quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Países Baixos detetaram variante Ómicron uma semana antes de voos da África do Sul !


O Instituto de Saúde Pública dos Países Baixos anunciou esta terça-feira ter detetado a variante Ómicron do SARS-CoV-2 em 19 e 23 de novembro, uma semana antes da chegada dos voos da África do Sul com 61 passageiros infetados.

Amostras colhidas em testes PCR mostraram uma anomalia no pico proteico do SARS-CoV-2, o que “deu origem à suspeita de que se tratava da variante Ómicron”, pelo que as amostras foram submetidas a uma análise especial para confirmação, referiu o instituto.

O sinal de alerta do instituto foi uma “anormalidade” detetada na proteína S do vírus  através de um “teste PCR especial”. Após a confirmação laboratorial, obtida depois da sequenciação genética dos vírus presentes na amostra, o instituto alertou as autoridades de saúde dos locais onde os casos foram detetados.

“Em 29 de novembro, descobriu-se que as duas amostras eram, de facto, da variante Ómicron” e “ainda não está claro se as pessoas afetadas também estiveram na África Austral”, explicaram os responsáveis, adiantando já ter contactado as pessoas testadas nessa altura para iniciar uma investigação.

O comunicado, escreve o Observador, aponta que a análise às amostras foi efetuada pelo laboratório Saltro a pedido do instituto holandês.

Os Países Baixos anunciaram na segunda-feira que a variante tinha sido detetada em 14 pessoas do país, sendo que todas figuravam na lista de passageiros que chegaram da África do Sul e tiveram diagnóstico positivo de coronavírus na sexta-feira passada, quando chegaram a Amesterdão.

Mais informações serão divulgadas pelas autoridades de saúde holandesas na próxima terça-feira, 7 de dezembro.

https://zap.aeiou.pt/paises-baixos-variante-omicron-447812


Incêndio em Barcelona faz quatro mortos da mesma família – Incluindo duas crianças !

Dois adultos, um bebé e uma criança de três anos morreram hoje de manhã num incêndio num edifício de uma antiga agência bancária ocupada no centro de Barcelona, segundo os bombeiros locais.

As vítimas são “dois adultos, um bebé e uma criança de três anos”, disse Ángel López, responsável pela operação dos bombeiros, aos jornalistas, acrescentando que o fogo já foi extinto.

O local, onde o incêndio começou por volta das 06:00 locais (05:00 em Lisboa), “é uma antiga agência bancária ocupada” localizada na praça de Tetuan, acrescentou o bombeiro, que não deu mais detalhes sobre as vítimas.

De acordo com a France-Presse, outras quatro pessoas que viviam no local conseguiram fugir do fogo e foram encontradas num pátio pelos bombeiros.

Estes quatro sobreviventes receberam cuidados médicos devido à inalação de fumaça, disse a porta-voz da autarquia de Barcelona, citada pela agência de notícias Associated Press (AP).

O andar onde a família morreu costumava ser os escritórios da agência bancária, mas tinha sido ocupado, uma prática a que algumas famílias vulneráveis recorrem quando não podem pagar um alojamento, segundo a AP.

O local estava ocupado por várias pessoas desde 2019 e já se tinham registado problemas de convivência. Segundo o jornal La Vanguardia, o último conflito aconteceu horas antes do incêndio, com a polícia a ser chamada para acalmar uma discussão.

Um porta-voz da polícia regional [Mossos d’Esquadra] disse à AP que foi aberta uma investigação às causas do incêndio.

https://zap.aeiou.pt/incendio-barcelona-quatro-mortos-447801

Sintomas da variante Ómicron são diferentes dos provocados pela Delta, afirma médica que identificou primeiros casos !


Médica sul-africana alertou os especialistas e investigadores que aconselham o Governo do seu país para a diferente sintomatologia apresentada pelos seus pacientes.

Angelique Coetzee, a médica que alertou os responsável políticos sul-africanos para a existência de uma nova variante no país, veio esclarecer que ao longo da sua pesquisa chegou à conclusão que os identificados com esta nova variante — agora conhecida como Ómicron — têm sintomas distintos dos associados à variante Delta. A investigadora ressalvou, ainda assim, que é cedo para tirar conclusões sobre a agressividade ou resistência da variante, mas também se a doença que dela resulta é mais forte ou resistente aos medicamentos existentes.

Segundo Angelique Coetzee, os doentes infetados com a nova variante tendem a queixar-se de “fadiga, dores de cabeça e no corpo, dores de garganta ocasionais e tosse“, ao passo que, com a variante Delta, os sintomas mais recorrentes são pulsações elevadas, baixos níveis de oxigénio e perda de olfato e paladar. Ao jornal britânico The Telegraph, a médica já tinha avançado que os sintomas associados à variante Ómicron são “moderados, embora invulgares”.

Como exemplo, evocou o caso de um homem de 30 anos que se queixava de cansaço e dores de cabeça moderadas, não apresentando mais nenhum sintomatologia associada tipicamente à covid. “Os sintomas [de pacientes como Ómicron] eram muito diferentes e moderados comparativamente aos que tenho tratado no passado”, disse à Bloomberg.

A médica decidiu iniciar a investigação quando, em novembro, se apercebeu que chegavam ao seu consultório, em Pretória, o epicentro dos casos de covid-19 registados em África do Sul nas últimas semanas, poucos doentes covid-19 e muitos a apresentarem os mesmos sintomas (referidos acima). Foi aí que decidiu informar os cientistas e especialistas que aconselham o Governo sul-africano para este facto, com os laboratórios do país a identificarem a nova variante na semana seguinte. 

“Achei que estes sintomas tão diferentes não podiam estar ligados à variante Delta”, disse a médica, citada pelo Público. “Não acho [que a variante] vá desaparecer, mas acho que causará uma doença ligeira. Pelo menos é o que espero. Por agora, estamos confiantes de que podemos lidar com isto.”

A médica, citada pela mesma fonte, acrescentou que a maioria dos pacientes que acompanha e na qual foi identificada a variante são homens saudáveis e que reportavam um cansaço foram do normal — além disso, metade não tinham sido vacinados.

https://zap.aeiou.pt/sintomas-variante-omicron-diferentes-delta-447759


terça-feira, 30 de novembro de 2021

Unesco adota primeira recomendação sobre ética da inteligência artificial !


A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) adotou a primeira recomendação sobre ética da inteligência artificial, que fixa como princípios a transparência de dados e a preservação do ambiente.

O texto, aprovado recentemente pelos 193 membros na 41.ª Assembleia-Geral, em Paris, França, “estabelece os valores e princípios que guiarão a construção do quadro jurídico necessário para garantir o desenvolvimento saudável da inteligência artificial”.

Um dos princípios é a transparência de dados: As pessoas devem poder aceder aos seus registos de dados pessoais e inclusive apagá-los.

Por outro lado, a recomendação proíbe explicitamente o uso de sistemas de inteligência artificial para a vigilância em massa.

A Unesco adverte que “estas tecnologias são muito invasivas e amplamente utilizadas“, ao ponto de violarem os direitos humanos e as liberdades fundamentais.

Noutro campo, o texto pede aos governos para que “avaliem o impacto ambiental direto e indireto ao longo do ciclo de vida dos sistemas de inteligência artificial”, incluindo a sua pegada de carbono e o consumo de energia, e incentiva-os a investirem em tecnologias limpas, instruindo para que não sejam usados sistemas de inteligência artificial que tenham “um impacto negativo desproporcional no meio ambiente”.

Caberá a cada Estado-Membro da Unesco adaptar a recomendação às suas leis.

https://zap.aeiou.pt/unesco-inteligencia-artificial-447655


Pfizer já está a trabalhar em vacina contra variante Ómicron !


A farmacêutica Pfizer já começou a desenvolver uma nova versão da sua vacina contra a covid-19 visando especificamente a nova variante Ómicron, caso a atual vacina não seja suficientemente eficaz para a combater, adiantou o seu presidente.

“Há ainda muitas incertezas” em redor da nova variante detetada na África do Sul e declarada “preocupante” pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sublinhou o presidente da Pfizer, Albert Bourla em entrevista à cadeia televisiva norte-americana CNBC, citada pela AFP.

“Saberemos o essencial do que há a saber dentro de algumas semanas”, disse.

O responsável referiu que é, para já, necessário testar a eficácia das vacinas atuais contra a variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, mas adiantou que já há trabalho a ser desenvolvido para uma atualização da vacina.

“Se a vacina proteger menos e tenhamos necessidade de criar uma nova vacina, começámos a trabalhar nisso na sexta-feira, fizemos o nosso primeiro modelo de ADN, que é a primeira etapa de desenvolvimento duma nova vacina”, explicou Bourla. 

A Pfizer já criou anteriormente duas novas versões da sua vacina em menos de 100 dias, contra as variantes Delta e Beta, que acabaram por não ser utilizadas.

Caso seja necessário, “em 95 dias teremos a nova vacina” contra a Ómicron, disse.

O grupo farmacêutico tem capacidade para produzir, caso necessário, quatro mil milhões de doses no próximo ano, acrescentou Bourla.

O laboratório Moderna, que também produziu uma vacina contra a covid-19 assente na tecnologia de Rna mensageiro, anunciou na sexta-feira a intenção de desenvolver uma dose de reforço especificamente contra a Ómicron.

O presidente da Pfizer garantiu estar “muito confiante” na vacina atualmente em distribuição, “porque conseguimos a dosagem correta desde o início”.

O comprimido anti-covid desenvolvido pela Pfizer para tratar a doença, que demonstrou uma eficácia de 89% contra hospitalizações e mortes em ensaios clínicos, foi desenvolvido tendo presente a ideia de que as mutações do vírus iriam aparecer, revelou ainda Albert Bourla.

