sexta-feira, 3 de setembro de 2021

França - Fundador da Frente Nacional Jean-Marie Le Pen julgado por incitar ódio racial !

Depois de já ter sido condenado em casos semelhantes no passado, Le Pen está novamente a ser acusado de discurso de ódio depois de ter feito uma referência ao Holocausto numa crítica a um cantor judeu.

Começou ontem o julgamento de Jean-Marie Le Pen, fundador da Frente Nacional e pai de Marine Le Pen, com mais acusações de incitar o ódio racial, desta vez com comentários sobre um cantor judeu, escreve a France Press.

O caso remonta a um vídeo de 2014 no site do partido Reagrupamento Nacional – que na altura se chamava Frente Nacional – onde Le Pen se queixava de artistas que criticaram as suas posições extremistas, incluindo Madonna e Yannick Noah, jogador de ténis que passou a dedicar-se à música.

O actor e cantor Patrick Bruel também não foi poupado, com o político de 93 anos a fazer uma referência sobre o Holocausto, sendo que Bruel é judeu. “Não estou supreendido. Oiçam, da próxima vez faremos uma fornada completa“, afirmou Le Pen.

Jean-Marie defendeu-se das críticas dizendo que os comentários não eram anti-semitas e que só os seus “inimigos políticos ou imbecis” é que podiam interpretá-los dessa forma. Le Pen também não apareceu no julgamento em Paris, com o seu advogado, Frederic Joachim, a argumentar que o case se baseia numa parte de frase “fora de contexto”.

O julgamento foi adiado durante anos devido à imunidade de Le Pen enquanto deputado, cargo que ocupou entre 1984 e 2019. No entanto, os outros legisladores retiraram-lhe a imunidade em 2016.

Os comentários causaram problemas até dentro do seu próprio partido, tendo a filha defendido o pai, dizendo que se tratou de “um erro político”. No entanto, Marine Le Pen afastou o pai da liderança da Frente Nacional em 2015 devido às outras condenações em casos de discurso de ódio, numa tentativa de limpar a imagem do partido.

O escândalo não impediu que Jean-Marie Le Pen continuasse a fazer comentários polémicos e racistas sobre judeus, imigrantes ou muçulmanos, a ser uma presença mediática regular e uma figura importante na direita francesa.

https://zap.aeiou.pt/franca-fundador-da-frente-nacional-jean-marie-le-pen-julgado-por-crimes-de-odio-428951

 

Médicos belgas vão prescrever visitas a museus para combater o stress !

Em Bruxelas, os médicos vão poder prescrever visitas a museus para ajudar a melhorar a saúde mental dos pacientes. A medida faz parte de um ensaio clínico de três meses.


Os médicos do hospital de Brugmann, em Bruxelas, vão poder prescrever visitas a museus aos pacientes, para promover a saúde mental, aliviando os sintomas de burnout e stress agravados pela pandemia de covid-19.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, os resultados do projeto-piloto serão divulgados no próximo ano e, caso seja bem sucedido, a iniciativa será alargada.

Os pacientes vão poder visitar gratuitamente cinco museus públicos da cidade, incluindo os museus com financiamento público na Grand Place e o Museu do Guarda Roupa do Manneken-Pis (a famosa estátua do menino a urinar, símbolo da cidade), escreve o Expresso.

A experiência belga foi inspirada por um projeto iniciado no Quebec, Canadá, em 2018, no qual os médicos podem prescrever até 50 visitas a museus por ano, disse a vereadora da cultura de Bruxelas, Delphine Houba.

“A crise da covid-19 acentuou o stress, o esgotamento e outras patologias que confirmam a relevância de tal projeto”, continuou, em declarações ao jornal belga L’Echo.

https://zap.aeiou.pt/medicos-belgas-visitas-museus-stress-428940

 

Maioria dos países africanos não vai atingir meta de vacinar 10% da população mais vulnerável !

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta quinta-feira que 42 dos 54 países africanos poderão não conseguir vacinar contra a covid-19 os 10% da população mais vulnerável até ao fim de setembro.


“Com menos de um mês pela frente, este objetivo que se aproxima deve concentrar as mentes em África e a nível global. O açambarcamento de vacinas atrasou África e precisamos urgentemente de mais vacinas, mas à medida que mais doses chegam, os países africanos têm de fazer planos precisos para vacinar rapidamente os milhões de pessoas que ainda enfrentam a grave ameaça da covid-19”, disse a diretora-regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, citada num comunicado.

O continente africano recebeu 21 milhões de doses em agosto através do mecanismo Covax, que apoia países em desenvolvimento, um número semelhante ao recebido no total dos quatro meses anteriores.

Com este aumento, a OMS refere que podem ser entregues doses suficientes para satisfazer o objetivo de 10%, mas alerta, no entanto, que 26 países “usaram menos de metade das suas vacinas contra a covid-19”.

“Mais de 143 milhões de doses foram entregues a África, no total, e 39 milhões de pessoas – cerca de 3% da população africana – estão completamente vacinadas. Em comparação, 52% das pessoas estão vacinadas nos Estados Unidos da América e 57% na União Europeia”, acrescenta a agência das Nações Unidas.

A OMS aponta ainda que apenas nove países africanos – como África do Sul, Marrocos e Tunísia – cumpriram, até agora, a meta de vacinação dos 10% mais vulneráveis.

A desigualdade é perturbadora. Apenas 2% das cinco mil milhões de doses dadas globalmente foram administradas em África, mas o recente aumento do envio de vacinas e os compromissos mostram que uma distribuição mais justa e mais global das vacinas é possível”, sublinhou Moeti.

De acordo com os dados mais recentes do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana, o continente conta mais de 7,81 milhões de casos desde o início da pandemia, incluindo mais de 197 mil mortes.

Na semana passada, a OMS defendeu que o facto de os países mais pobres estarem atrasados na vacinação favorece “o aparecimento de novas variantes que podem ser mais potentes do que a Delta”.

É tecnicamente errado e errado do ponto de vista moral“, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na videoconferência de imprensa regular da organização sobre a evolução da pandemia de covid-19.

https://zap.aeiou.pt/oms-paises-africanos-nao-vao-vacinar-10-428998

 

Impurezas em vacina da Moderna no Japão são partículas de aço inoxidável !

As impurezas detetadas no Japão num lote da vacina da Moderna contra a covid-19 são partículas de aço inoxidável, mas não representam “risco excessivo para a segurança” das pessoas, indicou esta quarta-feira a empresa biotecnológica norte-americana.


Há cerca de uma semana, o Japão suspendeu a utilização de três lotes da mesma série da vacina contra a covid-19 da Moderna, o equivalente a 1,63 milhões de doses, após relatos de centros de vacinação da presença de impurezas em frascos por abrir de um dos lotes, noticiou a agência Lusa.

