centrar-se sobre a vida e a trajetória dos Sussex, da chegada de Meghan à família real e na nova vida na Califórnia, avança o tabloide.

Recorde-se que no passado dia 14 de fevereiro, o Príncipe Harry e Meghan Markle anunciaram que estão à espera do seu segundo filho.

https://zap.aeiou.pt/entrevista-harry-meghan-gota-agua-381606

 

Reino Unido vai iniciar testes com “jovens saudáveis” que aceitem ser infetados - Oferece 5000 euros !

O objetivo da investigação no Reino Unido é saber mais sobre o novo coronavírus com vista ao desenvolvimento de tratamentos e novas vacinas.


Um total de 90 voluntários, jovens e saudáveis, vão ser infetados com o novo coronavírus no âmbito de um estudo a realizar no Reino Unido. A ideia é testar vacinas e tratamentos.

A investigação vai começar nas próximas semanas e, apesar de causar alguma controvérsia, teve aprovação ética. Estima-se que os voluntários vão receber uma compensação de 4.500 libras (pouco mais de 5000 euros) pela sua participação na pesquisa.

Os jovens, que deverão ter idades entre os 18 e os 30 anos, vão ser expostos ao vírus num ambiente seguro e controlado para que os médicos acompanhem a evolução do seu estado clínico.

Importa descobrir a menor quantidade de coronavírus necessária para provocar a infeção, assim como perceber como o sistema imunológico reage a ela, explica um artigo da BBC. São dados essenciais para melhorar o conhecimento da doença, para que novas vacinas e tratamentos eficazes possam vir a ser desenvolvidos.

O perfil dos participantes resulta da intenção de minimizar os riscos pois os jovens saudáveis têm poucas probabilidades de sofrerem as formas mais graves e complicadas da doença, adiantou Peter Openshaw, professor de medicina experimental do Imperial College London:

“Esperamos que o estudo ofereça uma visão única sobre como o vírus funciona e nos ajude a entender quais as vacinas com maior capacidade para prevenir a infeção”, disse à BBC um responsável da equipa pelo plano de vacinação britânico.

Segundo o que foi explicado, os selecionados para o teste têm de passar por vários exames médicos. Posteriormente vão ser internados no hospital Royal Free, em Londres, para cumprir um período de quarentena de dois dias. Serão depois infetados, através do nariz, e manter-se-ão sob vigilância permanente durante pelo menos duas semanas.

Durante a pesquisa vai ser utilizada a variante do vírus que circulou no Reino Unido mais ou menos a meio do ano de 2020 que será produzida em laboratório.

Após os voluntários terem alta, todos serão acompanhados durante um ano, de forma a serem avaliados também os sintomas de longa duração.

https://zap.aeiou.pt/reino-unido-jovens-aceitem-infetados-381576

 

“Limpem os canos dos fuzis” - Maduro alerta militares para ameaça da Colômbia !

O Presidente venezuelano negou quarta-feira as denúncias das autoridades da Colômbia sobre a presença de guerrilheiros na Venezuela e ordenou aos militares venezuelanos que “limpem os canos dos fuzis” para responder a possíveis ameaças à soberania nacional.


“O nosso país é um país de paz, mas também é um povo de guerreiros. Duque (Iván, Presidente da Colômbia) não te enganes com a Venezuela”, disse Nicolás Maduro.

Nicolás Maduro falava no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, durante uma conferência de imprensa em que alertou que qualquer ameaça contra a soberania da Venezuela será respondia com contundência.

“Dou ordem às Forças Armadas Bolivarianas para responder com contundência às declarações temerárias de Iván Duque sobre a Venezuela e para limpar os canos dos nossos fuzis (…) se Duque se atreve a violar a soberania da Venezuela”, disse.

A 8 de fevereiro, o Presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou a criação de um comando elite para combater guerrilheiros dissidentes das subversivas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), do Exército Nacional de Libertação (da Colômbia) e o Clan do Golfo (grupo de narcotraficantes) que estariam, segundo as autoridades colombianas, refugiados em território venezuelano.

O Comando Especializado contra o Narcotráfico e Ameaças Transnacionais entrará em funcionamento em 26 de fevereiro, e, terá como objetivo “golpear os cabecilhas do narcotráfico” para que “sejam capturados ou dados de baixa (eliminados)”.

Em declarações à Rádio Nacional da Colômbia, Iván Duque explicou que vai ser ativado um sistema de colaboração e recompensas para os cidadãos que, estando na Venezuela, ofereçam informação que leve à detenção dos criminosos.

Segundo Nicolás Maduro, as acusações não são credíveis e a vizinha Colômbia tem uma guerra interna desde há 70 anos e fronteiras sem presenças das autoridades.

“Foram eles (na Colômbia) que entregaram o controlo da fronteira do seu país, às máfias paramilitares e aos narcotraficantes”, disse Maduro.

Citando fontes dos serviços de informação da Colômbia, a imprensa colombiana, diz que existe quase 1.400 membros de grupos armados colombianos, que se mobilizam por ambos lados dos mais 2.200 quilómetros da fronteira colombo-venezuelano.

https://zap.aeiou.pt/limpem-os-canos-dos-fuzis-maduro-alerta-militares-ameaca-da-colombia-381595

 

Há 1.500 anos uma epidemia pode ter dizimado a população da África Central !

As comunidades na selva do Congo podem ter sofrido um grande colapso populacional há cerca de 1500 anos. Os especialistas acreditam que isso se deveu a uma epidemia prolongada.


Estas descobertas analisam a história populacional de sete países africanos (Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, República do Congo, Gabão, Guiné Equatorial e Angola) e desafiam a crença de que a colonização da África Central para as comunidades de línguas bantas foi um processo contínuo de cerca de 4.000 anos.

Os humanos modernos viveram nas savanas da África Central durante várias dezenas de milhares de anos antes do seu aparecimento na Europa. Além disso, na selva do Congo, os nossos ancestrais superaram muitos desafios muito antes da primeira expedição europeia passar por ela, conforme é demonstrado neste estudo publicado recentemente.

No âmbito de um projeto de pesquisa interdisciplinar que examina as interconexões entre as migrações humanas, a difusão da linguagem, as mudanças climáticas e a agricultura inicial na África Central pré-colonial, o estudo combina uma análise abrangente de todas as datas arqueológicas de radiocarbono disponíveis como um indicador da atividade humana e a flutuação demográfica com uma análise abrangente da diversidade.

Esses registos arqueológicos datados foram posteriormente comparados neste estudo com testes genéticos e linguísticos para obter novos insights sobre a história das populações de línguas bantas na selva do Congo, diz o Cienciaplus.

De acordo com o arqueólogo Dirk Seidensticker, da Universidade de Ghent, na Bélgica, a abordagem desenvolvida neste estudo é única em termos de evidências empíricas e método científico, pois usa 1.149 datas de radiocarbono vinculadas.

“Somos os primeiros a integrar estes três tipos de conjuntos de dados arqueológicos numa escala tão grande e por um período de tempo tão longo e a mostrar que em toda a África Central existem dois períodos de atividade humana mais intensa (cerca de 800 aC a 400 a.C e 1000 a 1900 a.C) separados por um colapso populacional generalizado entre 400 e 600 a.C “, explica Seidensticker.

No entanto, o especialista observa que os resultados mostram que essa onda inicial de comunidades de línguas bantas da Primeira Idade do Ferro havia desaparecido em grande parte de toda a região da floresta tropical do Congo em 600 d.C. “Portanto, as línguas bantas nesta região podem ser quase 1.000 anos mais novas do que se pensava”, refere.

Do ponto de vista científico, o arqueólogo belga destaca que esta conclusão introduz novos desafios no uso de dados linguísticos para reconstruir a história da África.

“De forma mais geral, o nosso estudo mostra que as sociedades africanas enfrentaram uma série de catástrofes muito antes do tráfico transatlântico de escravos e da colonização europeia e tinham capacidade de resistir a elas. Isto é encorajador”, afirma o investigador.