“Estou bastante confiante na capacidade de o medicamento funcionar contra todas as mutações, o que inclui a Ómicron”, afirmou, acrescentando que “a situação é diferente” quando há um tratamento que permite reduzir de dez para um o número de pessoas que têm que ser hospitalizadas.

https://zap.aeiou.pt/pfizer-vacina-variante-omicron-447690


Talibãs mataram ou fizeram desaparecer mais de 100 agentes !


Os talibãs no Afeganistão executaram sumariamente ou fizeram desaparecer mais de uma centena de ex-polícias ou agentes de serviços de informação, desde que chegaram ao poder em Cabul, revela a Humans Right Watch (HRW).

Um relatório da HRW, esta terça-feira divulgado pela organização não governamental, documenta o desaparecimento de 47 ex-membros das Forças de Segurança Nacional afegãs — incluindo militares, polícias e membros de serviços de informações — que se renderam ou foram detidos pelos talibãs, entre 15 de agosto e 31 de outubro.

O relatório — intitulado “Sem perdão para pessoas como vocês” — coligiu ainda informações sobre mais de 100 assassínios de antigos funcionários governamentais afegãos, nas regiões de Ghazni, Helmand, Kandahar e Kunduz.

“A amnistia prometida pelos líderes talibãs não impediu que os comandantes locais executassem sumariamente ou fizessem desaparecer ex-membros das forças de segurança afegãs”, disse Patricia Gossman, diretora associada da HRW para a Ásia.

A Human Rights Watch entrevistou 40 pessoas nas quatro províncias e outras 27 por telefone, nomeadamente testemunhas, familiares e amigos das vítimas, ex-funcionários do governo, jornalistas, trabalhadores da saúde e membros dos talibãs.

De acordo com a investigação, os talibãs instruíram membros das unidades de forças de segurança que se renderam a registar-se como membros da organização, para poderem receber uma carta garantindo a sua segurança.

Contudo, esses registos foram utilizados para deter, executar sumariamente ou fazer desaparecer muitas dessas pessoas.

Os talibãs também conseguiram ter acesso aos registos de emprego deixados pelo anterior governo afegão, o que lhes permitiu realizar operações de busca abusivas, incluindo incursões noturnas, para deter e fazer desaparecer ex-funcionários suspeitos.

“Os ataques noturnos dos talibãs são assustadores”, disse um ativista da província de Helmand, explicando que as famílias das pessoas desaparecidas não podem perguntar, sequer, para onde foram levados os funcionários.

Durante as buscas, os talibãs costumam ameaçar e abusar de membros da família para fazê-los revelar o paradeiro dos escondidos, refere o relatório da Human Rights Watch.

Na província de Nangarhar, os talibãs também têm como alvo pessoas que acusam de apoiar o Estado Islâmico (EI) da província de Khorasan.

O relatório desta ONG também confirma que, conforme foi relatado pelas Nações Unidas, as operações dos talibãs “dependem fortemente de detenções e assassínios extrajudiciais”, com muitas das vítimas a serem mortas por causa das suas opiniões ou afiliações tribais ou religiosas.

O documento, de 25 páginas, também refere que a comissão criada pelos talibãs para investigar denúncias de abusos de direitos humanos ainda não anunciou qualquer operação sobre os assassínios denunciados, embora tenha informado sobre a detenção de vários membros da organização acusados de roubo ou demitidos por corrupção.

“As alegações infundadas dos talibãs de que agirão para evitar abusos e responsabilizar os abusadores parecem, até agora, nada mais do que uma manobra de relações públicas”, concluiu Gossman.

https://zap.aeiou.pt/talibas-mataram-ou-fizeram-desaparecer-mais-de-100-agentes-447719


Johnson & Johnson já está a desenvolver vacina contra variante Ómicron !

Janssen, vacina de dose única do grupo Johnson & Johnson contra a covid-19
O laboratório Johnson & Johnson (J&J) revelou na segunda-feira que já começou a desenvolver uma nova versão da sua vacina contra a covid-19, visando especificamente a nova variante Ómicron, caso a atual fórmula não seja suficientemente eficaz.

Em comunicado de imprensa, a empresa norte-americana explicou que está “em processo de avaliação da eficácia da sua vacina contra a covid-19 contra variantes”, incluindo a Ómicron.

Ao mesmo tempo, o grupo farmacêutico está “a trabalhar numa vacina mais específica para a variante Ómicron, que a irá desenvolver se necessário”, noticia a agência AFP.

A J&J salientou, no entanto, que “continua confiante” na resposta imunológica da sua atual vacina de toma única contra as variantes.

O laboratório acrescentou que pode iniciar “rapidamente” os ensaios clínicos caso seja necessário, garantiu o responsável pela investigação, Mathai Mammen. 

A farmacêutica Pfizer já começou a desenvolver uma nova versão da sua vacina contra a covid-19 visando especificamente a nova variante Ómicron, caso a atual vacina não seja suficientemente eficaz para a combater, adiantou também na segunda-feira o seu presidente.

“Há ainda muitas incertezas” em redor da nova variante detetada na África do Sul e declarada “preocupante” pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sublinhou o presidente da Pfizer, Albert Bourla em entrevista à cadeia televisiva norte-americana CNBC, citada pela AFP.

O medicamento contra a covid-19 desenvolvido pela Pfizer para tratar a doença, que demonstrou eficácia de 89% contra hospitalizações e mortes durante os ensaios clínicos, também foi desenvolvido com a ideia de que pudessem surgir mutações do vírus, referiu Albert Bourla.

“Estou muito, muito confiante na capacidade [do medicamento] contra todas as mutações, incluindo a Ómicron]”, frisou.

“É preciso ter em mente (…) que a situação é diferente quando se faz um tratamento”, reduzindo de dez para uma o número de pessoas que necessitam de hospitalização, apontou ainda.

A empresa farmacêutica norte-americana Moderna disse no domingo que a ser necessário o desenvolvimento de uma nova vacina adaptada à variante Ómicron esta terá lugar no início de 2022.

“Se tivermos de criar uma vacina completamente nova, isso será no início de 2022″, disse o médico-chefe da Moderna, Paul Burton, numa entrevista à BBC.

Burton disse ainda que o fabricante de medicamentos tem tido centenas de pessoas a trabalhar na nova estirpe desde quinta-feira e explicou que nas próximas semanas espera ser possível determinar a eficácia da vacina existente contra a Ómicron.

A covid-19 provocou pelo menos 5.197.718 mortos mortes em todo o mundo, entre mais de 260,81 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

Uma nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde, o “elevado número de mutações” pode implicar uma maior infecciosidade.

https://zap.aeiou.pt/johnson-johnson-vacina-variante-omicron-447698


La Palma regista mais de 120 terramotos esta terça-feira !

Pessoas a ver a erupção do Vulcão Cumbre Vieja, em La Palma
La Palma registou mais de 120 terramotos na madrugada desta terça-feira — sendo que o maior deles teve magnitude de 4,1.

O Instituto Geográfico Nacional (IGN) registou mais de 120 terremotos nesta terça-feira, cerca de trinta deles acima de magnitude 3, noticia o El País. O mais forte atingiu a magnitude de 4,1 e ocorreu a 40 quilómetros de profundidade.

Segundo o Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias, o cone principal do vulcão Cumbre Vieja voltou a expelir cinza depois de várias horas sem fazê-lo. A reativação do cone principal ocorre após uma noite de alta atividade sísmica.

Enquanto isso, o cone secundário do vulcão continuou a emitir piroclastos e lava e durante a madrugada. Há ainda o registo de deslizamentos de terra, segundo o jornal espanhol.

“Vamos ver o que isto significa para nós, se houver mais manifestações na superfície”, disse David Calvo, porta-voz do Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias, em declarações à agência EFE. “Cruzando os dedos porque isto nunca acaba”, acrescentou. 

A lava do vulcão cobriu quase 1.150 hectares desde 19 de setembro, danificando ou destruindo 2.748 edifícios até agora.

A medição de dióxido de enxofre realizada nesta segunda-feira, a ser divulgada em breve, revelará um valor “alto”, embora não tanto quanto o dos dias anteriores.

Há pouco mais de uma semana, o Cumbre Vieja subiu de categoria no seu índice de explosividade, após ultrapassar a emissão de 10 milhões de metros cúbicos de material piroclástico desde que entrou em erupção.

https://zap.aeiou.pt/la-palma-mais-de-120-terramotos-447767


A “pequena Inglaterra” disse bye bye à rainha - Barbados é agora a mais jovem República do mundo !


Depois de quase 400 anos de domínio da coroa britânica na ilha, Barbados tornou-se agora uma República. O Príncipe Carlos e a cantora Rihanna marcaram presença na cerimónia.

A Rainha de Inglaterra acordou nesta terça-feira com menos um reino na longa lista de países onde é a chefe de Estado, depois de Barbados ter cortado oficialmente as relações com a monarca de 95 anos à meia-noite.

A intenção já tinha sido anunciada em Setembro do ano passado, com a governadora geral do país, Sandra Mason, a dizer que tinha chegado a hora do país insular “deixar de vez o seu passado colonial para trás“, depois de se ter tornado independente em 1966. Há já 396 anos que a coroa britânica reinava no território.

Quando o relógio marcou a meia-noite, a bandeira real foi retirada numa praça na capital, Bridgetown. Carol Roberts-Reifer, que lidera a Fundação Cultural nacional declarou que o Barbados é agora uma República.

A multidão na praça aplaudiu a nova chefe de Estado, Sandra Mason, uma ex-jurista de 73 anos que se tornou assim a primeira Presidente do pequeno país de apenas 280 mil habitantes, depois de o parlamento lhe ter concedido o cargo em Outubro.