Em comunicado, o fabricante norte-americano da vacina adiantou que as doses dos três lotes serão recolhidas e inutilizadas a partir de quinta-feira. Análises feitas pela empresa a um dos lotes revelaram a presença de partículas de aço inoxidável.

A Moderna assegurou, em comunicado, que “a presença rara de partículas de aço inoxidável na vacina não representa risco excessivo para a segurança” das pessoas, frisando que este metal é muito utilizado na indústria alimentar e em válvulas cardíacas.

“Partículas metálicas injetadas num músculo poderão provocar uma reação local [no sítio da injeção], mas não deverão ‘a priori’ provocar outras reações adversas”, sustentou a Moderna, que assina o comunicado com a empresa farmacêutica Takeda, que distribui a vacina no Japão, assinalando que “não se espera que a injeção das partículas identificadas resultem num risco médico acrescido”.

O incidente teve origem numa linha de produção de uma empresa farmacêutica contratada em Espanha pela Moderna, a Rovi, que produz a vacina contra a covid-19 do fabricante americano para mercados fora dos Estados Unidos.

O comunicado da Moderna, citado pelas agências noticiosas internacionais, não esclareceu se este lote é o mesmo das doses dadas a dois homens que em agosto morreram no Japão após a toma da segunda dose da vacina. As vítimas, de 30 e 38 anos, que tiveram febre depois de receberem a vacina, não tinham problemas de saúde nem histórico de alergias.

https://zap.aeiou.pt/impurezas-vacina-moderna-japao-aco-inoxidavel-428833

 

China alerta EUA que más relações podem afetar cooperação no âmbito do clima !

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, alertou esta quinta-feira o enviado para os assuntos climáticos norte-americano, John Kerry, que a deterioração das relações entre os dois países pode prejudicar a cooperação no âmbito do clima.


Wang disse a Kerry que a cooperação neste âmbito não pode ser separada da relação mais ampla e pediu aos Estados Unidos (EUA) que tomem medidas para melhorar os laços bilaterais, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, citado pela agência Lusa.

Kerry, que está na cidade chinesa de Tianjin para abordar a questão do clima com os seus homólogos chineses, disse que os EUA estão comprometidos em cooperar com o resto do mundo sobre o clima e encorajou a China a tomar mais medidas para reduzir as emissões, de acordo com uma nota do Departamento de Estado norte-americano.

O ex-secretário de Estado disse também que a China “desempenha um papel extremamente crítico” no combate às alterações climáticas, de acordo com um breve vídeo difundido pela CGTN, o braço internacional da emissora estatal CCTV. A China é o maior emissor mundial de gases com efeito estufa, seguida pelos EUA.

As relações entre Washington e Pequim deterioraram-se, nos últimos anos, marcadas por disputas no comércio, tecnologia ou direitos humanos. Ambos os lados identificaram a crise do clima, no entanto, como uma área de possível cooperação.

“China e EUA têm diferenças em alguns assuntos, mas compartilhamos interesses comuns numa série de áreas, como nas alterações climáticas”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Wang Wenbin, em conferência de imprensa.

“Ambos os lados devem manter o diálogo e a comunicação, com base no respeito mútuo, e realizar uma cooperação mutuamente benéfica”, defendeu Wang.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry

A China continua a obter cerca de 60% do fornecimento de energia através da queima de carvão. O país planeia construir mais fábricas a carvão, mas mantém o compromisso de reduzir o uso do combustível fóssil.

Pequim apontou as emissões históricas dos EUA para resistir a medidas mais drásticas, enquanto faz avanços na energia solar e outras fontes de energia renovável.

A China estabeleceu como meta gerar 20% do consumo total de energia do país a partir de fontes renováveis, até 2025, tornando-se neutra na emissão de carbono até 2060.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou como meta reduzir até 52% as emissões de gases com efeito de estufa dos EUA até 2030 – o dobro da meta estabelecida pelo presidente Barack Obama, no acordo para o clima de 2015, durante a cimeira de Paris. A meta de 2030 coloca os EUA no topo da lista de países nas ambições para o clima.

Kerry pediu maiores esforços para conter o aumento das temperaturas a não mais que 1,5 grau Celsius, em relação aos níveis pré-industriais. Instou a China a juntar-se aos EUA no corte urgente das emissões de carbono.

O responsável esteve também no Japão, na terça-feira, para discutir questões climáticas com as autoridades japonesas, antes de seguir para a China.

Os esforços globais de descarbonização vão ser discutidos durante uma conferência da ONU a ser realizada em Glasgow, na Escócia, no final de novembro, conhecida como COP26.

https://zap.aeiou.pt/china-eua-relacoes-cooperacao-clima-428859

 

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

“Evento climático histórico” - Nova Iorque declara estado de emergência devido a inundações !

O estado de Nova Iorque declarou esta quinta-feira o estado de emergência após a região nordeste dos Estados Unidos ter registado fortes ventos e chuvas ainda associadas ao furacão Ida que causaram inundações significativas.

Na cidade de Nova Iorque, praticamente todas as linhas do metropolitano foram suspensas.

“Estamos a viver um evento climático histórico com chuvas recorde em toda a cidade, inundações brutais e condições de estrada perigosas”, afirmou o autarca de Nova Iorque, Bill de Blasio, em declarações aos media.

Tanto de Blasio como a governadora do Estado de Nova Iorque, Kathy Hochul, observaram que as fortes chuvas deixaram a região numa “situação terrível”.

Tomámos todas as precauções necessárias e mobilizámos os nossos recursos para que fossem preparados no terreno, mas a mãe natureza faz o que quiser, e esta noite ela ficou muito zangada”, disse Hochul à CNN.

De Blasio chegou ao ponto de proibir o tráfego rodoviário em Nova Iorque até às 5 horas, após o Serviço de Meteorologia Nacional em Nova Iorque ter indicado ter recebido “muitas informações de salvamentos e motoristas presos pela água“.

Os aeroportos LaGuardia e JFK de Nova Iorque tiveram de cancelar vários voos e o Aeroporto Internacional Newark Liberty de Nova Jersey suspendeu todas as atividades, mas espera-se que os serviços mínimos retomem rapidamente.

Por sua vez, o Serviço Meteorológico Nacional referiu que quarta-feira foi a primeira vez que se emitiu uma “emergência de inundação repentina” para a cidade. Este termo, diferente de um aviso de cheias, é usado em situações extremamente raras e que representam uma grave ameaça à vida humana.

De acordo com o CNBC, há pelo menos um morto a registar em Nova Iorque.

O governador do estado vizinho de Nova Jersey, Phil Murphy, também declarou o estado de emergência, enquanto o Aeroporto Internacional de Newark cancelou todos os voos e o serviço ferroviário da região suspendeu quase todos os serviços.

https://zap.aeiou.pt/nova-iorque-estado-emergencia-428808

 

Novo quartel militar no Texas é o maior edifício impresso em 3D da América do Norte !

