domingo, 11 de abril de 2021

Vacinas ainda não são o princípio do fim - Sociólogo prevê que demorará anos a limpar “destroços” da covid-19 !

O médico e sociólogo norte-americano Nicholas Christakis defende, em entrevista à agência Lusa, que as vacinas não são ainda o princípio do fim da pandemia, considerando que demorará anos a limpar “os destroços” da covid-19.


“Somos a primeira geração de humanos viva que conseguiu, em tempo real, criar uma contramedida específica e eficaz contra a praga que atravessa. Na época medieval, pensavam que se esfregassem na pele uma mistura de cebolas e serpentes moídas, isso resultava contra a peste. É claro que não resultava. Nós temos algo que resulta, que vai salvar muitas vidas, mas não vai alterar assim tanto o curso da pandemia”, prevê o professor da universidade norte-americana de Yale.

“Penso que não estamos no princípio do fim desta pandemia, mas que estamos a aproximarmo-nos do fim do princípio”, afirma, usando uma frase celebrizada pelo primeiro-ministro britânico Winston Churchill num discurso proferido em 1942 após uma das primeiras vitórias dos Aliados contra o exército alemão na II Guerra Mundial, no deserto do Egito.

“Inventámos estas vacinas, mas agora vamos ter que fabricar milhões de doses, administrá-las e, o mais importante, temos que convencer as pessoas a tomá-las. Tudo isso vai levar tempo e, no entretanto, o vírus continua a espalhar-se”, salienta.

Para Nicholas Christakis, doutorado em saúde pública pela Universidade de Harvard, não será antes “do fim de 2021, princípio de 2022” que se atingirá, quer pela via natural das infeções, quer pela vacinação, “o limiar crítico a que se chama imunidade de grupo”, em que “50, 60, 70 por cento” da população terá sido exposta ao SARS-CoV-2.

Só nessa altura “a epidemia começará a abrandar e a parar, o que será o fim do período pandémico imediato”, a primeira de três fases, seguida de um período intermédio e um período pós-pandémico.

“Como um tsunami que invade a terra, a água recua e há destroços por toda a parte. Vamos ter de os limpar. Em Portugal, no Brasil, em outros países europeus e na América do Norte, milhões de pessoas terão morrido e milhões ficarão debilitadas mesmo se sobreviverem” à covid-19, afirmou o professor da universidade norte-americana de Yale.

Christakis, que dirige o Laboratório da Natureza Humana na universidade no estado do Massachussetts, acredita que a sociedade “vai recuperar, mas vai levar tempo”, lembrando que ficarão sequelas dos “milhões de crianças que não foram à escola, dos milhões de pessoas que perderam o emprego e dos milhões de negócios que faliram”.

Lá para 2024, começará o que antevê como “uma festa”, em que o mundo terá deixado para trás “o choque biológico e epidemiológico do vírus”.

“Depois de terem estado enclausuradas tanto tempo, as pessoas irão procurar avidamente oportunidades de socializar em discotecas, em restaurantes, em bares, em eventos desportivos, em concertos, comícios. Poderemos assistir a alguma licenciosidade e mudanças nos comportamentos sexuais”, refere.

Será também ocasião “para as pessoas começarem a gastar o dinheiro que não puderam durante a praga, durante o colapso económico, ou que pouparam para o caso de adoecerem”.

Vamos recuperar, mas não será fácil. Vai levar tempo. Penso que a falta de contacto social entre as pessoas mais jovens se fará sentir. Para as pessoas que estão na casa dos 20, é uma parte muito importante da vida, em que se tenta encontrar e aprender a ser um bom ou boa parceira, em que se experimenta a sexualidade, e com um país em confinamento, é muito diferente ter essas experiências de que se necessita”, indica.

“E quanto às pessoas na casa dos 40 que perderam o emprego, será difícil recuperarem-no. Estamos a viver experiências traumáticas como sociedade. As pessoas deixam as grandes cidades durante as pragas, essa é uma resposta típica. Estamos a assistir a isso nos Estados Unidos, em muitas cidades europeias, mas as pessoas regressarão, não será uma coisa permanente, tal como o encerramento das fronteiras. A livre circulação de pessoas regressará com o tempo”, acrescenta.

No seu mais recente livro, “A Flecha de Apolo”, publicado em março em Portugal pela editora 20|20, Nicholas Christakis analisa séculos de pandemias que ocorreram na História e contextualiza nelas a covid-19.

“As pandemias respiratórias acontecem a cada 10 ou 20 anos, mas a cada 50 ou 100 anos temos uma grave, como esta. Estamos a passar por um acontecimento que ocorre uma vez por século. Uma praga é isto. Embora seja comum para a nossa espécie, para nós é raro”, analisa.

O título do seu livro sobre a covid-19 refere-se a uma história da mitologia grega em que o deus que trazia a doença, Apolo, furioso com os gregos durante a Guerra de Tróia, lançou sobre eles as suas flechas, dizimando-os durante nove dias e só parando ao décimo dia.

Para Nicholas Christakis, depois do “décimo dia” da pandemia da covid-19, estaremos a viver “num mundo muito diferente, porque teremos deixado a praga para trás”. “É a nossa altura de enfrentarmos esta provação e temos que mostrar do que somos feitos e como conseguimos lidar com ela”, defende.

https://zap.aeiou.pt/nicholas-christakis-covid-pandemia-394111

Jornalista grego especializado em crime foi assassinado a tiro !

Um jornalista grego especializado em assuntos criminais foi esta sexta-feira morto por desconhecidos em frente da sua casa em Alimos, nos subúrbios de Atenas, anunciou fonte policial.


Giorgos Karaïvaz, jornalista da televisão privada grega Star, foi morto a tiro, disse à agência France-Presse fonte do gabinete de imprensa da polícia de Atenas.

A notícia chocou o meio jornalístico grego e vários órgãos de comunicação social interromperam os seus programas. O jornalista, que teria mais de 50 anos, trabalhou em vários media gregos.

Segundo a rádio privada Skai, o jornalista foi atingido por “várias balas quando chegava a casa após uma emissão televisiva”. A mesma fonte acrescenta que foram encontradas 17 cápsulas de balas em frente à sua casa.

“Foi morto numa emboscada mortal“, refere ainda.

Segundo as primeiras informações dos media gregos, duas pessoas numa moto dispararam pelo menos seis balas contra o jornalista, que morreu instantaneamente, após ter sido atingido nas costas, no peito e na cabeça. De acordo com os testemunhos, o passageiro foi quem desceu do veículo e matou a tiro Karaivaz.

A polícia acredita que provavelmente se tratou de uma execução levada a cabo por assassinos a soldo e praticamente afastou o móbil da intimidação ou do ataque a Karaivaz para lançar uma mensagem.

Apesar de ainda não estar concluída a autópsia, os media obtiveram a informação de que a arma usada, uma pistola de 9 milímetros, não tinha sido utilizada antes noutros crimes.

A polícia assegura que a vítima nunca tinha manifestado estar sujeita a ameaças, nem apresentado um pedido de custódia policial.

Giorgos Karaïvaz era casado e tinha um filho, segundo a comunicação social.

O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, pediu, este sábado, ao titular da Proteção Civil, Mijalis Jrisojoidis, que se acelere a investigação sobre o assassínio.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, condenaram a morte do jornalista e pediram à Justiça que investigue urgentemente este crime.

Embora os media privados gregos sejam frequentemente alvo de ataques incendiários ou vandalismo, são raros os assassínios de jornalistas no país.

Em 2010, o jornalista de investigação grego Socratis Giolias foi morto em frente ao seu domicílio num subúrbio de Atenas, num ataque reivindicado por um grupo de extrema-esquerda. Até hoje, a polícia não encontrou os culpados.

https://zap.aeiou.pt/jornalista-grego-especializado-em-crime-assassinado-a-tiro-394128

 

14 polícias mortos em ataque de guerrilhas - EUA anunciam sanções a empresa do Myanmar

Pelo menos 14 polícias perderam a vida este sábado no noroeste do Myanmar (antiga Birmânia) durante um ataque coordenado por várias guerrilhas étnicas, noticiaram meios de comunicação locais.


O ataque, que deixou pelo menos cinco oficiais feridos e dois desaparecidos, aconteceu às primeiras horas do dia no estado de Shan, disse uma testemunha ao portal de notícias Irrawaddy.

Segunda esta fonte, o ataque foi lançado pelos grupos rebeldes Exército Arakan, Exército de Libertação Ta’ang e Exército Nacional da Aliança Democrática, guerrilhas étnicas que em finais de março lançaram um ultimato à junta militar pela repressão das manifestações em rejeição do golpe de Estado de 1 de fevereiro.

Até ao momento, nenhum dos grupos reivindicou a ofensiva.

