sábado, 16 de outubro de 2021

Líbano decreta dia de luto nacional depois de tiroteio durante manifestação causar seis mortos !

Confrontos durante uma manifestação convocada pelo Hezbollah na manhã de ontem causaram seis vítimas mortais. O protesto era contra o juiz que lidera o inquérito à explosão no porto de Beirute no ano passado.

Médicos libaneses ajudam a retirar pessoas depois dos confrontos durante uma manifestação em Beirute

O Líbano declarou um dia de luto nacional depois de uma manifestação organizada pelo Hezbollah em Beirute esta quinta-feira ter acabado em violência.

Seis pessoas morreram e 30 ficaram feridas durante um protesto contra o juiz que está à frente do processo de inquérito sobre a explosão no porto da capital libanesa depois da terem sido disparados tiros de metralhadora sobre a multidão.

O protesto começou durante a manhã à volta do Palácio da Justiça e foi convocado pelo Hezbollah em conjunto com o partido xiita Amal. Centenas de pessoas marchavam nas ruas da capital, quando, perto de uma rotunda na área Tayouneh-Badaro, homens armados com metralhadoras e lançadores de granadas começaram a disparar.

Seguiu-se o caos no centro de Beirute, com pessoas a correr pelas ruas à procura de um lugar seguro, os residentes a sair de casa e crianças a terem de se esconder debaixo das mesas nas escolas. As ruas ficaram cheias de estilhaços de vidro.

Os confrontos duraram quatro horas e obrigaram à intervenção do exército, que teve de estabelecer um perímetro de segurança nos bairros onde a confusão começou – uma parte da cidade onde vivem xiitas e cristãos e onde há um historial de situações semelhantes na guerra civil. O exército avisou que dispararia sobre qualquer pessoa armada nas ruas.

A organização do protesto culpa as Forças Libanesas, um partido cristão ligado à Arábia Saudita, pelas mortes – que foram todas de xiitas – mas o grupo nega a acusação. O Hezbollah diz que os tiros estavam a ser disparados a partir dos telhados.

O líder das Forças Libanesas, Samir Geagea, condenou o ataque no Twitter. “A principal causa destes desenvolvimento é a presença descontrolada e generalizada de armas que ameaçam as vidas de cidadãos a qualquer hora e em qualquer lugar”, escreveu.

O primeiro-ministro, Najib Mikati, apelou à calma e a que a população que “não se deixe atrair pela sedição seja por que razão for”. Já o presidente Aoun considera que não é aceitável o regresso das armas como forma de comunicação entre os partidos libaneses.

A violência de ontem é mais um sinal da profunda divisão política que o país vive, que foi acentuada pela explosão no ano passado, pela qual ainda ninguém foi responsabilizado legalmente.

Hezbolla acusa juiz de ser tendencioso

A explosão de 4 de Agosto de 2020 num armazém no porto onde estavam mais de duas mil toneladas de nitrato de amónio destruiu grande parte da cidade de Beirute e matou pelo  218 pessoas.

A ineficácia da justiça na investigação dos responsáveis cuja negligência resultou na explosão tem frustrado a população, que acredita que há falta de independência judicial no país, com os juízes a submeterem-se aos políticos.

O actual juiz que está à frente do processo, Tarek Bitar, tem sido criticado pelo Hezbollah, que o acusa de ser tendencioso e parcial. Na quinta-feira, um tribunal rejeitou uma queixa apresentada por Ali Hassan Khalil e Ghazi Zaiter, dois antigos ministros do partido Amal e aliados do Hezbollah, que exigia a exoneração do juiz.

Na segunda-feira, o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, acusou Bitar de politizar o inquérito e pediu a sua substituição por um magistrado “honesto e transparente”.

No entanto, o pedido não foi sancionado pelo tribunal e o juiz vai assim continuar à frente da investigação, depois de ter chamado os dois ex-ministros do Amal a depor por suspeitas de negligência no caso da explosão.

As famílias das vítimas condenaram a queixa apresentada pelos políticos, acusando a liderança política do país de se tentar proteger do escrutínio do juiz. “Tirem as mãos do sistema judicial“, avisaram na quarta-feira.

A reacção do Hezbollah suscitou também críticas nos Estados Unidos. O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse que Washington apoia a independência judicial no Líbano.

Os juízes devem estar livres de ameaças e intimidações“, referiu, acusando o Hezbollah de estar “mais preocupado com os seus próprios interesses e os do seu protetor, o Irão, do que com os interesses do povo libanês”.

O deputado do Hezbollah, Hassan Fadallah, respondeu às críticas e acusou os EUA de tentarem interferir na investigação e de quererem violar “a soberania do Líbano”.

Fadallah acusou Washington de impor “ditames que visam obstruir a justiça e encobrir a verdade” contra segmentos da população que os Estados Unidos consideram inimigos.

A verdade é que já foram nomeados dois juízes para liderar a investigação. Fadi Sawan foi o primeiro e avançou com um requerimento para levantar a imunidade judicial dos políticos, para que as figuras de Estado pudessem ser chamadas a depor. No entanto, o Parlamento libanês tem de aprovar esta decisão e chumbou-a.

O juiz foi afastado da investigação em Fevereiro quando acusou três ex-ministros e o primeiro-ministro cessante de negligência criminal.

https://zap.aeiou.pt/libano-luto-nacional-tiroteio-manifestacao-438220

 

Explosão em mesquita no Afeganistão faz vários mortos !

Uma forte explosão atingiu, esta sexta-feira, uma mesquita xiita na cidade de Kandahar, no Afeganistão, tendo feito vários mortos e feridos.

De acordo com a BBC, pelo menos 16 pessoas morreram e 32 ficaram feridas, na sequência de uma explosão junto à mesquita xiita Iman Bargah, na cidade afegã de Kandahar, durante as orações desta sexta-feira.

Fotografias do local mostram janelas partidas e corpos no chão, enquanto outras pessoas tentam ajudar. Embora a causa da explosão ainda não esteja confirmada, suspeita-se que tenha sido provocada por um bombista suicida, acrescenta a emissora britânica.

O correspondente da BBC no Afeganistão, Secunder Kermani, disse que o mais provável é que terroristas do ISIS-K, um grupo do Estado Islâmico no país, venham entretanto reivindicar o ataque.

Na semana passada, recorde-se, o grupo jihadista reivindicou o atentado suicida perpetrado também contra uma mesquita xiita na cidade de Kunduz, que matou e feriu várias dezenas de pessoas.

O Governo do regime talibã tem-se deparado com uma crescente ameaça por parte de grupos ligados ao autoproclamado Estado Islâmico, que procuram frequentemente minorias religiosas afegãs para serem alvo dos seus ataques.

https://zap.aeiou.pt/explosao-mesquita-afeganistao-varios-mortos-438275

 

Polónia legaliza expulsão de migrantes nas fronteiras e vai construir muro ao estilo de Trump !

