domingo, 7 de novembro de 2021

Pfizergate - Entre teorias da conspiração e “confusão maluca”, vacina contra a covid-19 em xeque !


Um artigo publicado num jornal científico está a dar alento ao movimento anti-vacinas e a gerar uma onda de fake news nas redes sociais. Tudo porque uma denunciante revelou más práticas em alguns dos testes clínicos realizados à vacina da Pfizer. Mas, agora, coloca-se em causa o trabalho do jornalista que fez a notícia.

O “Pfizergate” tomou conta das redes sociais depois da publicação, no conceituado jornal científico British Medical Journal (BMJ), de um artigo que coloca em causa os testes clínicos realizados em torno da vacina da Pfizer contra a covid-19.

O texto baseia-se em denúncias de uma “directora regional”, Brook Jackson, de uma empresa sub-contratada pela Pfizer, a Ventavia, para fazer uma parte dos testes clínicos da vacina.

Brook Jackson denuncia más práticas, salientando que a Ventavia “falsificou dados” e contratou “vacinadores inadequadamente treinados”.

A mulher trabalhou na empresa apenas durante duas semanas, em Setembro de 2020, e é uma auditora de ensaios clínicos com “mais de 15 anos de experiência na coordenação e gestão de pesquisas clínicas”, como aponta o artigo.
Jornalista é um “teórico da conspiração”

É preciso notar que as denúncias a que Jackson se refere são relativas a apenas três centros de investigação dos 153 onde foram feitos os ensaios clínicos da Pfizer em vários países do mundo. Estão em causa 1000 participantes entre os 44 mil que estiveram envolvidos nos testes clínicos.

Portanto, o epidemiologista francês, Thibault Fiolet, nota que estamos a falar de apenas 2,3% dos ensaios clínicos realizados.

As alegadas más práticas nestes testes “não põem em causa a eficácia das vacinas” que até já foi “demonstrada em condições reais em múltiplos países e por múltiplas equipas de pesquisa independentes”, nota Fiolet em declarações à Franceinfo, onde lamenta a instrumentalização de assuntos sérios por teorias conspiracionistas.

De facto, o jornalista que assina a peça, Paul D. Thacker, é descrito pelo Conselho Americano de Ciência e Saúde como um “teórico da conspiração”. A entidade também acusa o jornalista especializado em ciência de disseminar informações falsas sobre a Organização Mundial de Saúde (OMS).

De resto, o seu artigo no BMJ baseia-se apenas nas declarações de Jackson, não tendo quaisquer espaço para o contraditório da Ventavia, nem da Pfizer. A peça também fala da autoridade do medicamento dos EUA, a US Food and Drug Administration (FDA), mas também esta não terá sido contactada.
Fake news colocam CEO da Pfizer na prisão

Entretanto, a notícia de Thacker está a ser aproveitada pelos anti-vacinas para divulgarem fake news. Nas últimas horas, surgiram rumores de que o CEO da Pfizer, Albert Bourla, teria sido preso pelo FBI por suspeitas de fraude quanto à eficácia da vacina. Mas não é verdade.

Bourla tem aparecido em vários programas de televisão a dar entrevistas sobre o novo medicamento contra a covid-19 que a Pfizer anunciou. E mesmo este lançamento é aproveitado pelos adeptos das teorias da conspiração que alegam que o anúncio foi feito para abafar o “Pfizergate”.

Certo é que já há políticos a aproveitarem estas dúvidas em torno da vacina, como é o caso do eurodeputado francês Florian Philippot, ex-número dois de Marine Le Pen que fundou o movimento Os Patriotas.

Philippot já pediu ao ministro da Saúde de França, Olivier Véran, a suspensão imediata da vacina da Pfizer em França. “A saúde pública acima de tudo”, salienta.

Entretanto, a Pfizer recusa-se a comentar o artigo no BMJ, mas sublinha que estão a decorrer investigações “internas”. A Ventavia anunciou também que vai “investigar as acusações de Brook Jackson”.

Já a FDA não comenta o assunto, mas assegura que mantém “total confiança nos dados que levaram a apoiar a autorização da vacina Pfizer/BioNTech”.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) salienta que as alegações feitas “não colocam em causa as conclusões sobre a segurança, eficácia e qualidade da própria vacina”, conforme declarações divulgadas pelo francês Le Parisien.
O que diz o artigo?

O texto que despoletou este “Pfizergate” que parece destinado a morrer nas redes sociais baseia-se totalmente nas denúncias de Brook Jackson que diz que a Ventavia “falsificou dados” e contratou “vacinadores inadequadamente treinados”.

Além disso, a ex-funcionária da empresa refere que os procedimentos adoptados podem ter revelado aos pacientes e aos investigadores se estavam a tomar a vacina anti-covid ou uma vacina placebo, o que vai contra as boas práticas dos testes clínicos.

Por outro lado, Jackson refere que a Ventavia reagiu de forma “lenta” aos efeitos adversos reportados na fase III dos testes, atrasando-se no contacto aos pacientes com sintomas.

A denunciante também nota que os participantes dos testes foram deixados num corredor, após a vacina, e sem monitorização clínica. Também fala em vacinas armazenadas em temperaturas desadequadas e em amostras de laboratório com marcação incorrecta.

Brook Jackson nota que alertou, por diversas vezes, a empresa para estes problemas, mas que nada foi feito. Assim, apresentou uma queixa à FDA e acabou por ser despedida no mesmo dia, refere o artigo.

O jornalista dá a entender que os problemas nos testes estariam relacionados com a pressa em acelerar a investigação para colocar a vacina no mercado o mais cedo possível.

A ex-funcionária cedeu ao BMJ “dezenas de documentos internos da empresa, fotos, gravações áudio e emails“, como se nota no artigo.

Entre as fotos reveladas ao jornal está uma que mostra “agulhas descartadas num saco plástico de risco biológico em vez de numa caixa para materiais cortantes”.

Há ainda outra foto onde surgem “materiais de embalagem das vacinas com os números de identificação dos participantes dos ensaios escritos e deixados à mostra, potencialmente revelando os participantes“, aponta o jornalista.

O artigo ainda cita um áudio de uma reunião de Setembro de 2020 em que terá ficado notório que a empresa não conseguia “quantificar os tipos e o número de erros encontrados ao examinar a papelada dos testes para controlo de qualidade”.

O jornalista conta que Brooke Jackson foi contactada pela FDA, mas que não recebeu mais dados sobre o que é que a entidade estaria a fazer quanto às suas denúncias.

Além disso, aquando do pedido de autorização para o uso de emergência da vacina enviado pela Pfizer à FDA, não terá havido qualquer referência aos problemas denunciados por Jackson.

A FDA terá feito inspecções a 9 dos 153 locais onde foram realizados os testes clínicos, não incluindo nenhum da Ventavia, assegura o BMJ.

O jornalista falou com mais dois ex-funcionários da Ventavia que confirmaram as denúncias de Jackson, recusando dar o nome “por medo de represálias e perda de perspectivas de emprego na coesa comunidade de pesquisa”.

“Não acho que sejam dados limpos e bons. É uma confusão maluca“, salienta um destes funcionários à publicação científica.

Após o despedimento de Jackson, a Pfizer terá sido informada dos problemas na Ventavia e terá feito uma auditoria. Não se conhecem os resultados obtidos, mas o artigo do BMJ relata que a Pfizer contratou a Ventavia para mais quatro testes clínicos relacionados com a vacina contra a covid-19, incluindo a investigação em torno de crianças e mulheres grávidas.

https://zap.aeiou.pt/pfizergate-vacina-covid-19-pfizer-443048


Vários feridos num ataque com faca num comboio na Baviera !


Várias pessoas ficaram hoje feridas num ataque com faca num comboio de alta velocidade na Baviera, no sul da Alemanha, tendo o alegado autor sido detido, segundo fontes da polícia.

“De acordo com as informações iniciais, várias pessoas ficaram feridas”, disse a polícia em comunicado, sem precisar um número, garantindo que “não há mais perigo”.

O comboio em questão, um dos ICE de alta velocidade da Alemanha, viajava entre as cidades de Regensburg e Nuremberga no momento do ataque.

Um porta-voz da polícia da região de Oberpfalz disse à emissora Bayerischer Rundfunk que ainda não se sabe se há uma motivação terrorista por trás do ataque.

Um porta-voz da rede ferroviária alemã confirmou que a estação em Seubersdorf, onde o comboio está parado atualmente, está fechada e que a viagem de comboio entre Regensburg e Nuremberga foi suspensa.

Segundo o tabloide “Bild”, o atentado fez três feridos, dois dos quais estão em estado grave, embora fora de perigo de vida.

https://zap.aeiou.pt/varios-feridos-ataque-faca-baviera-443035


Medicamento da Pfizer reduz em quase 90% risco de hospitalização e de morte por covid-19 !


A Pfizer disse na sexta-feira que o seu medicamento antiviral experimental contra a covid-19 reduz em cerca de 90% o risco de hospitalização ou morte em pacientes com comorbilidades.

A farmacêutica anunciou que vai pedir à agência do medicamento norte-americana (FDA na sigla em inglês) e aos reguladores internacionais que autorizem a utilização do seu medicamento o mais rapidamente possível.

Após o pedido de autorização, a FDA poderá tomar uma decisão em semanas ou meses, segundo refere a agência Associated Press (AP).

Esta quinta-feira o Reino Unido tornou-se o primeiro país do mundo a emitir uma autorização de uso condicional de um comprimido antiviral contra a covid-19 desenvolvido pela farmacêutica Merk, que estará disponível para os maiores de 18 anos.

O comprimido da Merk já está a ser analisado pela FDA, depois de resultados iniciais animadores.

A luta contra a pandemia tem estado baseada sobretudo na vacinação, mas desde o início que investigadores de todo o mundo têm procurado encontrar um comprimido contra a covid-19 que permita aliviar os sintomas, acelerar a recuperação e evitar hospitalizações ou desfechos fatais.

A existência de comprimidos antivirais que permitam tratar a covid-19 de forma precoce “seria um avanço muito importante”, considerou John Mellors, responsável pelo departamento de doenças infecciosas da Universidade de Pittsburgh, que não participou no estudo da Pfizer e que foi monitorizado por um painel independente de especialistas.

“Se alguém desenvolvesse sintomas e testasse positivo poderíamos ir à farmácia aviar uma receita como fazemos para tantas outras doenças infecciosas”, referiu.

Hoje a Pfizer divulgou os resultados preliminares do seu estudo com o novo medicamente antiviral que envolveu 775 adultos.

Os pacientes que receberem o medicamento da Pfizer em conjugação com outro antiviral logo após manifestarem sintomas da doença, registaram uma redução e 89% na taxa de hospitalizações ou morte após um mês, por comparação com o grupo de pacientes que tomou placebo.

Menos de 1% dos pacientes que tomaram o medicamento precisou de ser internado e nenhum morreu. No grupo e comparação, 7% das pessoas foram hospitalizadas e sete morreram.

“Tínhamos esperança de ter algo extraordinário, mas é raro ver grandes medicamentos surgirem com quase 90% de eficácia e 100% de proteção contra a morte”, disse, em entrevista, Micael Dolsten, diretor científico da Pfizer.

Os participantes neste estudo não foram vacinados, apresentavam sintomas e covid-19 leves a moderados, e foram considerados de risco elevado em termos de internamento devido aos problemas de saúde que apresentavam como obesidade, diabetes ou doenças cardíacas.