É no Texas que se situa o novo quartel militar impresso em 3D. O edíficio é o maior deste tipo na América do Norte e irá abrigar 72 estagiários.

Nos últimos anos a impressão 3D tem captado cada vez mais adeptos, que usam a técnica para a construção de infraestruturas.

Casas, escolas, pontes e implantes já foram elaborados através deste processo, mas agora foi a vez das Forças Armadas do Texas abrigarem a maior estrutura impressa em 3D da América do Norte.

Projetado pela Logan Architecture, o quartel foi construído através do uso do sistema de construção Vulcan da gráfica Icon.

Com uma área de 353 metros quadrados, o quartel é grande o suficiente para abrigar 72 estagiários na base militar. “Guardas de todo o Texas vêm a Camp Swift para treinar e mobilizar-se”, referiu o Coronel Zebadiah Miller, em comunicado à imprensa.



Durante o processo, a gráfica Icon usou um material de construção muito específico. Através do uso da sua impressora Vulcan de última geração, a empresa provou que pode construir estruturas permanentes em velocidade aumentada, o que pode facilitar a vida dos militares dos EUA.

A tecnologia está agora a ser avaliada para ser usada na construção rápida de instalações para soldados em locais implantados, ao mesmo tempo que se economiza nos custos.

A empresa também quer implantar a tecnologia nas instalações da Guarda Nacional, que realiza missões de socorro durante desastres naturais.

Em comparação com os métodos de construção tradicionais, a impressão 3D pode oferecer construções mais rápidas e com custos reduzidos, ajudando assim as comunidades locais no desenvolvimento dos seus projetos, destaca a empresa no seu comunicado à imprensa.

Segundo noticia o Interesting Engineering, o projeto foi financiado pelos contratos de Aumento do Fundo Estratégico de Pesquisa para Inovação em Pequenas Empresas, para os quais o Departamento Militar do Texas contribuiu. A instalação foi inaugurada no início deste mês e irá começar a receber estagiários a partir do próximo outono.

“O Texas tornou-se num centro de gravidade tecnológico dentro da nação”, destaca a General Tracy Norris, Ajudante Geral do Texas.

O TechCrunch noticiou na semana passada que a receita da gráfica Icon tem crescido cerca de 400% a cada ano desde a sua criação em 2018. A startup triplicou a sua equipa no ano passado, atingindo a referência de mais de 100 funcionários.

Estes dados mostram que muitas pessoas e organizações estão a perceber os benefícios da impressão 3D como uma ferramenta de construção, o que pode fazer com que esta se torne numa tecnologia de futuro.

https://zap.aeiou.pt/quartel-militar-texas-impresso-3d-428168

 

“Flagrantemente inconstitucional”: Texas proíbe o aborto após seis semanas – A lei mais radical dos EUA !

Entrou em vigor no Texas uma lei que proíbe o aborto depois de seis semanas, quando muitas mulheres ainda não sabem que estão grávidas. O estado vai também pagar a quem denunciar quem fizer abortos ou auxiliar de alguma forma.


Uma nova lei polémica entrou em vigor na Quarta-Feira no Texas, nos Estados Unidos. A legislação proíbe o aborto após as primeiras seis semanas, quando muitas mulheres ainda nem sabem que estão grávidas, mesmo em casos de incesto ou violação.

A única excepção é em casos de emergência médica, que exigem uma prova escrita de um médico. Segundo dados do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, 64% dos abortos no Texas ocorrem depois das primeiras seis semanas.

A medida inclui também um pagamento de 10 mil dólares – cerca de 8400 euros – a quem denunciar casos de mulheres que tenham feito abortos, com muitos activistas anti-aborto a agora auto-intitularem-se como “caçadores de recompensas“.

Além das próprias pacientes, todos os profissionais de saúde que assistam ao procedimento podem também ser processados e até taxistas ou motoristas que levem as mulheres até às clínicas podem ser constituídos arguidos.

“Se o empregado no Starbucks te ouvir a falar do teu aborto, e foi feito depois de seis semanas, esse empregado está autorizado a processar a clínica onde fizeste o aborto e a processar qualquer pessoa que te tenha ajudado, como o motorista da Uber que te levou até lá”, explicou Melissa Murray, professora de Direito na Universidade de Nova Iorque ao The New York Times.

A lei foi aprovada nas órgãos legisladores dominados pelos Republicanos no Texas e foi assinada em Maio pelo Governador Greg Abbott, que considera que estará a “salvar muitas vidas da devastação do aborto”.

Ameaça ao Roe v. Wade

O Texas torna-se assim no primeiro estado a banir o aborto numa fase tão inicial da gravidez desde a aprovação do Roe v. Wade – um caso judicial de 1973 em que o Supremo Tribunal dos EUA reconheceu o direito à interrupção voluntária da gravidez (IVG) até ao ponto em que o feto é viável, o que acontece geralmente entre as 24 e 28 semanas.

A maioria dos estados segue os critérios do Roe v Wade, mas em 2019 alguns outros – como a Georgia, o Kentucky, o Louisiana, o Missouri, o Mississippi, o Ohio, o Louisiana, o Utah, o Arkansas ou o Alabama – começaram aprovar leis que limitavam o acesso ao aborto, várias com o mesmo critério das seis semanas.

Já este ano, o Idaho, o Oklahoma e a Carolina do Sul também aprovaram leis semelhantes. Contudo, mas foram desafiadas legalmente e ainda não entraram em vigor. Assim, o Texas tornou-se o primeiro estado a proibir o aborto tão cedo desde o Roe v. Wade.

“Alguns apoiantes querem evidentemente criar um caso que teste o Roe v. Wade”, afirmou em 2019 Clarke D. Forsythe, advogado do grupo anti-aborto Americanos Unidos pela Vida. Dada a actual maioria conservadora 6-3 do Supremo, o objectivo é que estes estados conseguiam efectivamente anular a decisão dos anos 70.

Esta mesma maioria não aceitou um recurso de emergência que a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) e a Planned Parenthood – uma ONG que fornece cuidados de saúde reprodutiva, incluindo abortos – apresentaram na Terça-Feira para bloquear a lei. O Supremo ainda pode bloquear a lei mais tarde, mas por enquanto já entrou em vigor.

Ontem, a ACLU confirmou que o tribunal “não tinha respondido” ao pedido, afirmando que “o acesso a quase todos os abortos foi cortado para milhões de pessoas”. O grupo explica que cerca de 90% de todos os abortos no Texas acontecem depois das seis semanas e que esta nova lei é “flagrantemente inconstitucional”, pode ler-se na BBC.

A Planned Parenthood também condenou a legislação no Twitter. “Saibam isto: não importa o que acontecer, não vamos desistir e ainda estamos a lutar. Toda a gente merece o acesso ao aborto”.

“O aborto é liberdade, é o nosso direito”

Joe Biden também já denunciou a lei como “extrema”, deixando um aviso que pode “prejudicar significativamente” o acesso a mulheres texanas de baixos rendimentos e a minorias raciais.