A República dos Barbados zarpou na sua viagem inaugural“, declarou a nova Presidente no seu discurso inaugural, onde reconheceu o “mundo complexo, fracturado e turbulento” que o país tem agora de enfrentar. “O nosso país têm de ter sonhos grandes e lutar para os realizar”, rematou.

O Príncipe Carlos, herdeiro do trono britânico e futuro líder da Commonwealth, marcou presença na cerimónia, depois de ter chegado à ilha no domingo à noite a convite da primeira-ministra Mia Amor Mottley.

Aquando da sua chegada, uma guarda de honra deu as boas-vindas ao membro da família real. “A criação desta República marca um novo começo. Desde os dias mais negros do nosso passado e a atrocidade horrorosa da escravatura, que para sempre mancha a nossa história, o povo desta ilha criou o seu caminho com uma força de espírito extraordinária”, disse o Príncipe na sua intervenção.

A cantora Rihanna, que é natural da ilha, também marcou presença e foi homenageada ao ser declarada uma heroína nacional.

A decisão dos Barbados é a primeira em quase 30 anos que assinala o afastamento de um reino da coroa inglesa, depois da ilha Maurícia ter também passado a ser um República em 1992. No entanto, tal como a ilha Maurícia, Barbados vai continuar a integrar a Commonwealth.

Mas esta mudança já era antecipada há muito. “Tornar-se uma República é um sinal de amadurecimento. Faço a analogia a quando uma criança cresce e compra a sua própria casa, a sua própria hipoteca e dá as chave de volta aos pais porque está a seguir em frente”, revelou Guy Hewitt, que foi alto-comissário do país no Reino Unido entre 2014 e 2018, à CNN.

“Afecta a nossa dignidade enquanto cidadão. Reduz-nos psicologicamente e depois temos responsáveis oficiais que têm de jurar lealdada a este soberano que não faz parte da sua realidade”, afirma Hilary Beckles, o historiador mais conhecido do país, sobre o papel da monarquia, ao The Guardian.

Em 1966, no amanhecer da independência, o então primeiro-ministro, Errol Barrow, já tinha apelado à transição para uma República, dizendo a um ministro britânico que o país “não ia vadiar na propriedade colonial depois da hora do fecho“.

Um inquérito no Barbados sobre o que pensavam os cidadãos sobre a família real concluiu que 60% dos habitantes apoiam a transição para uma República, sendo que metade destes estavam entusiasmados. Apenas uma em cada dez pessoas queria manter o sistema anterior.

A popularidade da rainha também não era grande, com uma indiferença generalizada sobre a chefe de Estado britânica. 

O corte do “cordão umbilical” com a realeza

Conhecida como a “pequena Inglaterra“, a pequena ilha nas Caraíbas foi a mais velha colónia britânica, tendo os primeiros navios lá chegado em 1627. Foi só em 1966 que o país se tornou independente.

Barbados foi uma fonte importante de riqueza para a Inglaterra nos séculos XVII e XVIII, com muitas famílias a fazer fortunas com a exploração do açúcar e com o trabalho escravo, tendo sido “o primeiro laboratório para o colonialismo inglês nos trópicos”, segundo o historiador Richard Drayton.

“Foi em Barbados que os ingleses passaram leis pela primeira vez onde distinguiam os direitos dos negros dos restantes e foi o precedente criado em Barbados na economia e na lei que foi depois transferido para a Jamaica, as Carolinas e o resto das Caraíbas”, acrescenta.

A influência britânica na ilha ainda se nota nos dias de hoje — continua-se a conduzir do lado esquerdo, a jogar-se críquete no estádio Kensington Oval e a praia Brighton relembra o passado do domínio inglês na escolha dos nomes dos locais.

No entanto, chegou a hora de se cortar de vez o cordão umbilical com a família real, numa decisão que integra uma agenda maior nas Caraíbas que pretende desenhar um futuro fora da alçada da influência britânica.

Apesar da mudança ser geralmente vista com bons olhos, há algumas preocupações sobre a abordagem escolhida.

Cynthia Barrow-Giles, professora universitária de governação constitucional, acredita que a janela de apenas um ano para a transição pode ter sido usada para “tirar atenção àquele que é um momento muito difícil em Barbados“.

“O mundo sofre com a pandemia de covid-19, mas em Barbados, que tem uma economia baseada no turismo, tem sido particularmente difícil. Se aceitarmos a noção de que uma República é um sistema dado às pessoas, o desafio que enfrentamos é que não houve muita consulta pública sobre a mudança. Sim, foi incluída no discurso, mas o povo de Barbados não fez parte desta jornada“, conclui.

https://zap.aeiou.pt/barbados-bye-bye-rainha-de-inglaterra-447632


A empresa mais antiga do mundo é japonesa – E está no ativo há mais de 14 séculos !


A Kongo Gumi, uma empresa familiar japonesa especializada na construção de templos, é a firma operacional mais antiga do mundo, com atuação nos últimos 1.443 anos.

Em 578, um renomado construtor coreano chamado Shigemitsu Kongo foi convidado para ir ao Japão pelo príncipe Shōtoku com o objetivo de construir um templo budista no país, conta o Interesting Engineering.

Como o budismo era uma religião nova no Japão, não havia artesãos com capacidade para construir ou liderar o projeto de um templo budista. Assim, Kongo foi contratado para construir o Shitennō-ji – Templo dos Quatro Reis Celestiais -, que hoje ainda existe em Osaka, no Japão.

Na altura, um familiar do Kongo decidiu abrir um negócio que acabou por sustentar a empresa Kongo Gumi. Desde então, a firma é administrada pelos descendentes de Kongo há 40 gerações.

A chave para a longevidade da empresa é o facto do negócio de construção de templos budistas ter-se mostrado de grande credibilidade, gerando 80% da receita da empresa. A firma também constrói santuários espirituais.

Ao longo de 14 séculos de história, e depois de sobreviver a muitos desastres naturais, crises políticas e económicas – e até duas bombas atómicas durante a Segunda Guerra Mundial – a empresa conseguiu manter-se operacional.

Ainda assim, em 2006, Kongo Gumi teve que liquidar os seus ativos devido à difícil situação financeira que a empresa atravessou. Isto porque em 1980, o Banco do Japão (BoJ) suprimiu as taxas de juros, o que causou uma bolha de ativos.

A bolha financeira estourou em 1989 e colapsou os preços dos ativos, sendo que as empresas ficaram com dívidas.

A empresa de Kongo Guni foi uma das que se viu nesta situação. As finanças da empresa sofreram um grande golpe, mas foi possível mantê-la firme por mais de duas décadas.

Mas em janeiro de 2006, como a receita gerada não era suficiente para pagar a dívida, a empresa acabou por se tornar uma subsidiária do Grupo de Construção Takamatsu.

https://zap.aeiou.pt/empresa-mais-antiga-do-mundo-447208

 

Marie Curie - As anotações da cientista terão de continuar em caixas de chumbo por mais de mil anos !


Nas caves da Biblioteca Nacional de França, mantidos em caixas especiais com várias camadas de chumbo, encontram-se alguns dos documentos mais importantes da história da ciência — os cadernos de anotações de Marie Curie.

Para poder consultá-los, os investigadores precisam de vestir roupas de proteção e devem assinar uma declaração de consentimento em que eximem a instituição de qualquer responsabilidade.

São provavelmente os documentos mais bem guardados da biblioteca, que abriga alguns dos livros mais raros e antigos do mundo.

Mas o cuidado (e receio) com que são mantidos vai além do seu valor para o conhecimento: os documentos são altamente radioativos.

Marie Curie — a única mulher que recebeu o prémio Nobel duas vezes (em 1903, de Física, e 1911, de Química) — descobriu juntamente com o seu marido, Pierre, não só novos elementos químicos, como também os princípios da Física atómica e a radioatividade.

E, tal como todos os objetos que estiveram próximos do casal, os cadernos da cientista podem ser altamente perigosos para o ser humano.

Apesar de terem descoberto o rádio e o polónio — assim chamado em homenagem à Polónia, país onde Marie Curie nasceu—, os dois cientistas nunca imaginaram os efeitos nocivos que a radioatividade poderia ter sobre o nosso organismo.

Marie Curie morreu em 1934, aos 67 anos, de uma anemia aplásica, um tipo raro de anemia que terá sido resultante de sua frequente exposição ao rádio e ao polónio, cujas amostras Curie costumava carregar no seu bolso.

Dessa forma, qualquer objeto que lhe tenha pertencido deve ser guardado com precauções extra e em caixas de chumbo. O mesmo acontece com o próprio corpo da cientista, que foi a primeira mulher a ser sepultada no Panteão de Paris.

Quando foi transportado até ao local, foi preciso construir um sarcófago de chumbo com mais de 2 centímetros de espessura para evitar que os átomos radioativos que ainda saem do corpo de Curie escapassem.

Os cientistas acreditam que o seu corpo será mantido nestas condições, tal como os cadernos de anotações, por pelo menos 1,5 mil anos, que corresponde ao tempo médio de desintegração dos átomos de rádio.

Casa radioativa

No sul de Paris, na comunidade de Arcueil, existe um edifício de três andares protegido por um muro coberto de arame farpado, cuja entrada está proibida.

A casa na Rue de la Convention, conhecida como “Chernobyl do Sena”, foi o último laboratório onde trabalhou Marie Curie — e outro local onde as experiências da cientista deixaram altos níveis de radiação.

Em homenagem à cientista, o laboratório continuou a ser utilizado como sede do Instituto de Física Nuclear da Faculdade de Ciências de Paris, sem que se soubesse que a radioatividade era demasiadamente alta para a presença de humanos.

No final da sua vida, Marie Curie trabalhou nesse local, sem proteção, com alguns dos metais radioativos mais perigosos, de tório e urânio até polónio. De acordo com o que escreveu na sua autobiografia, um dos seus prazeres durante a noite era ver os clarões azul-esverdeados que escapavam dos metais “como ténues luzes de fadas”.