A Pfizer não adiantou muitos detalhes sobre efeitos adversos, tendo referido que as taxas de reações eram semelhantes entre os grupos, em cerca de 20%.

Um grupo independente de especialistas, que monitorizou o estudo, aconselhou que este fosse interrompido mais cedo devido ao facto de o padrão de resultados provisórios revelar uma taxa de benefício tão elevada.

Os dados não foram ainda publicados numa revista científica, um dos passos necessários no processo de verificação de um novo medicamento.

https://zap.aeiou.pt/medicamento-pfizer-reduz-risco-morte-443023


Pelo menos oito pessoas morreram em concerto de Travis Scott no Texas !


Pelo menos oito pessoas morreram e várias ficaram feridas numa onda de multidão na sexta-feira no Festival Astroworld, em Houston, no Texas, anunciaram hoje fontes oficiais no Texas.

O chefe dos bombeiros de Houston, Samuel Pena, disse em conferência de imprensa que a compressão da multidão em direção ao palco ocorreu enquanto o rapper Travis Scott atuava. As pessoas começaram a desmaiar e a confusão aumentou.

Vários vídeos nas redes sociais mostram pessoas a pedirem ajuda a membros da equipa de produção do concerto e a derrubar a barreira de segurança para entrar no recinto do festival. Há até vídeos que mostram pessoas a serem reanimadas em macas após colapsarem.

Os bombeiros levaram 17 pessoas para hospitais, sendo que 11 delas estavam em parada cardíaca. O incidente ocorreu por volta das 21:00 locais de sexta-feira à noite (02:00 de sábado, em Lisboa), e o concerto foi cancelado.

“Ninguém tem todas as respostas esta noite”, disse o chefe da polícia de Houston, Troy Finner. “Temos famílias feridas aqui”.

Travis Scott interrompeu várias vezes o concerto quando percebeu que havia fãs em perigo perto do palco. O artista norte-americano pediu aos seguranças que os tirassem da confusão.

O evento reuniu cerca de 50 mil pessoas e estava esgotado, de acordo com o site do Astroworld. Do cartaz faziam ainda parte nomes como SZA, Bad Bunny e 21 Savage.

https://zap.aeiou.pt/oito-morreram-concerto-travis-scott-443027


sábado, 6 de novembro de 2021

EUA em decadência, mas o orgulho fala mais alto - Fuzileiros navais dos EUA negam ter sido superados por comandos britânicos no exercício da Califórnia !


Em uma rara disputa entre dois principais aliados da OTAN. o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA emitiu um comunicado negando ter se rendido a colegas britânicos em um recente exercício de treinamento na Califórnia. A negação no sábado, 6 de novembro segue alegações na mídia britânica desde terça-feira que os comandos dos fuzileiros navais reais britânicos tinham "dominado" os fuzileiros navais dos EUA durante o exercício Green Dagger na área de treinamento do deserto de Mojave Twentynine Palms e os forçou a se render, após a maior parte de seus unidade foi “aniquilada”. Foi ainda alegado que as tropas americanas pediram um “reset” na metade do exercício, depois de sofrer muitas baixas.

As forças britânicas disseram que não só derrotaram os americanos, com sucesso em seus quartéis-generais, usando artilharia de longo alcance para destruir veículos americanos e outros alvos e lançando um ataque de comando de longo alcance, mas expandiram amplamente o território que controlavam de menos de 20% a mais de 65% da área de exercícios. Essa alegação foi relatada pela primeira vez pelo correspondente de defesa do London Telegraph, Dominic Nicholls.
A conta oficial do Twitter para 40 Commando Royal Marines também declarou que as forças britânicas haviam emergido “vitoriosas” no final do exercício. Participaram do jogo de guerra também Holanda, Canadá e Emirados Árabes Unidos.
Embora a disputa entre as forças armadas dos EUA e do Reino Unido esteja longe de terminar, as fontes de segurança do DEBKAfile dão uma olhada nas novas táticas introduzidas para as forças especiais britânicas. Sob o lema “Teimoso demais para morrer”, eles agora estão sendo treinados para “operar com confiança em um ambiente congestionado de sistemas de guerra eletrônica do inimigo. O Ministério da Defesa do Reino Unido explicou que o exercício de batalha Green Dagger “testou a implantação do novo Grupo de Resposta Litoral (LRG) em uma guerra de guerrilha contra oponentes bem equipados do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA. O LRG é um dos dois novos grupos de tarefas da Marinha Real com foco em forças de comando que são capazes de responder a eventos mundiais, sendo um baseado na Europa e outro, o LRG South em Omã ”


Nossas fontes acrescentam que este grupo usará o porto de Duqm como ponto de partida para ameaças no Golfo, no Mar da Arábia e no Mar Vermelho
O DEBKAfile acrescenta que o LRG foi projetado para operar em sincronia com unidades aéreas, terrestres, navais e cibernéticas, muito parecido com o padrão seguido pelas Forças de Defesa de Israel em um exercício de guerra em grande escala na semana passada, em combinação com autoridades civis de emergência.
Foi o LRG South, baseado em forças de infantaria leve e tropas holandesas, que participou do jogo de guerra na Califórnia na semana passada.
Uma das lições tiradas do exercício Green Dagger é que, embora os sistemas tecnológicos avançados aumentem substancialmente a eficácia das forças de comando, eles não substituem as tropas terrestres com um poder de tiro forte e preciso.
Esta também é uma lição para as Forças de defesa de Israel. Sob a liderança do Chefe do Estado-Maior Tenente-General Aviv Kohavi, o IDF investiu bilhões de dólares no desenvolvimento de equipamentos de alta tecnologia para integração com forças especiais, possivelmente às custas de melhorias nas forças terrestres, incluindo infantaria. O lema da IDF, "Não desistimos até ganhar" foi substituído por "{Se você falhar], falhe rápido, falhe melhor."
Um ex-inspetor militar, Maj. Gen, (res.) Yitzhak Brik, disse recentemente: “Equipar as unidades de campo com os mais recentes equipamentos de alta tecnologia que custam megabilhões“ exige um exército disciplinado e profissional. Também requer uma cultura voltada para o bom funcionamento da liderança para os aspectos organizacionais e administrativos, bom controle e monitoramento, e a capacidade de tirar lições de erros e corrigi-los. ”
Ceneral Brik conclui: “Nenhuma dessas qualidades está atualmente presente nas forças de combate terrestre das FDI. Em vez disso, encontramos rejeição e desrespeito, contornos arraigados, branqueamento, conspirações de silêncio e medo de expressar opiniões contrárias àquelas defendidas pelo comandante. Por causa dessas falhas, a introdução de tecnologia cara de alto grau foi apenas parcialmente bem-sucedida e, portanto, não produziu os resultados desejados. ”
Esta descoberta de um crítico respeitado é imediatamente relevante. Enquanto os militares estão profundamente nos preparativos para uma possível guerra proveniente do Líbano, eles também estão prestes a embarcar na próxima semana em um exercício conjunto de três semanas com a 51/5ª Brigada Expedicionária de Fuzileiros Navais dos EUA, que chegou a Eilat esta semana. Este exercício deve incluir batalhas de guerrilha em áreas urbanas, desarmamento de bombas e o uso de um Sistema de Foguete de Artilharia de Alta Mobilidade.

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Natalie Wood terá sido abusada sexualmente aos 16 anos por Kirk Douglas, revela irmã da atriz !


No livro de memórias Little Sister, que será publicado na próxima semana, a irmã de Natalie Wood revela que a atriz terá sido abusada sexualmente por Kirk Douglas, quando tinha apenas 16 anos.

O rumor sobre uma alegada violação violenta na primavera de 1954 já circula há décadas em Hollywood.

Excertos do livro de memórias, a que a Associated Press teve acesso, dizem que tudo aconteceu no verão de 1955, depois de Lana, então com oito anos, e a mãe de ambas, Maria Zakharenko, terem deixado a atriz no hotel Chateau Marmont, em Los Angeles.

Lana Wood conta que o encontro entre as estrelas de Hollywood tinha sido organizado pela sua mãe, que tinha a esperança de que Kirk Douglas pudesse ajudar a abrir portas à jovem, na altura com 16 anos.

O ator, com 39 anos, era já um dos mais famosos e influentes da indústria cinéfila norte-americana, tendo protagonizado filmes como Spartacus, The Bad and the Beautiful e Gunfight at the O.K. Corral.

No livro, Lana Wood lembra que o encontro durou “muito tempo” e que quando a jovem atriz voltou a estar com a família, “estava horrível” e “zangada”.

“Alguma coisa má tinha aparentemente acontecido, mas – o que quer que fosse – eu era muito jovem”, assume a irmã da atriz.

Na altura, Lana tinha apenas oito anos. Nas memórias, conta que só em adultas é que discutiram o que se passou naquela noite.

Natalie Wood terá entrado no hotel e, já na suite do ator, terá sido abusada sexualmente. “Ele magoou-me“, lembra da conversa com a irmã, que ficou “confusa” e “assustada” com o que se passou.

Tanto Natalie como a sua mãe concordaram que acusar publicamente Kirk Douglas iria arruinar a carreira da jovem atriz.

O segredo foi agora revelado e Lana Wood tem a certeza que será perdoada por “quebrar a promessa” que fez à sua irmã, na altura, de nunca o contar.

O filho de Douglas reagiu às memórias de Lana Wood, mas não teceu qualquer comentário. “Que descansem os dois em paz”, referiu, em comunicado.

https://zap.aeiou.pt/natalie-wood-abusada-kirk-douglas-442993

 

Helsínquia deixa de servir carne em eventos oficiais !


Helsínquia quer servir apenas pratos vegetarianos e peixes locais sustentáveis, exceto em algumas “visitas de alto nível ou eventos semelhantes”.

A capital da Finlândia vai deixar de servir pratos de carne em seminários, cimeiras, reuniões de equipa, receções e outros eventos, a partir de janeiro de 2022. O objetivo é reduzir a pegada de carbono, anunciou o município de Helsínquia, esta sexta-feira.

Numa nota, a Câmara Municipal da capital finlandesa refere que a medida faz parte de um esforço mais amplo “que visa reduzir o impacto climático dos alimentos e reduzir a quantidade de recursos naturais utilizados pela cidade”.

A autarquia planeia oferecer apenas pratos vegetarianos e peixes locais sustentáveis.

A diretora de comunicação do município de Helsínquia, Liisa Kivela, disse à agência de notícias AP que a alteração de hábitos alimentares entrará em vigor em janeiro e excluirá escolas e refeitórios em locais de trabalho.

Liisa Kivela adiantou que a política adotada pela Câmara Municipal também permite exceções em algumas “visitas de alto nível ou eventos semelhantes” organizados pelo presidente, Juhana Vartiainen, ou pelos gerentes seniores da cidade, que tem cerca de 650.000 habitantes.

A medida estipula que café, chá e alimentos como bananas, oferecidos nos eventos, terá de ser adquiridos de produtores de comércio justo.

Além disso, o leite de aveia substituirá o leite normal, e lanches e bebidas não poderão ser mais servido em recipientes descartáveis.

Eleito presidente da Câmara de Helsínquia em agosto, Juhana Vartiainen disse, no entanto, estar feliz por a cidade manter a opção de servir carne em algumas ocasiões.

