sábado, 28 de agosto de 2021

A Shein já é maior que a Amazon — Mas copia designers portugueses !

É uma das marcas de roupa de venda exclusiva online mais famosas do mundo graças à sua estratégia de comunicação, mas apesar do sucesso a história e as origens da Shein continuam a ser um mistério. Em Portugal, a marca esteve recentemente envolvida numa polémica por acusações de plágio.


Todos as noites antes de de dormir, Anushka Sachan desbloqueia o seu telemóvel e acede a uma aplicação, um gesto que já se tornou um hábito para a jovem de 20 anos a estudar na Universidade de Hong Kong. “Antes de adormecer penso, ‘ok, faz log-in‘”, explica. A aplicação em causa pertence à marca chinesa Shein, que ao longo do último ano e meia se tornou um fenómeno — maior do que já era anteriormente — graças ao Tiktok.

A Shein — que também dispõe de um website tradicional — esteve recentemente nas bocas do mundo depois de ter ultrapassado a Amazon como aplicação mais descarregada nos Estados Unidos da América, mas também por se assemelhar a um culto entre adolescentes, no que respeita a marcas de vestuário.

Há mesmo quem sugira que a Shein está a ultrapassar a Zara ou a H&M, duas gigantes do mundo da street fashion, neste segmento de mercado, já que consegue ter um ritmo de produção mais rápido — a que custo, vamos ver se seguida — interagir digitalmente com os clientes de forma mais eficiente. “Eles estão a fazer com que a fast fashion pareça lenta”, afirmou Erin Schmidt, analista da Coresight Research, uma empresa mundial de consultoria e pesquisa especializada no comércio de retalho e em tecnologia, à CNN. “Eles estão a mudar o paradigma.”

O motivo que leva Anushka Sachan a aceder à aplicação diariamente é simples: sempre que o faz são lhe atribuídos pontos, os quais são posteriormente transformados em descontos, permitindo lhe usufruir de preços ainda mais baixos nas compras que faz. Para além deste sistema, a Shein também premeia os clientes quando estes assistem às suas transmissões em direto nas redes sociais ou quando participam em concursos de construção de indumentárias. Tudo isto torna a aplicação “viciante“, descreve Sachan, que compara a experiência a um videojogo.

Em causa não está um videojogo, mas um jogo pela sobrevivência da marca, que desta forma consegue atrair os utilizadores com mais frequência para as suas plataformas e, assim, fazer delas mais bem sucedidas que as dos rivais — juntamente com outras técnicas que passam por um sistema de produção extremamente rápido, preços incrivelmente baixos e anúncios baseados em dados recolhidos a partir da experiência de cada utilizador.

Parece que todas as técnicas estão a resultar, pelo menos com Sachan. “Quando comecei a usar a Shein parei de comprar na H&M porque estava a encontrar as mesmas coisas mas mais caras”, explica a jovem.

Início promissor e uma pandemia de crescimento

Quando a Shein nasceu, em 2008, foi batizada pelo seu fundador Chris Xu, ZZKKO. As experiências anteriores de Xu no mundo do marketing e dos sistemas de pesquisa otimizados (SEO) foram essenciais para a criação do poderoso algoritmo do site da Shein, de acordo com a Coresight Research.

Inicialmente, a empresa vendia apenas vestidos de noiva, tendo alargado o espetro de produtos mais tarde — uma mudança que trouxe à marca o seu segundo nome, Sheinside. Em 2015, uma nova alteração transformou-a no que é hoje, a Shein, uma designação mais fácil de memorizar e de pesquisar online.

Ao contrário da grande maioria das empresas, a Shein não foi negativamente afetada pela pandemia, já que registou um aumento exponencial das vendas. Em Outubro de 2020, a Shein era uma das maiores empresas destinadas à venda de vestuário com atividade exclusiva no meio online — o que não acontece com a Zara ou a H&M, que têm lojas físicas muitas centenas de países.

A competição direta da Shein vem das britânicas ASOS e Boohoo, que, segundo a CNN, concentram grande parte do poder no que concerne à venda de vestuário online — apesar de não conseguirem sequer aproximar-se da gigante Shein. Na primeira metade deste ano, a aplicação da Shein foi descarregada 81 milhões de vezes em todo o mundo e em maio ultrapassou a Amazon como a aplicação de compras mais instalada nos Estados Unidos da América — por utilizadores de iPhones (App Store) e de smartphones (Google Play) —, de acordo com os dados da App Annie e da Sensor Tower.

Desde então, a Amazon já conseguiu reconquistar o primeiro lugar, apesar de as duas aplicações se manterem próximas nos dois lugares das tabelas. Segundo Erin Schmidt, os últimos meses têm sido, de facto, de crescimento exponencial para Shein e nem tudo se resume a vendas. A fama da marca também tem aumentado consideravelmente, com muita gente a querer conhecer toda a informação possível sobre a sua história.

O que pode causar alguns dissabores. É que apesar do sucesso — é uma das empresas chinesas mais bem cotadas — pouco ou nada se sabe sobre a Shein e a sua forma de funcionamento. Do pouco que é tornado público, é possível afirmar que a empresa chinesa tinha um capital de 15 mil milhões de dólares, segundo o PitchBook. Este verão, esse valor duplicou para 30 mil milhões com as os lucros anuais a chegarem aos 10 mil milhões de dólares, de acordo com a Bloomberg.

No site oficial da Shein não é possível encontrar referências à morada física da empresa que se caracteriza como uma “firma internacional” — também não é descrito qualquer detalhe sobre a sua história. Estas opções levaram alguns a especular que a marca pretende omitir as suas origens chinesas devido a possíveis controvérsias políticas.

“Eles só querem fazer o trabalho deles e este é um assunto com que não querem lidar. Acho que não os podemos culpar por isso“, disse Matthew Brennan, autor de vários artigos sobre tecnologia móvel chinesa, à CNN.

O esconder de jogo não agrada muitas vezes aos consumidores mais informados e conscientes, que já começaram a pedir mais informações sobre os processos de fabrico das peças, assim como a origem dos materiais usados. Para os analistas também é difícil comprovar os números relacionados com as vendas das empresas, pelo que servem-se de outros indicadores para medir o real poder e influência da marca.

Tal como qualquer empresa que deseja ter sucesso nos dias de hoje, muita da estratégia de comunicação da Shein passa pelas redes sociais, através de parcerias com influencers e outras figuras conhecidas, como o caso da cantora Katy Perry ou Nick Jonas, também cantor.

No entanto, o fenómeno mais recente da Shein aconteceu no TikTok, rede social que se tornou especialmente famosa entre adolescentes durante a pandemia graças à proliferação de vídeos em que os utilizadores davam a conhecer as peças de roupa compradas — em alguns casos, num valor equivalente a mil dólares.

https://www.youtube.com/watch?v=7RhWpNDb_d4

Em muitos casos, a Shein uniu-se aos utilizadores mais famosos desta rede social, facultando-lhes o que é frequentemente chamado de ‘código de desconto’, um código que os indivíduos podem inserir no momento de finalizar a compra, de forma a usufruírem de um desconto adicional. No caso de o código ser usado muitas vezes, o influencer com quem a Shein fez parceria também é remunerado pela marca.

Outro campo em que a marca chinesa também se move é na dinamização de eventos, podendo estes acontecer em formato físico e digital. Em setembro de 2021, a marca organizou um evento exclusivamente digital que serviu para apresentar algumas das suas peças, mas também para atrair potenciais clientes. Entre os artistas que dinamizaram o evento estava Ellie Goulding, cantora inglesa já nomeada para os prémios Grammys.

Esta constante transgressão das barreiras físicas e digitais leva Matthew Brennan a afirmar que a Shein está à frente de qualquer outra marca no que respeita à experiência que oferece aos seus clientes. “Eles misturam comunicação com entretenimento na experiência, assim como conteúdo gerado pelos utilizadores e críticas dos clientes.”

Outro fator que diferencia a Shein das restantes empresas, segundo os analistas, é um conceito intitulado “real-time retail“. De acordo com os especialistas, a marca chinesa inventou um algoritmo que consegue passar em revista a internet, incluindo a sua base de dados, para perceber que peças de vestuário estão a ser mais procuradas e como estão os potenciais clientes a reagir aos artigos disponibilizados pelas marcas concorrentes.

