sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

UE aprova segunda dose de sanções à Rússia já a pensar na terceira !


Novas medidas restritivas assentam em cinco pilares — setor financeiro, energia, transportes, controlos de exportações e política de vistos.

Segundo o Público, as medidas deverão ser adotadas já esta sexta-feira. São sanções de “máximo impacto” sobre a economia e as elites políticas russas, destinadas a responsabilizar o Kremlin pela guerra na Ucrânia.

Foi um longo dia de choque e nervos, o primeiro de um novo conflito em solo europeu, que já se tinha tornado tão previsível quanto inevitável.

Seguindo o seu guião, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu a ordem que faltava às suas tropas para avançarem sobre a Ucrânia.

Cumprindo a sua palavra, os líderes da União Europeia desenharam um novo pacote de sanções e medidas restritivas sobre a economia e as elites políticas russas.

Reservaram o direito de apertar ainda mais o garrote, se o Kremlin não inverter o rumo, cessar as hostilidades e retirar as suas forças do país vizinho.

“Este é um pacote de sanções maciças, direcionadas e de máximo impacto, para responsabilizar o Kremlin”, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que criticou a escolha de Vladimir Putin de “trazer de volta a guerra” para redesenhar os mapas da Europa, mas prenunciou o seu falhanço.

“Tentou o seu melhor para nos dividir, mas falhou por completo. Conseguiu exatamente o oposto. Estamos mais unidos do que nunca, e estamos determinados”, garantiu von der Leyen.

Conforme explicou a chefe do executivo comunitário, as novas medidas que os chefes de Estado e Governo da UE acertaram, após mais de cinco horas de reunião, em Bruxelas, assentam em cinco pilares.

São eles o setor financeiro, a energia, os transportes, os controlos das exportações e a política de vistos.

Os textos jurídicos com o detalhe de todas as medidas foram fechados enquanto os líderes discutiam, e serão revistos esta sexta-feira de manhã, para a adoção (e imediata implementação) pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, na reunião extraordinária do Conselho da UE, convocada pelo Alto Representante para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, na mesma semana.

As sanções financeiras, que visam 70% do mercado bancário da Rússia e as principais empresas estatais, incluindo as da defesa, vão cortar o acesso do Estado e das elites aos mercados de capitais mais importantes.

“Estas sanções aumentarão os custos de financiamento da Rússia, aumentarão a inflação e desgastarão gradualmente a base industrial do país”, estimou Von der Leyen. Quanto aos oligarcas amigos do Presidente Putin, as medidas vão restringir os seus depósitos e impedir que possam continuar a esconder o seu dinheiro na Europa.

O segundo pilar diz respeito ao setor energético, e abrange uma proibição de exportação de petróleo, “impossibilitando a Rússia de modernizar as suas refinarias petrolíferas, que rendem receitas de mais de 20 mil milhões de euros por ano”.

As sanções na área dos transportes passam pela proibição da venda de “aeronaves, peças sobressalentes e outros equipamentos construídos na União Europeia” às companhias aéreas russas. Além disso, a UE vai impor controlos às exportações de tecnologias como semicondutores.

“Finalmente, nos vistos, diplomatas e outros altos funcionários, e empresários, deixarão de ter acesso privilegiado à União Europeia”, concluiu Ursula von der Leyen.
Fazer a Rússia pagar

“A Rússia passou da violação do direito internacional à ação de guerra”, assinalou o primeiro-ministro, António Costa, justificando a escalada da resposta europeia, apenas um dia depois da adoção de um primeiro pacote de sanções que tinham deixado insatisfeitos os líderes ucranianos e sido consideradas frouxas por vários observadores.

No dia em que a Rússia reconheceu a independência de duas províncias separatistas, a UE aprovou imediatamente um primeiro pacote de sanções para a dissuadir de prosseguir a escalada.

Tendo agora passado à guerra generalizada na Ucrânia, a UE aprovou um segundo pacote, que é muito mais extensivo e atinge sectores estratégicos da economia, para fazer a Rússia pagar pela sua ação militar.

E como não há duas sem três, os líderes da UE admitem que um terceiro pacote de sanções poderá chegar tão rapidamente quanto o segundo.

“Obviamente, se a Rússia prosseguir a sua ação, a UE considerará a adoção de medidas suplementares”, afirmou António Costa, sem querer especular se nessa terceira vaga os 27 avançariam com as sanções mais drásticas e com maiores impactos na economia europeia, como a suspensão das importações de gás natural e petróleo ou a exclusão da Rússia do sistema de transferências monetárias internacionais SWIFT.

“Muitos de nós concordamos que a Rússia tem de ser afastada do SWIFT, mas é preciso unanimidade para poder aprovar esta ação de forte impacto relacionada com o sistema de pagamentos, e ainda não estamos nesse ponto”, reconheceu o primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, no final da reunião especial do Conselho Europeu. Porém, antecipou, “já não faltará muito” para haver um conseno.

Apoio e solidariedade

Onde não faltou acordo entre os 27 foi na necessidade de estudar e precaver as consequências nefastas das sanções — e sobretudo das previsíveis contra-sanções — sobre a economia dos Estados-membros.

A Comissão ficou encarregada de elaborar um plano para minorar o impacto deste novo estado de guerra nos preços da energia, e de preparar medidas de apoio ou derrogações em matéria de política de concorrência (ajudas de Estado).

Acordo ainda quanto à necessidade de garantir o apoio humanitário às populações ucranianas deslocadas pelo conflito, e de seguir o princípio da solidariedade na receção e acolhimento de refugiados principalmente pelos Estados-membros que têm fronteiras com a Ucrânia.

Nesse aspeto, Portugal manifestou “total disponibilidade para partilhar a obrigação de assegurar proteção internacional” aos cidadãos ucranianos afetados pelo conflito, com o primeiro-ministro a confirmar a abertura para receber familiares e amigos dos membros da comunidade ucraniana residente no país.

https://zap.aeiou.pt/ue-aprova-segunda-dose-de-sancoes-a-russia-ja-a-pensar-na-terceira-464495


“Ficámos a lutar sozinhos”. De uniforme militar e emocionado, presidente ucraniano diz que é “alvo número 1” da Rússia !

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, lamenta que a Ucrânia está a defender-se sozinha, com o mundo a ver “com medo”. Vestindo um uniforme militar e emocionado, o líder da Ucrânia garante que vai continuar no seu país apesar de ser o “alvo número um” dos russos.

“Continuo na capital com o meu povo”, assegura Zelensky numa comunicação ao país, reportando-se à existência de notícias falsas a anunciarem que já tinha deixado Kiev.

Vestindo um uniforme militar e num tom emocionado, o presidente da Ucrânia assume que é “o alvo número um” dos russos e que a sua família é “o alvo número 2”, considerando que o objetivo da Rússia é “destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe de Estado”.

“Nós defendemos o nosso Estado sozinhos. As forças mais poderosas do mundo estão a observar de longe”, salienta ainda Zelensky numa crítica aos países da NATO e da União Europeia (UE) que, até agora, se limitaram a aplicar sanções que ainda não fizeram qualquer mossa a Moscovo.

“Têm todos medo”, critica ainda o líder ucraniano num discurso dirigido à nação. “Sentimos nos nossos céus e na nossa terra que isto não é suficiente”, critica também.

Nas redes sociais, têm sido publicadas imagens que mostram Zelensky de uniforme militar ao lado das tropas ucranianas, num sinal claro à Rússia e ao mundo de que não vai abdicar do seu papel de líder da nação, e num apelo à luta do povo ucraniano.

Elogiando o “heroísmo” ucraniano face ao avanço russo, Zelensky compara a invasão russa ao ataque da “Alemanha nazi” na Segunda Guerra Mundial.

“A Rússia embarcou pelo caminho do diabo, mas a Ucrânia está a defender-se e não vai desistir da sua liberdade independentemente do que Moscovo pensa”, assegura também.
Zelensky apela a uma “coligação anti-Putin”

Nas suas redes sociais, o líder ucraniano também apela a mais sanções. “Nem todas as possibilidades de sanções foram esgotadas ainda”, aponta, sublinhando que é preciso “aumentar a pressão sobre a Rússia”.

“A Ucrânia precisa do apoio dos aliados mais do que nunca”, escreve também, salientando que o país necessita de “assistência internacional efectiva”. “Precisamos de uma coligação anti-guerra” para forçar Putin a sentar-ser à “mesa das negociações”, vinca ainda.

Zelensky desafia a UE a “desligar a Rússia do sistema SWIFT” e a atuar com vista à “introdução de uma zona de não-voo sobre a Ucrânia”, bem como para implementar “outros passos efectivos para travar o agressor”.

O presidente ucraniano já pediu aos países da NATO, do chamado grupo “Nove de Bucareste”, ajuda para defender a Ucrânia.

Este grupo reúne-se nesta sexta-feira, em Varsóvia, e é formado por Bulgária, Eslováquia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, República Checa, Polónia e Roménia, todos membros da NATO e da UE.

Este grupo foi formado em Novembro de 2015, por iniciativa da Roménia e da Polónia, após a anexação da Crimeia por parte da Rússia e do início da guerra separatista no leste da Ucrânia.

Note-se que estes nove países integraram ou estiveram sob a influência da antiga União Soviética.

“Rússia terá de falar connosco”

No seu discurso à nação, o presidente ucraniano também vinca que, “mais cedo ou mais tarde”, a Rússia terá de “falar” com a Ucrânia para pôr fim aos combates e “travar a invasão”.

“Quanto mais cedo esta conversa começar, menores serão as perdas para a própria Rússia”, defende Zelensky, acusando os russos de terem começado a “bombardear áreas civis”.

“Os nossos rapazes e raparigas, todos os defensores da Ucrânia, não permitiram que o inimigo executasse o plano operacional da invasão no primeiro dia“, realça ainda o chefe de Estado ucraniano, salientando que na maioria das direcções, o avanço das tropas russas foi travado e que os combates prosseguem.

https://zap.aeiou.pt/uniforme-presidente-ucraniano-alvo-464486


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Aviões ucranianos abatidos, Kiev fecha cidade - Rússia invade em “várias direcções” !


Não se pode entrar na capital ucraniana, mas locais podem sair. Ex-ministro da Defesa ucraniano descreve manobras russas.

A “operação militar especializada” na Ucrânia, anunciada por Vladimir Putin, começou a originar desde cedo vítimas mortais, segundo relatos provenientes de território ucraniano.