O ecologista de florestas tropicais Wannes Hubau realça por seu turno que o colapso drástico da população coincidiu com condições climáticas mais húmidas em toda a região e pode ter sido causado por uma epidemia de doença prolongada.

Esta epidemia pode ter “matado até 100 milhões de pessoas na Ásia, Europa e África. Não temos evidências firmes de que o colapso populacional observado nos nossos dados arqueológicos seja realmente devido a uma doença transmitida por vetores persistentes, no entanto, a bactéria Yersinia pestis, que causou a Peste de Justiniano, tem uma presença de longa data na África Central”, disse Hubau.

https://zap.aeiou.pt/ha-1500-anos-epidemia-populacao-381162

 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Cientistas afirmam que não é possível localizar a origem da humanidade !

Apesar do número de evidências fósseis já encontradas, não é possível localizar com precisão a área onde os humanos modernos surgiram, concluiu uma nova investigação conduzida por antropólogos da Alemanha e do Reino Unido.

No novo estudo, cujos resultados foram esta semana publicados na revista científica Nature, a equipa sustenta não só que os dados disponíveis são insuficientes para determinar com precisão no espaço e no tempo a génese da humanidade, como também sugere que o evento não pode ser determinado, nem do ponto de vista teórico.

“Ao contrário do que muitos acreditam, nem o registo genético nem o registo fóssil até agora encontrado revelam um lugar ou um período de tempo definido para a origem da nossa espécie”, começa por explicar Pontus Skoglund, especialista do Instituto Max Planck e coautor do estudo, citado em comunicado.

E acrescenta: “Um momento como este, em que a maior parte da nossa ancestralidade foi encontrada numa pequena região geográfica e as características que associamos à nossa espécie apareceram, pode não ter existido. Para já, seria útil que nos afastássemos da ideia de uma única época e local de origem”.

Para chegar a esta conclusão, a equipa realizou uma revisão completa sobre o conhecimento já existente sobre a ancestralidade humana, frisa o portal Science Alert.

Na mesma nota, Chris Stringer, outro dos especialistas envolvidos na investigação, observa que a origem complexa do Homo sapiens está a tornar-se cada vez mais evidente.

“Alguns dos nossos antepassados terão vivido em grupos ou populações que podem ser identificadas no registo fóssil, enquanto muito pouco se sabe sobre os outros [antepassados]. Na próxima década, o crescente reconhecimento das nossas complexas origens deve expandir o foco geográfico de trabalho de campo paleoantropológico a regiões que antes se consideravam periféricas na nossa evolução, como África central e ocidental e o subcontinente indiano e o sudeste asiático“.

Face à existência de várias espécies e populações que deixaram a sua marca na nossa genética, o grupo de antropólogos sugere que se pergunte, em primeiro lugar, como é que a humanidade se originou – só depois, sustentam, é que se deve explorar o “onde”.

“As principais questões emergentes referem-se aos mecanismos que impulsionaram e sustentaram este mosaico humano, com todos os seus vários fios ancestrais, ao longo do tempo e do espaço”, observa a antropóloga Eleanor Scerri.

“Compreender a relação entre habitats fraturados e a mudança de nichos humanos desempenhará, sem dúvida, um papel fundamental no esclarecimento destas questões, deixando mais claro que padrões demográficos melhor se adaptam ao registo genético e paleoantropológico”, remata a especialista.

https://zap.aeiou.pt/nao-possivel-localizar-origem-humanidade-380564

A um passo da nova era da computação - Cientistas estão a desenhar um “cérebro quântico” !

Os cientistas estão cada vez mais empenhados na criação de novas estratégias de armazenamento e processamento de informação com eficiência energética. Os planos passam por melhorar a tecnologia atual, mas também por abordagens capazes de mudar o jogo.


Uma equipa de cientistas da Universidade Radboud, nos Países Baixos, está empenhada em trabalhar no chamado “cérebro quântico“, que pode imitar o comportamento autónomo de neurónios e sinapses. Recentemente, os investigadores demonstraram que podem padronizar e interconectar uma rede de átomos individuais.

Segundo o Tech Explorist, a equipa descobriu que, ao construir uma rede de átomos de cobalto com fósforo preto, era capaz de desenvolver um material que armazena e processa informações de forma semelhante à do cérebro. Aliás, mais do que isso: o material adapta-se.

Ao criar conjuntos personalizados desses átomos, os cientistas descobriram que o comportamento de disparo desses conjuntos imita o comportamento de um modelo semelhante ao cérebro humano usado na Inteligência Artificial. Ao notar o comportamento dos neurónios, também criaram a mais pequena sinapse conhecida até hoje.

De acordo com a equipa, os conjuntos apresentavam uma propriedade adaptativa intrínseca: as suas sinapses mudavam o comportamento dependendo do input que “viam”.

“Ao estimular o material durante um longo período de tempo com uma certa voltagem, ficamos muito surpresos ao ver que as sinapses realmente mudaram. O material adaptou a sua reação com base nos estímulos externos que recebeu. Aprendeu sozinho“, explicou o líder da equipa, Alexander Khajetoorians.

O resultado é uma forma de computação adaptada para a Inteligência Artificial. A única diferença é que tudo funciona no hardware, sem precisar de software.

O objetivo agora é construir uma rede maior de átomos e descobrir novos materiais “quânticos” que podem ser usados. Além disso, e não menos importante, a equipa quer entender por que motivo a rede atómica se comporta desta maneira.

“Estamos num estado em que podemos começar a relacionar a física fundamental com os conceitos da biologia, como memória e aprendizagem”, disse Khajetoorians.

“Se pudéssemos construir uma máquina real a partir deste material, seríamos capazes de construir dispositivos de computação de autoaprendizagem mais eficientes e mais pequenos do que os computadores atuais. No entanto, só quando entendermos como funciona – e isso ainda é um mistério -, é que seremos capazes de ajustar o comportamento e começar a desenvolver uma tecnologia”, acrescentou o cientista.

https://zap.aeiou.pt/cerebro-quantico-380863

 

“Máquina Ramanujan” - Inteligência Artificial revela padrões ocultos em números !

Um novo software “matemático” com inteligência artificial (IA), conhecido como Máquina Ramanujan, consegue revelar relações ocultas entre números.

De acordo com o LiveScience, a “máquina” consiste em algoritmos que procuram conjeturas ou conclusões matemáticas que são provavelmente verdadeiras, mas que nunca foram provadas. As conjeturas são os pontos de partida dos teoremas matemáticos, conclusões que foram provadas por uma série de equações.

Este conjunto de algoritmos recebeu o nome do matemático indiano Srinivasa Ramanujan. Nascido em 1887, filho de uma escriturário e de uma dona de casa, Ramanujan foi uma criança prodígio que fez surgir muitas conjeturas matemáticas, provas e soluções para equações nunca antes resolvidas. Em 1918, dois anos antes da sua morte precoce por doença, foi eleito Fellow da The Royal Society London, tornando-se o segundo homem indiano a ser empossado depois do engenheiro naval Ardaseer Cursetjee em 1841.

Ramanujan tinha uma sensibilidade inata para números e um olho para padrões que iludiam outras pessoas, segundo o físico Yaron Hadad, vice-presidente de inteligência artificial (IA) e ciência de dados da empresa de dispositivos médicos Medtronic e um dos criadores da nova máquina Ramanujan.

O novo software foi projetado para extrair padrões matemáticos promissores de grandes conjuntos de equações potenciais.

A máquina, na qual um algoritmo deteta padrões em grandes quantidades de dados com orientação mínima dos programadores, foi usada numa variedade de localização de padrões, desde o reconhecimento de imagens até à descoberta de medicamentos.

Hadad e os seus colegas do Instituto de Tecnologia Technion-Israel queriam ver se poderiam usar a aprendizagem de máquina para algo mais fundamental. “Queríamos ver se poderíamos aplicar a aprendizagem da máquina a algo muito, muito básico, por isso pensámos que os números e a teoria dos números são muito, muito básicos“, disse.