Estes três grupos armados emitiram previamente um comunicado conjunto, no qual advertiam o Exército birmanês de que se não cessasse as ações violentas e não satisfizesse as exigências da população colaborariam com os dissidentes nos protestos da chamada “Revolução da Primavera”.

Os rebeldes ameaçaram anular o acordo de cessar-fogo se continuar a matança indiscriminada de manifestantes.

Pelo menos 618 pessoas perderam a vida durante a repressão dos protestos exercida pelas forças de segurança, segundo dados obtidos pela Associação para a Assistência de Presos Políticos (AAPP), que adverte que o número pode ser significativamente maior, devido à dificuldade de corroborar os dados.

Na cidade de Bago, a cerca de 70 quilómetros a noroeste de Rangun, as forças de segurança lançaram na sexta-feira artefactos explosivos e causaram um número indeterminado de mortos e feridos.

O Irrawaddy também informa que grupos armados do Exército para a Independência de Kachin e a União Nacional Karen lançaram uma série de ataques contra o regime, em resposta à alegada matança perpetrada pelas autoridades de Bago.

EUA anunciam sanções

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou que congelará todos os ativos e proibirá qualquer transação com a empresa Myanmar Gems Enterprise, que regula a atividade de mineração e comercialização de jade e outras pedras preciosas.

Washington compromete-se a “privar o exército birmanês de fontes de financiamento, principalmente de empresas estatais de Myanmar”, disse Andrea Gacki, supervisor dos programas de sanções dos Estados Unidos.

“Os Estados Unidos continuarão a trabalhar incansavelmente, inclusivamente com parceiros na região e em todo o mundo, para restaurar a democracia e o Estado de Direito em Myanmar, e a responsabilizar aqueles que procuram minar esses valores”, acrescentou.

O Departamento do Tesouro norte-americano disse ainda que as novas sanções “não se dirigem ao povo birmanês”.

Paralelamente, França anunciou no Conselho de Segurança da ONU a realização de uma cimeira de países do sudeste asiático dedicados à situação em Myanmar em 20 de abril.

“Por favor, atuem”, implorou o embaixador birmanês Kyaw Moe Tun durante a reunião pública informal do Conselho de Segurança. O embaixador também pediu ao Conselho de Segurança para que imponha sanções contra a junta militar, incluindo um “embargo de armas”

“O Conselho vai adiar a redação de uma nova declaração ou vai agir para salvar as vidas dos birmaneses?”, questionou a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, na reunião.

Os militares birmaneses justificaram o golpe de Estado com uma alegada fraude nas eleições de novembro, nas quais venceu e revalidou o poder o partido liderado por Aung San Suu Kyi, detida desde o início do motim, com o aval dos observadores internacionais.

https://zap.aeiou.pt/14-policias-mortos-em-ataque-de-guerrilhas-eua-394115

 

UE investiga possível ligação entre tromboses e vacina da Johnson&Johnson nos EUA

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou esta sexta-feira ter iniciado uma investigação sobre casos de coágulos sanguíneos após toma da vacina da Johnson & Johnson/Janssen contra a covid-19, antes de o fármaco estar disponível na União Europeia (UE).


Em comunicado, o regulador europeu informa que o seu Comité de Avaliação dos Riscos em Farmacovigilância (PRAC) iniciou uma revisão “para avaliar relatórios de eventos tromboembólicos […] em pessoas que receberam a vacina Janssen contra a covid-19” nos Estados Unidos.

Autorizada pela EMA a 11 de março passado, esta vacina de dose única ainda não está a ser utilizada em nenhum Estado-membro da UE, mas o regulador europeu espera que isso aconteça “nas próximas semanas”, tendo já começado esta análise com base em casos registados nos Estados Unidos: quatro situações graves de coágulos sanguíneos invulgares, uma das quais fatal.

Segundo a agência europeia, os relatórios apontam para um “sinal de segurança”, não sendo para já claro se existe uma associação causal entre a vacinação com a vacina da Janssen contra a covid-19 e estas situações.

Segundo a Agência Americana de Medicamentos (FDA, na sigla em inglês), até ao momento, não foi estabelecida qualquer ligação de causalidade entre a formação de coágulos sanguíneos e a vacina contra a covid-19 da Johnson & Johnson.

“A FDA está ao corrente de informações nos Estados Unidos sobre eventos tromboembólicos graves, associados a um baixo nível de plaquetas no sangue, que ocorreram em alguns indivíduos depois de receberem a vacina contra a covid-19 da Janssen”, afirmou o regulador norte-americano em comunicado enviado à Agência France Presse, citando o nome da filial europeia da Johnson & Johnson.

“Neste momento, não encontrámos ligação de causalidade com a vacinação e continuamos a acompanhar a evolução destes casos”, acrescentou a instituição. “Manteremos o público informado assim que tivermos mais informação”.

Bruxelas quer mais 1,8 mil milhões de doses

De acordo com a Bloomberg, a Comissão Europeia pretende lançar, muito em breve, um concurso com o objetivo de garantir cerca de 1,8 mil milhões de doses adicionais de vacinas contra a covid-19.

Bruxelas está à procura de um único produtor de vacinas que recorra à tecnologia de mRNA e cujo fármaco seja eficaz contra as diferentes estirpes do novo coronavírus, segundo informa um funcionário da Comissão.

Além disse, o fabricante deverá ter a capacidade de realizar esta produção dentro do bloco europeu, devendo ser capaz de cumprir obrigações mensais previamente contratualizadas.

Segundo a mesma fonte, pretende-se que as doses adicionais provenientes através deste novo contrato, que seriam principalmente doses de reforço e doses destinadas à imunização de crianças, sejam administradas entre 2022 e 2023.

https://zap.aeiou.pt/ema-investiga-possivel-ligacao-entre-tromboses-e-va-394065

 

sábado, 10 de abril de 2021

Comandante da polícia secreta de Hitler em Viena espiou para a Alemanha Ocidental !

Um comandante sénior da polícia secreta de Hitler, responsável pela deportação de dezenas de milhares de judeus, foi protegido pelas autoridades norte-americanas e alemãs após a II Guerra Mundial.


Segundo registos divulgados recentemente, citado pelo The New York Times, no final da guerra, Franz Josef Huber – que também ocupava o posto de general nas SS, a organização paramilitar nazi – liderava uma das maiores secções da Gestapo, que se espalhava pela Áustria e operava no Oriente.

Em Viena, após a tomada do poder pelos nazis, as suas forças colaboraram estreitamente com Adolf Eichmann nas deportações para campos de concentração e extermínio.

Contudo, enquanto Eichmann acabaria por ser executado pelo seu papel na coordenação do assassinato de milhões de judeus, Huber nunca teve de se esconder.

O oficial nazi passou as últimas décadas da sua vida em Munique, a sua cidade natal, com a sua família e não teve de mudar de nome. A explicação para essa imunidade parece estar na sua utilidade durante os conflitos de espionagem da Guerra Fria.

Documentos da inteligência dos Estados Unidos mostram que havia grande interesse em aceder à rede de Huber para recrutar agentes no bloco soviético.

“Embora não estejamos de forma alguma alheios aos perigos de brincar com um general da Gestapo, também acreditamos, com base nas informações que agora temos, que Huber poderia ser utilizado de forma proveitosa para esta organização”, lê-se num memorando da CIA de 1953.

Os registos revelam que os Estados Unidos e a Alemanha fizeram de tudo para ocultar o papel de Huber nos crimes do regime nazi e impedi-lo de ser julgado.

Huber foi preso pelas forças dos Estados Unidos em 1945 e mantido durante mais de dois anos. Contudo, a inteligência militar norte-americana impediu a sua extradição para a Áustria, onde era um criminoso de guerra procurado, e providenciou para que fosse tratado com clemência pelas autoridades da Alemanha Ocidental.

Foi libertado em 1948 com multa e pena suspensa após um processo de “desnazificação”.

Em 1955, Huber ingressou formalmente na Organização Gehlen, o serviço de inteligência da Alemanha Ocidental criado pelos Estados Unidos como contrapeso aos soviéticos. Não é segredo que esta organização estava cheia de ex-nazis: o seu fundador e líder, Reinhard Gehlen, era o ex-chefe da inteligência militar nazi na Frente Oriental.

“O pano de fundo é que, neste momento da Guerra Fria emergente, as pessoas procuravam anticomunistas duros e, infelizmente, muitas vezes encontram-nos em ex-nazis”, disse Bodo Hechelhammer, historiador oficial do serviço de inteligência alemão BND.

A política não se limitou à Alemanha. Nos Estados Unidos, a CIA, o FBI e outras agências de inteligência recrutaram mais de 1.000 ex-nazi como agentes nos anos que se seguiram à guerra, incluindo figuras como Otto von Bolschwing, um assessor sénior de Eichmann.

Huber serviu a organização até 1967.

Questionado como uma possível testemunha pelos investigadores dos Julgamentos de Nuremberg em 1948, Huber afirmou que nada sabia do Holocausto até 1944.