No total, e de acordo com um conselheiro do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, pelo menos 40 soldados ucranianos morreram na primeira manhã da invasão.

O portal Meduza indica que testemunhas oculares relatam bombardeios a grandes cidades da Ucrânia. O Ministério da Defesa da Federação Russa já negou esse ataque: “Só foram concretizados ataques de alta precisão em alvos militares”.

A Ucrânia fechou completamente o espaço aéreo mas, por terra, está a ser invadido em diversas frentes. O aviso foi dado por Adnriy Zagroidnyuk, ex-ministro da Defesa da Ucrânia.

“A situação é extremamente tensa. O primeiro choque nesta manhã deu-se com os ataques de mísseis, rockets e drones. Alguns dos prédios das nossas forças armadas estão simplesmente destruídos. São todos infraestruturas militares”, analisou Zagroidnyuk, em declarações ao jornal The Guardian.

O antigo ministro acrescentou que os russos já tentaram chegar à capital Kiev através da Bielorrússia – mas o exército ucraniano travou essa ofensiva, com “perdas humanas para os dois lados”.

Actualização de Podolyak

A agência Reuters informa que, nesta quinta-feira, já foi abatido um avião militar ucraniano. Estavam 14 pessoas a bordo e há, no mínimo, cinco mortos.

Ao início da tarde, Mykhailo Podolyak, conselheiro de Zelensky, confirmou que o exército russo está a movimentar-se em “várias direções principais”.

As cidades Chernihiv, Sumy, Kharkiv, Donetsk-Lugansk e Kherson foram atacadas mas as colunas militares dirigem-se apenas nas direcções de Donetsk e de Luhansk – entretanto as autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk já anunciaram um ataque às posições das tropas ucranianas naquelas regiões.

Os militares russos já terão passado 100 quilómetros para além da fronteira com a Ucrânia.

E o avião militar abatido, já mencionado, não foi o único: há “perdas significativas” após “seis ou sete aviões” e alguns helicópteros terem sido abatidos. Mais de 10 tanques foram queimados.

Kiev fechada

As autoridades de Kiev fecharam as “portas de entrada”. Pode-se sair da capital ucraniana – há milhares de carros a sair de Kiev nas últimas horas – mas ninguém tem autorização para entrar em Kiev.

Em Kharkiv, outra cidade ucraniana, houve uma tentativa de capturar o noroeste da cidade, por um tanque russo. Há carruagens de metro paradas naquela cidade para poderem transportar mais pessoas. Na mesma cidade soou um alerta de ataque aéreo.

O primeiro-ministro Volodymyr Zelensky declarou estado de emergência na Ucrânia, país que cortou relações diplomáticas com a Federação Russa.

A NATO lamenta que a paz na Europa tenha sido “destruída” por causa desta decisão de Putin. O secretário-geral Jens Stoltenberg avisou: “Um ataque a um será encarado como um ataque a todos”.

Os Estados Unidos da América já deixaram de ter presença diplomática na Ucrânia, a Alemanha considera esta invasão “injustificada”.

https://zap.aeiou.pt/aviao-ucraniano-abatido-kiev-fecha-cidade-russia-invade-em-multiplas-frentes-464340

 

Consequência económica da invasão: barril de petróleo pode chegar aos 115 euros !


Mercados reagem como se esperava: escalada de preços. Barril de Brent chegou aos 100 dólares, o máximo em mais de sete anos.

A ofensiva russa na Ucrânia já mexeu com os mercados. Como se esperava, há uma escalada também nos preços, com destaque para as bolsas, o petróleo e o gás natural.

O dia nas bolsas europeias começou com quedas fortes. Nesta quinta-feira, à hora de almoço, a portuguesa PSI-20 registava uma descida de quase 4%. A Euronext 100 chegava a uma queda de 4,24%, num cenário europeu todo a vermelho: todas as principais bolsas na Europa apresentam descidas, algumas delas consideráveis – a DAX, na Alemanha, caía 5%.

A bolsa de Moscovo foi suspensa ao início da manhã, retomando às 10 horas locais. Caía mais de 33% à hora do almoço.

Em relação ao petróleo, o preço de um barril de Brent ultrapassou os 100 dólares, cerca de 90 euros – este valor não era atingido desde Setembro de 2014, quando estava “fresca” a anexação da Crimeia por parte da Rússia.  

Refira-se que o Brent é o crude negociado em Londres, que depois serve de referência às importações europeias – Portugal, por exemplo.

O jornal Observador lembra que há especialistas que prevêem que, em breve, o barril de petróleo pode chegar aos 130 dólares, pouco mais de 115 euros.

Um pico que deverá mexer muito no preço dos combustíveis, a nível global – recordando que a Rússia é um dos países que exporta mais petróleo.

Os preços do gás natural também “disparam”. Uma subida de quase 30% para entrega em Abril deste ano, de acordo com os dados nos Países Baixos. Para entrega em Junho, os aumentos chegam a 33%. E a Rússia também é um dos principais exportadores de gás natural.

https://zap.aeiou.pt/invasao-russia-ucrania-economia-barril-petroleo-115-euros-464326


“À data de hoje, não há gás natural liquefeito suficiente para substituir todo o gás russo” !


O CEO da Galp lembra que nem na Guerra Fria houve um corte da energia russa à Europa e que este cenário pode colocar ainda mais pressão sobre os preços do petróleo.

Em declarações ao Público, o presidente executivo da Galp, Andy Brown, antecipa que os preços do petróleo continuem a subir com a incerteza trazida pelo início da guerra na Ucrânia.

Brown antecipava que o barril ultrapassasse os 100 dólares, algo que já aconteceu esta manhã. “Está demasiado alto e isso não é bom”, considera, apontando a recuperação das economias pós-covid e a crise na Ucrânia e na Rússia como os factores que explicam estas subidas.

Apesar disto, o responsável da Galp afirma que isto “nunca é uma boa notícia” para uma petrolífera. “No curto prazo as petrolíferas têm mais lucros, mas todos os negócios precisam de enquadramentos estáveis para investir. Não é bom quando os consumidores têm de pagar demasiado pelos combustíveis. De alguma forma, isso até acelerará a mudança do sistema energético, porque as pessoas não vão querer pagar esses preços e vão querer mudar para veículos eléctricos”, afirma.

O problema não é só do petróleo, abrange também o gás tornando-se assim “um problema de electricidade”. “Não há energias que estejam baratas“, refere.

No caso de um corte do fornecimento de gás natural da Rússia à Europa, os Estados Unidos podem tornar-se uma alternativa, mas o CEO da GALP duvida que as importações aos americanos sejam suficientes.

“Hoje, os fornecimentos de gás da Rússia são 40% menores do que eram há um ano. Isso demonstra que, por um lado, a Europa está a sobreviver com menos gás russo. Porém, à data de hoje, não há suficiente gás natural liquefeito [GNL] disponível para substituir todo o gás russo. Há muita procura e muitas cargas que já têm comprador, muitas com destino à Ásia, por exemplo. Esta é a situação actual e leva muito tempo para construir nova capacidade de GNL”, considera.

As reservas da Europa são ainda “muito baixas”, pelo que a preocupação não é só “em relação aos fornecimentos”, mas também “relativamente ao armazenamento”.

“Podem ser feitas algumas coisas [para reduzir consumos], como por exemplo substituir o gás usado para a produção de electricidade por combustíveis líquidos, mas isso significaria que teríamos de comprar mais combustíveis líquidos, o que por sua vez colocaria mais pressão sobre os preços do petróleo“, afirma.

Brown recorda que nem durante a Guerra Fria houve cortes no fornecimento da energia russa à Europa, pelo que este cenário seria “uma mudança completa de paradigma”.

https://zap.aeiou.pt/nao-ha-gas-subsitituir-russo-464253

 

Rússia invade Ucrânia !


Meios de comunicação internacionais avançam que as primeiras movimentações bélicas já causaram 8 mortes e 11 feridos. Capital ucraniana com filas de quilómetros de carros com cidadãos que pretendem abandonar o território.

Quando faltavam 10 minutos para as 6h da manhã em Moscovo, e o Sol estava prestes a erguer-se na capital russa, Vladimir Putin falou aos seus compatriotas para anunciar o que há semanas os governos europeus e norte-americano vinham a antecipar, mas que o Kremlin insistiu em classificar como “especulações provocatórias“. Perante os pedidos dos rebeldes para que as forças russas lhes prestassem apoio militar contra a Ucrânia, Vladimir Putin acedeu, criando um pretexto para a invasão.

Fez saber que a Rússia iria iniciar uma “operação militar especial” com o objetivo de “desmilitarizar e desnazificar” a Ucrânia. O anúncio fez-se acompanhar de um aviso: “qualquer tentativa estrangeira de interferir com a ação russa levará a consequências nunca antes vistas“. Desde o anúncio até que os jornalistas de órgãos de comunicação social internacionais presentes na Ucrânia começarem a reportar as primeiras explosões e troca de tiros foram precisos apenas poucos minutos.

Há relatos de incidentes nas cidades de Kramastorsk, Belgorod, Kharkiv, Odesa, Ivano-Frankivsk, Mariupol ou até na capital, Kiev – onde as sirenes de emergência tocaram às 7h da manhã, hora local.

À mesma hora que Putin se dirigia aos Russos, a um oceano de distância, a Organização das Nações Unidas, que reunia o seu Conselho de Segurança a pedido da Ucrânia, deparava-se com uma total impotência. Sentados à mesma mesa, em Nova Iorque, estavam representantes dos Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, numa tentativa desesperada de travar um conflito que, naquela altura, já se havia iniciado. António Guterres, secretário-geral da ONU, disse-o taxativamente: “Presidente Putin, evite que as suas tropas entrem na Ucrânia”.

Na sala, os ecos do discurso do líder russo já se faziam sentir, com o embaixador ucraniano a usar palavras de Putin para elucidar os restantes países para os perigos que a Ucrânia corria a partir daquele momento. A mensagem parecia não surtir qualquer efeito junto do representante russo, Vasily Nebenzya, a dirigir a reunião, que continuava a negar a existência de uma guerra – ao mesmo tempo que se registavam explosões em Kiev. Segundo o próprio, o objetivo da operação é proteger a região de Donbass, a qual inclui as cidades de Donestsk e Lugansk.

