A infiltração de apoiantes do Presidente Jair Bolsonaro nas Polícias Militares do Brasil está a preocupar os governadores estaduais.
Na segunda-feira, 23 governadores reuniram-se para apelar a uma pacificação entre Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF). No encontro, transmitiram a preocupação com a infiltração de apoiantes do Presidente nas Polícias Militares.
Segundo o Público, esta tentativa de harmonia entre o Presidente e o tribunal surge depois de Bolsonaro ter apresentado um pedido de destituição do juiz do STF Alexandre de Moraes. A iniciativa, inédita por parte de um Presidente brasileiro, foi rejeitada por parte do Congresso e de outras instituições.
O diário escreve que os receios concentram-se todos envolta do dia 7 de setembro, data em que se celebra o Dia da Independência e para a qual estão marcadas várias manifestações, contra e a favor de Bolsonaro. Este clima de tensão pode favorecer a violência nas ruas.
No Facebook, Aleksander Lacerda, coronel da Polícia Militar (PM) de São Paulo, apelou à mobilização de apoiantes de Bolsonaro para a manifestação de dia 7 na Avenida Paulista e deixou ataques ao governador do estado, João Doria, e ao STF.
Na segunda-feira, o militar foi afastado por ordem de Doria.
O governador de São Paulo está alarmado com a instrumentalização dos militares da PM e disse haver um “estímulo pelas redes sociais para que militantes do movimento ‘bolsonarista’ utilizem armas e saiam às ruas armados”. Em Brasília, há ameaças de invasão do Congresso e do STF no dia 7.
No mesmo dia do encontro entre os governadores estaduais, Bolsonaro voltou a levantar suspeitas de que o sistema de voto eletrónico em vigor no Brasil é fraudulento, num sinal claro de que não tem intenções de alinhar nos apelos para um desanuviamento.
“O que que é a alma da democracia? É o voto. O povo quer que você, ao votar, tenha a certeza de que o teu voto vai para o João ou para a Maria. Não quer que, num quartinho secreto, meia dúzia de pessoas conte os seus votos”, disse, numa entrevista radiofónica.
Bolsonaro desencadeou uma forte campanha contra as urnas eletrónicas e chegou a acusar membros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de participar num esquema para defraudar as eleições presidenciais de 2022 em favor do ex-Presidente Lula da Silva, que lidera todas as sondagens de intenção de voto para as presidenciais.
As denúncias sem provas feitas por Jair Bolsonaro levaram o TSE a abrir um processo administrativo contra o Presidente e a pedir que seja investigado pelo Supremo Tribunal Federal por supostamente cometer atentados à democracia e divulgar informações falsas.
https://zap.aeiou.pt/apoiantes-bolsonaro-policias-preocupa-426979
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