sábado, 11 de dezembro de 2021

“Mediterrânico” e “viril” (e palhaço lol), o Trump francês que quer destronar Macron !


Desde que anunciou a candidatura a Presidente de França, o ex-jornalista Éric Zemmour, de 63 anos, está em queda nas sondagens. Mas o seu discurso típico de extrema direita consegue ser até mais inflamado do que o de Marine Le Pen, numa tentativa de conquista do eleitorado de direita contra Emannuel Macron.

As últimas sondagens colocam Éric Zemmour afastado de uma segunda volta eleitoral nas Presidências francesas do próximo ano, com apenas 13% das intenções de voto, atrás de Marine Le Pen (16%), da Frente Nacional, e de Valérie Pécresse (17%), do partido Les Républicains.

Assim, o ex-jornalista de 63 anos surge atrás das candidatas de direita, o que é em si uma grande ironia, considerando que Zemmour é conhecido pelas suas posições misóginas e sexistas.

Uma teoria que ele refuta, considerando que fica “desolado” por haver quem acredito nisso e notando que “é uma loucura”.

No recente debate com o actual ministro da Economia de Macron, Bruno Le Maire , no canal de televisão France 2, Zemmour sublinhou que essas críticas de sexismo reflectem a “mecânica de propaganda” contra si.

“Escrevi coisas e há quem as utilize contra mim, mas é o jogo”, apontou ainda, concluindo que o que vem nos livros que lançou tem de ser lido “no devido contexto”.

Além disso, frisou que o que, hoje em dia, ameaça as mulheres não são os seus discursos, mas “uma imigração desenfreada, violenta e impune”, referindo que há bairros, “e mesmo em Paris”, onde as mulheres “não podem usar saia”.
Mas o que é que Zemmour escreveu, afinal?

O ex-jornalista tem vários livros publicados de onde podem ser retiradas frases polémicas, com demonstrações claras de sexismo e um discurso que glorifica a violência masculina.

Uma das suas obras mais conhecidas é o ensaio “O primeiro sexo”, que lançou em 2006, num jogo com o título do livro “O Segundo Sexo” da escritora feminista Simone de Beauvoir. Zemmour definiu a obra como “um tratado sobre o saber-viver viril para uso de jovens gerações feminizadas”.

Nesta e noutras obras, o agora candidato presidencial escreveu frases como as seguintes:


“Há violência na relação sexual entre homem e mulher. É uma violência civilizada, claro. [O homem deve ser] um predador sexual civilizado. Há uma expectativa de virilidade, uma expectativa de violência”.

“Na sociedade tradicional, dominada pelos valores masculinos, as mulheres sofrem sem compreender, mas aceitam o seu destino. O seu destino.”

“[Nos anos 70] quando o jovem motorista de autocarro desliza a mão concupiscente sobre uma charmosa nádega feminina, a jovem não faz queixa por assédio sexual. A confiança reina.”

“O pelo é um traço, uma marca, um símbolo. Do nosso passado de homens das cavernas, da nossa bestialidade, da nossa virilidade. Da diferença dos sexos. Lembra-nos que a virilidade anda a par com a violência, que o homem é um predador sexual, um conquistador.”
Seis mulheres acusam Zemmour de abuso sexual

A juntar à polémica das suas obras, o jornal online Mediapart divulgou, em Abril de 2021, que seis mulheres acusam Zemmour de abuso sexual, referindo palavras inadequadas, toques e beijos forçados.

Mas o candidato presidencial nunca foi acusado em processos judiciais.

Confrontado com estes dados, o antigo jornalista diz que “é palavra contra palavra”. “Não tenho que responder. É a minha vida privada”, referiu ainda no debate no France 2, contornando o assunto.

Contudo, Zemmour não se inibiu de referir que o movimento Metoo visa a “erradicação dos homens”.

Em Novembro de 2021, já depois de se ter assumido como candidato presidencial, chegou a dizer na antena da TF1 francesa que a sua candidatura é a que “melhor defende as mulheres”.
“Eu enervo-me, sou mediterrânico”

Sobre os incidentes violentos que têm marcado a sua campanha, Zemmour desvalorizou-os e recusa pedir desculpas pelas agressões dos seus apoiantes a elementos do SOS Racismo.

O próprio candidato foi alvo de uma agressão, mas também foi captado a mostrar o dedo do meio.

“Eu enervo-me, sou mediterrânico, sou apaixonado”, apontou Zemmour na France 2, minimizando o seu comportamento.

Quanto à covid-19, mantém um discurso ambíguo, mas com ideias próximas dos movimentos anti-vacinas, manifestando-se “hostil à vacinação das crianças”. “Não podemos obrigar os pais a vacinar os filhos”, defendeu.

https://zap.aeiou.pt/trump-frances-destronar-macron-449570


“Apartheid de viagens” - Nigéria critica decisão britânica de adicionar o país à lista vermelha devido à Ómicron !


O Alto Comissário nigeriano no Reino Unido ecoou as críticas de António Guterres e disse esperar uma abordagem global de resposta à nova variante Ómicron.

O Reino Unido decidiu incluir a Nigéria na sua “lista vermelha” de países em relação às viagens. Desde esta segunda-feira que quem chegar a solo britânico oriundo do país africano tem de fazer uma quarentena de 10 dias num hotel com um custo de 2285 libras (2680 euros) e apresentar dois testes PCR negativos-

Esta decisão surgiu depois do Departamento de Saúde britânico ter reportado que 21 casos da Ómicron detectados estavam ligados a pessoas vindas da Nigéria. De momento, há 134 casos da nova variante no Reino Unido.

O Alto Comissário da Nigéria em Londres, Sarafa Tunji Isola, criticou a escolha do e concordou com o secretário-geral da ONU, António Guterres, descrevendo as medidas impostas contra os países da África austral como “apartheid de viagens“.

“A proibição de viagens é apartheid no sentido em que não estamos a lidar com uma endemia, mas sim uma pandemia. Quando temos um desafio, tem de haver colaboração. O que esperamos é uma abordagem global, não seletiva“, afirmou em entrevista à BBC.

Isola reforçou as críticas dizendo que a variante Ómicron ainda não causou hospitalizações ou mortes, sendo diferente da Delta: “A posição tem de ser baseada em provas científicas e empíricas. Não pode ser uma situação de pânico“.

Já o Ministro da Polícia britânico, Kit Malthouse, considerou os comentários do representante nigeriano como “linguagem muito infeliz”. “Percebemos as dificuldades criadas pelas restrições nas viagens, mas temos de tentar comprar algum tempo para que os nossos cientistas em Porton Down possam estudar o vírus e entender as dificuldades que vão trazer ao nosso país”, revelou ao Today.

Há agora 11 países na lista vermelha do Reino Unido, sendo todos localizados em África. As únicas pessoas autorizadas a entrar no país vindas das nações na lista são os cidadãos britânicos ou irlandeses ou residentes no Reino Unido.

Recorde-se que António Guterres já tinha comentado as proibições de viagens a países específicos para combater a Ómicron, dizendo que são “profundamente injustas” e “ineficazes“. “Temos os instrumentos para termos viagens seguras. Vamos usá-los para evitar este tipo inaceitável de apartheid de viagens”, apelou.

O diretor da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, tinha feito afirmações semelhantes, dizendo ser “profundamente preocupante” ver os países africanos a serem penalizados por fazerem a coisa certa ao alertarem sobre a nova variante e a pedir aos países para adotarem medidas proporcionais.

A OMS também já tinha avisado que as proibições nas viagens dificultavam o envio dos investigadores da África do Sul no envio de amostras do vírus para serem estudadas noutros países.

Vários líderes políticos de países africanos também criticaram as medidas. O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, disse no domingo que as proibições eram “profundamente desapontantes” e que não eram baseadas na ciência. “A única coisa que a proibição vai fazer é prejudicar as economias dos países afectados ainda mais e reduzir a sua capacidade de responder e recuperar da pandemia”, afirmou.

Já o Presidente do Malawi escreveu no Facebook que as medidas têm de ser baseadas na ciência e não da “Afrofobia“.

https://zap.aeiou.pt/apartheid-viagens-nigeria-critica-britanica-448785


sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Os líderes russos e americanos abandonaram suas respectivas manoplas retóricas, mas ninguém realmente espera que a Rússia invada a Ucrânia !


Então, o presidente russo Vladimir Putin, sozinho, e o presidente dos Estados Unidos Joe Biden, cercados por assessores, finalmente tiveram sua videoconferência secreta de duas horas e dois minutos - com tradutores colocados em salas diferentes.

Essa foi a primeira conversa séria desde que se encontraram pessoalmente em Genebra em junho passado - a primeira cúpula Rússia-EUA desde 2018. Para a opinião pública global, levou a crer que uma "guerra" na Ucrânia era quase iminente, o que resta é essencialmente uma torrente de rotação.

Então, vamos começar com um exercício simples com foco na questão principal do link do vídeo - Ucrânia - comparando as versões da Casa Branca e do Kremlin do que aconteceu.

A Casa Branca: Biden deixou “claro” para Putin que os EUA e seus aliados responderão com “medidas econômicas e outras medidas decisivas” a uma escalada militar na Ucrânia. Ao mesmo tempo, Biden pediu a Putin que diminuísse a escalada em torno da Ucrânia e "retornasse à diplomacia".
Ele exortou os EUA a não transferirem “a responsabilidade sobre os ombros da Rússia” pela escalada da situação em torno da Ucrânia.
Kremlin: Putin ofereceu a Biden a anulação de todas as restrições ao funcionamento das missões diplomáticas. Ele observou que a cooperação entre a Rússia e os EUA ainda está em um estado "insatisfatório".
Casa Branca: Os EUA vão expandir a ajuda militar à Ucrânia se a Rússia tomar medidas contra isso.
Casa Branca: Biden não deu a Putin nenhum compromisso de que a Ucrânia permanecerá fora da Otan.
Kremlin: Putin disse a Biden que a Rússia está interessada em obter garantias legalmente fixas, excluindo a expansão da OTAN para o leste e a implantação de sistemas de ataque ofensivo nos países vizinhos da Rússia. Minsk ou busto Agora, o que realmente importa: a linha vermelha.
O que Putin disse diplomaticamente à equipe Biden, sentado à sua mesa, é que a linha vermelha da Rússia - sem Ucrânia na OTAN - é inabalável. O mesmo se aplica à Ucrânia transformada em um centro do império de bases do Pentágono e hospedeira do armamento da OTAN.