Os incidentes armados sucederam-se nas primeiras horas do dia, mas as cidades ucranianas a amanhecerem com relativa calma, apesar dos ataques que acontecem sobretudo por via aérea. De acordo com os repórteres no local, o grande e principal sinal de que uma invasão está em curso vem das principais estradas de saída da capital ucraniana, com filas de quilómetros de carros com pessoas que pretendem abandonar não só Kiev, mas o país.

Nas redes sociais começam também a circular vídeos onde se podem ver as tropas russas a entrar em solo ucraniano, ainda que os avanços tenham ocorrido Norte, Leste e Sul – com especial destaque para a Crimeira, território anexado pela Rússia em 2014 no âmbito de outra operação armada. A agência Reuters noticia a morte de 8 pessoas e o ferimento de 11 como consequência das primeiras movimentações bélicas.

“Uma mulher e uma criança ficaram feridas na região de Konopot, onde um carro se incendiou. Na cidade de Podolsk, na região de Odessa, há sete mortos, sete feridos e 19 desaparecidos como resultado do bombardeiro. Na cidade de Mariupol, cidade de Donetsk, há um morto e dois feridos”, descreveu Anton Guraschenko, assessor do Ministério do Interior na plataforma Telegram.

No entanto, é provável que ao longo das próximas horas e dias surjam informações contraditórias relativamente ao número de baixas, com os dois lados a tentar exacerbar as suas conquistas bélicas. O mesmo acontece no que respeita à participação de forças externas no conflito. Inicialmente, as autoridades ucranianas davam conta da participação da Bielorrúsia no ataque, um cenário que o país já veio afastar.

Reações europeias e norte-americana

Ao início desta manhã, a presidente da Comissão Europeia anunciou novas “sanções pesadas” contra a Rússia depois do início dos ataques, deixando também o aviso para que Vladimir Putin “não subestimasse” a União Europeia.

“Estamos perante um ato de agressão sem precedentes por parte da liderança russa contra um país soberano e independente. O alvo dos russos não é apenas Donbass, o alvo não é apenas a Ucrânia, o alvo é a estabilidade na Europa e toda a ordem internacional de paz e responsabilizaremos o Presidente Putin por isso, pelo que, ainda hoje apresentaremos um pacote de sanções pesadas e direcionadas aos líderes europeus”, anunciou a responsável.

Ursula von der Leyen disse ainda, numa curta declaração à imprensa, que as novas medidas atingirão “setores estratégicos da economia russa, bloqueando o acesso a tecnologias e mercados que são fundamentais para a Rússia”.

“Enfraqueceremos a base económica da Rússia e a sua capacidade de modernização e, além disso, iremos congelar os ativos russos na União Europeia e impedir o acesso dos bancos russos aos mercados financeiros europeus.”

Já Josep Borrell, Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da União, descreveu as caracterizou os últimos acontecimentos na Ucrânia como “as horas mais negras para a Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O diplomata confirmou que os 27 chefes de Estado e governo europeus vão discutir e votar um “pacote de sanções mais forte e mais severo que alguma vez implementámos”.

“Uma grande potência nuclear atacou um país vizinho e ameaça represálias contra qualquer outro Estado que possa vir em seu socorro”, descreveu Borrel. “A União Europeia responderá com a maior veemência possível. A liderança russa enfrentará um isolamento sem precedentes”, assegurou.

Para além das sanções, a União Europa está também a preparar um programa de assistência urgente à Ucrânia.

Joe Biden, em comunicado, fala num “ataque injustificado” que vai resultar “em sofrimento e perdas humanas catastróficas”. “A Rússia, e apenas ela, é responsável pela morte e pela destruição que este ataque vai provocar”. O presidente norte-americano apontou ainda que “o mundo vai exigir contas” a Moscovo.

Ainda segundo o mesmo documento, Joe Biden vai reunir-se ao longo do dia de hoje com os homólogos do G7.

Presidente ucraniano promete “armas a quem quiser defender o país”

Volodimir Zelenskii, presidente da Ucrânia, escreveu no Twitter que o Governo do país dará armas “a quem quiser defender o país“. “Preparem-se para apoiar a Ucrânia nas praças das nossas cidades” afirmou o governante, incentivando a mobilização da população. Já numa publicação no Facebook, Valery Zalouzhni, comandante das Forças Armadas ucranianas, fez saber que o presidente do país ordenou às tropas de Kiev que infligissem o maior número de baixas às forças russas.

Posteriormente, numa declaração ao país, Volodymyr Zelensky também anunciou o corte das relações diplomáticas com a Rússia, recordando que a relação entre Kiev e Moscovo foi mantida mesmo depois de a Rússia ter anexado a península da Crimeia, em 2014.

https://zap.aeiou.pt/de-especulacoes-provocatorias-a-operacao-militar-especial-russia-invade-ucrania-464239


A que sabe a luz das estrelas ? Coca-Cola tem um novo sabor inspirado no Espaço !


A que sabe a luz das estrelas? A Coca-Cola Starlight, uma nova versão de edição limitada do refrigerante que vem nas versões normal e zero açúcar, chega à América do Norte, Europa e Ásia este mês.

Em comunicado, a Coca-Cola explicou que a Starlight é inspirada no Cosmos e incluiu notas que lembram a contemplação das estrelas em volta de uma fogueira, “bem como uma sensação de arrefecimento que evoca a sensação de uma viagem fria ao Espaço”.

“Coca-Cola Starlight combina o grande sabor da Coca-Cola com um toque do inesperado, incluindo uma tonalidade avermelhada“, acrescentou a empresa, citada pela CNN.

Ao contrário da “baunilha” ou da “cereja”, não está totalmente claro qual o sabor da luz das estrelas. Alguns internautas que viram imagens do novo produto online já há alguns meses partilharam algumas teorias.

Uma delas defendia que a Starlight tem sabor a framboesa, porque “uma rápida pesquisa no Google” permite-nos saber que o Espaço sabe a este fruto. Um artigo do The Guardian, datado de 2009, defendia que os astrónomos acreditavam que o centro da galáxia pode ter gosto a framboesa e cheiro de rum.

Mais recentemente, um YouTuber que experimentou o produto notou um sabor a “chocolate e bolacha“, uma teoria que levou outro internauta a tentar adivinhar que o sabor é de “s’mores” – marshmalows assados entre duas bolachas Graham Cracker barradas com chocolate.

A nova bebida é o primeiro produto de uma nova “plataforma de inovação” conhecida como Coca-Cola Creations, que envolve o uso de tecnologia de realidade aumentada e que inclui uma campanha de marketing digital com a cantora Ava Max.

“A Coca-Cola Creations pretende surpreender, encantar e envolver o público através de gostos, momentos e colaborações mágicos e inesperados – algo que sabemos que os nossos fãs têm vindo a esperar de nós”, disse Oana Vlad, diretora de estratégia de marca global da Coca-Cola, em comunicado.

O sabor refrescante e adocicado, com uma cor avermelhada e embalagem inspirada nas galáxias, já foi lançado nos Estados Unidos e prevê-se que esteja disponível na América do Norte, Europa e Ásia nos próximos dois meses.

https://zap.aeiou.pt/a-que-sabe-a-luz-das-estrelas-coca-cola-463872

 

“Intoxicação severa”: Emiliano Sala ficou inconsciente com monóxido de carbono antes de morrer !


O avançado argentino Emiliano Sala foi vítima de envenenamento por monóxido de carbono, momentos antes da sua morte.

Nos últimos testes realizados ao corpo de Emiliano Sala, verificou-se que o avançado argentino, que ia assinar contrato com o Cardiff, esteve exposto a níveis muito altos de monóxido de carbono antes da queda do avião em que seguia.

De acordo com a BBC, o patologista Basil Purdue escreveu no relatório final que o jogador já se encontrava “profundamente inconsciente” aquando da queda do avião no mar.

Os exames levados a cabo ao sangue do avançado detetaram uma saturação de monóxido de carbono na ordem dos 58%, alegadamente devido ao fumo libertado pelo motor da aeronave. Estes valores terão provocado uma “intoxicação severa” ao atleta.

Apesar de Purdue ter revelado que Sala morreu devido a lesões severas na cabeça e tronco, antes da morte, o antigo jogador terá ficado “profundamente inconsciente” no momento do impacto.

O avião que transportava o jogador argentino de 28 anos desapareceu dos radares em 21 de janeiro, pelas 20h, quando o futebolista e o piloto David Ibbotson, de 59 anos, seguiam viagem de Nantes para Cardiff, onde o atleta era esperado no dia seguinte para treinar no seu novo clube.

Os destroços da aeronave foram localizados por uma equipa de busca privada comandada pela família Sala e, no dia seguinte, um corpo foi localizado na aeronave. O avião foi encontrado no Canal da Mancha a cerca de 20 quilómetros a norte de Guernsey, perto da zona da sua última transmissão.

Emiliano Sala, que havia assinado por três anos e meio, foi a maior transferência já feita pelo clube galês.

https://zap.aeiou.pt/emiliano-sala-inconsciente-antes-morrer-464143

 

Covax tem, pela primeira vez, vacinas a mais para doar aos países mais pobres !


Iniciativa estima que as doações comecem a diminuir nos próximos meses, à medida que os países ricos fecham o ciclo da pandemia.

Depois de um ano a gerir os constrangimentos inerentes a um processo de vacinação global durante uma pandemia, a Covax, iniciativa internacional de partilha de vacinas contra a covid-19, tem finalmente vacinas a mais para doar pelos países mais pobres. De facto, nesta fase, o problema cinge-se mais à procura do que com a oferta, com a iniciativa a procurar um país, ou países, que necessitem de 300 milhões de doses.

Aquando do início do processo de vacinação – nas últimas semanas de 2020 e primeiras de 2021, dependendo dos territórios, – os países mais ricos do mundo adquiriam a maior parte das vacinas, inoculando as suas populações primeiro, criando um fosso de desigualdade também no que concerne às inoculações. Atualmente, mais de 70% das pessoas dos países ricos já foram vacinadas, ao passo que nos territórios mais pobres apenas um terço dos indivíduos estão imunizados por via da vacinação.

Quando a dificuldade deixou de ser a quantidade de vacinas disponíveis, os países enfrentaram dificuldades logísticas, como problemas nas cadeias de frio, mas também sociais, como hesitação vacinal ou falta de recursos económicos para apoiar a rede de distribuição.

Segundo a Reuters, em janeiro deste ano, a Covax tinha 436 milhões de vacinas para distribuir, mas os países abrangidos pelo programa pediram apenas 100 milhões de doses para serem distribuídas até ao final de maio. Esta foi a primeira vez em 14 rondas que a oferta por vacinas da covid-19 superou a procura.