A verdade é que, em 1938, o nazi deu ordens “para prender imediatamente judeus indesejáveis, particularmente com motivações criminais, e transferi-los para o campo de concentração de Dachau”.

Durante o seu tempo como chefe da Gestapo em Viena e no leste da Áustria, mais de 70 mil judeus do país foram assassinados.

https://zap.aeiou.pt/comandante-da-policia-secreta-de-hitler-em-viena-393906

 

Inteligência dos EUA prevê como será o mundo em 2040 - Instavel, conflituoso e “à deriva”

A Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos divulgou um estudo sobre como será o mundo em 2040. A análise alerta para uma volatilidade política e uma crescente competição internacional – ou mesmo conflito.


De acordo com a BBC, o relatório “A More Contested World” é uma tentativa de examinar as principais tendências e descreve uma série de cenários possíveis. É o sétimo relatório deste tipo do Conselho Nacional de Inteligência dos Estados Unidos, que começou a divulgar um a cada quatro anos a partir de 1997.

Esta tentativa aponta para incerteza e instabilidade.

Em primeiro lugar, concentra-se nos fatores-chave que impulsionam a mudança. Um deles é a volatilidade política. “Em muitos países, as pessoas estão pessimistas sobre o futuro e estão cada vez mais desconfiadas dos líderes e instituições que consideram incapazes ou relutantes em lidar com tendências económicas, tecnológicas e demográficas disruptivas”, adverte o relatório.

A análise argumenta que as pessoas estão a gravitar em torno de grupos com ideias semelhantes e a fazer demandas maiores e mais variadas aos governos num momento em que estes estão cada vez mais limitados no que podem fazer.

“Essa incompatibilidade entre as habilidades dos governos e as expetativas do público tende a expandir-se e a levar a mais volatilidade política, incluindo crescente polarização e populismo dentro dos sistemas políticos, ondas de ativismo e movimentos de protesto e, nos casos mais extremos, violência, conflito interno ou mesmo colapso do estado”.

Expecativas não atendidas, alimentadas por redes sociais e tecnologia, podem levar a riscos para a democracia. “Olhando para o futuro, muitas democracias provavelmente serão vulneráveis a mais erosão e até mesmo ao colapso”, adverte o relatório.

O relatório afirma que a atual pandemia é a “perturbação global mais significativa e singular desde a Segunda Guerra Mundial”, que alimentou divisões, acelerou as mudanças existentes e desafiou suposições, inclusive sobre a forma como os governos conseguem lidar com crises.

O último relatório, divulgado em 2017, incluía essa possibilidade, imaginando que “a pandemia global de 2023” reduziria drasticamente as viagens globais para conter a sua propagação.

Os autores reconhecem que não esperavam a covid-19, que dizem ter “abalado suposições antigas sobre resiliência e adaptação e criado novas incertezas sobre a economia, governança, geopolítica e tecnologia”.

As alterações climáticas e as mudanças demográficas também serão impulsionadores principais, assim como a tecnologia, que pode ser prejudicial, mas também capacitar aqueles que a utilizam mais depressa.

Risco de conflito

Internacionalmente, os analistas esperam que a intensidade da competição pela influência global alcance o seu nível mais alto desde a Guerra Fria nas próximas duas décadas.

Organizações não governamentais, incluindo grupos religiosos e as gigantes tecnológicas também podem ter a capacidade de construir redes que competem com – ou até mesmo – contornam os estados.

O risco de conflito pode aumentar, tornando-se mais difícil impedir o uso de novas armas.

O terrorismo jihadista provavelmente continuará ativo, mas há um aviso de que terroristas de extrema direita e esquerda que promovem questões como racismo, ambientalismo e extremismo antigovernamental podem reaparecer na Europa, América Latina e América do Norte.

Os grupos podem usar inteligência artificial para se tornarem mais perigosos ou usar realidade aumentada para criar “campos de treino de terroristas virtuais”.

A competição entre os Estados Unidos e a China está no centro de muitas das diferenças nos cenários – se um deles se torna mais bem-sucedido, se os dois competem igualmente ou dividem o mundo em silos separados.

Democracias mais fortes ou “o mundo à deriva”?

Existem alguns cenários otimistas para 2040: o “o renascimento das democracias”.

Esta previsão envolve os Estados Unidos e os seus aliados a aproveitar a tecnologia e o crescimento económico para lidar com os desafios domésticos e internacionais, enquanto as repressões da China e da Rússia  sufocam a inovação e fortalecem o apelo da democracia.

Porém, nem tudo é positivo. “O cenário do mundo à deriva” imagina as economias de mercado a nunca conseguir recuperar da pandemia, tornando-se internamente profundamente divididas e vivendo num sistema internacional “sem direção, caótico e volátil”, já que as regras e instituições internacionais são ignoradas por países, empresas e outros grupos.

Já o cenário “tragédia e mobilização” imagina um mundo no meio de uma catástrofe global no início de 2030, graças às mudanças climáticas, fome e agitação. Contudo, isso leva a uma nova coligação global, impulsionada em parte por movimentos sociais, para resolver os problemas.

https://zap.aeiou.pt/instabilidade-conflito-e-o-mundo-a-deriva-inteligenci-393869

Covid-19 está a ameaçar as línguas indígenas mais raras do mundo !

A pandemia de covid-19 está a ameaçar algumas das línguas indígenas mais raras do mundo. A doença está a matar os últimos falantes de alguns idiomas.


Para além dos óbvios efeitos da pandemia de covid-19 na saúde e na economia, gradualmente vamos conhecendo outras áreas onde esta doença também pode ter consequências devastadoras. As línguas indígenas são um desses exemplos.

Da Amazónia à Sibéria, a covid-19 está a matar os anciãos tribais que são os últimos a falar algumas das línguas mais raras do mundo, escreve a VICE.

Em novembro do ano passado, morreu Emilio Estrella, possivelmente o único falante idoso de Cacataibo, uma língua indígena ameaçada de extinção na Amazónia peruana. O homem de 90 anos foi vítima da covid-19.

“É muito difícil encontrar alguém como ele, com a amplitude de conhecimento que ele tinha, que pudesse ensinar-me de tudo, desde canções tradicionais a como fazer uma flecha”, disse Roberto Zariquiey, linguista da Pontifícia Universidade Católica do Peru, que passou quase uma década a trabalhar com Estrella para criar um dicionário e um guia de gramática de Cacataibo. “Era como um pai para mim”.

No extremo norte da Rússia, Chukchi, Nenetses e outros grupos indígenas remotos são conhecidos por serem mais suscetíveis à covid-19 por causa da sua marginalização preexistente e problemas de saúde relacionados. Mas a Amazónia parece ser o lugar onde a pandemia atingiu com maior impacto as línguas indígenas.

Enquanto isso, a nova estirpe mais contagiosa do novo coronavírus que se originou na cidade de Manaus, no Brasil, está a espalhar-se em grande parte da América do Sul.

“É realmente assustador. Estas são comunidades que já eram marginalizadas antes da pandemia”, diz Mandana Seyfeddinipur, que chefia o Projeto de Documentação de Línguas em Perigo na Universidade SOAS de Londres. “Estamos a falar de séculos destes povos a desenvolver o seu conhecimento e cosmologia. Estamos a perder a diversidade de maneiras de ver e compreender o mundo”.

https://zap.aeiou.pt/covid-ameacar-linguas-indigenas-393880

 

Durante a peste, o Papa Alexandre VII foi o pioneiro do confinamento e salvou milhares de vidas !

Embora a ciência só tenha descoberto a causa da peste em 1894, no século XVII o Papa Alexandre VII decretou medidas sanitárias que, para muitos especialistas, contribuíram para que a letalidade da doença fosse muito menor na população romana.


De acordo com levantamento realizado pelo historiador italiano Luca Topi, professor da Universidade de Roma La Sapienza, entre 1656 e 1657 a peste matou 55% da população da Sardenha, metade da população de Nápoles e 60% dos que habitavam Génova.

No entanto, em Roma, foram 9,5 mil mortos num universo de 120 mil pessoas – menos de 8%. Calcula-se que a peste tenha dizimado cerca de metade da população europeia, em diversas ondas.

Alexandre VII tinha sido eleito Papa há um ano quando começaram a chegar relatos de mortes pela doença no reino de Nápoles.

Assim que surgiram as primeiras notícias de que a peste teria chegado a Roma, Alexandre VII colocou em alerta a Congregação da Saúde, que havia sido criada devido a um surto anterior.

A 20 de maio, foi promulgado um decreto que suspendia toda a atividade comercial com o reino de Nápoles – já fortemente afetado. Na semana seguinte, as restrições estenderam-se e ficou também proibido o acesso a Roma de qualquer viajante vindo da cidade.

No dia 29, a cidade de Civitavecchia, dentro dos domínios dos Estados Pontifícios, registou a chegada da peste e foi imediatamente colocada em quarentena.

