“Tendo em conta o aumento da atividade militar perto das fronteiras (…) e o agravamento da situação no Donbass, os Presidentes da Bielorrússia e da Rússia decidiram continuar a inspeção das forças”, anunciou Victor Jrenin na sua conta na rede social Telegram.
Este anúncio significa que as tropas russas vão continuar na Bielorrússia, em plena crise com o Ocidente, apesar de Moscovo ter prometido que as suas forças regressariam à base após estes exercícios.
O ministro acrescentou que durante esta “inspeção” das tropas, termo que designa as manobras militares, serão ensaiados “em profundidade” os “elementos da defesa” que não foram “abordados de forma tão detalhada no treino anterior”.
O seu enfoque, disse o governante, continuará o mesmo: “Garantir uma resposta adequada e uma desescalada dos preparativos militares levados a cabo por pessoas mal-intencionadas perto das fronteiras”.
A notícia surge no dia em que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse à BBC que as informações dos serviços secretos norte-americanos indicam que as forças russas não estão apenas a planear entrar na Ucrânia pelo Leste, via Donbass, mas também pela Bielorrússia, e que planeiam cercar a capital ucraniana, Kiev.
Os exércitos russo e bielorrusso lançaram no dia 10 de fevereiro manobras militares conjuntas na Bielorrússia, não tendo sido especificado o número de soldados e equipamentos que participariam nos exercícios, mas os serviços de informações ocidentais afirmaram no início das manobras que 30.000 soldados russos estavam destacados na Bielorrússia.
Kiev condenou estes exercícios militares, considerando-os uma forma de “pressão psicológica” por parte da Rússia, mas Moscovo defendeu a sua legitimidade, lembrando que Rússia e Bielorrússia estão sujeitos a “ameaças sem precedentes”, tendo ainda garantido que as unidades russas voltariam às suas localizações permanentes no final dos exercícios.
O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.
Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.
Entretanto, nos últimos dias, o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos têm vindo a acusar-se mutuamente de novos bombardeamentos no leste do país, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.
Os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) anunciaram no sábado ter registado em 24 horas mais de 1.500 violações do cessar-fogo na Ucrânia oriental, número que constitui um recorde este ano.
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