Ao manusear os metais radioativos, a cientista escrevia e desenhava nos seus cadernos, que foram ficando impregnados com os átomos de tudo aquilo em que Curie tocava.

Somente anos depois de sua morte, a maioria dos países proibiu o uso comercial desses metais.

No entanto, o laboratório foi interditado apenas na década de 1980, depois de muitos vizinhos, segundo relatos da época, denunciarem um aumento do número de casos de cancro na comunidade.

Numa das inspeções realizadas no local, foram encontrados sinais não apenas de rádio, mas também de um isótopo de urânio com uma vida média de 4,5 mil milhões de anos.

Foi então tomada a decisão de transferir os pertences de Curie, inclusive os seus cadernos, considerados património nacional da França, para um lugar seguro na Biblioteca Nacional.

Na década de 1990, o laboratório recebeu uma profunda limpeza, mas as autoridades francesas ainda proíbem a entrada no local e continuam a controlar periodicamente os níveis de radiação nos seus arredores, incluindo no rio Sena.

Enquanto isso, os cadernos continuarão, por pelo menos um milénio e meio, dentro das caixas de chumbo, à espera que os humanos de algum futuro longínquo possam voltar a tocar, sem vestir trajes especiais, no testemunho feito a mão de umas das mulheres mais brilhantes da história.

https://zap.aeiou.pt/marie-curie-as-anotacoes-da-cientista-guardadas-em-caixas-de-chumbo-por-15-mil-anos-447501

 

“É óbvio de que lado estará a Bielorrússia”: Lukashenko anuncia apoio a Moscovo em caso de guerra com o Ocidente !


O Presidente da Bielorrússia, Aleksander Lukashenko, advertiu esta segunda-feira que o seu país apoiará a Rússia caso as potências ocidentais desencadeiem uma guerra nas fronteiras russas, no dia em que foram anunciadas manobras militares conjuntas na fronteira com a Ucrânia.

“Eles entendem perfeitamente que se lançarem de novo uma guerrita contra o Donbas [leste da Ucrânia] ou em outro lugar da fronteira com a Rússia, a Bielorrússia não permanecerá à margem”, disse Lukashenko no decurso de uma reunião sobre a segurança militar do país, informou a agência noticiosa BELTA.

Lukashenko, que compareceu na reunião em uniforme militar, sublinhou que a NATO iniciou o reforço da sua fronteira norte com esse objetivo.

“É óbvio de que lado estará a Bielorrússia”, sublinhou o Presidente, que se referiu a um contingente de 8.000 efetivos da Aliança militar ocidental estacionados na fronteira com a Polónia e os países bálticos.

Em paralelo, o ministro da Defesa bielorrusso, Viktor Jrenin, anunciou que o seu país planeia realizar manobras militares conjuntas junta à fronteira com a Ucrânia, palco de tensões nas últimas semanas devido à concentração de tropas russas.

“Planeamos celebrar manobras conjuntas com os nossos colegas, o nosso principal aliado estratégico, a Rússia”, disse Jrenin, citado pela BELTA.

O ministro também sublinhou que Minsk tem planeadas um conjunto de medidas a médio prazo para reforçar a defesa da sua fronteira sul, junto à Ucrânia.

Ao referir-se a esta decisão, Lukashenko assegurou que não pretende “dramatizar” a situação, mas pugnou por uma resposta “adequada”.

(…) Esta é a nossa missão (…). Estamos dispostos a dialogar. Mas se alguém vier com a espada ou a espingarda, temos os meios para responder”, disse.

O líder bielorrusso também acusou o ocidente de inventar alegados planos de agressão da Rússia contra a Ucrânia e sugeriu que coloquem “sobre a mesa” as provas que confirmem essa tese.

Na passada sexta-feira, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, denunciou preparativos para um alegado golpe de Estado em Kiev para 01 de dezembro e que teria o envolvimento da Rússia.

Segundo Zelenski, nesta suposta intentona estaria envolvido o oligarca ucraniano Rinat Akhmetov, considerado o homem mais rico do país e muito influente na região do Donbas, controlada pelos separatistas pró-russos.

Na semana passada, diversos media ucranianos e norte-americanos alertaram sobre um possível ataque russo durante o inverno, baseando-se na concentração de mais de 90.000 militares russos na fronteira comum.

A eventual invasão teria diversas frentes, incluindo a partir do leste separatista e da península da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.

A Ucrânia, refere o Público, aumentou o número de forças de segurança junto à fronteira com a Bielorrússia, de modo a evitar ser arrastada para a crise na fronteira externa da UE, onde milhares de migrantes estão concentrados para tentar chegar ao território europeu.

Recentemente, a Rússia e a Bielorrússia decidiram prolongar por 25 anos a presença militar russa em território deste país vizinho, onde já está instalado um sistema conjunto de defesa antiaérea.

No início de setembro, Lukashenko anunciou que Minsk receberia em breve várias dezenas de caças russos (su-30CM), helicópteros, baterias antiaéreas, e possivelmente sistemas antimíssil S-400, numa aparente resposta ao crescente reforço da capacidade militar da Ucrânia, em particular pelo envio de sofisticado armamento proveniente dos Estados Unidos.

https://zap.aeiou.pt/lukashenko-anuncia-apoio-moscovo-447619


Príncipe Carlos terá questionado o tom de pele do neto ? O herdeiro ao trono britânico rejeita as alegações !


Um novo livro revela que foi o filho mais de velho da rainha Isabel II a proferir as afirmações sobre o tom de pele do neto. Porém, Carlos já negou tais alegações.

Após a saída oficial da família real britânica, o príncipe Harry e Meghan Markle deram uma entrevista a Oprah Winfrey, onde abordaram os vários desafios de pertencer à monarquia e referiram, entre outras declarações polémicas que um membro sénior teria questionado qual seria a aparência de Archie, o filho mais velho do casal, por ter uma avó afro-americana.

Na entrevista divulgada em março, os Duques de Sussex não revelaram nomes, descartando apenas a hipótese de ter sido a rainha Isabel II ou o príncipe Filipe, que morreu pouco tempo após a emissão da entrevista.

Meses depois, o livro “Brothers and Wives: Inside The Private Lives of William, Kate, Harry e Meghan”, de Christopher Anderson, refere que o autor do comentário foi o príncipe Carlos, pai de Harry e avô paterno de Archie.

De acordo com o livro, que cita fonte ligada à realeza, na manhã de 27 de novembro de 2017, no mesmo dia em que foi anunciado oficialmente o noivado dos duques de Sussex, Carlos terá perguntado à esposa Camilla: “Como irão ser os filhos deles?”. Ao que a duquesa da Cornualha terá respondido: “Bem, acredito que vão ser lindos. Tenho a certeza”.

Tendo em conta o que é descrito no livro, a família real já reagiu: “Isso é ficção e não vale a pena comentar”, respondeu o porta-voz de Carlos a repórteres nos Barbados, citado pelo The Guardian. Esta semana, o príncipe irá marcar presença nas comemorações que marcam a mudança da ilha para uma república.

Depois da mediática entrevista, o Palácio de Buckingham afirmou que as questões levantadas, principalmente de raça, eram preocupantes e seriam levadas muito a sério.

A Reuters tentou contactar o autor do livro, mas este não foi encontrado para comentar o assunto.

Como refere o jornal The Guardian, o autor do livro é também o responsável por mais obras não autorizadas sobre outros membros da família real.

https://zap.aeiou.pt/principe-carlos-questionado-tom-pele-neto-447596

 

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Um barril de novas mutações - Falta de vacinas em África ameaça o mundo !


O mundo está em alerta com a deteção da nova variante Ómicron. Só três em cada 100 pessoas foram totalmente vacinadas contra a covid-19 nos países mais pobres do mundo.

Os dados são da Universidade de Oxford que detalha que, em África, o número de vacinados é de 7%, embora existam países onde praticamente ninguém foi inoculado. É o caso do Burundi (0,0025%), da República Democrática do Congo (0,06%) e do Chade (0,42%).

A situação atual no continente africano é um verdadeiro barril de pólvora para novas mutações. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a população africana é muito jovem, frequentemente assintomática e há no continente uma fraca rastreabilidade, o que faz com que apenas um em cada sete casos seja detetado.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, tem vindo a denunciar os casos de desigualdade na vacinação, assim como os seus potenciais perigos. “São administradas seis vezes mais doses de reforço todos os dias do que as primeiras doses” nos países mais pobres. “Isto é um escândalo que tem de acabar agora.”

Citado pelo El País, o virologista Nicksy Gumede-Moeletsi considera que a propagação descontrolada do vírus é o terreno perfeito para o surgimento de novas variantes “muito preocupantes”, como a Ómicron.

“Enquanto continuarmos a ter uma baixa cobertura vacinal, especialmente em África, proporcionamos uma oportunidade para a propagação de variantes. A África precisa de vacinas“, sublinhou.

Para além do fraco sistema de saúde, grande parte do problema reside no açambarcamento de doses pelos países desenvolvidos.

As grandes potências económicas comprometeram-se a doar cerca de 2 mil milhões de doses através da iniciativa COVAX, mas a realidade não é tão feliz: só uma em cada cinco doses prometidas foi entregue, de acordo com os últimos dados do think tank Council on Foreign Relations.

Perante a ameaça da Ómicron, que apresenta mais de 30 mutações na proteína spike, a virologista Isabel Sola lembra que devem ser tomadas as medidas que já conhecemos para limitar a transmissão do vírus: “máscaras, ventilação, contacto limitado, distanciamento social e vacinação”.