As medidas de contenção tomadas por Alexandre VII

A partir de então, qualquer entrada tinha de ser justificada e registada.

A 15 de junho, Roma teve o primeiro caso: um soldado napolitano que morreu num hospital. Depois do sucedido, as medidas começaram a endurecer cada vez mais, sendo que poucos dias depois, uma lei passou a obrigar a todos infetados a informarem as autoridades do seu estado de saúde.

Assim, um documento papal passou a obrigar todos os padres, e os seus ajudantes, a visitar, a cada três dias, todas as casas das suas paróquias para identificar e registar os doentes.

Na época, esta foi a única forma encontrada de registar os infetados.

Com as notícias de mais mortes a chegar, a primeira ideia foi tentar isolar a região. Na noite do dia 22 para o dia 23 de junho, sob as ordens de três cardeais, vários trabalhadores ergueram um muro de contenção após nove horas de trabalho.

Depois disso, o endurecimento das regras foi gradual até que foi exigido um confinamento completo.

“Foram banidas várias atividades económicas e sociais. Festas, cerimónias públicas, civis e religiosas também foram canceladas”, refere o seminarista Gustavo Catania, filósofo do Mosteiro de São Bento de São Paulo.

Por outro lado, os “mercados foram suspensos e algumas pessoas que moravam na rua foram retiradas, porque podiam ser focos de contágio. A travessia noturna do Rio Tibre também foi proibida”, acrescenta o estudioso.

O Papa também determinou que naquele período ninguém deveria fazer jejum, numa tentativa de que as pessoas não se privassem de alimentos e, assim, se mantivessem mais saudáveis para o caso de serem infetadas.

Todas as pessoas que tinham pelo menos um caso na família estavam proibidas de sair de casa.

Para garantir a assistência, Alexandre VII separou os padres e os médicos em dois grupos: aqueles que teriam contacto com os doentes e os que não teriam, encarregando-se de zelar pelo restante da população.

Perante a nova medida “os médicos foram proibidos de fugir de Roma”, recorda Catania, lembrando que muitos tinham receio de ficar infetados com a peste.

Nos meses de outubro e novembro, quando a incidência da doença foi maior, chegou-se a prever pena de morte para quem não cumprisse as regras.

Vozes críticas

Apesar da gravidade da situação, nem todos acreditavam nas suas consequências.

“O Papa chegou a ser acusado de ter inventado a doença em benefício próprio, para ganhar popularidade”, conta a Mirticeli Medeiros, investigadora de história do catolicismo na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

“Muitas pessoas não queriam que o pontífice adotasse as medidas para não alarmar a população”, complementa. “Até os seus colaboradores mais próximos o aconselharam a não fazê-lo. Temiam que, a partir do momento em que levasse a público a gravidade da situação, a economia passasse a sentir os efeitos”.

A BBC escreve que há relatos de que um médico teria divulgado notícias falsas acerca das reais motivações do confinamento. “Espalhou que essas decisões do Papa escondiam interesses políticos”, diz o historiador Victor Missiato, professor do Colégio Presbiteriano Mackenzie Brasília.

Outro caso foi o do religioso Gregorio Barbarigo. Quando foi eleito, o Papa Alexandre VII nomeou-o prelado da Casa Pontifícia, conselheiro e, em seguida, referendário do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica.

Contudo, o conselheiro acabou por ser uma voz crítica das medidas tomadas. “Questionava as medidas, dizia que estas provocavam mais mortes do que a peste, porque causavam mortes pela fome e pelo medo. Mesmo próximo ao Papa, tinha um olhar crítico”, frisa Araujo.

Quando o surto terminou em agosto de 1657, a celebração foi à altura.

Alexandre VII demonstrou o renascimento da Igreja com monumentos que marcam o Vaticano até hoje, como o conjunto de colunas da Praça de São Pedro, obra do escultor e arquiteto Gian Lorenzo Bernini.

https://zap.aeiou.pt/alexandre-vii-pioneiro-confinamento-393600

 

Coreia do Norte enfrenta ameaça de fome sem precedentes !

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, pediu à população que se prepare para tempos difíceis, comparando a fome atual com a vivida no país na década de 1990, que originou entre centenas de milhares e dois a três milhões de mortos.


O líder norte-coreano já tinha indicado que o país enfrenta a pior situação económica “de sempre” devido à pandemia, às sanções internacionais e desastres naturais. Segundo a BBC, citada pelo Público, o encerramento da fronteira com a China diminuiu 80% do comércio em 2020, após ter caído em 2018 com o alargamento das sanções da ONU.

“Decidi pedir ao Partido dos Trabalhadores que se organize a todos os níveis, incluindo no seu Comité Central, para travar outra ‘marcha árdua’, mais difícil, para aliviar o nosso povo da dificuldade, mesmo que apenas um pouco”, afirmou, numa conferência do partido. “Marcha árdua” é o termo usado pelos norte-coreanos para se referirem à fome dos anos de 1990, que deixou o país dependente de ajuda externa durante anos.

O relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos na Coreia do Norte, Tomás Ojea Quintana, disse num relatório recente que há no país “pessoas a morrer à fome e um aumento do número de crianças e de pessoas mais velhas a pedir nas ruas, com as suas famílias incapazes de as sustentar”.

Outro relatório, de uma investigadora da Human Rights Watch, referiu que “quase não há comida a entrar no país vinda China”, apontando para um maior número de “pedintes” e pessoas a morrer “à fome zona de fronteira”, sem “sabão, pasta de dentes ou pilhas”.

De acordo com o Guardian, alguns peritos dizem que a situação não se vai transformar numa fome generalizada porque a China não o permitirá, tentando evitar assim uma onda  de refugiados.

https://zap.aeiou.pt/marcha-ardua-coreia-do-norte-enfrenta-ameaca-de-fome-sem-precedentes-393913

 

Cerca de 87% das doses de vacinas foram obtidas por países ricos !

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse hoje que a distribuição das vacinas anti-covid-19 no mundo está muito desequilibrada, referindo que 87% das doses de vacinas foram obtidas pelos países mais ricos.


“Cerca de 87% das vacinas [doses já produzidas] foram para os países mais ricos, enquanto muitos países não têm vacinas suficientes para administrar aos trabalhadores de saúde quanto mais à população inteira”, afirmou o responsável numa conferência de imprensa ‘online’ realizada a partir de Genebra.

Para destacar o desequilíbrio, Tedros Adhanom Ghebreyesus sublinhou que, “nos países mais ricos, uma em cada quatro pessoas já foi vacinada, enquanto nos mais pobres a relação é de uma em cada 500”.

Uma situação que o diretor-geral da OMS espera ver alterada nos próximos meses, sobretudo com a ajuda do mecanismo de distribuição equitativa de vacinas Covax.

“A Covax deveria distribuir 100 milhões de vacinas até ao final de maio, mas, devido a problemas que causaram atrasos nas entregas, foram distribuídas até ao final de março 38 milhões de doses”, adiantou o responsável da OMS, acrescentando esperar que seja possível ultrapassar os problemas nos meses de abril e maio.

“Queremos aumentar a produção” de vacinas e “estamos a falar com a Índia e a Coreia do Sul” para perceber como o podem fazer, referiu Tedros Adhanom Ghebreyesus, acrescentando que a OMS também está a negociar com países que têm mais doses de vacinas do que as que precisam para administrar a toda a população para que disponibilizem o excedente.

Também presente na videoconferência, o epidemiologista Seth Berkley, presidente executivo da Aliança das Vacinas (Gavi), adiantou que a vacina de fabrico chinês, a Sinopharm, pode ser incluída no lote distribuído pela Covax “antes de abril”.

“Estamos a analisar todos os produtos – precisamos que tenham eficácia comprovada – porque queremos ter um portefólio bem equilibrado”, afirmou.

“Neste momento temos sete [vacinas disponíveis no mecanismo], queremos ter entre 10 e 15, além de aumentar o volume” de fabrico, sublinhou Seth Berkley, que explicou que a necessidade obriga “a quadruplicar o fabrico” dos fármacos anti-covid-19.

“Precisamos de 12 a 14 mil milhões de doses até ao final do ano” e, por isso, “já estamos a verificar locais onde se possa fabricar mais vacinas, concluiu.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.903.907 mortos no mundo, resultantes de mais de 133,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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Juiz determina que Senado investigue gestão do Governo de Bolsonaro na pandemia !

Um juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro determinou na quinta-feira que o Senado instale uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para esclarecer supostas omissões do Governo, presidido por Jair Bolsonaro, na gestão da pandemia.


O magistrado Luís Roberto Barroso, autor da decisão, aceitou um recurso apresentado por um grupo de senadores, que, desde o início de fevereiro, pedia a criação de uma CPI para investigar as ações do Executivo na gestão da crise de saúde provocada pela covid-19, noticiou esta sexta-feira a agência Lusa.