“Por exemplo, se o rei da Suécia vier para uma visita, a gastronomia local pode ser servida. Ou algum grupo para qual é natural oferecer carne. Deve haver discrição e bom senso”, disse o autarca ao jornal finlandês Iltalehti.

A decisão do município gerou esta semana um intenso debate nas redes sociais entre cidadãos e políticos.

Os deputados com constituintes na Finlândia rural, onde a caça é popular e pratos de caça são servidos com frequência, ficaram particularmente perturbados.

A carne de renas criadas é servida, de forma assídua, a dignitários estrangeiros em visita.

O Instituto de Recursos Naturais da Finlândia disse no início deste ano que o consumo de carne no país caiu dois anos consecutivos, uma vez que mais pessoas decidiram fazer hambúrgueres, salsichas e carne picada através de produtos vegetais.

https://zap.aeiou.pt/helsinquia-deixa-de-servir-carne-em-eventos-oficiais-442899


Com o tempo a esgotar-se, UE alerta para as “graves consequências” da suspensão do acordo sobre Irlanda do Norte !

O vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic, na apresentação das propostas da UE para a Irlanda do Norte
Maros Sefcovic, vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic, avisou que “o tempo está a esgotar-se”, depois de um encontro com o ministro britânico, David Frost.

A Comissão Europeia alertou, esta sexta-feira, para as “graves consequências“ que a suspensão do protocolo norte-irlandês teria nas relações entre a União Europeia e o Reino Unido, no final de uma reunião dos negociadores em Bruxelas.

“Isso significaria uma rejeição dos esforços da União Europeia para encontrar uma solução consensual” para a aplicação do acordo do Brexit, advertiu o comissário europeu Maros Sefcovic, após o seu encontro com o secretário de Estado britânico para as relações com a UE, David Frost, para renegociar a parte do acordo relativa ao comércio com a Irlanda do Norte.

Além da disputa sobre como agilizar as trocas comerciais com a Irlanda do Norte, depois de o complexo acordo do Brexit ter deixado a região também no mercado único da UE, ambas as partes estão em conflito por licenças de pesca de importância simbólica para o Reino Unido na zona do canal da Mancha, em águas territoriais francesas.

Londres ameaçou várias vezes acionar o artigo 16 do acordo, que permite suspender algumas das suas disposições, nomeadamente em caso de “grandes dificuldades económicas”.

Os britânicos imputam ao protocolo norte-irlandês dificuldades de abastecimento àquela província do Reino Unido.

No final da reunião de hoje, Frost declarou: “O fosso entre nós ainda é bastante significativo e o tempo está a esgotar-se”.

Segundo o secretário de Estado britânico, o procedimento de suspender partes do acordo do Brexit ao abrigo do artigo 16 “está muito em cima da mesa, e tem estado desde julho”.

“Ouvimos muito falar do artigo 16. Não há dúvida de que acionar esse artigo (…) teria graves consequências para a Irlanda do Norte, pois traduzir-se-ia em instabilidade e imprevisibilidade”, sublinhou, por sua vez, o comissário europeu, acrescentando que se deslocará a Londres para prosseguir as negociações a 12 de novembro.

Segundo analistas, seria apenas um pequeno passo entre acionar esse artigo do acordo do Brexit e uma guerra comercial declarada.

A Irlanda do Norte, parte do Reino Unido, partilha uma fronteira terrestre com a Irlanda, Estado-membro da UE. O acordo do Brexit atribui-lhe um estatuto comercial especial que garante a existência de uma fronteira aberta na ilha da Irlanda.

Esse é um pilar fundamental do processo de paz da Irlanda do Norte desde o acordo de Sexta-Feira Santa de 1998, que pôs fim a anos de conflito. Mas implica uma nova barreira alfandegária no mar da Irlanda para mercadorias que entram na Irlanda do Norte procedentes do resto do Reino Unido, apesar de serem parte do mesmo país.

Tal tem gerado mais burocracia para as empresas e causado problemas com a chegada de alguns bens ao território norte-irlandês.

A UE afirmou que já ofereceu grandes concessões na redução da burocracia no comércio entre a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte, mas Londres quer também ver-se livre da supervisão legal da mais alta instância judicial da UE, onde Bruxelas traçou um limite e não está disposta a ceder.

https://zap.aeiou.pt/com-o-tempo-a-esgotar-se-ue-alerta-para-as-graves-consequencias-da-suspensao-do-acordo-sobre-irlanda-do-norte-442958


Freira franciscana e cientista política é a primeira mulher “número dois” do Vaticano !

O Papa Francisco com a freira Raffaella Petrini
O Papa Francisco nomeou como secretária-geral da Governação do Estado da Cidade do Vaticano a freira franciscana e cientista política Raffaella Petrini, tornando-a assim a primeira mulher a ocupar o cargo de “número dois” do Vaticano.

Raffaella Petrini, de 52 anos, que até agora era funcionária da Congregação para a Evangelização dos Povos, nasceu em Roma e pertence à Congregação das Irmãs Franciscanas da Eucaristia.

É licenciada em Ciências Políticas pela Universidade Internacional Livre de Guido Carli e doutorada pela Pontifícia Universidade de San Tommaso d’Aquino, onde atualmente é professora de Economia do Bem-Estar e Sociologia dos Processos Económicos.

Como vice-secretário-geral o Papa Francisco nomeou o advogado Giuseppe Puglisi-Alibrandi, até agora chefe do setor jurídico da Governação do Estado da Cidade do Vaticano, lê-se ainda no site Vatican News.

Segundo o semanário Expresso, como nova secretária-geral, Petrini irá trabalhar na supervisão de todas as operações administrativas do Vaticano, incluindo os seus museus, que são uma das principais fontes de receitas.

O Papa Francisco tem vindo a dar visibilidade ao trabalho das mulheres na Igreja e, em agosto, escolheu seis como especialistas leigas do Conselho de Economia. Uma delas, a professora Charlotte Kreuter-Kirchhof, foi nomeada vice-coordenadora deste conselho em setembro.

Também em agosto, o Sumo Pontífice nomeou várias mulheres cientistas para a Pontifícia Academia de Ciências, incluindo Emmanuelle Marie Charpentier, fundadora e diretora da Unidade Max Planck para a Ciência de Patógenos, em Berlim, e Prémio Nobel da Química 2020.

Outra nomeada foi Donna Theo Strickland, professora de Física Óptica do Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Waterloo e vencedora do Prémio Nobel da Física 2018 por ter inventado, em 1985, com Gérard Mourou, uma tecnologia de laser usada atualmente em milhões de cirurgias oculares.

https://zap.aeiou.pt/primeira-mulher-numero-dois-vaticano-442801


Diplomata russo encontrado morto no exterior da embaixada em Berlim !

Edifício da embaixada russa em Berlim, na Alemanha
A embaixada russa em Berlim revelou, esta sexta-feira, que um funcionário morreu no mês passado num “trágico acidente”.

Um diplomata russo foi encontrado morto em outubro, do lado de fora da sua embaixada em Berlim, incidente revelado esta sexta-feira.

O corpo sem vida do diplomata foi descoberto pela polícia no dia 19 de outubro, na calçada. Segundo as primeiras informações avançadas pela Der Spiegel, o homem aparentemente morreu ao cair do complexo da embaixada.

Um porta-voz do Ministério alemão das Relações Exteriores disse que o caso era do conhecimento “do Ministério”, mas não quis dar mais detalhes.

A Der Spiegel ouviu as reações da embaixada russa, que classificou a morte como um “trágico acidente” e não quis comentar o caso “por razões éticas”.

Segundo a mesma revista alemã, o falecido era um subsecretário da embaixada e tinha 35 anos. Afirma-se ainda que as autoridades alemãs suspeitavam de que seria um agente do serviço secreto russo FSB.

De acordo com as informações veiculadas, o diplomata poderia ter ligação com uma autoridade sénior da segunda secção do FSB, sendo que os serviços secretos ocidentais relacionam esta divisão ao assassinato de um cidadão georgiano num parque de Berlim, em 2019.

O georgiano Zelimkhan Khangoshvili, de 40 anos, levou dois tiros na cabeça, à queima-roupa, no Parque Kleiner Tiergarten, em 23 de agosto de 2019. Terá sido morto por um cidadão russo, preso pouco depois.

O suspeito, o russo Vadim Krasikov, também conhecido como Vadim Sokolov, de 55 anos, será julgado por um assassinato que o Ministério Público alemão acredita ter sido ordenado por Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/diplomata-russo-encontrado-morto-442964


Robôs autónomos fazem entregas de comida – E são um sucesso em campus universitários !

Usar uma aplicação de telemóvel para fazer pedidos de refeições é uma prática cada vez mais usual. O que não é habitual é que o entregador dos pedidos sejam pequenos robôs autónomos. Esta realidade já é visível nos EUA, sobretudo em campus universitários, e pode ser futuro.

Os robôs da Yandex facilmente passam despercebidos, pois dão pelo joelho dos humanos. Contudo, o seu tamanho compacto não o impede de ter uma excelente capacidade de transportar refeições. De acordo com o Tech Xplore, os robôs conseguem levar quatro pizzas ao mesmo tempo.

Atualmente, estes robôs podem ser observados a circular em campus universitários – e em raras exceções, em algumas ruas dos EUA.

Antes da pandemia de covid-19 despoletar, estes robôs estavam a ser testados em número limitado, mas de forma a dar resposta a uma maior procura de entregas sem contacto, os pequenos transportes ganharam uma relevância acrescida.
 
“Observamos a procura pelo uso de robôs a ir mais além”, referiu Alastair Westgarth, CEO da Starship Technologies. “Acho que a procura sempre esteve presente, mas foi antecipada pelo efeito da pandemia”, acrescentou.

Hoje em dia, a empresa conta com mais de 1.000 robôs na sua frota, contra os apenas 250 que tinha em 2019. Espera-se que brevemente sejam implementados mais robôs, uma vez que estes estão a ser um verdadeiro sucesso em pelo menos 20 campus universitários norte-americanos.

A nível de design, os robôs podem divergir. Alguns têm apenas quatros rodas, enquanto outros contam com seis. Geralmente, para se deslocarem, os pequenos veículos usam câmaras, sensores, GPS e, algumas vezes, scanners a laser que os ajudam a circular em ruas que são mais apertadas e escuras.

Os operadores remotos conseguem controlar vários robôs ao mesmo tempo, mas sublinham que é raro o momento em que é necessário intervir para que este não se disperse no seu percurso.

Quando o robô chega ao seu destino, os clientes devem digitar um código nos seus telemóveis de forma a conseguirem abrir a tampa e pegar a comida.

No entanto, a utilização destes robôs também tem desvantagens, sobretudo no que diz respeito à mobilidade. Um dos pontos menos positivos é o facto de serem elétricos, o que significa que têm de ser recarregados regulamente. Por outro lado, caraterizam-se por ser lentos e só terem capacidade para operar num pequeno raio que deve ser pré-identificado.

Os robôs são ainda pouco flexíveis, pois não permitem que o cliente peça para a comida ser deixada do lado de fora da porta, sem que haja qualquer tipo de contacto entre as duas partes. O ideal é que – para que o percurso corra sem percalços – o robô circule em ruas largas, daí os campus universitários serem um dos locais de melhor acesso.

Bill Ray, analista da empresa de consultoria Gartner, destaca que se registaram poucos relatos de problemas com os robôs, além de um grupo de crianças que cercou um deles e tentou confundi-lo.