O parlamento polaco aprovou esta quinta-feira uma alteração à lei nacional sobre os estrangeiros que legaliza a prática controversa de expulsão nas suas fronteiras e permite ignorar um pedido de asilo feito após a travessia ilegal das mesmas.


O parlamento também deu luz verde ao projeto governamental de construir um muro para impedir os migrantes de atravessarem a fronteira, um projeto estimado em 353 milhões de euros.

Milhares de migrantes, a maioria dos quais procedentes do Médio Oriente, tentaram nos últimos meses franquear, a partir da Bielorrússia, a fronteira exterior da União Europeia (UE) para a Letónia, a Lituânia e a Polónia.

De acordo com o novo texto da lei, um estrangeiro interpelado na fronteira da UE imediatamente após tê-la atravessado ilegalmente será obrigado a abandonar o território polaco e alvo de uma proibição temporária de entrada na Polónia e na zona Schengen durante um período entre “seis meses e três anos”.

As autoridades polacas reservam-se o direito “de arquivar sem análise” o pedido de proteção internacional apresentado por um estrangeiro detido imediatamente após a travessia ilegal da fronteira, a menos que tenha chegado diretamente de um território onde a sua vida e a sua liberdade estejam ameaçadas”.

A Polónia é acusada por organizações não-governamentais (ONG) de praticar a expulsão, que consiste em escoltar os migrantes detidos na fronteira e obrigá-los a regressar à Bielorrússia.

Muitas ONG criticam a Polónia por ter imposto o estado de emergência na fronteira, que impede as organizações humanitárias de ajudar os migrantes e proíbe o acesso a todos os não-residentes, incluindo os jornalistas.

No total, sete pessoas morreram nesta fronteira desde o início do fluxo migratório observado na região desde o verão, segundo as autoridades polacas, lituanas e bielorrussas.

A União Europeia acusa Minsk de orquestrar esse fluxo migratório, como retaliação às sanções impostas por Bruxelas devido à repressão da oposição pelo regime bielorrusso.

Os migrantes que chegam em massa à Bielorrússia são encaminhados para as fronteiras da UE, ali se mantendo sob a vigilância, de um lado, da guarda fronteiriça bielorrussa e, de outro, das forças da ordem polacas, lituanas e letãs.

Há um mês, o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) declarou-se “preocupado com as informações alarmantes” sobre a fronteira polaca.

“Todos os Estados têm o direito de gerir as suas fronteiras em conformidade com o direito internacional, mas na condição de respeitarem os direitos humanos, incluindo o direito de asilo”, recordou o ACNUR, acrescentando que, de acordo com a convenção de 1951 sobre os refugiados, assinada pela Polónia, “os requerentes de asilo não deverão nunca ser penalizados, mesmo após a travessia irregular da fronteira”.

https://zap.aeiou.pt/polonia-legaliza-expulsao-migrantes-438228

 

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

“Nunca tive tanto medo na minha vida”: Ruth estava a dormir quando meteorito lhe caiu na cama !

A mulher ficou assustada com o incidente, mas acabou por sair ilesa. Agora, pretende recuperar dos danos causados e admite que quer conservar a pedra.

Parece ficção, mas a história aconteceu na cidade de Golden, no Canadá. No domingo, dia 3 de outubro, uma mulher estava a dormir quando acordou em choque depois de uma pedra ter batido no telhado de sua casa. O objeto acabou por furar o teto e ir parar à sua cama.

Ruth Hamilton mostrou-se assustada com o acontecimento e contou ao Vancouver Sun que “por sorte” a pedra não a acertou em cheio. Ainda assim, vários detritos e poeiras acabaram por ir parar ao seu rosto.

“Nunca tive tanto medo na minha vida”, referiu em declarações ao jornal local.

Hamilton rapidamente chamou a polícia, que inicialmente suspeitou que a causa do incidente tivesse origem numa obra que se realizava por perto.

No entanto, os trabalhadores da obra explicaram que não tinham despoletado nenhuma explosão no local, adiantando que tinham visto uma explosão no céu. As peças do puzzle começaram a encaixar-se e rapidamente se percebeu que a pedra que atingiu a casa de Hamilton era então um meteorito.

“As probabilidades de isto acontecer são tão pequenas que estou muito grata por estar viva”, referiu Hamilton, que admitiu que pretende ficar com a rocha depois da seguradora inspecionar os danos.

De acordo com o The Guardian, na noite no incidente houve uma chuva de meteoritos no céu da região oeste do Canadá – o que pode explicar o ocorrido.

https://zap.aeiou.pt/mulher-dormir-meteorito-caiu-cama-438160

Em La Palma, empresas usam drones para alimentar animais isolados pela lava !

Duas empresas espanholas utilizam drones para alimentar os animais que estão encurralados no meio da lava lançada pelo vulcão de La Palma.


Numa altura em que a lava se estende pela ilha a um ritmo muito rápido, os acessos a algumas zonas estão cada vez mais dificultados.

Atualmente, são muitos os animais que se encontram encurralados entre a lava lançada pelo vulcão Cumbre Vieja e, como tal, duas empresas arranjaram uma alternativa para lhes prestar auxílio: através da utilização de um drone é-lhes dada água e comida.

O governo local agradeceu a colaboração das duas empresas, que se revelou vital para localizar e cuidar dos animais.

Num comunicado do governo de La Palma, pode ler-se que: “Ambas as empresas comunicaram que vão continuar com os trabalhos, que se realizam pelo quinto dia consecutivo, enquanto as condições meteorológicas assim o permitirem”.

O trabalho da Volcanic Life e Ticom Soluciones SL passa ainda pelo acompanhamento veterinário, escolhendo, por exemplo, que tipo de ração é que é indicada para cada animal.

Os animais estão presos na zona alta de Todoque, em Los Llanos de Aridane, local em que é impossível aceder por via terrestre, devido às altas temperaturas e à lava.

Por outro lado, outra das preocupações das autoridades locais consiste em conseguir salvar animais domésticos das zonas mais afetadas pela erupção.

Os fluxos de rocha fundida devastaram cerca de 600 hectares e 1200 edifícios, e forçaram milhares de pessoas a deixar as suas casas, as autoridades espanholas ordenaram a mais 700 residentes que abandonassem as suas casas, na terça-feira.

A corrente de lava do vulcão, que entrou em erupção a 19 de setembro, continua a avançar lentamente, ameaçando outras zonas da ilha.

https://zap.aeiou.pt/drones-alimentar-animais-lava-438133

 

Corrida ao peru de Natal - Britânicos temem não ter a iguaria na mesa, e a culpa é do Brexit !

No Reino Unido, há falta de mão de obra na agricultura e a criação de perus está a ser uma das áreas mais afetadas. Procura da iguaria natalícia já aumentou.