“Para impedir o aparecimento de novas variantes, é essencial limitar as infeções para que o vírus não tenha a oportunidade de se multiplicar e mudar”, explicou a co-diretora de uma vacina experimental contra a covid-19 no Centro Nacional de Biotecnologia, em Madrid.

Tulio de Oliveira, diretor do centro de resposta à epidemia da África do Sul, apelou aos países mais ricos para que não punissem a região sul-africana fechando as fronteiras.

Segundo o especialista, os países que identificam as novas variantes são os que mais investiram em laboratórios, não necessariamente os locais onde as mutações emergem.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já admitiu estar preocupada com esta variante, a quinta a merecer uma designação distintiva (Ómicron).

A B.1.1.529 terá mais de 30 mutações na proteína “spike”, a “chave” que permite ao vírus entrar nas células humanas. No entanto, ainda não se sabe se estas alterações genéticas tornam a variante mais transmissível ou perigosa, a ponto de escapar à proteção conferida pelas vacinas.

À Lusa, o microbiologista João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa), pede alguma precaução. “Temos de dar tempo ao tempo. É um motivo de preocupação naturalmente, mas não é motivo de alarme total.”

O especialista acrescentou que a nova linhagem está em estudo e salvaguardou que não é por ter a presença simultânea das respetivas mutações relevantes que faz com que seja “mais transmissível ou com associação a falhas vacinais”.

https://zap.aeiou.pt/falta-de-vacinas-em-africa-ameaca-mundo-447431


Sismo de magnitude 7,5 abala norte do Peru !


Um sismo de magnitude 7.5 de magnitude atingiu, este domingo, o norte do Peru. A informação foi avançada pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos.

O norte do Peru foi sacudido por um sismo cuja magnitude preliminar é de 7,5 graus, revelou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (United States Geological Survey — USGS), este domingo. Para já, não foi emitido um alerta de tsunami.

O tremor de terra ocorreu no mar às 05:52 locais (10:52 em Lisboa), a uma profundidade de 112,5 quilómetros e com o epicentro a cerca de 42 quilómetros de Barranca, capital da província homónima e situada no Departamento de Lima, na zona central do Peru.

Para já, desconhecem-se mais pormenores.

Antes, à 1h32 locais (6h32 em Lisboa), a capital, Lima, e a costa central do Peru já tinham sido abaladas por um sismo com a magnitude de 5,2 graus na escala de Richter, desconhecendo-se ainda a existência de vítimas ou danos materiais.

Segundo dados do Instituto Geofísico peruano, o epicentro deste sismo foi situado 44 quilómetros a oeste de Callao, cidade portuária próximo de Lima.

O abalo registou-se a 65 quilómetros de profundidade e foi sentido com uma forte intensidade pelos habitantes de Lima e de Callao, tendo grande parte deles abandonado as residências devido ao tempo de duração do sismo, que durou cerca de 20 segundos.

A Direção de Hidrografia e Navegação da Marinha de Guerra do Peru indicou que o sismo não gerou qualquer alerta de um possível tsunami.

O Peru encontra-se na denominada zona da Cintura do Fogo do Pacífico, onde ocorre cerca de 80% da atividade sísmica mundial.

https://zap.aeiou.pt/sismo-de-magnitude-75-abala-peru-447434

 

Enfermeiros denunciam UE e Reino Unido por “bloquearem” patentes de vacinas !


Sindicatos de enfermeiros de 28 países, incluindo Portugal, apresentaram hoje uma queixa na ONU contra a União Europeia, Reino Unido e três outros países por “bloquearem” o levantamento da propriedade intelectual para a produção de vacinas contra a covid-19.

A iniciativa, coordenada pelo sindicato mundial de enfermeiros Global Nurses Union e a Progressive International, uma organização internacional de ativistas e organizações alinhadas com políticas de esquerda, ganha relevância com o aparecimento de uma nova variante do coronavírus na África do Sul.

O aparecimento da nova variante B.1.1.529, afirmou a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Guadalupe Simões, é mais uma prova da urgência para as patentes serem levantadas.

“Enquanto os países ocidentais não perceberem ou, percebendo, não fizerem nada no sentido de libertar as patentes das vacinas, o mundo continuará a correr sérios riscos de aumento do número de mortes (…) por aquilo que possa vir a ser uma maior agressividade de uma variante deste vírus”, afirmou à agência Lusa.

Além da União Europeia (UE), e Reino Unido, são nomeadas na queixa a Noruega, a Suíça e Singapura por terem “sistematicamente bloqueado uma renúncia temporária de direitos de propriedade intelectual farmacêutica empresarial sob o Acordo da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (Acordo TRIPS)”.

A recusa em aceitar o levantamento das patentes, alegam os enfermeiros, representa uma “ameaça imediata ao direito das pessoas à saúde” e sublinham que a pandemia causou a morte de pelo menos 115.000 profissionais de saúde.

Uma petição pública também vai ser lançada na Internet.

A proposta de suspensão das patentes industriais para a produção de vacinas e tratamentos à covid-19 foi feita no ano passado pela África do Sul e Índia na Organização Mundial do Comércio (OMC) para acelerar o fabrico e distribuição de vacinas a países em desenvolvimento.

Segundo o comunicado, 45% da população mundial ainda não recebeu sequer uma dose da vacina covid-19, isto apesar de muitos dos países ricos terem mais de 80% das suas populações imunizadas e estarem já a administrar terceiras doses de reforço.

A iniciativa acontece poucos dias antes de a questão ser discutida na reunião ministerial da OMC de 30 de novembro a 3 de dezembro em Genebra.

Guadalupe Simões considerou que manter a propriedade intelectual sobre as vacinas equivale à “comercialização do direito à saúde, tanto mais que estas vacinas foram construídas e foram descobertas com fundos públicos europeus”.

A manutenção das patentes sobre as vacinas, enfatiza a dirigente do Sindicato de Enfermeiros Portugueses, “coloca em causa a segurança das pessoas em Portugal” e no resto do mundo.

https://zap.aeiou.pt/enfermeiros-denunciam-ue-e-reino-unido-por-bloquearem-patentes-de-vacinas-447485

Norte-coreano terá sido condenado à morte por distribuir cópias da série “Squid Game” no país !


Um homem norte-coreano terá sido condenado à morte por distribuir cópias da série “Squid Game” – um dos maiores sucesso da Netflix. Já quem as comprou será condenado a penas que vão desde os cinco anos a prisão perpétua.

Segundo revela a Radio Free Asia (RFA), a execução será levada a cabo por um pelotão de fuzilamento.

No que diz respeito às pessoas que compraram as cópias, tratam-se de alunos do ensino secundário. Um deles foi condenado a prisão perpétua, enquanto os outros seis foram condenados a cinco anos por assistirem à série.

De acordo com a agência, o homem terá adquirido uma cópia da série sul-coreana na China e transportou-a para a Coreia do Norte, onde vendeu várias cópias.

As cópias foram vendidas a sete jovens que frequentam o ensino secundário, que já têm as suas penas definidas. Fontes revelaram ainda à RFA que os professores e administradores da escola onde ocorreu o tráfico, foram expulsos e enviados para trabalhar em minas como castigo pelo “lapso”. 

“Isto começou na semana passada, quando um aluno comprou secretamente uma pen USB com a série sul-coreana Squid Game e assistiu com um dos seus melhores amigos durante uma aula”, explicou fonte da polícia da província de North Hamgyon ao serviço coreano da RFA.

“O rapaz contou a vários outros alunos, que ficaram interessados, e partilharam a sua pen drive com eles. Foram apanhados através de uma denúncia”, acrescentou.

Os acusados foram detidos ao abrigo da Lei sobre a Eliminação do Pensamento e Cultura Reacionários, aprovada em janeiro deste ano, que tem como objetivo impedir que materiais como filmes, séries, músicas, livros e roupa dos Estados Unidos, Coreia do Sul ou Japão se difundam pela população.

A lei prevê pena de morte para quem assistir, manter ou distribuir media de países capitalistas, especialmente se forem provenientes da Coreia do Sul ou dos EUA.

A RFA tentou entrar em contacto com a Netflix para comentar o sucedido, mas não obteve resposta.

https://zap.aeiou.pt/norte-coreano-condenado-squid-game-447027


A razão porque os animais de estimação não são vacinados contra a covid-19


Os animais de estimação, ao contrário dos que vivem em cativeiro, não são vacinados contra a convid-19. Mas, afinal, qual é a explicação?

Durante o ano passado, as vacinas contra a covid-19 foram administradas a milhares de milhões de seres humanos e a milhares de animais selvagens em cativeiro, como jaguares, orangotangos, lontras, furões, morcegos da fruta, leões, tigres e ursos.

No entanto, o mesmo não acontece com os animais domésticos, como os cães e gatos.

“Recebo tantas perguntas sobre este assunto”, disse Elizabeth Lennon, veterinária da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, em declarações ao New York Times, dizendo que as perguntas que mais lhe fazem são se haverá (e quando) uma vacina para os animais de companhia.

E, tecnicamente, uma vacina para animais de estimação é viável. Existem até várias equipas de investigação que dizem já ter desenvolvido vacinas promissoras para cães — as vacinas que os animais de jardim zoológicos estão a receber, por exemplo, foram inicialmente criadas para cães. 

No entanto, a vacinação de animais de estimação não é uma prioridade, dizem os especialistas. Embora cães e gatos possam apanhar o vírus, um corpo crescente de provas sugere que desempenham pouco ou nenhum papel na sua transmissão — e raramente adoecem.

“Penso que uma vacina para cães e gatos é bastante improvável”, disse Will Sander, veterinário na Universidade de Illinois Urbana-Champaign.

“O risco de propagação da doença e o desenvolvimento de sintomas em animais de estimação é tão baixo que não valeria a pena administrar qualquer vacina”, continuou.