A informação que daqui sai é usada pelos designers da marca para desenhar novas criações — que no caso da Shein podem ser mais de 500 por dia — sim, leu bem, 500 peças novas todos os dias. No caso da britânica Boohoo, são disponibilizadas as mesmas mas no espaço de uma semana. A estes números não é certamente alheia a capacidade produtiva da China, o que permite à empresa reduzir o tempo de fabrico das peças consideravelmente — os especialistas sugerem que o tempo de produção de uma peça da Shein pode variar entre três a sete dias, quando a média da Zara é de três semanas.

A Shein também disponibiliza aos seus fornecedores os mesmos dados em que se baseia para produzir as peças, conferindo-lhes um acesso quase imediato a informações como as peças que estão a ser mais frequentemente visionadas e compradas — o que lhes permite iniciar o processo de confeção mais rapidamente. “Eles integraram o sistema nas suas fábricas. Com base no que é tendência, em termos cliques ou vendas, o algoritmo vai à fábrica e comunica ‘começa a encomendar material, começa a produzir'”, explica Schmidt. Desta forma, a empresa eliminou todos os intermediários do processo.

A aposta em cada uma das peças também é feita de forma cuidadosa, já que a marca só produz quantidades pequenas de cada artigo até que a procura mostre que é preciso elevar o stock. “Se a peça em questão esgota, a Shein encomenda uma grande quantidade de unidades dessa mesma peça”, explica a Coresight Reasearch. “Caso um artigo não se venda com a velocidade esperada, a marca vende as unidades que restam e abandona a ideia.”

Este modelo suscita obviamente preocupações relacionadas com o ambiente, à semelhança do que acontece com outras fabricantes de roupa. Enquanto alguns clientes da Shein têm vindo a levantar questões sobre o impacto ambiental, outros destacam os preços demasiado baixos, o que no entender de alguns pode dar a entender que algo de errado se passa no processo de fabrico e nas condições de trabalho dos funcionários responsáveis pela produção das peças.

No caso de Sachan, a jovem japonesa destaca a quantidade de material desperdiçado na produção das peças e o incentivo ao consumismo que é praticado pela marca chinesa.

Apesar do domínio e influência que tem em todo o mundo, há um território onde a presença da Shein não se faz sentir: a China.

Há vários motivos para isto acontecer, a começar pela competição feroz, como é o caso do Alibaba. “Não é lucrativo para eles vender na China. Os artigos que para nós podem parecer baratos para nós não o são no mercado chinês”, explica Schmidt. Como tal, a Shein concentra a sua atividade na Europa, nos Estados Unidos, na Austrália e no Médio Oriente — apesar de a empresa não revelar quais são os seus melhores mercados.

Recentemente, o fenómeno Shein chegou à América Latina, com os downloads da aplicação a aumentarem 988% no Brasil nos 12 meses prévios a junho face ao período homologo anterior. A marca é também um sucesso entre utilizadores indianos, apesar de em 2020 a aplicação ter ficado indisponível, à semelhança de outras dezenas. O seu regresso, consumado este ano, foi encarado com muita expectativas.

O caso português

Como seria expectável, Portugal não fica imune à febre Shein, sendo várias as publicações de figuras públicas patrocinadas pela marca chinesa. Ainda assim, o mais recente episódio a envolvê-la configura um caso de má publicidade difícil de esquecer.

Lara Luís é uma ilustradora portuguesa que se deparou com autênticas réplicas não autorizadas do seu trabalho no site da marca, o que despoletou uma corrente de apoio a Lara e de boicote à Shein.

“Na semana passada, curiosamente, instalei a aplicação da Shein no telemóvel e já tinha itens no carrinho. Sabia que é de origem chinesa e algo suspeita, mas nunca imaginei que fizessem plágio de designs de ilustradores. Muito menos, de um meu“, começou por explicar ao jornal i.

“Felizmente, não cheguei a fazer a encomenda e fui a tempo de boicotar a marca. Imagino que milhares de pessoas caiam na armadilha, não só pelos tamanhos grandes que são disponibilizados como pelos preços reduzidos.” No caso de Lara, a peça em questão é uma t-shirt desenhada pela ilustradora em 2013 com um gato preto e a frase “You work… I watch and judge” — facto que passou despercebido a Lara luís até que uma seguidora a alertar.

“Pensei logo: ‘Isto vai ser uma dor de cabeça’. E depois entendi o quão inalcançável a marca é”, disse, referindo-se à política da marca de não disponibilizar qualquer morada física ou contacto direto que permita, em casos semelhantes, aos autores plagiados entrar em contacto com a marca.

“Já recebi relatos de artistas portugueses — como joalheiros ou designers de moda — que passaram pelo mesmo”, revelou. “Há uma rapariga influencer, proprietária de uma marca de biquínis, que teve um caso destes e andou muito na internet. Ela não conseguiu resolvê-lo porque os designs estavam em várias lojas do AliExpress e acho que ela até comprou uma das réplicas que era de má qualidade em relação ao dela. Houve imensa malta estrangeira a queixar-se também”.

Alguns relatos informaram-na de que o mais longe que a Shein foi em casos semelhantes foi na eliminação dos artigos dos seus sites, algo inútil uma vez que o design em causa estava já presente em inúmeras plataformas semelhantes: eBay, Etsy ou AliExpress. Lara Luis baseou-se na experiência de uma outra designer para resolver o seu problema. “Ele não conseguiu de nenhuma maneira, mas foi atrás de todas as influencers patrocinadas pela Shein e pediu-lhes que falassem com a mesma. E foi esta a única maneira que ele teve, por isso, foi exatamente aquilo que eu fiz”, relata.

Apesar de nenhuma ter conseguido uma resposta, a cópia do seu trabalho foi também apagada. O sucedido fê-la, por incentivo dos seguidores, criar uma nova ilustração com a frase “You work and they copy”, uma forma de “dar uma bofetada de luva branca à marca”, apesar de duvidar que na Shein “estejam preocupados com isto“.

https://zap.aeiou.pt/a-shein-ja-e-maior-que-a-amazon-425311

 

 

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

O novo anúncio da Emirates conta com uma “tripulante” em pé no topo do Burj Khalifa !

A companhia aérea Emirates esmerou-se no seu mais recente anúncio publicitário, “um dos maiores já filmados”.

Poucas pessoas tiveram o privilégio – ou atrevimento – de subir ao topo do edifício mais alto do mundo, localizado na capital dos Emirados Árabes Unidos. Uma “tripulante” de cabine da Emirates passou a fazer parte desse leque, depois de ter gravado um anúncio publicitário na ponta do Burj Khalifa, a 828 metros de altura.

Durante o vídeo, que faz lembrar uma cena do filme Love Actually, e à medida que a câmara se vai afastando, é possível perceber que a tripulante da Emirates, que vai mostrando alguns cartazes, está no topo do edifício. A câmara vai revelando, aos poucos, a vista panorâmica do Dubai.

Depois de receber várias perguntas sobre as filmagens, a Emirates confirmou que a façanha foi concebida sem a ajuda de uma tela verde ou efeitos especiais, com um “planeamento rigoroso” e um “protocolo de segurança estrito”, escreve a Newsweek.

O anúncio foi gravado com uma instrutora profissional de skydiving que funcionou enquanto “duplo” – apesar de haver vários candidatos da própria equipa de tripulantes de cabine da Emirates que se mostraram disponíveis para participar nesta aventura.

No Youtube, a companhia aérea disponibilizou algumas cenas dos bastidores das filmagens.

Toda a segurança foi assegurada, com a “tripulante” presa ao mastro, assim como a outros dois pontos, que por sua vez estavam diretamente ligados ao topo do edifício através de um arnês escondido por baixo do uniforme da Emirates.

O anúncio de 30 segundos tinha como objetivo atrair turistas britânicos ao Dubai, agora que as restrições derivadas da pandemia de covid-19 foram aliviadas. A primeira campanha de TV irá para o ar, precisamente, no Reino Unido.

https://zap.aeiou.pt/emirates-tripulante-topo-burj-khalifa-426155

 

Tratamento experimental da AstraZeneca com eficácia de 77% na prevenção da covid-19 !

Um estudo realizado pela AstraZeneca revela que nenhum dos 5.197 participantes que recebeu o medicamento contraiu covid-19 grave.