Na quinta “Flower Farm”, no coração do interior da Inglaterra, reina a preocupação. Num contexto generalizado de falta de mão de obra, o proprietário Patrick Deeley ainda não possui trabalhadores suficientes conseguir fazer a distribuição dos perus de Natal.

“Não sei se vou encontrar o pessoal necessário para fazer o trabalho antes das festas, a pressão vai ser forte”, explica à AFP o agricultor de Surrey, no sul do Reino Unido.

Deeley conta que por esta altura já deveria contar com 12 trabalhadores temporários para meados de dezembro o conseguirem ajudar a preparar, empacotar e entregar as aves no Natal. Há mais de 15 anos, contratava trabalhadores que vinham da União Europeia, mas este ano não conseguiu encontrar nenhum interessado, explica.

A juntar ao facto de muitos trabalhadores abandonaram o setor, ou até o país durante as paralisações impostas pela pandemia, Deely mostra-se convencido de que “o Brexit também é um fator importante” nesta crise – “porque uma das consequências é a perda maciça de mão de obra” europeia, afirma.

O Brexit, que entrou em vigor no dia 1 de janeiro, tem dificultado a entrada de trabalhadores da União Europeia, que agora precisam de obter um visto de trabalho que é bastante caro, sendo que este é mais um dos muitos setores que têm sido afetados.

Perante a escassez de mão de obra no setor de aves, alguns agricultores multiplicaram os anúncios de trabalho, mas os candidatos não aparecem.

“É um trabalho duro, tem que se trabalhar sete dias por semana”, explica Mark Gorton, que se dedica à criação de perus em Norfolk, no leste da Inglaterra, e hoje em dia não possui um único trabalhador temporário, quando em outros anos costumava ter entre 300 e 400.

“Estamos a seis semanas de começar a preparar os perus para o mercado de Natal e, atualmente, não temos trabalhadores”, afirma com preocupação.

Trabalhar sete dias por semana

Devido à escassez de mão de obra, alguns agricultores viram-se obrigados a produzir menos perus este ano, sendo que os supermercados também reduziram os seus pedidos.

“A quantidade de perus reduziu consideravelmente”, disse Deely, acrescentando que “o problema é basicamente o mesmo: há uma enorme escassez de mão de obra qualificada”.

Com as notícias sobre a situação a emergir, os consumidores já se apressam e a procura por este produto tem aumentado com mais antecedência do que é habitual.

Segundo a associação de perus frescos de agricultura tradicional, que reúne 40 quintas, a maioria de seus membros registou um aumento significativo dos pedidos em comparação com período homólogo do ano passado. Algumas quintas afirmaram inclusive que os pedidos quintuplicaram.

O risco agora é que os preços do peru disparem. “Acho que as pessoas, infelizmente, irão assistir a um aumento no preço do produto”, considera Deely.

Tendo em conta que a avicultura é um setor chave da economia britânica, o governo decidiu conceder 5.500 vistos de três meses para atrair trabalhadores temporários, mas os agricultores temem que a medida não seja suficiente.

https://zap.aeiou.pt/corrida-ao-peru-de-natal-brexit-438089

 

Microsoft encerra o LinkedIn na China devido às restrições locais !

A Microsoft informou esta quinta-feira que irá encerrar a rede profissional LinkedIn na China até ao final do ano, justificando a decisão com a existência de um “ambiente operacional difícil”, segundo a agência France-Presse (AFP).


O grupo norte-americano de informática, que detém o LinkedIn, tinha lançado o portal em fevereiro de 2014, uma versão local da sua plataforma, dedicada ao mercado chinês, com funcionalidades restritas a fim de se enquadrar nas leis de Pequim.

“Apesar de termos tido sucesso ao ajudar os membros chineses a encontrar empregos e oportunidades económicas, não tivemos tanto nos aspetos mais sociais de partilhar e mantermo-nos informados”, indicou Mohak Shroff, chefe de engenharia do LinkedIn, citado num comunicado.

O responsável destacou também a existência de um “ambiente operacional difícil e de cada vez maiores exigências em matéria de conformidade com as regras em vigor na China”.

De acordo com o Wall Street Journal, citado pela AFP, o LinkedIn recebeu uma comunicação da parte das autoridades chinesas da internet, que deu à plataforma mais 30 dias para melhor regular os seus conteúdos.

A Microsoft, que comprou o LinkedIn em 2016 por mais de 26 mil milhões de dólares (cerca de 22,4 mil milhões de euros, hoje), foi o última tecnológica norte-americana a estar presente de maneira legal e sustentável na internet chinesa.

As redes sociais Facebook e Twitter estão banidas da China desde há uma década, e a Google deixou o país em 2010.

O site da Amazon pode ser acedido a partir da China, mas a empresa do comércio eletrónico nunca conseguiu penetrar num mercado dominado por empresas locais como a Alibaba ou a JD.com.

https://zap.aeiou.pt/microsoft-encerra-linkedin-china-438166

 

Professores deixam as salas de aula para se tornarem fabricantes de caixões low-cost !

Quando a covid-19 obrigou ao encerramento das escolas no Uganda, Livingstone Musaala abriu mão do seu trabalho como professor de matemática para se dedicar à construção de caixões de valor acessível – numa altura em que estavam a morrer muitas pessoas, vítimas de covid-19, na região onde habita.


A escolha foi alvo de críticas, até mesmo da sua própria família, que o acusou de se estar a aproveitar da dramática situação na cidade de Bugobi, a cerca de 140 quilómetros a leste da capital Kampala.

Entre todas as ideias de negócios, escolhes vender caixões, como se quisesses a morte da pessoas?”, condenou um familiar, lembra o professor de matemática.

A meio da pandemia, e numa altura em que não contava com nenhum salário, Musaala teve a ideia de produzir caixões a preços consideravelmente mais baixos do que aqueles que eram vendidos pela maioria das empresas, diante da grande procura causada pela pandemia. “Não foi uma decisão fácil, mas as pessoas agora dão-me valor”, refere.

Desta forma, os vizinhos da cidade de Bugobi deixaram de ter de percorrer longas distâncias para conseguirem ter acesso a caixões a preços mais baixos quando a morte de algum familiar lhes batia à porta.

“No pico da pandemia, os negócios iam bem, vendíamos dez caixões por dia“, conta o antigo professor, que agora é carpinteiro.

O sucesso do seu negócio atraiu outros 30 professores que estavam na mesma situação. E, assim tal como Musaala, a maioria não quer voltar agora para as salas de aulas, mesmo que as escolas reabram.

Sistema escolar em perigo

Esta insatisfação na classe ameaça o sistema escolar deste país da África Oriental, já muito castigado pelas consequências económicas e sociais da pandemia.

Segundo a AFP, cerca de 15 milhões de alunos deixaram de ir à escola, após o encerramento das instituições de ensino públicas, em março de 2020.

