O Reino Unido registou 63 mortes e 6.397 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, divulgou o Governo britânico, que acredita que o programa de vacinação já evitou pelo menos 6.100 mortes em três meses.
A direção geral de Saúde de Inglaterra (Public Health England) revelou esta quinta-feira ter comparado o número real de mortes com o número de mortes que seria de esperar se não houvesse vacinação e concluiu que foram poupadas 6.100 mortes de pessoas com 70 anos ou mais, em Inglaterra, até o final de fevereiro.
A análise foi baseada nos dados recolhidos entre o início do programa de vacinação, a 8 de dezembro, e o final de janeiro, e presumiu que levaria 31 dias para as pessoas inoculadas desenvolverem imunidade e ser observado o efeito da vacinação na curva de mortalidade.
Entre 8 de dezembro de 2020 e o final de janeiro de 2021 foram administradas mais de quatro milhões de primeiras doses a adultos com 70 anos ou mais.
Os cientistas admitem que um maior número de mortes possa ter sido evitado, se se provar que as vacinas também reduzem a transmissão do vírus.
“Esses resultados dão-nos esperança e lembram-nos da importância de receber a vacina assim que formos elegíveis”, afirmou o ministro da Saúde, Matt Hancock.
Na quarta-feira tinham sido registadas no Reino Unido 98 mortes e 5.605 casos, enquanto a média dos últimos sete dias é de 74 mortes e 5.489 infeções.
Entre 19 e 25 de março houve uma redução de 31,4% de mortes de covid-19 e de 2% no número de pessoas com um resultado de teste positivo confirmado em relação aos sete dias anteriores.
No total, morreram no Reino Unido 126.445 pessoas entre 4.319.128 casos de contágio confirmados desde o início da pandemia covid-19.
Até hoje, 28.991.188 pessoas receberam a primeira dose de uma vacina contra o novo coronavírus, das quais 2.775.481 receberam uma segunda dose, a qual é administrada com um intervalo de entre três a 12 semanas.
Certificado de vacinação ou teste negativo para ir a bares
Há uma nova controvérsia a pairar no Reino Unido, numa altura em que se desenha um tempo novo com menos medidas restritivas.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro Boris Johnson admitiu o cenário de os frequentadores de bares e pubs terem de apresentar um certificado de vacinação para entrar naqueles espaços.
A apresentação de um teste negativo também está em cima da mesa, mas a ideia não foi bem acolhida por deputados do seu próprio partido, conta a Sky News.
De acordo com o mesmo canal de televisão, há a possibilidade de até 60 deputados do Partido Conservador votarem contra o prolongamento por mais seis meses da legislação implementada durante a crise sanitária, visando o controlo da pandemia e a interrupção da propagação do vírus.
A Câmara dos Comuns votará esta quinta-feira um novo pacote de medidas para os próximos meses.
Johnson admite que essa realidade nos bares pode ficar entregue a quem gere os mesmos ou até aos proprietários do espaço. “O conceito de certificação de vacinas não deve ser totalmente estranho para nós”, referiu o PM britânico, lembrando que “os médicos tiveram de ser vacinados contra a hepatite B”.
Steve Baker, um deputado conservador, falou em “armadilha medonha”, defendendo que é injusto penalizar aqueles que estão aconselhados a não tomar a vacina, pode ler-se no artigo da BBC sobre o tema.
Johnson admitiu que está a refletir profundamente sobre a temática, mas deixou claro que, como primeiro-ministro, as pessoas daquele território esperam que ele tome decisões que as proteja.
Sobre a tal “armadilha medonha”, Steve Baker explicou que se prende com a possibilidade de alguns negócios correrem o risco de afastar clientes “de comunidades que demonstraram uma infeliz hesitação para tomar a vacina”.
Governo francês alerta para situação “extremamente preocupante”
O primeiro-ministro de França, Jean Castex, descreveu esta quinta-feira a situação epidemiológica atual no país como “extremamente preocupante”, lançando um apelo à população francesa para o cumprimento das medidas necessárias para travar a propagação do novo coronavírus.
“Mais do que nunca, todos temos de respeitar as medidas para travar” os contágios, disse Jean Castex, numa breve declaração à comunicação social no final de uma visita ao hospital de Melun.
Segundo o primeiro-ministro francês, “a situação é extremamente preocupante, com uma terceira vaga que está a atingir com força” e que está a encher as UCI com doentes “cada vez mais jovens”.
Na opinião de Jean Castex, tal situação vem confirmar que a denominada variante inglesa do SARS-Cov-2 (detetada pela primeira vez em setembro de 2020 no sudeste de Inglaterra), que já é maioritária em França, afeta toda a população e “é, sem dúvida, mais grave”.
As unidades hospitalares da região de Paris e arredores (Île de France) estão a viver momentos de forte pressão, ao contabilizarem neste momento mais de 1.400 doentes covid em serviços de UCI.
Em termos nacionais, e segundo os últimos dados, estão internados nos hospitais franceses 26.876 doentes covid, dos quais 4.651 estão nos cuidados intensivos, mais 300 pessoas do que na véspera.
De acordo com os dados atualizados na quarta-feira, a taxa de incidência num período acumulado de sete dias nesta região específica foi de 560 casos por cada 100 mil habitantes, enquanto a nível nacional é de 312 casos por cada 100 mil habitantes.
O ministro da Saúde francês, Olivier Véran, irá apresentar algumas alterações ao plano de medidas restritivas que está em vigor no país desde o passado dia 20, altura em que foi decretado um novo confinamento em 16 departamentos, incluindo todos os da região de Paris, onde vive um pouco mais de 30% da população francesa.
Vários setores de atividade, como bares, restaurantes, cinemas, teatros, salas de espetáculos ou ginásios, estão fechados desde o final de outubro em todo o país.
Entretanto, a ministra da Cultura francesa, Roselyne Bachelot, diagnosticada com covid-19 e atualmente hospitalizada, informou, através das redes sociais, que está sob tratamento de “oxigenoterapia reforçada”.
Roselyne Bachelot, de 74 anos, é o segundo membro do governo francês infetado com o novo coronavírus a ser hospitalizado, depois da ministra do Trabalho, Elisabeth Borne, de 59 anos, ter tido alta hospitalar na quarta-feira.
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