Desde então, o presidente da Câmara Alta, Rodrigo Pacheco, aliado de Bolsonaro, referiu a possibilidade de instalar a comissão, mas sempre considerou que não era o momento certo. Após a deliberação do STF, reforçou o argumento, mas sublinhou que acatará a decisão – na sua opinião “equivocada” – e que a comissão começará na “próxima semana”.

“Neste momento, em que a gravidade da pandemia exige união”, a comissão “parece-me um ponto fora da curva. Como é que se pretende apurar o passado se não conseguimos definir o presente e o futuro com ações concretas?”, questionou Pacheco.

O Brasil enfrenta atualmente a pior fase da pandemia, com sucessivos recordes de infeções e óbitos associados à covid-19, que já deixa mais de 345 mil mortes no país e cerca de 13,3 milhões de infetados em pouco mais de um ano. Na quinta-feira, o país voltou a ultrapassar o seu máximo diário ao registar 4.249 mortes em 24 horas.

A decisão de Barroso é um novo revés para o Governo de Bolsonaro, que desde o início da pandemia minimizou a gravidade da covid-19, a qual classificou de “gripezinha”, continua a censurar a adoção de medidas de isolamento social e chegou a pôr em dúvida a eficácia das máscaras.

Na sua transmissão semanal no Facebook, na quinta-feira, momentos antes da decisão do STF, Bolsonaro voltou a criticar as medidas de confinamento decretadas por governadores e prefeitos e declarou que “esse clima de pavor que é pregado junto à sociedade não ajuda a salvar vidas”.

“Eu gostaria que aqueles que acham que podem fechar [comércios] sem se preocupar com o desemprego visitem as comunidades, entrem na casa delas, vejam o que tem dentro da geladeira [frigorifico], como sobrevivem, para ver se vamos para o meio termo, pelo menos no que toca a evitar que empregos sejam destruídos”, disse o mandatário, referindo-se, pela primeira vez, a um equilíbrio entre medidas para conter o vírus.

Paralelamente, o Ministério Público Federal investiga desde janeiro a gestão do ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, também por supostas omissões na crise de saúde.

As CPI no Brasil têm competência para convocar as mais diversas autoridades para se manifestarem, inclusive ministros ou militares, e até mesmo para quebrar o sigilo telefónico e bancário dos investigados.

A investigação pode aumentar o desgaste do chefe de Estado, que perdeu dez pontos percentuais de popularidade no último trimestre, quando falta cerca de um ano e meio para as eleições presidenciais, às quais já admitiu recandidatar-se.

Em outra decisão ditada na quinta-feira, o plenário do Supremo infligiu mais uma derrota ao Executivo de Bolsonaro, ao determinar que governadores e prefeitos possam suspender as atividades religiosas presenciais para combater a covid-19.

Deputadas são “pessoas portadoras de vagina”

O deputado federal Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do Presidente brasileiro, referiu-se às mulheres que integram a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) como “pessoas portadoras de vagina”, com uma das deputadas a avançar com uma queixa.

“Parece, mas não é a gaiola das loucas, são só as pessoas portadoras de vagina na CCJ sendo levadas a loucuras pelas verdades ditas pelo deputado Eder Mauro”, escreveu Eduardo Bolsonaro no Twitter.

O filho do Presidente acompanhou a sua mensagem com um vídeo mostrando o congressista Eder Mauro Cardoso, a chamar em voz alta de comunistas algumas deputadas da oposição ao Governo de Bolsonaro e a acusar as parlamentares de “implementarem sexo nas escolas para crianças de cinco e seis anos”.

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Vítimas em massa, agitação social e traumas - Relatório da China acusa EUA de causar desastres humanitários !

A China acusou esta sexta-feira os Estados Unidos de causarem desastres humanitários ao promoverem intervenções militares no exterior, num relatório difundido numa altura de crescente tensão entre as duas maiores potências do mundo.


O relatório, produzido pela Sociedade Chinesa de Estudos dos Direitos Humanos, um organismo sob tutela do Governo chinês, disse que as guerras lançadas pelos Estados Unidos, “sob a bandeira da intervenção humanitária, causaram vítimas em massa, danos a instalações, estagnação da produção, ondas de refugiados, agitação social, crise ecológica, traumas psicológicos e outros problemas sociais complexos”.

“O egoísmo e a hipocrisia dos Estados Unidos também foram totalmente expostos por estas guerras”, disse o relatório, que apresentou uma lista do que chamou de agressões dos Estados Unidos, desde a intervenção na Grécia, em 1947, até à sua oposição ao governo venezuelano, em 2019.

O documento citou os conflitos na península coreana, Vietname, Golfo Pérsico, Kosovo, Afeganistão, Iraque e Síria como as principais guerras dos Estados Unidos.

“As crises humanitárias causadas por ações militares derivam da mentalidade hegemónica dos Estados Unidos”, escreveu a agência noticiosa oficial Xinhua. “Estes desastres poderiam ter sido evitados se os EUA abandonassem o pensamento hegemónico, motivado por interesses próprios”, descreveu.

As relações entre Washington e Pequim permanecem turbulentas apesar da mudança de administração nos Estados Unidos.

As tensões aumentaram durante o mandato do antecessor Donald Trump, que lançou uma guerra comercial e tecnológica contra o país asiático e reforçou os laços com Taiwan, a ilha que Pequim reclama como parte do seu território, apesar de funcionar como uma entidade política soberana.

Embora Joe Biden não tenha tomado nenhuma ação importante, também não deu nenhum sinal de querer reverter a linha dura adotada pelo ex-presidente.

O Congresso norte-americano está também a preparar nova legislação que enfatize a competição com Pequim na diplomacia, comércio e outros campos. A China reagiu com retórica acalorada e proibição de emissão de vistos a autoridades norte-americanas e outras pessoas que considera terem prejudicado os seus interesses por meio de críticas ao seu histórico de Direitos Humanos.

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Dos 50 aos 65 anos - No travão à AstraZeneca, decisões quanto à idade divergem !

Vários países decidiram restringir o uso da vacina AstraZeneca a uma camada mais velha da população, mas as decisões sobre a faixa etária divergem.

A lista de países que decidiram suspender unilateralmente a vacina da AstraZeneca a determinadas faixas etárias não pára de aumentar. No entanto, apesar dos apelos a uma resposta coordenada, os critérios divergem e vão desde os 50 até aos 65 anos.

De acordo com o ECO, pelo menos 14 países decidiram tomar esta posição, 11 dos quais dentro do espaço comunitário. A maioria decidiu apenas aplicar a vacina da AstraZeneca a pessoas com mais de 60 anos: além de Portugal, a Alemanha, Espanha, Estónia, Itália, Holanda, Coreia do Sul e Filipinas.

Há, contudo, países mais cautelosos. Na Finlândia e na Suécia, a vacina da AstraZeneca é administrada apenas a pessoas com mais de 65 anos. Ao mesmo tempo, há países que decidiram suspende a vacina da AstraZeneca em todas as faixas etárias: a Dinamarca, Noruega e a Letónia.

A Austrália recomendou o uso da vacina da Pfizer, em vez da AstraZeneca, para pessoas com menos de 50 anos. Em França, a vacina está suspensa para pessoas maiores de 55 anos, desde 19 de março. Uma decisão também tomada pelo Canadá, cerca de 11 dias depois.

Esta sexta-feira, avança a Reuters, as autoridades de saúde francesas vão anunciar que os cidadãos com menos de 55 anos que já receberam uma dose da vacina da AstraZeneca deverão ser vacinados com uma segunda dose da Pfizer ou da Moderna.

A Bélgica anunciou, esta quinta-feira, que vai parar de vacinar pessoas com menos de 56 anos com a vacina da AstraZeneca. Esta decisão será revista pelos ministros da Saúde regionais e nacional no espaço de quatro semanas.

Para já, o Reino Unido não tomou uma posição definitiva, mas abre a possibilidade de administrar uma vacina alternativa à da AstraZeneca a menores de 30 anos.

Hong Kong anunciou que pediu à AstraZeneca para suspender a sua encomenda da vacina contra a covid-19 por receio de efeitos secundários e preocupações sobre a eficácia contra novas variantes do coronavírus.

A Agência Europeia do Medicamento admitiu que há uma possível relação entre a formação de coágulos sanguíneos e a vacina da AstraZeneca. No entanto, reiterou que os benefícios da vacinação continuam a superar os riscos.

O regulador aconselhou as pessoas que tomaram a vacina a contactar o médico assistente no caso de terem sintomas compatíveis – falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, dor de barriga persistente, sintomas neurológicos (dores de cabeça graves e persistentes ou visão turva) ou pequenos pontos de sangue por baixo da pele no sítio onde foi dada a injeção – com a combinação dos coágulos e baixo nível de plaquetas.