Washington pode negar ad infinitum, mas a Ucrânia faz parte da esfera de influência da Rússia. Se nada for feito para forçar Kiev a cumprir o Acordo de Minsk, a Rússia irá “neutralizar” a ameaça em seus próprios termos.
A raiz de todo esse drama, ausente de qualquer narrativa da OTAN, é direta: Kiev simplesmente se recusa a respeitar o Acordo de Minsk de fevereiro de 2015.
Ao longo dos anos, Kiev cumpriu menos de zero desses compromissos - enquanto a máquina de mídia da OTAN continuou girando que a Rússia estava violando Minsk. A Rússia nem mesmo é mencionada (grifo meu) no acordo.
De acordo com o acordo, Kiev deveria conceder autonomia ao Donbass por meio de uma emenda constitucional, conhecida como “status especial”; emitir uma anistia geral; e iniciar um diálogo com as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.
Moscou sempre respeitou o Acordo de Minsk, que estabelece o Donbass como parte integrante e autônoma da Ucrânia. A Rússia deixou isso muito claro, repetidamente, que não tem nenhum interesse em promover a mudança de regime em Kiev.
Antes do link do vídeo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, observou: “Putin ouvirá as propostas de Biden sobre a Ucrânia‘ com grande interesse ’”. Mesmo a Casa Branca não propôs que Kiev obedecesse ao Acordo de Minsk. Portanto, independentemente do que Biden possa ter dito, Putin, pragmaticamente, adotará uma abordagem de "esperar para ver" e, então, agirá de acordo.

Na corrida para o link de vídeo, o hype máximo girava em torno de Washington, buscando impedir o Nord Stream 2 se a Rússia “invadir” a Ucrânia. O que nunca transparece da narrativa de "invasão", repetida ad nauseam em toda a OTAN, é que os falcões que supervisionam os EUA imensamente polarizados, corroídos por dentro, precisam desesperadamente de uma guerra no que o analista militar Andrei Martyanov chama de "país 404", uma brincadeira com a mensagem de erro quando uma página ou link online não existe. O cerne da questão é que os vassalos europeus não devem ter acesso à energia russa: apenas o GNL americano. E foi isso que levou os russófobos mais radicais em Washington a começar a ameaçar com sanções contra o círculo íntimo de Putin, os produtores de energia russos e até mesmo desconectar a Rússia do SWIFT. Tudo isso deveria impedir a Rússia de “invadir” o país 404. O secretário de Estado dos EUA, Tony Blinken - presente no link de vídeo - disse há poucos dias em Riga, Letônia, que “se a Rússia invadir a Ucrânia”, a OTAN responderá “com uma série de medidas econômicas de alto impacto”. Quanto à OTAN, está longe de ser agressiva: apenas uma organização “defensiva”. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, no início de dezembro na reunião do Conselho Ministerial da OCSE em Estocolmo, já estava alertando que a "estabilidade estratégica" na Europa estava "se desgastando rapidamente". Lavrov disse: “A OTAN recusa-se a considerar nossas propostas de redução das tensões e prevenção de incidentes perigosos ... Pelo contrário, a infraestrutura militar da aliança está se aproximando das fronteiras da Rússia ... O cenário de pesadelo de confronto militar está voltando.” Portanto, não é de admirar que o cerne da questão para Moscou seja a invasão da OTAN. A narrativa da “invasão” é uma notícia falsa e grosseira vendida como fato. Até mesmo William Burns da CIA admitiu que a inteligência dos EUA não tinha informações para "concluir" que a Rússia obedientemente responderá às orações da War Inc e finalmente "invadirá" a Ucrânia. Ainda assim, isso não impediu que um jornal sensacionalista alemão apresentasse todos os contornos da blitzkrieg russa, quando a verdadeira história é os EUA e a OTAN tentando forçar o "país 404" a cometer suicídio atacando as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk. Essa garantia juridicamente vinculativa É inútil esperar que o link do vídeo produza resultados práticos. Como a OTAN continua atolada em crises concêntricas, o atual nível de alta tensão entre a OTAN e a Rússia é um presente do céu em termos de manter a narrativa conveniente de um mal eslavo externo. É também um bônus extra para o complexo de think tank militar-industrial-inteligência-mídia. A tensão continuará a ferver sem se tornar incandescente apenas se a OTAN não se expandir de qualquer forma dentro da Ucrânia. Diplomatas em Bruxelas comentam rotineiramente que Kiev nunca será aceita como membro da OTAN. Mas se as coisas podem piorar, eles irão: Kiev se tornará um desses parceiros especiais da OTAN, um ator desesperadamente pobre, faminto por território e desonesto. Putin exigindo dos EUA - que dirigem a OTAN - uma garantia escrita e juridicamente vinculativa de que a aliança não avançará mais para o leste em direção às fronteiras russas é a virada do jogo aqui. A equipe Biden não pode entregar: eles seriam comidos vivos pelo “Incestabelecimento de Guerra”. Putin estudou sua história e sabe que a “promessa” de Daddy Bush a Gorbachev sobre a expansão da OTAN era apenas uma mentira. Ele sabe que aqueles que dirigem a OTAN nunca se comprometerão por escrito. Isso permite a Putin uma gama completa de opções para defender a segurança nacional russa. “Invasão” é uma piada; A Ucrânia, apodrecendo por dentro, consumida pelo medo, ódio e pobreza, permanecerá no limbo, enquanto Donetsk e Lugansk serão progressivamente interconectados com a Federação Russa. Não haverá guerra da OTAN contra a Rússia - como o próprio Martyanov demonstrou amplamente que a OTAN não duraria cinco minutos contra as armas hipersônicas russas. E Moscou se concentrará no que realmente importa geoeconomicamente e geopoliticamente: solidificar a União Econômica da Eurásia (EAEU) e a Parceria da Grande Eurásia.

Asia Times.

Novas alianças


A aliança de "equilíbrio" de fato em todo o hemisfério russo-indiana que foi acordada durante a Cúpula Putin-Modi desta semana é um dos desenvolvimentos diplomáticos mais significativos deste século até agora. É realmente um fator de mudança geoestratégico global devido ao papel insubstituível que pretende desempenhar na Nova Guerra Fria entre os Estados Unidos e a China.

A cúpula globalmente significativa

A visita do presidente russo Putin a Nova Delhi para se encontrar com o primeiro-ministro indiano Modi foi um desenvolvimento geoestrategicamente revolucionário no contexto da Nova Guerra Fria em curso. A “Parceria para Paz, Progresso e Prosperidade” com a qual ambos os lados concordaram equivale a uma aliança de fato em tudo, exceto no nome, e se baseia em seu “Tratado de Paz, Amizade e Cooperação” de 1971 de exatamente meio século atrás. Este documento de 99 pontos visa alinhar os atos de "equilíbrio" em todo o hemisfério oriental das Grandes Potências, a fim de otimizar ao máximo seu impacto na formação da dinâmica da emergente Ordem Mundial Multipolar. Pode ser considerado um dos desenvolvimentos diplomáticos mais importantes deste século até agora e provavelmente permanecerá relevante por décadas. 

Briefing de Contexto

O autor delineou os contornos de suas grandes estratégias complementares nas seguintes peças:

O que vem a seguir é um resumo simplificado do insight compartilhado acima. 

Atos Complementares de “Equilíbrio” 

Basicamente, a Rússia e a Índia aspiram a "equilibrar" as consequências da Nova Guerra Fria principalmente EUA-China, embora até agora tenham feito isso de maneiras diferentes: a Rússia se alinhou mais à China, enquanto a Índia fez o mesmo com os EUA . As suspeitas mútuas das grandes intenções estratégicas de cada um que isso suscitou foram finalmente resolvidas no início deste ano. A Rússia e a Índia perceberam que podem fazer mais se coordenarem suas políticas. Isso explica a cláusula 93 de seu pacto de parceria reafirmado, que declara que “As partes concordaram em explorar áreas de cooperação mutuamente aceitáveis ​​e benéficas em terceiros países, especialmente na Ásia Central, Sudeste Asiático e África.” 

O ”Neo-NAM”

 Essa política equivale informalmente a uma tentativa de organizar uma rede hemisférica de Estados "não alinhados" que compartilham o interesse da Rússia e da Índia em "equilibrar" entre os EUA e a China. Em outras palavras, é o protótipo do “Neo-NAM” sobre o qual o autor escreveu em maio de 2020 para o jornal oficial do Instituto Estadual de Relações Internacionais de Moscou (MGIMO, administrado pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia). Conforme ele explicou na publicação militar indiana Force dois meses atrás, o objetivo é permitir que ambas as grandes potências se adaptem com flexibilidade às circunstâncias geoestratégicas em constante mudança da Nova Guerra Fria por meio do que é descrito como sua visão de "bi-multipolaridade". Ato Indo-Sino de “Equilíbrio” da Rússia É crucial esclarecer que a Rússia não tem intenções de infringir os interesses da China, mesmo que alguém na Índia deseje secretamente que ela seja ou possa pelo menos ser induzida a fazê-lo. Em vez disso, a Grande Potência da Eurásia entende que tem a responsabilidade de desempenhar um papel insubstituível no gerenciamento pragmático das tensões entre seus companheiros do BRICS e da SCO, a fim de neutralizar as tentativas incessantes dos EUA de dividi-los e governá-los. Moscou parece ter aceitado que, se essa rivalidade não for embora por algum tempo, o Kremlin deve procurar garantir que isso não leve a outro conflito como o de Galwan, que poderia se transformar em uma guerra convencional total na pior das hipóteses. -cenário do caso. 

“Diplomacia Militar” 

Com isso em mente, a Rússia está praticando o que pode ser descrito como “diplomacia militar”, ou o uso de meios militares para atingir fins políticos. Neste caso, está exportando armas igualmente estratégicas e de alta qualidade para rivais China e Índia, a fim de manter o equilíbrio de poder entre eles, com vista a incentivá-los posteriormente a resolver suas disputas por meios políticos em vez de militares. Isso contrasta com a prática americana de “diplomacia militar”, que tenta dar ao seu parceiro preferencial em qualquer par de rivais a vantagem militar a fim de encorajar tentativas agressivas de resolver disputas existentes de forma unilateral em vez de por meio de uma série de compromissos políticos. RIC O cálculo do Kremlin é que, se a Índia vai se armar até os dentes de qualquer maneira, então é melhor fazê-lo com armas russas do que americanas. Embora a China possa, compreensivelmente, se sentir desconfortável com o enorme aumento militar da Índia, parece preferir discretamente que isso seja ajudado pela Rússia do que pelos EUA, se for aparentemente inevitável. Isso poderia, por sua vez, permitir que Moscou administrasse de maneira mais eficaz a influência perniciosa de dividir para governar de Washington sobre Nova Delhi e, assim, esperar estabilizar os assuntos da Eurásia. A prova desse conceito na prática foi vista no final do mês passado durante a reunião de Ministros das Relações Exteriores da Rússia-Índia-China (RIC), que ocorreu apesar das tensões existentes entre a China e a Índia, provavelmente devido ao papel mediador da Rússia. 