Alguns investigadores já usaram a aprendizagem da máquina para transformar conjeturas em teoremas – um processo chamado de prova automatizada de teoremas. Em vez disso, o objetivo da Máquina Ramanujan é, primeiro, identificar conjeturas promissoras.

Este tem sido o domínio de matemáticos humanos, que surgiram com propostas famosas como o Último Teorema de Fermat, que afirma que não há três inteiros positivos que possam resolver a equação an + bn = cn quando n é maior que 2.

Para fazer a máquina Ramanujan, os investigadores concentraram-se nas constantes fundamentais, que são números fixos e fundamentalmente verdadeiros nas equações.

A constante mais famosa pode ser a razão entre a circunferência de um círculo e o seu diâmetro, mais conhecida como pi. Independentemente do tamanho do círculo, a proporção é sempre 3,14159265(…).

Os algoritmos examinam um grande número de equações potenciais em busca de padrões que possam indicar a existência de fórmulas para expressar tal constante.

Primeiro, os programas examinam um número limitado de dígitos, talvez cinco ou dez, e depois registam as correspondências e expandem-nas para ver se os padrões se repetem ainda mais. Quando aparece um padrão promissor, a conjetura está disponível para uma tentativa de prova.

A equipa criou um um site, RamanujanMachine.com, para partilhar as conjeturas que os algoritmos geram e para colher as tentativas de prova de qualquer pessoa que queira tentar descobrir um novo teorema.

Os utilizadores também podem fazer download do código para executar as suas próprias investigações de conjeturas ou permitir que a máquina use o espaço de processamento sobressalente nos seus próprios computadores para pesquisar por conta própria.

Segundo Hadad, parte do objetivo é envolver mais os leigos no mundo da matemática.

Até agora, foram geradas mais de 100 conjeturas intrigantes e várias dezenas foram provadas. O algoritmo ajudou a descobrir uma medida melhor de irracionalidade para a constante de Catalan, um número denotado por G que tem pelo menos 600 mil dígitos, mas pode ou não ser um número irracional.

O algoritmo ainda não respondeu à pergunta se a constante do catalão é, ou não, racional, mas deu um passo em direção a esse objetivo.

Os investigadores esperam que a Máquina Ramanujan ajude a mudar a forma como a matemática é feita. É difícil dizer como os avanços na teoria dos números se traduzirão em aplicações do mundo real.

https://zap.aeiou.pt/maquina-ramanujan-padroes-ocultos-380851

 

Pandemia e a retirada dos direitos laborais - Trabalho «escravo» na Hungria !

Trabalhadores contra a «lei da escravidão» promovida pelo governo de direita de Viktor Órban, na HungriaCréditosEPA/Boglarka Bodnar HUNGARY OUT
Os direitos dos trabalhadores húngaros estão a ser alvo de um grave ataque, com a proibição do direito à greve, a suspensão de legislação laboral e o cancelamento das convenções coletivas.

A pandemia tem sido usada na Hungria como pretexto para atacar os direitos dos trabalhadores, a um nível que alguns descrevem como uma nova forma de escravatura.

Uma situação que levou a eurodeputada Sandra Pereira a questionar a Comissão Europeia (CE), com pedido de resposta escrita, fazendo eco de denúncias como o de as empresas poderem definir «um plano temporal de 24 meses, estipulando o número de horas que cada trabalhador tem de trabalhar durante esse período». Além disso, o trabalhador, se por qualquer motivo a produção abrandar, «fica obrigado a compensar mais tarde» e, no caso de se despedir, «terá de indemnizar a empresa no valor de um salário por cada mês em falta para o cumprimento do plano temporal».

Na pergunta enviada a Ursula Von der Leyen tem ainda denunciado o fato de os trabalhadores húngaros estarem também «obrigados a horas extraordinárias, que podem ficar por pagar», com várias multinacionais, incluindo a indústria automóvel alemã, a aproveitarem «a mão-de-obra barata e sem direitos para se instalarem e operarem no país», nomeadamente a Volkswagen, Daimler, Bosch e Opel-General Motors.

Nesse sentido, a eurodeputada comunista questiona a CE sobre a «avaliação que faz desta situação» e se «alguma das empresas referidas recebe ou recebeu financiamento de fundos europeus para se instalar» na Hungria.

Recorde-se, a propósito, o artigo de Federico Fubini publicado no Público sobre a situação neste país, com críticas à CE por não ter aberto «um processo de infracção sobre alguns dos regulamentos laborais de Orbán», dando como exemplo, a «"lei de escravidão número um", que estabelece dez horas extraordinárias obrigatórias por semana, claramente uma violação da Diretiva 2003/88/CE sobre o tempo de trabalho».

Mas também, o facto de a Hungria ser «o principal cliente da indústria de armamento alemã», sublinhando que os contratos «datam da época em que a atual presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, era ministra da Defesa da Alemanha».

Federico Fubini denuncia ainda «a lei que privatiza os contratos de trabalho de 20 mil funcionários públicos do setor cultural (funcionários de museus, bibliotecas, arquivos e outras instituições) e cancela qualquer tipo de acordo coletivo», ficando cada um deles «vinculado ao governo através de um contrato individual».

https://www.abrilabril.pt/internacional/trabalho-escravo-na-hungri




 


Rússia enlouquece o Ocidente !

Historiadores do futuro poderão registrá-lo como o dia em que o usualmente imperturbável Ministro de Relações Exteriores da Rússia Sergey Lavrov decidiu que para ele basta, essa conversa acabou:

Estamos já nos habituando ao fato de que a União Europeia tenta impor restrições unilaterais, restrições ilegítimas, e temos de assumir, a essa altura, que a União Europeia é parceira não confiável.

Josep Borrell, chefe da política exterior da União Europeia (UE), em visita oficial a Moscou, recebeu esse soco bem no queixo.

Lavrov, sempre o perfeito gentleman, acrescentou, "Espero que a revisão estratégica que acontecerá em breve firme seu foco nos interesses chaves da União Europeia e que aquelas conversações ajudem a tornar mais construtivos os nossos contatos."

O ministro russo referia-se à reunião dos chefes de Estado e de governo da EU, no próximo mês, na qual discutirão Rússia. Lavrov não alimenta qualquer ilusão de que os "parceiros não confiáveis" agirão como adultos.

Mas há algo imensamente intrigante na fala de abertura de Lavrov, no encontro com Borrell: "O principal problema que todos enfrentamos é a falta de normalidade nas relações entre Rússia e União Europeia - os dois maiores players no espaço eurasiano. É situação insalubre, que em nada beneficia qualquer dos envolvidos."

Os dois maiores players no espaço eurasiano (itálicos meus). Guardem bem em mente. Voltaremos à essa questão.

Como estão as coisas, a União Europeia parece irrecuperavelmente viciada em só piorar a "situação insalubre". A presidenta da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, em evento inesquecível, estragou a jogada de Bruxelas para as vacinas. Essencialmente, mandou Borrell a Moscou para requerer para empresas europeias, direitos de licenciamento para produzir a vacina Sputnik V - cujo uso está para ser aprovado pela UE.

E os eurocratas preferem cenas de histeria para promover Navalny, funcionário da OTAN já condenado por fraude e seus bufões cúmplices - o Guaidó russo.

Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, sob a cobertura da "contenção estratégica", o comandante do Comando Estratégico dos EUA (ing. US STRATCOM), Almirante Charles Richard, deixou escapar que "há real possibilidade de que uma crise regional com Rússia ou China possa escalar rapidamente para conflito que envolva armas nucleares, se se perceber que perda convencional ameace o regime ou o estado".[1]

Assim, já se pode distribuir a culpa pela próxima - e derradeira - guerra, conforme o comportamento "de desestabilização" de Rússia e China. Assumem que serão "derrotados" - e, pronto, num surto de fúria, detonam a bomba atômica. O Pentágono será mais que só vítima; afinal, diz Mr. STRATCOM, não estamos "paralisados na Guerra Fria".

