Este é já o quarto processo aberto contra Donald Trump por causa da insurreição no Capitólio a 6 de Janeiro e o segundo instaurado por agentes da força policial do edifício.
Sete agentes da força policial do Capitólio dos Estados Unidos abriram um processo contra Donald Trump, o seu conselheiro de longa data Roger Stone e quase 20 membros de milicias armadas de extrema-direita, como os Proud Boys ou os Oath Keepers, avança o New York Times.
Em causa estão acusações de terrorismo, incentivo ao uso da violência e ameaças na insurreição de 6 de Janeiro e de perturbação da transição pacífica de poder. O processo alega que os acusados violaram o Acto Ku Klux Klan, uma lei que inclui protecções contra conspirações violentas que interfiram com o funcionamento normal do Congresso.
“As acções ilegais dos acusados culminaram a 6 de Janeiro com um ataque massivo no Capitólio dos Estados Unidos e com um brutal ataque físico a centenas de agentes das forças policiais. Muitos acusados planearam, ajudaram e activamente participaram nesse ataque. São todos responsáveis”, pode ler-se no processo.
A queixa refere também que os sete agentes foram agredidos, atacados com gás lacrimogénio e insultados com ofensas raciais enquanto defendiam o edifício da multidão de apoiantes de Donald Trump.
Este é já o quarto processo aberto contra o ex-presidente americano depois do ataque ao Capitólio e o segundo por membros da força policial do Capitólio, explica a CNBC. No entanto, este foi o primeiro a argumentar que Trump trabalhou com organizadores políticos e radicais de extrema-direita na promoção das conspirações sobre fraude eleitoral.
Em Fevereiro, a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor processou Trump, o seu advogado Rudy Giuliani, os Proud Boys e os Oath Keepers por terem incitado o motim. Em Março, o representante Democrata Eric Swalwell também processou Trump, Guiliani e o Republicano Mo Brooks por serem “totalmente responsáveis” pela destruição, já que esplharam mentiras sobre a eleição em comícios com apoiantes do então presidente.
No mesmo mês, os agentes Sidney Hemby e James Blassingame culparam Trump pelos ferimentos que sofreram a 6 de Janeiro e exigem uma indemnização de 75 mil dólares.
“Tal como este processo explica, a insurreição de 6 de Janeiro não foi só um ataque a indivíduos, mas um ataque à própria democracia. Foi uma tentativa descarada de tentar ignorar os votos e as vozes de milhões de Americanos”, acusa Damon Hewitt, advogado que está a representar os agentes queixosos, numa nota de imprensa.
Já os polícias argumentam que o seu trabalho é “infinitamente mais perigoso” desde 6 de Janeiro e querem fazer tudo o que podem para “garantir que as pessoas que fizeram isto são responsabilizadas e que mais ninguém pode fazer isto outra vez”.
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