Tal como explicou um porta-voz da Aliança Global para as Vacinas (Gavi), que administra a Covax juntamente com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Covax está agora numa situação em que há oferta atual suficiente para responder à procura, mas reconheceu que todo o o processo de vacinação que se segue à receção das vacinas tem falhas em vários países menos desenvolvidos.

“Só acabaremos com a lacuna da equidade de vacinas de uma vez por todas se pudermos ajudar os países a lançar os processos de vacinação rapidamente em em larga escala”, explicou o porta-voz. Ainda assim, ressalvou, que não forem atribuídas pela Covax nesta fase poderão ser alocadas no futuro.

No entanto, este atraso e o facto de existirem vacinas a mais é particularmente grave no caso das vacinas da Pfizer-BioNTech, que precisa de ser mantida a temperaturas ultra-negativas, a qual se tornou a principal vacina doada pelo programa global. Países africanos, como o Burundi e a Guiné-Conacri, têm lacunas em todas as etapas da cadeia de frio, tanto no que respeita ao território nacional como nos centros de distribuição locais, de acordo com uma investigação da UNICEF.

Este problema é naturalmente agravado pela falta de recursos económicos e reforça as preocupações de que a Covax não investiu com a devida rapidez nas infreaestruturas e equipamentos nos países que iriam receber as vacinas. Aliás, estima-se que as verbas destinadas a financiar estas iniciativas globais também comecem a escassear, à medida que que os países mais ricos começam a superar a pandemia.

De acordo com a Gavi, neste trimestre, apenas conseguiu angariar 195 milhões dos 5,2 mil milhões que estava a pedir, verba que será usada para adquiri e fazer o envio de vacinas, mas também fornecer seringas e apoio à entrega nos países mais pobres.

https://zap.aeiou.pt/covax-tem-pela-primeira-vez-vacinas-a-mais-para-doar-aos-paises-mais-pobres-464083

 

O problema nas sanções à Rússia: Se afectam a economia russa, afectam as economias ocidentais !


Especialistas não acreditam que os países do Ocidente vão deixar de importar energia da Rússia, ou anunciar sanções aos maiores bancos russos.

A partir do momento em que Vladimir Putin reconheceu a soberania das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, na Ucrânia, as reacções e as sanções multiplicaram-se.

A Comissão Europeia deverá condicionar as relações económicas entre a União Europeia e as duas regiões separatistas, prevendo também o congelamento de bens de dois bancos privados russos.

Os Estados Unidos da América repetem as sanções a dois bancos russos, alargando as sanções às “elites russas e respectivas famílias”.

Na Alemanha, o chanceler Olaf Scholz anunciou que vai interromper o processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2, para distribuição de gás natural russo à Alemanha. Mas o impacto real de decisões como esta é reduzido.

Os analistas da X-Trade Brokers, a XTB, sublinham esta ideia e indicam que o impacto é limitado e que várias sanções anunciadas, até agora, “são apenas simbólicas“.

“É uma lista de sanções longa mas a maioria dessas sanções não terá um impacto material sobre a economia russa”, indicam os especialistas da XTB.

Sobre a suspensão do processo do Nord Stream 2, “não se pode excluir que a suspensão seja levantada mais cedo ou mais tarde”.

E as sanções aos dois bancos russos não envolvem os maiores bancos da Rússia: Sberbank e VTB Bank.

As sanções teriam de ser outras, para travar realmente Putin. Mas há um problema: “Quaisquer medidas que resultam num maior impacto na economia russa também significariam um impacto negativo nas economias ocidentais”.

As sanções mais fortes seriam outras duas: deixar de importar energia proveniente da Rússia – e esta seria “o maior golpe para a economia russa” – sanções aos dois bancos russos já mencionados.

No entanto, os países do Ocidente também seriam muito afectados. A suspensão na importação de energia “não está sequer a ser considerada”; aliás, o maior receio é que pode ser Putin a anunciar essa suspensão, o que aumentaria muito os preços da energia na Europa. E as sanções aos maiores bancos iriam também interferir nos investimentos ocidentais na Rússia.

https://zap.aeiou.pt/sancoes-russia-economia-ocidente-464192

 

Sites do Governo da Ucrânia alvo de ciberataque !


A Ucrânia já confirmou o novo ataque de negação de serviço distribuído, também conhecido pela sigla DDoS, a sites estatais.

Citado pela Fox News, Mykhailo Fedorov, ministro da Transformação Digital da Ucrânia, referiu que as contínuas perturbações dos websites do Governo são o resultado de um novo ataque em massa de DDoS.

“Por volta das 16 horas, começou outro ataque em massa de DDoS ao nosso Estado”, disse Fedorov, no Telegram.

“Temos dados relevantes de vários bancos e há também problemas de acesso a site do Verkhovna Rada [Parlamento] (já em funcionamento), do Gabinete de Ministros e do Ministério dos Negócios Estrangeiros“, acrescentou.

O governante disse ainda que os sites em funcionamento conseguiram “mudar o tráfego para outro fornecedor de serviço de modo a minimizar os danos”.  

Segundo a agência de notícias russa Interfax, os ataques de negação de serviço distribuído aproveitam os limites de capacidade que se aplicam a todos os recursos de rede, como a infraestrutura que viabiliza o site de uma empresa, enviando solicitações para o recurso Web invadido.

O objetivo é exceder a capacidade do site e impedir, assim, o seu normal funcionamento.

Na semana passada, quatro sites do Governo ucraniano foram afetados por um ataque DDoS, incluindo do Ministério da Defesa, o Ministério das Forças Armadas e dois dos maiores bancos do país. Na altura, as autoridades ucranianas sugeriram que o ataque DDoS era de origem russa.

Durante esta semana, à medida que a escalada de tensão entre a Ucrânia e a Rússia se intensifica, as autoridades ucranianas adiantaram que estavam em curso planos de hackers para lançar grandes ataques a várias instituições.

Kiev exige “garantias de segurança”

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, exigiu esta quarta-feira “garantias de segurança” para o seu país, por parte do Ocidente e de Moscovo, perante a ameaça de uma invasão russa.

“A Ucrânia precisa de garantias de segurança claras e concretas, imediatamente“, disse Zelensky durante uma conferência de imprensa, em Kiev, com os seus homólogos da Polónia, Andrzej Duda, e da Lituânia, Gitanas Nauseda.

“Creio que a Rússia deve estar entre os países que devem dar essas garantias claras de segurança”, acrescentou, lembrando que se ofereceu repetidas vezes para se encontrar com o Presidente russo, Vladimir Putin, na tentativa de encontrar uma solução para a crise.

Zelensky aproveitou a conferência de imprensa para agradecer aos seus homólogos polaco e lituano pelo apoio e pelas entregas de armas e equipamento militar a Kiev, dizendo que o que está em jogo, nas fronteiras do seu país, é o futuro da Europa.

“Estamos unidos na crença de que o futuro da segurança europeia está a ser jogado agora, aqui, na Ucrânia”, explicou, referindo-se à escalada de tensão na região de Donbass, depois de, na segunda-feira, Moscovo ter anunciado o reconhecimento das autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e de Lugansk.

O Conselho de Segurança da Ucrânia pediu hoje que seja instaurado um estado de emergência no país face aos receios crescentes de uma iminente invasão russa.

Kiev já tinha anunciado a mobilização de reservistas, dos 18 aos 60 anos, e apelado aos seus cidadãos para saírem da Rússia, país que acusa juntamente com o Ocidente de estar a preparar uma ofensiva em grande escala no território ucraniano.

Conselho Europeu convocado de urgência para quinta-feira

O presidente do Conselho Europeu convocou uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) para quinta-feira, em Bruxelas, para discutir a escalada da tensão entre Ucrânia e Rússia.

“O uso da força e da coerção para mudar fronteiras não tem lugar no século XXI. Convoco um Conselho Europeu especial para amanhã [quinta-feira] em Bruxelas para discutir os últimos desenvolvimentos relacionados com a Ucrânia e a Rússia”, anunciou o presidente do Conselho, Charles Michel, no Twitter.

A cimeira será realizada em formato presencial e está agendada para as 20:00 de Bruxelas (19:00 de Lisboa).

https://zap.aeiou.pt/sites-governo-ucrania-alvo-ciberataque-464188

 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Uma startup suíça afirma ter descoberto os autores de QAnon !


Dois estudos na Suíça e em França apontam para Paul Furber e Ron Watkins como os prováveis autores de mensagens que iniciaram o movimento QAnon.

Segundo a Silicon Republic, os autores da teoria da conspiração QAnon, que desempenhou um papel importante nos ataques de janeiro de 2021 no Capitólio dos Estados Unidos, há muito que estão envoltos em mistério.

Pela primeira vez, dois estudos distintos afirmam agora ter utilizado a tecnologia para identificar quem está realmente por detrás da QAnon.

Um estudo realizado pela startup suíça OrphAnalytics identificou Paul Furber e Ron Watkins como os dois indivíduos que é mais provável que sejam os autores das primeiras mensagens QAnon, que apareceram em finais de 2017 no antigo 4chan, fórum banido por divulgar mensagens de ódio.

Entretanto, um estudo francês realizado por investigadores da École Nationale des Chartes em Paris também encontrou os mesmos dois indivíduos e apontou-os como responsáveis pela teoria da conspiração viral.

Ambos os estudos foram conduzidos por equipas de linguistas forenses, que utilizaram a tecnologia computacional para analisar os estilos de escrita de uma lista de potenciais autores, realizada por jornalistas de investigação.

Através de exemplos retirados de textos anteriores, compararam o estilo de escrita com mensagens QAnon em 4chan e, mais tarde, em 8chan.

O QAnon é um movimento que junta várias teorias da conspiração e que surgiu nos Estados Unidos em 2017.

O movimento nasceu na extrema-direita norte-americana em fóruns na internet, onde um anónimo, que se identificava como “Q”, publicava informações falsas afirmando ter informações secretas de agências de segurança sobre a elite corrupta que lidera os EUA, formada por pedófilos satanistas que sequestram e sacrificam crianças.

Em outubro de 2020, conspiracionistas portugueses inspirados nas teorias QAnon apresentaram uma denúncia à Procuradoria-Geral da República, na qual sugerem que Portugal e Espanha são governados por uma elite pedófila que se dedica ao tráfico sexual de menores.