Algumas associações temem que esta situação tenha levado a um aumento da gravidez entre adolescentes e do trabalho infantil.

Passados vários meses, e sem qualquer recurso económico, muitas escolas foram transformadas em hotéis, ou restaurantes. Outras afundam-se em dívidas, incapazes de pagar os seus empréstimos, o que torna ainda mais incerta a remuneração dos professores que possam retomar as suas atividades.

“Entre a educação e a carpintaria, fico com a carpintaria, porque pagam bem”, disse Godfrey Mutyaba, que também optou por outra via profissional, à AFP. “Adoro ensinar, mas com um salário tão baixo não voltaria”, acrescenta.

Livingstone Musaala também decidiu que não vai mais dar aulas. Embora a pandemia agora tenha acalmado no país, o antigo professor irá permanecer como carpinteiro, sendo que o seu objetivo é diversificar a sua oferta com a fabricação de móveis.

“A covid-19 ensinou-se que existe vida fora do ensino”, remata.

https://zap.aeiou.pt/professores-fabricantes-de-caixoes-438059

 

No Japão, milhares de idosos morrem sozinhos - Agora, um sistema ajuda na deteção de cadáveres nas casas !

Monitorização dos edifícios permite perceber se há movimento dos ocupantes dentro das casas. Desta forma, é mais fácil evitar que corpos em decomposição permanecem no local ao longo de muito tempo.


O Japão é um dos países do mundo com mais idosos – que geralmente vivem sozinhos e acabam por morrer sem que ninguém dê conta.

Muitas das vezes, as pessoas morrem em casa e o corpo fica em decomposição durante dias, meses, ou até anos, sem que seja levantado para posteriormente ser enterrado. Isto faz com que a casa ganhe um cheiro intenso que depois acaba por ser muito difícil de eliminar, obrigando a elevados custos de limpeza.

Por outro lado, na hora de vender o imóvel, o facto de alguém ter morrido lá pode ser um impedimento para que os interessados queriam avançar com a compra.

Ainda depois de serem devidamente limpas, estas casas ficam com o rótulo estigmatizado e não lucrativo de jiko bukken – que indica uma propriedade onde alguém morreu.

Desta forma, os proprietários são obrigados a informar os novos inquilinos de mortes anteriores no local, bem como das práticas de limpeza que ocorreram.

De acordo com a Suumo, uma conhecida empresa imobiliária japonesa, os preços das propriedades onde alguém morreu de morte natural diminuem de 10 a 20%, 30% em caso de suicídios e cerca de 50% em assassinatos e outros crimes.

Contudo, este problema pode ser minimizado.

Várias empresas japoneses estão a instalar serviços de monitorização de Inteligência Artificial (IA) e sensores de movimento que detetam movimentos – ou a falta deles – dentro das casas. A tecnologia pode indicar que os ocupantes já não se movimentam e este pode ser um sinal de alerta.

Esta é uma forma de evitar que os corpos se decomponham dentro dos lares, evitando assim um serviço de limpeza mais caro e difícil de executar, escreve o Vice.

A R65 inc., uma agência imobiliária japonesa que ajuda pessoas com 65 anos, ou mais, a encontrar casas, oferece esse serviço. Com o “Pacote de Relógios Tranquilizadores”, a empresa instala uma ferramenta de IA que regista o uso de eletricidade de um residente e monitoriza qualquer anormalidade.

Se ao longo de mais de 20 horas não for detetado nenhum movimento, uma chamada de voz automática contacta os moradores. Caso não haja resposta, é enviado um e-mail ao agente imobiliário responsável pelo imóvel para que se desloque até ao edíficio.

A Tokyo Gas, principal fornecedora de gás e eletricidade da capital, também instalou tecnologias semelhantes, sendo que o objetivo é instalar sensores em mais de 70.000 casas a partir de dezembro.

No entanto, a tecnologia não é benéfica apenas para as empresas e agentes imobiliários.

Segundo o Vice, muitos clientes destas empresas mostram-se satisfeitos com o mecanismo, pois referem que não quererem ser um fardo após a morte.

Há também quem afirme que este método pode trazer alguma dignidade depois da morte, pois é preferível ser encontrado como se estivesse apenas a dormir, e não num ponto elevado de decomposição.

Em 2018, só em Tóquio, houve 5.513 mortes solitárias, um número seis vezes superior ao de assassinatos confirmados em todo o país.

https://zap.aeiou.pt/japao-sistema-corpos-decomposicao-438144

 

Se for eleita, Le Pen irá desmantelar as turbinas eólicas !

A candidata à presidência francesa Marine Le Pen disse que, se for eleita presidente no próximo ano, acabará com todos os subsídios destinados às energias renováveis e derrubará as turbinas eólicas.


Marine Le Pen, candidata do partido de extrema-direita Rassemblement National, chegou, em 2017, à segunda volta das eleições e está de volta à corrida pela presidência francesa — as eleições são em abril.

De acordo com a Reuters, agora espera-se que o faça novamente, embora algumas sondagens recentes mostrem que Eric Zemmour poderia ter melhores resultados, se decidisse candidatar-se.

“Eólica e solar, estas energias não são renováveis, são intermitentes. Se eu for eleita, porei um fim a toda a construção de novos parques eólicos e lançarei um grande projeto para os desmantelar”, disse Le Pen, em declarações à rádio RTL.

Além disso, a candidata acrescentou que suprimirá os subsídios para a energia eólica e solar, que ascenderiam a seis ou sete mil milhões de euros por ano e colocariam um pesado fardo nas contas de eletricidade dos consumidores.

Le Pen disse também que, caso seja eleita, dará um forte apoio à indústria nuclear francesa, permitindo a construção de vários novos reatores nucleares, financiará uma grande modernização da frota existente em França e apoiará a construção de pequenos reatores modulares, tal como proposto pelo Presidente Emmanuel Macron.

Num roteiro para a economia francesa em 200, que foi apresentado esta semana, Macron propôs milhares de milhões de euros de apoio aos veículos elétricos, à indústria nuclear e ao hidrogénio verde – produzido com energia nuclear -, mas fez pouca menção às energias renováveis.

França produz cerca de 75% da sua energia em centrais nucleares, o que significa que a sua produção de eletricidade se encontra entre as mais baixas emissões de carbono per capita de qualquer país desenvolvido. No entanto, está muito atrás da Alemanha e de outras nações europeias no investimento eólico e solar.

https://zap.aeiou.pt/se-for-eleita-le-pen-ira-desmantelar-as-turbinas-eolicas-437976

 

Entre promessas por cumprir e a saída do Afeganistão, Biden está a perder popularidade – e os Democratas estão preocupados !

Já desde Agosto que a popularidade de Joe Biden tem estado em queda e a perda de energia nos eleitores independentes está a preocupar os Democratas na preparação para as intercalares do próximo ano. Uma sondagem sobre um confronto entre Biden e Trump em 2024 dá também uma vitória ao ex-presidente.