Planejadores do STRATCOM bem que poderiam ler Andrei Martyanov, analista militar craque, que há anos batalha na linha de frente detalhando o modo como o novo paradigma hipersônico - e não os arsenais nucleares - mudaram a natureza da guerra.

Depois de detalhada discussão técnica, Martyanov mostra como "os EUA hoje simplesmente não têm boas opções." Nenhuma. A opção menos ruim contudo é conversar com os russos, e não em termos dobobajol geopolítico e sonhos molhados de que os EUA, ninguém sabe como, conseguiriam convencer a Rússia a "abandonar" a China -, porque os EUA têm absolutamente nada, zero, a oferecer a Rússia 'em troca' da China. Mas pelo menos russos e norte-americanos podem finalmente acertar entre eles as respectivas tolices de "hegemonia" e convencer a China a finalmente sentar com eles, como uma Terceira Grande, para finalmente decidirem como governarão o mundo. Essa é a única chance de os EUA continuarem relevantes no novo mundo."

A marca da Horda Dourada

Assim como são praticamente inexistentes as probabilidades de a UE conseguir dar jeito na "situação insalubre" com a Rússia, não há sinal de que o que Martyanov esquematizou venha a ser considerado pelo Estado Permanente* dos EUA.

O caminho adiante parece irretorquível: sanções perpétuas; expansão perpétua da OTAN sobre as fronteiras russas; formação de um anel de estados hostis em torno da Rússia; interferência perpétua dos EUA em assuntos internos da Rússia - além de um exército de 5ª-colunistas; e guerra de informação perpétua de pleno espectro.

Lavrov tem dito com clareza cada dia mais absoluta que Moscou já nada espera. Mas os fatos continuarão a se acumular 'em solo'.

O Gasoduto Ramo Norte 2 (Nordstream 2) será concluído - com sanções ou sem sanções - e fornecerá o muito necessário gás natural para Alemanha e UE. Navalny - fraudador condenado -, com 1% de "popularidade" real na Rússia - permanecerá na prisão. Cidadãos em toda a UE receberão a vacina Sputnik V. A parceria estratégica Rússia-China continuará a se solidificar.

Para compreender como chegou-se a essa confusão russofóbica nada abençoada, encontra-se um mapa do caminho essencial em Russian Conservatism, novo e excitante estudo de filosofia política de autoria de Glenn Diesen, professor associado na Universidade do Sudeste da Noruega, conferencista na Escola Superior de Economia de Moscou, e um dos meus muito ilustres interlocutores em Moscou.

Diesen começar pelos pontos essenciais: geografia, topografia e história. A Rússia é potência terrestre muito extensa, sem suficiente acesso por mar. A geografia, argumenta Diesen, condiciona os fundamentos das "políticas conservadoras definidas pela autocracia, um complexo ambíguo de nacionalismo e o duradouro papel da Igreja Ortodoxa" - algo que implica resistência contra o "secularismo radical".

É sempre crucial lembrar que a Rússia não tem fronteiras naturais defensáveis; foi invadida ou ocupada por suecos, poloneses, lituanos, pela Horda Dourada Mongol, pelos tátaros da Crimeia e por Napoleão. Para nem mencionar a imensamente sangrenta invasão nazista.

O que se esconde numa palavra? Tudo: "segurança", em russo é byezopasnost. É palavra 'de negação', iniciada por byez, que significa "sem". E opasnost significa "perigo".

O complexo da Rússia, sua constituição histórica sem paralelo sempre apresentou sérios problemas. Sim, houve forte afinidade com o império bizantino. Mas se a Rússia "exigisse que a autoridade imperial se transferisse de Constantinopla, seria obrigada a conquistá-la." E fazer o sucessor, papel e legado da Horda Dourada relegaria a Rússia ao status de potência apenas asiática.

Na trilha da modernização russa, a invasão mongol não provocou só um cisma geográfico, também deixou sua marca na política: "A autocracia tornou-se necessidade, depois do legado mongol e do estabelecimento da Rússia como império eurasiano com expansão geográfica fracamente conectada".

"Um colossal Oriente Ocidente"

Rússia tem a ver integralmente com Oriente encontra Ocidente. Diesen nos lembra como Nikolai Berdyaev, um dos principais líderes conservadores do século 20, já dissera em 1947: "A inconsistência e a complexidade da alma russa podem ser devidas ao fato de que na Rússia unem-se duas fontes da história do mundo - Oriente e Ocidente - que se empurram e influenciam-se mutuamente (...) A Rússia é uma seção do mundo - um colossal Oriente Ocidente."

A ferrovia Transiberiana, construída para reforçar a coesão interna do império russo e para projetar poder na Ásia, foi importante fator que mudou o jogo: "Com os assentamentos de agricultores russos em expansão para o oriente, a Rússia ia cada vez mais substituindo as antigas estradas, que, antes, haviam conectado e controlado a Eurásia."

É fascinante assistir ao modo como o desenvolvimento econômico russo levou à teoria da Terra Central de Mackinder - segundo a qual para controlar o mundo seria necessário controlar o supercontinente Eurasiano. O que apavorou Mackinder é que as ferrovias russas conectando a Eurásia, minariam toda a estrutura de poder da Grã-Bretanha como império marítimo.

Diesen também mostra como o Eurasianismo - que emergia nos anos 1920s entre emigrados, como resposta a 1917 - foi de fato uma evolução do conservadorismo russo.

O Eurasianismo, por várias razões, jamais se tornou movimento político unificado. O centro do Eurasianismo é a noção de que a Rússia não era meramente um estado da Europa Oriental. Depois da invasão pelos mongóis no século 13 e da conquista dos reinos tátaros no século 16, a história e a geografia da Rússia já não podiam ser só europeias. O futuro exigiria abordagem mais equilibrada - e engajamento com a Ásia.

Dostoievsky formulou brilhantemente essa ideia, em 1881, antes de todos:

Os russos são tão asiáticos quanto europeus. O erro de nossa política pelos últimos dois séculos tem sido fazer crer ao povo da Europa que seríamos verdadeiros europeus. Servimos bem demais à Europa, assumimos parte grande demais nas querelas domésticas europeias (...) Curvamo-nos como escravos diante dos europeus e deles só recebemos ódio e desprezo. É hora de nos afastarmos da Europa ingrata. Nosso futuro está na Ásia.

Pode-se dizer que Lev Gumilev (1912-1992)** foi o superastro de uma nova geração de eurasianistas. Para Gumilev, a Rússia tinha base sobre uma coalizão natural entre eslavos, mongóis e turcos. The Ancient Rus and the Great Steppe, publicado em 1989 [parece não existir edição em inglês (NTs)], teve imenso impacto na Rússia depois do colapso da URSS - como ouvi, de primeira mão, de meus anfitriões russos, quando cheguei a Moscou, pela Transiberiana, no inverno de 1992.

Como Diesen apresenta o quadro, Gumilev oferecia uma espécie de terceira via, para além do nacionalismo europeu e do internacionalismo utopista. Foi criada uma Universidade Lev Gumilev no Cazaquistão. Putin referiu-se a Gumilev como "o maior eurasiano de nosso tempo".

Diesen nos faz lembrar que George Kennan, em 1994, reconheceu a luta dos conservadores por "esse país tragicamente ferido e espiritualmente diminuído". Em 2005, Putin foi muito mais severo:

O colapso da União Soviética foi a maior catástrofe geopolítica do século. E para o povo russo, foi drama real (...) Os velhos ideais foram destruídos. Muitas instituições foram desmanteladas ou simplesmente reformadas às pressas (...) Com controle ilimitado sobre os fluxos de informação, grupos de oligarcas serviram exclusivamente aos seus próprios interesses corporativos. A pobreza em massa começou a ser aceita como normal. Tudo isso, sobre o pano de fundo da mais severa recessão econômica, finanças instáveis e paralisia na esfera social.