A farmacêutica britânica AstraZeneca anunciou, esta sexta-feira, que o tratamento experimental que está a desenvolver para a prevenção da covid-19 reduz em 77% o risco de desenvolver uma forma sintomática da doença em pacientes frágeis.

Em ensaios anteriores, o novo tratamento com anticorpos não se revelou eficaz em pessoas expostas ao vírus, mas os resultados mais recentes demonstram que ao administrar o fármaco antes de haver contacto com o vírus, os resultados são encorajadores.

Em comunicado, a AstraZeneca explica que nestes casos o risco de desenvolver uma forma sintomática da doença provocada pelo SARS-CoV-2 reduz em 77%, não havendo sequer registos de casos graves ou morte.

Os resultados são já da fase 3 dos ensaios clínicos, concebida para avaliar a segurança e eficácia do tratamento, que se realizam em Espanha, França, Bélgica, Reino Unido e Estados Unidos e envolveram 5.197 participantes, 75% dos quais apresentavam comorbidades.

“Com estes resultados formidáveis o AZD7442 (nome de código do tratamento) pode ser uma ferramenta importante do nosso arsenal para ajudar as pessoas que poderiam beneficiar de mais do que uma vacina para recuperar uma vida normal”, afirmou um responsável pelo ensaio e professor da Universidade do Colorado nos Estados Unidos, Myron Levin, citado em comunicado.

No mesmo sentido, a AstraZeneca sublinha a relevância do tratamento, que é administrado por via intramuscular como uma proteção complementar às vacinas.

“Precisamos de outras abordagens para as pessoas que não estão bem protegidas pelas vacinas contra a covid-19”, defendeu Mene Pangalos, um alto responsável na farmacêutica, que adiantou que serão divulgados ainda este ano dados adicionais sobre os ensaios.

A AstraZeneca acrescenta ainda que vai enviar ás autoridades de saúde um dossiê, no sentido de obter a autorização de uso de emergência ou a validação sob determinadas condições do tratamento, cujo desenvolvimento está a ser financiado pelo executivo norte-americano.

https://zap.aeiou.pt/tratamento-astrazeneca-77-prevencao-426176

 

Os talibãs estão “sentados” em depósitos minerais valiosos no valor de um bilião de dólares !

Os talibãs regressaram ao poder de Cabul, desencadeando uma crise humanitária. A ofensiva também evidenciou a riqueza mineral inexplorada do Afeganistão, recursos que poderiam transformar as perspetivas económicas do país.


Apesar de o Afeganistão ser uma das nações mais pobres do mundo, oficiares militares e geólogos norte-americanos revelaram, em 2010, que o país estava “sentado” em depósitos minerais no valor de quase um bilião de dólares.

Minerais como ferro, cobre e ouro estão espalhados pelas províncias de todo o país. Segundo a CNN, existem também minerais raros e – talvez o mais importante – o que poderia ser um dos maiores depósitos de lítio do mundo.

Este mineral poderá desempenhar um papel muito importante no rumo à descarbonização, além de ser um componente essencial, mas escasso, em baterias recarregáveis e outras tecnologias vitais para enfrentar a crise climática.

“O Afeganistão é, certamente, uma das regiões mais ricas em metais preciosos tradicionais, mas também em metais [necessários] para a economia emergente do século XXI”, disse Rod Schoonover, cientista e especialista em segurança e fundador do Ecological Futures Group.

No passado, desafios relacionados com a falta de segurança, de infraestruturas e secas severas impediram a extração da maioria dos minerais valiosos e é improvável que o cenário mude em breve sob o controlo dos talibãs.

Ainda assim, há interesse por parte de países como a China, o Paquistão e a Índia, que podem tentar a sua sorte, apesar do caos.

Mesmo antes de o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter anunciado a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, no início deste ano, as perspetivas económicas do país já eram pouco animadoras.

Em 2020, cerca de 90% dos afegãos viviam abaixo do nível de pobreza determinado pelo Governo norte-americano, vivendo com dois dólares por dia, de acordo com um relatório do Serviço de Pesquisa do Congresso dos Estados Unidos, publicado em junho.

Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.

https://zap.aeiou.pt/talibas-depositos-minerais-valiosos-426136

 

Responsável diplomático britânico sob fogo por não ordenar evacuação de civis que trabalharam nos seus serviços !

Falha de comunicação entre Londres e Cabul impossibilitou a evacuação atempada dos civis afegãos que ao longo das duas últimas décadas colaboraram com as autoridades britânicas no terreno.


O governo britânico está a ser alvo de acérrimas críticas depois de ser tornada pública a informação de que nenhum oficial ordenou a evacuação de cidadãos afegãos que trabalharam nos serviços britânicos em Cabul como tradutores. Segundo noticia a imprensa local, Dominic Raab, secretário para os Assuntos Exteriores estava demasiado ocupado para contactar o seu homólogo afegão, tendo delegado a tarefa a um responsável inferior do executivo de Boris Johnson na última sexta-feira.

O aviso terá chegado a Raab através de conselheiros seniores ao longo da última semana, com estes a sublinhar a urgência da situação e da importância de ser Dominic Raab a assumir a realização da tarefa. De facto, Hanif Atmar, ministro dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão até domingo, terá recusado falar com um governante secundário, de acordo com os relatos da imprensa britânica, que avança que o responsável terá adiado a conversa para o dia seguinte, quando esperava já falar com Raab.

No entanto, o contacto nunca terá acontecido com os talibãs a tomarem Cabul antes do que seria expectável. Agora, Raab — que na altura dos acontecimentos se encontrava de férias na ilha de Creta, na Grécia — enfrente pedidos de demissão por parte da oposição. Os trabalhistas já questionaram Boris Johnson com o objetivo de perceberem se o primeiro-ministro teria falado com Raab enquanto o secretário para os Assuntos Exteriores estava ausente e se este recebeu autorização para abandonar o Reino Unido.

Lisa Nandy, ministra-sombra dos Negócios Estrangeiros para os tories, afirmou que o facto de “o primeiro-ministro e o secretário para os Assuntos Externos estarem de férias durante a maior crise de política externa numa geração é um falhanço de liderança imperdoável”.

Colonel Richard Kemp, antigo comandante das tropas britânicas no Afeganistão, contou à BCC que a atitude de Dominic Raab é demonstrativa da “falta de urgência ministerial” em relação ao conflito que já dura há mais de vinte anos. Segundo o The Times, estão atualmente de férias os principais ocupantes dos cargos nos ministério dos Assuntos Externos, da Administração Interna e da Defesa.

O secretário dos Assuntos Exteriores britânico já se veio defender das críticas, afirmando que no tempo em que esteve fora manteve-se em contacto com responsáveis diplomáticos de outros países e com os restantes ministros britânicos, tendo regressado a Londres “assim que a situação se começou a deteriorar e o exigiu“.

A aparente atitude negligente do responsável britânico pode ter consequências dramáticas, já que os mais recentes relatos provenientes de Cabul revelam que os talibãs redobrado os esforços — com buscas porta a porta — para encontrar cidadãos afegãos que ao longo das últimas décadas colaboraram com as forças da coligação internacional que em 2001 invadiu o Afeganistão que correm, assim, risco de vida.

Para estes, as autoridades britânicas constituíram a Política de Assistência e Relocalização Afegã, no âmbito da qual os cidadãos afegãos incluídos na situação se podem candidatar a pedidos de asilo. De acordo com o ministério da Administração interna britânico, o país recebeu 2 mil afegãos que trabalharam nos seus serviços funcionários e as respetivas famílias. A meta é que o número aumente para 5 mil até ao final do ano.

No entanto, as condições em que as evacuações estão a decorrer, devido à invasão das pistas do aeroporto de Cabul, têm dificultado as operações, com a aterragem e descolagem dos aviões a ter que ser interrompida.

https://zap.aeiou.pt/afeganistao-responsavel-diplomatico-britanico-sob-fogo-por-nao-ordenar-evacuacao-de-civis-que-trabalharam-nos-seus-servicos-426056

 

México construiu um falso templo asteca em vez de restaurar o original !

A réplica da pirâmide foi apresentada ao público num espetáculo noturno, na semana passada. A capital mexicana quis homenagear a “resistência indígena” dos mexicanos ou astecas no 500.º aniversário da conquista.


O Templo Mayor, um centro sagrado asteca, foi encerrado em abril depois de uma tempestade de granizo ter causado o colapso de um telhado metálico no sítio arqueológico. Quase quatro meses depois, ainda não foi reparado e os restos da pirâmide e do museu adjacente permanecem fechados aos visitantes por falta de fundos.