Em causa está uma possível ligação entre a administração da vacina e casos raros de tromboembolismo associado ao baixo teor de plaquetas.

Face a estas conclusões, a presidência portuguesa da União Europeia (UE) decidiu convocar uma reunião de urgência com os ministros da Saúde dos 27 Estados-membros de forma a chegar a uma posição coordenada.

Os 27 não conseguiram acertar agulhas relativamente a critérios comuns, mas comprometeram-se a “continuar a seguir melhor a informação científica disponibilizada pela EMA nos seus pareceres”.

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“Ato de sabotagem.” - Rússia exige à Eslováquia a devolução da Sputnik V !

Um mês depois de terem chegado à Eslováquia, as primeiras 200 mil doses da vacina continuam num armazém e sem autorização de administração. O Fundo de Investimento Direto Russo acusou o país europeu de ter violado o contrato bilateral ao analisar as doses da Sputnik V em laboratórios de controlo de medicamentos não certificados pela UE.


Esta quinta-feira, o Fundo de Investimento Direto Russo (FIDR) acusou a Eslováquia de falhas contratuais e exigiu a devolução das vacinas ao país centro-europeu, que revelou não ter sido capaz de determinar a segurança de um lote da vacina russa.

“O FIDR (…) enviou uma carta em 6 de abril com o pedido de devolução da vacina devido às inúmeras violações do contrato, para que possa ser utilizado em outros países”, lê-se na nota divulgada no Twitter.

Segundo a publicação oficial, a Eslováquia violou o contrato bilateral ao analisar as doses da Sputnik V em laboratórios de controlo de medicamentos não certificados pela União Europeia (UE), noticia a agência EFE.

O organismo russo descreveu este comportamento como “um ato de sabotagem” e pediu ao país para que repita as análises em laboratórios aprovados por Bruxelas.

O FIDR também rejeitou as acusações do regulador eslovaco de que as vacinas fornecidas a Bratislava são diferentes daquelas que foram submetidas a testes clínicos.

“Todos os ensaios da Sputnik V têm qualidade idêntica e são submetidos a um estrito controlo de qualidade no Instituto Gamaleya”, sublinhou. E acusou os eslovacos de lançarem uma campanha de “desinformação” contra a vacina russa.

O regulador de medicamentos da Eslováquia disse que não foi capaz de determinar a segurança de um lote da vacina russa Sputnik V, entregue em março, e expressou dúvidas sobre sua composição.

“Os lotes da vacina [Sputnik V] usados em testes pré-clínicos e estudos clínicos publicados na revista Lancet não têm as mesmas características e propriedades que os importados para a Eslováquia”, destacou o Instituto Nacional de Controle de Medicamentos (SUKL), em declarações à agência AFP.

“Com base apenas em testes laboratoriais, não é possível concluir sobre a eficácia e segurança para humanos” do lote enviado à Eslováquia, acrescentou o instituto.

O regulador europeu já iniciou uma “análise contínua” da Sputnik V para determinar se cumpre os requisitos da União EUropeia em matéria de eficácia, segurança e qualidade.

O Ministério da Saúde do país vai aguardar a conclusão do processo de avaliação do regulador nacional antes de avançar com a administração das primeiras doses da vacina russa.

Na conta oficial da Sputnik V no Twitter, consta um desmentido de que as doses enviadas para o país sejam diferentes. As notícias “baseadas em fontes anónimas” de que as doses da vacina enviadas para a Eslováquia são diferentes da Sputnik V dos testes clínicos “são falsas“, lê-se na publicação.

https://zap.aeiou.pt/russia-eslovaquia-devolucao-sputnik-v-393701

 

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Taiwan ameaça derrubar drones chineses que se aproximem dos seus territórios !

As autoridades de Taiwan ameaçaram derrubar os drones chineses que se aproximarem demasiado dos seus territórios, após terem sido avistados a circular perto da ilha das Pratas, no mar do Sul da China, disse um ministro na quarta-feira, citado pela agência Reuters.

Ao Parlamento, o ministro Lee Chung-wei, responsável pela Guarda Costeira, disse que foram avistados recentemente drones chineses perto da ilha das Pratas, embora não tenham sobrevoado o território.

Caso um drone chinês entre no seu espaço exclusivo, Lee indicou que na Guarda Costeira existem regras em caso de combate: “Depois de entrar [no espaço aéreo taiwanês] as regras serão seguidas. Se for necessário abrir fogo, assim faremos”, afirmou.

A China não reconhece a soberania de Taiwan, mas os navios e aviões chineses não entram na área exclusiva taiwanesa, que tem seis quilómetros desde a costa. A ilha das Pratas está no centro de uma disputa marítima. Nos últimos meses, Taiwan alertou para a presença mais persistente da Força Aérea chinesa perto da ilha.

Desde o início dos protestos pró-democracia em Hong Kong, a ilha das Pratas assumiu maior importância. Em outubro, Hong Kong obrigou um voo civil taiwanês que viajava para a ilha a voltar para trás. As autoridades taiwanesas, por seu lado, intercetaram um barco perto da ilha das Pratas onde viajavam pessoas que fugiam de Hong Kong para Taiwan.

https://zap.aeiou.pt/taiwan-drones-chineses-territorios-393580

 

Dubai quer deportar grupo de mulheres que posaram nuas em varanda !


Esta semana um grupo foi detido pelas autoridades dos Emirados Árabes Unidos após terem posado nuas numa varanda no Dubai. Agora, as mulheres correm o risco de serem deportadas.

As autoridades agiram na sequência de uma publicação no Twitter que mostra as mulheres nuas num apartamento perto da marina.

Na terça-feira, o Governo do Dubai disse que o grupo “infringiu a lei dos Emirados Árabes Unidos”, num comunicado no Twitter, acrescentando que não faria mais comentários.

Segundo o The National, o grupo estava a preparar “um golpe publicitário”, sem adiantar se este estaria relacionado com alguma marca. Fonte policial caracterizou o comportamento das mulheres como “inaceitável” por “não respeitar nem refletir os valores e ética do país”.

Agora, o The Washington Post avança que o Dubai deverá deportar todos os elementos do grupo.

De recordar que os Emirados têm regras restritas sobre o que é que os seus residentes e turistas podem publicar online. Material considerado “obsceno” e que promova a pornografia ou o jogo pode resultar em penas pecuniárias ou prisão efetiva.

Neste sentido, as autoridades do Dubai acusaram o grupo de libertinagem pública e produção de pornografia, embora a sua deportação tenha sido ordenada sem qualquer julgamento formal.

Embora o Dubai deseje atrair turistas e negócios internacionais, o país mantém bastantes leis rígidas que restringem as liberdades sociais e políticas.

O sexo consensual entre pessoas que não eram casadas era ilegal até novembro do ano passado. Em 2017, antes da alteração, uma mulher britânica foi condenada a um ano de prisão por violar a lei.

As mudanças legais que diminuíram o controlo social no ano passado tiveram como objetivo atrair investidores estrangeiros, embora muitas das restrições ainda permaneçam.

https://zap.aeiou.pt/dubai-deportar-mulheres-nuas-393578

 

Criaturas do mar gelatinosas estão a causar o caos nas centrais nucleares da Coreia do Sul !

Salpas marinhas – organismos marinhos gelatinosos que se assemelham a águas-vivas – podem ser pequenas, mas estão a tornar-se uma grande praga para a indústria nuclear da Coreia do Sul.


Com menos de 10 centímetros de altura, os organismos obstruíram os sistemas de água usados ​​para arrefecer os reatores Hanul nº 1 e 2 da Korea Hydro & Nuclear Power Co., forçando-os a fechar esta terça-feira, naquela que é a segunda vez em menos de três semanas.

Os reatores, cada um com capacidade de 950 megawatts, ficaram desligados durante cerca de uma semana no final de março.

De acordo com a Bloomberg, quanto mais tempo ficarem parados, mais caras sairão as paralisações. Se a quantidade de energia perdida na interrupção inicial de oito dias fosse compensada com a geração de gás natural liquefeito, seria necessária uma carga de 60 mil toneladas do combustível superarrefecido, custando cerca de 21,8 milhões de dólares.

A Coreia do Sul tem 24 central nucleares operáveis ​​com uma capacidade combinada de mais de 23 gigawatts.

As salpas marinhas pode ligar-se umas às outras, criando correntes com vários metros de comprimento. Os organismos normalmente aumentam em número em junho, mas isso parece ter acontecido em março deste ano devido a correntes quentes que surgiram antes do que é considerado norma, segundo Yu Ok Hwan, vice-diretor do Instituto Coreano de Ciência e Tecnologia do Oceano.

“Ainda não podemos dizer se o aumento da salpa é devido à mudança climática ou outros fatores”, disse Youn Seok-hyun, cientista do Instituto Nacional de Ciência Pesqueira. “Deve ser considerado um fenómeno temporário a menos que vejamos um aumento contínuo na próxima década.”