Nova Dinâmica da Guerra Fria 2.0

A China não acredita em fazer escolhas de soma zero para seus parceiros como os EUA, mas será cada vez mais compelida pela dinâmica hiper-competitiva influenciada pelos Estados Unidos na Nova Guerra Fria a aceitar que terceiros países estão sendo pressionados a escolher entre Pequim e Washington. Isso poderia colocar esses estados em posições muito desafiadoras, uma vez que sua cooperação com a China é mutuamente benéfica, mas eles também temem a ira da Guerra Híbrida dos EUA se não se submeterem às demandas dos Estados Unidos para se distanciarem da República Popular, como evidenciado pelo alto perfil exemplo que Washington está tentando fazer da Etiópia depois de sua recusa de princípio em fazê-lo. A “válvula de pressão” geopolítica O que é urgentemente necessário é uma "válvula de pressão" para fornecer a esses países a chamada "terceira escolha", por meio da qual eles podem encontrar um equilíbrio entre as duas superpotências sem ofender inadvertidamente uma ou outra. É aí que reside o grande significado estratégico do Neo-NAM que o autor propôs ser liderado conjuntamente pela Rússia e pela Índia. O primeiro mencionado é percebido como próximo da China, enquanto o segundo é visto como mais próximo dos Estados Unidos; no entanto, eles provaram sua autonomia estratégica por meio da última Cúpula de Putin-Modi. A Rússia continua a armar a Índia até os dentes, apesar das preocupações da China, enquanto a Índia continua comprando armas russas, apesar das ameaças de sanções dos EUA por fazê-lo. 

Alcance hemisférico 

Sua declaração de intenção de cooperar em terceiros países na Ásia Central, Sudeste Asiático e África envolve significativamente os maiores teatros de rivalidade na Nova Guerra Fria EUA-China e pode, assim, permitir que essas duas grandes potências otimizem ao máximo sua complementaridade hemisférica " equilibrar ”atos. Há também a chance de que eles expandam sua cooperação para incluir a Ásia Ocidental, considerando as relações estreitas que cada um tem com o Irã, "Israel" e os Emirados Árabes Unidos. Quando se lembra que eles também se comprometeram a trabalhar mais juntos nas regiões do Ártico russo e do Extremo Oriente, pode-se ver que sua aliança de “equilíbrio” de fato abrange todo o hemisfério oriental. 

A Dimensão Europeia 

Embora possa não ter muito impacto direto sobre a Europa na Eurásia Ocidental, na verdade tem um impacto muito influente no que diz respeito às suas consequências indiretas. O Corredor de Transporte Norte-Sul (NSTC) entre eles através do Irã e do Azerbaijão visa facilitar o comércio UE-Índia via Rússia, enquanto a possível expansão do Corredor Marítimo Vladivostok-Chennai (VCMC) para incluir a Rota do Mar do Norte (NSR) através do Ártico para conectar os oceanos Atlântico e Pacífico poderia alcançar este fim econômico através de meios marítimos para complementar o componente continental do NSTC. 

Rumo a um “pacto de não agressão” russo-americano 

Alguns céticos podem questionar a viabilidade política da Rússia em facilitar o comércio UE-Índia (seja por via continental ou marítima), considerando as tensões aumentadas entre Moscou e o Ocidente, mas é aqui que eles devem contemplar a intenção por trás das duas últimas Cúpulas de Putin-Biden. Eles têm como objetivo regular de forma responsável sua rivalidade para que possam, em última instância, chegar ao chamado "pacto de não agressão". Este resultado seria mutuamente benéfico, pois permitiria aos EUA redirecionar mais de seus recursos militares e outros para o "Indo-Pacífico" para "conter" a China de forma mais agressiva, enquanto restaurava as relações UE-Rússia para melhorar as economias em dificuldades uns dos outros. 

A Facção Anti-Rússia de “Estado Profundo” dos EUA 

Este cenário permanece dependente da capacidade do governo Biden de gerenciar a facção anti-russa das burocracias militares, de inteligência e diplomáticas permanentes dos EUA ("estado profundo") que estão tentando sabotar o esperado "pacto de não agressão" dos dois por alavancando sua rede de influência nos Estados Bálticos, Polônia e Ucrânia para provocar outra crise Leste-Oeste. No momento, seu rival anti-chinês é predominante no que diz respeito à formulação da grande estratégia dos EUA, conforme evidenciado pelas duas últimas Cúpulas Putin-Biden. Essa mudança na dinâmica de "estado profundo" dos EUA foi o legado mais duradouro do ex-presidente Trump e foi herdada por Biden, como acabamos de argumentar. 

Pensamentos Finais 

De volta ao tópico desta análise, a aliança de "equilíbrio" de fato em todo o hemisfério russo-indiana que foi acordada durante a Cúpula Putin-Modi desta semana é um dos desenvolvimentos diplomáticos mais significativos deste século até agora. É realmente um fator de mudança geoestratégico global devido ao papel insubstituível que pretende desempenhar na Nova Guerra Fria entre os Estados Unidos e a China. É da maior importância que os observadores reconheçam esta realidade emergente, a fim de formular as políticas mais eficazes para que seus países se adaptem a ela. O eixo russo-indiano é agora um dos mais importantes do mundo e provavelmente permanecerá assim por décadas, talvez até pelo resto do século 21.

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Dr. Morte projetou uma “cápsula do suicídio” que “não viola” nenhuma lei na Suíça !


Sarco, uma cápsula que permite aos ocupantes praticar eutanásia, foi aprovada numa análise legal na Suíça. Isto significa que o equipamento pode entrar em uso já no próximo ano.

A eutanásia é permitida na Suíça, desde que seja acompanhada por uma equipa médica. No entanto, o novo dispositivo dispensa esse requisito.

Assim que o processo inicia, a cápsula impressa em 3D é inundada com azoto, que reduz rapidamente os níveis de oxigénio do indivíduo que se encontra no interior. O processo faz com que a pessoa perca a consciência e morra em, sensivelmente, 10 minutos.

A morte acontece por um fenómeno conhecido como hipóxia – a diminuição de oxigénio nos órgãos – e outro denominado hipocapnia – que se trata do baixo teor de dióxido de carbono no sangue.

A “cápsula do suicídio” é ativada a partir do interior e tem também um botão de emergência.  

De acordo com a BBC, a empresa encomendou uma análise a um perito jurídico que constatou que a Sarco não viola nenhuma lei na Suíça.

Daniel Huerlimann, especialista jurídico e professor na Universidade de St Gallen, foi convidado a explorar se a utilização da cápsula violaria alguma lei suíça e concluiu que a cápsula “não constituía um dispositivo médico“, pelo que não seria abrangida pela Lei Suíça de Produtos Terapêuticos.

Além disso, acredita que o dispositivo não infringe as leis que regem o uso de nitrogénio, armas ou segurança dos produtos. “Isto significa que a cápsula não está coberta pela lei suíça”, disse, em declarações à cadeia britânica.

No entanto, há quem não concorde com as considerações do perito jurídico. É o caso da organização Dignitas.

À BBC, a associação suíça referiu que “não imagina que uma cápsula tecnológica para um fim de vida auto-determinado venha a encontrar muita aceitação ou interesse” no país.

Se a Sarco vier a receber uma autorização para utilização na Suíça, a cápsula não será oferecida para venda da forma convencional. O seu criador, Philip Nitschke (também conhecido como “Dr. Morte”), disse que planeava disponibilizar as plantas do projeto para que qualquer pessoa pudesse descarregar o desenho gratuitamente.

O objetivo é “des-medicalizar o processo de morte“, afirmou, numa entrevista publicada no website Exit International, uma instituição de caridade de assistência à morte voluntária que o próprio fundou. “Queremos eliminar qualquer tipo de revisão psiquiátrica do processo e permitir que o indivíduo controle o método por si próprio.”

Se precisa de apoio, pode contactar a linha SOS Voz Amiga todos os dias através dos números 213 544 545, 912 802 669 e 963 524 660, entre as 15h30 e as 00h30 e em regime de total confidencialidade e anonimato.

https://zap.aeiou.pt/dr-morte-projetou-capsula-do-suicidio-449370


Justiça britânica aceita recurso dos EUA - Extradição de Assange cada vez mais perto !


A justiça britânica aprovou o pedido de recurso dos Estados Unidos para a extradição do fundador do Wikileaks.

Tal como recorda a BBC, os Estados Unidos tinham recorrido de uma decisão judicial do Reino Unido que alegava que Julian Assange não poderia ser extraditado devido às preocupações com a sua saúde mental. A justiça britânica considerava que havia risco de o fundador do Wikileaks cometer suicídio numa prisão norte-americana.

As autoridades norte-americanas terão agora dado um conjunto de garantias face às suas condições de detenção, o que levou a justiça britânica a aceitar o recurso.

De acordo com a emissora britânica, os EUA ofereceram quatro garantias, nomeadamente a promessa de que Assange não seria sujeito a um confinamento solitário pré ou pós-julgamento e que não seria detido em ADX Florence Supermax, uma prisão de alta segurança no estado do Colorado.

Washington também assegurou que permitirá que o fundador do Wikileaks seja transferido para a Austrália, para poder cumprir qualquer pena de prisão mais perto de casa.  

Isto significa que Assange está cada vez mais perto de ser extraditado para os Estados Unidos, embora continuem a existir outros obstáculos. Segundo a agência Reuters, é provável que esta disputa ainda chegue ao Supremo Tribunal.

A noiva do ativista australiano, Stella Moris, já informou que a sua equipa jurídica vai recorrer da decisão anunciada esta sexta-feira.

Assange foi detido pela polícia britânica em abril de 2019, depois de ter passado sete anos recluso na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou quando estava em liberdade sob fiança, por temer uma extradição para os Estados Unidos ou para a Suécia, onde era alvo de uma acusação de violação que foi posteriormente abandonada.

Nos Estados Unidos, o ativista incorre numa pena que pode chegar aos 175 anos de prisão por ter divulgado, a partir de 2010, mais de 700 mil documentos secretos sobre as atividades militares e diplomáticas norte-americanas, nomeadamente no Iraque e no Afeganistão.

https://zap.aeiou.pt/justica-britanica-aceita-recurso-eua-extradicao-assange-449568



EUA e Comissão Europeia comprometem-se com programas de apoio às democracias após dias de debate na Cimeira promovida por Biden !


No discurso de abertura da cimeira, Joe Biden lembrou as dificuldades dos próprios Estados Unidos, num passado recente, em preservar a independência das suas instituições democráticas.