Segundo a publicação norte-americana, em fevereiro de 2020, uma mulher chinesa foi diagnosticada com covid-19 e, além de duas outras pessoas que moravam consigo terem ficado infetadas, também o seu cão idoso testou positivo. O cão da raça Lulu da Pomerânia, já com 17 anos de idade, foi, aliás, o primeiro animal de estimação conhecido a apanhar o vírus.

Mas não foi o último. Um pouco por todo o mundo, vários animais ficaram infetados com covid-19, mas os casos apresentavam sintomas extremamente ligeiros e os especialistas concluíram que os humanos tinham infetado os animais de estimação, e não o contrário.

“Até à data, não houve casos documentados de cães ou gatos a passar o vírus a pessoas”, garantiu Elizabeth Lennon.

Mas a hipótese de uma pandemia de animais de estimação despertou o interesse por uma vacina a eles destinada — e a Zoetis, uma empresa farmacêutica veterinária sediada em Nova Jersey, começou a trabalhar numa assim que soube do caso do Lulu da Pomerânia, em Hong Kong.

“Pensamos: Uau, isto pode tornar-se grave, por isso vamos começar a trabalhar num produto”, contou Mahesh Kumar, vice-presidente sénior da Zoetis, que lidera o desenvolvimento da vacina.

E a verdade é que no Outono de 2020 a Zoetis já tinha quatro promissoras candidatas a vacina, cada uma das quais suscitava respostas “robustas” de anticorpos em cães e gatos, anunciou a empresa.

Mas à medida que o desenvolvimento da vacina avançava, tornou-se cada vez mais evidente que a infeção de animais de estimação não era suscetível de constituir uma ameaça grave para os animais ou para as pessoas.

Num estudo em que participaram 76 animais de estimação que viviam com pessoas infetadas com covid-19, apenas 17,6% dos gatos e 1,7% dos cães apresentaram resultados positivos — o que vai de encontro a vários estudos que mostram que os gatos são mais suscetíveis à infeção do que os cães, talvez tanto por razões biológicas como comportamentais, escreve o New York Times.

Dos animais de estimação infetados, 82,4% não apresentavam sintomas. Embora ocasionalmente existam casos raros de doença mais grave, por norma, os animais de estimação que adoecem desenvolvem sintomas ligeiros que podem incluir letargia, tosse, espirros, nariz a pingar ou diarreia. Mas normalmente recuperam totalmente sem qualquer tipo de tratamento.

Além disso, não há provas de que os gatos ou cães transmitam o vírus aos seres humanos — e há poucos sinais de que o transmitam entre si. Os gatos de rua, por exemplo, têm muito menos probabilidades de ter anticorpos contra o vírus do que os gatos que vivem com pessoas, sugerindo que os animais estão em grande parte a receber o vírus dos seres humanos, e não uns dos outros.

“Não parece que os gatos ou cães venham alguma vez a ser um reservatório para este vírus”, disse Jeanette O’Quin, veterinária da Universidade Estatal de Ohio.

“Acreditamos que se não houvesse pessoas doentes à sua volta, [os animais] não conseguiriam continuar a propagar [o SARS-CoV-2] de animal para animal — deixaria de existir na sua população”, acrescentou.

Em conjunto, estes factores convenceram os especialistas de que uma vacina para animais de estimação não era necessária e, em novembro de 2020, o Departamento de Agricultura dos EUA, que regula os medicamentos veterinários, disse que não estava a aceitar quaisquer pedidos de vacinas para gatos ou cães “porque os dados não indicam que uma tal vacina acrescentaria valor”.

No entanto, à medida que a ameaça relativamente aos animais de estimação ia diminuindo, um outro problema surgiu: as martas.

Estes mamíferos, que são criados em grande número, revelaram-se altamente suscetíveis ao vírus — e não só estavam a morrer, como o estavam a transmitir entre si e aos seres humanos humanos.

“Penso que a situação relativamente às martas justifica uma vacina”, disse Lennon.

E o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos também partilhava da mesma opinião. Na mesma nota que emitiu em novembro, e na qual disse que não estar a considerar a vacinação para animais de estimação, a agência declarou-se aberta a candidaturas para uma vacina que pudesse ser usada nas martas.

A Zoetis foi a primeira a responder, propondo que uma das suas vacinas para cães fosse administrada nas martas. Mas várias outras equipas estão também a desenvolver vacinas para este animal — e a Rússia até já aprovou uma vacina para todos os carnívoros e começou a administrá-la em junho.

Quando se soube do trabalho da Zoetis, os jardins zoológicos também se mostraram interessados, até porque alguns dos seus animais (como gorilas, tigres e leopardos da neve) já tinham sido infetados.

“Recebemos um grande número de pedidos”, disse Kumar.

A farmacêutica decidiu, então, fornecer a vacina numa base experimental e, agora, comprometeu-se a doar 26 mil — suficientes para vacinar 13 mil animais — a jardins zoológicos e santuários de animais em 14 países.

Muitos felinos que se encontram em cativeiro, como tigres e leões, são considerados espécies mais suscetíveis ao vírus, tendo em conta que alguns animais morreram depois de terem sido infetados, e, por isso, estão a ser vacinados.

“Os felinos grandes parecem ficar mais doentes do que os gatos domésticos”, disse Lennon.

Por outro lado, os animais que vivem em jardins zoológicos estão expostos a muito mais pessoas do que a média dos gatos domésticos, e, além disso, muitos estão altamente ameaçados de extinção.

“Penso que muitos destes animais são considerados de alto estatuto de conservação. São geneticamente muito valiosos”, disse Sander, acrescentando que, por essa razão, é preciso protegê-los, mas não querendo tirar importância aos animais domésticos.

Embora as evidências até agora sugerim que o vírus não é uma grande ameaça para os animais de estimação, ainda há muito a aprender, reconhecem os cientistas.

Além de ainda não ser claro com que frequência os humanos infetados passam a covid-19 aos seus animais de estimação, até porque as autoridades não recomendam testes de rotina para animais de companhia, o vírus pode ter efeitos que ainda não foram descobertos na saúde nos nossos companheiros.

Num artigo publicado no início deste mês, cientistas levantaram a possibilidade de a variante Alfa poder causar inflamação cardíaca em cães e gatos. As provas são circunstanciais, mas o vírus tem estado ligado ao mesmo problema em seres humanos, disseram os especialistas.

“Precisamos de fazer mais investigação nesta área para descobrir se esta é uma associação real”, disse O’Quin.

Por agora, há medidas que os donos de animais de estimação podem tomar para os proteger: as pessoas testarem positivo à covid-19 devem isolar-se dos seus animais de estimação, se possível, ou usar uma máscara facial enquanto cuidam deles.

Além disso, “a melhor forma de prevenir o SARS-CoV-2 nos nossos animais de estimação é prevenir a doença nas pessoas”, disse O’Quin, apelando às pessoas para que se vacinem.

https://zap.aeiou.pt/por-que-razao-e-que-os-animais-de-estimacao-nao-sao-vacinados-contra-a-covid-19-445137


Investigadores oferecem recompensa a quem decifrar uma misteriosa carta de Charles Dickens !


A Carta de Tavistock é um dos manuscritos do britânico Charles Dickens, escrito numa versão modificada da braquigrafia, um sistema de taquigrafia desenvolvido no século XVIII.

Braquigrafia baseia-se na técnica de escrever por abreviaturas. A Carta de Tavistock faz uso deste método, desenvolvido no século XVIII, e é um verdadeiro enigma para os investigadores.

“É um pouco como jogar Scrabble na sua cabeça. Dickens gostava claramente de jogos de palavras e puzzles“, disse Hugo Bowles, professor de inglês na Universidade de Foggia, ao The Times.

Os investigadores têm tentado decifrar o sistema de taquigrafia de Charles Dickens, mas a caligrafia do escritor complicou essa missão.

Recentemente, uma equipa da Universidade de Foggia, na Itália, e outra da Universidade de Leicester, no Reino Unido, decidiram oferecer uma recompensa de cerca de 350 euros para quem conseguir desvendar todos os segredos escondidos na Carta de Tavistock. 

A oferta parece atrativa, mas para ser bem sucedida é preciso ser exímio na descodificação desta missiva. Segundo o La Vanguardia, os investigadores já tentaram várias técnicas, mas falharam.

Charles Dickens foi um dos escritores mais importantes do século XIX e o expoente máximo do romance realista do século XIX em Inglaterra.

Obras como Oliver Twist, A Christmas Carol e David Copperfield ficaram na história e Dickens tornou-se um clássico da literatura, ainda com muitos mistérios por resolver.

https://zap.aeiou.pt/recompensa-decifrar-carta-dickens-447238


O aeroporto de Amesterdão “recrutou” 20 porcos para uma missão - Proteger os aviões dos pássaros !


Surpreendentemente, os porcos podem desempenhar um importante papel na segurança das viagens aéreas. O aeroporto Schiphol, em Amesterdão, é a prova.

O aeroporto da capital dos Países Baixos está a usar 20 porcos como parte de um projeto-piloto cujo objetivo é reduzir o número de colisões de pássaros com aeronaves.

Segundo a CNN, o projeto, que teve início em setembro deste ano, baseia-se na colocação de um conjunto de porcos à procura de alimento, num terreno entre duas pistas onde haviam sido colhidas beterrabas.

Os porcos foram dados pela Buitengewone Varkens, uma pequena empresa que cria animais ao ar livre. O co-proprietário, Stan Gloudeman, disse à emissora britânica que a missão dos suínos é comer os restos da colheita que costumam atrair gansos e outras aves para o local.

Além de tornarem aquela área menos atrativa para as aves, os porcos, enquanto consumidores de carne, também tentam apanhar os gansos que pousam no terreno. Apesar de não serem suficientemente rápidos para capturar as aves, desempenham o papel de “espantalhos vivos”, assustando-as.