Uma empresa mexicana, a Ocesa, decidiu investir uma boa quantia de dinheiro para construir uma réplica da lendária pirâmide asteca. Segundo a Vice, a construção foi apresentada na semana passada, num espetáculo noturno de luzes néon que iluminaram as falsas paredes de poliestireno da pirâmide.

A iniciativa de se construir uma réplica ostentosa ao lado do sítio sagrado incendiou o Twitter mexicano, que se encheu de memes e críticas.

Não se sabe quanto dinheiro foi gasto na construção da réplica, nem tampouco por que não foi atribuída qualquer quantia para reparar o templo original. Segundo as autoridades da Cidade do México, citadas pela Vice, a Ocesa recebeu um bónus fiscal pela realização do espetáculo de apresentação da réplica.

Os media mexicanos têm noticiado que, desde que tomou posse, o Presidente Andrés Manuel López Obrador cortou o orçamento do Templo Mayor em 75%, o que impediu a continuação dos esforços de escavação.

Além disso, deixou o Instituto Nacional de Antropologia e História do país sem dinheiro para reparar o telhado danificado.

O Presidente do México esteve presente na inauguração da réplica, na praça central Zócalo, naquela que foi uma estranha homenagem ao aniversário da captura da cidade e do último imperador asteca, Cuauhtémoc, pelo exército espanhol de Hernán Cortés e seus aliados, a 13 de agosto de 1521.

A réplica do Templo Mayor vai permanecer na gigantesca praça da capital durante algumas semanas para comemorar o aniversário.

https://zap.aeiou.pt/mexico-construiu-falso-templo-asteca-425707

 

Cientistas vão investigar possível junção da vacina da covid-19 com a da gripe !

Cientistas britânicos vão investigar a possibilidade de combinar as vacinas da gripe e da covid-19 numa só para agilizar futuros programas de imunização, avançou o diretor do Centro de Produção e Inovação de Vacinas de Inglaterra.


O Centro de Produção e Inovação de Vacinas de Inglaterra (VMIC), fundado por várias universidades do Reino Unido e que conta com 215 milhões de libras (cerca de 252 milhões de euros) de financiamento público, foi anunciado pelo Governo em 2018 e a sua construção foi acelerada devido à pandemia, prevendo-se que inicie a sua atividade nos próximos meses.

Combinar as duas vacinas poderia poupar “muito tempo”, disse Matthew Duchards, diretor do VMIC, acrescentando, em declarações ao diário britânico The Telegraph, que seria “muito mais prático” dar apenas uma injeção, pelo que esse será um dos aspetos que cientistas e produtores de vacinas vão estudar.

O diretor do VMIC referiu ainda que o centro biotecnológico, no qual participam a Universidade de Oxford, o Imperial College de Londres e a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, pode produzir cerca de 70 milhões de doses de vacinas em quatro ou cinco meses a partir do momento em que esteja operacional.

Duchards disse que o Reino Unido já tem asseguradas as vacinas necessárias para 2021, pelo que a produção saída do VMIC não será necessária antes do próximo ano.

https://zap.aeiou.pt/possivel-juncao-vacina-covid-19-gripe-425802

 

Em Vermont, “esquilos suicidas” estão a atirar-se para debaixo dos carros !

Em Vermont, nos Estados Unidos, os esquilos estão a atirar-se para debaixo dos automóveis. A causa é o aquecimento global, que está a provocar um aumento da população destes roedores.


“Não há outra forma de o dizer: matei dezenas de esquilos este verão. Talvez centenas.” É desta forma que Kevin Cullen inicia um artigo publicado no The Boston Globe, no qual desabafa sobre a tragédia que tem vivido ultimamente.

“Adoro animais, e nunca faria mal a um de propósito”. Mas, independentemente disso, assume: “Eu sou, tecnicamente falando, um assassino em série de esquilos“.

O jornalista notou, recentemente, que muitos “chipmunks” – uma espécie de roedor próximo do esquilo – tinham morrido numa estrada que costuma percorrer para ir a Vermont. Intrigado com a situação, Cullen quis resolver o mistério dos “esquilos suicidas”, uma vez que, muitos deles, atiraram-se para debaixo das rodas do seu Crosstrek.

“Na semana passada, um desses roedores descuidados parou no meio da estrada e olhou diretamente para mim com os seus adoráveis olhos castanhos enquanto eu passava por cima dele. Para adicionar um insulto à lesão fatal, o condutor atrás de mim deu-lhe uma pancada com sua pickup“, contou.

No artigo, Kevin Cullen diz que havia já vários sinais que indicavam que este ano ia ser recorde para os esquilos. No final do inverno, um amigo atingiu um destes animais enquanto esquiava em Okemo, um sinal de que os roedores tinham saído da hibernação mais cedo do que o habitual.

Bill Killpatrick, biólogo e professor da Universidade de Vermont, explicou que este aumento drástico da população destes pequenos esquilos é visível em New England.

Devido às alterações climáticas e invernos mais amenos, os períodos de hibernação são mais curtos, pelo que o número de ninhadas é maior. Isto faz com que muitos roedores tenham a necessidade de proteger o seu território e perseguir outros esquilos, não hesitando em ir para a estrada para o fazer.

Além de esquilos aflitos, a situação cria também condutores traumatizados, que não sabem se devem acelerar, travar, abrandar ou simplesmente fechar os olhos enquanto sentem as rodas do carro a passar por cima de um pequeno corpo. “Todas estas mortes – e todo este remorso – tem um efeito prejudicial no meu sono”, confessa Kevin Cullen.

https://zap.aeiou.pt/esquilos-suicidas-de-vermont-425475

 

Biden diz que talibãs estão a passar por uma “crise existencial” !

Joe Biden insistiu, esta quinta-feira, na ideia de que a retirada das tropas norte-americanas dos Estados Unidos foi uma decisão “correta”.


O Presidente norte-americano disse também não acreditar que os talibãs tenham mudado e sublinhou o facto de o grupo estar a enfrentar uma “espécie de crise existencial” em relação a querer um reconhecimento como “governo legítimo” e integração na comunidade internacional.

Numa entrevista ao programa Good Morning América, do canal ABC, Biden diz os talibãs continuam focados nas suas crenças, embora “também se preocupem se haverá comida para comer, rendimentos, forma de administrar a economia, e se conseguirão manter unida uma sociedade que dizem amar tanto”.

Diante das críticas de abandono de mulheres e raparigas ao regime fundamentalista, Biden destacou que a ideia de que se pode “defender os direitos das mulheres no mundo com força militar não é racional”. “A maneira de lidar com isso não é com uma invasão militar. É por meio da pressão diplomática da comunidade internacional”, vincou.

Joe Biden deixou claro que o seu objetivo é completar a retirada do país antes de 31 de agosto, mas se isso não for possível, será determinado “naquele momento” quem falta ser retirado e o que os militares devem fazer.

O Presidente disse que mesmo, com os talibãs no poder, vê uma ameaça maior em locais dominados pela Al-Qaida e pelos seus grupos afiliados noutros países, e que já não era “racional” continuar a concentrar o poder militar dos EUA no Afeganistão.

“Devemos concentrar-nos onde a ameaça é maior (…). E a ideia de que podemos continuar a gastar mil milhões de dólares e ter dezenas de milhares de forças norte-americanas no Afeganistão, quando temos o norte de África e a África Ocidental, a ideia de que podemos fazer isso e ignorar esses problemas iminentes, problemas crescentes, não é racional”, sublinhou.

Biden citou a Síria e a África Oriental como lugares onde o grupo extremista autoproclamado Estado Islâmico (EI) representa uma “ameaça significativamente maior” do que no Afeganistão e disse que o EI “sofreu uma metástase”.

Falando da possibilidade de prolongar a presença militar dos Estados Unidos, Biden apenas mencionou a necessidade de retirar os cidadãos norte-americanos e não falou dos afegãos que trabalharam com os militares do seu país nos últimos 20 anos.

Segundo o Presidente, ainda há entre 10 mil e 15 mil norte-americanos no Afeganistão que têm de ser retirados, além de 50 mil a 65 mil afegãos e suas famílias que os Estados Unidos querem tirar do país.