Depois de três dias de discursos e debates com centenas de líderes mundiais, a Cimeira da Democracia, promovida por Joe Biden, termina hoje. A iniciativa teve como objetivo “estabelecer uma agenda afirmativa para a renovação democrática e para enfrentar as maiores ameaças que as democracias enfrentam atualmente através da ação coletiva”. Como resultado, os Estados Unidos anunciaram o financiamento, na ordem de 375 milhões de euros, de projetos para concretizar até ao próximo ano — algo que a Comissão Europeia prosseguiu, com um anúncio de 1,5 mil milhões de euros até 2027.

No que respeita à iniciativa norte-americana — intitulada Renovação Democrática —, pretende apoiar a “governação transparente e responsável, incluindo o apoio à liberdade dos meios de comunicação social, o combate à corrupção internacional, o apoio aos reformados democráticos, a promoção de tecnologia que promova a descoberta, e a defesa do que é uma eleição justa”.

Por parte da instituição europeia, o foco será um programa — Europa Global — de direitos humanos e democracia, o qual deverá ser implementado entre 2021 e 2027. A sua execução deverá substituir um programa semelhante, que findou em 2020 e para o qual foram alocados 1,3 mil milhões de euros. Ursula von der Leyen aproveitou a ocasião — e a sua intervenção na cimeira — para destacar outro programa, a Ponte Global, anunciado no início deste mês.

Centrado no financiamento de infraestruturas até 2027, o programa tem um orçamento na ordem de 300 mil milhões de euros, os quais serão avaliados “em valores, em transparência e em sustentabilidade”. Trata-se sobretudo, apesar de este ponto não ter sido referido pela presidente da Comissão Europeia, de uma alternativa à iniciativa chinesa Uma Faixa, Uma Rota.
 
“Face aos desafios sustentados e alarmantes à democracia, aos direitos humanos universais e a todo o mundo, a democracia precisa de defensores“, adiantou o presidente dos Estados Unidos na abertura da cimeira, citado pelo Diário de Notícias. “E eu queria acolher esta cimeira porque aqui nos Estados Unidos, sabemos tão bem como qualquer pessoa que renovar a nossa democracia e reforçar as nossas instituições democráticas requer um esforço constante.”

https://zap.aeiou.pt/eua-comissao-europeia-apoio-democracias-449558


Áustria vai multar até 3.600 euros todos os que rejeitem vacinar-se contra a covid-19 !


A Áustria anunciou que tenciona multar até 3.600 euros todos os cidadãos com mais de 14 anos que recusem vacinar-se contra a covid-19.

A medida deverá entrar em vigor em fevereiro, abrindo exceção a grávidas, recuperados da doença há menos de seis meses e pessoas com justificação médica.

As diretrizes do plano de vacinação ainda estão a ser estudadas e reajustadas, mas de acordo com o Observador, que cita o Wiener Zeitung, será o primeiro a tornar-se obrigatório na Europa.

Os patrões também deverão poder despedir trabalhadores que se recusem a tomar a vacina contra a covid-19.

Está previsto um controlo trimestral para verificar quem está ou não vacinado. Quem não estiver, é multado em 600 euros. No trimestre seguinte, o processo deverá repetir-se. No limite, a acumulação de multas pode chegar a um total de 3.600 euros — o que corresponde a um ano e meio sem vacinação.  

No que toca ao mercado laboral, as autoridades de saúdes austríaca vão ainda ponderar se vão ou não permitir a utilização de testes negativos para aceder ao local de trabalho. Caso contrário, o despedimento estará em cima da mesa para quem recuse a inoculação.

A profissão e a possibilidade de teletrabalho são outras variáveis que podem pesar na decisão.

A vacinação obrigatória foi decretada pelo anterior chanceler, Alexander Schallenberg, que considerou “vergonhosamente baixas” as taxas de inoculação do país.

A Áustria é um dos países da Europa Ocidental com menor taxa de vacinação, tendo atualmente mais de 72% da população com uma dose da vacina e mais de 68% com o esquema vacinal completo.

https://zap.aeiou.pt/austria-multar-cidadaos-rejeitem-vacina-449503


Eis o maior bife do mundo feito com carne criada em laboratório, com ajuda da impressão 3D !


A empresa israelita MeaTech 3D quer massificar a produção de carne de laboratório e tornar os preços competitivos.

Parece um bife normal, mas não é. A empresa israelita MeaTech 3D mostrou o maior bife até agora produzido com carne feita em laboratório, tendo cerca de 110 gramas.

O bife é feito de músculo verdadeiro e de células de gordura derivadas de amostras de tecidos de uma vaca. As células estaminais de bovinos vivos foram incorporadas em “bio-inks” que foram colocados na impressora 3D da empresa para produzirem o bife, que foi depois maturado numa incubadora, onde as células estaminais foram diferenciadas em células de gordura e de músculo, escreve o The Guardian.

Empresas por todos os cantos do mundo estão na corrida para produzirem carne com células criadas em laboratório devido ao impacto ambiental da criação de gado para a alimentação e às preocupações com os direitos dos animais.

“Este avanço é a culminação de mais de um ano de esforços na biologia celular e de processos de alto rendimento na engenharia de tecidos, assim como a nossa tecnologia precisa de bioimpressão. Acreditamos que nos colocamos na frente da corrida do desenvolvimento de produtos de qualidade de carne baseada em células”, refere Sharon Fima, CEO da MeaTech.

O objectivo é que a empresa comece a produzir carne em laboratório ao mesmo preço da carne normal – mas ainda há um longo caminho até lá. Por enquanto, a primeira aventura no mercado vai ser com a venda de gordura feita em laboratório como um ingrediente para outros produtos, que vai arrancar em 2022.

O primeiro bife de laboratório foi criado em Dezembro de 2018 por outra empresa israelita, a Aleph Farms, com a empresa a dizer na altura que o sabor ainda não estava a 100%.

Devido às autorizações exigidas antes de se vender ao público, a primeira vez que carne de laboratório foi servida a clientes foi no fim de 2020, quando a Eat Just deu nuggets de frango a clientes em Singapura.

Outras empresas que estão a apostar neste mercado incluem a Mosa Meats, a Memphis Meats ou a Meatable.

Em Portugal, cientistas da Universidade de Lisboa também anunciaram um plano para criar filetes de robalo com células impressas em 3D.

https://zap.aeiou.pt/voila-maior-bife-mundo-carne-laboratorio-449464

 

CIA confirma rumores - Está a trabalhar em projetos que envolvem criptomoedas !

William Burns, diretor da CIA
A CIA pode não ter inventado a Bitcoin, mas gere vários projetos relacionados com criptomoedas. A confirmação foi feita por William Burns, diretor da agência de inteligência norte-americana.

Na segunda-feira, durante uma reunião que juntou os diretores executivos do The Wall Street Journal, William Burns confirmou que a Central Intelligence Agency (CIA) está a gerir vários projetos relacionados com criptomoedas.

Segundo o Business Insider, o diretor da agência de inteligência norte-americana referiu ainda que foi o seu antecessor, David Cohen, quem deu início os projetos.

Questionado sobre se a CIA foi capaz de restringir ataques de ransomware, Burns disse que o seu antecessor “colocou em movimento uma série de projetos diferentes focados em criptomoedas” com o objetivo de analisar “as consequências de segunda e terceira ordem” e “ajudar a fornecer informações sólidas” para os resolver.

Embora não tenha mencionado pormenores específicos, Burns disse que a CIA está a investigar as redes financeiras utilizadas por grupos criminosos.

Há várias teorias da conspiração que alegam que a CIA inventou a Bitcoin. A identidade de Satoshi Nakamoto, pai da Bitcoin, permanece um mistério e motiva este tipo de convicções.

Burns não foi tão longe, mas confirmou o envolvimento da agência em projetos que, segundo o próprio, são uma “prioridade importante” para a CIA.

Aliás, o organismo pretende mesmo recrutar especialistas em criptomoedas para a sua equipa de analistas e abrir linhas de comunicação com peritos da indústria.

Nos ataques de ransomware, os hackers bloqueiam o acesso aos computadores e encriptam os seus dados, obrigando as vítimas a pagar um resgate para os recuperar.

Em julho, o Presidente Joe Biden ordenou às agências de inteligência norte-americanas que investigassem as origens do ataque informático à Kaseya, um dos maiores ataques de ransomware de sempre, que tornou mais de 1.000 empresas internacionais reféns dos hackers.

https://zap.aeiou.pt/cia-confirma-rumores-criptomoedas-449258


quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Evergrande falha pagamento de juros e entra oficialmente em incumprimento !


A empresa chinesa tinha escapado ao default nas últimas vezes ao conseguir pagar os juros nos últimos momentos, mas desta vez, isso não aconteceu.

Depois de vários meses em que se antecipava este cenário, a gigante imobiliária chinesa Evergrande entrou mesmo em incumprimento depois de falhar o pagamento dos juros de uma dívida emitida em dólares no estrangeiro.

A agência de rating Fitch já cortou a avaliação da empresa para restricted default, o que “reflecte o não pagamento de cupões vencidos a 6 de Novembro de 2021, findo o período de carência, que terminou a 6 de Dezembro”, justifica num comunicado.

Esta classificação significa que a Evergrande falhou a liquidação dos juros, mas que ainda não accionou os mecanismos para entrar em bancarrota, insolvência ou proteccção contra credores, continuando a operar.

A empresa também não forneceu informações sobre o destino dos cupões vencidos, segundo a Fitch. “Assumimos por isso que a dívida não foi paga”, afirmam.

Ainda na sexta-feira, a Evergrande já tinha alertado para a possibilidade de não conseguir saldar os próximos pagamentos que tinha de fazer no valor de 82,5 milhões de dólares (73 milhões de euros).

Os títulos de dívida em questão já tinham atingido a maturidade no início de Novembro. O período de carência de um mês para o pagamento dos juros terminou esta segunda-feira e, desta vez, a Evergrande não conseguiu saldar as dívidas no fim do prazo, como fez nas últimas três situações.

Já desde Setembro que a empresa tem falhado pagamentos, mas tem evitado entrar no default ao renegociar com os credores à última hora.

A Evergrande, que está cotada na bolsa de Hong Kong, é uma empresa imobiliária que foi uma das principais impulsionadoras do “milagre” económico da China. A empresa recorria a empréstimos para poder continuar a expandir o negócio e chegou ao ponto de ser o construtor mais endividado do mundo, tendo acumulado uma dívida maior do que a economia portuguesa — 274 mil milhões de euros.

As obrigações em causa neste incumprimento foram emitidas por uma subsidiária da Evergrande, a Tijan. Apesar dos receios iniciais de que a situação da empresa pudessem causar um contágio nos mercados semelhante ao que aconteceu com a queda do Lehman Brothers, em 2008, por enquanto, isso ainda não se verificou.