Willemeike Koster, porta-voz do aeroporto, revelou à CNN que o projeto-piloto terminou na primeira semana de novembro. Os dados recolhidos serão analisados e comparados nos próximos meses.

É esperada uma decisão sobre a utilização de porcos a longo prazo no início do próximo ano.

Em 2020, o aeroporto Schiphol sofreu cerca de 150 contra-tempos que envolveram aves. Estes acidentes podem representar sérios riscos para as viagens aéreas, principalmente se os animais forem sugados para o interior dos motores.

https://zap.aeiou.pt/aeroporto-amesterdao-recrutou-20-porcos-446942

 

Milhares de adolescentes nos Estados Unidos temem a chegada dos 21 anos !


Ao contrário dos seus colegas, que esperam ansiosamente por soprar as velas, Lakshmi Parvathinathan não está entusiasmada pela chegada dos 21 anos.

Segundo a cadeia norte-americana CNN, no dia em que Lakshmi Parvathinathan fizer 21 anos, deixará de estar protegida pelo visto que permitiu aos seus pais imigrar da Índia para os Estados Unidos e poderá enfrentar a deportação.

Os especialistas estimam que cerca de 200 mil jovens como Parvathinathan vivem num limbo semelhante. Depois de terem sido trazidos legalmente para os Estados Unidos, muitos estão a lutar para encontrar formas de permanecer no país.

“Toda esta situação é algo que a maioria das pessoas nem sequer sabe que existe”, disse à CNN Dip Patel, fundador do grupo Improve the Dream. “É possível que uma criança imigrante seja trazida para cá legalmente, faça aqui toda a sua educação, mas mesmo assim não tenha a oportunidade de se tornar uma norte-americana.”

Quando fazem 21 anos, os filhos dos titulares de vistos de trabalho já não são considerados dependentes, pelo que são forçados a encontrar o seu próprio caminho para permanecerem no país legalmente.

Os dreamers, jovens imigrantes conhecidos como “sonhadores”, são apenas “uma das muitas vítimas das nossas leis de imigração ultrapassadas que já não estão alinhadas com a forma como a imigração está realmente a funcionar hoje em dia”, afirmou Julia Gelatt, analista política do Migration Policy Institute.

Os membros do Improve the Dream têm feito pressão para que os membros do Congresso aprovem uma proposta de lei que daria a estes jovens uma oportunidade de se tornarem residentes permanentes nos Estados Unidos, desde que vivam no país há pelo menos 10 anos, com um visto válido, e se tenham formado numa instituição de ensino superior.

Parvathinathan está a tentar focar-se na sua formação, mas o receio de poder vir a ser deportada atormenta-a. A adolescente, de 19 anos, chegou aos Estados Unidos quando tinha 3 anos de idade e não quer mudar-se para a Índia e começar tudo de novo.

A jovem tentou obter um visto de estudante para poder ficar nos Estados Unidos depois do seu 21.º aniversário, mas, 14 meses depois, ainda não chegou.

A obtenção de um visto de estudante também não é uma tarefa fácil para estes adolescentes, uma vez que têm de provar que não é sua intenção permanecer nos Estados Unidos – algo que é difícil de provar para quem passou a maior parte da sua vida no país.

Lakshmi Parvathinathan está confiante de que a legislação – introduzida no início do ano e que pretende emendar a Lei da Imigração e Nacionalidade para autorizar o estatuto de residente permanente legal para certos licenciados que entraram nos Estados Unidos quando eram crianças – acabe por assegurar apoio suficiente para passar.

Além disso, espera que a Administração Biden inclua estes jovens na remodelação do Deferred Action for Childhood Arrivals (DACA), o programa da era Obama que fornecia autorizações de trabalho e proteção contra a deportação a centenas de milhares de imigrantes indocumentados que foram trazidos para os Estados Unidos durante a infância.

https://zap.aeiou.pt/adolescentes-temem-chegada-21-anos-447453


Candidato à Presidência filipina submeteu-se a testes para deteção de droga e todos os outros seguiram-lhe os passos !

O candidato às eleições presidenciais das Filipinas Ferdinand Marcos Jr.

Ferdinand Marcos Jr., candidato à Presidência das Filipinas, submeteu-se a 23 de novembro a testes para a deteção de cocaína. Sem ninguém lhes ter pedido, os restantes candidatos sentiram-se obrigados a fazer o mesmo.

Tudo começou a 18 de novembro, quando o atual Presidente, Rodrigo Duterte, afirmou que um dos candidatos à Presidência do país consumia cocaína. “Temos um candidato presidencial que está a consumir cocaína… um filho de pais ricos”, disse, num discurso transmitido pela televisão.

Conforme explica a Vice, as palavras de Duterte têm um peso extra no contexto da sua “guerra contra a droga“. Desde que venceu as eleições de 2016, estar associado à droga provou ser o equivalente a uma sentença de morte para milhares, depois de o Presidente ter liderado uma repressão contra os consumidores e vendedores.

Apesar de não ter avançado qualquer nome, o perfil de Ferdinand “Bongbong” Marcos Jr, filho do falecido ditador que governou as Filipinas de 1965 a 1986, parecia encaixar na perfeição.

“Não nos sentimos aludidos”, disse o porta-voz do candidato no dia seguinte. “Temos o maior respeito pelo Presidente.”

Mas Duterte continuou a insistir neste assunto e, numa tentativa de pôr fim à controvérsia, Marcos Jr. anunciou, no dia 23 deste mês, que se tinha submetido voluntariamente a testes para deteção de cocaína.

Apesar de não achar que o Presidente se estava a referir a ele, o candidato disse acreditar “que é meu dever inerente como aspirante a funcionário público assegurar aos meus colegas filipinos que sou contra as drogas ilegais”.

Certo é que, sem querer, deu início a uma tendência improvável numa corrida presidencial: outros candidatos começaram também a divulgar os resultado dos testes anti-droga que tinham feito.

Até agora, nenhum testou positivo para quaisquer substâncias ilícitas.

https://zap.aeiou.pt/candidato-a-presidencia-filipina-droga-447179

 

domingo, 28 de novembro de 2021

Ao lado de Stonehenge, havia uma estrutura milenar 20 vezes maior !


Os seres humanos do Neolítico criaram um enorme anel de poços perto de Stonehenge. A estrutura foi construída há cerca de 4.400 anos.

Em 2020, arqueólogos encontraram poços profundos perto de Stonehenge. Agora, uma nova investigação indica que a estrutura foi mesmo construída por humanos.

Uma equipa liderada por Vincent Gaffney, da Universidade de Bradford, no Reino Unido, realizou vários estudos científicos sobre estas estruturas, alinhadas estrategicamente para formar um círculo de dois quilómetros de diâmetro, 20 vezes maior do que Stonehenge.

Segundo o The Guardian, os arqueólogos acabaram por concluir que os poços foram feitos há cerca de 4.400 anos.

A estrutura parece ter sido um limite que, na altura, terá servido para guiar as pessoas para uma área sagrada, uma vez que as Durrington Walls, um dos maiores “monumentos de henge” da Grã-Bretanha, estão localizadas precisamente ao centro.

Na ótica de Gaffney, este detalhe faz do local um grande monumento neolítico.

No ano passado, o estudo científico foi alvo de várias críticas, desde logo por haver suspeitas de que os poços pudessem ser cavidades naturais. Um arqueólogo chegou até a dizer a Gaffney que o líder deveria ter contado com a ajuda de um geólogo na sua pesquisa – mas a sua equipa tinha dois.

Parte do círculo não sobreviveu devido ao desenvolvimento moderno, mas, no último trabalho de campo, Gaffney conseguiu analisar nove cavidades.

“Já analisamos quase metade delas e são todas iguais. Isto diz-nos que era uma estrutura enorme. Pode ter evoluído a partir de uma característica natural, mas não a encontramos. Portanto, é a maior estrutura pré-histórica encontrada na Grã-Bretanha“, afirmou, citado pelo diário britânico.

Cada fosso tem cerca de 10 metros de largura e cinco metros de profundidade. A ciência apoia a teoria de que os neolíticos que construíram Stonehenge também cavaram este monumento.

As mais recentes descobertas apontam para o facto de os habitantes locais terem desenvolvido uma forma de contar, seguindo centenas de passos para medir os poços.

Além disso, o posicionamento dos buracos podia ter um significado cosmológico, à semelhança de Stonehenge.

https://zap.aeiou.pt/stonehenge-estrutura-20-vezes-maior-447046


Cientistas britânicos desdramatizam efeitos da Ómicron !


Cientistas britânicos relativizaram o alarme gerado pela variante Ómicron, admitindo que, apesar das muitas mutações genéticas que tem, as vacinas continuarão provavelmente eficazes.

Cientistas britânicos relativizaram, este sábado, o alarme gerado pela variante Ómicron, admitindo que, apesar das muitas mutações genéticas que tem, as vacinas continuarão provavelmente eficazes a prevenir a doença grave.

O imunologista Andrew Pollard, diretor do grupo de investigação de vacinas da Universidade de Oxford que desenvolveu a vacina da covid-19 para o laboratório AstraZeneca, disse, em declarações à BBC, que muitas das mutações da variante estão presentes noutras estirpes do SARS-CoV-2 nas quais as vacinas se revelaram eficazes.

“As mutações [da Ómicron] existem noutras variantes, e as vacinas conseguiram prevenir a doença grave com as [variantes] Alpha, Beta, Gamma e Delta”, afirmou o investigador do Reino Unido, onde já foi detetada a nova estirpe.

Segundo o microbiologista Calum Semple, “é provável que a imunidade” conferida pelas vacinas contra a covid-19 “ainda proteja” contra a doença grave que possa vir a causar a nova variante. 