Os talibãs assumiram o controlo de Cabul no último domingo depois dos seus combatentes entrarem na capital sem encontrar resistência, com quase todas as províncias sob seu controlo, e após a fuga do até então Presidente afegão, Ashraf Ghani.

https://zap.aeiou.pt/biden-talibas-crise-existencial-425891

 

Serviços de informação americanos alertaram em julho para o rápido avanço dos talibãs !

No seu discurso, Joe Biden mostrou-se surpreendido pelo rápido avanço dos talibãs. No entanto, documentos confidenciais revelam que os serviços de informação norte-americanos alertaram para esta possibilidade em julho.


Documentos classificados de agências de espionagem norte-americanos revelam que, durante o verão, estas organizações pintaram um quadro sombrio na perspetiva de uma possível tomada talibã no Afeganistão, tendo alertado para o rápido colapso das Forças Armadas afegãs.

Segundo o The New York Times, muitos relatórios da inteligência dos Estados Unidos ficaram mais pessimistas em julho. Questionavam, por exemplo, se as forças de segurança afegãs teriam resistência e se o Governo poderia resistir em Cabul.

O Presidente Biden disse, no dia 8 de julho, que era improvável que o Governo afegão caísse e que não haveria evacuações caóticas de norte-americanos, como aconteceu no fim da Guerra do Vietname. O discurso adotado pelo governante norte-americano entra em contradição com o conteúdo dos documentos classificados, que faziam menção ao agravamento da situação no Afeganistão.

O NYT escreve que os avisos feitos pelos serviços de informação dos EUA “levantam questões sobre a preparação dos funcionários do Governo Biden e a dos responsáveis militares no Afeganistão” para lidar com a “entrada dos talibãs em Cabul, o que inclui falhas na segurança no aeroporto” e acessos, o único local por onde, neste momento, é possível retirar estrangeiros e afegãos do país.

Um relatório de análise histórica, entregue ao Congresso norte-americano, dizia que os talibãs “tinham aprendido com a experiência adquirida na década de 1990”.

“Desta vez, o grupo garantiria primeiro o controlo das fronteiras e das capitais das províncias, áreas do Norte do país, e só depois avançaria para Cabul. Esta previsão mostrou-se correta“, lê-se.

Esta terça-feira, o vice-Presidente deposto afegão, Amrullah Saleh, declarou-se Presidente legítimo do país, devido à fuga do ex-chefe de Estado, e prometeu não se submeter aos talibãs.

O antigo chefe dos espiões do país, inimigo dos islamistas que tomaram o poder, retirou-se para a última região ainda não controlada pelos talibãs: o Vale Panchir, a nordeste da capital.

“Segundo a Constituição afegã, em caso de ausência, fuga, demissão ou morte do Presidente, o primeiro vice-Presidente torna-se o Presidente em exercício. Estou atualmente no meu país e sou o Presidente em exercício legítimo. Apelo a todos os líderes para apoio e consenso”, escreveu na sua conta do Twitter.

“Não vou dececionar os milhões de pessoas que me ouviram. Nunca estarei sob o mesmo teto que os talibãs”, escreveu no domingo, pouco antes de se esconder.

https://zap.aeiou.pt/servicos-informacao-americanos-alertam-425581

 

Apelo desesperado - Mães afegãs atiram bebés sobre arame farpado para os militares britânicos !

No Afeganistão, pais e mães desesperados estão a tentar fazer com que os seus filhos deixem o território a qualquer custo.


As redes sociais estão repletas de vídeos filmados perto do aeroporto de Cabul, no Afeganistão, que mostram crianças a serem levantadas sobre a multidão para chegarem às mãos das tropas britânicas.

Segundo o relato de um militar britânico, citado pela Sky News, algumas mães desesperadas chegam a atirar os bebés por cima de cercas com arame farpado. “Foi terrível: as mulheres atiravam os seus bebés por cima do arame farpado, pedindo aos soldados que os levassem. Alguns ficaram presos no arame”, contou.

Ao The Independent, outro militar do regimento de paraquedas britânico mostrou-se chocado com as imagens. “As mães estavam desesperadas, estavam a ser espancadas pelos talibãs. Gritavam ‘salve o meu bebé‘ e atiravam-nos para nós.”

“Alguns caíram no arame farpado. Foi horrível o que aconteceu. No final da noite não havia nenhum homem entre nós que não estivesse a chorar”, desabafou.

Apesar do desespero de alguns afegãos, o Governo britânico já afirmou que não irá aceitar menores desacompanhados.

Segundo a Vice, o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, pediu que as famílias afegãs não entreguem as suas crianças às tropas britânicas, uma vez que os menores desacompanhados não serão colocados nos voos de repatriamento.

Muitos receiam uma escala da violência nas ruas de Cabul depois de, no domingo, os talibãs terem conquistado a capital, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.

https://zap.aeiou.pt/maes-afegas-atiram-bebes-arame-farpado-425906

 

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Três vulcões entraram em erupção ao mesmo tempo no Alasca !

Três vulcões localizados na Cordilheira das Aleutas, no Alasca, Estados Unidos, entraram em erupção ao mesmo tempo.


Segundo a rede televisiva NBC News, os três vulcões – Pavlof, Great Sitkin e Semisopochnoi –, na Cordilheira das Aleutas, entraram em erupção ao mesmo tempo, na semana passada, e pelo menos dois estão a expelir baixos níveis de cinzas e vapor.

De acordo com o Observatório de Vulcões do Alasca (AVO), as erupções simultâneas não representam, neste momento, uma ameaça para as comunidades vizinhas. De qualquer forma, desde domingo que os três vulcões se encontram num nível de alerta laranja.

Além disso, acrescenta o site Science Alert, o vulcão Monte Cleveland e o complexo vulcânico de Atka também têm mostrado sinais de atividade: aumento de calor e pequenos terramotos, respetivamente. Ambos estão num nível de alerta amarelo.

“O Alasca tem muitos vulcões e normalmente vemos, em média, uma erupção por ano. Ter três erupções de uma só vez é menos comum, mas acontece“, disse à NBC Matthew Loewen, geólogo do AVO, acrescentando que este fenómeno já não acontecia há pelo menos sete anos.

Tal como recorda esta rede televisiva norte-americana, as ilhas vulcânicas que formam o chamado Arco Aleutian fazem parte de uma zona em forma de ferradura ao longo da orla do Oceano Pacífico, onde ocorrem muitos terramotos e erupções vulcânicas.

Esta região, conhecida como “Anel de Fogo do Pacífico”, é muito sísmica e vulcanicamente ativa porque está localizada nos limites de várias placas tectónicas que continuamente colidem e se misturam.

Gringer / wikimedia

Anel de Fogo do Pacífico

Este Anel de Fogo do Pacífico é um arco de linhas de falhas na Bacia do Pacífico com mais de 400 vulcões, dos quais pelo menos 129 continuam ativos. A região, com grande atividade sísmica e vulcânica, regista cerca de sete mil terramotos por ano – na sua grande maioria moderados.

https://zap.aeiou.pt/tres-vulcoes-em-erupcao-no-alasca-425393

 

Haiti atingido por graves cheias depois do terremoto !

Chuvas torrenciais inundaram os hospitais onde os feridos do terremoto de último fim-de-semana recuperavam.


Depois do terremoto de 7,2 na escala de Ritcher, a bonança ainda não chegou. O povo do Haiti parece não ter descanso, desta feita com uma tempestade que assolou a costa sul do país a causar inundações em vários pontos do território. De acordo com o The Guardian, o fenómeno meteorológico veio agravar ainda mais as condições, depois do sismo ter provocado a morte de pelo menos 1941 pessoas.

Segundo os relatos, várias partes das ilhas das Caraíbas ficaram inundadas depois de numa hora chover 50 litros de água por metro quadrado. Em algumas das regiões mais afetadas ainda não há eletricidade, rede e os hospitais também ficaram inundados.

A situação agrava-se ainda mais se considerarmos que os hospitais estão repletos de feridos causados pelo terremoto — que terá feito quase dez mil feridos, muitos deles graves, e destruído 60 mil casas.

O sismo teve um epicentro a 125 quilómetros a oeste da capital, Port-au-Prince, causando a destruição de cidades e deslizamentos de terras, que dificultaram a chegada de socorristas às zonas mais afetadas. Segundo o Observador, o abalo terá danificado escolas, igrejas e complexos empresariais, assim como hospitais.