O grupo tem enfrentado proibições em grandes plataformas de comunicação social, tais como Facebook e Twitter.

“O QAnon vai alimentar os estudos sociais durante muito tempo, e talvez mesmo a história, como um dos movimentos mais singulares e preocupantes do nosso tempo. A identificação dos seus autores e das suas motivações é de grande importância para orientar futuros debates”, afirmou Lionel Pousaz, co-fundador da OrphAnalytics.

Quem são?

Os dois homens identificados, Furber e Watkins, são ambos figuras conhecidas de direita, envolvidas no mundo da tecnologia.

Furber, descrito pelo The New York Times como o “primeiro apóstolo” do movimento QAnon, é um criador de software e jornalista sul-africano.

Watkins é um administrador do website americano que concorre ao Congresso no estado americano do Arizona.

Os dois estudos afirmam que as mensagens publicadas no 4chan entre outubro e dezembro de 2017 sob o nome de Q são muito provavelmente o resultado de uma colaboração entre Furber e Watkins, com Furber a desempenhar o papel principal. Ambos os homens negaram as alegações.

A OrphAnalytics realça que quando o QAnon se mudou para o novo fórum 8chan, propriedade do pai de Watkins Jim, Watkins foi provavelmente o único autor das mensagens. Segundo os investigadores, os vestígios do estilo de escrita de Furber diminuem por esta altura, enquanto Furber criticou publicamente as mensagens de QAnon no 8chan.

Em entrevista ao The New York Times, Furber não negou que a sua escrita se assemelhava às mensagens publicadas por Q no 4chan.

Em vez disso, argumentou que os posts feitos por Q o tinham influenciado ao ponto de o seu estilo de escrita ter sido alterado para corresponder a Q. Watkins elogiou as publicações, mas também disse ao The New York Times que não era Q.
Como é que os estudos foram realizados?

Ambos os estudos utilizaram tecnologia informática para analisar os estilos de escrita pessoais de variados possíveis autores.

O estudo da OrphAnalytics baseou-se em modelos estatísticos que contam e comparam pequenas cadeias de caracteres para extrair uma assinatura individual da pessoa. Este método, segundo a OrphAnalytics, tem sido utilizado em “vários contextos criminais”.

Entretanto, o estudo na École Nationale des Chartes utilizou IA e machine learning para alimentar um modelo com fragmentos de extratos de escrita dos potenciais autores, até que o modelo aprendesse o estilo de escrita única de cada indivíduo — um método utilizado em estudos literários.

Florian Cafiero, investigador do Centro Nacional Francês de Investigação Científica e co-autor do estudo, referiu que é possível que o verdadeiro autor das mensagens QAnon “simplesmente não faça parte da nossa lista restrita“, mas acrescentou que os resultados de ambos os estudos são “bastante claros”.

“No segundo período [2018 em diante], uma semelhança estilística acidental entre Watkins e um autor ainda por identificar parece bastante improvável“, acrescentou o investigador.

Claude-Alain Roten, CEO da OrphAnalytics, partilhou a mesma confiança nos resultados. “O simples facto de duas abordagens muito diferentes apontarem para os mesmos indivíduos é, por si só, uma forte evidência. Porque unimos forças, podemos estar bastante confiantes nos nossos resultados”.

https://zap.aeiou.pt/uma-start-up-suica-autores-de-qanon-463936





“Isto é o início de uma invasão da Ucrânia”: Biden anuncia novas sanções contra a Rússia !


Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, anunciou esta tarde as sanções do país à Rússia, que vão “muito além das impostas em 2014”.

“Ontem, Putin reconheceu duas regiões da Ucrânia como independentes e, de forma bizarra, considerou que já não fazem parte da Ucrânia”, começou por dizer o Presidente norte-americano, sublinhando que o seu homólogo russo “cortou um grande pedaço” do terreno soberano da Ucrânia.

“Isto é o início de uma invasão da Ucrânia“, frisou Joe Biden, lembrando que Vladimir Putin pediu autorização da Duma para enviar tropas para fora do país, um pedido entretanto aceite. “Acreditamos que Vladimir Putin preparou o raciocínio para justificar uma expansão mais profunda dentro do território ucraniano.”

Considerando que a Rússia “não tem direito” de declarar a existência de novos países em território ucraniano, salientou que esse reconhecimento dos movimentos independentistas nas regiões do leste “é uma flagrante violação do direito internacional“.

Desta forma, prosseguiu, os Estados Unidos vão avançar com sanções a dois bancos russos, assim como às “elites e seus familiares“.

“A partir de amanhã, e nos dias seguintes, vamos também impor sanções contra as elites russas e respetivas famílias que partilham dos ganhos corruptos das políticas do Kremlin, e também devem partilhar as dores”, explicou, citado pelo Observador.

Biden anunciou também mais um reforço de tropas norte-americanas nos países da NATO do leste da Europa. “São posições defensivas. Não temos intenção de lutar com a Rússia”, esclareceu o Presidente.

“Defender a liberdade vai ter custos, para nós, aqui em casa também”, disse Biden, garantindo, logo de seguida, que irá tentar “limitar a dor infligida aos americanos quando abastecerem os carros” – uma referência a uma possível subida nos preços do petróleo.

“Vou tomar medidas robustas para garantir que a dor das sanções é dirigida à economia russa e não à nossa”, assegurou.

O discurso à nação terminou com a esperança de “que a diplomacia ainda esteja disponível” para servir de solução e, assim, evitar “o sofrimento de milhões de pessoas”. Os Estados Unidos vão continuar a dialogar para evitar um conflito.

A União Europeia (UE) também anunciou, esta tarde, um pacote de sanções contra a Rússia, que surge após Vladimir Putin ter assinado, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as autoproclamadas repúblicas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste da Ucrânia), e de ter ordenado a mobilização do exército russo para “manutenção da paz” nestes territórios separatistas pró-russos.

A decisão de Putin foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.

Em 2014, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia, depois da queda do Governo pró-russo em Kiev, e elaborou um referendo sobre o regresso do território à Federação Russa. Desde então, Kiev está em conflito com separatistas pró-russos no leste do país.

https://zap.aeiou.pt/biden-anuncia-novas-sancoes-russia-464013


Mistério do Apple-1 desvendado - Já sabemos quem escreveu os números de série à mão !


O Apple-1 foi o primeiro computador produzido pela Apple, em 1976. Algumas das unidades remanescentes da máquina possuem números de série escritos à mão – e quase 50 anos depois, ninguém sabia ao certo quem os escreveu. Até agora.

Segundo o portal 9to5Mac, Steve Wozniak, co-fundador da Apple que concebeu e montou à mão o primeiro Apple-1, negou que os números tivessem a sua caligrafia.

Seguiram-se Steve Jobs e Daniel Kottke, o empregado encarregado da montagem e teste de algumas das placas de circuito, que também rejeitaram terem sido os autores da inscrição, adensando o mistério.

Uma das hipóteses mais populares deste longo enigma à volta da empresa de Cupertino apontava para Paul Terrell, o proprietário da loja que comprou as primeiras 50 unidades do computador, mas o responsável acabou por também negar.

Para pôr fim à especulação, Achim Baqué, curador do site Apple-1 Registry, que inclui um catálogo de todas as unidades do Registo Apple-1 conhecidas, viajou da Alemanha para os Estados Unidos e recorreu aos serviços da PSA, uma empresa que fornece serviços de autenticação para autógrafos e outras caligrafias manuscritas.

Os peritos recolheram todas as imagens disponíveis do número de série em questão e realizaram uma análise grafológica longa e complexa.

Os resultados, conhecidos três meses depois do início deste trabalho, colocaram um ponto final neste misterioso caso: o autor foi Steve Jobs. Já a razão pela qual o co-fundador da Apple marcou estas unidades é um segredo que ficará por resolver para sempre.

O Apple-1 foi o primeiro modelo de computador produzido pelo gigante da tecnologia.
Chegou às lojas em 1976, tendo sido produzidas apenas 200 unidades. As primeiras 100 tinham o número de série escrito à mão na placa principal no formato “01-00###”.
 
https://zap.aeiou.pt/misterio-do-apple-1-desvendado-463971



UE aprova por unanimidade pacote de sanções para “atingir e muito” a Rússia !

Josep Borrell, Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da União Europeia (UE)
O pacote de sanções à Rússia tem como objetivo “atingir e muito” as autoridades do país, após reconhecimento de territórios separatistas no leste ucraniano.

O chefe da diplomacia da União Europeia anunciou, esta terça-feira, a aprovação, por unanimidade entre os 27 Estados-membros, de um pacote de sanções à Rússia, visando “atingir e muito” as autoridades russas, após reconhecimento de territórios separatistas no leste ucraniano.

“Devido a esta situação, hoje, os países europeus deram uma resposta rápida […] e chegaram a um acordo unânime entre os 27 Estados-membros para adotar um pacote de sanções que apresentei ao Conselho após longas horas de negociações”, anunciou Josep Borrell, em conferência de imprensa em Paris, após uma reunião convocada de urgência na véspera para discutir a imposição de sanções à Rússia.

Vincando que “este é um momento particularmente perigoso para a Europa”, o Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança apontou que este pacote de sanções “atingirá a Rússia e atingirá muito”.

“Estamos em forte coordenação com os nossos parceiros, Estados Unidos, Reino Unido e Canadá, com os quais tenho estado em estreito contacto durante estas horas”, afirmou Borrell, ameaçando “aumentar o nível de sanções substancialmente consoante o comportamento russo”.

Em concreto, as sanções aprovadas abrangem 27 indivíduos e entidades e 350 membros da câmara baixa do Parlamento russo (Duma).

No que toca às sanções financeiras, preveem-se restrições às relações económicas da UE com as duas regiões separatistas, de Donetsk e Lugansk, bem como o congelamento de bens de dois bancos privados russos, especificou Josep Borrell.

Falando na ocasião em representação da presidência francesa do Conselho da UE, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros destacou que “a situação é grave ou muito grave”, razão pela qual “os 27 Estados-membros chegaram a um acordo” sobre o pacote de sanções.

A reunião informal dos chefes da diplomacia europeia realizou-se após uma reunião organizada pela Presidência francesa sobre as relações da União e os países da região Indo-Pacífico. Segue-se agora uma reunião dos embaixadores dos Estados-membros junto da UE, para o aval final do pacote de sanções, ainda hoje.