O banco central chinês fez uma injecção de 188 mil milhões de dólares nos últimos dias na empresa e vai ser criado um comité que integra representantes do estado para se avançar com uma reestruturação da dívida, o que está a ajudar a limitar as repercussões da entrada em incumprimento.

Na sexta-feira, a Evergrande anunciou esta reestruturação na dívida, dizendo que está a “avaliar a situação financeira global e, de acordo com os interesses de todos os stakeholders e no respeito dos princípios da justiça e legalidade, planeia negociar com os credores internacionais um plano de reestruturação viável da dívida que a empresa tem no exterior, para benefício de todos os stakeholders”.

A Fitch avisa, contudo, que as obrigações em dólares restantes podem ser resgatadas de imediato caso 25% dos titulares assim o entendam.

O presidente e fundador do grupo, Hui Ka Yan, é contra a venda de alguns dos activos mais valiosos para poder ajudar a pagar a dívida. O envolvimento do estado chinês pode também ditar o fim do seu império, tendo Hui Ka Yan já sido um dos homens mais ricos da Ásia.

Para além da crise da Evergrande, a Kaissa, outra empresa imobiliária chinesa, está a preocupar os mercados, pois entrou também em restricted default depois de não liquidar títulos de dívida no valor de 400 milhões de dólares (353 milhões de euros), que venceram na passada terça-feira.

https://zap.aeiou.pt/evergrande-falha-entra-incumprimento-449323


Para criar a primeira a geração “livre de fumo”, Nova Zelândia vai proibir compra da tabaco a nascidos depois de 2008 !


Com a implementação das novas regras, o país terá uma das indústrias de retalho do tabaco mais restritas do mundo, apenas atrás do Butão.

A Nova Zelândia está a preparar-se para implementar, a longo prazo, um plano para diminuir os níveis de tabagismo no país e que terá como principal foco evitar que os indivíduos tenham um primeiro contacto com a nicotina que possa desencadear um vício com consequências para a saúde. Primeiramente, o país vai avançar com a proibição da compra de cigarros por parte de crianças e adolescentes com menos de 14 anos, a partir de 2027.

Isto fará com que os adolescentes nascidos depois de 2008 nunca possam comprar tabaco de forma legal em toda a sua vida, já que, a partir de 2027, a idade legar para fumar aumentará todos os anos. Desta forma, as pessoas que completem 14 anos em 2023, altura da entrada em vigor da lei, serão sempre um ano mais novas do que o limite legal para o consumo de tabaco.

Outra das propostas divulgadas pelo Executivo remete para a diminuição do número de retalhistas autorizados a vender tabaco (de oito mil para 500), mas também a redução da quantidade de nicotina em todos os produtos.

“Queremos garantir que as crianças e jovens nunca comecem a fumar, por isso vamos considerar um crime vender ou fornecer produtos de tabaco aos mais novos”, explicou, em comunicado, Ayesha Verrall, ministra-adjunta da Saúde da Nova Zelândia. “Se nada mudar, demorará décadas até que as taxas de fumadores Maori caiam para menos de 5%, e este Governo não está preparado para deixar ninguém para trás.”  

Segundo o Público, que cita dados oficiais, 11,6% dos neozelandeses com mais de 15 anos são fumadores, um valor que aumenta para 29% se estivermos a falar de adultos Maoris. Como tal, o Governo do país vai manter-se em contacto com uma task-force para a saúde desta população indígena, antes de submeter as propostas legislativas no Parlamento, com vista à sua aprovação e implementação — a partir de 2024 e por etapas.

Desta forma, a Nova Zelândia terá uma das indústrias de retalho do tabaco mais restritas do mundo, apenas atrás do Butão, onde a venda de cigarros é totalmente proibida.

Para o governo neozelandês, tais medidas são necessárias para que se consiga uma efetiva redução das taxas de tabagismo no país, mesmo com algumas das medidas em vigor. O objetivo é ter menos de 5% da população fumadora até 2025 e da criação, a partir de 2027, da geração “livre de fumo”.

Atualmente, o tabagismo mata cerca de cinco mil pessoas anualmente na Nova Zelândia, o que constitui uma das primeiras causas de morte evitável no país. Ainda segundo a BBC, quatro em cinco fumadores do país começaram a fazê-lo antes dos 19 anos.

https://zap.aeiou.pt/nova-zelandia-medidas-consumo-venda-tabaco-449272


UE prepara “arsenal de sanções” contra a Rússia em caso de invasão da Ucrânia !


Depois de o Presidente dos Estados Unidos ter ameaçado avançar com “fortes sanções económicas” caso Moscovo dê continuidade à escalada militar na Ucrânia, chegou a vez de a União Europeia chegar-se à frente.

O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, afirmou, esta quarta-feira, que a UE está a preparar, em coordenação com os Estados Unidos, um “arsenal de sanções” contra a Rússia para responder a uma possível agressão militar à Ucrânia, embora para já tenha descartado medidas “preventivas” contra Moscovo.

“Se ocorrer o que nós estamos a tentar evitar, um ataque militar clássico, naturalmente que a Rússia teria de enfrentar um sistema de sanções muito severo”, afirmou o chefe da diplomacia europeia num encontro com meios de comunicação espanhóis em Bruxelas, citado pela agência Europa Press.

Borrell confirmou ainda os trabalhos conjuntos com Washington para coordenar um “arsenal de sanções económicas” que teria como objetivo de causar “cortar” a economia russa do resto do mundo.

Porém, o Alto Representante declarou que não haverá “sanções preventivas” por parte da União Europeia, descartando a hipótese de sair da reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, marcada para a próxima segunda-feira, novas medidas contra Moscovo.  

“Agora, trata-se de não escalar a situação nem dar razões ou argumentos para provocar o que queremos evitar”, sublinhou Borrell, assegurando que ainda não há “nada de concreto” em cima da mesa, citado pela agência espanhola.

O chefe da diplomacia europeia insistiu em passar uma mensagem de aviso a Moscovo, em linha com o que sucedeu com a NATO e os Estados Unidos, que avisaram o Presidente russo, Vladimir Putin, do “alto custo” de uma ação militar contra a Ucrânia.

“É necessário ter a resposta pronta, mas evitar qualquer escalada”, disse ainda Borrell.

Joe Biden já tinha referido a Vladimir Putin, na conferência virtual realizada na terça-feira entre os dois líderes, que a Rússia arrisca “fortes sanções, incluindo económicas”, em caso de escalada militar na Ucrânia.

Um dia após o encontro entre os dois chefes de Estado, o Presidente norte-americano voltou a a ameaçar o homólogo russo com sanções “como nunca viu antes”.

Nas últimas semanas, recorde-se, a Ucrânia acusou a Rússia de concentrar mais de 90 mil soldados na fronteira entre os dois países com o objetivo de atacar o seu território durante o inverno.

Em paralelo, Moscovo acusou Kiev de ter concentrado 125 mil militares (ou seja, metade dos efetivos das Forças Armadas ucranianas) na região do Donbass, em plena linha da frente.

Esta quarta-feira, o novo chanceler alemão, Olaf Scholz, também ameaçou a Rússia com possíveis “consequências” para o polémico gasoduto Nord Stream II, que liga os dois países, caso Putin decida invadir a Ucrânia.

“A nossa posição é muito clara, queremos que a inviolabilidade das fronteiras seja respeitada por todos, todos entendem que haveria consequências se não fosse assim”, declarou Scholz, na sua primeira entrevista após a eleição para chanceler federal, ao canal de televisão Welt TV.

De acordo com a agência France-Presse, o novo chanceler foi questionado sobre se estaria pronto para usar o gasoduto que liga a Rússia à Alemanha através do mar Báltico e que ainda aguarda a autorização final das autoridades alemãs para a sua entrada em atividade, como meio de pressão sobre Moscovo, em caso de invasão da Ucrânia pelas forças russas.

“No futuro imediato, devemos garantir que a situação permaneça o que é, ou seja, que as fronteiras permaneçam invioladas”, acrescentou o chefe do Governo alemão.

https://zap.aeiou.pt/ue-arsenal-sancoes-russia-caso-invasao-ucrania-449221


Milhares de aranhas tomaram de assalto Kintamani, na ilha indonésia de Bali !


A pequena cidade de Kintamani, na ilha indonésia de Bali, foi invadida por milhares de aranhas, que ocuparam os cabos elétricos e os telhados das casas para tecer as suas teias.

Com o final do ano chega também o tempo mais frio, acompanhado pela chuva. O que a população de uma pequena cidade de Bali não esperava era ver aranhas a “cair” do céu.

Nas ruas de Kintamani tudo parece normal, mas quem olhar para cima repara numa invasão de aranhas como resultado de um fenómeno invulgar. O La Vanguardia detalha que os telhados das casas estão ligados aos cabos elétricos através das teias que os insetos teceram.

Um utilizador partilhou um vídeo no Reddit, no qual é possível observar uma imensa ninhada de aranhas. “Venha à fabulosa Bali, onde pode relaxar na companhia de milhares de aranhas que invadiram uma aldeia local”, escreveu Aleksander Onishchuk.

Nos comentários da publicação, as opiniões dividem-se entre os utilizadores que consideram o fenómeno como uma cena de terror e aqueles que o encaram como um “espetáculo da natureza“.

Aliás, este último grupo defende que a presença das aranhas pode até ser benéfica, uma vez que os insetos podem ser “controladores naturais de pragas”.

Segundo o autor do vídeo, os habitantes locais consideram estes insetos inofensivos. No entanto, assinala que em nenhuma das gravações que fez em Kintamani conseguiu ouvir o som das aves.

https://zap.aeiou.pt/milhares-de-aranhas-tomam-de-assalto-kintamani-na-ilha-indonesia-de-bali-449184


Designer de jogos comprou armas de brincar (e a China prendeu-o !

Uma criança a apontar uma pistola de plástico
San Cheng, um designer de jogos que vive em Pequim, decidiu comprar armas de brincar online, mas não sabia que estava prestes a dar início ao maior pesadelo da sua vida.

O norte-americano, de 47 anos, comprou dezenas de armas de brincar na plataforma online Taobao, da Alibaba, como adereços para o seu trabalho enquanto designer de jogos para smartphones.

As réplicas, aparentemente inofensivas, eram tão baratas e fáceis de adquirir que San Cheng nunca pensou que possuí-las seria um crime.

A China acabou por lhe trocar as voltas. Cheng passou três anos na prisão, onde conheceu cerca de duas dezenas de outros homens que também tinham sido detidos numa rusga policial contra a compra de réplicas de armas online.