Numa altura em que os pedidos de entrega de comida aumentaram mais de 60% nos EUA, esta é uma opção cada vez mais procurada pelos restaurantes, que têm cada vez mais dificuldade em dar resposta a esta tendência.

https://zap.aeiou.pt/robos-autonomos-fazem-entregas-de-comida-e-sao-um-sucesso-em-campus-universitarios-442004


Brexit - Reino Unido não pesca acordo com a França e protocolo da Irlanda pode causar guerra comercial com a UE !


O Brexit continua a dar dores de cabeça à União Europeia e ao Reino Unido. A França voltou a negociar a questão das pescas e os britânicos estão a ponderar activar o artigo 16 no protocolo da Irlanda do Norte, que suspende partes do acordo unilateralmenteSobre a pesca com a França, continua tudo em águas de bacalhau. Já a novela com a União Europeia por causa do protocolo da Irlanda do Norte pode estar prestes a conhecer novos capítulos importantes. Por estes dias, o Brexit está a causar muitas dores de cabeça em Downing Street.

Começando pela disputa com a França devido à pesca, a reunião entre os representantes dos dois países acabou sem acordo. Na quinta-feira, o Ministro do Brexit, Lord Frost, passou cerca de 90 minutos a conversar com o Ministro da Europa francês, Clément Beaune, em Paris.

Um porta-voz de Boris Johnson revelou que os britânicos não acreditavam que a França ia avançar com as ameaças feitas. No entanto, apesar de se mostrar aberto ao diálogo, Beaune não descartou a “opção de medidas de retaliação”.

Em causa está o período de transição até Junho de 2026, com a redução gradual das quotas de pesca do Reino Unido em águas da União Europeia e vice-versa. A França tem acusado os britânicos de já estarem a cortar o acesso das traineiras francesas às suas águas através da emissão de poucas licenças para os pescadores. A tensão cresceu na semana passada, com a França a apreender uma embarcação britânica e a multar uma outra por não terem autorização para pescar nas suas águas.

Paris chegou também a fazer um ultimato a Londres na quinta-feira: ou há mais licenças para os barcos franceses ou começariam já a proibir as embarcações inglesas de levarem frutos do mar aos seus portos. A mexida no fornecimento de energia à ilha de Jersey também foi posta em cima da mesa, com a França a afirmar que o Reino Unido “só entende a linguagem da força.

O Reino Unido respondeu dizendo que as licenças ao barco apreendido tinha sido retirado por motivos desconhecidos e que já emitiu 1700 licenças, considerando as ameaças da França “desapontantes e desprorporcionadas“.

A troca de galhardetes ameaçava continuar a subir de tom, até Emmanuel Macron ter apelado à calma e a mais negociações esta segunda-feira. Segundo o The Guardian, um porta-voz do governo britânico adiantou que Frost e Beaune “discutiram um leque de dificuldades que surgiram da aplicação dos acordos entre o Reino Unido e a União Europeia. Ambos os lados expuseram as suas posições e preocupações”.

Depois da reunião, o Ministro francês revelou aos jornalistas que a França estava descontente com a metodologia britânica. “Consideramos que as suas exigências são suplementares àquelas no acordo pós-Brexit. O que queremos agora é um espírito positivo dos britânicos, boa vontade para aceitaram as provas que demos. Queremos voltar ao espírito do acordo“, atirou.

Apesar de considerar que o encontro foi positivo, Beaune sublinhou que os ingleses tinham “novamente pedidos adicionais àquilo que está no acordo”. Para poderem pescar na área na zona entre seis a 12 milhas náuticas da costa das Ilhas Britânicas, os barcos franceses têm de provar que já tinham pescado na área no passado. Os ingleses justificam o número reduzido de licenças com o facto de muitas candidaturas não conterem essas provas.

“Não têm havido candidaturas feitas sem provas de actividade anterior, frequentemente até muito detalhadas. Não estamos a pedir algo em troca de nada“, refutou Beaune.

O Reino Unido mostra-se agora aberto a receber mais provas que demonstrem a actividade anterior, além dos registos de GPS, que alguns barcos mais pequenos não têm. Os diários de bordo e registos de atracamento vão agora ser incluídos, mas Londres continua a dizer que alguns barcos não apresentaram quaisquer provas. Beaune e Frost vão voltar a falar na próxima semana, provavelmente por telefone.

Reino Unido pondera activar artigo 16 do protocolo da Irlanda do Norte

A saga entre a União Europeia e o Reino Unido também ameaça causar uma guerra comercial. A imprensa britânica avança que o governo está a ponderar activar o artigo 16 do protocolo da Irlanda do Norte, o que pode romper de vez as negociações já complicadas com UE. O artigo prevê que partes do acordo seja suspensas unilateralmente caso estejam a causar dificuldades e obriga a novas negociações.

Em Julho, o governo britânico já estava a avisar que o limiar para a activação do artigo tinha sido alcançado e essa activação pode mesmo acontecer nas próximas semanas. O Reino Unido terá de provar que o protocolo está a causar “dificuldades económicas, sociais ou ambientais sérias” para poder avançar com a decisão.

“Não vamos entrar neste caminho gratuitamente ou com algum prazer em particular”, declarou Lord Frost em Outubro. O Ministro do Brexit defende que a obstrução das trocas comerciais entre a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte já é razão suficiente para justificar a suspensão do protocolo.

Na quarta-feira, o taiosech da Irlanda, Micheál Martin — cargo que corresponde ao primeiro-ministro — reagiu aos rumores, dizendo que seria “irresponsável e imprudente” o Reino Unido activar o artigo 16 e que a decisão teria “consequências vastas” e que não concordaria “com o espírito de parceria que guiou o processo de paz”.

As alíneas específicas que podem estar em causa não foram definidas, mas devem ser proporcionais e correspondentes aos danos causados e é provável que, neste caso, mexam com a suspensão das verificações dos bens trocados entre as ilhas.

No entanto, segundo o The Guardian, o impacto na práctica não deve ser muito, já que muitas das verificações já tinham sido unilateralmente suspensas pelo Reino Unido. Mas o receio é de que com o eventual processo de disputa com activação do artigo, o país vá mais longe e crie uma lei interna que remova o papel do Tribunal Europeu de Justiça na mediação do processo, algo que o artigo 16 em si não prevê.

Em Setembro de 2020, o governo já tinha admitido que ia “quebrar a lei internacional” numa “forma específica e limitada”, mas a ideia foi depois abandonada. Uma fonte de Whitehall também já tinha afirmado que Frost está “à procura de uma máquina do tempo” para reverter a decisão de Theresa May de 2017, que envolveu o Tribunal Europeu de Justiça no acordo do Brexit.

Esta acção também pode desencadear uma guerra comercial. A UE também já antecipa vários cenários e há quem equipare o uso de uma lei nacional afastar o Tribunal como equivalente ao rasgar do acordo, estando tudo ainda em aberto.

A ameaça da União Europeia em Janeiro de activar o artigo 16 durante as complicações com o fornecimento das vacinas já deu a entender que o protocolo do Brexit relativo à Irlanda do Norte pode ser usado como arma de arremesso noutros conflitos.

Apesar de haver receios de que a UE corte completamente o acordo comercial, Catherine Barnard, professora de Direito da UE, afirma que o bloco tem o poder para aumentar as tarifas nos produtos britânicos, como o salmão escocês e o whiskey.

Mesmo com as críticas de Frost, a decisão final está nas mãos de Boris Johnson. A disputa com a França já deu a entender o poder que um corte no comércio com a UE tem nos consumidores e nas redes de fornecimento, o que deve pesar na decisão do primeiro-ministro britânico.

https://zap.aeiou.pt/brexit-reino-unido-acordo-franca-irlanda-442809


sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Emissões de C02 já estão em níveis semelhantes aos do período pré-pandemia !


Investigadores ligados ao clima ficaram surpreendidos pela velocidade com que as emissões regressaram aos níveis pré-pandemia, com o crescimento a ser maior ao expectável.

Antes da pandemia da covid-19 se iniciar, o volume de concentração de dióxido de carbono na atmosfera situava-se nos 415 ppm (concentração de moléculas de CO2 na atmosfera), valor que desceu ligeiramente (414 ppm) como consequência da paragem quase total da economia quando a propagação da SARS-CoV-2 atingiu níveis planetários. A descida teve tanto de ligeira como de rápida, já que esta semana a concentração voltou ao valor inicial, anulando, assim, a queda.

A rapidez com que a recuperação aconteceu surpreendeu os investigadores que, ainda assim, estavam a contar com ela. Ao jornal Público, Glen Peters, investigador do Centro para a Investigação Internacional do Clima em Oslo, revelou que a comunidade científica contava “com algum crescimento, mas o que verificámos é que ele é maior do que grande parte de nós esperava“. “O que esperávamos é que o ritmo de recuperação fosse semelhante ao da mobilidade/transportes, que ainda deve demorar mais um ou dois anos. Que tenhamos tido este pico já em 2021, que tenha acontecido tão rapidamente, é uma surpresa“.

Uma das possíveis justificações para esta recuperação são os pacotes de estímulos atribuídos desenhados pelos vários países, como forma de desencadear uma retoma mais rápida e robusta da economia. Na opinião do investigador, esta necessidade poderá ter levado algumas economias a regressar a formas antigas de produção, assentes no carvão, por exemplo, poder ler-se no 16.º relatório do Global Carbon Project

A China, de acordo com o relatório, terá tido um crescimento nas emissões na ordem dos 5,5% (números de 2021 em comparação com os de 2019), enquanto na Índia o crescimento terá sido de 4,4% — nos mesmos períodos de tempo usados como referência. Os Estados Unidos da América e a Europa — segundo e terceiro maior emissor, respetivamente — mantiveram as suas emissões abaixo dos valores de 2019.

No que respeita à origem das emissões de CO2, o relatório revela que o uso do carvão e do gás deve crescer mais em 2021 do que diminuiu em 2020. O petróleo deverá manter-se abaixo dos níveis de 2019, mas esta previsão poderá mudar caso as tendências no que concerne à mobilidade nacional e internacional se alterem.

No sentido oposto, as emissões resultantes da alteração do uso dos solos, as quais estabilizaram nas últimas décadas. Mesmo assim, os cientistas alertam, novamente, que esta previsão também poderá sofrer alterações.

https://zap.aeiou.pt/emissoes-c02-niveis-pre-pandemia-442569


Nos anos 90, a Suíça derrotou uso descontrolado de heroína facilitando acesso à droga !


Na década de 1990, a Suíça decidiu combater uma das piores epidemias de drogas da Europa testando uma política radical e controversa, que incluía oferecer heroína pura e salas de consumo a dependentes.

Assolado por uma grande epidemia de heroína, o Governo suíço decidiu agir com repressão policial e tratamentos focados apenas na abstinência, mas a estratégia insistia em não dar frutos.

No final dos anos 80, alguns governos locais do país decidiram tolerar o consumo de drogas em determinados espaços públicos, como parques, numa tentativa de recuperar algum tipo de controlo sobre a situação.

Estes lugares ficaram conhecidos needle parks (“parques das agulhas”), sendo o Platzspitz Park, em Zurique, um dos mais famosos.

O médico suíço Andre Seidenberg, que trabalhou com dependentes químicos durante várias décadas, contou, em entrevista à BBC, que decidiu integrar a comunidade de profissionais de saúde que desafiava a política oficial.