Aplicando a "democracia soberana"

Assim chegamos à crucial questão europeia.

Nos anos 1990s, liderada por Atlanticistas, a política externa russa era focada na Europa Expandida, conceito baseado no Lar Europeu Comum [ing. Common European Home], de Gorbachev.

Mesmo assim, a Europa pós-Guerra Fria, na prática, acabou configurada como a expansão non-stop da OTAN e o nascimento - e expansão - da União Europeia. E fizeram-se todos contorcionismos liberais imagináveis, para incluir toda a Europa, e excluir a Rússia.

Diesen tem o mérito de resumir todo o processo, em uma frase: "A nova Europa liberal representou uma continuidade britânico-norte-americana, em termos da dominância de potências marítimas e do objetivo de Mackinder, de organizar o relacionamento entre Alemanha e Rússia como jogo de soma zero, para impedir que os respectivos interesses se alinhassem".

Não surpreende que Putin, subsequentemente, tenha tido de ser coroado Espantalho Supremo, ou "o novo Hitler". Putin rejeitou rápida e completamente o papel da Rússia como mera aprendiz da civilização ocidental e - o corolário daquele papel - a hegemonia (neo)liberal.

Mas ainda permanecia conciliador. Em 2005, Putin destacou que "acima de tudo mais, a Rússia foi, é e será grande potência europeia". Queria apartar o liberalismo e a política do poder - , rejeitando os fundamentos da hegemonia liberal.

Putin dizia que não há modelo único de democracia. Essa noção foi adiante conceptualizada como "democracia soberana". Não pode haver democracia sem soberania. E assim se descartava a "supervisão" do Ocidente, para fazer 'funcionar' as democracias.

Em observação aguda, Diesen diz que, se a URSS foi "eurasianismo radical de esquerda, algumas de suas características eurasianas poderiam ter-se transferido para o eurasianismo conservador." Diesen registra que Sergey Karaganov, às vezes chamado de o "Kissinger Russo", mostrou o quanto "a União Soviética foi central para a descolonização e serviu de parteira na ascensão da Ásia, ao privar o Ocidente da capacidade para impor a própria vontade ao mundo mediante força militar - o que o ocidente sempre fez, do século 16 até os anos 1940s".

É constatação amplamente aceita em vastas áreas do Sul Global - da América Latina e África até o Sudeste da Ásia.

Península ocidental da Eurásia

Assim, depois do fim da Guerra Fria e do fracasso da Europa Expandida, o movimento de pivô feito por Moscou para construir a Eurásia Expandida teria sempre, fatalmente, ares de inevitabilidade histórica.

A lógica é impecável. Os dois nodos geoeconômicos da Eurásia são a Europa e o Leste da Ásia. Moscou quer conectá-los economicamente num supercontinente: é onde a Eurásia Expandida encontra a Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE). Mas há ainda a dimensão extra da Rússia, como escreve Diesen: uma "transição para longe da periferia usual daqueles centros de poder e na direção do centro de um novo constructo regional".

De uma perspectiva conservadora, enfatiza Diesen, "a economia política da Eurásia Expandida capacita a Rússia a superar a própria obsessão histórica com o Ocidente e a estabelecer uma via russa orgânica rumo à modernização".

Isso implica desenvolver indústrias estratégicas; corredores de conectividade; instrumentos financeiros; projetos de infraestrutura para conectar a Rússia europeia com a Rússia da Sibéria e do Pacífico. Tudo isso sob novo conceito: uma economia política industrializada conservadora.

E acontece que a parceria estratégica Rússia-China é ativa nesses três setores geoeconômicos: indústrias estratégicas/plataformas techno, corredores de conectividade e instrumentos financeiros.

Assim, outra vez, a discussão é empurrada para o imperativo categórico supremo: o confronto entre a Terra Central e uma potência marítima.

Historicamente, as três grandes potências eurasianas foram os citas, os hunos e os mongóis. A causa chave da fragmentação e da decadência das três é não terem conseguido alcançar - e controlar - as fronteiras marítimas da Eurásia.

A quarta grande potência eurasiana era o Império Russo - e a potência que o sucedeu, a URSS. Uma das razões decisivas do colapso da URSS é que, tampouco ela, conseguiu alcançar - e controlar - as fronteiras marítimas da Eurásia.

Os EUA cuidaram de impedir que acontecesse, usando uma fórmula em que se misturavam Mackinder, Mahan e Spykman. A estratégia dos EUA chegou até a ser conhecida como "mecanismo Spykman-Kennan de contenção" - todos os tais "deslocamentos adiante" na periferia marítima da Eurásia, na Europa Ocidental, no Leste da Ásia e no Oriente Médio.

Hoje, todos já sabemos que a estratégia geral offshore dos EUA - e razão básica pela qual os EUA entraram nas duas Guerras Mundiais - era impedir, por todos os meios necessários, que emergisse um hegemon eurasiano.

Quanto a EUA posicionarem-se como hegemon, a ideia seria exposta- com a inevitável arrogância imperial - pelo Dr. Zbig "Grande Tabuleiro de Xadrez" Brzezinski em 1997: "Para impedir a colusão e manter os vassalos dependentes para terem segurança; para manter os tributários obedientes e protegidos; e para impedir que os bárbaros se unam". Bom velho Dividir e Governar, aplicado via "dominação por sistema".

Esse é o sistema que agora está ruindo - para desespero dos suspeitos de sempre. Diesen observa que "no passado, empurrar a Rússia na direção da Ásia relegaria a Rússia à obscuridade econômica e eliminaria seu status como potência europeia." Mas agora, com o centro da gravidade geoeconômica pendendo para a Chia e Leste da Ásia, todo o jogo muda completamente.

A demonização ininterrupta, dia e noite, todos os dias, de Rússia-China, combinada à mentalidade de "situação insalubre" da gangue dos países da EU, só ajuda a empurrar a China mais e mais, cada vez para mais perto da China - exatamente a situação na qual está chegando ao fim a dominação pelo Ocidente, que durou apenas dois séculos, como Andre Gunder Frank demonstrou conclusivamente.

Diesen, talvez diplomaticamente demais, lembra que que "as relações entre Rússia e o Ocidente também mudarão com a ascensão da Eurásia. A estratégia ocidental de hostilidade anti-Rússia apoia-se no pressuposto de que a Rússia não teria para onde correr, e teria de aceitar o que o Ocidente ofereça em termos de "parceria". A ascensão do Oriente altera fundamentalmente o relacionamento de Moscou com o Ocidente, ao permitir que a Rússia diversifique suas parcerias".

É possível que estejamos bem rapidamente nos aproximando do ponto em que a Rússia da Eurásia Expandida presenteará a Alemanha com oferta do tipo pegar-ou-largar. Ou nós construímos juntos a Terra Central, ou os russos a construiremos com a China. - E vocês serão coadjuvantes históricos. Claro, sempre há a possibilidade de se formar um eixo Berlim-Moscou-Pequim, embora ainda distante. Coisas mais estranhas já aconteceram.

Mas Diesen confia que "as potências terrestres eurasianas eventualmente incorporarão a Europa e outros estados em sua periferia interior da Eurásia. Lealdades políticas mudarão incrementalmente, conforme interesses políticos migrem para o Oriente, e a Europa converta-se gradualmente em península oriental da Eurásia Expandida".

Isso sim é assunto para tirar o sono dos charlatães peninsulares, vendedores de "situação insalubre".


* Epígrafe acrescentada pelos tradutores.

[1] Em "Eu poderia...", 6/2/2021, Andrei Martyanov, Blog Reminiscence of the Future - Si Vis Pacem, Para Vino, aqui (ing.) e traduzido no Blog Bacurau Homenagem ao Filme [NTs].