A posição da UE surge após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as autoproclamadas repúblicas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste da Ucrânia), e de ter ordenado a mobilização do exército russo para “manutenção da paz” nestes territórios separatistas pró-russos.

A decisão de Putin foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.

Em 2014, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia, depois da queda do Governo pró-russo em Kiev, e elaborou um referendo sobre o regresso do território à Federação Russa. Desde então, Kiev está em conflito com separatistas pró-russos no leste do país.

A guerra no leste da Ucrânia entre as forças de Kiev e milícias separatistas fizeram até ao momento mais de 14 mil mortos, de acordo com as Nações Unidas.

UE vai dificultar ao máximo vida ao Kremlin

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, saudou o pacote de sanções contra a Rússia e prometeu que a União Europeia vai “tornar tão difícil quanto possível para o Kremlin a prossecução das suas políticas agressivas”.

Numa declaração em Bruxelas, Von der Leyen advertiu que “se a Rússia continuar a agravar esta crise que criou”, a UE está pronta a tomar rapidamente “novas medidas em resposta”.

Relativamente às sanções aprovadas pelos 27, a representante considerou tratar-se de um “sólido pacote”, com “uma série de medidas calibradas”, que constituem “uma resposta clara às violações do direito internacional por parte do Kremlin (Presidência russa)”.

“As sanções visam diretamente os indivíduos e empresas envolvidos nestas ações. Visam os bancos que financiam o aparelho militar russo e contribuem para a desestabilização da Ucrânia. Estamos também a proibir o comércio entre as duas regiões separatistas e a UE — tal como fizemos após a anexação ilegal da Crimeia em 2014. E, finalmente, estamos a limitar a capacidade do Governo russo de angariar capital nos mercados financeiros da UE”, apontou.

“A Rússia fabricou esta crise e é responsável pela atual escalada. Vamos agora finalizar rapidamente o pacote de sanções. E iremos coordenar estreitamente com os nossos parceiros, como temos feito até agora”, acrescentou.

A dirigente alemã disse ainda estar totalmente de acordo com o Governo alemão relativamente ao gasoduto Nord Stream 2, para a distribuição de gás natural russo à Alemanha, cujo processo de certificação foi interrompido por Berlim.

https://zap.aeiou.pt/ue-aprova-pacote-sancoes-russia-464008


Parlamento aprova pedido de Putin para envio de forças militares para o Donbass !


A câmara alta do Parlamento federal russo aprovou, por unanimidade, o pedido para o envio de forças militares para o estrangeiro.

Vladimir Putin pediu, esta terça-feira, à câmara alta do Parlamento russo, o Conselho da Federação, permissão para usar a força do exército russo fora do território nacional.

O pedido foi feito esta tarde e já foi aprovado. A notícia surge menos de 24 horas depois de Putin ter autorizado a mobilização de tropas nas repúblicas separatistas de Donetsk e Luhansk.

De acordo com o Público, a medida autoriza o Governo russo a enviar contingentes das Forças Armadas para os dois territórios, reconhecidos como Estados independentes por Moscovo desde segunda-feira. A autorização entra imediatamente em vigor e o Governo pode começar a mobilizar tropas.

Apesar disso, o responsável russo Andrei Rudenko disse que a Rússia não prevê por agora deslocar tropas para as repúblicas separatistas, apesar de ter assinado um tratado de assistência mútua com os dois territórios pró-russos.

“Não vamos especular. De momento, não estamos a planear enviar nada para lado nenhum”, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo à agência de notícias russa Interfax, quando questionado sobre o envio de uma possível ajuda militar para Donetsk e Lugansk.

Rudenko assinalou que a Rússia pode recorrer ao envio de tropas, com base no tratado de assistência mútua ratificado hoje pelas partes, caso surja uma ameaça contra Donetsk e Lugansk. “Se houver uma ameaça, é claro que forneceremos assistência de acordo com o tratado que foi ratificado.”

Os textos dos acordos bilaterais entre Moscovo e as duas repúblicas separatistas também implicam a proteção conjunta das suas fronteiras com a Rússia e a possibilidade de uso de bases militares e de infraestruturas militares.

Um dos artigos dos tratados estabelece expressamente que, para garantir a segurança, a paz e a estabilidade, cada uma das partes concederá à outra o direito de construir, usar e melhorar as suas infraestruturas militares e bases militares nos respetivos territórios.

As formas de execução deste direito estarão sujeitas a outros acordos separados.

Além disso, as partes poderão tomar as medidas à sua disposição para combater em conjunto “contra atos de agressão de outros países ou grupos de países” e para prestar uma assistência mútua caso seja necessária, incluindo assistência militar.

Os signatários dos documentos também poderão realizar consultas urgentes “quando uma das partes considerar que há uma ameaça de ataque” para garantir conjuntamente a segurança da parte ameaçada, segundo o mesmo documento.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, disse esta terça-feira que a Rússia “continua aberta ao diálogo” sobre a crise na Ucrânia. “Mas queremos saber sobre o que vamos dialogar. Se for apenas para humilhar a Rússia e culpá-la de tudo, não haverá diálogo”, afirmou.
“Momento mais perigoso da segurança europeia numa geração”

Também esta tarde, o secretário-geral da NATO descreveu a situação como o “momento mais perigoso na segurança europeia” para uma inteira geração.

“Tudo indica que a Rússia continua a planear um ataque em grande escala à Ucrânia. Continuamos a apelar à Rússia para se afastar. Nunca é tarde de mais para não atacar”, disse Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa.

Para Stoltenberg​, as ações da Federação Russa são uma “violação flagrante do direito internacional”. A NATO, salvaguardou, vai “continuar a fornecer um forte apoio político à Ucrânia“.

Vladimir Putin reconheceu oficialmente a independência das repúblicas separatistas de Luhansk e Donetsk, a leste da Ucrânia, esta segunda-feira, num discurso ao país no qual o Presidente russo sublinhou que a ideia da existência da Ucrânia foi criada pela Rússia durante a União Soviética.

A declaração foi encarada como provocatória. A mobilização de tropas russas para a “manutenção da paz” nos dois territórios separatistas por parte de Putin teve como reação a imposição de sanções esta terça-feira.

https://zap.aeiou.pt/parlamento-aprova-pedido-de-putin-463986


Sanções da UE incluem Duma e bancos privados russos - Berlim suspende gasoduto Nord Stream 2 !


As sanções da União Europeia (UE) à Rússia, propostas aos Estados-membros, abrangem 27 entidades e membros do parlamento russo (Duma), bem como o congelamento de bens de bancos privados russos e restrições económicas às regiões separatistas.

A informação foi avançada à Lusa por fontes europeias, que indicaram que o “primeiro pacote de medidas restritivas foi apresentado hoje em COREPER II [Comité de Representantes Permanentes dos Governos dos Estados-Membros da União Europeia]”, abrangendo uma “lista de 27 entidades”, bem como “nomes de membros da Duma”, a câmara baixa da Assembleia Federal da Rússia (parlamento), num total de cerca de 350.

As mesmas fontes especificaram que, no que toca às sanções financeiras, “a Comissão Europeia irá propor restrições às relações económicas da União Europeia (UE) com as duas regiões” separatistas, de Donetsk e Lugansk, estando ainda previsto o “congelamento de bens de dois bancos privados russos”.

Estas sanções – que ainda terão de ser aprovadas pelos Estados-membros – surgem após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as regiões separatistas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste), e de ter ordenado a entrada das forças armadas russas naqueles territórios ucranianos numa missão de “manutenção da paz”.

Hoje à tarde, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia vão analisar, numa reunião informal marcada de urgência em Paris, a imposição destas sanções à Rússia.  

Para o final do dia, está ainda marcada uma nova reunião dos embaixadores dos Estados-membros junto da UE (COREPER II), para o aval final a este pacote de sanções.

“Para já, não está em cima da mesa a convocação de uma reunião de líderes” da UE, adiantaram as fontes europeias à Lusa.

Na segunda-feira, Vladimir Putin ordenou a mobilização do exército russo para “manutenção da paz” nos territórios separatistas no leste da Ucrânia, que reconheceu como independentes.

Putin assinou dois decretos que pedem ao Ministério da Defesa russo que “as Forças Armadas da Rússia assumam as funções de manutenção da paz no território” das “repúblicas populares” de Donetsk e Lugansk.

Em 2014, a Rússia invadiu o leste da Ucrânia e anexou a península da Crimeia, território ucraniano.

A guerra no leste da Ucrânia entre as forças de Kiev e separatistas pró-Rússia fizeram até ao momento mais de 14 mil mortos, de acordo com as Nações Unidas.

Também hoje, em declarações durante a conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, em Bruxelas, o porta-voz principal da instituição apontou sem especificar que “estas sanções incluirão os envolvidos na decisão de reconhecimento da independência destes territórios”.

De acordo com Eric Mamer, o pacote de sanções “será dirigido às entidades dos territórios em questão, mas também fazendo que a própria Rússia pague um custo e que seja mais difícil a continuação das atividades russas nestas áreas e na Ucrânia em geral”.

“O que podemos dizer é que as propostas que são colocadas sobre a mesa dos ministros dos Negócios Estrangeiros não são simplesmente um espelho do que foi proposto para a Crimeia em 2014”, adiantou o porta-voz.

Falando numa “violação flagrante” das leis internacionais com o reconhecimento russo, Mamer adiantou que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, “tem estado em contacto com os vários chefes de Estado e de Governo da UE e com os parceiros internacionais para […] coordenar as sanções”.

Donetsk e Lugansk: Putin reconhece independência e envia militares para “manter a paz”
Alemanha suspende gasoduto russo Nord Stream 2

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que Berlim tomou medidas para interromper o processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2, para distribuição de gás natural russo à Alemanha.

Scholz disse aos jornalistas em Berlim que o Executivo alemão está a tomar medidas para responder às ações de Moscovo na Ucrânia.

“Sem essa certificação, o Nord Stream 2 não pode ser colocado em funcionamento“, disse Scholz durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, acrescentando que o assunto vai ser “reexaminado” pelo governo alemão.

Por outro lado, Scholz apelou aos esforços diplomáticos entre os “ocidentais” e a Rússia para que seja evitada “uma catástrofe”, referindo-se ao reconhecimento da Rússia da independência das autoproclamadas repúblicas populares (separatistas) do leste da Ucrânia.

​​​​​​​”São importantes as primeiras sanções para evitar um novo agravamento e uma catástrofe”, disse o chanceler alemão.