Estes médicos ofereceram aos dependentes acesso a abrigos e serviços médicos, além de agulhas esterilizadas. A iniciativa foi particularmente significativa quando o HIV começou a espalhar-se na década de 1980.

O diário escreve que, no final dos anos 80 e início dos anos 90, a Suíça tinha a maior taxa de infeção por HIV na Europa Ocidental, em parte devido à partilha de seringas. Uma das nações mais ricas do mundo viu-se, assim, mergulhada numa crise que, aparentemente, não fazia distinção de classes.

Para Seidenberg, era evidente que a política vigente não estava a funcionar.

Quando a ex-Presidente Ruth Dreifuss se tornou ministra da Saúde, no início da década de 1990, as vozes de reformistas como Seidenberg chamavam cada vez mais à atenção, acabando por captar a da própria governante.

“Eu, como ministra federal da Saúde, tinha que facilitar a inovação”, disse Dreifuss, em declarações à cadeia britânica.

Foi então que, em 1991, o Governo suíço elaborou uma nova política nacional, que combinava uma linha dura em relação à criminalidade e uma abordagem de saúde pública para os dependentes, que ficou conhecida como “estratégia dos quatro pilares“.

Um dos pilares era a aplicação da lei. Mas os outros três — prevenção, redução de danos e tratamento — baseavam-se em tratar os consumidores de drogas de forma mais humana.

Como a Suíça é altamente descentralizada, sendo as decisões frequentemente tomadas através de referendos, cada região teve que ser convencida a experimentar algumas das novas ideias desta política pública de vanguarda.

A BBC lembra que um dos elementos mais controversos do plano era testar o “tratamento assistido com heroína” (HAT, na sigla em inglês). A abordagem consistia em oferecer aos dependentes heroína pura sob prescrição médica, a ser injetada com segurança em clínicas especializadas.

O programa HAT foi concebido como uma investigação científica e os resultados preliminares pareciam promissores. Com o tempo, os dados começaram a provar-se conclusivos.

Segundo a BBC, a estratégia suíça reduziu drasticamente o número de overdoses (caindo para metade, entre 1991 e 2010), de infeções por HIV (uma redução de 65%) e de novos consumidores (menos 80%).

O teste final do projeto foi político: em 2008, a Suíça realizou um referendo nacional, no qual 68% da população votou pela incorporação permanente da política dos quatro pilares à lei federal.

https://zap.aeiou.pt/suica-derrotou-uso-descontrolado-heroina-442459


Pela primeira vez, Japão concedeu um Certificado de Segurança a um carro voador !

O Ministério da Terra, Infraestruturas, Transporte e Turismo do Japão concedeu à SkyDrive um certificado de segurança para o seu carro voador.

A SkyDrive, uma startup sediada em Tóquio e que criou recentemente um novo conceito de carro voador elétrico, revelou que recebeu um certificado de segurança do Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo do Japão para seu novo veículo.

O anúncio foi avançado pela empresa através de um comunicado à imprensa.

Segundo o Interesting Engineering, o certificado garante que o design, a estrutura, a resistência e o desempenho do veículo atendem aos requisitos de segurança e ambientais exigidos pelo Governo japonês.

A empresa, que está satisfeita por ter obtido o certificado, vai continuar a trabalhar em parceria com o Governo e o Ministério da Terra, Infraestruturas, Transporte e Turismo do Japão para concluir o desenvolvimento de um carro voador totalmente seguro e confiável.

Esta é a primeira vez que o Governo japonês concede este certificado a um carro voador.

O SD-03 da SkyDrive tem oito hélices – duas na extremidade de um braço em cada esquina – e atinge uma velocidade máxima de 48 km/h para viagens de até 10 minutos.

A empresa quer utilizar o veículo num serviço de táxis voadores, num projeto que deverá iniciar até 2025.

https://zap.aeiou.pt/certificado-de-seguranca-a-carro-voador-442547


Cientistas chineses alegam ter criado uma arma que explode satélites inimigos !


Uma equipa de cientistas chineses criou um dispositivo que utiliza explosivos para destruir satélites inimigos.

A arma pode ser inserida dentro do tubo de escape de um satélite e, ao detonar, cria uma “explosão constante e controlada no tempo“.

O mais surpreendente é que a arma deixa o satélite intacto após a explosão, danificando em apenas o interior da sonda. Segundo o The South China Morning Post, quando a explosão está parcialmente contida, pode ser confundida com um “percalço” do motor.

Apesar de não estar totalmente claro como é que o dispositivo seria inserido num satélite, o método apresenta uma nova forma de incapacitar sondas inimigas sem o uso de lasers ou mísseis. Ambos têm a desvantagem de ser facilmente detetáveis.

A nova arma, descrita num artigo publicado na Electronic Technology & Software Engineering, é o primeiro passo para um futuro em que uma nave espacial envolve a sabotagem de satélites ativos em órbita.

A China tem vindo a aumentar o seu arsenal de armamento anti-satélites, alimentando o receio em Washington de um ataque a uma nave espacial norte-americana em órbita.

O Pentágono já está a liderar esforços para construir o seu próprio arsenal de armas anti-satélites, assim como a Rússia, que também começou a investigar as suas próprias armas espaciais.
Pentágono avisa que China está a reforçar o arsenal militar nuclear

Na quarta-feira, o Pentágono disse acreditar que a China está a acelerar o desenvolvimento do seu arsenal nuclear, tendo já capacidade para lançar mísseis balísticos armados com ogivas nucleares a partir de terra, mar e ar.

“A aceleração da expansão nuclear da China poderá permitir que o país tenha 700 ogivas nucleares até 2027”, revela o relatório anual do Departamento de Defesa dos Estados Unidos sobre as capacidades militares do país asiático.

“É provável que Pequim pretenda adquirir pelo menos 1.000 ogivas nucleares até 2030, o que é mais do que a taxa e o volume estimados em 2020”, pode ler-se no relatório hoje divulgado.

Na edição anterior deste relatório enviado anualmente ao Congresso — e que foi publicado em 1 de setembro de 2020 – o Pentágono estimava que a China teria cerca de 200 ogivas nucleares, mas dizia já acreditar que esse número duplicaria nos 10 anos seguintes.

Com 700 ogivas nucleares em 2027 e 1.000 em 2030, as projeções das autoridades norte-americanas mostram uma forte aceleração das atividades nucleares de Pequim.

“A China provavelmente já estabeleceu uma ‘tríade nuclear’, ou seja, a capacidade de lançar mísseis balísticos nucleares a partir de mar, terra e ar”, revela o documento hoje divulgado pelo Departamento de Estado.

Para chegar a estes números, os autores do relatório basearam-se em declarações de autoridades chinesas nos media oficiais e em imagens de satélite que mostram a construção de um número significativo de silos nucleares.

As projeções incluem mísseis balísticos submarinos e outros lançados por aviões bombardeiros, bem como a “força de mísseis móvel”, que permite o lançamento de mísseis a partir de camiões.

O relatório não sugere a hipótese de um conflito aberto com a China, mas encaixa-se numa narrativa emergente nos EUA sobre o reforço do Exército de Libertação do Povo, como a China chama aos seus serviços militares, com a intenção de desafiar os Estados Unidos em todos os domínios da guerra – ar, terra, mar, espaço e ciberespaço.

O documento alerta para a ameaça crescente do poderio militar chinês, apoiando a tese de necessidade de uma maior presença norte-americana no Indo-Pacífico, em que se insere o plano de Defesa em articulação com o Reino Unido e a Austrália para essa região.

O relatório fala mesmo na existência de uma rede de bases chinesas fora de fronteiras, que “poderá interferir” nas operações militares norte-americanas e apoiar operações da China contra os Estados Unidos.

Recentemente, o Presidente chinês, Xi Jinping, declarou publicamente que a China planeia tornar-se uma potência militar global até 2049.
China acusa EUA de “manipulação”

A China denunciou o que classificou de “manipulação” por parte dos Estados Unidos, após a publicação do relatório do Pentágono. Wang Wenbin, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, acusou os Estados Unidos de tentar “puxar” pela tese da ameaça chinesa.

“O relatório, divulgado pelo Pentágono, como os anteriores, ignora os factos e está cheio de preconceitos”, disse Wang aos jornalistas, criticando Washington por “manipulação”.

https://zap.aeiou.pt/arma-que-explode-satelites-inimigos-442669


Pentágono conclui que imagens mostraram crianças na área do ataque com drone que matou civis em Cabul !


O Departamento de Defesa dos Estados Unidos reconhece que havia imagens que provavam a presença de civis, mas considera que o ataque com drone de Agosto em Cabul não violou a lei internacional.

Segundo o Pentágono, o ataque com drone que matou 10 civis afegãos em Agosto, em Cabul, não violou a lei internacional e foi um “erro honesto”.

O ataque em questão surgiu depois da explosão nas imediações do aeroporto da capital afegã levada a cabo pelo ISIS-K — o braço do Estado Islâmico no Afeganistão —, onde na altura milhares de pessoas estavam a tentar fugir do país depois da saída das tropas da NATO e da reconquista do país por parte dos talibãs. Mais de 170 pessoas morreram.

Os EUA responderam com um ataque com drone contra uma carrinha onde alegaram estar terroristas que estavam a preparar um novo ataque contra o aeroporto. Os serviços de inteligência norte-americanos tinham a informação de que um membro do ISIS-K ia usar um Toyota Corolla branco para cometer um segundo atentado no aeroporto. O ataque com drone avançou quando a equipa detectou um veículo parecido nas imediações de um conhecido local de reunião dos terroristas e uma mala de transporte de computadores – o mesmo objecto usado pelo militante do ISIS-K no aeroporto.

“Como se viria a constatar, e podemos afirmar agora, tratava-se apenas uma mala de computador. Não começámos a perseguir o Toyota Corolla que devíamos ter perseguido”, afirmou o tenente-coronel Sami Said, que é também inspector-geral da Força Aérea norte-americana.

No entanto, os relatos da imprensa local e uma investigação do The New York Times concluíram que, na verdade, as 10 vítimas foram todas civis, incluindo sete crianças.

Depois da imprensa ter denunciado o caso, o Pentágono voltou atrás e confessou que os mortos não eram terroristas, mas sim civis, com o General Frank McKenzie a falar num “erro trágico“.  

Agora, a investigação do Departamento de Defesa dos EUA concluiu que as imagens de vídeo mostravam que pelo menos uma criança estava presente na área do ataque dois minutos antes deste ser lançado, segundo o tenente-coronel Sami Said, que é também inspector-geral da Força Aérea norte-americana.

O relatório apontou também vários erros de execução, uma interpretação irresponsável sobre os factos e falhas da comunicação que levaram ao ataque, isto depois da CNN ter avançado que a CIA terá alertado para a presença de civis na área antes do drone ter avançado.

“A avaliação dos indivíduos na área do alvo antes do ataque era errada”, lê-se num documento divulgado na quarta-feira.

Apesar destas falhas, Said reitera que o ataque “não foi uma acção criminosa, nem resultou de negligência” e que os “indivíduos envolvidos no ataque acreditaram na altura que estavam a neutralizar uma ameaça iminente”. “Não ficamos indiferentes à severidade do resultado e ao facto de termos matado 10 civis afegãos”, sublinhou.