A história do designer é contada pelo The New York Times, que detalha que a China tem uma das mais duras e exigentes leis sobre armas do mundo, incluindo rígidas definições de “arma ilegal“.

Nos termos de serviço da Taobao, a Alibaba adverte os compradores de que estão a comprar a comerciantes terceiros, o que significa que a empresa não pode garantir que todos os produtos são seguros, de alta qualidade e legais.

Segundo o diário norte-americano, as autoridades chinesas processam principalmente os compradores e, em menor escala, os vendedores. Já as plataformas de compras online raramente têm sido visadas, e, em termos legais, não é claro quanta responsabilidade têm empresas como a Alibaba.

Se, por um lado, o forte controlo de armas se traduz num aumento da segurança, por outro tem havido um debate crescente sobre a definição legal de uma arma de fogo.

Especialistas consultados pelo NYT afirmam que os regulamentos chineses são vagos e difíceis de entender e o resultado acaba por ser a detenção de compradores de brinquedos de ar comprimido e de mola, que, sem querer e inocentemente, são transformados em criminosos.

A lei chinesa de controlo de armas, de 1996, estabelece que para ser legalmente classificada como tal tem de ser capaz de matar alguém ou de pôr uma pessoa inconsciente. Contudo, em 2010, o Ministério da Segurança Pública chinês impôs regras muito mais rigorosas que acabaram por definir brinquedos como armas ilegais.

De acordo com essas regras, uma arma de brincar que dispara um projétil com força suficiente para rasgar uma folha de jornal – muito aquém da força letal – pode ser considerada uma arma.

Zhou Yuzhong, um advogado especializado na defesa de pessoas acusadas de comprar armas ilícitas, disse ao diário que o principal problema é o facto de a definição de arma ser tão técnica que é necessário equipamento especial para averiguar se um produto é ilegal.

O especialista considera que é muito difícil os vendedores e os compradores avaliarem se um determinado objeto “ultrapassa o limiar”.

De acordo com o The New York Times, alguns gabinetes de polícia chineses e associações de consumidores têm oferecido conselhos às pessoas que consideram comprar armas de brincar: “Simplesmente não o faça.”

Ainda assim, em 2018, o mais alto tribunal e ministério público da China tentou atenuar o problema, emitindo orientações que aconselham as autoridades a ter em conta o quão prejudiciais são as armas ilegais suspeitas, assim como as intenções dos compradores.

https://zap.aeiou.pt/designer-jogos-armas-brincar-prendeu-o-448818


Cirurgião austríaco multado por amputar a perna errada de um paciente !


Um tribunal austríaco condenou um cirurgião, que amputou a perna errada de um paciente diabético de 82 anos, por negligência grave.

O incidente aconteceu no dia 18 de maio, quando um cirurgião da Clínica Freistadt, na Áustria, marcou a perna errada de um paciente idoso, que sofria de graves problemas de saúde, nomeadamente diabetes.

O profissional de saúde só percebeu o equivoco dois dias depois e o paciente, de 82 anos, teve de ser submetido a uma nova cirurgia, ficando sem os dois membros inferiores.

O cirurgião, de 43 anos, foi multado pelo Tribunal Regional de Linz em 2.700 euros, com metade da quantia suspensa, “por cometer danos corporais gravemente negligentes“, disse Walter Eichinger, vice-presidente do tribunal, à CNN.

O idoso acabou por falecer antes de o caso chegar ao tribunal, por razões não relacionadas com a amputação. O tribunal concedeu 5.000 euros de indemnização mais juros à viúva.

No tribunal, o cirurgião alegou ter havido uma falha na cadeia de controlo na sala de operações. O médico acabou por se mudar para outra clínica.

Em comunicado, a direção da Clínica Freistadt afirmou que foram analisadas detalhadamente as causas e as circunstâncias deste erro médico e que terão sido discutidos com a equipa novos procedimentos internos, que passarão por formação.

Já em maio, o hospital emitiu uma declaração na sequência do incidente, a que chamou “erro trágico, causado por erro humano“.

“Gostaríamos também de afirmar que tudo faremos para desvendar o caso, para investigar todos os processos internos e analisá-los criticamente. Quaisquer medidas necessárias serão imediatamente tomadas”, lia-se na nota,

https://zap.aeiou.pt/cirurgiao-austriaco-multado-448811


Milhares de abelhas sobreviveram várias semanas à força do vulcão Cumbre Vieja !


Durante cerca de 50 dias, milhares de abelhas fecharam-se nas suas colmeias para sobreviver aos gases letais expelidos pelo vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma.

O vulcão Cumbre Vieja entrou em erupção em setembro e, desde então, já destruiu as casas e os negócios de muitas famílias. Agora, cerca de 50 dias depois, um apicultor decidiu voltar a uma das aldeias devastadas para ver o que tinha acontecido com as suas colmeias.

Inesperadamente, conta o jornal New York Times, dentro das cinco colmeias que foram cobertas pelas cinzas vulcânicas havia dezenas de milhares de abelhas, ainda vivas e de boa saúde.

As abelhas não só conseguiram sobreviver ao calor e aos gases nocivos do vulcão, como também evitaram passar fome alimentando-se das reservas de mel dentro das colmeias, disse Antonio Quesada, apicultor das Ilhas Canárias e porta-voz da Associação de Apicultores da Gran Canária.

“É incrível como um animal tão minúsculo, que existe há centenas de milhares de anos, pode manter esta resiliência, esta capacidade de sobreviver”, disse Quesada, citado pelo jornal nova-iorquino.

Ainda segundo o porta-voz, as abelhas usaram própolis, uma mistura resinosa também conhecida como “cola de abelha”, para se selarem dentro da colmeia e assim “se protegeram dos gases”, mas também deixaram aberto um caminho para o exterior, que poderiam usar mais tarde para sair.

Esta boa notícia foi recebida com entusiasmo pelos moradores de La Palma. A ilha emprega mais de uma centena de apicultores, que são trabalhadores vitais no ecossistema local, mas também agentes económicos importantes para aqueles que vendem mel em toda a região.

https://zap.aeiou.pt/abelhas-sobreviveram-vulcao-cumbre-vieja-448830


Alta Comissária da ONU defende que vacinação forçada é inaceitável mas quer multas para quem recusar !

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos (ACNUR), Michelle Bachelet
Apesar de considerar inaceitável a vacinação obrigatória contra a covid-19, Michelle Bachelet defende que “a recusa de uma pessoa em cumprir a obrigação de vacinação possa ter consequências legais, como uma multa apropriada”.

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos (ACNUR), Michelle Bachelet, considerou inaceitável a vacinação forçada contra a covid-19, mas admitiu “multas apropriadas” para quem recusar ser vacinado.

“Sob nenhuma circunstância as pessoas devem ser vacinadas [contra a covid-19] à força, embora a recusa de uma pessoa em cumprir a obrigação de vacinação possa ter consequências legais, como uma multa apropriada”, defendeu Bachelet, numa mensagem de vídeo divulgada esta quarta-feira.

Embora um certificado de vacinação seja exigido em cada vez mais países para certas atividades ou populações, poucos Estados exigem a vacinação para todos, uma medida de que deve permanecer como “último recurso absoluto”, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A vacina contra a covid-19 é obrigatória para adultos na Áustria, no Tajiquistão e no Turquemenistão, na Indonésia, na Micronésia e na Nova Caledónia, um território francês com grande autonomia no sul do Pacífico, estando também em discussão na Alemanha.

Mas vários outros países — sobretudo da Europa e nos Estados Unidos – obrigam à vacinação certas categorias profissionais e adotaram restrições para os não vacinados.

https://zap.aeiou.pt/vacinacao-forcada-e-inaceitavel-449164


Órgãos de saúde europeus recomendam mistura de vacinas contra a covid-19 !


A combinação de vacinas de vetores virais (como a AstraZeneca e Janssen) com as de mRNA (Pfizer e Moderna) para a covid-19 (vacinação heteróloga) aumenta a resposta do organismo ao vírus da covid-19, segundo dados hoje divulgados.

Enquanto a administração de uma vacina mRNA após uma primeira dose ou num reforço vacinal de uma de vetor viral tem dado respostas positivas, o inverso só é recomendado “se houver um problema com a disponibilidade de vacinas contra o mRNA”, dado que “com base nos dados limitados disponíveis pode ser menos vantajoso do ponto de vista imunológico do que a sequência oposta”.

“As provas de estudos sobre a vacinação heteróloga sugerem que a combinação de vacinas de vetores virais e vacinas de mRNA produz bons níveis de anticorpos contra o vírus da covid-19 (SARS-CoV-2) e uma resposta de células T mais elevada do que a utilização da mesma vacina (vacinação homóloga) quer num regime primário quer num regime de reforço”, segundo uma recomendação da Agência Europeia dos Medicamentos (EMA) e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC).

“Os dados apresentados apoiam a utilização de horários mistos vetor/mRNA”, destacam ainda as entidades, defendendo que “dar uma segunda dose de vacina mRNA a recetores anteriores de uma única dose de vacinas vetoriais [vacinação heteróloga] é uma estratégia de vacinação benéfica do ponto de vista imunológico com um impacto positivo no nível alcançado de proteção contra infeções e doenças”.

As recomendações da EMA e do ECDC referem haver “menos evidências sobre regimes heterólogos de vacinação contra o mRNA, mas o suficiente para indicar que tal abordagem também poderia ser utilizada quando é necessária flexibilidade ou aceleração nas campanhas de vacinação”, estando os dados de segurança após tais regimes heterólogos de mRNA atualmente sob investigação para determinar se existe um risco acrescido de miocardite.  

Os dois organismos sustentam ainda que “os regimes heterólogos foram geralmente bem tolerados”, quer tenham sido usados na vacinação primária, quer na de reforço.

“Relativamente à imunogenicidade, os estudos são consistentes em mostrar que o regime heterólogo é capaz de induzir respostas imunitárias significativamente aumentadas, […], em comparação com um regime homólogo de vetores virais. Um ligeiro aumento das respostas imunitárias humorais em relação à vacinação homóloga contra o mRNA é por vezes visto, mas não de forma consistente, apoiando globalmente uma resposta de anticorpos semelhante”, lê-se na recomendação.

A covid-19 provocou pelo menos 5.253.726 mortes em todo o mundo, entre mais de 265,13 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em cerca de 30 países de todos os continentes, incluindo Portugal.

https://zap.aeiou.pt/orgaos-saude-europeus-mistura-vacinas-449040


O México é de longe o país mais perigoso do Mundo !


Seis cidades mexicanas são as que têm maior probabilidade de homicídio. Não há qualquer cidade europeia no top 50.

O portal World Atlas actualizou a lista das cidades mais perigosas do mundo. São tidas em conta as probabilidades de homicídio em cada cidade.