O Haiti é o país mais pobre do Hemisfério Ocidental e lida atualmente com a pandemia da Covid-19, a violência de gangues, a pobreza e a incerteza política que resultou do assassino de Jovenel Moïsem, presidente do país, a 7 de julho. Recentemente, os dirigentes políticos viram-se obrigados a negociar com os gangues de Martissant de forma a que a passagem de duas colunas humanitárias pela área fosse viável, de acordo com o serviço da organização das Nações Unidas para os Humanitários.

Segundo a diretora executiva da UNICEF, Henrietta Fore, “pouco mais de uma década depois, o Haiti está outra vez a cambalear“, referindo-se ao sismo de 2010 que resultou na morte de dezenas de milhares de pessoas. “Este desastre coincide com a instabilidade política, o aumento da violência dos gangues, alarmantes e elevadas taxas de subnutrição infantil e a pandemia de Covid — para a qual o Haiti só recebeu 500 mil vacinas, apesar de precisar de muitas mais”, explicou.

O país, onde vivem 11 milhões de pessoas, recebeu as primeiras doses de vacinas depois de uma doação dos Estados Unidos da América no mês passado.

https://zap.aeiou.pt/haiti-atingido-por-graves-cheias-depois-do-terremoto-425556

 

Com a vitória dos talibãs no vizinho Afeganistão, a China teme uma ameaça terrorista em Xinjiang !

A vitória dos talibãs no Afeganistão tem alimentado os medos do governo chinês de um possível crescimento do radicalismo islâmico na região fronteiriça de Xinjiang – e pode levar a um aperto nas medidas para os muçulmanos uigures.


Os medos da China em relação ao terrorismo radical islâmico já são conhecidos e foram o argumento usado pelo governo de Xi Jinping para justificar a criação de campos específicos para centenas de milhares da população muçulmana uigur em 2017, na região de Xinjiang, que faz fronteira com o Afeganistão.

A China argumenta que são apenas campos de reeducação e que servem para combater o terrorismo. No entanto, o Ocidente impôs sanções ao país por suspeitas de violações dos direitos humanos, argumentando que o governo chinês está a obrigar os uigures a adoptar a cultura han predominante e que está a deter muçulmanos indiscriminadamente. Os EUA chegaram mesmo a dizer que as políticas são genocidas.

Os uigures falam a sua própria língua, que é parecida com o turco, e têm parecenças culturais e étnicas com os países do centro da Ásia. De acordo com o governo chinês, 12 milhões vivem na região de Xinjiang, cerca de metade da população da região.

Actualmente, a China reconhece os uigures como uma das 55 minorias étnicas no país e como nativos à região de Xinjiang – mas algumas facções nacionalistas da população defendem a criação de um estado independente, uma posição que é oposta firmemente por Pequim, tendo já havido alguns ataques terroristas levados a cabo por separatistas.

Esta situação tem alimentado as suspeitas e os medos das autoridades chinesas, isto depois de em 2002, apenas um ano depois dos Estados Unidos invadirem o Afeganistão, uma especialista em segurança chinesa ter alertado os responsáveis da China para o possível perigo da proximidade dos talibãs, avança o Washington Post.

De acordo com o estudo de Wang Yaning, professora da Academia da Força de Polícia Armada da China, mais de 400 separatistas em Xinjiang tinham sido treinados pelos talibãs para o uso de armas e de explosivos.

China em conversa com os talibãs

Com a tomada do Afeganistão pelo grupo radical, o medo do crescimento do terrorismo em Xinjiang tem aumentado. No entanto, o afastamento das tropas ocidentais dá à China a oportunidade de assumir um papel mais importante no plano internacional e a reunião entre os talibãs e as autoridades chinesas em Julho foi exemplo disso.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, recebeu o grupo islâmico em Tianjin, no norte da China, que descreveu como uma importante força militar e política no Afeganistão, e disse esperar que este desempenhe um papel importante no “processo de paz, reconciliação e reconstrução” do país.

Na reunião, Yi também exigiu que os talibãs cortassem os laços com o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental (ETIM), um grupo separatista que a China tem culpado pelos ataques em Xinjiang. O ministro ofereceu-se inclusivamente a dar ajudas económicas e reconhecimento internacional aos talibãs em troca do corte de relações.

A ameaça de que o Afeganistão se torne um refúgio para os radicais islâmicos “é real”, afirma Haiyun Ma, professor associado da Universidade Frostburg, ao Post. No entanto, é  difícil entender se o perigo parte especificamente de uigures ou de outros grupos islâmicos.

Mas a China deve esperar para saber se os talibãs são de confiança, visto que é perigoso para o grupo lutar “contra o ETIM, porque perderiam a sua legitimidade” enquanto jihadistas, e esta divisão das lealdades pode criar clivagens dentro dos próprios talibãs.

O governo de Xi Jinping tem agora de perceber como lidar com o potencial de maior radicalização e com uma possível crise de refugiados. Recentemente, foram enviadas mais forças de segurança para Xinjiang, o que pode levar a mais contestação do Ocidente.

Já depois da recente tomada do poder pelos talibãs, a China mostrou-se disponível para conversar outra vez. “Os talibã têm expressado a expectativa de desenvolver boas relações com a China e de ver a China a participar na reconstrução e desenvolvimento do Afeganistão. Apreciamos essa vontade. A China respeita a vontade e a escolha do povo afegão”, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Segundo Sean Roberts, professor da Universidade George Washington, a situação no Afeganistão vai ser um teste para a intenção chinesa de não se imiscuir nos assuntos internos de outros países.

Caso o controlo dos talibãs alimente o extremismo na Ásia e comece a afectar os interesses económicos chineses, “será difícil manter a falácia da dicotomia entre envolvimento político e económico”, revela Roberts, ao Washington Post.

https://zap.aeiou.pt/vitoria-talibas-china-teme-ameaca-terrorista-xinjiang-425492

 

Vice-Presidente deposto diz ser Presidente legítimo e promete lutar contra os talibãs !

Os talibãs continuam a tentar dar sinais de uma mudança de mentalidade, no entanto, a população afegã continua cética. Entretanto, o vice-Presidente deposto declarou-se Presidente legítimo do país e prometeu lutar contra o novo regime.


Numa conferência de imprensa a partir de Cabul, esta terça-feira, os talibãs quebraram o silêncio e falaram pela primeira vez desde que assumiram o controlo do Afeganistão.

Zabihullah Mujahid, o seu porta-voz, assegurou que o território não será usado para cometer ataques contra pessoas ou países e, em relação ao futuro das mulheres, adiantou que serão autorizadas a trabalhar e a estudar.

No mesmo dia, e para mostrar precisamente esta mudança de paradigma, um outro porta-voz talibã, Abdulhaq Hemad, sentou-se à mesa com a jornalista Beheshta Arghand, do canal privado Tolo, que o entrevistou em direto.

Mas apesar das promessas, a maioria da população afegã mantém-se cética, devido ao ultraconservadorismo islâmico defendido pelos talibãs nos anos 90, que incluía severas restrições às mulheres e punições como apedrejamentos e amputações públicas.

Além disso, avança o jornal The Guardian, começam a surgir relatos de mulheres e crianças que estão a ser espancadas e chicoteadas em ponto de passagem para sair de Cabul.

Na capital, impera o medo. As montras de lojas que tinham fotografias de mulheres desapareceram e há relatos de mulheres a quem lhes foi negado o transporte público por medo de represálias.

Sobre os relatos de talibãs que têm aparecido em casa de afegãos, o grupo garantiu que há pessoas que se estão a fazer passar por eles, aproveitando para roubar e pilhar, apelando à população que não lhes abra a porta.

Esta terça-feira, o mullah Abdul Ghani Baradar, cofundador e número dois dos talibãs, regressou ao Afeganistão, deixando o Qatar, onde liderava o gabinete político da organização.

Entretanto, o vice-Presidente deposto afegão, Amrullah Saleh, declarou-se Presidente legítimo do país, devido à fuga do ex-chefe de Estado, e prometeu não se submeter aos talibãs.

O antigo chefe dos espiões do país, inimigo dos islamistas que tomaram o poder, retirou-se para a última região ainda não controlada pelos talibãs: o Vale Panchir, a nordeste da capital.