Said também não recomendou sanções para os responsáveis, mas os comandantes, que receberam o relatório na totalidade na segunda-feira, têm a opção de decidir sobre qualquer acção disciplinar que queiram adoptar. O relatório na totalidade não foi divulgado publicamente.

“Apesar desta investigação ter tido a vantagem de ter tempo considerável para avaliar a informação disponível durante o ataque, aqueles que o executaram não a tiveram. O que é claro agora é que compreensivelmente menos óbvio no momento”, lembrou o inspector-geral da Força Aérea.

O relatório também deixa recomendações sobre o que fazer para prevenir erros no futuro em ataques de drone de “auto-defesa” semelhantes, em circunstâncias em que as provas recolhidas exigem uma decisão rápida, de forma a evitar-se interpretações precipitadas, aumentar-se a consciência situacional entre a equipa que coordena o drone e outras equipas e também revisões aos procedimentos usados para se verificar a presença de civis.

https://zap.aeiou.pt/pentagono-imagens-criancas-drone-cabul-442585


Bala disparada por Alec Baldwin pode ter sido “sabotagem” !

Alec Baldwin
Advogado que representa a responsável pela arma disparada pelo ator Alec Baldwin, e que levou à morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins, disse que o incidente pode ter sido um ato de “sabotagem” por parte de membros descontentes da equipa de filmagens de “Rust”.

Hannah Gutierrez-Reed era a responsável pelas armas usadas no estúdio do filme que estava a ser gravado no Novo México, onde Alec Baldwin disparou em direção à diretora de fotografia, após ser informado de que a arma era segura.

Esta quarta-feira, o advogado da responsável declarou ao programa “Today”, da NBC, que Gutierrez-Reed carregou a arma com munições de uma caixa de balas falsas ou inertes e que “não tem ideia” de onde veio a bala real que acabou por matar Halyna Hutchins.

“Presumimos que alguém colocou a bala real naquela caixa – e se pensar sobre isso, a pessoa que colocou a bala real na caixa de balas falsas tinha que ter como objetivo sabotar o estúdio”, disse Jason Bowles. “Não há outra razão para fazer isso”, sublinhou

Os promotores não apresentaram ainda nenhuma acusação criminal pela morte de Hutchins. O xerife de Santa Fé, Adan Mendoza, afirmou há alguns dias que parecia haver “alguma complacência no estúdio”.

Foram divulgados vários relatos de que alguns elementos da equipa de filmagens de “Rust” demitiram-se um dia antes da tragédia, em parte devido a preocupações com a segurança das armas de fogo e explosivos no estúdio. Tanto Baldwin quanto Gutierrez-Reed estão a cooperar com a investigação em curso.

Questionado sobre por que razão alguém sabotaria deliberadamente a produção camuflando balas reais com munições seguras, Bowles apontou para os trabalhadores “insatisfeitos” que partiram poucas horas antes do disparo.

“Temos pessoas que deixaram o estúdio, que saíram porque estavam infelizes”, respondeu Bowles, destacando as reclamações sobre as longas horas de trabalho e as instalações da equipa.

“Temos um período de tempo entre as 11h e 1h, aproximadamente, daquele dia em que as armas estiveram em alguns momentos sem supervisão. Então houve a oportunidade de manipular o cenário“, disse.

Questionado sobre por que razão Gutierrez-Reed deixou as armas sem supervisão, Bowles alegou que os produtores lhe tinham pedido para cumprir funções adicionais e que estava ocupada com outras tarefas no momneto do disparo fatal.

https://zap.aeiou.pt/bala-disparada-baldwin-sabotagem-442543


A covid-19 não acabou e o Natal pode ser duro, avisa especialista !


Jonathan Van-Tam, especialista em epidemiologia e vacinas britânico, alertou para o facto de o Natal ser uma altura complicada do ponto de vista pandémico e apelou à população para que tome a dose de reforço da vacina contra a covid-19.

A pandemia de covid-19 ainda não chegou ao fim e o Natal pode ser difícil, avisou esta quarta-feira o vice-diretor médico britânico, Jonathan Van-Tam, apelando aos cidadãos para terem cautela e tomarem a dose de reforço da vacina, no mesmo dia em que se registaram 293 mortes por covid-19 em Inglaterra — o número diário mais alto desde março.

O primeiro-ministro Boris Johnson declarou o levantamento das restrições em julho, afirmando confiar nas vacinas para controlar a pandemia durante o Inverno.

“Demasiadas pessoas acreditam que esta pandemia está agora terminada. Pessoalmente sinto que há alguns meses difíceis a chegar no Inverno e que ainda não acabou”, disse Jonathan Van-Tam à BBC TV, acrescentando que o comportamento dos cidadãos e a tomada de doses de reforço determinarão a gravidade.

“O Natal e, na verdade, todos os meses mais escuros de Inverno serão potencialmente problemáticos”, continuou o especialista em epidemiologia e vacinas.

Boris Johnson tem resistido aos apelos de alguns cientistas para ativar o “Plano B” das medidas de contenção, um plano de Outono e Inverno, traçado em conjunto com o Departamento de Saúde e Assistência Social e a Saúde Pública de Inglaterra.

“Não vemos nada nos dados que sugira que é necessária uma mudança para o Plano B”, disse o porta-voz do primeiro-ministro.

“Não somos de forma alguma complacentes, reconhecemos que os casos permanecem a um nível elevado e o cenário no NHS [serviço nacional de saúde britânico] é extremamente desafiante”, continuou.

Segundo a Reuters, Grupo Consultivo Científico para Emergências (SAGE, na sigla em inglês) considera que, se fossem tomadas medidas agora, poderia-se reduzir a necessidade de medidas mais duras mais tarde.

Jeremy Farrar, diretor da Wellcome, disse ter-se demitido da SAGE para se concentrar no seu trabalho na instituição de caridade para a saúde, mas acrescentou que a situação ainda é preocupante.

“A crise da covid-19 está muito longe de ter terminado”, considerou.

https://zap.aeiou.pt/covid-19-nao-acabou-natal-pode-ser-duro-442530


COP26 - Mais de 40 países comprometem-se com fim do uso do carvão !


Mais de 40 países comprometeram-se, esta quarta-feira, na cimeira do clima COP26, que está a decorrer em Glasgow, na Escócia, a eliminar gradualmente o uso do carvão como fonte de produção de energia.

De acordo com o jornal The Guardian, alguns dos principais países consumidores de carvão, como o Canadá, a Polónia, a Coreia do Sul, a Ucrânia, a Indonésia e Vietname, comprometeram-se a descontinuar o uso de carvão como fonte de produção de energia. As maiores economias mundiais traçaram o ano de 2030 como meta, enquanto os países menos desenvolvidos se ficaram por 2040.

Porém, alguns dos principais países dependentes do carvão, como os Estados Unidos, a China, a Índia e a Austrália, ficaram de fora deste acordo.

O acordo intermediado pelo Reino Unido para parar de financiar o uso do carvão inclui o compromisso não só de dezenas de países, mas também de mais de 100 instituições financeiras e outras organizações.

“O dia de hoje é um marco nos nossos esforços globais para enfrentar as alterações climáticas, com nações de todos os cantos do mundo unidas em Glasgow para declarar que o carvão não terá um papel na nossa futura produção de energia. Os compromissos ambiciosos de hoje feitos pelos nossos parceiros internacionais demonstram que o fim do carvão está próximo“, disse Kwasi Kwarteng, ministro da Energia britânico, citado pelo mesmo jornal.

Segundo o jornal Público, o responsável pela delegação da Grenpeace, Juan Pablo Osornio, considerou que este compromisso “ainda fica muito aquém das ambições para o fim do uso de combustíveis fósseis”.

“Apesar das manchetes otimistas, as letras pequenas [do acordo] dão aos países uma grande margem para decidirem o seu próprio ritmo no fim do uso do carvão”, disse ainda.

O carvão como fonte de produção de energia ainda representa mais de metade das emissões carbónicas provocadas pelo uso de combustíveis fósseis.

Neste terceiro dia da cimeira, escreve o semanário Expresso, saiu também o compromisso do setor privado, entre 450 empresas de 45 países, de investir 130 biliões de dólares, cerca de 112 biliões de euros, para descarbonizar a economia mundial.

https://zap.aeiou.pt/mais-40-paises-comprometem-fim-uso-carvao-442649


Reino Unido aprova primeiro comprimido contra a covid-19 - Chama-se Molnupiravir !


O Reino Unido tornou-se esta quinta-feira o primeiro país do mundo a emitir uma autorização de uso condicional de um comprimido antiviral contra a covid-19 desenvolvido pela empresa farmacêutica Merck, que estará disponível para os maiores de 18 anos.

Embora não se saiba com precisão quando é que o fármaco estará acessível ao público, o medicamento — designado molnupiravir — demonstrou eficácia assinalável nos estudos efetuados. Segundo os resultados preliminares anunciados pela companhia no mês passado e que carecem ainda de revisão por cientistas externos, a toma do medicamento reduziu para metade hospitalizações e óbitos entre doentes numa fase precoce dos sintomas de covid-19.

O molnupiravir destina-se a ser tomado duas vezes por dia durante cinco dias por pessoas que estejam em casa com covid-19 ligeira a moderada e que tenham pelo menos um fator de risco de poder desenvolver doença grave.

Por enquanto, a Merck não avançou detalhes sobre potenciais efeitos secundários, assegurando apenas que a sua ocorrência foi similar entre as pessoas que receberam o medicamento e as que receberam placebos. 

“Hoje é um dia histórico, pois o Reino Unido é o primeiro país do mundo a aprovar um antiviral que pode ser tomado em casa para a covid-19. Estamos a trabalhar em ritmo acelerado em todo o governo e com o NHS [Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido] para estabelecer planos para a distribuição de molnupiravir aos doentes através de um estudo nacional o mais rapidamente possível”, disse o secretário britânico da Saúde, Sajid Javid, em comunicado.

O fármaco aguarda ainda a avaliação dos reguladores de Estados Unidos – Food and Drug Administration (FDA) — e da União Europeia — Agência Europeia do Medicamento (EMA). No entanto, uma decisão sobre a sua eventual autorização em solo americano pode acontecer ainda no final deste mês, quando um painel de peritos independentes se reunir para examinar a segurança e eficácia do molnupiravir.

A companhia farmacêutica, que desenvolveu o tratamento em parceria com o laboratório Ridgeback Biotherapeutic, anunciou também que os fornecimentos iniciais serão limitados, uma vez que grande parte da capacidade de produção até ao final deste ano – estimada em 10 milhões de esquemas terapêuticos – já foi adquirida por diversos governos a nível mundial.

Inicialmente concebido como uma potencial terapia da gripe e com financiamento do governo americano, este medicamento foi reorientado em 2020 por investigadores da Universidade Emory, no estado da Geórgia, para um possível tratamento da covid-19, sendo então licenciado para desenvolvimento por Ridgeback Biotherapeutic e Merck.

A ação do molnupiravir visa uma enzima que o SARS-CoV-2 usa para se reproduzir, inserindo erros no seu código genético que retardam a capacidade de se espalhar e tomar conta de células humanas. Essa atividade genética levou peritos independentes a questionar se o fármaco poderia eventualmente causar mutações conducentes a defeitos de nascença ou tumores, mas a Merck frisou que o fármaco é seguro quando utilizado segundo as instruções.

A farmacêutica anunciou ainda na última semana a sua permissão para que outros fabricantes possam produzir o seu comprimido, numa tentativa de ajudar milhões de pessoas em países mais pobres e com pouco acesso às vacinas.