Joe Biden assumiu a presidência dos Estados Unidos numa altura difícil, com o país a continuar a ser o líder mundial em mortes por covid-19, a enfrentar uma crise económica e a tentar sarar as feridas depois da tentativa de insurreição dos apoiantes de Donald Trump a 6 de Janeiro e da enorme polarização política da população.

O ex-vice de Obama prometeu ser capaz de unir o país, mas o seu tom mais conciliador não tem chegado para convencer os norte-americanos. Entre a saída caótica das tropas no Afeganistão que levou ao regresso dos talibãs ao poder, o impasse na aprovação da sua agenda política no Congresso e as promessas eleitorais que até agora ainda não foram cumpridas, a popularidade de Biden tem estado em queda nas últimas semanas.

Nos primeiros meses do mandato, o ocupante da Casa Branca teve uma popularidade razoável, mas já desde Agosto que Biden tem uma taxa de aprovação no vermelho. Segundo o site agregador de sondagens FiveThirtyEight, 49,6% dos norte-americanos desaprovam a actuação do Presidente enquanto que 44,5% têm uma opinião favorável.

Já os números do RealClearPolitics são ainda mais duros com Joe Biden, com 52,3% a não aprovarem o seu trabalho contra apenas 43% que se mostram satisfeitos. Estes números mostram que apenas um Presidente norte-americano teve uma popularidade mais baixa que Biden nesta fase do mandato – precisamente o seu antecessor, Donald Trump.

Biden tem segurado o apoio na base Democrata, no entanto, é entre os eleitores que nem se assumem Republicanos nem Democratas e que são decisivos nas eleições que a quebra se nota, tendo o chefe de Estado números semelhantes aos de Trump neste segmento do eleitorado.

Uma média de apenas 39% dos independentes aprovou a performance de Biden em três sondagens feitas entre 18 e 26 de Setembro enquanto que 52% não se mostrou fã. Entre 22 e 27 de Setembro de 2017, apenas 38% dos independentes aprovavam Trump e 50% reprovavam.

Isto significa que a diferença negativa de 13 pontos de Biden é parecida com a de 12 de Trump na mesma altura da presidência e é ainda mais preocupante quando se tem em conta o contexto desta fase para o ex-presidente – o protesto da extrema-direita em Charlottesville tinha acabado de acontecer, o polémico conselheiro Steve Bannon também tinha sido afastado há pouco e a investigação ao envolvimento da Rússia na campanha de Trump tinha rebentado nas notícias.

Dadas as polémicas e o tom mais inflamatório de Donald Trump, é preocupante para Joe Biden ter números comparáveis com os do seu antecessor entre os eleitores independentes, principalmente para as prospecções dos Democratas de segurar a Câmara dos Representantes e o Senado nas próximas intercalares.

Mesmo assim, a porta-voz da Casa Branca diz que o foco da administração não é “as subidas e descidas” nas sondagens. “O nosso foco é em controlar a pandemia, voltar a uma versão da vida normal para que as pessoas possam estar seguras em voltar ao trabalho e deixar os seus filhos nas escolas. É aí que temos de gastar o nosso tempo e energia”, afirma Jen Psaki. Mas afinal, o que está por detrás desta quebra na popularidade?

A pandemia descontrolada

A resposta de Joe Biden à pandemia não tem convencido os norte-americanos, depois do crescimento de casos com a variante Delta. A média do FiveThirtyEight mostra que a taxa de aprovação da resposta da Casa Branca ao coronavírus caiu de 62,7% em Junho para 49,6% agora.

Numa sondagem da CNBC publicada no início de Agosto, a aprovação do trabalho de Biden em controlar a covid sofreu uma queda de nove pontos relativamente ao primeiro trimestre do ano.

De 62%, a aprovação sobre a pandemia baixou para 53%. “Se a situação da covid tivesse continuado a melhorar da maneira que estava a melhorar no primeiro trimestre, estes números seriam muito diferentes. Mas alguém tem de ser responsável, e agora esse alguém é Joe Biden”, explica o analista Jay Campbell.

Mais recentemente, uma sondagem Axios/Ipsos revelou que 42% dos inquiridos tem um alto ou razoável nível de confiança em Biden para os guiar com informação durante a pandemia, uma quebra de 10% em relação a Abril e de 16% em comparação com o seu primeiro dia na presidência.

Para combater a insurgência da variante Delta, Biden anunciou em Setembro um plano de vacinação obrigatória que exigiu que todas as empresas com mais de 100 funcionários obrigassem os funcionários a serem vacinados ou então testados semanalmente e todos os funcionários públicos a serem vacinados, sem opção de teste.

O plano abrangia 100 milhões de americanos e foi anunciado numa altura em que quase 2000 americanos morriam diariamente com covid. Numa sondagem da Associated Press, 51% dos inquiridos apoiaram o plano de Biden, enquanto que 34% desaprovavam e 14% não tinham opinião definida.

No entanto, apesar de três quartos dos Democratas apoiarem a vacinação obrigatória, apenas um quarto dos Republicanos tem a mesma opinião.

Já uma sondagem da Gallup perguntou aos eleitores qual a opinião sobre as principais medidas incluídas no plano. Sobre a vacina obrigatória para funcionários públicos, 94% dos Democratas são a favor, 49% dos Independentes e apenas 19% dos Republicanos.

Questionados sobre a opção da vacina ou testes semanais para as empresas com mais de 100 funcionários, 93% dos Democratas eram a favor, tal como 17% dos Republicanos e 47% dos Independentes.

Os desafios políticos causados pelos processos que vários estados Republicanos têm aberto contra o seu plano de vacinação obrigatória também não têm ajudado a facilitar a resposta ao vírus, num país onde apenas 66% da população elegível para ser inoculada já tem o processo completo.

A saída caótica do Afeganistão

Apesar do fim das chamadas “guerras sem fim” dos EUA ser consistentemente uma ideia popular entre os eleitores de ambos os partidos e os independentes nos últimos anos, sendo até usada como trunfo eleitoral por candidatos e Presidentes que faziam oscilar os números das tropas consoante o momento político, muitos americanos não estão convencidos com a actuação de Joe Biden na retirada do Afeganistão.

As sondagens mostram consistentemente que os americanos não aprovaram a forma como a saída foi feita, apesar de estarem divididos sobre o que devia ter sido feito para se evitar que os talibãs regressassem ao poder. A crise no Afeganistão foi também o ponto em que a popularidade de Biden começou a cair a pique.

Segundo uma sondagem do NPR, 61% dos inquiridos desaprovam a actuação do chefe de Estado, incluindo 71% dos independentes. A maioria também não aprova a política externa de Biden no geral.