“E, escandalosamente, (essa lei) delegou aos cidadãos particulares o poder de abrirem processos judiciais contra quem acreditem ter ajudado outra pessoa a conseguir um aborto”, lamentou.

Esta preocupação do presidente dos EUA é partilhada por Amanda Williams, directora executiva do grupo de apoio ao aborto Lilith Fund, que tentou bloquear a lei. “O acesso ao aborto vai ser um caos absoluto. Infelizmente, muitas pessoas que precisam do procedimento não vão poder fazê-lo. A medida vai obrigar a maioria dos pacientes que têm recursos a sair do Estado para o procurar”, afirma ao The Guardian.

As mulheres texanas que queiram fazer uma IVG terão agora de fazer uma viagem média de 400 quilómetros para outros estados, segundo a estimativa do Instituto Guttmacher.

A medida já motivou mais protestos de activistas pelos direitos das mulheres em várias cidades texanas, como Houston ou Austin. “O aborto é importante para todos nós. É liberdade, é o nosso direito. Proibições fora dos nossos corpos. O meu corpo é meu”, gritaram as manifestantes.

Os activistas anti-aborto defendem que a nova lei proíbe a interrupção da gravidez depois da detecção do batimento cardíaco do feto, mas as autoridades médicas afirmam que este argumento é enganador.

O Colégio Americano de Obstretas e Ginecologistas afirmou o termo “lei do batimento cardíaco” é enganador e que o está a ser detectado nesta fase é “uma porção de tecido fetal que se vai transformar no coração à medida que o embrião se desenvolve”.

No entanto, há quem aplauda a nova lei. “O aborto não é um cuidado de saúde. Queremos que todas as vidas vulneráveis protegidas, desde os pré-nascidos, até aos pacientes frágeis”, afirmou Rebecca Parma, legisladora sénior na ONG Texas Direito à Vida.

“Hoje é um dia incrível para o Texas. Estamos aqui todos os dias para ajudar as mulheres a escolher a vida, e hoje a lei vem ajudar-nos a fazer isso”, afirma Catherine Nix à BBC, directora executiva da Coligação para Vida na cidade de San Antonio, que fala com mulheres em clínicas para as tentar convencer a escolher alternativas ao aborto.

A nova lei do Texas pode ser apenas o primeiro passo na reversão do direito ao aborto nos EUA – mas o processo promete ser polémico, com protestos e batalhas judiciais.

https://zap.aeiou.pt/flagrantemente-inconstitucional-o-texas-baniu-o-aborto-apos-seis-semanas-de-gravidez-mesmo-em-casos-de-violacao-428827

 

ECDC, diz que entenas de milhares de mortes foram evitadas na UE por vacinação !

Bruno Ciancio, diretor do departamento de Vigilância do Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças, defende que a prioridade na Europa deverá ser diminui a discrepância de cobertura vacinal entre países, já que os que apresentam níveis mais baixos têm irremediavelmente mais internados em unidades de cuidados intensivos e mortes.


Centenas de milhares de mortes foram já evitadas na União Europeia (UE) devido à vacinação anticovid-19, estima o Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), quando a variante Delta do SARS-CoV-2 representa 96% dos novos casos.

“No que toca ao impacto das vacinações na mortalidade, ainda não fizemos estudos específicos, mas durante a última vaga, entre dezembro e abril, houve uma mortalidade média de 50 a 100 mortes por milhão e agora, no pico da atual vaga que é substancial em termos de número de casos, a mortalidade é inferior a 10 por milhão”, indica o diretor do departamento de Vigilância do ECDC, Bruno Ciancio.

O especialista acrescenta que “os cálculos aproximados indicam que, até agora, as vacinas conseguiram provavelmente evitar algumas centenas de milhares de mortes”. Falando sobre a atual situação epidemiológica na região, Bruno Ciancio aponta que “tem havido um aumento das infeções em alguns países, mas isso não se reflete no número de mortes, como aconteceu noutras vagas anteriores, o que é efeito da vacina”.

Em termos concretos, a incidência média de infeções na UE está nos 200 casos por 100.000 habitantes, “que agora está estável, desde há três semanas“, após aumentos consecutivos, principalmente devido à dominância da variante Delta e à época turística, segundo o especialista. Ainda assim, “o que é agora muito diferente das vagas anteriores é que não assistimos a um aumento correspondente da mortalidade e de doenças graves”, sendo então resultante da campanha de inoculação, reforça.

Numa avaliação de risco divulgada em junho passado, o ECDC estimava que o número de casos de covid-19 iria aumentar acentuadamente no verão da UE, nomeadamente devido à mais transmissível variante Delta do SARS-CoV-2, que nas contas divulgadas na altura iria equivaler a 90% das novas infeções na Europa até final de agosto.

E é isso mesmo que agora se verifica, de acordo com Bruno Ciancio, que revela que “a variante Delta equivale agora a mais de 96% de todas as amostras sequenciadas de novas infeções na Europa”, o que significa que “é praticamente a única em circulação” no espaço europeu. “A mutação Delta substituiu todas as outras, que já só circulam a um nível muito baixo e, provavelmente, desaparecerão”, acrescenta. Devido à maior transmissibilidade da Delta, “a situação de incremento de casos era esperada“, admite.

O que para Bruno Ciancio não é certo é como é que a pandemia vai evoluir na UE nos próximos meses, já que isso “depende muito do nível de cobertura vacinal nos vários países e é um problema global”. Notando haver grandes discrepâncias na vacinação entre os países europeus, o responsável adianta à Lusa que “o principal desafio para a UE agora é enfrentar o problema das pessoas que hesitam em ser vacinadas“. Bruno Ciancio aconselha assim a esforços de comunicação para aumentar os números de população vacinada.

A ferramenta ‘online’ do ECDC para rastrear a vacinação na UE, que tem por base as notificações dos países (e por isso pode não estar totalmente atualizada) revela que a cobertura vacinal é mais baixa em países como a Bulgária (20% da população totalmente vacinada), Roménia (32%) e Letónia (47%) e mais elevada na Irlanda (87%), Dinamarca (84%) e Portugal (83%). “Estamos muito perto de uma situação em que podemos realmente enfrentar esta pandemia e devemos percorrer agora este quilómetro extra agora.”

Apesar de já 70% da população adulta da UE estar vacinada com duas doses de vacina contra a covid-19, num total de mais de 250 milhões de pessoas totalmente vacinadas, Bruno Ciancio considera que ainda não é momento de baixar a guarda.

“Sabemos que estas medidas são muito, muito eficazes“, pelo que “não há realmente nenhuma razão para suavizar este tipo de medidas neste momento”, indica o especialista. “Se retirarmos agora as medidas, haverá um aumento dos casos e, em última análise, estes casos não serão apenas entre pessoas mais jovens, envolverão também pessoas mais velhas, pessoas que foram vacinadas”, alerta.