O número de salpas do mar tem aumentado gradualmente nos últimos anos, de acordo com Chae Jinho, chefe do Laboratório de Pesquisa e Informação do Meio Marinho. “Dada a tendência atual, é possível que vejamos mais destes paralisações de reatores nos próximos anos”.

A Coreia do Sul não é o único país forçado a interromper a geração nuclear temporariamente depois de a vida marinha ter obstruído os sistemas de arrefecimento de água. Em janeiro, a Electricite de France SA teve de desligar todos os quatro reatores da sua central nuclear Paluel, na costa norte de França, após peixes ficarem presos nos filtros da estação de bombeamento.

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Mais uma noite de violência na Irlanda do Norte !

Manifestantes em Belfast colocaram fogo num autocarro e atacaram a polícia, esta quarta-feira à noite, no quarto dia de violência numa semana na Irlanda do Norte.


Os jovens atacaram a polícia com bombas feitas com gasolina esta quarta-feira à noite, na área protestante de Shankill Road, enquanto outros manifestantes atiravam objetos nas duas direções sobre o “muro da paz”, que separa Shankill Road de uma área nacionalista irlandesa vizinha.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, condenou os distúrbios, e o Governo da Irlanda do Norte, com sede em Belfast, vai realizar esta quinta-feira uma reunião de emergência sobre os distúrbios.

Johnson pediu calma, dizendo que “a maneira de resolver as diferenças é através do diálogo, não da violência ou da criminalidade”.

A primeira-ministra da Irlanda do Norte, Arlene Foster, do Partido Unionista Democrático pró-britânico (unionistas), e a vice-primeira-ministra, Michelle O’Neill, dos nacionalistas do Sinn Fein, condenaram a desordem e os ataques à polícia.

A violência recente, em grande parte em áreas pró-britânicas, aumentou devido a tensões crescentes sobre as regras comerciais pós-Brexit para a Irlanda do Norte e piorou as relações entre os partidos no Governo de Belfast, compartilhado entre católicos e protestantes.

Estas manifestações de violência na quarta-feira à noite seguiram-se aos distúrbios ocorridos durante o fim-de-semana da Páscoa em áreas dentro e ao redor de Belfast e Londonderry, com carros incendiados e ataques contra polícias. As autoridades acusaram grupos paramilitares ilegais de incitar os jovens a causar confusão.

O novo acordo comercial entre Londres e o bloco comunitário impôs controlos aduaneiros e fronteiriços a algumas mercadorias que circulam entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido.

O acordo foi elaborado para evitar controlos entre a Irlanda do Norte e a Irlanda, um membro da UE, uma vez que uma fronteira irlandesa aberta ajudou a sustentar o processo de paz construído pelo Acordo de Sexta-Feira Santa em 1998, que terminou na altura com três décadas de violência que provocaram mais de trêss mil mortes.

Mas os unionistas têm argumentado que estes novos controlos equivalem a uma nova fronteira no mar da Irlanda entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido, defendendo o abandono do acordo.

Os unionistas também estão revoltados com a decisão das autoridades policiais de não processaram os políticos do Sinn Féin que marcaram presença no funeral de um ex-comandante do exército republicano irlandês, em junho passado.

O funeral de Bobby Storey atraiu uma grande multidão, apesar das medidas restritivas aplicadas no âmbito da pandemia e que proibiam grandes aglomerações de pessoas.

Os principais partidos unionistas exigiram a demissão do chefe da polícia da Irlanda do Norte por causa da controvérsia, argumentando que o responsável tinha perdido a confiança da comunidade.

Irlanda pede empenho ativo de Londres no acordo de paz

“O protocolo ajuda-nos a manter a relação norte-sul” na Irlanda, afirmou Thomas Byrne, ministro dos Assuntos Europeus irlandês, em entrevista à agência Lusa, referindo-se à disposição do Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia que mantém o território britânico alinhado com as regras do mercado único.

“Mas precisamos que a Grã-Bretanha se empenhe ativamente na manutenção do Acordo de Sexta-feira Santa, connosco e com a União Europeia”, frisou também o ministro.

Na entrevista, realizada à margem de uma visita a Lisboa, Byrne explicou que o Brexit “causou um enorme problema à ilha da Irlanda” e que foi precisamente “para tentar resolver alguns dos problemas” criados pela saída do Reino Unido da UE que foi negociado o Protocolo, que “contribui muito para garantir a livre circulação de pessoas e de mercadorias na ilha da Irlanda”.

O ministro salienta que “ações unilaterais causam problemas”, o que ficou “demonstrado” com a decisão de Londres de prolongar por seis meses, até 1 de outubro, o período de carência de certos controlos alfandegários nos portos da Irlanda do Norte, para frisar que a Grã-Bretanha “tem de implementar o protocolo”.

“Todos temos de implementar o protocolo, mas os britânicos estão em falta neste aspeto particular”, aponta, sublinhando que a UE iniciou um processo por infração, mas também conversações.

“Quero ver essas conversações prosseguir, porque na Irlanda do Norte os problemas nunca se resolvem através de ações legais, resolvem-se conversando e trabalhando juntos”, insiste.

Thomas Byrne admite que o anúncio pela Comissão Europeia, no final de janeiro, da ativação do artigo 16.º do protocolo, que permite a suspensão daquele capítulo do Acordo de Saída, para travar a chegada de vacinas contra a covid-19 ao Reino Unido via Irlanda do Norte, “foi um erro”, mas sublinha que Bruxelas “reconheceu muito rapidamente que foi um erro”.

“Penso que isso aconteceu porque técnicos fizeram o que tecnicamente era suposto fazerem. Mas não foi feita referência a essa situação particular na Irlanda do Norte, o que infelizmente deu às pessoas, particularmente nas comunidades unionistas mais extremas, uma desculpa para dizer, ‘bem, a Europa não se preocupa connosco, tenta fazer-nos isto’”, considerou.

Pequenas coisas causam problemas. Mas isso resolve-se quando se reconhece que houve um problema, se corrige o problema e as duas partes trabalham para que não volte a acontecer”, insistiu, reiterando o apelo a Londres “para continuar a trabalhar com a UE para resolver o problema de forma pragmática”.

https://zap.aeiou.pt/mais-uma-noite-violencia-irlanda-norte-393502

EpiVacCorona - Segunda vacina russa tem 94% de eficácia !

A EpiVacCorona, segunda vacina russa, “gera anticorpos eficazes em 94% dos casos e protege de doença covid-19 grave”, anunciou o diretor do laboratório que a desenvolveu.


A segunda vacina russa contra a covid-19, a EpiVacCorona, tem uma eficácia de 94% em idosos e confere imunidade durante pelo menos um ano, afirmou esta quarta-feira o diretor do laboratório que a desenvolveu.

Alexandr Semiónov declarou à rádio Vesti FM que “o uso da vacina gera anticorpos eficazes em 94% dos casos e protege de doença covid-19 grave”. A agência russa de defesa dos consumidores, a Rospotrebnadozr, que atua como regulador no setor da saúde, acrescentou que os testes clínicos foram feitos com pessoas com mais de 60 anos.

Semiónov indicou que a vacina “funciona contra todas as variantes conhecidas”, nomeando as que foram descobertas no Reino Unido, na América do Sul e na África do Sul e salientou que a EpiVacCorona pode ser rapidamente modificada para se adequar a novas variantes do SARS-CoV-2 que apareçam.

O responsável apontou que a imunidade dura um ano e que “em teoria poderá durar dois”, ressalvando que não podem confirmar uma previsão oficial porque “ainda passou pouco tempo” e a vacina se encontra na terceira fase dos ensaios clínicos.

A segunda vacina registada na Rússia, depois da Sputnik V, toma-se em duas doses e gera anticorpos 42 dias após a primeira injeção.

O diretor do laboratório Véktor afirmou que durante o mês de abril serão produzidas 1,5 milhões de doses da EpiVacCorona e que em maio e junho o ritmo acelerará para 3 e 5 milhões de doses.

CoronaVac tem 50% de eficácia contra variante brasileira

A vacina chinesa CoronaVac tem 50% de eficácia contra a P.1, a variante brasileira do coronavírus identificada pela primeira vez em Manaus, na capital do estado do Amazonas, segundo um estudo que contou com a participação de mais de 67 mil pessoas.

Segundo informações publicadas nos media brasileiros, a vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e que é aplicada no país no âmbito de uma parceria que envolve o Instituto Butantan, de São Paulo, preveniu infeções por covid-19 entre trabalhadores de saúde de Manaus que terão tido contacto com a variante brasileira (P.1).

O estudo ainda é preliminar, mas Júlio Croda, infecciologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que coordena as análises, frisou que os resultados são encorajadores.