“O objetivo de todos são os esforços diplomáticos“, acrescentou Scholz, sublinhando que “oitenta anos depois do final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) uma guerra ameaça a Europa de Leste”.
Reino Unido apresenta sanções

Esta manhã, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou a “primeira tranche” de sanções, que incluem cinco bancos russos com operações no Reino Unido e três executivos de alto padrão.

“O Reino Unido está a sancionar os seguintes bancos: Rossiya, IS Bank, General Bank, Promsvyazbank e o Black Sea Bank, assim como três indivíduos” – Gennady Timchenko, Igor Rotenberg e Boris Rotenberg.

Os indivíduos não vão poder viajar até ao Reino Unido e nenhuma instituição, empresa ou cidadão britânico pode estabelecer negócios com estas três pessoas. Além disso, os bens que detêm nas instituições bancárias britânicos estão, a partir de agora, congelados.

“Esta é a primeira tranche do que estamos preparados para fazer. Temos mais sanções já prontas para serem implantadas, em conjunto com as dos Estados Unidos e da União Europeia”, anunciou, citado pelo Expresso.

Boris criticou ainda o Presidente russo por “violar flagrantemente os Acordos de Minsk ao reconhecer a independência das províncias de Donetsk e Luhansk” e o seu “tom inflamatório”, ao negar que a Ucrânia tenha tradição de ser um Estado soberano.

https://zap.aeiou.pt/sancoes-da-ue-incluem-duma-e-bancos-privados-russos-berlim-suspende-gasoduto-nord-stream-2-463925


Preço do petróleo atinge máximos de sete anos - Bolsas caem após crise da Ucrânia !


Europa é o principal cliente do petróleo e do gás natural da Rússia. Economia alemã melhora expectativas com alívio da covid-19. Gás natural dispara 7%.

As bolsas asiáticas fecharam no vermelho, as europeias abriram a cair, os preços da energia sobem em flecha e investidores procuram refúgio no ouro ou títulos do tesouro, depois das notícias vindas da Ucrânia na segunda-feira à noite.

Segundo o Público, o confronto entre governo russo e governos do Ocidente continua a escalar e o mesmo acontece com os preços do petróleo, que atingiram um valor máximo dos últimos sete anos.

Segundo agências internacionais, nesta terça-feira, o preço do barril de crude (Brent), no mercado de futuros, já subiu 2,4% nesta manhã, para 97,66 dólares.

O receio de problemas na exportação de energia a partir da Rússia, com eventuais sanções económicas por parte do Ocidente no horizonte, estará associado a este movimento de preços.

Ainda na energia, o gás natural para entrega no próximo mês na Europa viu o preço subir 7%, para 78,50 euros por MWh.

A Europa é o principal cliente do petróleo e do gás natural russo, sendo por isso a principal fonte de receita para Moscovo.

Se a subida da inflação já tinha posto em cima da mesa uma antecipação da subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu, a pressão contínua sobre os preços do gás e do petróleo acrescentam ainda mais volatilidade.

Nem tudo são más notícias nesta manhã. Na Alemanha, as expectativas dos empresários da maior economia europeia são as melhores desde o verão de 2021, apesar da crise ucraniana ser reconhecidamente apontada como um fator de risco.

De acordo com o índice mensal que mede a confiança dos empresários alemães, o sentimento “melhorou consideravelmente” em fevereiro.

O índice medido pelo instituto bávaro Ifo (instituto de pesquisa económica em Munique) regista uma subida de 96 pontos em janeiro para 98.9 em fevereiro.

Segundo o instituto, esta melhoria fez-se sentir tanto no setor industrial como nos serviços e na construção e comércio.

Deve-se à perceção alemã de que a crise do coronavírus terá aliviado depois de se ter ultrapassado o pico de infeções pela variante Ómicron.

No mercado monetário, o cenário para já é de maior acalmia, mas o rublo caiu para mínimos em 15 meses, para 80 rublos por dólar.

O índice bolsista russo Moex já tinha caído 10,5% na sessão anterior e mantém a tendência, caindo mais 9%. É a maior quebra desde 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia.

As bolsas asiáticas preparavam-se para o pior dia do mês, depois de o Presidente russo, Vladimir Putin ter anunciado que reconhecia duas províncias separatistas na Ucrânia e que ordenara o envio de “forças de paz” para as autoproclamadas repúblicas Donetsk e Lugansk.

O índice de Hong Kong caiu mais de 3%. O de Tóquio escorregou 1,7% e na China houve uma quebra de 1,3%. Coreia do Sul também estava em terreno negativo. Em Wall Street, a segunda-feira já tinha fechado nessa tónica.

Antevia-se por isso uma manhã no vermelho quando a Europa despertasse e assim acontece. O Stoxx 600 perdia 0,89% às 9h, tendo Lisboa alinhado na mesma tendência das suas congéneres europeias.

No arranque do dia, o índice principal da bolsa portuguesa chegou a desvalorizar 2,26%, estando a cair 0,36% para 5473,56, cerca das 9h.

A ameaça de guerra no leste da Europa leva investidores a procurar alternativas menos voláteis do que o mercado das ações.

Os títulos do Tesouro nos EUA subiram, empurrando o rendimento a dez anos abaixo de 1,90%. O preço do ouro, por seu lado, tem estado a oscilar.

https://zap.aeiou.pt/preco-do-petroleo-em-maximos-de-sete-anos-bolsas-caem-apos-crise-da-ucrania-463850

“As próximas horas serão críticas” na Ucrânia: reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU !


A Rússia foi ao Conselho de Segurança acusar Kiev de violar os Acordos de Minsk. A China manteve-se neutra, pedindo mais diplomacia.

Segundo o Expresso, o Conselho de Segurança reuniu-se esta segunda-feira (madrugada de terça em Lisboa) de emergência para, durante uma hora e meia, discutir a tensão galopante entre a Rússia e a Ucrânia.

O encontro na sede da ONU, em Nova Iorque, decorreu numa altura em que a Rússia detém a presidência do Conselho de Segurança e a Ucrânia nem sequer integra os membros rotativos.

Enquanto membro permanente com poder de veto, a Rússia poderia bloquear qualquer ação proposta na reunião.

Vasily Nebenzya, representante permanente da Rússia na ONU, foi lá assegurar que o seu país “continua aberto a uma solução diplomática“, sendo que “o importante agora é evitar a guerra e obrigar a Ucrânia a pôr fim às hostilidades e provocações contra Donetsk e Lugansk”.  

Aquelas regiões declararam independência em 2014, sublinhou o diplomata, mas só agora é que a Rússia a reconheceu.

Há oito anos, “a esperança era que a Ucrânia parasse de falar por meio de canhões, tiros e ameaças”, acrescentou, acusando Kiev de violar os Acordos de Minsk — uma acusação que o representante ucraniano viria a devolver à Rússia.

A China, único aliado potencial da Rússia com assento permanente no Conselho de Segurança, apelou a que se encontre “uma solução pacífica“.

Pela voz do seu representante permanente nas Nações Unidas, Zhang Jun, a China pediu “contenção” a todas as partes.

Numa curta declaração, o embaixador resumiu a situação atualmente vivida na Ucrânia como resultante de “várias questões complexas”.

A Ucrânia não integra atualmente a dezena de membros rotativos do Conselho de Segurança mas, tendo em conta a situação que se vive no seu país, o embaixador foi autorizado a falar e acusou a Rússia de se retirar “unilateralmente” dos Acordos de Minsk e de “legalizar a presença das suas tropas” em território ucraniano.

Sergiy Kyslytsya não tem dúvidas de que “a ONU está doente” porque foi “atingida pelo vírus disseminado pelo Kremlin”. “Está nas mãos dos membros” da organização saber se “sucumbiremos a este vírus”, defendeu.

“É fundamental percebermos quem são os nossos amigos agora”, sublinhou, acrescentando que a Ucrânia espera “passos claros e efetivos” dos seus parceiros.

Mas uma coisa é certa, garantiu: “Estamos na nossa terra. Não temos medo de nada nem de ninguém. Não devemos nada a ninguém. As fronteiras internacionais da Ucrânia são e permanecerão imutáveis.”

Já a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, advertiu que “as consequências das ações da Rússia serão terríveis” não apenas na Ucrânia, mas também no resto da Europa e no mundo.

A decisão de Putin de reconhecer Donetsk e Lugansk, regiões separatistas da Ucrânia, como independentes não passa de “um pretexto para mais uma invasão” do país, acusou.

Linda Thomas-Greenfield classificou como “um disparate” descrever as tropas enviadas para as regiões pró-russas como “forças de manutenção de paz”.

“Olhar para o lado face a uma hostilidade destas resulta num preço alto a pagar”, avisou a embaixadora americana, apoiando-se nos ensinamentos que “a história nos dá”. “Ninguém pode ficar a assistir nos bastidores”, apelou.

A representante dos EUA acusou ainda Putin de querer “recuar a um tempo em que os impérios dominavam o mundo“, mas lembrou que “não estamos em 1919, estamos em 2022”.

“As Nações Unidas foram fundadas no princípio da descolonização, não da recolonização. E acreditamos que a grande maioria dos Estados-membros da ONU e o Conselho de Segurança estão empenhados em avançar e não em recuar no tempo”, disse ainda.

O representante da Rússia no Conselho de Segurança da ONU, Vassily Nebenzia, acrescentou também que o país “não quer um banho de sangue em Donbass“, região do leste da Ucrânia, segundo a TSF.

“Planeamos anunciar novas sanções contra a Rússia amanhã em resposta às decisões e ações tomadas hoje por Moscovo. Estamos a coordenar este anúncio com nossos aliados e parceiros”, disse um porta-voz da Casa Branca à AFP.

Na segunda-feira, o presidente norte-americano Joe Biden já tinha emitido uma ordem executiva que proíbe qualquer novo investimento, comércio ou financiamento norte-americano nas regiões de Donetsk e Lugansk.