* Orig. Deep State (lit. "Estado Profundo"). Já há algum tempo temos optado por traduzir a expressão por "Estado Permanente". Depois de muito discutir, chegamos a um consenso: "Afinal de contas, o tal Deep State (i) não é ruim por ser profundo: é ruim por ser eterno, permanente, imutável, inalcançável pelas instituições e forças da democracia; e além disso, (ii) nem 'profundo' o tal Deep State é: ele vive à tona, tem logotipos, marcas e nomes na superfície, é visível, portanto; mesmo assim, se autodeclara "profundo". Não. Ele que se autodeclare o que queira. Nós o declaramos "Estado Permanente" (e anotamos nossos motivos, aqui, em nota dos tradutores (NTs).

** Lev Gumilev (1912-1992) é filho da extraordinária poeta russa Ana Akhmatova - aqui homenageada pelos tradutores, na epígrafe (Nota acrescentada pelos tradutores).

Foto: By Mzajac - Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=97080521

https://port.pravda.ru/russa/13-02-2021/52301-russia_ocidente-0/

 

As sanções dos EUA contra o Irão permitiram que a China penetrasse mais profundamente na Ásia Central !


As sanções se tornaram uma arma formidável usada por Washington para manter a pressão contra a China e sufocar o Irã. Os EUA foram consumidos pelo ódio anti-iraniano e pela sinofobia e estão travando uma guerra em duas frentes usando sanções e pressão econômica. Embora possam parecer duas questões distintas, as sanções que atingem Teerã não deixam de afetar Pequim, seu principal parceiro econômico. No entanto, também há uma grande contradição na política de sanções de Washington contra o Irã, especialmente em relação à Ásia Central. 
 
Teerã está sob um regime de sanções nos EUA que tem aumentado constantemente desde o sucesso da Revolução Iraniana em 1979. A chegada de Donald Trump à Casa Branca em 2016 marcou uma clara intensificação das sanções contra o Irã e uma nova guerra comercial contra a China. Com a saída de Washington do acordo nuclear iraniano em 2018, os EUA queriam reduzir as exportações da República Islâmica a zero. Mais importante ainda, Washington queria proibir outros países de importar energia iraniana. Embora as sanções obviamente visem a República Islâmica, elas também fazem parte de uma guerra econômica maior contra a China, o maior adversário econômico dos EUA.
Sanções sob o ex-presidente Barack Obama foram vistas como uma ótima solução para forçar um país inimigo a negociar ou ter seus líderes removidos do poder sem recorrer à força militar - mas, como está provado, isso falhou completamente se olharmos para os exemplos da Síria, Rússia e Venezuela . No caso iraniano, esperava-se que as sanções atingissem dois inimigos ao mesmo tempo, Teerã e Pequim. Esperava-se que as sanções empurrassem o Irã para a mesa de negociações, ao mesmo tempo que dificultariam o fornecimento de hidrocarbonetos do país à China.
Em julho de 2020, o Irã e a China assinaram um acordo de cooperação estratégica por um período de 25 anos. Em troca, a China recebe desconto no gás e no petróleo do Irã - na verdade, eles recebem 30% mais baratos do que a taxa de mercado. Estima-se que a China concordou em injetar US $ 280 bilhões a US $ 400 bilhões em Investimento Estrangeiro Direto nas indústrias iranianas de petróleo, gás e petroquímica como parte do Programa de Cooperação de 25 anos. Pequim e Teerã, apesar de suas diferenças políticas (a China é governada por um governo comunista e o Irã é uma teocracia islâmica), eles têm o objetivo comum de resistir ao unilateralismo dos EUA.
Portanto, não é apenas o enriquecimento de urânio do Irã que está na mira de Washington. A China se tornou o principal parceiro econômico do Irã, o que frustra muito Washington, pois impede seuesforços para derrubar os Mullahs do poder.
A China está usando o Irã como uma alavanca de influência na região, e o Irã está usando a China para aliviar suas dificuldades econômicas. No entanto, a retirada dos EUA do acordo nuclear encorajou e consolidou essa reaproximação, algo que Trump e seus legisladores não previram. O Programa de Cooperação de 25 anos é uma colaboração em todos os níveis e uma reorientação política. Essa colaboração permite que Teerã contorne de alguma forma as sanções dos EUA. Por causa do Programa de Cooperação de 25 anos, o Irã se tornou uma passagem estratégica para a Iniciativa Belt and Road para conectar a China Ocidental e a Ásia Central com a Turquia e os mercados europeus. No entanto, a colaboração sino-iraniana é desacelerada por sanções, pois as transações são bloqueadas. Tendo uma visão negativa das ambições de Pequim, as sanções americanas contra o Irã também esperam conter o expansionismo econômico chinês. No Irã, aenas o porto de Chabahar está isento de sanções americanas. Isso ocorre porque a reconstrução do Afeganistão é uma meta de Washington e o porto de Chabahar, investido pela Índia, desempenha um papel importante nessa empreitada. O Porto Chabahar é mais importante para a política do Afeganistão dos EUA, pois é investido pela Índia, ao contrário do Porto Gwadar no Paquistão, que é investido pela China. Os portos de Chabahar e Gwadar, a menos de 200 km um do outro, estão competindo para se tornar o principal porto de serviço da Ásia Central. E aqui está a contradição. O objetivo real de não implementar sanções no porto de Chabahar é permitir que a Índia tenha acesso ao Afeganistão e, portanto, à Ásia Central para desafiar a China, e talvez até a Rússia, de ter maior influência na região sem litoral. Esta é mais uma prova da hipocrisia americana quando se trata de desafiar a China, já que ela está disposta a ignorar as sanções de décadas e as pressões contra o Irã na busca pelo enfraquecimento de Pequim. Isso mesmo que as sanções intensificadas contra o Irã também visem a China. Ao sancionar e tentar isolar o Irã, Washington de fato permitiu a penetração chinesa no país e, portanto, tem ainda maior influência e influência na Ásia Central. Isso porque o Irã faz fronteira com o Afeganistão e o Turcomenistão, países que vão para o Tadjiquistão e o Uzbequistão e, eventualmente, o Cazaquistão. Os legisladores dos EUA não consideraram isso ou calcularam mal. Embora a Índia possa ganhar acesso à Ásia Central por meio do Porto Chabahar, não será capaz de competir com o domínio econômico chinês no Irã, algo que ocorreu em parte por causa das sanções dos EUA.

InfoBrics.

 

Uma Alemanha mais soberana, mais perto da Rússia e da China pode ser a gota d'água para quebrar a hegemonia dos EUA !