“Eles mostram que a CoronaVac segue sendo efetiva para a nova variante do Brasil [batizada primeiramente como variante de Manaus] e poderá ser usada no mundo todo para preveni-la”, afirmou Croda à Folha de S.Paulo.

Os dados relativos à efetividade do medicamento depois de 14 dias da segunda dose ainda estão a ser recolhidos, e por isso o trabalho prosseguirá nas próximas semanas.

O infecciologista também explicou que a variante brasileira poderá tornar-se predominante em muitos países da América Latina, portanto, os resultados encontrados agora são de extrema importância.

https://zap.aeiou.pt/epivaccorona-94-de-eficacia-393445

 

Putin enviou tropas para a fronteira com a Ucrânia e deixou o ocidente em alerta !

Vladimir Putin enviou milhares de soldados para a fronteira. Os confrontos no leste da Ucrânia, que até agora atraíam pouca atenção internacional, estão a revelar-se perigosos e alertam o ocidente.


Os últimos dias têm sido de enorme tensão entre Moscovo e Kiev, e, entre ameaças e acusações, levantam-se dúvidas quanto às reais intenções de Putin ao enviar milhares de soldados e tanques militares para vários pontos da fronteira da Rússia com a Ucrânia.

Alguns analistas internacionais defendem que está iminente uma intervenção militar no leste ucraniano, outros sugerem que as manobras representam apenas uma demonstração de força do Kremlin.

Enquanto os líderes europeus, os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) manifestam apoio ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e deixam avisos ao Kremlin, em Moscovo há a garantia de que as movimentações militares não constituem ameaça e que uma escalada do conflito apenas depende do Ocidente.

Apesar de um acordo de paz assinado em 2015, com mediação da União Europeia (UE), os dois lados continuam a defrontar-se na fronteira dos territórios disputados.

Perante este contexto, a tensão começou a subir no final de março e no início de abril, com o aumento dos confrontos e do número de vítimas, sendo que pelo menos 23 soldados ucranianos já morreram este ano.

Segundo o New York Times, a morte dos soldados, juntamente com o aumento das forças russas na fronteira, chamou a atenção de altos funcionários americanos na Europa e em Washington.

“A escalada com a mobilização [de tropas] está a criar sérias preocupações de que isto é mais do que uma demonstração de força. Há sinais de que a Rússia pode estar a preparar uma ação significativa”, afirmou Nigel Gould-Davies, antigo embaixador do Reino Unido na Bielorrússia, ao Observador.

Maria Raquel Freire, professora da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), considera que “as movimentações militares russas pretendem uma demonstração de força clara, num contexto onde as relações com o Ocidente permanecem difíceis”.

A especialista acrescenta: “Não podemos excluir uma nova escalada de violência, mas (…) não me parece que os ganhos deste conflito armado superassem as implicações negativas para a Rússia em termos políticos e económicos, e mesmo de segurança”.

Apoio “inabalável”

Nos últimos meses, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem estado mais perto do ocidente, e numa chamada telefónica na semana passada com o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, ouviu a promessa de um apoio “inabalável” dos Estados Unidos à soberania da Ucrânia.

O apoio também surgiu vindo do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que também têm manifestado preocupação com as manobras militares da Rússia junto à fronteira ucraniana.

Esta maior aproximação da Ucrânia ao Ocidente – com quem tem acordos de cooperação, mas não de adesão, seja à NATO ou à UE – coincide com a cada vez mais distante relação entre Zelensky e Putin.

No entanto, apesar de o país não fazer parte da aliança, a NATO já anunciou a realização de exercícios militares conjuntos com a Ucrânia.

A escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia surge também numa altura em que as relações entre o Kremlin e o Ocidente atravessam uma fase muito conturbada, em parte devido ao envenenamento e condenação a pena de prisão do opositor russo Alexei Navalny.

Contudo, uma ofensiva militar russa na Ucrânia teria consequências imprevisíveis, e em último caso poderia levar a uma guerra aberta entre Ocidente e Rússia. Cenário que Maria Raquel Freire considera pouco provável.

https://zap.aeiou.pt/putin-tropas-ucrania-ocidente-393460

 

Agente que sufocou George Floyd usou “força mortífera”, confirma especialista !

O sargento Jody Stiger, da polícia de Los Angeles, ouvido em tribunal como especialista em treino policial, sugere que Derek Chauvin usou “força mortífera” na detenção de George Floyd.


Naquele que foi o oitavo dia do julgamento pela morte de George Floyd, o norte-americano assassinado às mãos da polícia de Minneapolis, em maio de 2020, o sargento Jody Stiger, da polícia de Los Angeles, garante que o agente Derek Chauvin fez uso de “força mortífera” durante a detenção de Floyd.

Stiger foi ouvido pelo júri na qualidade de perito externo em treino policial e uso de força. A pressão que o agente fez sobre o corpo da vítima pode ter causado “asfixia posicional, o que pode levar à morte”, explicou o especialista, citado pelo Expresso.

Os advogados de Chauvin argumentam que o facto de a detenção estar a ser filmada pode ter distraído os polícias de monitorizar a condição de saúde de George Floyd.

“Estavam apenas a filmar, e na sua maioria estavam preocupados com Mr. Floyd”, contra-argumentou Stiger.

Quando é necessário usar força, os agentes devem sempre considerar se o suspeito representa uma ameaça e a gravidade do crime alegadamente cometido. Como Floyd era acusado de ter usado uma nota de 20 euros falsa num pagamento, o especialista entende que o uso de tamanha força foi despropositado.

A defesa de Chauvin alega ainda que as drogas encontradas no sistema de Floyd lhe causaram a morte.

O chefe da polícia da cidade de Minneapolis, Medaria Arradondo, testemunhou esta segunda-feira no julgamento de assassinato de George Floyd e disse que Derek Chauvin violou as regras do Departamento de Polícia e o seu código de ética sobre o respeito à “santidade da vida”.

“Não faz parte do nosso treino e certamente não faz parte da nossa ética e dos nossos valores”, disse Medaria Arradondo, referindo-se a como Chauvin, que é branco, pressionou o seu joelho no pescoço de Floyd, um homem negro de 46 anos, durante mais de nove minutos.

“Discordo veementemente que este foi o uso apropriado da força para aquela situação em 25 de maio”, disse Arradondo, citado pela agência Reuters, acrescentando que os polícias são treinados para tratar as pessoas com dignidade e juraram defender a “santidade da vida”.

https://zap.aeiou.pt/agente-sufocou-floyd-forca-mortifera-393421

 

Depois de uma crise política, Sputnik V envolta em mistério na Eslováquia

O acordo secreto para a compra da Sputnik V fez o Governo de Igor Matovic cair. Agora, e um mês depois de terem chegado ao país, as primeiras 200 mil doses da vacina continuam num armazém e sem autorização de administração. 


A crise política na Eslováquia eclodiu há três semanas, quando foi revelada a existência de um acordo secreto entre Bratislava e Moscovo para a compra de 2 milhões de doses da vacina russa Sputnik V.

A crise levou à demissão de seis ministros, à saída do primeiro-ministro, Igor Matovic, e a uma remodelação do Governo de coligação composto por quatro partidos populistas de direita.

Agora, avança o Público, surgiu um verdadeiro mistério: a imprensa eslovaca reportou que testes feitos às vacinas recebidas em Bratislava concluíram que estas têm uma composição diferente da dos estudos clínicos revistos pela The Lancet.

O instituto eslovaco de controlo farmacológico alegou que, com base na informação disponível, não tem condições de retirar conclusões definitivas quanto à eficácia e segurança da vacina russa.

“No dia 30 de março, esta agência enviou um relatório oficial ao ministério da Saúde, informando não poder chegar a uma conclusão sobre os benefícios e riscos da vacina Sputnik V (…), por causa da quantidade de dados que não foram submetidos pelo produtor, de inconsistências nos formulários das doses e da impossibilidade de uma análise comparativa dos lotes usados em vários estudos e países”, confirmou a agência reguladora.

As notícias apontavam para a deteção de uma “fórmula” diferente daquela que foi oficialmente registada para a realização dos ensaios clínicos da Sputnik V, mas o instituto farmacológico não se pronunciou especificamente sobre este assunto.

O regulador europeu já iniciou uma “análise contínua” da Sputnik V para determinar se cumpre os requisitos da UE em matéria de eficácia, segurança e qualidade.

O Ministério da Saúde do país vai aguardar a conclusão do processo de avaliação do regulador nacional antes de avançar com a administração das primeiras doses da vacina russa.

As autoridades russas ainda não reagiram, mas, na conta oficial da Sputnik V no Twitter, consta um desmentido de que as doses enviadas para o país sejam diferentes.

As notícias “baseadas em fontes anónimas” de que as doses da vacina enviadas para a Eslováquia são diferentes da Sputnik V dos testes clínicos “são falsas“, lê-se na publicação.

https://zap.aeiou.pt/sputnik-v-misterio-na-eslovaquia-393417

 

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