Estas foram algumas das declarações mais impactantes proferidas pelos representantes dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia), por uma alta representante da ONU e pelo representante permanente da Ucrânia nas Nações Unidas:
  • “O risco de conflito militar é real. As próximas horas serão críticas.”
    Rosemary DiCarlo, vice-secretária-geral das Nações Unidas
  • “Putin quer recuar a um tempo em que os impérios dominavam o mundo.”
    Linda Thomas-Greenfield, representante permanente dos EUA na ONU
  • “A ONU está doente porque foi atingida pelo vírus disseminado pelo Kremlin.”
    Sergiy Kyslytsya, representante permanente da Ucrânia nas Nações Unidas
  • “O importante agora é evitar a guerra e obrigar a Ucrânia a pôr fim às hostilidades.”
    Vasily Nebenzya, representante permanente da Rússia na ONU
  • “A Rússia deixou-nos à beira do abismo. Um desprezo claro pela lei internacional.”
    Barbara Woodward, representante permanente do Reino Unido nas Nações Unidas
  • “Foi uma violação flagrante da integridade territorial da Ucrânia.”
    Nicolas de Revière, representante permanente de França na ONU
  • “A China pede contenção a todos e apela a que se encontre uma solução pacífica.”
    Zhang Jun, representante permanente da China nas Nações Unidas

Marcelo e Costa condenam decisão russa

Segundo o Público, António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa destacam que “o reconhecimento russo das duas regiões separatistas da Ucrânia viola claramente os acordos de Minsk e põe em causa a integridade territorial da Ucrânia”.

O primeiro-ministro, António Costa, condenou esta segunda-feira “veementemente” o reconhecimento russo de duas regiões controladas por separatistas em território ucraniano e manifestou “total solidariedade” com a Ucrânia.

Esta posição foi transmitida por António Costa numa mensagem que publicou na sua conta na rede social Twitter.

“O reconhecimento russo das duas regiões separatistas da Ucrânia viola claramente os acordos de Minsk e põe em causa a integridade territorial da Ucrânia. Condenamos veementemente esta acção e manifestamos total solidariedade para com a Ucrânia”, escreveu o líder do executivo português.

Antes desta posição por parte de António Costa, a União Europeia (UE) condenou a “grave violação” do direito internacional no reconhecimento por parte do Presidente russo, Vladimir Putin, da independência dos territórios separatistas pró-Rússia, garantindo uma resposta ocidental “com unidade e firmeza”.

“O reconhecimento dos dois territórios separatistas na Ucrânia é uma violação flagrante do direito internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos de Minsk”, reagiram os presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Em declarações aos jornalistas a partir de Haia, nos Países Baixos, o Presidente da República sublinhou as palavras de António Costa, assumindo a mesma posição da União Europeia e do Governo português — que classificou de “muito simples”.

“O reconhecimento da soberania das duas regiões separatistas da Ucrânia representa uma violação clara dos acordos de Minsk e põe em causa a integridade territorial da Ucrânia.

Daí a União Europeia, tal como Portugal e os demais Estados-membros da UE, condenarem veementemente este procedimento e manifestarem a total solidariedade relativamente à Ucrânia”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Dirigindo-se aos portugueses que estão na Ucrânia, o Presidente da República destacou que “tudo aquilo que tem sido comunicado aos portugueses pelo Governo português, nomeadamente pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, é que Portugal acompanha exatamente aquilo que se vai passando quanto aos seus compatriotas residentes ou que se encontrem na Ucrânia”.

Além disso, disse, as autoridades portuguesas têm “presente no seu espírito” a comunidade ucraniana que “é grande e importante no nosso país, com uma dimensão superior àquela que porventura existe noutros países da UE”.

Marcelo escusou-se a prestar mais declarações sobre o assunto, reafirmando que a sua posição “corresponde quase ponto por ponto à posição da UE“.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a mobilização do Exército russo para “manutenção da paz” nos territórios separatistas pró-russos no Leste da Ucrânia, Donetsk e Lugansk, que reconheceu esta segunda-feira como independentes, segundo noticia a agência France Presse (AFP).

Ainda antes deste anúncio oficial, o chefe da diplomacia portuguesa tinha dito que a UE insta o Presidente russo, Vladimir Putin, a não reconhecer a independência dos territórios separatistas pró-Rússia no Leste da Ucrânia, classificando-o como “violação flagrante” dos acordos internacionais.

“Os ministros estrangeiros da União Europeia instam o senhor Putin a não dar esse passo porque isso significaria uma violação flagrante dos acordos de Minsk, os acordos que ele supostamente diz querer aplicar”, declarou Augusto Santos Silva.

Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas após uma reunião entre os 27 ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, o ministro português da tutela vincou que “esse passo significaria uma violação flagrante dos acordos de Minsk”.

“Nós julgamos que os acordos de Minsk e os formatos que eles criaram, designadamente o trabalho conjunto ou o contacto entre França, Alemanha, Ucrânia e a Rússia constituem o melhor instrumento de que nós dispomos, o melhor instrumento até agora disponível, para gerir esta crise gravíssima de segurança e para encontrar para ela uma solução política aceitável por todos“, salientou Augusto Santos Silva.

O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho. Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.

https://zap.aeiou.pt/as-proximas-horas-serao-criticas-na-ucrania-reuniao-de-emergencia-do-conselho-de-seguranca-da-onu-463821


“Vamos ter outra pandemia”, acredita Bill Gates !


A covid-19 continua muito presente no nosso dia-a-dia, mas Bill Gates, co-fundador da Microsoft, acredita que uma outra pandemia estará para breve.

Apesar de reconhecer que o risco de desenvolver covid-19 grave diminuiu “drasticamente”, Bill Gates acredita que o surgimento de outra pandemia já é quase certo.

Em declarações à CNBC, o milionário referiu que resultará de um patógeno diferente do da família do coronavírus e ressalvou que os avanços na tecnologia médica devem ajudar a combatê-la mais eficientemente – isto se forem feitos investimentos neste momento.

“Vamos ter outra pandemia. Será um agente patogénico diferente da próxima vez”, vaticinou, durante a Conferência Anual de Segurança de Munique, na Alemanha. E, dissem o fundador da Microsoft em setembro, não estamos preparados para ela.

“O custo de estarmos preparados para a próxima pandemia não é assim tão grande. Não é como as alterações climáticas. Se formos racionais, sim, na próxima vez apanhamo-la cedo”, acrescentou, citado pelo Futurism.  

Embora pareça assustador pensar numa nova pandemia quando a covid-19 ainda continua a dar dores de cabeça um pouco por todo o mundo, o curso da história humana corrobora as afirmações de Gates: as doenças vão e vêm, adaptando variantes ao longo do tempo.

Dois anos após o início da pandemia de covid-19, Bill Gates sublinhou que os piores efeitos relacionados com a doença desapareceram à medida que grandes faixas da população ganharam algum nível de imunidade, assim como a sua gravidade, que também diminuiu com a variante Ómicron.

“O risco de desenvolver doença grave, que está principalmente associado a ser-se idoso e ter obesidade ou diabetes, é agora drasticamente reduzido por causa da exposição à infeção”, explicou.

No entanto, prosseguiu, em muitos casos isso deve-se ao próprio vírus, fazendo, por vezes, “um trabalho melhor em chegar à população mundial do que as vacinas”.

O responsável disse ainda que já é “tarde demais” para atingir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de vacinar 70% da população global até meados de 2022. Atualmente, 61,9% da população recebeu pelo menos uma dose da vacina.

https://zap.aeiou.pt/vamos-ter-outra-pandemia-bill-gates-463671


A Microsoft criou um estranho algoritmo para prever a gravidez na adolescência e ofereceu-o a uma província na Argentina !


A Plataforma Tecnológica de Intervenção Social, celebrada na televisão nacional pelo então governador Juan Manuel Urtubey, foi oferecida à província de Salta pela Microsoft em 2018, ao mesmo tempo que o Congresso argentino debatia a descriminalização do aborto.

Em 2018, numa altura em que o Congresso argentino debatia acaloradamente a descriminalização do aborto, a Microsoft e o Ministério da Primeira Infância da província de Salta, no norte do país, apresentaram um algoritmo para prever a gravidez na adolescência.

Chamaram-lhe “Plataforma Tecnológica de Intervenção Social” e servia para prever, “com cinco ou seis anos de antecedência”, que jovens de baixos rendimentos engravidariam.

Segundo a investigação da Wired, nunca ficou claro o que aconteceria quando uma rapariga fosse rotulada como “predestinada” para a maternidade ou como esta informação ajudaria a evitar a gravidez na adolescência. “As teorias por trás do sistema de IA, tal como os seus algoritmos, eram opacas”, salienta o portal.

O sistema baseava-se em dados – como idade, etnia, país de origem, deficiência e se a habitação onde residia tinha água quente na casa de banho – de 200 mil residentes na província de Salta, incluindo 12 mil mulheres e raparigas entre os 10 e 19 anos.

Embora não exista documentação oficial, a Wired avança que alguns “agentes territoriais” chegaram a visitar as casas das jovens em questão, fizeram perguntas, tiraram fotografias e registaram localizações GPS.

O denominador comum entre as pessoas sujeitas a esta vigilância era o facto de todas serem pobres, alguns migrantes da Bolívia e de outros países da América do Sul, e outros das comunidades indígenas Wichí, Qulla, e Guarani.

Devido à total ausência de regulamentação nacional em matéria de IA, a Plataforma Tecnológica de Intervenção Social nunca foi sujeita a uma revisão formal e não foi feita qualquer avaliação dos impactos sobre as raparigas visadas. Também não foram publicados dados oficiais sobre a sua exatidão ou quaisquer resultados.

A Wired não sabe se o programa tecnológico acabou por ser suspenso e alega que tudo o que é conhecido sobre o sistema “provém dos esforços de ativistas feministas e jornalistas que conduziram o que se traduziu numa auditoria de base a um sistema de IA defeituoso e prejudicial”.

“[O programa] é um estratagema patriarcal“, salientou Ana Pérez Declercq, diretora do Observatório da Violência contra as Mulheres. “Confunde variáveis socioeconómicas para fazer parecer que a rapariga ou a mulher é a única culpada pela sua situação.”

“Este sistema de IA é mais um exemplo da violação dos direitos da mulher por parte do Estado. Imagine como seria difícil recusar a participação nesta vigilância”, acrescentou.

É de salientar que este caso ganha dimensão pelo facto de uma empresa norte-americana como a Microsoft ter optado por implementar um programa deste tipo num país com um longo historial de medidas de vigilância e controlo populacional.

Segundo a Wired, não se sabe o que os governos provinciais ou nacionais fizeram com os dados e como – ou se – se relacionaram com o debate sobre o aborto.

Em 2020, a Argentina votou a sua descriminalização, um momento histórico para a nação sul-americana.

https://zap.aeiou.pt/microsoft-algoritmo-gravidez-adolescencia-463679


LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...