 
Na semana passada, rastreamos as etapas históricas e geopolíticas necessárias para entender por que a Rússia está deixando o Ocidente louco. E então, na sexta-feira passada, pouco antes do início do Ano do Boi do Metal, veio a bomba, entregue com a habitual altivez pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov. Em uma entrevista com o popular apresentador de talk show Vladimir Solovyov - com a transcrição completa publicada pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia - Lavrov disse que Moscou "deve estar pronta" para uma possível "ruptura com a União Europeia". 
A ruptura agourenta seria um resultado direto de novas sanções da UE, especialmente aquelas "que criam riscos para a nossa economia, incluindo nas áreas mais sensíveis." E então, o argumento decisivo ao estilo Sun Tzu: “Se você quer paz, prepare-se para a guerra”. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, depois, fez questão de explicar que Lavrov foi tirado do contexto: a mídia, previsivelmente, havia se apoderado de uma manchete “sensacional”. Portanto, a resposta completa e matizada de Lavrov a uma pergunta sobre as difíceis relações UE-Rússia deve ser examinada com cuidado: “Acreditamos que estaríamos prontos para isso. Somos vizinhos. Falando coletivamente, eles são nosso maior parceiro comercial e de investimento. Muitas empresas da UE operam aqui; existem centenas ou mesmo milhares de joint ventures. Quando um negócio beneficiar os dois lados, continuaremos. Tenho certeza de que nos tornamos totalmente autossuficientes na esfera da defesa. Devemos também atingir a mesma posição na economia para podermos agir em conformidade, se virmos novamente (já vimos isso mais de uma vez) que as sanções são impostas em uma esfera onde podem criar riscos para a nossa economia, inclusive nas áreas mais sensíveis. áreas como o fornecimento de peças componentes. Não queremos ficar isolados do mundo, mas devemos estar preparados para isso. Se você quer paz prepare-se para a guerra." É bastante claro que Lavrov não está afirmando que a Rússia cortará unilateralmente as relações com a UE. A bola está realmente no campo da UE: Moscou afirma que não exercerá a opção de primeiro ataque para romper relações com a eurocracia de Bruxelas. E isso em si também seria bastante diferente de romper relações com qualquer um dos 27 estados-membros da UE. O contexto a que Peskov se referiu também é claro: o enviado da UE Josep Borrell, após sua desastrosa viagem a Moscou, levantou a questão de que Bruxelas estava avaliando a imposição de mais sanções. A resposta de Lavrov foi claramente projetada para incutir algum sentido nas cabeças grossas da Comissão Europeia (CE), dirigida pela notoriamente incompetente ex-ministra da defesa alemã Ursula von der Leyen e seu "chefe" de política externa Borrell. No início desta semana, Peskov foi forçado a voltar incisivamente à saga vulcânica: “Lamentavelmente, Bruxelas continua falando sobre sanções, assim como os Estados Unidos com uma persistência maníaca. Isso é algo que nunca iremos acolher. É algo de que não gostamos nada. ” Fale sobre eufemismo diplomático. Assim, está armado o cenário para uma estridente - para dizer o mínimo - reunião de ministros das Relações Exteriores da UE na próxima segunda-feira, onde eles discutirão - o que mais? - possíveis novas sanções. Isso provavelmente incluiria proibições de viagens e congelamento de ativos de russos selecionados, incluindo pessoas muito próximas do Kremlin, acusadas pela UE de serem responsáveis ​​pela prisão no início deste mês de blogueiro de direita e fraudador condenado (um golpe contra Yves Rocher) Alexei Navalny. A esmagadora maioria dos russos vê Navalny - com uma taxa de popularidade de 2% na melhor das hipóteses - como um recurso da OTAN modesto e dispensável. A reunião da próxima semana abrirá o caminho para a cúpula dos líderes dos Estados membros no final de março, onde a UE poderia - e essa é a palavra-chave - aprovar formalmente novas sanções. Isso exigiria uma decisão unânime dos 27 Estados membros da UE. Do jeito que está, além dos suspeitos de costume estridentemente russofóbicos - Polônia e Bálticos - não parece que Bruxelas está querendo atirar nas próprias costas. Lembre-se de Leibniz Os observadores da UE obviamente não têm observado como a visão pragmática de Bruxelas de Moscou evoluiu nos últimos anos.
O comércio Rússia-UE continuará, não importa o que aconteça. A UE precisa desesperadamente da energia russa; e a Rússia está disposta a vendê-lo, petróleo e gás, dutos e tudo. Isso é estritamente profissional. Se a UE não quiser - por uma série de razões - não há problema: a Rússia está desenvolvendo um fluxo constante de negócios, energia incluída, em todo o Leste Asiático. O sempre relevante Valdai Discussion Club, um think tank com sede em Moscou, por exemplo, está monitorando cuidadosamente o aspecto comercial da parceria estratégica Rússia-China: “A política dos EUA continuará a buscar uma divisão entre a China e a Rússia. A Europa continua a ser um parceiro importante para Moscou e Pequim. A situação na Ásia Central é estável, mas requer o fortalecimento da cooperação russo-chinesa. ” Putin, lateralmente, também deu sua opinião sobre a saga UE-Rússia, que é um subtexto daquela batalha perene entre a Rússia e o Ocidente: “Assim que começamos a nos estabilizar, para nos levantarmos - a política de dissuasão seguiu imediatamente … E à medida que ficamos mais fortes, essa política de dissuasão foi sendo conduzida cada vez mais intensamente. ” Eu alertei na semana passada sobre a possibilidade intergaláctica-distante de um eixo Berlim-Moscou-Pequim. O analista de mídia e telecomunicações Peter G. Spengler em um longo e-mail para mim elegantemente qualificou-o como pertencente ao senso de possibilidade de Robert Musil, conforme descrito em sua obra-prima The Man Without Qualities. Peter Spengler também chamou a atenção para a Novissima Sinica de Leibniz, e particularmente para um ensaio de Manfred von Boetticher sobre Leibniz e a Rússia, representado pelo Czar Pedro o Grande, no qual o papel da Rússia como ponte entre a Europa e a China é enfatizado. Mesmo que Leibniz, no final, nunca tenha conhecido Pedro, o Grande, aprendemos que "sempre foi o objetivo de Leibniz obter aplicação prática para suas descobertas teóricas. Ao longo de sua vida, ele estava procurando por um "grande potentado" que estivesse aberto às idéias modernas e com cuja ajuda pudesse realizar suas idéias de um mundo melhor. Na era do absolutismo, esta parecia ser a perspectiva mais promissora para um estudioso para quem o progresso da ciência e tecnologia, bem como a melhoria da educação e das condições econômicas, eram objetivos urgentes ”. “O czar Pedro, que era tão poderoso quanto aberto a todos os novos planos e cuja personalidade o fascinava de qualquer maneira, deve ter sido um contato extraordinariamente interessante para Leibniz. Uma vez que a Europa Ocidental entrou em contato mais próximo com a China por meio da missão jesuíta e Leibniz reconheceu a importância da cultura chinesa milenar, ele também viu na Rússia o elo natural entre as esferas culturais europeias e chinesas, o centro de uma futura síntese. entre o Oriente e o Ocidente. Com as convulsões emergentes no Império Russo, suas esperanças pareciam se realizar: Cheio de expectativa, ele acompanhou as mudanças na Rússia, já que estavam surgindo sob Pedro I. ”
Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716), filósofo e matemático. Litografia de Pierre-Emile Desmaisons (1812-1880). Foto: AFP / Roger Violette No entanto, evocar Leibniz neste estágio é sonhar com esferas celestiais. A realidade geopolítica prosaica é que a UE é uma instituição atlantista - de facto subordinada à NATO. Lavrov pode querer se comportar como um monge taoísta ou até mesmo ser um Leibniz, mas é difícil quando você é forçado a lidar com um bando de manequins. É tudo uma questão de soberania Atlanticistas raivosos argumentam que Navalny não-entidade está diretamente relacionada ao Nord Stream 2. Bobagem: Navalny foi construída (itálico meu) pelos suspeitos usuais como um aríete para minar o Nord Stream 2. A razão é que o gasoduto consolidará Berlim no centro da política energética da UE. E isso será um fator importante na política externa geral da UE - com a Alemanha, pelo menos em teoria, exercendo mais autonomia em relação aos EUA. Então, aqui está o segredo "sujo": é tudo uma questão de soberania. Todo ator geopolítico e geoeconômico sabe quem não quer uma entente Alemanha-Rússia mais próxima.
Agora imagine uma Alemanha hegemônica na Europa forjando relações comerciais e de investimento mais estreitas não apenas com a Rússia, mas também com a China (e esse é o outro "segredo" embutido no acordo de comércio e investimento UE-China). Portanto, quem quer que esteja alojado na Casa Branca, não há mais nada a esperar do US Deep State além do impulso "maníaco" em direção a sanções perenes acumuladas. A bola está realmente no campo de Berlim, muito mais do que no tribunal do pesadelo eurocrático de Bruxelas, onde a prioridade futura de todos é receber suas pensões de aposentadoria completas e isentas de impostos. A prioridade estratégica de Berlim é mais exportações - dentro da UE e, acima de tudo, para a Ásia. Os industriais alemães e as classes empresariais sabem exatamente o que o Nord Stream 2 representa: a soberania alemã cada vez mais assertiva guiando o coração da UE, o que se traduz em maior soberania da UE. Um sinal imensamente significativo foi entregue recentemente por Berlim com a aprovação concedida para as importações da vacina Sputnik. O senso de possibilidade de Musil já está em jogo? É muito cedo para saber. A hegemon desencadeou uma guerra híbrida sem barreiras contra a Rússia desde 2014. Essa guerra pode não ser cinética; aproximadamente, é 70% financeiro e 30% infowar. Uma Alemanha mais soberana, mais perto da Rússia e da China, pode ser a gota d'água para quebrar a hegemonia.