Apesar das críticas a Biden, 71% acham que a guerra no Afeganistão em si foi um fracasso, mas estão divididos sobre como o caos que se seguiu à saída podia ter sido evitado – 38% acham que os EUA deviam ter deixado algumas tropas, 37% defendem a saída total dos soldados e só 10% acreditam que as tropas deviam ter permanecido todas.

A polarização está também evidente nas escolhas sobre quais dos Presidentes dos últimos 20 anos é mais responsável por esse fracasso. A maioria de 36% culpa Bush, que foi quem começou a guerra no seguimento do 11 de Setembro.

Enquanto que o eleitorado Democrata aponta o dedo aos dois Presidentes Republicanos Bush e Trump, sendo que este último negociou o acordo com os talibãs para a saída, os eleitores Republicanos culpam Obama e Biden.

As promessas por cumprir

As promessas eleitorais que Biden não cumpriu até agora são também uma das principais razões que explicam a quebra na popularidade, especialmente devido à importância dos 100 primeiros dias da presidência para se impor a agenda política.

Parte deste problema está fora do alcance da Casa Branca, com a lei das infraestruturas de Biden, que já foi bastante diluída relativamente à promessa original, presa no Congresso.

Apesar de ter tido uma aprovação bipartidária histórica no Senado, a lei está encalhada na Câmara dos Representantes, onde os Democratas da ala progressista se recusam a aprová-la até que o Senado aprove o pacote de medidas sociais Build Back Better, outra peça importante da agenda do Presidente.

O problema é que o Senado tem 50 Senadores para cada lado e todos os votos contam, no entanto os dois Democratas mais conservadores Joe Manchin e Kyrsten Sinema ainda não garantiram que vão aprovar o pacote.

Ambos concordam que o custo do plano deve ser cortado, mas não concordam nos detalhes e arriscam-se assim a afundar a promessa eleitoral de Joe Biden. Mesmo assim, o Presidente ainda acredita que se possa alcançar um acordo. “Vamos aprovar ambas estas leis e começar a construir a economia para derrotar a competição e cumprir com as famílias trabalhadoras”, afirma.

No entanto, há outras promessas que não estão num impasse no Congresso e que Biden não cumpriu, pelo menos por enquanto. Os cheques de estímulo de 2000 dólares prometidos acabaram por ser de apenas 1400 dólares. A nível da saúde, que era o tema mais importante para os eleitores Democratas durante as primárias, a criação de uma opção de seguro pública também ficou na gaveta até agora.

A subida do salário mínimo para 15 dólares por hora foi uma das garantias que o então candidato Democrata deu na campanha, mas que acabou por cair no Senado. O salário mínimo federal nos EUA é actualmente de 7.25 dólares por hora e não é aumentado desde 2009, com muitos eleitores a achar que Biden não fez o suficiente para pressionar os legisladores e para acabar com o filibuster.

W. Mondale Robinson passou uma grande parte do último Outono em discotecas, bares e concertos no estado decisivo da Geórgia a tentar convencer homens negros a votar nos Democratas, tanto nas Presidenciais como para o Senado. Mas cada vez mais sente que esse tempo foi desperdiçado.

O momento em que o seu optimismo relativamente a Biden começou a desaparecer foi quando os Democratas começaram a diluir muito as leis de reforma na polícia para satisfazer os Republicanos, mas seguiram-se outras desilusões com o salário mínimo e a falta de luta contra as leis de votação na Geórgia, que Biden chegou a comparar com as política segregacionistas de Jim Crow.

“Acho que a frustração está num nível alto histórico e o Biden não pode ir à Geórgia ou a qualquer outro estado com negros no sul e dizer “isto é o que conquistamos em 2021. Os homens negros estão zangados com o nada que tem acontecido… Se isto torna o nosso trabalho mais difícil? Torna-o quase impossível”, explica Robinson, que é fundador do Black Male Voter Project, ao Washington Post.

Ao mesmo tempo, apesar das promessas de mudança e de regresso a uma América mais comedida na resposta à crise migratória, parece que as palavras de Biden não passaram disso mesmo – palavras.

A política na fronteira da administração Democrata tem sido practicamente igual à de Donald Trump e as recentes imagens de polícias norte-americanos a chicotear migrantes do Haiti no Texas trouxeram memórias pesadas aos eleitores negros – uma das principais bases de Biden – do passado de um país construído nas costas de escravos.

“As imagens dão um sinal aos negros de que o nosso governo não fez o suficiente para erradicar os comportamentos racistas estruturais na nossa polícia… A mensagem que passa muito facilmente pelas imagens é de que a América não quer saber dos negros, ponto final”, explica Christine White, directora executiva da Geórgia Alliance for Progress.

Já Adelina Nicholls, que lidera uma aliança latina na Geórgia, revela que o seu grupo bateu à porta de muitos latinos no estado, mas que está desmotivada pela actuação do Presidente na questão migratória.

“A preocupação que temos é de que o Partido Democrata continue a repetir os mesmos erros. Trabalhámos para alguma coisa aqui. Vamos experimentar uma coisa nova. Vamos fazer algo diferente. Para que serve um político que não trabalhe em benefício da comunidade que o elegeu?“, questiona.

Parece que o benefício da dúvida dado a Joe Biden já chegou ao fim e isso está a pôr em causa o entusiasmo da base para as eleições intercalares do próximo ano. “Se as intercalares são sobre entusiasmo e comparecimento, quem é que acham que está entusiasmado para votar neste momento? Porque não são os Democratas. Não são os negros. Não são os jovens”, afirma Nsé Ufot, chefe do New Georgia Project.

O impacto nas intercalares

Em 2022, um terço do Senado e a totalidade da Câmara dos Representantes vão a votos. Actualmente, o Congresso é todo controlado pelos Democratas, sendo que é necessário chamar a vice-presidente Kamala Harris em caso de empates no Senado.

A fraca popularidade de Biden está a preocupar o seu partido, especialmente devido à tendência histórica que há nos EUA de que o partido do Presidente tenha um mau resultado e perca lugares nas intercalares.

As sondagens sugerem também que o apoio a Biden tem caído em grupos demográficos fundamentais para os Democratas, como negros, latinos, mulheres e jovens. 85% dos negros aprovavam do Presidente em Julho, em Setembro o número caiu para 67%. Já entre os latinos, houve uma queda de 16 pontos e uma descida de 14 entre os asiáticos, aponta o Pew Research Center.

Biden ganhou o voto independente a Trump por 13 pontos, mas uma sondagem se Setembro do Emerson College deu uma pequena vantagem ao ex-presidente em relação ao actual num potencial reencontro em 2024, algo que Trump tem dado pistas de que pode ser possível.

Com 47% das intenções de voto, Trump fica à frente dos 46% de Biden, apesar de ainda estar dentro da margem de erro de 2,7%. Dada a forte polarização partidária, cativar do voto independente é ainda mais importante, o que não traz bons agoiros para Biden nesta altura.