“Segundo a Constituição afegã, em caso de ausência, fuga, demissão ou morte do Presidente, o primeiro vice-Presidente torna-se o Presidente em exercício. Estou atualmente no meu país e sou o Presidente em exercício legítimo. Apelo a todos os líderes para apoio e consenso”, escreveu na sua conta do Twitter.

“Não vou dececionar os milhões de pessoas que me ouviram. Nunca estarei sob o mesmo teto que os talibãs”, escreveu no domingo, pouco antes de se esconder.

No dia seguinte, foram publicadas nas redes sociais imagens de Saleh com Ahmad Massoud, o filho do famoso comandante Ahmed Shah Massoud, assassinado em 2001 pela Al-Qaeda, no Vale do Panchir, à beira do maciço do Hindu Kush. Os dois parecem estar a lançar as bases do que será uma rebelião contra o novo regime, uma vez que homens armados começaram a reagrupar-se em Panchir.

Cimeira do G7 sobre o Afeganistão

Esta terça-feira, o Presidente dos Estados, Joe Biden, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, acordaram realizar, na próxima semana, uma cimeira virtual do G7 sobre o Afeganistão.

No mesmo dia, o Departamento de Estado norte-americano disse que o país está pronto para manter a presença diplomática em Cabul, frisando esperar que os talibãs “cumpram” as suas promessas relativamente aos direitos humanos.

“Se [a situação] for segura, e se for responsável para nós ficarmos mais tempo, podemos olhar para isso”, sublinhou o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, questionado numa conferência de imprensa em Washington.

Price sublinhou que, “se os talibãs disserem que vão respeitar os direitos dos seus cidadãos”, Washington “espera que estejam à altura desse compromisso”.

Na União Europeia, os chefes da diplomacia estiveram reunidos para abordar a situação no Afeganistão, tendo decidido avançar com a retirada de civis e diplomatas (cerca de 400 pessoas) devido à “situação perigosa”.

Outra conclusão da reunião extraordinária é que “é necessário assegurar que a nova situação política criada no Afeganistão não conduza a um movimento migratório em grande escala para a Europa”, disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e ainda que “é preciso dialogar com as autoridades em Cabul, independentemente de quem sejam”.

“Os talibãs ganharam a guerra, por isso temos de falar com eles, de modo a encetar um diálogo tão cedo quanto possível”, afirmou o Alto Representante da UE para a Política Externa.

Ao mesmo tempo, garantiu, a UE estará particularmente “vigilante relativamente às obrigações internacionais” daquelas que são as novas autoridades afegãs.

Por fim, quando questionado sobre se acredita que os talibãs mudaram ao longo dos últimos 20 anos, tal como proclamam, Josep Borrell respondeu que, “aparentemente, parecem os mesmos, mas falam melhor inglês”.

Restos humanos em trem de aterragem de avião C-17

“Para além dos vídeos colocados online e dos relatos de imprensa de pessoas que caíram do avião durante a partida, foram encontrados restos humanos no trem de aterragem do C-17, quando aterrou na Base Aérea de Al Udeid, no Qatar”, disse a porta-voz da Força Aérea dos EUA, Ann Stefanek.

“A investigação será minuciosa para que possamos obter todos os factos sobre este trágico incidente”, acrescentou, em comunicado.

A Força Aérea norte-americana irá rever todos os vídeos que circulam nas redes sociais do avião de transporte C-17, que centenas de pessoas perseguiram, algumas tentando desesperadamente agarrar-se aos flancos ou às rodas. Outro vídeo mostrou a mesma aeronave em voo sobre Cabul e aquilo que parecia serem duas pessoas a cair da mesma.

A porta-voz da Força Aérea dos EUA não adiantou um número total de mortos, nem confirmou relatos de que uma pessoa foi esmagada pelas rodas do avião antes da descolagem.

O C-17 tinha transportado para Cabul equipamento para os reforços militares americanos, enviados para o Afeganistão para assegurarem evacuações civis.

Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.

https://zap.aeiou.pt/vice-deposto-diz-ser-presidente-legitimo-425509

 

Heróstrato queria que o mundo não esquecesse o seu nome e destruiu uma das 7 maravilhas do mundo !

O templo de Artemis, em Éfeso, era considerado uma das sete maravilhas da antiguidade. Mas em 21 de julho de 356 a.C. aconteceu uma catástrofe.


A polis, ou cidade-Estado independente da Grécia antiga, ficava perto da atual cidade portuária de Esmirna, na Turquia. A patrona de Éfeso era Artemis, a deusa da caça, dos animais selvagens, das terras virgens, dos nascimentos, das donzelas e da virgindade.

Segundo o historiador grego Heródoto, o templo havia sido erguido com recursos do rei Creso de Lídia e, segundo o romano Plínio, tinha 127 colunas, 36 das quais finamente talhadas com desenhos em relevo.

No centro daquele que foi um dos maiores templos gregos da História e o primeiro construído quase completamente em mármore, estava a colossal figura de Artemis, feita em madeira enegrecida.

Além dos seus propósitos religiosos, a construção era um íman que atraía turistas, comerciantes e até reis que faziam homenagens oferecendo diversas joias e outros tesouros. Servia também de proteção aos perseguidos, porque ninguém se atreveria a fazer algo que pudesse profanar o templo.

Em 21 de julho de 356 a.C. aconteceu uma catástrofe. Enquanto a deusa Artemis estava ausente do santuário, ajudando no nascimento de Alexandre, o Grande, um homem chamado Heróstrato queimou deliberadamente o templo que havia levado um século para ser construído, segundo o historiador grego Plutarco.

Depois de terem ardido as portas, as escadas, os móveis, o teto e a adorada imagem de Artemis, tudo o que restou do templo foram as colunas arruinadas.

Heróstrato foi preso e confessou que havia incendiado o santuário para que, “através da destruição dessa construção tão bela, o seu nome fosse difundido por todo o mundo“, segundo um relato de Valerio Máximo, autor da coleção Factorum et dictorum memorabilium (“Feitos e ditos memoráveis”).

Além de ter sido torturado e executado, Heróstrato foi castigado com o esquecimento através do que, mais tarde, passou a ser chamado de damnatio memoriae – literalmente “condenação da memória”. Todos os registos da sua existência foram apagados e a mera menção ao seu nome foi proibida sob pena de morte.

Apesar de a medida ter sido acatada, Heróstrato acabou por alcançar o seu objetivo: o historiador contemporâneo Teopompo mencionou o nome do incendiário numa obra escrita naquele mesmo século. Sabemos muito pouco sobre Heróstrato, mas nunca foi esquecido.

Na literatura, vários grandes nomes como Victor Hugo, Anton Tchekhov, Jean-Paul Sarte, Miguel de Unamuno e até Dom Quixote de La Mancha, personagem de Miguel de Cervantes, violaram a “condenação da memória”.

O nome do incendiário também permanece vivo na Ciência. O “complexo de Heróstrato” é um termo utilizado na psiquiatria moderna para pessoas que sofrem de sentimento de inferioridade, mas que desejam sobressair a qualquer custo.

Para alcançar esse fim, recorrem a ações agressivas, como destruir objetos de arte, patrimónios públicos, objetos socialmente úteis e torturam ou matam animais ou pessoas.

https://zap.aeiou.pt/herostrato-destruiu-uma-7-maravilhas-425207

 

O maior “cemitério de aviões” do mundo tem quase 4.000 aeronaves “mortas” !

As companhias aéreas podem colocar os seus aviões reformados em museus de aviação ao ar livre (é o caso do famoso Concorde), mas a maioria das aeronaves acaba em “cemitérios” depois de se reformarem.


Existem alguns “cemitérios” de aviões a pontilhar os desertos do sudoeste dos Estados Unidos, mais o maior do mundo situa-se na Base da Força Aérea Davis-Monthan, em Tucson, no Arizona, e é a casa de milhares de aeronaves reformadas.

O 309th Aerospace Maintenance and Regeneration Group (309th AMARG), vulgarmente conhecido como Boneyard, é a maior instalação de armazenamento e preservação de aviões do mundo.

Segundo o Interesting Engineering, a área, de 10,5 quilómetros quadrados, abriga quase 4.000 aeronaves e 13 veículos aeroespaciais da Força Aérea dos Estados Unidos, Exército, Guarda Costeira, Marinha, Corpo de Fuzileiros Navais e Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA).

Apesar de ser a casa de vários tipos de aviões, o grosso das aeronaves preservadas no Davis-Monthan pertence à aviação militar.