Os dados, com base nas análises do Conselho de Cidadãos para Segurança Pública e Justiça Criminal, demonstram que o México é o país mais perigoso do planeta.

As seis cidades mais perigosas do mundo são – todas – mexicanas. Sete das 10 cidades mais perigosas são mexicanas. E, entre as 50 cidades da lista, 18 ficam no México.

No geral, esta análise demonstra que 40% das cidades mais violentas do mundo são mexicanas. O México é o “epicentro global dos homicídios”, lê-se no artigo.

Celaya é a cidade mais perigosa. Com uma taxa de 109 homicídios por cada 100 mil habitantes, é o palco de uma rivalidade constante e mortífera entre dois cartéis, relacionada com tráfico de droga e de gasolina.

A segunda maior cidade do México é também a segunda cidade mais perigosa do planeta Terra: Tijuana, com 105 homicídios por cada 100 mil habitantes. Situada junto aos Estados Unidos da América, é marcada pela pobreza, pelas violações, por raptos e homicídios. É igualmente local de confrontos entre gangues, à volta do tráfico humano e de droga.

A completar este pódio indesejado e totalmente mexicano está Ciudad Juarez. Média de quase 104 homicídios por cada 100 mil pessoas, é uma cidade perigosa especialmente para as mulheres, as maiores vítimas. Era uma atracção turística mas deixou de ser nos últimos anos, por causa dos crimes constantes. Aos cartéis e à droga junta-se a corrupção no governo.

Para ter noção, com outros números, nestas três cidades (e em Obregon, quarta classificada), a média é de um homicídio por cada 1.000 habitantes.

Abaixo dos 100 homicídios por cada 100 mil habitantes, e a partir do quinto lugar estão Irapuato, Ensenada (ambas no México, ainda), St. Louis (EUA), Uruapan (México, novamente), Feira de Santana (Brasil) e Cidade do Cabo (África do Sul), que fecha o top-10.

Assim, México, Estados Unidos da América, Brasil e África do Sul são os únicos países na lista das 10 cidades com mais homicídios.

E, mesmo no top-50, poucas excepções aparecem, no que diz respeito a países: Venezuela (três cidades entre as 20 primeiras), Jamaica, Honduras, Colômbia e Porto Rico. Todas as outras são do México, EUA, Brasil e África do Sul.

México e Brasil são os países com mais cidades perigosas: 18 mexicanas e 11 brasileiras.

https://zap.aeiou.pt/mexico-e-de-longe-o-pais-mais-perigoso-449055


Emails ignorados, inexperiência e pedido de Boris para se salvar animais - Diplomata denuncia caos na saída britânica de Cabul !


Um diplomata de 25 anos e com apenas três anos de experiência revelou que teve de fazer decisões sobre quem era resgatado e quem ficava, tal era a desorganização na operação do exército britânico.

Milhares de afegãos foram deixados à sua sorte e sem ajuda do governo britânico durante a saída caótica das tropas ocidentais em Agosto. São estas as acusações do diplomata Raphael Marshall, que estão a ter repercussões do Reino Unido.

O executivo terá mentido sobre ter analisado todos os pedidos de ajuda, acusa o denunciante, tendo havido milhares de emails, inclusivamente alguns enviados por deputados, que ficaram por ler.

Marshall, que tem apenas 25 anos e três anos de experiência, estima que cerca de 150 mil pessoas pediram para serem retiradas do Afeganistão, mas que menos de 5% foram apoiadas. “É claro que algumas das pessoas que ficaram para trás foram assassinadas pelos talibãs“, revelou.

Depois de ter sido introduzido um novo sistema para gerir os emails, Marshall diz que todas as mensagens foram lidas, mas que nada foi feito com os seus conteúdos. O denunciante acredita que isto foi feito para permitir ao primeiro-ministro dizer aos deputados que não ficaram emails por ler.

Mesmo no caso de aqueles cujos pedidos foram lidos, os critérios de escolha de quem ia ser resgatado eram “inúteis“, cita o The Guardian, porque deixavam a decisão nas mãos de cada indivíduo. Marshall diz que a certa altura esteve sozinho no processo de evacuação e que teve de fazer escolhas de vida ou de morte com base em critérios sem sentido.

O denunciante afirma também que Dominic Raab, ex-Secretário dos Negócios Estrangeiros, aprovou uma lista de profissões que devia ser priorizada, como juízes e agentes de inteligência, mas que esta nunca chegou a quem estava a processar os emails. Isto levou a que os guardas que estavam a proteger a Embaixada britânica não tivessem prioridade no resgate.

A falta de experiência dos membros da equipa responsável também foi um problema. Ninguém tinha estudado o país ou trabalhado lá anteriormente e Marshall diz inclusivamente que o líder da equipa nem sabia o termo correcto que designa os cidadãos do Afeganistão, referindo-se à população como “afghanis”.

As barreiras linguísticas também foram um problema, assim como os computadores dados pelo departamento governamental, visto que os soldados não tinham as palavras-passe para os poderem usar. Os erros podem ter “resultado directamente nas mortes de pessoas deixadas para trás desnecessariamente“.

Mesmo dentro do Departamento de Negócios Estrangeiros, voluntários que já tinham experiência na área ficaram “horrorizados com o nosso sistema caótico” e não podiam ter documentos ou acesso à caixa de entrada porque os sistemas informáticos não tinham sido integrados.

Marshall revelou também que, apesar de milhares de pessoas estarem a tentar fugir, o Departamento recebeu ordens de Boris Johnson para usarem uma “capacidade considerável” para ajudar animais que estavam na caridade Nowzard de Paul “Pen” Farthing, a sair do Afeganistão.

O denunciante diz que os soldados passaram tempo precioso a carregar os animais em vez de ajudar pessoas quando havia uma capacidade limitada no aeroporto. O governo “transportou animais que não estavam em perigo à custa de britânicos e pessoas em risco iminente de serem assassinadas”, acusa.

“O Secretário não entendia a situação desesperada em Cabul”

As revelações já estão a valer muitas críticas a Dominic Raab. Recorde-se que o ex-governante estava de férias quando o caos em Cabul estava a decorrer. O então Secretário disse que estava informado de tudo e que tinha participado em reuniões importantes, mas que tinha delegado algumas tarefas importantes.

O testemunho de Marshall, no entanto, sugere que houve poucas mudanças na desorganização depois do regresso de férias do Secretário, a 16 de Agosto. Nos dias finais da evacuação, Raab devia ter aprovado pessoalmente casos excepcionais, mas Marshall afirma que o Secretário demorou horas a responder só para depois devolver os ficheiros e pedir que fossem submetidos noutro formato.

“Restava pouco tempo para alguém que entrasse no aeroporto, por isso, a decisão do Secretário de causar um atraso sugere que ele não entendia a situação desesperada em Cabul”, afirmou Marshall perante um comité de deputados.

Raab, que é agora Secretário da Justiça, respondeu, dizendo que é errado descrever o sistema como disfuncional. “Mais de 1000 funcionários do Departamento estavam a trabalhar de dia e noite num sistema hierárquico com as tropas no solo no Afeganistão debaixo de pressões operacionais enormes. Gostava de assinalar que em apenas duas semanas, 15 mil pessoas foram resgatadas“, disse, citado pelo The Guardian.

Já Boris Johnson também descreveu como “completamente absurda” a ideia de que pediu para ser dada prioridade a animais nos voos. “O que posso dizer é que resgatar 15 mil pessoas de Cabul da forma como o fizemos no Verão, foi um dos feitos militares mais excepcionais dos últimos 50 anos ou mais”, disse à Sky News.

https://zap.aeiou.pt/diploamata-denuncia-caos-saida-cabul-448970


terça-feira, 7 de dezembro de 2021

EMA aprova RoActemra para tratar casos graves de covid-19 !

Uma mão a segurar um frasco de comprimidos
O RoActemra é utilizado em doenças inflamatórias e foi aprovado pela EMA para tratar casos graves de covid-19 em adultos.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) aprovou, esta segunda-feira, o medicamento RoActemra, já utilizado em doenças inflamatórias, para tratar casos graves de covid-19 em pessoas adultas.

“O Comité de Medicamentos Humanos (CHMP) da EMA recomendou o alargamento da indicação do RoActemra (tocilizumab) para incluir o tratamento de adultos com covid-19 que estejam a receber tratamento sistémico com corticosteroides e necessitem de oxigénio suplementar ou ventilação mecânica”, adiantou o regulador europeu em comunicado.

Na sequência desta recomendação da EMA, cabe agora à Comissão Europeia emitir a decisão final sobre a utilização deste medicamento para a covid-19 nos Estados-membros.

Comercializado pela Roche Registration GmbH, o RoActemra já está aprovado na União Europeia para o tratamento de doenças inflamatórias, como a artrite reumatoide.

Segundo o regulador europeu, o CHMP avaliou os dados de um estudo principal envolvendo 4.116 adultos hospitalizados com covid-19 grave que necessitaram de oxigénio ou ventilação mecânica e com níveis elevados de proteína C reativa no sangue (indicando inflamação).

Os dados demonstraram que o tratamento com o RoActemra, um imunomodulador que altera a atividade do sistema imunológico e que tem como substância ativa o anticorpo monoclonal tocilizumab, reduziu o risco de morte, assim como o tempo de internamento dos doentes infetados com o SARS-CoV-2.

A EMA é a entidade responsável pela avaliação científica, supervisão e monitorização da segurança de medicamentos na UE, trabalhando em rede com milhares de especialistas de toda a Europa, distribuídos pelos vários comités científicos.

A covid-19 provocou pelo menos 5.253.726 mortes em todo o mundo, entre mais de 265,13 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.551 pessoas e foram contabilizados 1.169.003 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

https://zap.aeiou.pt/ema-roactemra-casos-graves-covid-448921


As notas do euro vão mudar e Elvira Fortura vai ser a representante portuguesa no grupo de discussão !


Christine Lagarde considera que atualização do design é importante “para que cidadãos europeus de todas as idades e contextos possam identificar-se” com as notas.

Depois de 20 anos a figurarem nas notas de euros que diariamente os europeus carregam, as figuras arquitetónicas, tais como portas ou pontes, vão finalmente ser substituídas por novas figuras. O anúncio foi feito esta semana pelo Banco Central Europeu, que fez ainda saber que será criado um “grupo de aconselhamento“, composto por representantes de cada estado-membro, e que terá como objetivo selecionar alguns motivos que, a partir de 2024, irão passar a ilustrar as notas.

O processo, de acordo com o comunicado de imprensa lançado pelo BCE, irá começar pela formação de um focus groups com “pessoas de toda a zona euro” que irão dar as suas opiniões sobre as temáticas que irão estar presentes nas notas, seguindo-se uma seleção dessas mesmas temáticas por parte do grupo de aconselhamento — as quais serão submetidas à principal instituição financeira da Europa.