Semple considerou adequado que vários países tenham suspendido voos com países da África Austral para poderem “ganhar tempo” no reforço da vacinação e na avaliação dos verdadeiros efeitos da nova estirpe na saúde.

Desconhece-se ainda, em rigor, se a Ómicron é mais transmissível ou perigosa, a ponto de causar doença mais severa, morte e escapar à proteção conferida pelas vacinas contra a Covid-19.

Na sexta-feira, em declarações à Lusa, o microbiologista João Paulo Gomes afirmou que a nova estirpe do SARS-CoV-2, detetada inicialmente na África do Sul, “é motivo de preocupação”, dado o elevado número de mutações genéticas que apresenta, em particular na proteína da espícula do vírus, que lhe permite entrar nas células humanas.

Contudo, para o investigador do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, não há razão para alarme, uma vez que a existência de várias mutações relevantes não implica que a variante seja mais transmissível ou escape às vacinas.

De acordo com um relatório da Rede para a Vigilância Genómica da África do Sul, a nova variante tem mais de 30 mutações na proteína da espícula.

Segundo João Paulo Gomes, “muitas dessas mutações estão na zona de ligação às células e outras são mutações conhecidamente associadas à falha de ligação aos anticorpos”.

“O problema desta nova linhagem é que tem muito mais mutações destas do que as outras variantes que nos preocuparam até agora”, acentuou.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou na sexta-feira a variante B.1.1.529, identificada pela primeira vez na província sul-africana de Gauteng, como variante “de preocupação” e designou-a pelo nome Ómicron, letra do alfabeto grego.

De acordo com a OMS, a variante tem “um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes”, com dados preliminares a sugerirem “um risco acrescido de reinfeção” com a nova estirpe do SARS-CoV-2, por comparação com outras variantes de preocupação.

Por definição da OMS, as variantes de preocupação estão associadas ao aumento da transmissibilidade ou virulência ou à diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública, dos diagnósticos, vacinas e tratamentos.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças considera que a Ómicron suscita “sérias preocupações de que possa reduzir significativamente a eficácia das vacinas e aumentar o risco de reinfeções”.

Depois de África do Sul, a variante já foi detetada no Reino Unido, Alemanha, Itália, Bélgica, Hong Kong (Região Administrativa da China), Israel e Botswana – tendo sido confirmada, este domingo, na Austrália.

Portugal, que está a investigar casos da nova estirpe, suspende a partir de segunda-feira os voos de e para Moçambique.

Desde este sábado todos os passageiros provenientes de voos de Moçambique, África do Sul, Botswana, Essuatíni (antiga Suazilândia), Lesoto, Namíbia e Zimbabué ficam obrigados a cumprir uma quarentena de 14 dias após a entrada em Portugal continental.

Os Estados-membros da União Europeia decidiram na sexta-feira suspender temporariamente voos de sete países da África Austral, incluindo Moçambique, para travar a propagação da Ómicron.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-britanicos-desdramatizam-447395


As “outras” gueixas do Japão que nem os japoneses conhecem estão em Niigata !

Uma gueixa japonesa a passear numa rua
Quando ouvem a palavra “gueixa”, a grande maioria das pessoas pensa em Quioto. Mas há outro grande centro de gueixas no Japão – e muitos japoneses não conhecem.

A tradição gueixa de Niigata remonta há mais de 200 anos, à Era Edo (1603-1867), na altura em que a cidade era um importante ponto na rota marítima de Kitamaebune, que ligava Osaka a Hokkaido.

Como capital da maior área produtora de arroz do país, o porto de Niigata tornou-se o mais movimentado da costa do Mar do Japão. No início da Era Meiji (1868-1912), estava entre as zonas mais ricas e populosas da nação.

Uma zona economicamente próspera atrai comerciantes e visitantes. Para os satisfazer, nasceu e cresceu um distrito de entretenimento no bairro vizinho de Furumachi.

As gueixas começaram a atuar em salões de chá e restaurantes, para políticos, convidados de luxo e até membros da família imperial. Em 1884, eram já 400, revela a BBC.

A atividade gueixa cessou durante a II Guerra Mundial e, apesar de ter sido retomada, nunca recuperou os seus dias de glória. Ainda assim, continua a ser um vislumbre da cultura e artes tradicionais japonesas.

Ao contrário de Quioto, Furumachi é uma das poucas partes do Japão onde os turistas ainda podem saborear o ambiente autêntico de um hanamachi tradicional, como são conhecidos os distritos de gueixas.

Furumachi tem ainda outra vantagem: aceita turistas que nunca tiveram qualquer contacto com a tradição, ao contrário de muitas outras áreas gueixa, que impõem o requisito de só aceitarem clientes regulares.
Salvar a tradição das gueixas de Niigata

Ao contrário de Quioto, Niigata é um lugar que poucos turistas visitam, o que prejudica este negócio. Face à queda acentuada desta tradição, Ryuto Shinko decidiu agir e, em 1987, tornou-se a primeira empresa de recrutamento de gueixas do Japão.

O objetivo passa não só por formar novas gueixas, como também por atuar como intermediária.

Apoiada pelo patrocínio de 80 empresas locais, a Ryuto Shinko contrata gueixas como trabalhadoras assalariadas a tempo inteiro, assegurando cuidados de saúde e outros benefícios.

Hoje, as gueixas de Furumachi dançam e ensinam a sua cultura em convenções; atuam em casamentos e até funerais, e podem ser vistas nas ruas da cidade japonesa.

A pandemia de covid-19 foi outro duro golpe para o negócio, mas a Ryuto Shinko não se deixou abater. A empresa inventou uma forma engenhosa e contemporânea de resgatar a cultura centenária das gueixas: o crowdfunding online.

A onda de solidariedade para com a tradição multiplicou-se na Internet e há esperança de que o turismo reavive assim que o Japão se livre do vírus.

https://zap.aeiou.pt/a-outras-gueixas-do-japao-que-nem-os-japoneses-conhecem-estao-em-niigata-446736


Pela primeira vez na história, a Índia tem mais mulheres do que homens !


Predomínio das mulheres é especialmente importante porque na Índia ainda são comuns práticas como os abortos com base na seleção de género e o fetício, quando o o bebé é de género feminino.

O quinto Inquérito Nacional de Famílias e Saúde realizado na índia revelou um novo e impactante dado sobre a demografia no país: pela primeira vez na sua história, as mulheres suplantam, em número, os homens e o território já não está perante uma explosão da sua população, o que pode indicar uma mudança significativa, a curto prazo, nas dinâmicas sociais. De acordo com os dados divulgados, na Índia, por cada 1000 homens há agora 1020 mulheres.

A pesquisa, que decorreu entre 2019 e 2021, contou com a participação de 650 mil agregados familiares, tendo descoberto que a média de filhos por desceu pela primeira vez para 2 — abaixo dos níveis de fecundidade necessários para a substituição de natalidade. Nas zonas urbanas, o valor é inferior, 1.6. Este valor, por um lado, significa que não estão a nascer crianças suficientes para compensar o número de óbitos e que, por outro, a população indiana, constituída por 1.4 mil milhões de pessoas, pode já ter atingido o seu pico. Trata-se de uma mudança assinalável num território onde, em 1950, cada mulher tinha, em média, seis filhos.

O predomínio das mulheres em relação aos homens também é outro dado que merece ser destacado, sobretudo num país onde, durante séculos, imperou o fenómeno das raparigas desaparecidas. Na Índia, milhões de meninas foram mortas antes ou minutos depois de nascer devido ao estigma social que existe no país de dar à luz uma filha. Desta forma, é percetível que têm sido feito progressos ao nível dos abortos como motivo da seleção de género, do feticídio de género e a negligência de meninas e mulheres.

Em 1990, quando Amartya Sen, vencedora do Prémio Nobel da Economia, escreveu pela primeira vez sobre o desaparecimento de 37 milhões de mulheres devido aos fatores referidos, o rácio era de 927 mulheres por 1000 homens, lembra o The Guardian.

Numa reação aos números Poonam Muttreja, diretor executivo Diretor da Fundação, diz que é “encorajador” ver as melhorias no rácio geral de género. “Reflete os passos que o país deu em questões relacionadas com a igualdade de género e o empoderamento feminino“, destaca. Ainda assim, considera que a mudança nas dinâmicas sociais indianas só serão verdadeiramente visíveis nos censos do país — que estavam previstos acontecer este ano mas que foram adiados.

Apesar do sucesso, o inquérito ainda aponta que o rácio de género à nascença é de 929 mulheres por cada 1000 homens, o que indica que a seleção de género e feticídio ainda são fenómenos não totalmente erradicados. “Como resultado de um maior acesso à literacia e à educação, as aspirações das mulheres estão a mudar rapidamente. As raparigas afirmam-se a si próprias e assumem o controlo das suas vidas, o que irá desempenhar um papel importante no crescimento e no desenvolvimento do país no futuro”, aponta Poonam Muttreja.

A diminuição da população indiana também pode ter consequências de esfera política. Alguns estados indianos têm políticas de controlo da população que impedem, por exemplo, o acesso a subsídios estatais, rações ou empregos públicos para os casais com mais do que um filho. A justificação evocada para estas políticos, por parte dos políticos responsáveis pela sua implementação, remete para a necessidade de controlar a população indiana. No entanto, há quem aponte que se tratam, afinal, de tentativas de limitar, por exemplo, o crescimento de população muçulmana no país.

Mesmo perante estas variações, não se espera que a população indiana — atualmente a segunda maior do mundo — venha a decrescer nos próximos 30 a 40 anos, em parte porque mais de 30% da população atualmente com idades compreendidas entre os 10 e os 30 anos terão provavelmente filhos nas próximas duas décadas.

https://zap.aeiou.pt/primeira-vez-india-mais-mulheres-homens-447220


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