No caso de estados que não são nem bastiões Democratas nem Republicanos e que podem cair para qualquer um dos lados – conhecidos como estados roxos – a performance de Biden pode ser uma dor de cabeça para os candidatos no Congresso.

Actualmente, o chefe de Estado tem uma taxa de aprovação de -17% no Arizona e de -10% no Wisconsin, Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte. Todos estes estados têm candidatos no Senado que vão a eleição.

Dada a associação forte que há nos Estados Unidos entre os Presidentes e a imagem do partido em geral, os Democratas têm na popularidade de Biden mais um desafio para  segurarem as duas câmaras do Congresso em 2022. Resta saber se a Casa Branca vai conseguir voltar às boas graças dos norte-americanos no ano que ainda falta até às intercalares.

https://zap.aeiou.pt/biden-perder-popularidade-democratas-437709

 

Rússia e Arábia Saudita ponderam criar uma aliança de países produtores de gás !

O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, e o ministro da Energia da Arábia Saudita discutiram hoje a ideia de criar uma aliança de países produtores de gás, perante a alta dos preços do “ouro azul”.


Num fórum de Energia em Moscovo, Novak disse que regular o mercado de gás à imagem da OPEP+ era uma ideia “racional”, mas acrescentou que era necessário “trabalhar nisso com mais cuidado”.

No mesmo fórum, o ministro saudita Abdelaziz bin Salman disse que tinha discutido essa ideia com Novak, que já foi ministro da Energia na Rússia e é um profundo conhecedor da OPEP+.

A OPEP+ é uma aliança entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outros países produtores de petróleo que não fazem parte desse cartel, tal como a Rússia, que visa regular o abastecimento de petróleo e, assim, controlar o seu preço.

“Discutimos (…) e concluímos que seria bom refletir sobre essa questão. Vamos estudar isso”, disse o ministro saudita.

Os países exportadores de gás já se reúnem regularmente no Fórum dos Países Exportadores de Gás (FPEG), uma organização da qual Riade não é membro – apesar de ser um peso pesado do petróleo, a Arábia Saudita é apenas o nono maior produtor de gás do mundo, de acordo com dados da Agência de Informação de Energia dos Estados Unidos.

Ao contrário da OPEP, o FPEG não estabelece quotas de produção para os seus membros.

Com os preços do gás a variar muito de país para país e num mercado dependente de gasodutos de longa construção que unem produtores e importadores durante décadas, um cartel que procurasse controlar os preços do gás teria mais dificuldade em operar do que num mercado globalizado do petróleo.

O preço do gás europeu não reagiu de forma apreciável a estas observações: o mercado de referência, o TTF holandês (Title Transfer Facility), situou-se nos 99,03 euros (uma subida de cerca de 5%) por megawatt hora (MWh), depois de ter atingido o ponto mais alto em 06 de outubro, a 162,12 euros, e antes de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter dado garantias de que o seu país asseguraria a procura europeia.

Ainda assim, o preço do gás subiu 600% nos últimos 12 meses.

https://zap.aeiou.pt/alinca-paises-produtores-de-gas-438087

 

Príncipe William diz que as “grandes mentes” se devem concentrar em salvar a Terra e não nas viagens espaciais !

O Príncipe William disse esta quinta-feira que os bilionários envolvidos na corrida do turismo espacial deveriam concentrar-se na resolução dos problemas ambientais que o nosso planeta enfrenta.


O Príncipe William criticou Jeff Bezos, a pessoa mais rica do mundo, Elon Musk e o britânico Richard Branson, que estão a competir para inaugurar uma nova era de viagens espaciais comerciais privadas.

“Precisamos de alguns dos maiores cérebros e mentes do mundo fixados na tentativa de reparar este planeta, não na tentativa de encontrar o próximo lugar para ir e viver”, disse William sobre a corrida espacial, em declarações à BBC.

A entrevista surge depois de Musk ter falado sobre futuras missões a Marte e Bezos ter descrito o seu voo espacial inaugural em julho como parte da construção de uma estrada para o espaço “para que os nossos filhos possam construir um futuro”.

“Precisamos de fazer isso para resolver os problemas aqui na Terra”, disse Bezos, que na quarta-feira celebrou o envio do ator do Star Trek William Shatner para o espaço na sua Nova Nave Espacial Shepard.

Falar sobre questões relacionadas com o ambiente tem-se tornado característico da família real britânica e William, de 39 anos, está a seguir os mesmos passos.

Carlos, o herdeiro ao trono e pai de William e Harry, apela para que se tome ação para travar as alterações climáticas e os danos ambientais, muito antes de a questão se ter tornado dominante.

Tem sido um caminho difícil para ele. Ele tem tido um percurso realmente difícil e penso que está provado que está bem à frente da curva”, disse William, citado pela Reuters.

No entanto, para o príncipe, não faz sentido que uma terceira geração tenha de continuar a falar do mesmo assunto.

“Para mim, seria um desastre absoluto se o George [o seu filho mais velho] estivesse aqui sentado, daqui a uns 30 anos, seja o que for, ainda a dizer a mesma coisa, porque nessa altura já será demasiado tarde”, disse.

A resposta pessoal do príncipe a este problema foi a criação do Prémio Earthshot, que visa encontrar soluções através de novas tecnologias ou políticas para os maiores problemas ambientais do planeta.

Os primeiros cinco vencedores, que irão receber 1 milhão de libras, serão anunciados numa cerimónia a realizar no domingo.

https://zap.aeiou.pt/principe-william-grandes-mentes-salvar-437928

 

Retalhistas alertam para “cocktail explosivo” que pode esvaziar prateleiras no Natal !

Atrasos no fabrico e distribuição dos produtos ainda não recuperaram das paragens forçadas pela pandemia.


A possibilidade de no Natal algumas prateleiras das grandes superfícies estarem vazias por falta de stocks é um cenário para o qual os portugueses se devem preparar. O alerta é feito pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuições que, pela voz do seu presidente, aponta a subida dos custos das matérias-primas, a falta de componentes (como os já famosos chips) e a crise dos contentores como estando na origem desta previsão.

“Estão a provocar muitos constrangimentos para a importação de produtos de fora da Europa e que têm um peso significativo no retalho especializado“, explicou ao Eco. Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da associação, falou ainda num “cocktail explosivo que pode vir a ter impacto” nas compras dos portugueses, especialmente numa altura do ano marcada pelo consumo.

O dirigente garante que os “retalhistas estão todos a lutar para que não se venham a sentir” muitas das consequências deste cenário, havendo, ainda assim, “um risco latente de poder haver eventualmente falhas em algumas categorias de produtos”.

Entre os produtos que são mais prováveis de faltar, aponta Gonçalo Lobo Xavier, estão os “equipamentos eletrónicos de consumo e nos brinquedos“, por se tratarem de “produtos que tendencialmente vêm de fora da Europa e que podem estar em risco”. “Não queremos, de maneira nenhuma, alarmar os consumidores, mas nalgumas categorias de produto, se houver uma grande procura, poderemos ter dificuldade em repor os stocks”, explicou.