O Medicines Patent Pool, um grupo apoiado pelas Nações Unidas, revelou que a Merck não vai receber royalties por este acordo enquanto a covid-19 for considerada uma emergência global pela Organização Mundial da Saúde.

De acordo com os especialistas, um comprimido antiviral que reduz sintomas e acelera a recuperação pode revelar-se essencial no combate à pandemia, ao aliviar a sobrecarga dos hospitais e ajudar a travar surtos em países mais pobres e com sistemas de saúde frágeis.

https://zap.aeiou.pt/primeiro-comprimido-contra-covid-19-442628


Novo teste promete detetar sinais de Alzheimer em cinco minutos !


Investigadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, criaram um teste de rastreio para detetar sinais de demência precoce.

Após milhões de anos de evolução, o nosso cérebro herdou uma forte capacidade de reagir quando avistamos animais. Agora, cientistas ligados à Universidade de Cambridge, em Inglaterra, estão a usar esse instinto para detetar sinais de demência.

O Alzheimer é a forma mais comum de demência — que se caracteriza pela deterioração de funções cognitivas, como a memória e o aprendizado — e está por trás de 60 a 70% dos casos de demência que atingem 55 milhões de pessoas no planeta, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em 2050, de acordo com estimativas da OMS, este número deverá chegar a 139 milhões, escreve a BBC.

Criada por investigadores de Cambridge, a empresa Cognetivity Neurosciences desenvolveu um teste digital com duração de cinco minutos, baseado em inteligência artificial, que deteta sinais do declínio cognitivo a partir de imagens de animais mostradas num tablet.

Algumas fotos são menos óbvias do que outras e o objetivo do teste passa por confirmar se cada imagem corresponde a um animal, ou não. Depois, o aplicativo mostra uma pontuação, que pode ser um alerta do declínio cognitivo.

Os fundadores da Cognetivity, Sina Habibi e Seyed-Mahdi Khaligh-Razavi, contam no site da empresa que estavam a lidar com casos de demência na família quando começaram a procurar soluções para o seu diagnóstico porque os seus parentes “foram diagnosticados tarde demais para conter as consequências devastadoras da doença”.

Apesar de o teste não fazer um diagnóstico, tem a função de rastreio, o que significa que dá indícios de um possível problema, que deve então ser investigado por um especialista.

A Cognetivity obteve permissão da agência norte-americana, Food and Drug Administration (FDA), para comercializar o teste e também já obteve autorização do Reino Unido.

O valor de mercado da empresa pode chegar a 11,4 mil milhões de dólares até 2026.

Em entrevista à BBC News Brasil, Sina Habibi afirmou que a empresa está “ativamente à procura de parcerias” para entrar no mercado brasileiro.

Os investigadores defendem que o teste, chamado Integrated Cognitive Assessment (ICA), se diferencia de outros porque os testes de rastreio de demência são normalmente feitos com papel e caneta — é pedido aos pacientes que desenhem, deem nomes a objetos ilustrados e decifrem códigos de desenhos e números.

Além disso, tem potencial “global” por ser independente de idiomas, ultrapassando as barreiras linguísticas ou de diferentes níveis de educação, e por poder ser usado digitalmente por qualquer pessoa — não precisa de ser supervisionado por um médico.

“O ICA pode, certamente, ser usado para rastrear o comprometimento em pessoas que têm alguma preocupação sobre a sua cognição. Precisamos de incentivar o controlo de pessoas com fatores de risco (como casos na família), e o teste pode ser uma ferramenta valiosa para esse fim”, disse Habibi.

A equipa de investigadores envolvidos no projeto têm publicado, desde 2013, estudos sobre o método desenvolvido e os seus resultados em revistas científicas como a Scientific Reports e a BMC Neurology Journal.

No estudo mais recente, publicado em julho na Frontiers in Psychiatry, o método foi testado em 230 pessoas — 95 consideradas saudáveis e 135 que tinham Alzheimer ou declínio cognitivo suave.

Os resultados do ICA mostraram-se semelhantes aos de outros testes já comummente usados para verificar o declínio cognitivo, como a Avaliação Cognitiva de Montreal (MoCA, na sigla em inglês) e o Exame Cognitivo de Addenbrooke (ACE). Mas, de acordo com o artigo, a capacidade de detecção do ICA não depende do nível educacional.

Em 2019, um estudo publicado na Scientific Reports comparou o ICA com mais cinco testes cognitivos padrão e mostrou também a sua vantagem relativamente aos níveis de escolaridade.

“O teste ICA beneficia de milhões de anos de evolução humana — e da forte reação do cérebro humano aos estímulos de animais. Observadores humanos são muito bons em reconhecer se imagens rapidamente expostas, em flashes, contêm um animal”, diz um trecho do artigo científico.

Ainda que já esteja a ser comercializado em alguns países, o teste continua sob estudo. Atualmente, está a ser usado em centros de pesquisa do sistema público de saúde britânico, o National Health Service (NHS).

Para que o teste possa ser utilizado em locais com poucos recursos, Sina Habibi, da Cognetivity, afirmou que a empresa está a desenvolvee uma versão em formato de site, para pessoas e unidades de saúde que não tenham acesso a um tablet.

https://zap.aeiou.pt/teste-deteta-sinais-alzheimer-5-minutos-442307


Alemanha está a viver “pandemia de não vacinados” !


O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, alertou que “a pandemia está longe de acabar” e que a Alemanha enfrenta atualmente “uma pandemia de não vacinados”.

De acordo com o The Guardian, várias clínicas alemãs alertaram na semana passada para o aumento de internamentos devido à covid-19 e esta quarta-feira o país reportou 2200 doentes em cuidados intensivos, o número mais alto desde o início de junho.

Já nos últimos sete dias, a Alemanha registou 666 mortes por covid – um número superior ao mesmo período do ano passado, altura em ainda não tinha começado a campanha de vacinação.

Jens Spahn, ministro alemão da Saúde, e Lothar Wieler, presidente do Instituto Roberto Koch (RKI), a agência de controlo e prevenção de doenças do país, referiram que as baixas taxas de vacinação e a desobediência aos protocolos de saúde pública são os responsáveis pelo recente aumento de casos.

Lothar Wieler descreveu este aumento de infeções como “assustador” e advertiu que “a quarta vaga está a desenvolver-se exatamente da forma que temíamos porque poucas pessoas receberam a vacina”.

A taxa de população alemã totalmente vacinada contra a covid-19 situava-se em 66% no final de outubro, bastante abaixo de Portugal ou de outros países europeus como Espanha, Itália, França ou Reino Unido.

Os inquéritos entretanto realizados apontam como sendo improvável que os que não foram vacinados na Alemanha venham a mudar de ideias e várias personalidades no país têm feito saber que se recusam a tomar a vacina, como é o caso do jogador de futebol do Bayern de Munique Joshua Kimmich.

A Alemanha não tornou a vacinação obrigatória para profissionais de saúde que trabalham em lares de idosos e esta quarta-feira o ministro da saúde confirmou que não havia planos futuros neste sentido.

A Alemanha estuda agora uma terceira dose de reforço para pessoas que já tomaram as duas doses completas e, segundo Leif Erik Sander, médico do departamento de doenças infecciosas e medicina respiratória do Hospital Charité de Berlim, cerca de 30 milhões de pessoas estavam nestas condições – isto numa fase em que o país só está a vacinar a um ritmo de 150 mil por dia.

Nos últimos meses, a vida no país voltou, em grande parte, ao normal, devido ao alívio de restrições e à permissão para a realização de eventos de grande dimensão.

Isto foi possível através de regulamentações que exigem comprovação de vacinação ou de recuperação da doença, ou ainda a apresentação de testes com resultados negativos, em locais como discotecas, restaurantes, estádios e bares, escreve a Deutsche Welle.

No entanto, “se a situação nos hospitais se agravar […] poderá haver futuras restrições aos não vacinados”, afirmou o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert.

https://zap.aeiou.pt/alemanha-pandemia-de-nao-vacinados-442501


“Vamos enterrar o inimigo com o nosso sangue”: Após um ano de guerra civil em Tigré, há receios de que a Etiópia se desintegre !


A recente escalada de tensões na guerra civil com o avanço dos tigrés na Etiópia tem causado receios de que a região do corno de África seja abalada. A ONU aponta crimes contra a humanidade cometidos por todos os lados.

Foi apenas há dois anos que Abiy Ahmed foi aplaudido como um defensor da paz por ter acabado com o conflito de décadas com a Eritreia, sendo até galardoado com o Nobel da Paz, mas o seu discurso mudou de tom no último ano. De achar que a “guerra é o epítome do inferno para todos os envolvidos”, o primeiro-ministro da Etiópia está a agora a disputar uma guerra civil na região de Tigré, no norte do país.

Milhares de militares e civis já perderam a vida desde o início do conflito há cerca de um ano e mais de 60 mil etíopes já procuraram asilo no vizinho Sudão, com as Nações Unidas a estimar que cerca de 350 mil tigrés estejam a passar fome, com cerca de 1.8 milhões de habitantes da região numa situação de emergência.

O conflito começou a 4 de Novembro de 2020, quando Ahmed ordenou uma ofensiva militar contra a Frente de Libertação do Povo Tigré (FLPT), como retaliação a um ataque numa base militar onde estavam tropas governamentais. 

No entanto, as raízes desta guerra civil já existem há décadas. Enquanto se expandia como império, a Etiópia acabou por ser um agregado de várias etnias e culturas diferentes, o que acabou por levar a tensões e conflito.

Até ao início da década de 90, a Frente da Libertação do Povo Eritreu (FLPE) era aliada dos tigrés na luta contra o governo militar etíope de Mengistu Haile Maria. Com a sua queda em 1991, a Eritreia conseguiu a independência, enquanto que a FLPT se tornou a força principal na coligação que dominou o país 2018.

Desde 1994 que a Etiópia está organizada num sistema federal, com diferentes grupos étnicos a controlar 10 regiões. A FLPT foi muito influente na criação deste sistema, o que levou a fim azedo da aliança com a Eritreia quando rebentou a guerra entre os dois países em 1998. Desde então que a Eritreia vê os tigrés como inimigos.

Os dois países odiavam-se e, apesar de terem chegado a um acordo em 2000, ficaram num estado de tensão armada durante quase 18 anos. A coligação que então governava a Etiópia deu autonomia às regiões do país, mas manteve um controlo apertado no governo central.

O descontentamento com esta situação levou a protestos e a que Abiy Ahmed, na altura do Partido Democrático Oromo, acabasse se tornar primeiro-ministro em 2018. Quando chegou ao poder, Ahmed prometeu fazer reformas políticas estruturais — e fê-las mesmo.

A principal mudança geopolítica veio com o fim oficial da guerra entre a Eritreia e a Etiópia e a conquista do Nobel da Paz. Agora aliado da Eritreia, Ahmed contava com o apoio dos antigos inimigos na luta contra os tigrés. O primeiro-ministro também dissolveu a coligação liderada pela FLPT em 2019 e afastou vários líderes tigrés acusados de corrupção do poder.

Ahmed criou um novo Partido da Prosperidade, mas a FLPT recusou integrá-lo. O novo partido de Ahmed venceu as eleições de Julho com uma larga maioria — que tinham sido adiadas devido à pandemia — conquistando 410 dos 436 lugares e um mandato de cinco anos. No entanto, a região de Tigré não votou e houve também acusações da oposição de que as eleições não foram limpas.