Posteriormente, o Conselho do BCE, escreve o Observador, irá “convidar o público a pronunciar-se sobre os temas selecionados”, mas também sobre os designs das novas notas — assim que estes existam. Entre os temas que o Banco Central Europeu está disposto a receber estão áreas como a “história, as ciências naturais e sociais e sociais, artes visuais e tecnologias.

“As notas de euro estão aqui para ficar. São um símbolo visível e tangível de que estamos juntos na Europa, especialmente em tempos de crise, e ainda existe muita procura por elas” afirmou Christine Lagarde, no comunicado de imprensa divulgado pelo BCE. Sobre as atuais notas, considera que “após 20 anos, chegou a hora de reavaliar” o seu o aspeto para que cidadãos europeus de todas as idades e contextos possam identificar-se com elas”.


Perante a formação de um grupo de trabalho cujo objetivo é discutir notas e o seu design, não é de estranhar que, olhando para a luta de figuras relevantes no contexto nacional, o Banco de Portugal tenha escolhido Elvira Fortunato, investigadora que descobriu o transístor de papel (uma espécie de chip feito desse material) tenha sido selecionada para representar Portugal no grupo de aconselhamento.

Para já, a cientista ainda não tem muitas informações sobre como o processo irá evoluir, afirmando ao Observador que “está tudo em aberto” e que terá uma reunião remota sobre o tópico esta semana. Relativamente à sua participação, diz ser “evidente” que fará tudo “para que alguma coisa de Portugal possa ficar representada”, apesar de ainda não ter nenhum elemento definido. “Pode ser algo na área da tecnologia, por exemplo. Há muitas áreas que podem ser escolhidas“, aponta.

No que respeita à mudança das ilustrações das notas, Elvira Fortunato concorda com a atualização e com a decisão do Banco Central Europeu. “Não há evolução se não existir mudança. Sou fã de mudança. E de mudança para melhor. Revejo-me perfeitamente na ideia do BCE de que é preciso reavaliar o aspeto das notas”.

Já o Banco de Portugal, em comunicado, destacou que “a seleção da Professora Elvira Fortunato como representante portuguesa no Theme Advisory Group do BCE foi feita com base no seu currículo académico, do qual constam mais de 500 publicações científicas e múltiplos prémios e distinções internacionais, além do trabalho de investigação desenvolvido sobre eletrónica transparente e transístores de papel”.

Este ponto de ligação foi reconhecido pela própria em declarações à TSF. “Eu trabalho na área da eletrónica de papel, nós inventámos o transístor de papel e penso que o facto [do papel] ser um dos materiais usados nas notas pode ter contribuído para esta nomeação”, considerou.

https://zap.aeiou.pt/notas-euro-mudar-elvira-fortura-representante-portuguesa-448907


Pela primeira vez, Governo alemão terá tantas mulheres como homens !


Os partidos SPD, Verdes e Liberais assinaram, esta terça-feira, o acordo de coligação que permitirá ao social-democrata Olaf Scholz ser investido na quarta-feira como o nono chanceler da Alemanha em 72 anos.

As negociações produziram “muito bons resultados, que nos ajudarão a organizar o progresso neste país, e é por isso que é bom que hoje possamos assinar o acordo de coligação para a formação deste governo”, disse Olaf Scholz, citado pela agência EFE.

“Se a boa cooperação que funcionou enquanto estávamos a formar o Governo continuar a funcionar, será um momento muito, muito bom para as tarefas que temos pela frente”, acrescentou, segundo a agência Associated Press.

O acordo de coligação “Ousar Mais Progresso”, de 177 páginas, foi assinado no Museu Futurium de Berlim.

Os esforços para travar as alterações climáticas são uma prioridade máxima para este novo Executivo, particularmente para os Verdes. Outras prioridades incluem a modernização da maior economia da Europa e a introdução de políticas sociais mais liberais.  

No imediato, o novo governo enfrenta a tarefa de lidar com a pandemia de covid-19, como reconheceu Schulz, que vai suceder à democrata-cristã Angela Merkel.

A pandemia “vai exigir toda a nossa força e energia”, afirmou o futuro chanceler, nomeado pelo Partido Social Democrata da Alemanha (SPD).

O co-presidente dos Verdes e futuro ministro da Economia e do Clima, Robert Habeck, salientou que os três partidos formaram “um Governo para o povo na Alemanha”, embora sejam “reconhecíveis nas suas diferenças”.

Além da pandemia, Habeck salientou como objetivo fundamental combinar “neutralidade climática e prosperidade” na nação industrial líder da Europa e quarta maior economia do mundo.

A co-presidente dos Verdes e ministra dos Negócios Estrangeiros designada, Annalena Baerbock, disse que cabe aos três partidos concretizar o acordo de coligação com “perspetiva, pragmatismo e, sobretudo, com muita paixão”, segundo a EFE.

O novo ministro das Finanças e líder dos liberais do FDP, Christian Lindner, salientou que o novo Governo quer começar a “trabalhar no progresso” já a partir desta semana. Mas “não temos ilusões, enfrentamos grandes desafios”, acrescentou, citado pela AP.
Oito ministérios serão ocupados por mulheres

Segundo a Deutsche Welle, trata-se do primeiro Governo distribuído de igual forma entre mulheres e homens: oito pastas serão ocupadas por mulheres e outras oito por homens. Ou seja, 50% de mulheres num Executivo, o maior da história da Alemanha.

“A paridade é importante para mim e é por isso que haverá oito homens e oito mulheres entre os 16 ministros”, disse Scholz, citado pela AFP.

Além da já referida Annalena Baerbock, que ficará responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros, pela primeira vez, o Ministério do Interior será liderado por uma mulher, a também social-democrata Nancy Faeser. A nomeação da jurista, atualmente líder da bancada do SPD no estado de Hesse, foi considerada uma surpresa, de acordo com a DW.

O Ministério da Defesa ficará a cargo de Christine Lambrecht. A social-democrata, até agora ministra da Justiça, será a terceira mulher a ocupar este posto de forma consecutiva, sucedendo a Ursula von der Leyen e a Annegret Kramp-Karrenbauer.

Já a atual ministra do Ambiente, Svenja Schulze, também do SPD, irá trocar de pasta e vai ficar responsável pelo Ministério da Cooperação e Desenvolvimento. Já a pasta da Família, Mulher e Juventude terá o comando da social-democrata Anne Spiegel.

Steffi Lemke será responsável pelo Ministério do Ambiente, Proteção Ambiental, Segurança Nuclear e Proteção ao Consumidor e Klara Geywitz ficará com o novo Ministério da Habitação. Por fim, Bettina Stark-Watzinger, do FDP, ficará à frente do Ministério da Educação e Pesquisa.

No setor da Cultura e dos Media, será também uma mulher a ficar ao leme, Claudia Roth, dos Verdes, embora neste caso não haja estatuto de ministério.
Epidemiologista com a pasta da Saúde

O epidemiologista Karl Lauterbach será o novo ministro da Saúde. O social-democrata ganhou notoriedade nacional ao insistir na televisão que eram necessárias medidas mais severas para conter a disseminação do novo coronavírus.

O alemão apelou à obrigatoriedade da vacinação, restrições mais duras contra não-vacinados e o encerramento total de bares e discotecas, o que o tornou alvo de ataques nas redes sociais de ativistas contra as vacinas.

Segundo a Deutsche Welle, será também a primeira vez que a Alemanha terá um ministro com raízes turcas. Cem Özdemir, dos Verdes, será ser o novo titular da pasta da Agricultura.

Scholz confirmou, esta segunda-feira, que Hubertus Heil continuará como ministro do Trabalho e Assuntos Sociais, enquanto o ministro da Chancelaria será Wolfgang Schmidt, considerado o seu homem de confiança e que também já era esperado para o cargo.

Por fim, Volker Wissing foi nomeado para os Transportes e Digitalização, enquanto Marco Buschmann ficará com a pasta da Justiça.

De acordo com a DW, este novo Governo alemão tem uma média de idades de 50,4 anos, menor do que as médias de todos os quatro governos anteriores liderados por Merkel. O mandato mais recente de Merkel teve uma média de idades de 51,4 anos.

https://zap.aeiou.pt/governo-alemao-tantas-mulheres-como-homens-448926


China vai tomar medidas contra o boicote dos EUA aos Jogos Olímpicos de Inverno !


O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China disse hoje que o país vai responder com “contramedidas firmes” ao boicote diplomático norte-americano aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em 2022.

O porta-voz da diplomacia de Pequim referiu-se a contramedidas, mas não especificou nem forneceu mais detalhes sobre a eventual resposta da República Popular da China ao boicote diplomático de Washington.

“A tentativa dos Estados Unidos, de perturbar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, foi tomada com base em preconceitos ideológicos, mentiras e rumores e que vão revelar, aos olhos de todos, as más intenções dos Estados Unidos”, disse Zao Lijian.

Entretanto a embaixada de Pequim em Washington disse através de mensagens difundidas pelo Twitter que o boicote “só pretende politizar o desporto, criar divisões e provocar o confronto”, disse a embaixada.

Os Estados Unidos anunciaram, esta segunda-feira, um boicote diplomático aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno de 2022, em Pequim.

Os atletas vão competir no evento, mas os EUA não vão contar com nenhum representante diplomático na capital chinesa.

A Casa Branco justificou que em causa está o “genocídio e crimes contra a humanidade em Xinjiang”.

“A representação diplomática americana trataria estes Jogos como se nada tivesse acontecido, apesar das flagrantes violações dos direitos humanos e das atrocidades da China em Xinjiang. E simplesmente não podemos fazer isso”, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.

“Os atletas da Team USA contam com todo o nosso apoio. Estaremos a dar-lhes 100% de apoio, enquanto torcemos por eles daqui”, acrescentou.

Um porta-voz do Comité Olímpico Internacional (COI) anunciou, por sua vez, que respeita a decisão dos Estados Unidos e mostrou-se satisfeito por esta decisão “política” não impedir a participação de atletas norte-americanos.

“A presença de funcionários do governo e diplomatas é uma decisão puramente política de cada governo, que o COI, na sua neutralidade política, respeita plenamente”, disse o porta-voz à AFP.

Em junho, a Amnistia Internacional recolheu provas de abusos dos direitos humanos na região de Xinjiang, afirmando que se tornou num “cenário infernal distópico” para centenas de milhares de uigures sujeitos a internamento em massa e tortura.

Estes jogos vão decorrer em fevereiro do próximo ano, em Pequim.

https://zap.aeiou.pt/china-medidas-boicote-eua-448895


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