Nas suas declarações, o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição tratou ainda de atirar as culpas de uma possível situação de rutura aos distribuidores e não aos retalhistas, uma vez que não os habituais canais de transporte de produtos que não estão a funcionar. Deixou também um apelo aos dirigentes políticos para que encarem o cenário atual como “uma oportunidade para relançar a indústria europeia”.

O Eco ouviu também os distribuidores que descrevem o cenário que se vive no setor portuário como “completamente louco“, com os armadores a estabelecerem preços até dez vezes superiores aos que eram praticados antes da pandemia, sobretudo nas rotas da Ásia para a Europa.

Segundo Mário de Sousa, CEO da Portocargo, existe “muita mercadoria acumulada à espera de espaço em navios” e em risco de só chegar à Europa já depois do Natal. O responsável elucidou que as fábricas estão a demorar mais tempo a produzir e a entregar os produtos e que se mantém o desequilíbrio na distribuição dos contentores pelo mundo, o qual se iniciou logo após o surgimento dos primeiros casos de covid-19 na China.

“O que não estiver já embarcado, já não chega antes do Natal à Europa. E além do preço de transporte elevado, é preciso perceber que, desde que a mercadoria está pronta, até que se arranje espaço para embarcar, o atraso está em cinco a seis semanas“, alerta.

https://zap.aeiou.pt/distribuidores-cocktail-explosivo-esvaziar-prateleiras-natal-437943

 

OMS armada com plano ousado e nova equipa para encontrar origens da covid-19 - China pode atrapalhar !

A Organização Mundial da Saúde anunciou esta quarta-feira a composição da equipa que irá passar a investigar novos vírus infecciosos que possam provocar pandemias e que terá como uma das missões estudar a origem do SARS-CoV-2.


A equipa integra 26 especialistas de diversas áreas, como epidemiologia, saúde animal, ecologia, medicina clínica, virologia, biologia molecular, segurança alimentar ou biossegurança, sendo os seus membros de países tão diferentes como Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, Rússia, França, Alemanha, China ou Japão.

A equipa, escolhida entre 700 candidatos, irá formar o Grupo Consultivo Científico para as Origens de Novos Patógenos (SAGO, na sigla em inglês) e visa aconselhar a OMS relativamente às origens de agentes infecciosos emergentes e reemergentes com potencial para provocarem epidemias ou pandemias.

“O aparecimento de novos vírus com potencial para desencadear epidemias e pandemias é um facto da natureza e, apesar de o SARS-CoV-2 ser o vírus mais recente, não será o último“, afirmou, esta terça-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Entender de onde vêm os novos patógenos é essencial para prevenir futuros surtos com potencial epidémico e pandémico e requer um leque vasto de conhecimento. Estamos muito satisfeitos com o calibre de especialistas selecionados (…) e esperamos trabalhar com eles para tornar o mundo num lugar mais seguro”, acrescentou.

Os 26 membros serão ainda sujeitos a uma avaliação final, na qual a OMS também levará em consideração os resultados de uma consulta pública de duas semanas sobre os candidatos.

A investigação sobre a origem do vírus que provoca a covid-19 tem sido um objetivo constante da OMS, que enviou, logo em fevereiro e depois em julho de 2020, duas equipas de especialistas à China, nomeadamente à cidade de Wuhan, onde foi detetado o primeiro caso da doença.

Pequim reagiu à investigação e foi impondo sucessivos atrasos, o que dificultou a possibilidade de estudar os primeiros vestígios da infeção.

Em janeiro, uma outra equipa de dez investigadores e especialistas da OMS viajou para a China para investigar a origem do SARS-CoV-2, mas a China continuou a dificultar a recolha de informação, como por exemplo, o nome da primeira vítima mortal da covid-19, e a entrada no mercado de Wuhan, considerado como o primeiro grande foco da pandemia.

A equipa acabou por deixar a China em meados de fevereiro, apontando duas teorias preliminares sobre as origens do vírus: através de um animal que serviu de hospedeiro intermediário para humanos ou através de algum alimento congelado.

Esta segunda teoria foi defendida pela China repetidamente, durante os primeiros meses da pandemia, após a deteção de vestígios do vírus em alguns produtos congelados importados pelo país asiático.

A investigação foi um momento extremamente sensível para o regime comunista, cujos órgãos oficiais têm promovido teorias que apontam que o vírus teve origem em outros países, situação que se tornou ainda mais complicada pelas acusações do então Presidente norte-americano, Donald Trump, que afirmou que o Instituto de Virologia de Wuhan foi responsável por deixar o vírus escapar.

O novo plano ousado da OMS já se depara com um problema antigo: o Governo chinês. Segundo o The Washington Post, sem o consentimento de Pequim, a caça às origens da covid-19 vai, muito provavelmente, continuar por resolver.

Até agora, há poucos sinais de que a China irá proporcionar à SAGO uma viagem fácil. O People’s Daily, porta-voz do Partido Comunista, escreveu no início deste mês que a China não podia confiar no grupo de peritos da OMS, até solicitar uma investigação ao Fort Detrick, uma base e centro de investigação do Exército dos EUA em Maryland, que as autoridades chinesas afirmaram, sem provas, poder estar ligada à origem da covid-19.

O diário norte-americano salienta que a China pode ter poucos motivos para ansiar que a verdade venha ao de cima, mesmo que a teoria da fuga de informação do laboratório seja infundada.

Segundo a New Yorker, o líder chinês Xi Jinping terá promovido práticas agrícolas intensivas que empurraram as pessoas para um contacto mais direto com animais selvagens, o que terá criado as circunstâncias ideais para um vírus se propagar de morcegos para humanos através de um terceiro animal.

“De uma certa perspetiva, provar que o vírus tem uma origem natural é ainda pior para a China. Se as explorações de animais selvagens fossem responsáveis pela pandemia, isso culpabilizaria as políticas do Presidente Xi Jinping. Se houvesse uma fuga no laboratório, só alguns cientistas seriam culpados pelo acidente”, lê-se no artigo, publicado esta semana.

A SAGO não será capaz de se sobrepor aos interesses chineses, mas esta colaboração científica pode produzir resultados relevantes. Os funcionários da OMS estão particularmente interessados em testar amostras de bancos de sangue de Wuhan para ver quando é que o vírus começou a alastrar-se.

Além disso, é a única opção para a OMS. “Temos de trabalhar com os países e colaborar com eles, e precisamos da cooperação da China para entrar”, disse Maria Van Kerkhove, coordenadora técnica da OMS para o combate à pandemia. “Tem de acontecer. Não pode haver ambiguidade.”

https://zap.aeiou.pt/oms-plano-ousado-origens-covid-19-437945

 

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