Berhanu Nega, do partido Cidadãos Etíopes pela Justiça Social, apresentou mais de 200 queixas, alegando que os observadores foram bloqueados por militares e responsáveis governamentais em várias regiões do país.

A guerra civil chegou a um ponto ainda mais tenso em Setembro de 2020, quando os tigrés desafiaram o governo central e decidiram organizar as suas próprias eleições regionais, algo que o executivo de Ahmed considerou ilegal. Ambos os lados acusam o outro de ser ilegítimo, com a FLPT a argumentar que o governo central não foi testado numa eleição nacional desde que Ahmed chegou ao poder em 2018, já que algumas regiões da Etiópia não votaram em Julho.

Os tigrés consideram também amizade de Ahmed com o Presidente da Eritreia, Isaias Afwerki, “sem princípios”. Afwerki enviou tropas para a região Tigré em apoio ao novo aliado.

Em Outubro de 2020, o governo central também suspendeu o financiamento e cortou as relações com a região, algo que a administração regional considerou uma “declaração de guerra”. A gota de água final para o início da guerra foi quando Ahmed acusou a FLPT de “cruzar uma linha vermelha” depois desta ter alegadamente atacado as bases militares do governo central para roubar armas.

“O governo federal é assim obrigado a entrar num confronto militar“, declarou o primeiro-ministro etíope. Desde o início do conflito militar a 4 de Novembro de 2020, mais de seis milhões de habitantes na região tigré tiveram de abandonar as suas casas. Segundo as estimativas de investigadores da Universidade de Ghent, já mais de 10 mil pessoas morreram e houve 230 massacres. O conflito também está a causar preocupação sobre a estabilidade da região do corno de África e sobre uma possível separação das regiões da Etiópia.

Crimes de guerra cometidos por ambos os lados, acusa ONU

Nas últimas semanas, as ameaças têm crescido ainda mais. Depois do conflito estar mais contido no norte do país, com um cerco das forças centrais aos tigrés, a guerra está agora a mover-se mais para sul do país. A FLPT tem conquistado diversas localidades estratégicas na região de Amhara e contam agora com o apoio do Exército de Libertação Oromo, uma facção rebelde da Frente de Libertação Oromo. Juntas, as forças têm ganhado terreno contra o governo central e querem chegar à capital, Adis Abeba.

Em resposta ao avanço, Abiy Ahmed declarou o estado de emergência na segunda-feira, argumentando que as forças tigrés representam “um perigo grave e iminente” para a existência da Etiópia. “Todos vão ser testados”, escreveu no Twitter, dizendo que a declaração foi feita para “encurtar o período de tribulação e dar tempo para se encontrar uma solução”.

O estado de emergência entra em vigor imediatamente e dura seis meses. O governo pode impor um recolher obrigatório, recrutar os cidadãos maiores de idade para o serviço militar, mobilizar tropas para as regiões do país, suspender as licenças dos meios de comunicação e romper os serviços de transporte e viagens.

O executivo poderá também deter por tempo indeterminado e sem ordem judicial qualquer pessoa suspeita de ter ligações com grupos terroristas. A FLPT é considerada um grupo terrorista pelo governo de Ahmed. As administrações locais podem ser dissolvidas e é proibida qualquer manifestação de oposição à declaração.

Num discurso perante as forças militares, Abiy Ahmed também deixou mais ameaças. “A cova que está a ser cavada vai ser muito funda, vai ser onde o inimigo será enterrado, não onde a Etiópia se vai desintegrar. Vamos enterrar este inimigo com o nosso sangue e ossos e elevar novamente alta a glória da Etiópia”, atirou.

Entretanto, um relatório das Nações Unidas fez um retrato da “brutalidade extrema” do conflito no país africano. A Alta Comissária para os Direitos Humanos fala em “crimes contra a humanidade” cometidos por ambos os lados.

“A gravidade das violações e dos abusos que identificamos ressaltam a necessidade de responsabilização dos responsáveis, independentemente do lado em que se encontrem”, disse Michelle Bachelet, em Genebra, na apresentação do relatório elaborado em conjunto com a Comissão dos Direitos Humanos da Etiópia, criada pelo governo etíope. “Existem razões para acreditar que todas as partes em conflito na região do Tigré cometeram, em vários níveis de gravidade, violações contra o direito internacional, direito humanitário e direito internacional dos refugiados, o que pode constituir crimes de guerra ou crimes contra a humanidade”, indica o documento.

Já Daniel Bekele, comissário da Comissão Etíope dos Direitos Humanos, acredita que o relatório “é uma oportunidade para todas as partes reconhecerem responsabilidades, para se empenharem em medidas concretas sobre responsabilidades, na reparação (dos crimes) junto das vítimas, e de encontrarem uma solução duradoura para porem um fim ao sofrimento de milhões de pessoas”.

O documento refere-se ao período entre o dia 3 de Novembro de 2020 – quando o primeiro-ministro e Prémio Nobel da Paz, Abiy Ahmed, desencadeou a ofensiva contra as autoridades dissidentes da região montanhosa do Tigré – e o passado dia 28 de Junho, data do cessar-fogo unilateral assumido por Adis Abeba.

O relatório tem como base 296 entrevistas confidenciais e reuniões com as autoridades locais e federais da Etiópia, organizações não-governamentais e equipas médicas.

Mesmo assim, a equipa que elaborou o documento conjunto encontrou vários obstáculos para efectuar as visitas a certos pontos do Tigray, sublinha a Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

A investigação também levantou dúvidas em relação à imparcialidade dos relatos porque um dos investigadores do Alto Comissariado foi expulso pelas autoridades juntamente com outros seis funcionários da ONU.

Antes da publicação do documento, o TPLF criticou os investigadores que acusou de estarem a aplicar uma “metodologia pouco eficiente e que mancha a reputação” do Alto Comissariado.

Por contrário, o Governo de Adis Abeba encarou a colaboração como uma “demonstração de seriedade” com que abordou as questões respeitantes aos direitos humanos.

O relatório denuncia, apoiado em depoimentos, “ataques indiscriminados” contra civis, execuções extrajudiciais, atos de tortura, sequestros e detenções arbitrárias, bem como violência sexual e saques.

Os investigadores encontraram sobreviventes, incluindo casos de violência sexual contra homens e relatam o caso de um jovem de 16 anos, violado por soldados eritreus, e que acabou por se suicidar.

A tortura é frequente sendo que as “vítimas são espancadas com cabos elétricos e barras de ferro e mantidas presas de forma incomunicável, ameaçadas com armas de fogo e privadas de comida ou água”.

O relatório refere-se igualmente a massacres de centenas de civis realçando que “todas as partes” envolvidas no conflito atacaram civis, e tiveram como alvos as escolas, hospitais e locais de culto religioso.

O documento frisa também o papel das tropas da Eritreia que apoiaram as forças do Governo e que forçaram os refugiados a regressarem à Etiópia.

Os autores do inquérito elaboraram uma série de recomendações em que, nomeadamente, pedem ao Governo a responsabilização dos autores dos crimes que foram cometidos.

António Guterres também já anunciou no Twitter que falou na quarta-feira com Ahmed para “oferecer os bons ofícios para criar as condições para o diálogo e para que a luta acabe”.

Os EUA também já tinham acusado o executivo etíope em Agosto de estar a agravar a crise humanitária ao bloquear o acesso a Tigré, algo que o governo de Adis Abeba negou fazer propositadamente.

https://zap.aeiou.pt/ano-guerra-civil-tigre-etiopia-se-desintegre-442503


quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Biden volta ao modo Obama no Irão com armas nucleares !

Os Estados Unidos retiraram as exigências para que o Irã interrompa o desenvolvimento de mísseis balísticos e a agressão de desestabilização regional da tentativa de renegociar um acordo nuclear com o Irã. Isso foi indicado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, na cúpula do G20 que ocorreu na semana passada em Roma. Ele meramente "prometeu" que "se os EUA retornarem ao acordo nuclear com o Irã, eles só sairão posteriormente se Teerã claramente quebrar os termos do acordo". Essas demandas foram essenciais para o apoio de Israel ao caminho diplomático que Biden defendeu para resolver a questão de um Irã com armas nucleares. No entanto, os signatários europeus do acordo nuclear original de 2015 (JCPOA) saudaram esta promessa como a chave para desbloquear o impasse diplomático alcançado na via de Viena. A chanceler alemã Angela Merkel, o presidente francês Emmanuel Macron e o britânico Boris Johnson declararam: "Saudamos o compromisso claramente demonstrado do presidente Biden de retornar os EUA ao cumprimento total do JCPOA e de permanecer em conformidade total, desde que o Irã faça o mesmo." Não é de admirar que Teerã tenha se acomodado de repente e concordado em retomar as negociações no próximo mês. Visto de Israel, o governo Biden recuou de sua aceitação anterior da necessidade de conter a beligerância regional e os mísseis balísticos do Irã, junto com a busca por uma capacidade de arma nuclear:


O Irã já cometeu várias violações dos termos do acordo de 2015, privando-o de conteúdo por avanços em seu objetivo nuclear. O que Biden, Johnson, Merkel e Macron propõem fazer para atrasar o relógio nuclear do Irã e também o seu próprio?
Quanto valerá a promessa de Biden se sua presidência terminar em 2024? Não será vinculativo para seus sucessores, uma vez que o Senado nunca endossou o JCPOA e, na verdade, ele nunca foi formalmente assinado por Barack Obama e restou apenas sua promessa pessoal que Biden agora se oferece para renovar.
Ao voltar à posição de Obama, Biden também está pronto para dar rédea solta ao Irã em seu programa de mísseis balísticos e guerra regional usando organizações terroristas como o Hezbollah libanês, as milícias xiitas iraquianas e os rebeldes hutis do Iêmen.

Essas omissões da agenda de Washington para o Irã preocupam Israel não menos do que a questão nuclear.

Teerã, por sua vez, não deixou de aproveitar o momento como uma chance de voltar ao ponto de partida. O ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, disse sucintamente: “Não há necessidade de negociação e a solução mais simples é Biden emitir uma ordem executiva dizendo que estava voltando ao acordo nuclear e suspendendo as sanções”. Em outras palavras, eliminando a política de "pressão máxima" de Donald Trump e voltando ao modo conciliador de Barack Obama.

No entanto, ao presumir que Biden havia abandonado totalmente todas as opções militares, Teerã pode ter se precipitado - especialmente no que diz respeito à vida ou aos interesses dos americanos,
Em 30 de outubro, o presidente dos Estados Unidos também disse: “Com relação à questão de como vamos responder às ações tomadas por eles contra os interesses dos Estados Unidos - sejam ataques de drones ou qualquer outra coisa - somos nós vamos responder, e vamos continuar a responder. ”
Ele estava se referindo ao ataque combinado pró-iraniano de drone-artilharia armada de 20 de outubro contra a guarnição dos EUA em al-Tanf, no sul da Síria, nas fronteiras do Iraque e da Jordânia. Washington não respondeu até então. O atraso pode ter ocorrido devido à longa ausência do presidente de Washington na cúpula do G20 e na conferência do clima em Glasgow. No entanto, a impressão que se ficou em Teerã foi a de um presidente americano que vacilava em recorrer à ação militar diante da agressão. 

https://www.debka.com

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