Asia Times

 

Facebook proíbe utilizadores da Austrália de ver e partilhar notícias !

Centenas de páginas informativas australianas, tanto de órgãos de comunicação social como de organizações privadas e até serviços de emergência, estão bloqueadas no Facebook a partir desta quinta-feira.


Will Easton, responsável do Facebook na Austrália e na Nova Zelândia, explicou que o bloqueio impede a partilha de ligações de publicações australianas, impedindo ao mesmo tempo os utilizadores australianos de ver ou partilhar conteúdo noticioso, quer australiano quer internacional.

O Facebook adotou uma postura intransigente em relação a uma nova proposta de lei australiana que responsabiliza a rede social, a Google e outras plataformas pelo pagamento de conteúdos jornalísticos às empresas que os produzem.

“A proposta de lei fundamentalmente confunde a relação entre a nossa plataforma e os editores que a usam para partilhar conteúdo noticioso. Deixou-nos perante uma escolha difícil: tentar cumprir a lei que ignora as realidades dessa relação ou deixar de permitir a partilha de conteúdo noticioso nos nossos serviços na Austrália. É com o coração pesado que escolhemos a segunda opção”, escreveu Easton numa publicação publicada esta quinta-feira.

Utilizadores de locais informativos que tentam partilhar notícias já estão a receber uma mensagem de erro, que explica que não o podem fazer em resposta à nova lei. Os utilizadores fora da Austrália também deixarão de poder partilhar artigos da comunicação social australiana.

O bloqueio afetou outros serviços e perfis, tais como os serviços de Proteção Civil, serviços de incêndio, de saúde e de meteorologia de todo o país. Isto numa altura em que o país se encontra em alerta para inundações no estado de Queensland, onde nos últimos dias caíram forte chuvas, e na Austrália Ocidental, onde o nível de alerta para incêndios é “catastrófico”, além da pandemia da covid-19.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, reagiu a esta situação, dizendo que as ações do Facebook foram “arrogantes e uma deceção” e só vêm “confirmar as preocupações que um número cada vez maior de países tem vindo a expressar sobre o comportamento das empresas BigTech, que pensam ser maiores do que os Governos e que as regras não são para lhes ser aplicadas”, escreveu na sua conta no Facebook.

“O Facebook está errado. As ações do Facebook são desnecessárias, autoritárias e vão prejudicar a sua reputação aqui na Austrália”, disse o ministro das Finanças australiano, Josh Frydenberg.

“O Facebook precisa de pensar muito bem no que isto significa para a sua reputação e prestígio (…) Neste momento, quando já existem dúvidas sobre a credibilidade da informação no Facebook, é obviamente algo que eles precisam de considerar”, disse também o ministro das Comunicações, Paul Fletcher, ao canal de televisão ABC.

Google, por sua vez, está a fechar acordos

Inicialmente, tanto o Facebook como o Google, que ameaçaram deixar de operar no país, expressaram repetidamente a sua rejeição deste projeto de lei, que ontem à noite foi aprovado pela Câmara dos Representantes e que deverá chegar ao Senado na próxima semana.

A par desta atitude do Facebook, por seu lado, a empresa proprietária da Google, motor de pesquisa mais usado na Internet, está a fechar acordos com a comunicação social na Austrália pelo uso de conteúdos, tal como acordado recentemente em França.

A News Corp, que detém títulos como o Wall Street Journal (Estados Unidos), Sky News e The Times (Reino Unido) anunciou que vai receber “pagamentos significativos” da Google, ao abrigo de um acordo de três anos para uso de conteúdos escritos, áudio e vídeo, que contempla também entrega de receitas publicitárias.

Outras empresas de comunicação social também já chegaram a acordo com a Google, caso da Seven West Media, e decorrem ainda negociações com a Nine Entertainment e a estatal Australian Broadcasting Corp (ABC).

Estimativas do banco de investimento JPMorgan, com base num recente acordo da Google em França, indicam que a Seven West Media poderá receber entre 39,5 milhões e 69,2 milhões de dólares australianos (25,4 milhões a 44,5 milhões de euros) por ano.

https://zap.aeiou.pt/facebook-proibe-noticias-australia-381686

 

Primeiro-ministro da Geórgia demite-se e agrava crise política no país !

O primeiro-ministro da Geórgia, Giorgi Gakharia, anunciou esta quinta-feira a demissão por discordar da decisão do tribunal de Tbilissi que ordenou a prisão preventiva de um dirigente da oposição.


“Tomei a decisão de abandonar o meu cargo”, indicou Giorgi Gakharia após uma reunião governamental que foi retransmitida pela televisão.

Giorgi Gakharia​​​​​​​ anunciou a decisão criticando o tribunal que, afirmou, pode colocar em risco “a saúde e a vida” dos cidadãos polarizando politicamente o país.

“Infelizmente, não consegui chegar a um entendimento comum sobre este assunto com a minha equipa e decidi renunciar. Espero que este passo contribua para reduzir a polarização no nosso espaço político, pois acredito que a polarização e o confronto são os maiores riscos para o futuro e o desenvolvimento económico do nosso país”, afirmou Gakharia.

O opositor Nika Melia, dirigente do Movimento Nacional Unificado (MNU), um partido fundado pelo ex-presidente no exílio, Mikheil Saakachvili, foi acusado de organizar “atos de violência” em 2019.

O tribunal da Georgia ordenou na quarta-feira a prisão preventiva sendo que o dirigente da oposição pode vir a ser condenado a uma pena de nove anos.

A declaração de Gakharia afirma que, embora Melia “nunca tenha respeitado a lei” e tenha apelado à “tomada do Parlamento” em 20 de junho de 2019, a decisão de detê-lo apresenta riscos inaceitáveis e complica indevidamente a tarefa de recuperação económica e a gestão de pandemia.

Os apoiantes de Melia acusam as autoridades de perseguições políticas e avisaram que vão resistir às tentativas da polícia de o colocar em prisão preventiva.

Nika Melia encontra-se neste momento em Tbilissi na sede do partido onde decorreu uma reunião, na quarta-feira, que contou com a participação de quase todas as formações políticas da oposição que demonstraram apoio ao condenado.

A detenção de Melia pela polícia pode agravar a crise política no país que começou logo após as eleições do passado mês de outubro.

A oposição acusa o governo de fraude eleitoral.

https://zap.aeiou.pt/primeiro-ministro-da-georgia-demite-381570

 

EUA vão pagar 200 milhões de dólares à OMS !

Os EUA vão cumprir a obrigação de contribuir com mais de 200 milhões de dólares (cerca de 166,1 milhões de euros) para a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda em fevereiro, afirmou o secretário de Estado, Antony Blinken.


“Este é um passo essencial para cumprir as nossas obrigações financeiras” para com a OMS e “reflete o compromisso renovado de garantir que tenha o apoio de que precisa para liderar a resposta à pandemia global”, declarou Blinken, durante uma videoconferência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Este anúncio do chefe da diplomacia norte-americana marca uma volta atrás no plano do ex-Presidente norte-americano, Donald Trump, de retirar o país da OMS.

Numa rara videoconferência ministerial dedicada à área da saúde, um tema que normalmente não é abordado pelo Conselho de Segurança, vários chefes de diplomacia, bem como o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e outros representantes, apelaram hoje a uma maior unidade perante o atual flagelo de proporções globais.

Os membros do Conselho de Segurança da ONU apelaram a um esforço global coordenado na vacinação contra a doença covid-19, alertando que as desigualdades constatadas na fase inicial do processo colocam todo o planeta em risco.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.419.730 mortos no mundo, resultantes de mais de 109,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

https://zap.aeiou.pt/eua-vao-pagar-200-milhoes-dolares-oms-381577

 

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