“Quando virmos que basicamente não há impacto ou há um impacto muito limitado do vírus [SARS-CoV-2] em termos de mortalidade e de internamentos, então aí várias medidas poderão ser suavizadas, mas ainda não é esse o caso”, assinala o responsável.

Uma hipótese afastada por Bruno Ciancio é a de os países da UE terem de recorrer a novos confinamentos. Também rejeitada é a possibilidade de encerrar estabelecimentos escolares: “Há consenso agora que é muito mais prejudicial fechar as escolas do que mantê-las abertas, por isso penso que é muito importante que as escolas estejam a funcionar e que as crianças possam ter a sua rotina, a sua educação e o seu desenvolvimento”.

Até porque “as medidas que estão em vigor nas escolas são eficazes”, refere o especialista, numa altura de regresso às escolas. “Não há um alvo de vacinação específico, mas precisamos realmente de vacinar a maioria das pessoas, principalmente de grupos específicos.”

Na terça-feira, a Comissão Europeia anunciou que a UE atingiu um “marco importante” de 70% da população adulta totalmente vacinada contra a covid-19, vincando porém ser necessário “ir além” desta meta devido às novas variantes, como a Delta. Bruno Ciancio, assinala que este era um “objetivo programático” estipulado por Bruxelas, sendo que “o objetivo de saúde pública é vacinar a grande maioria, senão todos os que estão em risco de contrair doenças graves e de morrer”.

“Sabemos que, por exemplo, as pessoas a partir dos 45 e 50 anos de idade correm mais risco de contrair doença grave e de mortalidade em comparação com os grupos etários mais jovens e, portanto, precisamos de ser capazes de alcançar uma cobertura de vacinação muito elevada nestes grupos, acima dos 85% e dos 90%“, precisa o especialista.

Para o responsável, até a UE chegar a tal cobertura vacinal dos adultos mais velhos “há realmente um grande risco ao deixar o vírus circular“, dado o surgimento de novas estirpes cada vez mais contagiosas.

Para o ECDC, o objetivo é então que a UE “possa ter uma cobertura vacinal tão elevada que, mesmo que existam outras mutações endémicas, não haja grandes impactos na mortalidade”, de acordo Bruno Ciancio. “E penso que podemos alcançar isto antes do final do ano”, antevê o especialista, notando que, se houvesse um aumento da cobertura vacinal, seria possível “controlar a pandemia pelo menos dentro da UE”.

Questionado sobre a vacinação dos menores de 12 anos, o responsável considera que a prioridade deve ser “assegurar que a população adulta seja vacinada” e “só depois de isto ser alcançado é que devemos considerar a vacinação de grupos etários mais jovens”.

Numa altura em que mais de 7,5 milhões de portugueses já têm a vacinação completa contra a covid-19, o especialista assinala que, apesar do recente “aumento bastante significativo do número de casos que houve durante o verão, a mortalidade permaneceu estável” no país. “Portugal está a fazer um trabalho muito bom em termos de vacinação e está entre os países europeus com a maior cobertura vacinal da população”

Seguindo a tendência verificada por toda a UE nos últimos meses, Portugal registou também “um ligeiro aumento dos internamentos e entradas nos cuidados intensivos porque ainda há partes da população que não estão completamente vacinadas”, retrata Bruno Ciancio.

Contudo, “em comparação com outros países, eu diria que a sua vulnerabilidade é menor“, salienta o responsável. “Penso que é isso que precisamos de conseguir em todos os países europeus”, defende Bruno Ciancio , aludindo às diferenças acentuadas na cobertura vacinal entre os países da UE.

Vincando existir uma relação entre a vacinação e a redução da doença grave, o especialista admite que “os países que mais preocupam o ECDC em termos de impacto absoluto são também países onde a cobertura vacinal não é tão elevada“. “Estamos a falar da Bulgária, Estónia, França, Grécia, Lituânia, países que, por várias razões, não têm uma taxa de vacinação muito elevada”, precisa Bruno Ciancio.

Ainda assim, um pouco por toda a Europa, o número de infeções tem vindo a subir nos últimos meses, o que o especialista atribui ao “comportamento diferente das pessoas” em situações como turismo e à propagação da variante Delta.

https://zap.aeiou.pt/centenas-milhares-mortes-evitadas-ue-vacinacao-428840

 

Agora, é proibido circular a mais de 30 km/h nas ruas de Paris !

As autoridades parisienses estabeleceram um novo limite de velocidade — 30 km/h — em quase todas as estradas da cidade, num esforço para reduzir a poluição e melhorar a segurança rodoviária.


De acordo com a CNN, agora é proibido circular a mais de 30 km/h em praticamente todas as ruas de Paris. Isto para diminuir a presença de carros na capital francesa.

Além disso, 60 mil dos 144 mil lugares de estacionamento públicos foram suprimidos, os passeios de peões aumentados e foram instaladas novas pistas para bicicletas, lê-se num relatório divulgado pela autarquia.

A ideia de reduzir o limite de velocidade na maior parte das ruas de Paris é tornar a condução menos apelativa, convencendo mais parisienses a caminhar ou a utilizar os transportes públicos, escreve o Business Insider.

Uma sondagem da Câmara Municipal parisiense mostrou que 59% dos residentes apoiam as novas medidas, que foram promulgadas na segunda-feira, embora a oposição tenha sido maior na área da Grande Paris, com 61%.

Além de reduzir a poluição sonora, as novas medidas reduzirão os acidentes rodoviários em 25% e os acidentes fatais em 40%, explicou a Câmara, citando um estudo da Organização Mundial de Saúde.

“Com as entregas, é terrível. Não temos tempo. Estive em engarrafamentos de trânsito em todo o lado. Não temos tempo”, contou um motorista de entregas.

https://zap.aeiou.pt/paris-limite-velocidade-30-km-h-428764

 

EUA admitem colaborar com talibãs para enfrentar ameaça do ISIS-K !

Possibilidade foi admitida pelo chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA e pode ser do interesse das duas forças, as quais vêm no ISIS-K uma ameaça.


De inimigos a potenciais aliados. É assim que está a relação dos Estados Unidos da América com o grupo extremista afegão depois de as forças ocidentais terem abandonado Cabul na passada segunda-feira, colocando fim a uma guerra de vinte anos. A hipótese está em cima da mesa depois do ataque suicida reclamado pelo ISIS-K, célula do Estado Islâmico rival dos talibãs, que matou mais de 170 pessoas, nomeadamente soldados norte-americanos, às portas do aeroporto internacional de Cabul quando estavam a decorrer os voos de retirada de civis estrangeiros e afegãos.

Esta quarta-feira, em conferência de imprensa, o general Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, admitiu a possibilidade, que aconteceria também na sequência da cooperação no terreno que permitiu a evacuação de mais de 124 mil pessoas.

