sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

“Ficámos a lutar sozinhos”. De uniforme militar e emocionado, presidente ucraniano diz que é “alvo número 1” da Rússia !

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, lamenta que a Ucrânia está a defender-se sozinha, com o mundo a ver “com medo”. Vestindo um uniforme militar e emocionado, o líder da Ucrânia garante que vai continuar no seu país apesar de ser o “alvo número um” dos russos.

“Continuo na capital com o meu povo”, assegura Zelensky numa comunicação ao país, reportando-se à existência de notícias falsas a anunciarem que já tinha deixado Kiev.

Vestindo um uniforme militar e num tom emocionado, o presidente da Ucrânia assume que é “o alvo número um” dos russos e que a sua família é “o alvo número 2”, considerando que o objetivo da Rússia é “destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe de Estado”.

“Nós defendemos o nosso Estado sozinhos. As forças mais poderosas do mundo estão a observar de longe”, salienta ainda Zelensky numa crítica aos países da NATO e da União Europeia (UE) que, até agora, se limitaram a aplicar sanções que ainda não fizeram qualquer mossa a Moscovo.

“Têm todos medo”, critica ainda o líder ucraniano num discurso dirigido à nação. “Sentimos nos nossos céus e na nossa terra que isto não é suficiente”, critica também.

Nas redes sociais, têm sido publicadas imagens que mostram Zelensky de uniforme militar ao lado das tropas ucranianas, num sinal claro à Rússia e ao mundo de que não vai abdicar do seu papel de líder da nação, e num apelo à luta do povo ucraniano.

Elogiando o “heroísmo” ucraniano face ao avanço russo, Zelensky compara a invasão russa ao ataque da “Alemanha nazi” na Segunda Guerra Mundial.

“A Rússia embarcou pelo caminho do diabo, mas a Ucrânia está a defender-se e não vai desistir da sua liberdade independentemente do que Moscovo pensa”, assegura também.
Zelensky apela a uma “coligação anti-Putin”

Nas suas redes sociais, o líder ucraniano também apela a mais sanções. “Nem todas as possibilidades de sanções foram esgotadas ainda”, aponta, sublinhando que é preciso “aumentar a pressão sobre a Rússia”.

“A Ucrânia precisa do apoio dos aliados mais do que nunca”, escreve também, salientando que o país necessita de “assistência internacional efectiva”. “Precisamos de uma coligação anti-guerra” para forçar Putin a sentar-ser à “mesa das negociações”, vinca ainda.

Zelensky desafia a UE a “desligar a Rússia do sistema SWIFT” e a atuar com vista à “introdução de uma zona de não-voo sobre a Ucrânia”, bem como para implementar “outros passos efectivos para travar o agressor”.

O presidente ucraniano já pediu aos países da NATO, do chamado grupo “Nove de Bucareste”, ajuda para defender a Ucrânia.

Este grupo reúne-se nesta sexta-feira, em Varsóvia, e é formado por Bulgária, Eslováquia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, República Checa, Polónia e Roménia, todos membros da NATO e da UE.

Este grupo foi formado em Novembro de 2015, por iniciativa da Roménia e da Polónia, após a anexação da Crimeia por parte da Rússia e do início da guerra separatista no leste da Ucrânia.

Note-se que estes nove países integraram ou estiveram sob a influência da antiga União Soviética.

“Rússia terá de falar connosco”

No seu discurso à nação, o presidente ucraniano também vinca que, “mais cedo ou mais tarde”, a Rússia terá de “falar” com a Ucrânia para pôr fim aos combates e “travar a invasão”.

“Quanto mais cedo esta conversa começar, menores serão as perdas para a própria Rússia”, defende Zelensky, acusando os russos de terem começado a “bombardear áreas civis”.

“Os nossos rapazes e raparigas, todos os defensores da Ucrânia, não permitiram que o inimigo executasse o plano operacional da invasão no primeiro dia“, realça ainda o chefe de Estado ucraniano, salientando que na maioria das direcções, o avanço das tropas russas foi travado e que os combates prosseguem.

https://zap.aeiou.pt/uniforme-presidente-ucraniano-alvo-464486


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