Tucson foi o lugar escolhido, em primeiro lugar, pelas condições climáticas do Arizona. O calor seco e a baixa humidade fazem com que as aeronaves demorem mais tempo a enferrujar e a degradar-se, tornando-as menos suscetíveis à corrosão e facilitando a sua manutenção em condições de trabalho adequadas.

Em segundo lugar, o facto de os desertos oferecerem uma grande quantidade de espaço por um preço acessível.

A geologia do deserto, com o seu solo alcalino, também é suficientemente dura para evitar que as aeronaves se afundem no solo. Os aviões podem, assim, ser estacionados no deserto sem serem necessárias rampas de estacionamento dispendiosas.

Se estiver curioso e quiser visitar as longas filas de aviões no calor do Arizona, está com sorte: o maior “cemitério” de aeronaves do mundo pode ser visitado através de uma excursão de autocarro.

https://zap.aeiou.pt/o-maior-cemiterio-de-avioes-do-mundo-425339

 

Bolsonaro usou dados falsos para afirmar que mortes foram inflacionadas na pandemia !

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Senado brasileiro apurou hoje que o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, usou dados falsos para afirmar que o número de mortos por covid-19 foi inflacionado por governadores e prefeitos.


A comissão parlamentar ouviu o depoimento de Alexandre Marques, funcionário do Tribunal de Contas da União (TCU), que admitiu ser autor de um documento de trabalho que Bolsonaro citou, como se fosse um documento oficial daquele órgão fiscalizador, para afirmar que o país teve pelo menos “50% menos mortes” por covid-19 do que o anunciado pelos dados oficiais.

O Presidente fez essa afirmação em junho passado, quando o país já registava 475 mil mortes pelo novo coronavírus e acusou prefeitos e governadores de “inflar” esses números para receber mais recursos financeiros para enfrentar a crise de saúde.

A informação foi negada na época pelo TCU, mas mesmo assim Jair Bolsonaro insistiu que “documentos” daquele órgão admitiam a possibilidade de que as mortes de covid-19 fossem fraudulentamente exageradas.

O funcionário do TCU especificou perante a comissão que este documento de trabalho era apenas parte de uma discussão preliminar que foi deixada de lado quando se constatou que não houve fraudes no número de mortos, que ao contrário poderiam sofrer “subnotificação” devido à falta de testes em muitas áreas do país.

“Foi uma discussão muito inicial”, explicou Marques, que confessou ter enviado este documento de trabalho ao pai, o coronel Ricardo Silva Marques, que por sua vez enviou ao Presidente brasileiro.

“Meu pai é amigo do Presidente e mandou para ele. Fiquei indignado com isso porque nunca imaginei que ele fosse compartilhar com ninguém”, declarou.

O funcionário do TCU esclareceu ainda que no documento que o Presidente fez circular em alguns grupos de mensagens havia sido acrescentado a logótipo do TCU, que não constava do documento original que havia enviado ao pai.

Segundo Marques, o discurso do Presidente brasileiro com base nesse documento de trabalho” foi “totalmente irresponsável”.

Segundo o senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da pandemia, a inserção da logótipo do TCU “para dar caráter oficial” a esse documento pode significar algo mais sério do que a própria divulgação de informações falsas.

“Podemos estar perante um crime contra a fé pública e um caso de falsificação de documentos”, declarou Rodrigues, apoiado por outros senadores da oposição.

A comissão parlamentar, que investiga ações e possíveis omissões do Governo brasileiro diante da pandemia já apurou negociações irregulares com vacinas e também outros assuntos suspeitos, como a distribuição de medicamentos ineficazes contra o novo coronavírus na rede pública de saúde.

O Brasil registou 569.492 vítimas mortais e 20.378.570 casos de covid-19 desde o começo da pandemia.

A covid-19 provocou pelo menos 4.370.427 mortes em todo o mundo, entre mais de 207,84 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.

Afastamento de dois juízes do Supremo brasileiro

Bolsonaro reafirmou que apresentará ao Senado um pedido de afastamento dos juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que vêm adotando medidas judiciais contra o mandatário.

“Essa semana tenho novidades, dentro das quatro linhas da Constituição, temos novidades pela frente. Vou entrar com pedido de impedimento dos juízes no Senado, colocar lá. O que o Senado vai fazer? Está com o Senado agora, é independência”, disse Bolsonaro em entrevista à rádio Capital Notícia, de Cuiabá.

“Não vou agora tentar cooptar senadores, de uma forma ou de outra, oferecendo uma coisa para eles, etc, para votar o ‘impeachment’ deles”, acrescentou.

No último sábado, Bolsonaro já tinha informado, nas suas redes sociais, que entraria com um pedido de afastamento dos dois magistrados, a quem acusa de violar a Constituição brasileira.

“Todos sabem das consequências, internas e externas, de uma rutura institucional, a qual não provocamos ou desejamos. De há muito, os juízes Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do STF, extrapolam com atos os limites constitucionais. Na próxima semana, levarei ao Presidente do Senado um pedido para que instaure um processo sobre ambos, de acordo com o art. 52.º da Constituição Federal”, escreveu o Presidente no Twitter.

Bolsonaro citou assim o artigo da Constituição que permite ao Congresso abrir juízos políticos de destituição a magistrados.

Jair Bolsonaro é atualmente alvo de cinco processos no Supremo Tribunal Federal e um na Justiça Eleitoral pelos seus ataques ao sistema eleitoral, por divulgar um documento sigiloso, por defender a difusão de mensagens antidemocráticas, por uma suposta ingerência na Polícia Federal e por alegada prevaricação na compra de vacinas contra a covid-19.

“Nós continuamos dentro das quatro linhas da Constituição. Do lado de lá, já saíram das quatro linhas, em alguns momentos já saíram. A gente espera que volte para a normalidade. Ninguém quer uma rutura. Uma rutura tem problemas internos e externos”, avaliou o chefe de Estado durante a entrevista que concedeu hoje.

O Presidente do Brasil reforçou que para o próximo dia 7 de setembro estão previstos, por todo o país, atos em defesa da “democracia, liberdade e contra a interferência de alguns magistrados na seara de outro Poder”.

Bolsonaro não confirmou, porém, se participará nas manifestações.

“Temos de ouvir o povo, a voz do povo que tem que dar o norte para nós. Não podem alguns poucos juízes, algumas poucas autoridades, se tornarem donos do mundo, donos da verdade”, afirmou.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-dados-falsos-mortes-425497

 

Costa do Marfim tem um caso de ébola e um suspeito - Não havia casos desde 1994 !

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, esta terça-feira, que, além do caso confirmado de ébola na Costa do Marfim, foi identificado mais um caso suspeito e outros nove casos de contacto.


Temos um caso confirmado, uma jovem mulher, e há também outro caso suspeito”, disse a porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, durante uma conferência de imprensa em Genebra, na qual anunciou também que “existem atualmente nove casos de contacto identificados”.

O caso da febre hemorrágica de ébola foi detetado em Abidjan, no último sábado, numa jovem guineense de 18 anos, que chegou à Costa do Marfim a 11 de agosto proveniente da cidade guineense de Labe, no norte do país, depois de viajar mais de 1500 quilómetros por estrada.

A doente está atualmente a ser tratada num hospital em Abidjan, a capital económica da Costa do Marfim e uma cidade com quatro milhões de pessoas. O país iniciou, esta segunda-feira, a vacinação contra o vírus do ébola, tendo disponíveis cinco mil doses, sendo prioritários o “pessoal de saúde, familiares próximos da vítima e os seus contactos”.

Na conferência de imprensa, citada pela agência France-Presse, a OMS disse que é “extremamente preocupante” que o caso tenha ocorrido nesta metrópole, dois meses depois de ter sido anunciado que a epidemia de 2021 na Guiné-Conacri tinha terminado.

“Relativamente às primeiras investigações sobre a sequência genética do vírus do ébola que foi identificado em Abidjan, de momento não temos qualquer indicação de que este surto na Costa do Marfim esteja relacionado com o surto de ébola na Guiné-Conacri no início deste ano”, disse Tarik Jasarevic.

O caso é o primeiro na Costa do Marfim desde 1994. A Guiné-Conacri registou recentemente um novo surto de ébola, declarado extinto em junho.

https://zap.aeiou.pt/costa-do-marfim-caso-de-ebola-e-um-suspeito-425536

 

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