“Na guerra temos que fazer o necessário para reduzir os riscos da missão e das forças no terreno, não o que queremos realmente fazer”, comentou o general a propósito dos últimos desenvolvimentos na relação entre os EUA e os talibãs — que continuam a ser considerados um grupo terrorista por várias nações. Milley, ainda assim, apelidou o grupo de “impiedoso” e afirmou que prefere esperar para ver se as intenções do grupo de promover uma interpretação mais moderada da lei islâmica se comprovam ou não.

A acompanhá-lo na conferência de imprensa esteve Lloyd Austin, secretário da Defesa da Administração Biden, que se mostrou mais relutante com o cenário. “Prefiro não fazer extrapolações para assuntos mais amplos”, afirmou.

Como relembra o The Guardian, os Estados Unidos transferiram a sua representação diplomática no Afeganistão para Doha, no Catar, permanecendo a dúvida sobre qual será a relação futura entre as duas forças. A ameaça do ISIS-K é vista como um potencial alvo para as duas partes, já que, de acordo com Joe Biden, os EUA procurarão vingar o ataque sofrido há duas semanas. Numa declaração oficial, o Presidente norte-americano deixou mesmo um aviso. “Ao ISIS-K: nós ainda não terminámos convosco.”

No entanto, este objetivo será mais difícil de concretizar sem forças militares ou aliados no terreno — apesar de a atual Administração defender ser possível operar uma monitorização à distância e a realização de ataques localizados. Os dois oficiais norte-americanos, antigos combatentes no Afeganistão, também agradeceram a todos os que contribuíram para a retirada de civis norte-americanos, caracterizando a operação como “a maior missão de evacuação da história americana“.

Do lado dos talibãs, uma possível cooperação com os Estados Unidos também será bem-vinda, principalmente quando o grupo luta pelo prestígio do futuro governo — e que poderá ir para além da luta contra o ISIS-K. Segundo avança o The New York Times, um dos problemas que o país poderá enfrentar nas próximas semanas é a falta de bens alimentares, que as forças americanas distribuíam com frequência pela população durante a ocupação. As filas nos bancos para levantar dinheiro são também uma realidade quotidiana face ao colapso da economia afegã ao longo das últimas semanas.

https://zap.aeiou.pt/eua-admitem-colaborar-com-talibas-para-enfrentar-ameaca-do-isis-k-428853

 

Colapso do sistema judicial coloca Lesoto no sexto lugar no ranking mundial de homicídios !

O Lesoto tem a sexta maior taxa de homicídios do mundo, contabilizando 41,25 mortes por cada 100.000 habitantes, revelou um recente relatório da World Population Review.


De acordo com o relatório, citado pelo Guardian, a média global de homicídios é de sete por 100.000 pessoas. No ‘ranking’ mundial, Lesoto – com uma população de pouco mais de 2 milhões de habitantes – está apenas atrás de El Salvador (82,84 por 100.000 pessoas), Honduras (56,52), Venezuela (56,33), Ilhas Virgens (49,26) e Jamaica (47,01).

O Lesoto contabiliza mais homicídios do que países em conflito, como a República Democrática do Congo (RDC) e Moçambique. A RDC tem uma taxa de homicídio de 13,55 e Moçambique de 3,4. A África do Sul tem 33,97 assassinatos por 100.000 pessoas.

Em três meses, seis policiais foram mortos no Lesoto, três desses nas últimas três semanas. Os assassinatos não resolvidos de mulheres e crianças nos últimos anos ajudaram a colocar o país na sexta posição do ‘ranking’.

Analistas referem que as verbas deficitárias para o sistema judicial do país, associadas à inépcia das autoridades, permitiram a libertação de criminosos. Apontam ainda que criminosos conhecidos raramente são levados aos tribunais, havendo poucas condenações.

Entre os efeitos colaterais dessas falhas está uma sensação de impunidade que resultou num grande número de casos de violência doméstica. “A falta de consequências para essas mortes arbitrárias é onde reside o problema”, disse Mahao Mahao, professor da Universidade Nacional do Lesoto.

https://zap.aeiou.pt/colapso-sistema-judicial-lesoto-homicidios-428684

 

Relatório revela que Coligação liderada pela Arábia Saudita e houthis terão cometido crimes de guerra no Iémen !

A coligação liderada pelos sauditas e os houthis terão cometido crimes de guerra no Iémen, usando a fome como método de conflito, revelou um novo relatório.


Segundo o Independent, o Programa Mundial de Alimentos tem alertado repetidamente que a “maior fome que o mundo já viu na história moderna” se aproxima do Iémen, onde mais da metade da população de 29 milhões não tem acesso a alimentos.

No relatório, o grupo de direitos Mwatana e a organização Global Rights Compliance (GRC) referiram que ataques à água e a alimentos está a contribuir para a crise. O documento inclui relatos de ataques aéreos liderados pela coligação contra instalações de água, pesca e agricultura durante confrontos com os houthis, apoiados pelo Irão.

A obstrução da ajuda humanitária pelos houthis impediu os agricultores de acederem aos campos e contribuiu ainda para a insegurança alimentar crónica.

O relatório concluiu que essas ações terão constituído crimes de guerra e instou o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a encaminhar a situação ao Tribunal Penal Internacional, para que fosse investigada.

“Concluímos que os membros da coligação liderada pela Arábia Saudita/Emirados Árabes Unidos e o Ansar Allah [os houthis] usaram a fome como método de guerra”, apontou o relatório, frisando que esta conduta impediu “o acesso dos civis a comida e água” no Iémen, “onde pessoas, incluindo crianças, estão a morrer à fome”.

O Iémen enfrenta uma guerra civil desde 2015, quando os houthis assumiram o controle de partes do país, forçando o governo do Presidente Abed Rabbo Mansour Hadi ao exílio. No ano seguinte, a Arábia Saudita e outros estados do Golfo formaram uma coligação e lançaram uma campanha de bombardeio para que Hadi voltasse ao poder.

No conflito já morreram mais de 130.000 pessoas. Em fevereiro, a ONU alertou que cinco milhões de pessoas estavam “a apenas um passo da fome”.

O grupo Mwatana disse ter documentado cerca de 579 ataques aéreos da coligação liderada pelos sauditas até agosto de 2021, que vitimaram milhares de civis e destruíram propriedades em 19 das 22 províncias do Iémen. Desses ataques, 90 atingiram herdades, terras agrícolas, equipamentos, lojas de alimentos e veículos.

O relatório acusou os houthis de “prender e intimidar voluntários, de bloquear comboios de ajuda e de confiscar ilegalmente propriedades de organizações humanitárias”. Devido a essas ações, a agência de alimentos da ONU suspendeu em 2019 e 2020 as suas operações nas áreas controladas pelo grupo, afetando cerca de 850.000 pessoas.

https://zap.aeiou.pt/coligacao-arabia-saudita-houthis-crimes-guerra-iemen-428716

 

OMS inaugura na Alemanha centro para a deteção de ameaças globais de doenças !

A Organização Mundial da Saúde (OMS) inaugurou esta quarta-feira, na Alemanha, o Centro para a Inteligência Pandémica e Epidémica, que visa “preparar e proteger melhor o mundo de ameaças globais de doenças” com dados e análises.


O centro, que será liderado pelo epidemiologista nigeriano Chikwe Ihekweazu, atual diretor-geral do Centro de Controlo de Doenças da Nigéria, foi inaugurado na capital alemã, Berlim, pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e pela chanceler alemã, Angela Merkel.

A unidade está a funcionar provisoriamente no complexo do hospital universitário Charité, prevendo-se para breve a sua transferência para instalações permanentes em Kreuzberg, no centro de Berlim, refere em comunicado a OMS.

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado no comunicado, o centro terá como foco “a ligação e a análise de dados e a capacidade de detetar e avaliar melhor os riscos de doenças nas fases iniciais, antes que causem morte e perturbação social”.

“Apesar de décadas de investimento, a covid-19 revelou as grandes lacunas que existem na capacidade do mundo de prever, detetar, avaliar e responder a surtos que ameaçam as pessoas em todo o mundo”, reconheceu, citado no mesmo comunicado, o diretor-executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Michael Ryan.

O Centro para a Inteligência Pandémica e Epidémica da OMS, que representa um investimento inicial da Alemanha de 84,62 milhões de euros, terá como missão fornecer melhores dados e análises para que o mundo possa detetar e responder a emergências de saúde.

A ideia da criação deste centro, que irá juntar especialistas de várias áreas e tecnologia de ponta, surgiu há dez meses durante uma conversa entre Angela Merkel e Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Esta quarta-feira, na inauguração, a chanceler alemã salientou que o mundo tem de estar “melhor preparado para a próxima pandemia”, encorajando à “união de forças”.

“Temos que ligar melhor os investigadores, reunir e analisar dados e assessorar muitos países”, afirmou Angela Merkel, citada para agência noticiosa Efe.

Para o dirigente da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, trata-se de tornar “o mundo mais seguro”, de “salvar vidas”, porque “informações corretas” ajudam a tomar “boas decisões”.

https://zap.aeiou.pt/oms-inaugura-centro-ameacas-globais-428750

 

Febre misteriosa já matou dezenas de crianças na Índia !

Nos últimos dez dias, morreram pelo menos 45 crianças na Índia. As autoridades de saúde suspeitam de dengue (e já se sabe que a covid-19 não é a causa).


Uma febre misteriosa, cujos primeiros relatos foram registados a 18 de agosto, está a provocar cada vez mais óbitos no estado de Uttar Pradesh, no norte da Índia, e atinge especialmente as crianças — dos 53 mortos, 45 eram crianças.

Além da febre, os pacientes queixam-se de dores nas articulações, de cabeça, desidratação, náuseas e, com menor incidência, erupções cutâneas nas pernas e nos braços.

De acordo com o Observador, o vírus da covid-19 já foi posto de lado, visto que nenhuma das vítimas mortais estava infetada, e os médicos apontam agora à dengue, uma vez que alguns dos doentes eram portadores deste vírus.

Neste momento, os casos estão espalhados por Agra, Mathura, Mainpuri, Etah e Kasganj, sendo a cidade de Firozabad a mais atingida — onde estão internadas 135 crianças.

O governo do estado indiano de Uttar Pradesh, liderado pelo monge hindu Yogi Adityanath, ordenou a abertura de um inquérito e as amostras serão enviadas para a King George’s Medical University, em Lucknow, e para o Instituto Nacional de Virologia, em Pune., escreve o The Times of India.

O surto de febre misterioso surge numa altura em que o estado mais populoso da Índia se preparava para reabrir escolas depois do encerramento motivado pela pandemia de covid-19.

https://zap.aeiou.pt/febre-misteriosa-matou-dezenas-india-428648

 

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Paquistão diz que talibãs vão formar Governo em breve e pede apoio internacional !

O Paquistão disse esta terça-feira que os talibãs vão formar um Governo de “consenso” nos próximos dias e apelou à comunidade internacional a não abandonar o Afeganistão, após a completa retirada das tropas norte-americanas do país.


“Estamos à espera que se forme um Governo de consenso nos próximos dias”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Shah Mehmood Qureshi, em conferência de imprensa realizada em Islamabad em conjunto com o seu homólogo alemão, Heiko Maas.

O chefe da diplomacia do Paquistão pediu à comunidade internacional para continuar envolvida no Afeganistão.

“A ajuda humanitária tem de chegar. Não vamos permitir o colapso económico do Afeganistão”, sublinhou Qureshi.

O Paquistão manteve relações com os talibãs durante a guerra e presença de militares norte-americanos e da NATO, nos últimos 20 anos, contactos que levaram os Estados Unidos, em mais de uma ocasião, a criticar Islamabad por ajudar os então insurgentes.

As declarações de Qureshi foram feitas poucas horas depois de os líderes talibãs terem declarado “a independência completa” do Afeganistão, esta terça-feira de manhã, no aeroporto de Cabul, após a retirada total dos Estados Unidos antes da meia-noite, hora local.

No meio das comemorações, os talibãs também referiram a intenção de formar um Governo islâmico “inclusivo”.

“É importante para todos nós que todos os afegãos, mesmo aqueles que não apoiam os talibãs, se sintam representados, mas resta saber se os talibãs vão ter isso em consideração” e cumprir as suas promessas, afirmou Maas, que chegou na segunda-feira a Islamabad para uma visita de dois dias.

O chefe da diplomacia alemã lembrou que os talibãs prometeram permitir que mais afegãos deixem o país, mesmo depois de as operações oficiais de retirada forem concluídas e agora que o aeroporto já está nas mãos dos insurgentes.

“Os talibãs prometeram, mas só nos próximos dias e semanas veremos se podemos contar com isso“, referiu Maas.

O Paquistão tornou-se um parceiro estratégico para entrar e sair do Afeganistão, com o início da chegada da ajuda humanitária e da retirada de estrangeiros e colaboradores afegãos, situação que o ministro alemão fez questão de sublinhar.

“Gostava de agradecer ao Paquistão pela retirada de cidadãos alemães do país”, disse, acrescentando que o seu país irá apoiar os vizinhos do Afeganistão a enfrentar os novos desafios, tendo a Alemanha disponibilizado já 100 milhões de euros em ajuda humanitária e prometido outros 500 milhões.

Os últimos militares norte-americanos presentes no Afeganistão saíram do país esta madrugada, levando os talibãs a proclamar uma vitória plena e a marcar o final da guerra com os Estados Unidos com um desfile dos líderes do grupo fundamentalista através do aeroporto.

A conquista total de Cabul pelos talibãs aconteceu no dia 15 de agosto, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

https://zap.aeiou.pt/paquistao-talibas-governo-apoio-428416

 

Rússia condenada por “incumprimento” em inquérito sobre assassínio de ativista dos direitos humanos !

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) condenou esta terça-feira a Rússia por “ausência de inquérito adequado” sobre o assassínio de Natalia Estemirova, uma ativista que denunciou crimes cometidos por membros das forças da ordem na Chechénia.


A jovem, envolvida com a organização não-governamental (ONG) russa Memorial e colaboradora do jornal Novaïa Gazeta, foi sequestrada e encontrada morta com um tiro na cabeça e outro no peito, a 15 de julho de 2009.

Até hoje, ninguém foi julgado pelo assassínio de Natalia Estemirova. As autoridades russas, que apontam o ativista checheno Alkhazur Bashaev como o principal suspeito, nunca conseguiram prendê-lo.

O TEDH, ao qual a irmã da vítima recorreu, considera que as autoridades russas “abriram o inquérito rapidamente e procederam aos atos de investigação nos dias que se seguiram ao crime”.

“Um suspeito foi identificado e formalmente acusado”, observa igualmente o tribunal.

No entanto, os magistrados europeus indicam que “algumas contradições nos testemunhos de especialistas não foram resolvidas” e sublinham que “os investigadores não explicaram por que é que nenhum vestígio do ADN da pessoa acusada do assassínio [ou] de pessoas pertencentes ao seu grupo armado ilegal foi encontrado”.

Revelam igualmente que o Governo russo “não forneceu a maior parte dos documentos do caso”.

O TEDH condenou, então, a Rússia por “ausência de inquérito adequado” e por violação da sua “obrigação de fornecer os meios necessários à análise de um caso”, impondo-lhe o pagamento de 20.000 euros à irmã da vítima por “danos morais”.

Paralelamente, o tribunal considerou também que os elementos de prova que lhe foram trazidos pela irmã da vítima não permitiram concluir o envolvimento do Estado russo no assassínio.

Num comunicado do European Human Rights Advocacy Centre, Lana Estemirova, a filha da vítima, declarou-se “feliz por o Tribunal ter concluído que não houve um inquérito adequado”, mas considerou a “sentença muito dececionante”.

“Foi uma situação inextricável, porque o Tribunal concluiu que não havia provas suficientes da cumplicidade das autoridades russas no assassínio da minha mãe, mas as próprias autoridades russas não apresentaram elementos suficientes ao Tribunal”, lamentou, acrescentando: “Não é forma de tomar uma decisão justa”.

No seu portal da Internet, a organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos Memorial lamentou que o TEDH “não tenha reconhecido a responsabilidade das autoridades na morte de Natalia Estemirova”.

https://zap.aeiou.pt/russia-condenada-por-incumprimento-em-inquerito-sobre-assassinio-de-ativista-dos-direitos-humanos-428421

 

Banco de Inglaterra retira retratos e bustos de antigos diretores com ligações ao tráfico !

O Banco de Inglaterra retirou de vários edifícios retratos e bustos de antigos diretores ligados, direta ou indiretamente, à escravatura.


Após uma investigação de mais de um ano, o Banco de Inglaterra mandou remover da sua sede e de um museu próximo 17 retratos e bustos de antigos diretores — entre os quais o seu fundador — por terem ligação ao tráfico de escravos, escreve o jornal Expresso.

A investigação terá começado após as manifestações do Black Lives Matter e de outros movimentos antirracismo.

Em Inglaterra, fizeram-se ouvir apelos para a retirada de estátuas e outros monumentos que homenageiam personalidades com ligação à escravatura — e, em Bristol, uma estátua até foi atirada ao rio.

Agora, o Banco de Inglaterra disse, de acordo com a Reuters, que se apercebeu de “ligações indesculpáveis” de vários dos seus responsáveis, apesar de nunca terem estados envolvidos diretamente com o tráfico nos séculos XVIII e XIX.

Além de pedir desculpa, a instituição mandou retirar os retratos e disse ter nomeado um investigador para trabalhar no museu do banco para “explorar em pormenor os laços históricos com o tráfico de escravos transatlântico”, explicou um porta-voz.

https://zap.aeiou.pt/banco-inglaterra-diretores-ligacoes-trafico-428434

 

Afeganistão - EUA admite possibilidade de conceder ajuda aos talibãs a longo prazo !

Os Estados Unidos não excluíram esta terça-feira a hipótese de conceder ajuda aos talibãs a longo prazo, que recuperaram o poder no Afeganistão, embora por agora continuem a prestar assistência humanitária através de instituições internacionais e organizações não-governamentais (ONG).


A declaração é do conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, numa entrevista à ABC News, em que condicionou a ajuda a longo prazo ao comportamento dos talibãs.

Depende de honrarem ou não os seus compromissos: os compromissos para uma saída segura dos norte-americanos e aliados afegãos, para não permitir que o Afeganistão se torne numa base a partir da qual os terroristas possam atacar os EUA ou qualquer outro país, de honrar as suas obrigações internacionais”, vincou.

Sullivan salientou que os EUA vão esperar para ver as ações talibãs antes de decidirem como responder “em termos de assistência económica e desenvolvimento”.

Entretanto, o governo norte-americano vai continuar a enviar ajuda humanitária aos afegãos através de instituições internacionais como a Organização Mundial da Saúde ou o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas e de organizações não-governamentais (ONG) que ainda operam no país: “não será através do governo” dos talibãs, garantiu Sullivan.

O conselheiro de Segurança Nacional recordou que, após completar a retirada militar na segunda-feira, a missão militar dos EUA no Afeganistão terminou, mas não a missão diplomática, cujo principal objetivo é retirar os 100 norte-americanos que permanecem no país e os aliados afegãos.

Nesse sentido, assegurou que Washington tem “influência” sobre os talibãs para assegurar que todos os norte-americanos que permanecem em solo afegão possam partir.

Sullivan disse que entre 5.500 e 6.000 norte-americanos foram retirados do Afeganistão nas últimas semanas. Os cerca de 100 restantes foram repetidamente contactados pelas autoridades para se deslocarem para o aeroporto de Cabul ou para um ponto de encontro.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, tem agendado um discurso ainda hoje para justificar a sua decisão de não prolongar a presença das tropas no Afeganistão para além de 31 de agosto.

Biden tem sido duramente criticado por alguns legisladores por ter abandonado cidadãos norte-americanos e colaboradores afegãos.

Sullivan foi questionado sobre o assunto e respondeu: “aqueles que criticam não são os que estão sentados na Sala de Crise [da Casa Branca] e não recebem as duras chamadas sobre ameaças que enfrentamos e os objetivos que estamos a tentar alcançar”.

https://zap.aeiou.pt/afeganistao-eua-admite-possibilidade-de-conceder-ajuda-aos-talibas-a-longo-prazo-428407

 

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